Sei sulla pagina 1di 57

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO AMAPÁ

CAMPUS LARANJAL DO JARI


CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

LOURRAN TENÓRIO DE OLIVEIRA

VALORIZAÇÃO DAS BELEZAS CÊNICAS DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO


DO AMAPÁ: aplicativo mobile

Laranjal do Jari
2019
LOURRAN TENÓRIO DE OLIVEIRA

VALORIZAÇÃO DAS BELEZAS CÊNICAS DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO


DO AMAPÁ: aplicativo mobile

Monografia apresentada ao curso de Tecnologia em


Gestão Ambiental do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Amapá, como pré-requisito
para a obtenção de título em Tecnólogo em Gestão
Ambiental.
Orientador: Prof. Dr. Diego Armando Silva da Silva.
Coorientador: Prof. Dr. Haroldo da Silva Ripardo Filho.

Laranjal do Jari
2019
O48v Oliveira, Lourran Tenório de.

Valorização das belezas cênicas das unidades de


conservação do Amapá: aplicativo mobile / Lourran Tenório de
Oliveira. – Laranjal do Jari, 2019.
53 f. : il. color. enc.

Monografia (Graduação)–Instituto Federal de Educação,


Ciência e Tecnologia do Amapá, Curso de Tecnologia em
Gestão Ambiental, 2019.
Orientador: Diego Armando Silva da Silva.
Coorientador: Haroldo da Silva Ripardo Filho.

1. Unidades de conservação - aplicativo mobile - Android. 2. Unidades


de conservação - Amapá. 3. Beleza cênica (AP). I. Silva, Diego
Armando Silva da (orient.). II. Ripardo Filho, Haroldo da Silva
(coorient.). III. Título.
CDD 363.70098116
LOURRAN TENÓRIO DE OLIVEIRA

VALORIZAÇÃO DAS BELEZAS CÊNICAS DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO


DO AMAPÁ: aplicativo mobile

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Amapá - IFAP, como requisito parcial
para obtenção de título de Tecnólogo em Gestão
Ambiental.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Dr. Diego Armando Silva da Silva
(Orientador – Instituto Federal do Amapá)

________________________________________
Esp. Luciana de Oliveira
(Membro 1 – Instituto Federal do Amapá)

________________________________________
Kleber Evandro Ferreira Aguiar
(Membro 2 – Sebrae)
À minha família, por sua capacidade de
acreditar em mim е investir em mim. Mãe
Expedita Tenório, seu cuidado е dedicação
foi que deram, em vários momentos а
esperança para seguir, meu padrasto Valmir
Arouche por sempre confiar em mim, meu
irmão Luan Tenório, por ser a melhor pessoa
em minha vida, ao Curso de Gestão
Ambiental, е às pessoas com quem convivi
nesse espaço ao longo desses três anos.
AGRADECIMENTOS

Tenho a plena certeza de que pude contar com a compreensão e atenção de


diversas pessoas nesses meses de trabalho, contando com a ajuda desses
profissionais e amigos, sobretudo com as suas paciências, só tenho a agradecer:
Ao meu orientador de TCC, colega e amigo Dr. Diego Armando Silva da Silva
pela paciência e dedicação, conselhos, discussões e sempre me estimulando em
crescer academicamente e profissionalmente.
Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá – Campus
Laranjal do Jari, pelo seu corpo docente, direção е administração que oportunizaram
а janela que hoje vislumbro um horizonte superior, elevado pela confiança no mérito
е ética aqui presentes, ao NIT/PROPESQ/Ifap pela concessão da bolsa de Inovação
Sustentável fomentada pelo Instituto Federal do Amapá, ao meu orientador de bolsa
Dr. Haroldo da Silva Ripardo Filho, por aceitar o desafio de fazer parte desta pesquisa
tendo papel fundamental do início ao desenvolvimento deste trabalho.
Ao Ministério de Meio Ambiente do Estado do Amapá por disponibilizar
informações e versões do atlas, assim como fotografias e mapas para elaboração
deste trabalho, agradeço а todos os professores por me proporcionar о conhecimento
não apenas racional, mas а manifestação do caráter е afetividade da educação no
processo de formação profissional, por tanto que se dedicaram а mim, não somente
por terem me ensinado, mas por terem me feito aprender.
Aos meus colegas de turma TGA 16.1, em especial a minha colega e a amiga,
Elem Dayane, sempre contando com sua colaboração em todos os momentos, nas
discussões e aos dias longos de pesquisas, a minha amiga Jayna Beatriz por não me
deixar sozinho nas madrugadas, me incentivando em todos os momentos sejam eles
academicamente, profissionalmente e pessoalmente, a minha família por toda ajuda,
confiança, carinho, e compreensão por todos os momentos em que não pude estar
presente.
“Na vida há tempo para se arriscar e tempo
para se ser cauteloso, e um homem sensato
sabe qual é a altura certa para cada uma
destas coisas.”

(Sociedade dos Poetas Mortos)

“Expresse seu valor, para colher a valorização.”


(Fernando Tayrone)
RESUMO

Este trabalho apresenta a elaboração de um aplicativo mobile para valorização das


belezas cênicas das unidades de conservação do Amapá. A partir da observação das
dificuldades enfrentadas em encontrar informações que é pouco conhecida tanto pela
sociedade civil como pela comunidade científica, foram realizados estudos de
pesquisa bibliográficas para conhecer todas as UCs do Amapá, assim como as
belezas cênicas encontradas nas mesmas, e uma aplicação mobile na plataforma
Android para atender as necessidades de informações. A aplicação mobile foi
desenvolvida em software web Kodular onde código aberto com formato passo a
passo de programação em blocos com o objetivo de facilitar a compreensão do
material proposto. Com esta aplicação foi possível que os usuários utilizem a
praticidade e eficiência de uma ferramenta mobile, sendo capaz de realizar a
divulgação de informações das Unidades de Conservação do Amapá com opções
básicas de recursos nativos de aparelhos celulares apresentando potencial para
agregação de valor na informação apresentado na aplicação mobile.

Palavras-Chave: Kodular. Unidades de conservação. Aplicativo Android. Amapá.


ABSTRACT

This work presents the elaboration of a mobile application for the valorization of the
scenic beauties of the conservation units of Amapá. From the observation of the
difficulties encountered in finding information that is little known by both civil society
and the scientific community, bibliographic research studies were conducted to know
all the Amapá UCs, as well as the scenic beauties found in them, and a mobile
application on the Android platform to meet the information needs. The mobile
application was developed in Kodular web software where open source with step-by-
step format of blocks programming with the aim of facilitating the understanding of the
proposed material. With this application it was possible for the users to use the
practicality and efficiency of a mobile tool, being able to carry out the information
dissemination of the Conservation Units of Amapá with basic options of native
resources of cellular devices presenting potential for aggregation of value in the
presented information in the mobile application.

Keywords: Kodular. Conservation units. Android app. Amapá.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Paleta de componentes para a criação de interface de telas em software


web kodular. .............................................................................................................. 27
Figura 2 - Paleta de blocos para programação de drag and drop ............................ 28
Figura 3 – Programação em blocos no kodular ........................................................ 28
Figura 4 – Logomarca/ícone da aplicação para formar identidade visual e atração de
usuários ..................................................................................................................... 30
Figura 5 ABC – A - Tela padrão para criação de interface de usuário; B - Adição de
layout, componentes de botão e imagem; C - Imagens adicionadas aos componentes
de botão e imagens ................................................................................................... 31
Figura 6 - Programação em bloco no Kodular para permitir o uso de tamanhos iguais
de botões em diversas polegadas de tela de aparelhos celulares e tablets .............. 32
Figura 7– Técnica de visibilidade para aproveitamento ao máximo das screens
recomendadas pelo software web kodular ................................................................ 33
Figura 8 – Programação em bloco com uso do componente logic para deixar visível
ou não o componente vertical arrangement .............................................................. 33
Figura 9 ABC – A – Conceito de unidades de conservação e seus tipos de utilização;
B- Lista de unidades de conservação de proteção integral; C- Lista de unidades de
conservação de proteção integral na aplicação mobile ............................................. 35
Figura 10 AB – A - Informações e imagens da UC de proteção integral ESEC Jari; B
– Informações e imagens da UC de uso sustentável Resex Cajari ........................... 36
Figura 12 - Quiz das unidades de conservação do Amapá como ferramenta de fixação
de informações .......................................................................................................... 38
Figura 13 - Fluxograma de funcionalidades da aplicação mobile UCAP: Unidades de
conservação do Amapá ............................................................................................. 39
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Unidades de Conservação de Proteção Integral ..................................... 14


Quadro 2 -Unidades de Conservação de Proteção Sustentável ............................... 15
LISTA DE SIGLAS

AP Amapá
APP Aplicativo
CNUC Cadastro Nacional das Unidades de Conservação
DAP Disposição a Pagar
ESEC Estação Ecológica
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
ICMBIO Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
MMA Ministério do Meio Ambiente
PA Pará
RESEX Reserva Extrativista
RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural
SCUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação
SEMA Secretaria do Meio Ambiente do Estado doo Amapá
SO Sistema Operacional
TIC Tecnologia da Informação e Comunicação
UC Unidade de Conservação
UCAP Unidades de Conservação do Amapá
VMC Método de Valoração do Meio Ambiente
WWF World Wide Fund for Nature – Fundo Mundial da Natureza
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12

2 OBJETIVOS....................................................................................................... 13

2.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................... 13


2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 13

3 REFERÊNCIAL TEÓRICO ................................................................................ 14

3.1 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO BRASIL ............................................. 14


3.2 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO AMAPÁ ............................................. 16
3.2.1 Unidades de conservação de proteção integral do Amapá ................... 17
3.2.2 Unidades de conservação de uso sustentável do Amapá ..................... 18
3.3 BELEZAS CÊNICAS .................................................................................... 21
3.4 SISTEMA OPERACIONAL ........................................................................... 22
3.5 USO DE APLICATIVOS MOBILE PARA EDUCAÇÃO .................................. 23

4 METODOLOGIA ................................................................................................ 25

4.1 COLETA E OBTENÇÃO DE DADOS............................................................ 25


4.2 ANÁLISE DE DADOS ................................................................................... 25
4.3 CONFECÇÃO DE ICONES E LOGOTIPO ................................................... 26
4.4 SOFTWARE WEB KODULAR ...................................................................... 26

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 29

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 41

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 42

ANEXOS ................................................................................................................... 46

ANEXO A .................................................................................................................. 46

ANEXO B .................................................................................................................. 53
12

