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<"Classe do processo#Classe do processo=2@PROC"> n.

<"Número do
processo#Número do processo no segundo grau=1@PROC">, de <"Foro de
origem#Foro de origem=4@PROC">
Relator: Des. <"Relator atual do processo sem tratamento#Relator atual do
processo sem tratamento=45@PROC">

TRIBUTÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO


DECLARATÓRIA DE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ISS -
IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS. SENAI - SERVIÇO
NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL.
INCIDÊNCIA DO ART. 150, VI, ALÍNEA "C", DA CARTA
MAGNA FEDERAL, ART. 9º, IV, "C" E 14 DO CÓDIGO
TRIBUTÁRIO NACIONAL E ARTS. 12 E 13 DA LEI N.
2.613/55. DECISÃO ANTECIPATÓRIA DE TUTELA NO
TOCANTE À ABSTENÇÃO DE QUAISQUER ATOS QUE
VISEM À CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
CONFIRMADA. RECURSO DESPROVIDO.
Os "Serviços Sociais Autônomos", gênero do qual é
espécie o Senai - Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial, são entidades de educação e assistência social,
sem fins lucrativos, não integrantes da Administração direta
ou indireta, que se enquadram no conceito do art. 150, VI,
"c", da Carta Magna Federal e dos arts. 9º, IV, "c" e 14 do
Código Tributário Nacional, assecuratório de imunidade
tributária, pelo que mantida deve ser a decisão do juízo
singular determinativa da abstenção de quaisquer atos que
visem à constituição de crédito tributário referente ao ISS -
imposto Sobre Serviços até o julgamento final do lide.
Ademais, ressalte-se que as entidades integrantes do
cognominado do "Sistema S", como sói ser o caso do ora
agravado, gozam de isenção tributária especial por expressa
disposição dos arts. 12 e 13 da Lei n. 2.613/55.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de <"Classe do


processo#Classe do processo=2@PROC"> n. <"Número do processo#Número
do processo no segundo grau=1@PROC">, da comarca de <"Foro de
origem#Foro de origem=4@PROC"> (<"Vara de origem#Vara de
origem=5@PROC">), em que é <"Participação da principal parte
ativa#Participação da principal parte ativa=22@ATPT"> <"Partes
Ativas#Apresenta a principal parte ativa seguida da expressão 'e outro' ou 'e
outros' se necessário=47@SIST"> e <"Participação da principal parte
passiva#Participação da principal parte passiva=24@PAPT"> <"Partes
Passivas#Apresenta a principal parte passiva seguida da expressão 'e outro' ou
'e outros' se necessário=48@SIST">:

ACORDAM, em <"Órgão julgador atual do processo#Órgão julgador


atual do processo=9@PROC">, conhecer do recurso e negar-lhe provimento.
Custas ex lege.

RELATÓRIO

Município de Pomerode, pela Procuradora Bárbara Morgana Uber,


interpôs agravo de instrumento em face de decisão da Juíza Iraci Satomi Kuraoka
Schiocchet (fls. 58 a 61), que, nos autos de ação declaratória de imunidade
tributária proposta pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI,
pelo Advogado Rodrigo de Paula Stadler, deferiu pedido de antecipação de tutela
determinando ao agravante que se abstenha da prática de quaisquer atos que
visem a constituir créditos tributários em desfavor do agravado, relativamente ao
ISS - Imposto Sobre Serviços, até solução final da lide.
Irresignado, o Município sustenta a ausência de prova nos autos de
que o agravado enquadra-se no contexto da imunidade tributária estabelecida
pelo art. 150, VI, "c", da Constituição Federal.
O efeito suspensivo almejado restou indeferido pelo Desembargador
Rodrigo Collaço (fls. 66 a 69).
Contrarrazões às fls. 73 a 83.
Lavrou parecer o Procurador de Justiça <"Procurador#Procurador
que ofereceu parecer quando o processo foi à PGJ=12@PROC">, opinando pelo
conhecimento e desprovimento do agravo (fls. 113 e 114).
É o relatório.