1 INTRODUÇÃO

No que se refere as unidades de conservação (UC), é possível afirmar que são


áreas naturais passíveis de proteção ambiental devido as suas características
especiais de proteção integral ou de uso sustentável, não só tendo como principal
objetivo garantir a preservação da diversidade biológica, características naturais
relevantes, como também garantir e promover o desenvolvimento sustentável a partir
dos recursos naturais, proteção das comunidades tradicionais, seus conhecimentos e
culturas (BRASIL, 2000).
As UCs são de grande importância para o Brasil, pois possibilitam manter a
diversidade biológica e os recursos genéticos no País, protegendo as espécies
ameaçadas de extinção, promovendo a sustentabilidade do uso dos recursos naturais
e preservando e conservando a diversidade de ecossistemas naturais (BRASIL,
2011).
Dentre os Estados do Brasil o Amapá merece atenção especial uma vez que
mais de 73% do seu território está sob modalidades especiais de proteção (AMAPÁ,
2012). São 19 unidades de conservação, totalizando 9.104.068,60ha (hectares), 12
das quais federais, 05 estaduais e 02 municipais. São 7 unidades de proteção integral
e 12 de uso sustentável (DALVA, 2016).
No entanto as informações relativas as essas unidades de conservação do
Estado do Amapá ainda é pouca conhecida tanto pela sociedade civil como pela
comunidade científica, o governantes e gestores das áreas protegidas têm o desafio
de compatibilizar e divulgar a conservação da biodiversidade e suas belezas cênicas
buscando a melhoria da qualidade de vida das comunidades tradicionais existentes
(DRUMMOND; DIAS; BRITO, 2008).
Outrossim, a beleza cênica é o resultado visual e audível harmônico agradável
formado pelo conjunto dos fatores naturais de um local ou paisagem (SANTOS, J.
2004), fazendo parte os fatores visíveis e não visíveis como o som, uma vez em que
um completa o outro em uma paisagem, assim, são atributos importantes para a sua
valorização ambiental. Tal beleza é um dos fatores para a criação de unidades de
conservação (Lei 9.985/2.000-SNUC, arts.4º e 11º).
Segundo Vieira (2014b) as belezas cênicas podem garantir a permanência da
paisagem, da conservação da biodiversidade, de hábitats e ecossistemas, mesmo se
eles não estiverem se beneficiando diretamente da mesma. Também são importantes,
13

para preservar, conservar e restaurar o patrimônio cultural e natural, além de trazer


benefícios econômicos e sociais.
O desenvolvimento de ferramentas para enfrentar os desafios que lhes são
imputados todos os dias pelos elementos do ambiente que constituem o ecossistema
em uma unidade de conservação, poderá ser viável por meio da temática da
tecnologia e inovação, como exemplo, por meio da aplicabilidade dos elementos
computacionais em uma aplicação mobile sendo essenciais na valorização das
belezas cênicas das UCs do Estado do Amapá.
Com o uso eminente da internet é cada vez mais comum que as pessoas
busquem facilidades em encontrar serviços online. O aplicativo (APP) informativo das
unidades de conservação poderá proporcionar a divulgação de informações e dados
públicos para uma visibilidade mais ampla, usando funcionalidades nativas de
smartphones para trazer recursos valiosos para seus usuários.
Os smartphones fazem parte do dia a dia das pessoas e ao criar um aplicativo
móvel das unidades de conservação o estudante ou público de interesse em potencial
podem ganhar um espaço na tela do celular, maximizando sua visibilidade,
diferentemente de um site na internet que requer que o usuário acesse o navegador
e digite o seu endereço, no caso de um app, basta um clique.
1 OBJETIVOS
1.1 OBJETIVO GERAL
Propor um aplicativo mobile na plataforma Android sobre as Unidades de
Conservação de proteção integral e uso sustentável do estado do Amapá, no intuito
de valorizar as suas belezas cênicas.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


• Elaborar um modelo de aplicação móvel de código aberto que mantenham
informações das unidades de conservação do Estado do Amapá;
• Descrever as características de cada Unidade de Conservação do Estado do
Amapá;
• Auxiliar na valorização das Unidades de Conservação por meio de acesso as
informações à comunidade escolar, acadêmicas e científica;
14

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO BRASIL

No Brasil a primeira área de preservação foi criada no final da década de 30,


desde então houve um significativo acréscimo de Unidades de Conservação, bem
como, inúmeras melhorias nas constituições e leis que regem os sistemas legislativos
ambientais (TOZZO; MARCHI, 2014).
Com a lei 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação (SNUC), um sistema, isto é, um conjunto de diretrizes e
procedimentos oficiais que possibilitam às esferas governamentais federal, estadual
e municipal e à iniciativa privada a criação, implantação e gestão de unidades de
conservação (UC) (OECO, 2014), tem como objetivos principais: garantir a
preservação da diversidade biologia, promover o desenvolvimento sustentável a partir
dos recursos naturais e proteção das comunidades tradicionais, seus conhecimentos
e cultura (BRASIL, 2011).
Podendo as unidades de conservação serem divididos em 12 categorias de
unidades de conservação e quanto à forma de proteção e usos permitidos são
divididos em 2 tipos: Unidades de Proteção Integral são aquelas que precisam de
maiores cuidados, pela sua fragilidade e particularidades, e Unidades de Uso
Sustentável, aquelas que podem ser utilizadas de forma sustentável e conservadas
ao mesmo tempo (OECO, 2014). No Quadro 1 relaciona as unidades de proteção
integral e seus objetivos e no Quadro 2 relaciona as unidades de conservação de uso
sustentável e seus respectivos objetivos.

Quadro 1 - Unidades de Conservação de Proteção Integral


Unidades de Objetivos
conservação
de proteção
integral
Estação Tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de
Ecológica pesquisas científicas
Tem como objetivo a preservação integral da biota e demais
atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência
Reserva humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as
Biológica medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as
ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o
15

equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos


ecológicos naturais.
Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais
Parque de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a
Nacional realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de
atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação
em contato com a natureza e de turismo ecológico.
Monumento Tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros,
Natural singulares ou de grande beleza cênica.
Refúgio de Tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se
vida silvestre asseguram condições para a existência ou reprodução de
espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou
migratória.
Fonte: Lei 9985/2000, capítulo IIIdas categorias de unidades de conservação.

Quadro 2 -Unidades de Conservação de Proteção Sustentável


Unidades de Objetivos
conservação de
proteção
Sustentável
Área de Proteção É uma área em geral extensa, com um certo grau de
Ambiental ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos,
estéticos ou culturais especialmente importantes para a
qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas,
e tem como objetivos básicos proteger a diversidade
biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
É uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou
nenhuma ocupação humana, com características naturais
A Área de extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota
Relevante regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas
interesse naturais de importância regional ou local e regular o uso
Ecológico admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os
objetivos de conservação da natureza.
16

É uma área com cobertura florestal de espécies


Floresta Nacional predominantemente nativas e tem como objetivo básico o
uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa
científica, com ênfase em métodos para a exploração
sustentável de florestas nativas.
Reserva É uma área utilizada por populações extrativistas
Extrativista tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e,
complementarmente, na agricultura de subsistência e na
criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos
básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas
populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos
naturais da unidade.
Reserva de Fauna É uma área natural com populações animais de espécies
nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias
adequadas para estudos técnicos científicos sobre o manejo
econômico sustentável de recursos faunísticos.
Reserva de É uma área natural que abriga populações tradicionais cuja
Desenvolvimento a existência baseia-se em sistemas sustentáveis de
Sustentável exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de
gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que
desempenham um papel fundamental na proteção da
natureza e na manutenção da diversidade biológica.
Reserva Particular É uma área privada, gravada com perpetuidade, com o
do Patrimônio objetivo de conservar a diversidade biológica.
Natural
Fonte: Lei 9985/2000, capítulo IIIdas categorias de unidades de conservação

2.2 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO AMAPÁ

Dentre os estados brasileiros, o Amapá é o único que possui mais de 70% de


sua área natural transformada em áreas protegidas (CONSERVAÇÃO
INTERNACIONAL DO BRASIL, 2009), no Amapá as Unidades de Conservação
mantêm ainda um bom quadro de conservação da biodiversidade essa situação é
gerada muito mais pela dificuldade de acesso do que por qualquer medida ou ação
institucional (CHAGAS, 1997).
17

Localizado ao extremo norte do país, o Amapá é um dos nove estados que


compõem a Amazônia brasileira. Com mais de 143 mil km2 - área equivalente
à do estado americano da Flórida -, o Amapá possui 550 mil habitantes,
distribuídos em 16 municípios. Aproximadamente 89% das pessoas vivem
em áreas urbanas. Macapá, a capital, é a cidade mais populosa, com 355 mil
moradores, seguida por Santana, com 98.600. É uma terra de imigrantes,
sendo que somente 26% de sua população é nascida no estado
(CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL DO BRASIL, 2009).

De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Amapá (DALVA,


2016), no total são 19 unidades de conservação, que totalizam 9.104.068,60 ha, 12
das quais federais, 05 estaduais e 02 Municipais. São 7 unidades de proteção integral
e 12 de uso sustentável.

2.2.1 Unidades de conservação de proteção integral do Amapá

Antes de tudo a primeira unidade de conservação do Amapá, foi o Parque


Nacional do Cabo Orange, criado em 1980, criado pelo Decreto n° 84.913, e tem
gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é uma
unidade de conservação (UC) de proteção integral (DRUMMOND; DIAS; BRITO,
2008). Em 2013 tornou-se Sítio Ramsar correspondendo à diretriz do governo
brasileiro, cumprida desde sua adesão à Convenção de Ramsar, de indicar para a
Lista deste tratado internacional somente Áreas Úmidas que sejam unidades de
conservação (CAROTA, 2015).
Como também o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque é uma
Unidade de Conservação (UC) de proteção integral, criado pelo decreto S/Nº de 22
de agosto de 2002, situado nos Estados do Pará e Amapá, abrangendo os município
de Laranjal do Jari (AP), Serra do Navio (AP), Oiapoque (AP), Calçoene (AP), Almeirim
(PA), com uma área de 3.865.188,53 hectares, e tem o objetivo de assegurar a
preservação dos recursos naturais e da diversidade biológica, bem como proporcionar
a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação,
recreação e turismo ecológico (DRUMMOND; DIAS; BRITO, 2008).
Bem como a Reserva Biológica do Lago Piratuba, criada pelo decreto nº 84.914
de 16 de julho de 1980, possui uma área de 357.000,00 ha, abrangendo os municípios
de Tartarugalzinho (AP), Amapá (AP) é Unidade de Conservação (UC) de proteção
integral (DRUMMOND; DIAS; BRITO, 2008), criada com o objetivo de preservar a
diversidade biológica da região dos lagos e dos manguezais do Estado do Amapá,
18

estabelecendo programas de proteção e monitoramento e incentivando a realização


de pesquisas, educação ambiental e a visitação pública (DRUMMOND; DIAS; BRITO,
2008).
Da mesma forma, a Estação Ecológica Maracá-Jipióca é uma Unidade de
Conservação (UC) de proteção integral, criada com o objetivo de preservação da
natureza e realização de pesquisas científicas, com uma área de 58.756,95 hectares
situada no município de Amapá (AP). Foi criada pelo Decreto federal nº 86.061, de 2
de junho de 1981, com uma área total aproximada de 72.000 hectares, é composta
por duas ilhas circundadas pelo oceano Atlântico: Maracá e Jipióca (ALLEGRETTI;
AMAPÁ, 2011).
Ademais, a Estação Ecológica do Jari, Unidade de Conservação (UC) de
proteção integral, foi criada com o objetivo da manutenção dos recursos hídricos,
conservação dos recursos naturais, educação ambiental e pesquisa científica. Foi
criada pelo Decreto federal nº. 87.092, de 12 de abril de 1982, tendo seus limites
alterados pelo Decreto federal nº 89.440, de 13 de março de 1984 (ALLEGRETTI;
AMAPÁ, 2011), possui uma área de 231.078,9900 hectares abrangendo os Estados
do Pará e Amapá, e os municípios de Laranjal do Jari (AP), Almeirim (PA) (ICMBIO,
1982).
Assim como o Parque Natural Municipal do Cancão, sendo uma Unidade de
Conservação (UC) de proteção integral. Criada com o objetivo de preservação de
amostras da floresta amazônica, proteção dos recursos hídricos e valorização do
patrimônio paisagístico e cultural do município de Serra do Navio, foi criado pelo
Decreto municipal nº 85/2007- PMSN, de 14 de novembro de 2007, com uma área de
370,26 hectares. Está situado ao sul do município de Serra do Navio (AMAPÁ, 2012).
Sob o mesmo ponto de vista a Reserva Biológica do Parazinho, é uma Unidade
de Conservação (UC) de proteção integral, criada com o objetivo principal de proteção
integral permanente do ecossistema e dos recursos naturais. Foi criada pelo Decreto
estadual nº 5, de 21 de janeiro de 1985, com uma área aproximada de 111,32 hectares
(AMAPÁ, 2012).

2.2.2 Unidades de conservação de uso sustentável do Amapá


Por outro lado, a Floresta Nacional do Amapá tem o objetivo de promover o
manejo dos recursos naturais, com ênfase na produção sustentável da floresta,
garantindo a proteção dos recursos hídricos, das belezas cênicas, assim como
19

fomentar o desenvolvimento da pesquisa científica básica e aplicada, da educação


ambiental e das atividades de recreação, lazer e turismo. Foi criada pelo Decreto-Lei
Federal nº 97.630, de 10 de abril de 1989, abrange os municípios de Amapá (AP),
Ferreira Gomes (AP) e Pracuúba (AP), possui uma área de 412.000 ha, situada
geograficamente na porção central do território amapaense (ALLEGRETTI; AMAPÁ,
2011).
Como também, a Reserva Particular do Patrimônio Natural Retiro Paraíso, A
(RPPN) foi criada pela Portaria Nº 86-N IBAMA, de 6 de agosto de 1997, com uma
área de 46,75 há, situado em Macapá (AP), tem como proprietária Zildekias Alves de
Araújo (DRUMMOND; DIAS; BRITO, 2008; AMAPÁ, 2012).
Assim como a Reserva Particular do Patrimônio Natural Revecom, criada para
assegurar a integridade dos ecossistemas locais, na RPPN são desenvolvidas
atividades de recuperação de áreas degradadas e de microbacias, de reintrodução de
fauna e produção de mudas de essências nativas. Tem como proprietário REVECOM
Comércio e Serviços Ambientais, possui uma área de 17,8 ha está situada no
município de Município de Santana (AP), foi criada pela Portaria Nº 54-N - IBAMA, de
29 de abril de 1998 (DRUMMOND; DIAS; BRITO, 2008).
Tanto quanto a Reserva Particular do Patrimônio Natural Seringal Triunfo,
reconhecida por meio da Portaria N º 89-N IBAMA, de 10 de julho de 1998, a Reserva
Particular do Patrimônio Natural Seringal Triunfo tem uma área de 9.996,16 ha. Tem
como proprietário Elfredo Félix Távora Gonsalves, localizado nos municípios de
Ferreira Gomes (AP) e Porto Grande (AP), tem como principais caraterística da
vegetação a floresta densa de terra firme, floresta densa aluvial, campos cerrados
(DRUMMOND; DIAS; BRITO, 2008; AMAPÁ, 2012).
Como também, a Reserva Particular do Patrimônio Natural Retiro Boa
Esperança, foi criada por meio da Portaria nº 120-N (IBAMA), de 24 de agosto de
1998, a UC pertence a Maria Edmilsan Paulino de Lima, localizado no Município de
Porto Grande (AP), a RPPN possui uma área de 43,01 ha, tem vegetação floresta
densa de várzea (DRUMMOND; DIAS; BRITO, 2008; AMAPÁ, 2012).
Na mesma forma, a Reserva Particular do Patrimônio Natural Aldeia Ekinox,
criada pela portaria n 2 91, de 21 de novembro de 2000, tem como proprietária Maria
Cecilia Batista Le Cornec, tem uma área de 10,87 ha, está situada na cidade de
Macapá (BRASIL, 2000; AMAPÁ, 2012).
20

Além disso, a Área de Proteção Ambiental da Fazendinha, foi criada em 31 de


dezembro de 2004, pela Lei nº 0873, com uma área de 136,592 ha, está localizado na
cidade de Macapá, tem como objetivo de conciliar a permanência da população local,
a proteção do ambiente e o desenvolvimento de atividades econômicas por meio do
uso racional de recursos naturais (ALLEGRETTI; AMAPÁ, 2011).
Assim como, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru,
criada pela Lei Estadual n. º 0392, de 11 de dezembro de 1997, a Reserva de
Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru tem o objetivo de promover a
conservação e o uso sustentável da biodiversidade. Abrange os municípios de
Laranjal do Jari (AP), Mazagão (AP) e Pedra Branca do Amapari (PA), com uma área
de 806,184 há (ALLEGRETTI; AMAPÁ, 2011; AMAPÁ, 2012).
Sob o mesmo ponto de vista a Área de Proteção Ambiental do Rio Curiaú, está
amparada pela Lei Estadual n.º 0431, de 15 de setembro de 1998, possui uma área
de 21.676 há, está situada na cidade de Macapá (AP), criada com o intuito de conter
a pressão da expansão urbana desordenada de Macapá sobre a área de abrangência
da bacia do rio Curiaú e seus ecossistemas, sua função também é garantir a
integridade das comunidades residentes, em especial dos remanescentes de
quilombos, respeitando seus valores éticos e culturais (AMAPÁ, 2012).
Similarmente, a Floresta Estadual do Amapá, foi criada em 12 de julho de 2006,
pela Lei nº 1028/06 do Estado do Amapá, e tem como objetivo: harmonizar o uso
sustentável mediante a exploração dos recursos naturais renováveis e não-renováveis
de madeira (AMAPÁ, 2006). De acordo com (DRUMMOND; DIAS; BRITO, 2008;
AMAPÁ, 2012).
Essa UC abrange áreas dos Municípios de Serra do Navio, Pedra Branca do
Amapari, Porto Grande, Mazagão, Ferreira Gomes, Tartarugalzinho,
Pracuúba, Amapá, Calçoene e Oiapoque. Ela compreende quatro módulos
em área descontínua, estimada em 23.694,00 Km2, com as seguintes
referências geográficas: ao norte, com a Reserva Indígena Uaçá, ao sul, com
a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e o Projeto de
Assentamento Agroextrativista do Maracá, ao leste, com a Rodovia BR-156
e, a oeste, com o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e a Floresta
Nacional do Amapá.
Assim como, a Reserva Extrativista Municipal Beija-flor Brilho de Fogo, criada
pelo Decreto Municipal n.º 139/2007 - PMPBA, de 19 de novembro de 2007, está
localizada no município de Pedra Branca do Amapari, possui uma área de 68.524,20,
21

tem como objetivo proporcionar maiores benefícios às populações extrativistas,


proteger seus meios de vida e sua cultura, bem como, assegurar o uso sustentável
dos recursos naturais existente na área (DRUMMOND; DIAS; BRITO, 2008).
Como também, a Reserva Extrativista Rio Cajari, tem o objetivo de promover o
uso sustentável dos recursos naturais renováveis pela população extrativista
residente, conservando a biodiversidade e protegendo os meios de vida e a cultura
dessa população, foi criada pelo decreto nº 99.145 de 12 de março de 1990, possui
uma área de 532.397,20 hectares e abrange os municípios de Mazagão (AP), Laranjal
do Jari (AP), Vitória do Jari (AP) (ALLEGRETTI; AMAPÁ, 2011).
2.3 BELEZAS CÊNICAS

Para Moraes, E. (2007), beleza é uma propriedade estética e projetada como


uma propriedade simples e indefinível que não pode ser reduzida a qualquer outra
propriedade, mas conceitualmente deve ser compreendida pela intuição ou pelo
gosto. Pavis (1999) existe o espaço cênico e o lugar cênico, o lugar cênico é o palco
propriamente dito, a área de atuação dos atores, já o espaço cênico é o espaço
perceptível pelo público ou fragmentos de cenas de todas as cenografias imagináveis.
Santos, A (2014), considera a beleza cênica um dos atributos dos bens naturais
que compõe o meio ambiente sadio e equilibrado e, portanto, a torna um bem
imaterial, de uso comum do povo e de característica difusa. O histórico da proteção
da paisagem aparece tanto na criação das primeiras áreas protegidas (parques),
como na criação de monumentos naturais, no qual sempre aparece a qualidade
estética, como um dos atributos a serem discutidos (VIEIRA, 2014a).
Com a lei 9.985, de 18 de julho de 2000, se destacam o objetivo de proteger as
paisagens naturais e pouco alteradas. A elaboração da lei citada possui suas bases
na definição do espaço cênico das artes cênicas, afirma (VIEIRA, 2014a). Ainda
segundo a autora, a beleza cênica da paisagem é a identidade estética quando o
espaço se transforma em lugar, devendo ser lida nas suas concepções ontológicas
(essência e qualidade), estética (modo de apreciação e valoração) e ética
(possibilidades e limites de agir e de se conservar o no seu conjunto paisagístico).
Determinar o valor econômico de um recurso ambiental é estimar o valor
monetário deste em relação aos outros bens e serviços disponíveis na economia, para
perceber que o valor econômico dos recursos ambientais é derivado de todos os seus
22

atributos e, segundo que estes atributos podem estar ou não associados a um uso,
como o método de valoração de contingente (MVC) (MOTTA, 1997).
É um método utilizado para estimar todos os tipos de recursos ambientais, pode
ser utilizado em estimar o valor em recursos de uso, e sendo o método mais utilizado
para estimar valor de não uso, o MVC envolve realizar perguntas diretamente à
pessoas em uma pesquisa, para saber quanto estariam disposta a pagar ou receber
por determinado serviço ambiental dependendo do cenário hipotético específico
apresentado à pesquisa com descrição de serviço ambiental (MOTTA, 1997).
Como o estudo Desenvolvido por CARNEIRO et al. (2017), a Valoração
Ambiental do Parque Estadual Marinho Pedra da Risca do Meio, Ceará, Brasil, com o
objetivo de visar aplicar o método de valoração contingente para estimar valores de
uso e não uso, por meio da disposição a pagar para a manutenção do parque marinho,
a disposição a pagar total foi calculada multiplicando a DAP pela população envolvida.
Notou-se que as unidades de conservação necessitam de uma nova estratégia
de financiamento de manutenção de suas belezas cênicas, buscando influenciar a
visitação cobrança de taxas e o pagamento por serviços ambientais prestados
parecem ser mecanismos bem aceitos pela população local, além de poderem ser
igualmente aplicados em outras unidades de conservação no Brasil.
Desse modo, a valorização das belezas cênicas se dá por meio de serviços
ambientais, uma vez em que o conceito de serviço ambiental está intrinsecamente
ligado ao de valoração ambiental, a atribuição de um valor monetário a algum recurso
ambiental só é possível se este gerar, de alguma forma, uma mudança de bem-estar
para a população, o valor econômico dos recursos ambientais é derivado de todos os
seus atributos e, segundo, que estes atributos podem estar ou não associados a um
uso (VEIRA, 2014b).
A beleza cênica de uma área de natureza preservada é uma forma de serviço,
ainda que seu consumo não implique em nenhuma perda para o recurso, e não tenha
sido cobrado nenhum preço para tal, a valoração ambiental busca, então, expressar
em unidades monetárias a importância desse serviço, independentemente da
existência ou não de um preço de mercado (VIEIRA, 2014b).