VOTO
Gabinete Des. <"Relator atual do processo sem tratamento#Relator atual do processo sem
tratamento=45@PROC">
Acerca de imunidade tributária, dispõe a Constituição Federal que:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[...]
VI - instituir impostos sobre:
[...]
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da
lei.
Já o Código Tributário Nacional, por sua vez, preceitua:
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º [mesma disposição
constitucional supra transcrita] é subordinado à observância dos seguintes
requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas
rendas, a qualquer título;
II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção
dos seus objetivos institucionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
Nesse contexto, pertinente é o argumentado pelo Desembargador Rodrigo
Collaço na decisão indeferitória do efeito suspensivo vindicado. Veja-se:
[...] o agravado enquadra-se no conceito de prestador de serviços sociais
autônomos, qual seja, "pessoas jurídicas de direito privado, categorizadas como
entes de colaboração que não integram a Administração Pública, mesmo
empregando recursos públicos provenientes de contribuições parafiscais" (STJ,
CC n. 41246/SC, rel. Min. Castro Meira, 1ª Seção, 25.8.04).
E mais, por ter sido instituído por força de lei - Decreto-Lei n. 4.048/42 -, é
reconhecidamente entidade de utilidade pública, porquanto as "instituições
criadas pelo poder público, embora de direito privado, são de utilidade pública
por natureza e independem de qualquer declaração para assim serem
consideradas", conforme assentou o Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios no parecer lançados às fl. 43/48.
Como se não fosse o suficiente, seu regimento interno também foi
elaborado por meio de Decreto-Lei (n. 494/62) e, neste, estão dispostos, ao
longo de seus artigos, todos os requisitos instituídos pelo dispositivo 14 do CTN,
principalmente quanto à escrituração de suas contas, que, diga-se, nos termos
dos arts. 55 e seguintes, são aprovadas pelo Tribunal de Contas da União.
Como se pode perceber, ainda que inexistam precedentes específicos
sobre a matéria neste Tribunal, desponta aparente que a própria presunção de
veracidade decorrente dos atos públicos e da imperatividade da lei estariam,
inclusive, a transferir, na verdade, o ônus da prova ao município no sentido de
demonstrar que o recorrido não preencheu os requisitos instituídos na legislação
infraconstitucional para tanto, até mesmo porque a imunidade, que é concedida
pela CF, nunca poderia ser "cassada" pelo ente municipal, quando muito
suspensa, situação essa que exigiria, em consequência, o competente
procedimento administrativo demonstrando a falta do beneficiário. (fls. 67 e 68).
Gabinete Des. <"Relator atual do processo sem tratamento#Relator atual do processo sem
tratamento=45@PROC">
Desta forma, em sendo o Senai, ora agravado, indubitavelmente
serviço social autônomo de índole educacional, desprovido de fins lucrativos,
resta evidente que, à luz da legislação de regência antes invocada, está infenso à
incidência do ISS sobre suas atividades.
Acerca da matéria assim assentou o Supremo Tribunal Federal:
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. CF, ART. 150, VI, C. SERVIÇO SOCIAL DO
COMERCIO - SESC. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS. PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS DE DIVERSÃO PÚBLICA. A renda obtida pelo SESC na prestação
de serviços de diversão pública, mediante a venda de ingressos de cinema ao
público em geral, e aproveitada em suas finalidades assistenciais, estando
abrangida na imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Carta Republica.
Precedente da Corte: RE 116.188-4 Agravo regimental improvido. (AgRAg n.
155822 rel. Min. Ilmar Galvão, j. em 20.9.94)
Diga-se que tal aresto, dizente com o Sesc (entidade assistencial
também desapercebida de fins lucrativos) incide, por igual, em favor do Senai,
até porque ambos integram o aludido "Sistema S".
Aliás, registre-se que as entidades componentes do citado "Sistema
S", gozam de isenção tributária especial por disposição expressa na Lei n.
2.613/55, in verbis:
Art 12. Os serviços e bens do S. S. R. [Serviço Social Rural] gozam de
ampla isenção fiscal como se fossem da própria União.
Art 13. O disposto nos arts. 11 e 12 desta lei se aplica ao Serviço Social
da Indústria (SESI), ao Serviço Social do Comércio (SESC), ao Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial (SENAI) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial (SENAC).
Sobre o tema, invoco decisões do Superior Tribunal de Justiça
assim vazadas:
A Lei n. 2.613/55, [...], conferiu ampla isenção fiscal ao Serviço Social da
Indústria (SESI) como se fosse a própria União.
Os serviços sociais autônomos são considerados entidades de assistência
social, destinadas a propiciar bem-estar ao grupo de pessoas vinculadas às
empresas patrocinadoras.
A isenção abrange tanto os impostos quanto as contribuições recolhidas
para terceiros. (REsp 361.472/SC, rel. Min. Franciulli Netto, j. em 26.5.2006).
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. SERVIÇO
NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI. SERVIÇO SOCIAL
AUTÔNOMO. ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
AO INCRA. FUNRURAL. ISENÇÃO. LEI N.º 2.613/55.
1. Os "Serviços Sociais Autônomos", gênero do qual é espécie o SENAI,
Gabinete Des. <"Relator atual do processo sem tratamento#Relator atual do processo sem
tratamento=45@PROC">
são entidades de educação e assistência social, sem fins lucrativos, não
integrantes da Administração direta ou indireta, e que, assim, não podem ser
equiparados à entidades empresariais para fins fiscais.
2. A Lei n.º 2.613/55, que autorizou a União a criar a entidade autárquica
denominada Serviço Social Rural - S.S.R., em seu art. 12, concedeu à mesma
isenção fiscal, ao assim dispor: "Art. 12. Os serviços e bens do S.S.R. gozam
de ampla isenção fiscal como se fossem da própria União".
3. Por força do inserto no art. 13 do mencionado diploma legal, o benefício
isentivo fiscal, de que trata seu art. 12, foi estendido, expressamente, ao SENAI,
bem como aos demais serviços sociais autônomos da indústria e comércio
(SESI, SESC e SENAC), porquanto restou consignado no mesmo, in verbis:
"Art. 13. O disposto nos arts. 11 e 12 desta lei se aplica ao Serviço Social da
Indústria (SESI), ao Serviço Social do Comércio (SESC), ao Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial (SENAC)."
[...]
5. Recurso especial desprovido. (REsp 766.796/RJ, rel. Min. Luiz Fux, j.
em 6.12.2005).
Demonstrada, portanto, à saciedade, que o agravado faz jus à
imunidade tributária em debate, é de ser mantida a decisão agravada.

DECISÃO

Ante o exposto, por votação unânime, conhece-se do recurso e


nega-se-lhe provimento.
O julgamento, realizado no dia 2 de março de 2010, foi presidido
pelo Exmo. Sr. Desembargador Newton Janke, com voto, e dele participou o
Exmo. Sr. Desembargador Ricardo Roesler.
Florianópolis, 2 de março de 2010
<"Relator atual do processo sem tratamento#Relator atual do processo sem
tratamento=45@PROC">
<"GÊNERO DO RELATOR ATUAL #DESIGNIÇÃO DO RELATOR ATUAL DO
PROCESSO CONSIDERANDO SEU GÊNERO=70@PROC">

Gabinete Des. <"Relator atual do processo sem tratamento#Relator atual do processo sem
tratamento=45@PROC">

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