2.4 SISTEMA OPERACIONAL

O sistema operacional Android foi desenvolvido pela Android, Inc., a qual foi
adquirida pelo Google em 2005. Em 2007, foi formada a Open Handset Alliance™
23

para desenvolver, manter e aprimorar o Android, trazendo inovação para a tecnologia


móvel, melhorando a experiência do usuário e reduzindo os custos (DEITEL, P.;
DEITEL, H.; WALD, A, 2016).
Além disso, há outros dispositivos que funcionam com Android, embora não se
comparem, em quantidade, com os citados anteriormente. São eles: relógios, MP3
players, computadores, netbooks e até mesmo aparelhos de TV (FEOLA, 2011).
O Android foi projetado principalmente para dispositivos móveis com tela
sensível ao toque, como smartphones e tablets. O sistema possui mais de 1 bilhão de
usuários. Segundo dados do IDC, o Android foi responsável por 85,00% das vendas
de smartphones em 2017, seguido pelo iOS da Apple com 14,7% e logo após pelo
Windows Phone com 0,1% (IDC, 2018).
Uma peculiaridade interessante do Sistema Operacional Android é permitir que
aplicativos sejam desenvolvidos por terceiros, tendo a possibilidade de disponibilizá-
los para download na sua loja virtual Play Store, sendo esta uma loja criada para servir
de repositórios de aplicações Android como: Jogos, tocadores, leitores, e etc. Onde o
desenvolvedor da aplicação escolhe um preço a ser cobrado por cada download ou
disponibiliza gratuitamente o acesso à aplicação (SILVA, 2012).
O Sistema Operacional desenvolvido pelo Google permite uma total integração
com todos os serviços desta empresa desde acessos a mapas, controles de voz,
compras com cartões de créditos através de conta Google, dentre outros (SILVA,
2012).

2.5 USO DE APLICATIVOS MOBILE PARA EDUCAÇÃO

O aplicativo mobile, assim como os celulares estão cada vez mais populares e
se tornaram tão importante nos últimos anos que não se pode deixar despercebido o
impacto causado nos usuários dessas ferramentas (PORTO, 2018), uma vez em que
ele pode ser usado como recurso pedagógico. Essa bagagem tecnológica que o aluno
traz para a escola deve ser considerada, já que ele passa a maior parte de seu tempo
navegando na internet, usando MP3 e iPods, falando no celular, obtendo informações
por todos esses suportes (JUNQUER; CORTEZ, 2010).
Existem diversos métodos para inovar a metodologia de ensino. Dentre eles,
utilizar tecnologias em sala de aula é uma poderosa ferramenta para atingir tal fim,
pois, a cada dia, a tecnologia se torna cada vez mais acessível (PEREIRA; COELHO,
24

2017). Um exemplo é o Edmodo, um aplicativo gratuito que facilita a interação e


conexão entre os educadores e alunos, pois permite o envio de mensagens, trabalhos
e confere os eventos quando os alunos estão fora da sala de aula. Além disso,
professores podem enviar alertas para os alunos e até armazenar as notas (DÂMASO,
2014).
A importância de a entidade acadêmica possuir um aplicativo se dá por trazer
inúmeras vantagens, como: facilidade de uso, menor custo de acesso, melhor uso dos
recursos disponíveis, acesso off-line (GABELINI, 2017). O uso da tecnologia favorece
a interação entre os alunos ao fazerem atividades em pares ou grupos, a internet
permite que todos expressem seus conhecimentos e deem opiniões, o que traz à tona
a experiência prévia dos alunos, o que os motiva ainda mais, pois sentem-se parte
ativa e importante do processo de aprendizagem (INSPIRA, s.d.).
Um ponto muito importante da junção entre tecnologia e educação são as
ferramentas de trabalho que podem ser implantadas. O dia a dia de
professores e alunos podem melhorar e muito com esse suporte. Elas
oferecem recursos que agilizam tarefas e ajudam na organização de
arquivos. Dentre alguns exemplos dessas ferramentas pode-se citar
ferramentas de apresentação, de armazenamento e alguns editores de
vídeos. Lembrando que o uso desses dispositivos tem a função de conciliar
tecnologia e educação a fim de melhorar o desenvolvimento em sala dos
alunos e professores (GABELINI, 2017).

Segundo Mercado (2002), com as novas tecnologias da informação abrem-se


novas possibilidades a educação, exigindo uma nova postura do educador. A escola
é um espaço privilegiado de interação social, mas esse deve interligar-se aos demais
espaços de conhecimentos fazendo pontes tornando um novo elemento de
cooperação e transformação.
Como o aplicativo de educação ambiental, desenvolvido no estado do Espirito
Santo com o intuito de propor uma nova ferramenta no processo de ensino-
aprendizado junto à educação ambiental, por meio de uma trilha ecológica com um
aplicativo na plataforma Android com leitor de código de barras, recolhendo então
dados previamente catalogadas em banco de dados das espécies dentro da REBIO
Sooretama (ROCHA; CRUZ; LEÃO, 2015).
Buscando com o uso de um dispositivo móvel para complementar as ações do
educador ambiental frente aos novos desafios educacionais, trazendo maiores
possibilidades de interação, comunicação, participação, troca e colaboração entre os
25

envolvidos, viabilizando assim a criação de comunidades de aprendizagem com a


integração da tecnologia (ROCHA; CRUZ; LEÃO, 2015).

3 METODOLOGIA
3.1 COLETA E OBTENÇÃO DE DADOS

Os dados necessários para essa pesquisa foram realizados como cunho


exploratório e descritivo, sendo inicialmente coletados por meio do site do Ministério
Público do Amapá onde está contido o atlas das unidades de conservação do Estado
do Amapá objetivando resgatar e informar a importância das unidades de conservação
como espaços fundamentais para a proteção do patrimônio natural e cultural existente
em território Amapaense (ICMBIO, 2008).
Além disso, foi realizado uma revisão bibliográfica em sites, artigos científicos,
dissertações, teses, bem como coleta de informações nos órgãos oficiais do governo
como Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBIO), e Secretaria de Estado de
Meio Ambiente do Amapá (SEMA).
A análise de dados tem cunho qualitativo, para interpretar e compreender o
levantamento de dados das UCs do Amapá e repassados por meio da aplicação
mobile, aprofundando conhecimentos das mesmas, criando então um banco de dados
para lapidar o grande volume de informação bruta coletada e interpretar da melhor
maneira possível para disposição aos acadêmicos e a população de interesse
Tendo em vista que se há necessidade de divulgar as informações das
unidades de conservação do Amapá, que ainda possui dificuldade de divulgação das
UCs, logo foi necessário a realização de uma aplicação mobile de cunho informativo.

3.2 ANÁLISE DE DADOS

Para padronização das informações a serem mantida no aplicativo adotou-se o


modelo de banco de dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Cadastro
Nacional das Unidades de Conservação (CNUC), onde nesse sistema são
apresentadas informações como:
26

• Nome da unidade;
• Bioma;
• Jurisdição;
• Área;
• Diploma legal de criação;
• Ecossistema;
• Objetivos da unidade;
• Municípios Abrangidos;
• Estados Abrangidos;
• Possui Plano de Manejo;
• Espécies Endêmicas de Flora;
• Espécies Endêmicas de Fauna;
• Descrição da Vegetação;
• Descrição do Relevo;
• Descrição do Solo;
• Descrição de Geografia;
• Descrição da Hidrologia;
• Visitação;

Baseado nesse modelo de informações apresentadas, foi realizada a aplicação


mobile para estar em conformidade com um banco de dados nacional.

3.3 CONFECÇÃO DE ICONES E LOGOTIPO

Para a criação de ícones e logotipos foi utilizado o programa Adobe Photoshop


CS6. Utilizando as dimensões de 250x250 para ícones e logotipos no formato png,
para a dimensões da tela splash, foi utilizado as dimensões de 750x1334 no formato
png.

3.4 SOFTWARE WEB KODULAR

Após a coleta de dados bibliográficos foi necessário que se realizasse uma


aplicação, onde foi toda desenvolvida em um software web com código aberto, que
permite criar aplicações no sistema operacional Android em um navegador web. O
Kodular versão 1.2.1 Chamaeleon é um construtor drag-and-drop (arrastar e soltar)
27

para criação de aplicativos Android com aparência nativa e recursos interativos, tudo
é feito através de uma interface visual com os componentes e conexões disponíveis.
Possuindo componentes principais como: Componente (Figura 1) e blocos
(Figura 2). No primeiro componente é possível criar toda a interface de usuário
adicionando componentes de imagens, botões, textos e componentes interativos
como Mapas. No componente bloco (Figura 3) é onde fica a programação da
aplicação, com uma temática mais simples de produção para programadores
iniciantes, e bastante sofisticadas para programadores experientes com o uso de
funções e variáveis.
Figura 1 - Paleta de componentes para a criação de interface de telas em software
web kodular.

Fonte: Autor, 2018


28

Figura 2 - Paleta de blocos para programação de draganddrop

Fonte: Autor, 2018

Figura 3 – Programação em blocos no kodular

Fonte: Autor, 2018

A partir destes recursos, a aplicação foi desenvolvida toda pelo navegador Web
Google Chrome, onde foram utilizados os recursos de:
• Horizontal Arrangement – Um elemento de formatação no qual permite
colocar elementos que devem ser exibidos da esquerda para direita.
• Vertical Arrangement - Um elemento de formatação no qual permite colocar
elementos que devem ser exibidos de cima para baixo ou vice-versa.
• Table Arrangement - Um elemento de formatação no qual permite colocar
elementos que devem ser exibidos na forma de tabela.
29

• Space – Um componente visível que pode ser usado para criar intervalos em
componentes em layouts de uso geral.
• Button – Componente com a capacidade de detectar cliques.
• Label– Componente de exibição de texto.
• Image – Componente de exibição de imagens.
• View Flipper – Componente para animação entre duas ou mais imagens.
• Web Viewer – Componente para visualizar páginas da web.
• Notifier – Componente invisível que exibe diálogos e mensagens temporárias.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A proposta de desenvolver um aplicativo mobile surgiu da necessidade de se


ter informações acerca das UCs do Amapá, esta aplicação está relacionada com a
disponibilidade de informações legais e públicas que estão disponíveis no CNUC e no
ATLAS das unidades de conservação e áreas protegidas do Amapá, para que sejam
acessadas de forma rápida e prática.
Dessa forma, as UCs que geralmente estão em lugares dispersos, com
dificuldades de acesso que tem o Amapá por mais que seja um estado pequeno, é
imprescindível a comunicação e informações destas unidades. Uma vez em que para
que haja tal informação se é necessário um meio de comunicação que resulta de um
processo de manipulação e organização de dados.
A partir dos objetivos deste trabalho, foram utilizados recursos de tecnologia da
informação para a solução dos problemas em questão. Dentre estes recursos de TI
encontram-se a criação de aplicativos em sistemas operacionais (SO) Android, uma
vez em que o mercado mobile já está consolidado no mercado e é uma grande
ferramenta de acesso à informação.
É muito importante que o desenvolvedor Android conheça e saiba usar bem os
recursos. Com um melhor aproveitamento dos recursos é possível desenvolver
aplicativos de alta qualidade e aproveitar melhor os dispositivos (CORDEIRO, 2014).
Inicialmente para a criação da aplicação foi feita a divisão em dois estágios que
se dividem entre a confecção do layout/designer da aplicação e programação em
blocos.
O designer da aplicação é o que por muitas vezes determina se o usuário do
sistema operacional Android irá baixar o aplicativo ou não, e de como ele se comunica,
30

sendo um dos pilares para atrair o usuário, começando pela logomarca/ícone (Figura
4), para formar a identidade visual e assinatura institucional.

Figura 4 – Logomarca/ícone da aplicação para formar identidade visual e atração de


usuários

Fonte: Autor, 2018


Sendo de fundamental importânciapara construir a identidade visual e
estratégica da aplicação antes mesmo de o usuário baixar a mesma, tanto quanto ao
nome da aplicação, se tornando uma logomarca memorável e ao mesmo tempo
representando o significado por meio das cores e textos. Dessa forma para a criação
da aplicação são necessários dois estágios que se dividem entre a confecção do
layout/designer da aplicação e programação em blocos.
A criação interface de usuário (Primeira etapa) pode ser entendida como um
artefato que pode trazer consequências positivas e negativas para a situação atual
(BARBOSA; SILVA, 2010), e entender as preferências e as dinâmicas da rede de valor
e, sobretudo, por que as suas ações devem conseguir modificar ou conferir novos
valores aos produtos através de suas intervenções (CELASCHI apud MORAES, D.
2008).
O designer também é a representação da aplicação quanto sua usabilidade, e
padrão de navegação o que aplica visualmente um conceito de como essa aplicação
irá se comportar, para o sucesso de um aplicativo é essencial sua qualidade e
usabilidade, mas, para isso é necessário que a aplicação tenha um nome para ser
indicador na hora do usuário saber qual aplicativo baixar, para tanto a aplicação foi
nomeada UCAP: Unidades de Conservação do Amapá.
Assim como também se deve considerar o uso de cores, o que dá um aspecto
instantâneo no usuário de qual tipo de aplicativo foi realizado download. O uso de
31

cores não se trata de uma questão de tendência ou estética, as cores possuem raízes
fortes na comunicação, o que implica um significado para cada cor, nesta aplicação
foi utilizado a cor verde.
Para Borges (2016), o verde está associado à natureza, tranquilidade e saúde.
Embora tenha uma forte ligação com a riqueza e com dinheiro, no marketing é usado
para acalmar os clientes.
A confecção inicial é feita pela tela padrão (Figura 5A) denominada pelo
Kodular como Screen1, nessa tela são adicionados os componentes para adequação
e visualização. É necessário que se utilize a paleta de layouts para que a aplicação
tenha um corpo, sendo possível adicionar os componentes visíveis dentro do corpo
da aplicação, foi adicionado vertical arrangement com height (altura) fillparent e width
(largura) fillparent, ou seja, ambos estarão preenchidos completamente, em seguida
foi utilizado um table arrangement com três linhas e duas colunas.
Após ter adicionado todos os botões e imagens arrastando e soltando na
posição desejada usando componentes de designer (Figura 5B), onde ainda não há
uma imagem e sim um espaço para o componente, sendo necessário que vá em
propriedade do componente para adicionar a imagem (Figura 5C), após foi utilizado a
segunda parte da criação da aplicação, sendo a programação em blocos (Figura 6)
para que esse layout seja compatível com qualquer smartphone e teblet com
polegadas de telas diferentes tamanhos.
Figura 5 ABC – A - Tela padrão para criação de interface de usuário; B - Adição de
layout, componentes de botão e imagem; C - Imagens adicionadas aos componentes
de botão e imagens

Fonte: Autor, 2018


32

Figura 6 - Programação em bloco no Kodular para permitir o uso de tamanhos iguais


de botões em diversas polegadas de tela de aparelhos celulares e tablets

Fonte: Autor, 2018

O Kodular assim como outros softwares web com base de programação em


blocos aconselham que toda aplicação deve conter até 10 screens (10 telas), afim de
deixar a aplicação o mais leve possível. Seguindo uma lógica simples onde são 19
unidades de conservação e mais 6 screens de informações demonstrado na figura
6C, o que iria totalizar 25 screens, algo muito acima do recomendado.
Dessa forma foi utilizada uma técnica de visibilidade, onde se pode usar
diversas screens em apenas uma, com a utilização do componente da paleta de layout
e componente vertical arrangement, colocando logo abaixo de outro componente de
vertical arrangement (Figura 7), adicionando os componentes de tela de forma normal
como uma nova screen.
33

Figura 7– Técnica de visibilidade para aproveitamento ao máximo das screens


recomendadas pelo software web kodular

Fonte: Autor, 2018

Após adicionada mais um componente vertical arrangement para a tela de


unidades de conservação, assim como também a adição de um Button para retornar
para o vertical arrangement principal por meio da programação em blocos (Figura 8)
para chamada de cada vertical arrangement, que foi determinada através de ações
de clique para cada botão e seu respectivovertical arrangement.
Figura 8 – Programação em bloco com uso do componente logic para deixar visível
ou não o componente vertical arrangement

Fonte: Autor, 2018


34

Esta programação segue a lógica de quando realizada a ação de clique por


meio do bloco de Control representada na cor laranja, no componente Button
(btn_ucs), renomeado para facilitar o reconhecimento dos componentes, se utilizou o
bloco de Logic visible do componente vertical arrangement para selecionar o mesmo
(tela_principal), e utilizando o mesmo componente LogicTrue, para que haja um
retorno booleano verdadeiro. No componente vertical arrangement (Ucs) faz-se o
mesmo processo, o que irá diferenciar é que o retorno booleano do componente
Logicserá false.
Em outras palavras, quando ocorrer a ação de clique no botão de unidades de
conservação o vertical arrangement (tela_principal) irá ficar invisível, enquanto o
vertical arrangement (Ucs) irá ficar visível. Para o botão de retornar exemplificado na
figura 8, segue a mesma lógica de programação, com o retorno booleano invertido.
A construção das Screens de unidades de conservação foi dividida em três
telas, sendo elas: Unidade de Conservação (Figura 9A); UCs de Proteção Integral
(Figura 9B) e UCs de Uso Sustentável (Figura 9C). Cada botão contém uma tela
especifica para sua utilização. A divisão das unidades de conservação seguiu a Lei nº
9.985, de 18 de julho de 2000 – Sistema Nacional de Unidades de Conservação-
SNUC.
Abrindo a tela de UCs de proteção integral, o usuário irá se deparar com uma
lista de todas as 07 unidades, clicando na Estação Ecológica do Jari, contendo
imagens da unidade em forma de controle deslizante, assim como toda a informações
da mesma como: Nome; jurisdição; bioma; objetivos; descrição de espécies, relevo,
hidrografia e visitação (Figura 10A).
Assim como também como na tela de UCs de uso sustentável, o usuário irá de
depara com uma lista de 12 unidades, clicando na Reserva Extrativista do Rio Cajari,
onde contém imagens da unidade também na forma de slider, assim como
informações já vista na ESEC Jari (Figura 10B).
35

Figura 9 ABC – A – Conceito de unidades de conservação e seus tipos de utilização;


B- Lista de unidades de conservação de proteção integral; C- Lista de unidades de
conservação de proteção integral na aplicação mobile

Fonte: Autor, 2018


36

Figura 10 AB – A - Informações e imagens da UC de proteção integral ESEC Jari; B – Informações e imagens da UC de uso sustentável
Resex Cajari

Fonte: Autor, 2018


37

Knorr-Cetina e Amann (1990), afirmam que, embora os filósofos, historiadores


e sociólogos da ciência tenham considerado a escrita como a parte central da
atividade científica, na verdade, o foco de muitas atividades não é o texto, mas as
imagens. Não apenas a utilização de imagens junto a texto verbal é de grande
importância nas ciências naturais, se é utilizado imagens tais como mapas,
fotografias, diagramas, tabelas, fórmulas, entre outras (POZZER-ARDENGHI; ROTH,
2005).
Sendo então uma forma de comunicação, por ser um recurso visual como forma
de transmissão de conteúdo, criando uma experiencia com imagens ricas junto ao
texto informativo dialogando com capacidades cognitivas do usuário, porém, para a
maior fixação é necessário que se faça revisões sobre o assunto abordado na
aplicação, por exemplo, o uso de jogos lúdicos.
Uma forma de chamar atenção de usuários, e torna um ambiente de
aprendizagem é realização de jogos. O jogo sempre esteve presente em diferentes
culturas, o homem, adulto,criança, idoso ou adolescente, sempre fez uso do jogo,
geralmente com finalidade lúdica, mas não somente com essa finalidade (KIYA. 2014),
a utilização de jogos como forma de aprendizado é de grande contribuição para a
compreensão das informações dessas UCs despertando interesse do usuário.
Em uma década tão vivenciada pela tecnologia, ainda se há preconceito sobre
o uso de novas tecnologias para auxiliar a tomada de decisão no ensino e na
aprendizagem, principalmente se essas tecnologias forem com o uso de aparelhos
celulares. A tecnologia é grande aliada da educação, logo, para o conhecimento de
unidades de conservação em um âmbito acadêmico se é fundamental a utilização
deste recurso.
Para Rau (2007), toda prática pedagógica deve proporcionar alegria aos alunos
no processo de aprendizagem. Nesse sentido, o jogo assim como forma de manter o
usuário com mais cliques na aplicação para testar seus conhecimentos, também é
uma forma de auxiliar o usuário da interação de informações com o processo de
aprendizagem de forma descontraída.
Assim como, se tem grandes exemplos de aplicativos como o: Perguntados,
que é um jogo em estilo de Quiz online, onde o usuário aprende de forma lúdica e
motivadora, para Mantilla e Alves (2015) jogos bem elaborados e explorados podem
atingir diferentes objetivos que variam desde o simples treinamento até a construção
de um determinado conhecimento.
38

Como também tem o Kahoot, que se trata de uma aplicação de criação de


questionários que podem conter figuras ou vídeos, com perguntas de múltiplas
escolhas, que permite aos educadores e estudantes investigar, criar, colaborar e
compartilhar conhecimentos (COSTA, 2016). Este com usos mais em salas de aula,
algo muito comum nas escolas dos Estados Unidos, como uma espécie de programa
de TV com um jogo de vídeo game.
Dentro da aplicação, também tem uma tela inspirada nesses tipos de
aplicativos em Quis (Figura 15), para que toda informação vista em todas as 19 UCs
do Amapá sejam uma ferramenta para fixação dessas informações, e como forma de
aprendizado de forma lúdica e demonstrando potencial pedagógico.
Figura 11- Quiz das unidades de conservação do Amapá como ferramenta de
fixação de informações

Fonte: Autor, 2018

Dessa forma,o fluxograma da aplicação (Figura 16) exemplifica a


funcionalidade de cada Screen para onde cada ação de clique pode chegar, e
mostrando os procedimentos de abertura de telas.
39

Figura 12 - Fluxograma de funcionalidades da aplicação mobile UCAP: Unidades de


conservação do Amapá

Fonte: Autor, 2018


Desse modo, o usuário conhecerá as belezas cênicas dessas unidades,
entendendo que estas paisagens são o que compõe todo este ecossistema e
diversidade de espécies presentes em cada local do Estado do Amapá em uma
aplicação mobile. Todas essas informações são de grande importância para o público
de interesse, em especial o acadêmico, como uma nova forma de pesquisa.
Segundo Sica e Bortolini(2007), na sociedade contemporânea, onde o fluxo de
informações é demasiadamente grande, há a necessidade de se aplicar estratégias
de modo que os alunos possam refletir, (des)(re)construir conhecimento, de forma a
aplicar as noções de autonomia e de coletividade, conjuntamente.
Podendo ser alternativas do ensino da didática em sala de aula como
necessidade de introdução de novas tecnologias, algo que não é novo, e que vem de
esforços públicos e privados para a educação do aluno, como também, na formação
do professor (SICA; BORTOLINI, 2007), esses desafios expressam os limites e as
possibilidades da área do campo do conhecimento e disciplina escolar no currículo
dos cursos de formação do professor (OLIVEIRA, 1997).
Por conseguinte, a aplicação mobile demonstrou que se pode levar
informações das unidades de conservação, assim como imagens das belezas cênicas
aos usuários de smartphones e demonstrar através da aplicação como estão as UCs
40

do Amapá, quais as informações estão disponíveis e quão belas são as paisagens


nelas encontradas.
Robert S. Taylor escreveu um livro cujo título é Value-added Processes in
Information Systems, ele explicava que o processo de transformar dados sem nenhum
significado em informação útil é um processo que agrega valor (KIELGAST;
HUBBARD, 1997).
O que significa que, proporcionar acesso as informações das unidades de
conservação do Amapá para os usuários dessa forma de acesso agregam valor as
unidades, pois, os usuários conseguem de forma prática a informação de que
precisam.
A síntese de informações reunidas dentro da aplicação UCAP, consistiu em
reunir informações de forma significativa para o usuário, ao modo que possa externar
valor, sintetizar e padronizar informações, assim promovendo a valorização das
unidades de conservação do Amapá.
Todavia a pesquisa bibliográfica estudada apontou que há carência de
informações para com as unidades de conservação do Amapá, em especial as UCs
de jurisdição Municipal e Estadual ficando condicionadas a má distribuição de
informações, onde não se há uma uniformidade de dados, no qual esses ainda são
genéricos, fato que se deve a qualidade de gestão e gerenciamento que mantém uma
relação grande com a disponibilidade destas informações.
Refletindo na falta de um banco de dados público destas unidades de
conservação do Amapá, dificultando a circulação de informações entre a comunidade
científica e a população local, o que torna oportuno para a entrada deste aplicativo
neste ramo de sustentabilidade e gestão ambiental da Unidades de conservação do
Estado.
No entanto ainda é necessário que pesquisas sejam retomadas em trabalhos
posteriores uma que a versão beta do aplicativo ainda apresenta limitações ao criar
diversas telas, deixando a aplicação pesada, no sentido que necessite grande
processamento do aparelho celular, não sendo viável a utilização em aparelho com
menos de 2 Gigabytes de RAM, além de não apresentar mais opções de designer
diferentes.
41

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o desenvolvimento desta aplicação, foi possível que a mesma


oferece opções básicas de consulta de informações destas unidades. Pode-se dizer
que o produto tem a capacidade de atender a demanda para o qual foi criado, além
de se enquadrar bem no ramo de aplicativos.
Para tanto, com a criação da aplicação mobile com as informações e belezas
cênicas das unidades de conservação do Estado do Amapá, por meio da listagem e a
descrição de cada UC a aplicação pode auxiliar o seu valor, uma vez em que se tem
muitas informações de todas as unidades em uma única plataforma, ou seja, a
aplicação apresenta potencial para que o público de interesse agregue valor
apresentado na informação.
A aplicação com informações e diversas belezas cênicas conseguiu mostrar
como se encontram as UCs do Amapá e qual as características de cada uma das 19
unidades, para mais também foi evidenciado na pesquisa bibliográfica que o uso de
aplicações mobile justifica e facilita a agilidade das informações, por ser um meio mais
fácil e rápido de facilitar uma pesquisa, contribuindo para agregar valor e reconhecer
a importância das unidades de conservação do Amapá.
Nesse contexto a versão de beta estará disponível no Google Play Store, assim
que for oficializado o pedido de patente da aplicação junto ao departamento de
pesquisa e extensão do Instituto Federal do Amapá, em caso de pedido de acesso a
versão beta da aplicação deve-se entrar em contato com autor por meio do e-mail:
tenorio.lourran@gmail.com
42

REFERÊNCIAS

ALLEGRETTI, Fernando; AMAPÁ, Ministério Público. Unidades de conservação do


estado do amapá. Macapá, AP: Tramas e Eco design, 2011.
AMAPÁ, Secretaria de Meio Ambiente do. Áreas protegidas do Estado do Amapá.
Macapá, AP: CGTIA, 2012.
AMAPÁ. Lei nº 1.028, de 12 de julho de 2006. Dispõe sobre a criação e gestão da
Floresta Estadual do Amapá, e dá outras providências, Macapá, 2006.
BARBOSA, Simone Diniz Junqueira; SILVA, Bruno Santana de. Interação Humano
Computador. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
BORGES, Francisco. App Design e a importância da cor. Yeeply, 2016. Disponível
em: <https://pt.yeeply.com/blog/app-design-e-importancia-da-cor/>. Acesso em: 15
de dezembro de 2018.

BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o,


incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências, 2000.
Ministério do Meio Ambiente, Brasília. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/sbf/dap/doc/snuc.pdf>. Acesso em: 15 de maio de
2018.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. SNUC – Sistema Nacional de Unidades de


Conservação da Natureza: Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; Decreto nº 4.340,
de 22 de agosto de 2002; Decreto nº 5.746, de 5 de abril de 2006. Plano Estratégico
Nacional de Áreas Protegidas: Decreto nº 5.758, de 13 de abril de 2006. Brasília:
MMA, 2011. 76 p.
CAROTA, M. Cabo Orange, sítio Ramsar desde 2013. MMA, 2015. Disponível em:
<http://mma.gov.br/index.php/comunicacao/agencia-informma?view=blog&id=706>
Acesso em: 06 de maço de 2018.

CHAGAS, Marco Antônio A. Unidades de conservação do amapá: Cenário atual e


prospectivo. Congresso brasileiro de unidades de conservação. Vol. II. Curitiba:
IAP: Unilivre: Rede nacional pró unidade de conservação, 1997. Pág. 159-166.

CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL DO BRASIL. Corredor de Biodiversidade do


Amapá. BELEM: Conservação Internacional, 2009.
CORDEIRO, Fillipe. Recursos do sistema android. Android Pro, 2014. Disponível
em: < https://www.androidpro.com.br/blog/desenvolvimento-android/recursos-do-
sistema-android/> Acesso em: 08 de dezembro de 2018
COSTA, Gisele. Kahoot!: Um game show em sala de aula. Giselda Costa, 2016.
Disponível em: <http://www.giseldacosta.com/wordpress/kahoot-um-gameshow-em-
sala-de-aula/> Acesso em: 10 de dezembro de 2018

DALVA, ROSA. O Amapá Planeja o Plano de Comunicação para as Unidades de


Conservação Estaduais. SEMA, 2016.Disponível em:
<http://www.sema.ap.gov.br/det2.php?id=10488> Acesso em: 10 de maio de 2018.
43

DÂMASO, L. Tecnologia na educação: professores adotam apps e computadores


em aula. Techtudo, 2014. Disponível
em:<http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/10/professoras-adotam-
aplicativos-e-computadores-em-sala-de-aula-no-brasil.html> Acesso em: 08 de
março de 2018.

DEITEL, P.; DEITEL, H.; WALD, A. Android 6 para programadores: uma


abordagem baseada em aplicativos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2016.

DRUMMOND, José Augusto; DIAS, Teresa Cristina Albuquerque de Castro; BRITO,


Daguinete Maria Chaves. Atlas das Unidades de Conservação do Estado do
Amapá. Macapá: MMA/IBAMA-AP; GEA/SEMA, 2008.
FEOLA, M. O que é Android?. Android Pit, 2011. Disponível em:
<https://www.androidpit.com.br/o-que-e-o-android-399384> Acesso em: 27 de maio
de 2018.
GABELINI, L. Tecnologia e educação: inovações para revolucionar o ensino. Use
Mobile, 2017. Disponível em:<https://usemobile.com.br/tecnologia-e-educacao/>
Acesso e: 08 de março de 2018.

HASSLER, Márcio Luís. A importância das Unidades de Conservação no Brasil.


Sociedade & Natureza, p. 79-89. Uberlândia, 2005.

IDC. SO Smarphones. IDC, 2018. Disponível em:


<https://www.idc.com/promo/smartphone-market-share/os> Acesso em: 27 de maio
de 2018.
INSPIRA, P. Conheça os benefícios e a importância do uso da tecnologia na
educação. Programa Inspira, Sd. Disponível
em:<http://www.programainspira.com.br/blog/conheca-os-beneficios-e-a-
importancia-do-uso-da-tecnologia-na-educacao/> Acesso em: 08 de março de 2018.
JUNQUER, Â. C.; CORTEZ, E. D. As diversas mídias e o uso do celular na sala de
aula. V Seminário Nacional O Professor e a Leitura do Jornal. São Paulo, 2010.

KIELGAST, Soeren; HUBBARD, Bruce A. Valor agregado à informação - da teoria à


prática. Ciência da Informação, Brasília, 1997. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
19651997000300007> Acesso em: 10 de fevereiro de 2018.
KIYA, Marcia Cristina da Silveira. O uso de Jogos e de atividades lúdicas
comorecurso pedagógico facilitador da aprendizagem. Paraná: Secretaria de
Estado da Educação, 2014.

KNORR-CETINA, K; AMANN, K. Image Dissection in Natural Scientific Inquiry.


Science, Technology and Human Values, n. 15, p. 259-283, 1990.
LOVEJOY, T. E. 2006. Protected areas: a prism for a changing world. Trends in
ecologyandevolution,vol21, nº3, 329‐333.
MANTILLA, Samira Pirola Santos; ALVES, Nathalia Costa. Potencial educativo do
jogo Perguntados. Revista cientifica em educação a distância. Rio de janeiro.
DOI: https://doi.org/10.18264/eadf.v5i1.
44

MERCADO, L. P. Novas tecnologias na educação: reflexões sobre a prática.


Maceió: EDUFAL, 2002.
MORAES, Dijon de. Design e Complexidade. Estudos Avançados em Design.
Caderno 2. UEMG, 2008.
MORAES, Emmanuel V. Hugo. Cadernos de Estética Aplicada. Revista Eletrônica
de Estética. Nº 3, setembro/dezembro 2007. Disponível em:
<http://www.revistaviso.com. Acesso em: 23 de maio de 2018.
MOTTA, R. S. Manual para valoração econômica de recursos ambientais. Rio de
Janeiro: IPEA/MMA/PNUD/CNPq, 1997. 254p

OECO. O que é o SNUC. OECO, 2014. Disponível


em:<http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28223-o-que-e-o-snuc/> Acesso
em: 26 de fevereiro de 2018.
OLIVEIRA, Maria Rita Neto Sales. Desafios na área da didática. In: Alternativas no
ensino da didática. 9 ed. Campinas, SP: Papirus, 1997.
PAVIS, Patrice. Dicionário de Teatro. São Paulo: Perspectiva, 1999.
PEREIRA, G. H; COELHO, A. Aplicativos móveis para fins educacionais: A utilização
do aplicativo e-inst para contribuição no ensino da instrumentação industrial.
Tecnologias na educação,Ano 9-Número/Vol.19. 2017.
PORTO, F. Aplicativos mobile: Definições, história e previsões. Tec Triade Brasil,
2018. Disponível em: <http://tectriadebrasil.com.br/blog/mercado-de-midias-sociais-
blog/aplicativos-mobile-definicoes-historia-e-previsoes/> Acesso em: 09 de março de
2018.

POZZER-ANRDENGHI, L; ROTH, W. M. Potographs in lectures: gestures as


meaning-making resources. Linguistics and Education, 15: 275-293, 2005.
RAU, M. C. T. D. A ludicidade na educação: uma atitude pedagógica. Curitiba:
Ibpex, 2007.
ROCHA, L. A. Gomes, CRUZ, F. de Mendonça, LEÃO, A. Lopes. Aplicativo para
educação ambiental. XI Fórum Ambiental da Alta Paulista, v. 11, n. 4, 2015, pp.
261-273

SANTOS, Antônio Silveira Ribeiro dos. Beleza Cênica: Um patrimônio natural. A


Última Arca de Noé, 2014. Disponível em: <
http://www.aultimaarcadenoe.com.br/beleza-cenica-patrimonio-nat/> Acesso em: 05
de maio de 2018.

SANTOS, José E. (et. al). Faces da Polissemia da Paisagem: Ecologia,


planejamento de percepção. Vol. 1. São Carlos: Rima, 2004.

SEMA. Unidades de Conservação. Macapá: Governo do Estado do Amapá, 2007.


SICA, Fernando Cortês; BORTOLINI, Neide das Graças de Souza. Educação e
Informática: Um diálogo essencial. Ouro Preto. Universidade Federal de Ouro
Preto, 2007
45

SILVA. Fabricio Correia da. Desenvolvimento de Aplicativo Android para auxílio


da polícia militar em blitz. Trabalho de Conclusão de Curso (Sistemas de
Informação). Centro Universitário Luterano de Palmas, 2012.
TOZZO, R. A.; MARCHI, E. C. Unidades de conservação no brasil: Uma visão
conceitual, Histórica e Legislativa. Meio Ambiente e Sustentabilidade, p. 508-223,
2014.

VIERA, Lucimar de F. dos Santos. A valorização da beleza cênica da paisagem


do bioma Pampa do Rio Grande do Sul: Proposição Conceitual e Metodológica.
Tese de Doutorado (Tese em Geografia). Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, 2014.
VIERA, Lucimar de F. dos Santos; VERDUM, Roberto. A paisagem como leitura da
beleza cênica, organização e o uso do espaço rural do Pampa.In: Dinâmicas do
espaço agrário: velhos e novos territórios: NEAG 10 anos. p. 101-126
46

ANEXOS

ANEXO A – Exemplo de levantamento de dados de unidades de conservação de


proteção integral

Nome da unidade: Reserva Biológica do Lago Piratuba


Bioma: Amazônia
Jurisdição: Federal
Área: 392.469, 1100 hectares
Diploma legal de criação: Dec nº 84.914 de 16 de junho de 1980
Ecossistema:
Coordenação regional / vinculação: CR4 – Belém
Endereço / cidade / uf / cep: Rua rio Araguari, Beira Rio – Cutias/AP CEP: 68.973-
000
Objetivos da Unidade: Preservação integral da biota e demais atributos naturais
existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações
ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas
alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio
natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais
Municípios Abrangidos: Amapá (AP), Pracuúba (AP), Tartarugalzinho (AP)
Estados Abrangidos: Amapá
Possui Plano de Manejo: Não
1.1.1 Fatores bióticos

Espécies Endêmicas de Flora: Sem informações


Espécies Endêmicas de Fauna: Sem informações
Descrição da Vegetação: É caracterizada pela presença de formações pioneiras em
diferentes estágios de sucessão, sujeitas a intensos processos de inundações e secas
periódicas, sendo a faixa litorânea fortemente marcada pela influência marinha e a
ocorrência de extensos manguezais, cujo maior desenvolvimento ocorre na região dos
lagos, entre a vila do sucuriju e o lago Piratuba. A dominação ou não da siriúba é
condicionada pela volumosa água doce do rio Amazonas. Foi registra a ocorrência de
534 espécies, cujos hábitos incluem arvores, arbustos, ervas, lianas, epífitas e estipes,
distribuídas 124 famílias e em quatro fitofisionamiasazao: manguezal, campo
47

inundável, floresta de várzea e floresta de transição. O levantamento de pteridófitas


de demonstrou baixa diversidade florística (47 espécies), principalmente em razão de
área apresentar grande parte dos ambientes permanentemente ou periodicamente
alagados, enquanto os ambientes de terra firme apresentam maior diversidade
específica seja nessa região ou em diferentes ecossistemas. Entretanto, o
levantamento possibilitou vários primeiros registros de pteridófitas para o Amapá. O
potencial etnobotânico da flora da região dos Lagos do Amapá foi também
inventariado, sendo identificadas 146 espécies das quais 30% são utilizadas para
construção (madeira); 29% com fins de saúde (medicinas); e 21% como alimentos.
Os manguezais são compostos por 32 espécies, distribuídas em 29 gêneros e 21
famílias, sendo que somente 5 espécies são exclusivas dos manguezais, entre elas
Avicennia germinans, Rhzophora mangle, Rhizophora SP, Laguncularia racemosa, e
Acrostichum aureum. Esse elevado número deve-se a associação com as espécies
típicas de várzea, assim como a presença de número muito grande de plantas
herbáceas aquáticas inventariadas em um manguezal alterado pelo fogo. Os Campos
inundáveis, nas formas herbáceas e arbustiva, ocupam os terrenos aluviais nos quais
não há influência da salinidade do mar e existem impedimento a drenagem. Sofrem o
efeito das inundações periódicas e a cobertura vegetal, com abundância de
gramíneas, ciperáceas e outras macrófitas aquáticas, apresenta variações locais, a
depender do maior ou menor grau de inundação. Apresentam grandes variações
sazonais da composição florística em razão da precipitação. Foram identificadas 81
famílias e 228 espécies, com predominância de macrófitas aquáticas. As espécies
mais frequentes foram: Pistia stratiotes, Salvinia auriculara, Annona glabra,
Hydrocotyle SP., Nymphaea, e Rhizophora SP. Nas florestas de várzea foram
identificadas 62 famílias e 142 espécies, sendo compostas principalmente por
taperebá Spondias mombin, Bocageopsis multiflora, munguba Pseudobombax
mumorana Paquira aquática, assacurana Paquira aquática, assacu Hura crepitans,
ingá cipó Inga edulis, Taxi Tachigalia paniculata, assacurana Erytrina fusca, mututi
Pterocarpus santalinoides, genipapo Genipa americana, ucuúba Virola surinamensis,
e no sub-bosque, por taboca Guadua glomerata, Zygia latifólia, Ardisia panurensis,
cafezinho Palicourea corymbifera, Palicourea marcgravii, canafiz Costus arabicus,
mata fome Paulinia pinnata e verônica Dalbergia monetária, além das palmeiras
murumuru Astrocaryum murumuru, marajá Bactris marajá e açaí Euterpe oleracea.
Dentre essas, as mais frequentes são: uvinha Cordia tetrandra, assacu Hura
48

crepitans, canafiz costus arabicus, Taboca Guadua glomerata e mata fome Paulinia
pinnata. Nas florestas de transição no entorno da reserva Biológica do Lago piratuba
foram identificadas 74 famílias e 267 espécies. Por serem as únicas áreas altas ou de
terra firme (tesos) na região, são muito utilizadas para desenvolvimentos das
atividades agropecuárias. Por conseguinte, estão mais susceptíveis aos impactos de
origem antrópica. Nessa fitosionamia é encontrado o cipó-titica Heteropsis sp., que
vem sofrendo grande pressão pelo seu alto valor comercial.
1.1.2 Fatores abióticos

Descrição do Relevo: A Reserva Biológica do Lago Piratuba e seu entorno localizam-


se na Planície Costeira, sendo caracterizada como uma faixa de ocorrência de
sedimentos recentes do ponto de visita geológico e que compreende
aproximadamente 25% da área do Estado do Amapá. A Planície Costeira foi
subdividida em dois domínios morfológicos, tendo como referência o rio flechal. Ao
Norte, a origem é predominantemente marinha, ao sul, os processos fluviais são
determinantes na evolução, sujeitos a ação do sistema de dispersão amazônico. No
domínio Sul da Planície Costeira do Amapá, são reconhecidas feições resultantes de
processos erosivos e deposicionais, tanto atuais quanto mais antigas. Os Terraços de
Abrasão, Lagos e Planícies de Maré dominam as formas atuais, enquanto os
paleocanais e paleodeltas são os registros morfológicos mais antigos. Em que pese o
dinamismo das macromarés, das fortes correntes e da pororoca, a planície costeira
amapaense possui um processo evolutivo de estreita relação com a evolução
geológica e tectônica regional. Nesse contexto, merece destaque a região dos lagos
do Amapá grande e a foz do rio Araguari, ou seja, justamente onde se localiza a
Reserva Biológica do Lago Piratuba. A região dos lagos do Amapá ocorre sobre
meandros e partes de antigas drenagens formando um mosaico de áreas rebaixadas
com formas variadas (lagos) e interligadas por canais de comunicação (regos). O
sistema pode ser diferenciado por três grandes cinturões lacustres de acordo com a
evolução geológica-geomorfológica: oriental, meridional e ocidental. Na região da
Reserva Biológica do Lago Piratubba, foram identificas também as seguintes
unidades, geomorfológicas: &#61556; Planícies Fluviomarinhas: localizadas na
margem atlântica, as proximidades do rio Macarry, limite nordeste da unidade de
conservação. Formadas por barras arenosas que gradativamente são anexadas aos
continentes e sofrem a influência diária das marés. Em sua retaguarda, forma-se
49

pequenas extensões de campos salinos. &#61556; Planícies Fluviosestuarinas;


ocupam o baixo curso do rio Araguari e estão submetidas as marés semidiurnas e aos
processos erosivos relacionados a pororoca. Pela grande mobilização de sedimentos
disponibilizados pela erosão, auxiliam na formação de ilhas no baixo curso do rio
Araguari, representam as áreas contígas a margem direita do rio. São áreas
rebaixadas e bastante localizadas que mostram baixos terraços e são propícias a
colmatação. &#61556; Planícies Fluviais antigas: representam as regiões mais
internas da porção sul da de entorno da unidade de conservação. Estão sujeitas a
ação das marés de sizígia e mostram vários meandros abandonados. Ocorre
significativa degradação pela atividade bubalina. &#61556: tabuleiros Costeiros:
Localizam-se as imediações do lago novo, no entorno da unidade de conservação, e
representam sedimentos de coloração avermelhada em terraços esculpidos no grupo
Barreiras. São áreas dessecadas resultantes do aprofundamento de drenagem em
relevos tabulares e de interflúvios tabulares.
Descrição do Solo: Na região da Reserva Biológica do Lago Piratuba ocorrem solos
hidromórficos, os quais são muitos jovens, formados na partir dos sedimentos dos
períodos quartenário. Esses solos formam as Planícies fluviais e fluviomarinhos da
região e são subdivididos em: Laterita Hidromórfica, Hidromóficos Gleyzados,
Hidromóficos Indiscriminados e indiscriminados de Mangue. São solos influenciados
pelo regime hídrico por meio do lençol freático, chuvas e marés, e relacionados com
os manguezais, áreas deprimidas inundáveis e várzeas ribeirinhas. Os solos
hidromórficos possuem desenvolvimento incipiente e são afetados por erosão e
deposição frequentes. Todavia, os solos do tipo Laterita Hidromórfica têm baixa
fertilidade natural e alumínio em excesso, alem de serem frequentemente mal
drenado. Alem da concentração de alumínio em parte dos solos da região da Reserva
Biológica do Lago Paratuba, ocorrem condições elevadas de sais solúveis nos
ambientes litorâneos. Os sais solúveis contribuem de forma definitiva para o processo
de especialização, manifestado principalmente pelo endemismo da flora; de modo que
os manguezais constituem a maior evidencia do processo de seletividade imposto
pela salinidade a vegetação. Os solos que ocorrem na região da Reserva Biológica
do Lago Piratuba têm características bastante particulares por estarem associadas
em áreas baixas (várzeas compôs inundáveis e manguezais), sob a influência direta
de alagamentos diários e sazonais, promovido pela ação das marés e pela alta
pluviosidade da região. Apenas na porção sudoeste das áreas de entorno da unidade
50

de conservação ocorrem solos associados a um grupo barreiras (terra firme). A


vulnerabilidade natural erosão implica na análise integrada da dinâmica natural de um
determinado ambiente, a partir do grau de coesão das rochas e história de evolução
do ambiente geológico, análise morfométrica, grau de desenvolvimento do solo, e
estrutura e densidade da vegetação; sendo um indicador de grande importância para
avaliar os ricos de transformação das condições primitivas. A região da Reserva
Biológica do Lago Piratuba possui um nível moderadamente a erosão, classificado
como vulnerabilidade natural altamente limitante. Trata-se de um ambiente muito
frágil, caracterizado por estado diferente de formação e evolução, regulado pelos
processos morfogenéticos da planície fluviomarinha e submetidos a inundações
periódicas e permanentes. De modo geral, as fitofisionamias que se enquadram nessa
situação são os manguezais (ao longo da linha de costa e estuário litorâneo), floresta
de várzea em áreas ribeirinhas e ambientes fluviolacustres com fases florestadas e
campestres.
Descrição da Geologia: A geologia da região da Reserva Biológica do Lago Piratuba
está diretamente relacionada à evolução ocorrida durante o quaternário recente
(Holoceno), a qual propiciou a formação de uma extensa planície costeira,
desenvolvida às margens de terrenos terciários representados pelo Grupo Barreiras e
com uma forte dinâmica influenciada por processos fluvioestuarinos, fluviomarinhos e
lacustres. Além disso, a hidrodinâmica relacionada às correntes fluviais e de maré são
predominantes em todo o processo geológico de formação dessa planície, juntamente
com os processos meteorológicos sazonais. Na região da Reserva Biológica do Lago
Piratuba, foram definidas as seguintes unidades geológicas: 1. Terciário: Grupo
Barreiras, ocorre em uma estreita faixa de norte a sul do Estado do Amapá, na
transição para a Planície Costeira, de modo que é encontrado no entorno da Reserva
Biológica do Lago Piratuba, na porção sudoeste, às margens do lago Novo e como
pequenas ilhas entre o lago Novo e o lago Comprido de Cima. 2. Quaternário:
Depósitos de Planície Fluvioestuarina 1, sendo os mais expressivos na Reserva
Biológica do Lago Piratuba e seu entorno. Ocorrem nas áreas de campos inundáveis
e são influenciados pelas marés, sendo totalmente inundados durante o período
chuvoso e inundados parcialmente no período seco, somente nas marés de sizígia.
Na porção noroeste (rio Macarry), apresentam características diferenciadas, com
sedimentação de influência marinha, reforçada pela vegetação, indicativo de um
campo salino. Nessa porção, ocorrem paleocanais, associados a assoreamento,
51

colmatação e avulsão de canais. 3. Quaternário: Depósitos de Planície Fluvioestuarina


2, ocorrem nas margens do rio Araguari e outras drenagens sob influência direta da
maré. São atingidos diariamente pela maré em suas bordas e completamente durante
as marés de sizígia. Durante o período chuvoso, são completamente inundados.
Esses depósitos formam a porção mais elevada (levées) nas margens das principais
drenagens que ocorrem na Reserva Biológica do Lago Piratuba e seu entorno, em
função do processo sedimentar atuante. 4. Quaternário: Depósitos de Planície
Fluvioestuarina e Fluviomarinha, situados ao longo da costa, estão associados às
áreas sob influência mais direta da salinidade. São caracterizados por sedimentos
pelíticos (argila e silte), nas áreas onde predomina a vegetação de manguezais, e por
sedimentos síltico-arenosos a arenosos em áreas onde os processos dinâmicos são
mais intensos, formando bancos, barras e planícies arenosas em áreas de acresção
e assoreamentos, ou seja, nas margens e meios de canais. Nesses depósitos, é
fundamental o papel da maré em todo o processo sedimentar, pois atua diariamente
através da grande ocorrência de canais de maré, carreando uma grande quantidade
de sedimentos para as porções mais internas da planície. 5. Quaternário: Depósitos
Lacustres, ocorrem na Reserva Biológica do Lago Piratuba e seu entorno, sendo
caracterizados por sedimentação pelítica típica de lagos e por depósitos ricos em
matéria orgânica, que variam de poucos centímetros a metros.
Descrição da Hidrografia: Os principais cursos d’água que drenam a Reserva
Biológica do Lago Piratuba são os rios Araguari, Tartarugal Grande e Macarry. O
oceano Atlântico banha o leste e o norte da unidade de conservação e destacam-se
os igarapés dos Camaleões, do Retiro, da Vista Alegre, das Piranhas, do Tabaco e os
Cinturões Lacustres Oriental e Meridional. A maior concentração de lagos dentro do
domínio sul da planície costeira, está localizada entre o Rio Amapá Grande e a região
imediatamente ao norte do rio Araguari. Nessa área, foram identificadas três subáreas
principais de concentração: cinturão lacustre ocidental, cinturão lacustre meridional e
cinturão lacustre oriental. Apesar de muitos autores assumirem a hipótese de que os
lagos tenham sido formados em antigas depressões ou lagunas, a análise dos
sensores remotos e a avaliação dos documentos históricos mostram que os lagos dos
cinturões lacustres podem ocupar meandros de antigas drenagens. A extraordinária
quantidade de paleocanais cujas cicatrizes foram preservadas durante a evolução
geológica da área sugere tratar-se de remanescentes de antiga planície fluvial
continental de grande extensão, desenvolvida durante períodos de mar baixo. As
52

redes de drenagem são bem definidas, e podem ter sido retrabalhadas em períodos
subsequentes de mar alto e/ou remodeladas através de eventos de reativação
tectônica. As feições anômalas registradas através da paleorede de drenagem são
indicativos de modificações de nível de base. As paleodrenagens mostram
orientações gerais NNE-SSW e N-S. A vegetação de várzea, concentrada nos antigos
levées, é um importante indicador para a identificação das paleodrenagens,
demarcando com precisão as antigas margens dos rios. O cinturão lacustre meridional
é formado pelos lagos dos Botos, Comprido de Cima, Lodão, dos Ventos, Grande ou
Mutuco e Comprido de Baixo, assim distribuídos de oeste para leste, respectivamente.
Os lagos deste cinturão mostram uma orientação nítida dos lineamentos regionais,
com direções predominantemente N-S e NE-SW e E-W. Possuem formas variadas,
mas, em sua maioria, apresentam o comprimento maior na direção N-S. Exceção é
feita ao Lago Comprido de Baixo que mostra alongamento na direção E-W. Esse
cinturão lacustre interliga a Região dos Lagos com o baixo curso do rio Araguari
através do igarapé do Tabaco. Nessa região, ações de origem antrópica provocaram
alterações significativas no ambiente, ameaçando a perenidade do sistema como um
todo. O cinturão lacustre oriental compreende os lagos Piratuba, Trindade, Escara,
Maresia, dos Gansos, entre outros, com disposição geográfica próxima à linha de
costa. O lago Piratuba se apresenta sob a forma de um S com o comprimento maior
no sentido NE-SW. Sua porção sul assemelha-se ao formato de uma bota. Quando
visto em perspectiva, sua aparência sugere tratar-se de um resto de drenagem cuja
continuidade em direção ao continente é o cinturão lacustre meridional.
Pluviosidade: 3.000
Temperatura Máxima: 32
Temperatura Média: 28
Temperatura Mínima: 24
Altitude Máxima: 10
Altitude Mínima: 0
1.1.3 Visitação

Visitação: Sem informações


53

ANEXO B – Exemplo de levantamento de dados de unidades de conservação de uso


sustentável

Nome da unidade: Reserva Extrativista do Rio Cajari


Bioma: Amazônia
Jurisdição: Federal
Área: 532.397,20 hectares
Diploma legal de criação: Dec nº 99.145 de 12 de março de 1990
Ecossistema: Floresta densa de terra firme e floresta densa aluvial.
Coordenação regional / vinculação: CR4 – Belém
Endereço / cidade / uf / cep: Rua Hamilton Silva, 1570 – Santa Rita – Macapá/AP –
CEP: 68.906-440
Objetivos da Unidade: Promover o uso sustentável dos recursos naturais renováveis
pela população extrativista residente, conservando a biodiversidade e protegendo os
meios de vida e a cultura dessa população.
Municípios Abrangidos: Mazagão (AP), Laranjal do Jari (AP), Vitória do Jari (AP).
Estados Abrangidos: Amapá
Possui Plano de Manejo: Não
1.1.1 Fatores Bióticos

Espécies Endêmicas da flora: Não há registro até o momento, mas pesquisas


específicas sobre fitossociologia e diversidade botânica são escassas na RESEX
Cajari. Além disto, deve-se considerar que algumas áreas da UC têm acesso difícil,
ainda não tendo sido alvo de estudos botânicos.
Espécies Endêmicas da fauna: A despeito de não haver endemismos somente para
a RESEX, a mesma se localiza na região do Escudo das Guianas, que é uma Centro
de Endemismo. Há informações para avifauna e herpetofauna.
AVES: Phaethornismalaris (besourão-de-bico-grande); Percnostolarufifrons
(formigueiro-de-cabeça-preta); Myrmecizaferruginea (formigueiro-ferrugem).
HERPETOFAUNA: Leposoma guianense; Atelopusspumarius; Arthrosaurakockii;
Iphisaelegans. Há também uma espécie de anfíbio (Pristimantischiastonotus), que é
endêmica do Amapá. A lista deve estar subestimada, pois deve-se considerar que
algumas áreas da UC têm acesso difícil, ainda não tendo sido alvo de estudos
faunísticos. Ressalta-se que um morador da região do lago do Ajuruxi, região do Médio
Cajari, indicou já ter capturado exemplares de um poraquê (peixe-elétrico do gênero
54

Electrophorus) branco - sendo que não há descrição, neste gênero, de espécies com
esta coloração. Contudo, o tema necessita de estudo, incluindo esforço de coleta.
Descrição da vegetação: Um levantamento rápido (RAPELD), efetuado em 2008, na
região da comunidade Marinho, localizada na região do Alto Cajari, obteve o seguinte
quantitativo de espécies: mamíferos não-voadores: 15; mamíferos voadores: 26; aves:
155; anfíbios: 13; répteis: 28. Contudo, a RESEX ainda carece de estudos mais
abrangentes e de maior duração no que tange à ornitologia (aves), mastozoologia
(mamíferos), ictiologia (peixes) e entomologia (insetos), de forma que pode-se indicar
que ainda há grupos com riquezas subestimadas - principalmente os invertebrados.
Outro estudo sobre mamíferos, também executado no Marinho, mas durante um ano
completo, obteve uma riqueza de 40 espécies; em pesquisa efetuada em 2006, foi
detectada a ocorrência de 118 táxons de anfíbios e répteis (herpetofauna) na RESEX.
1.1.2 Fatores Abióticos

Descrição do Relevo: Segundo mapa de declividade, há intervalos de classe que


variam desde <10 m a 11-30 m na região do Baixo Cajari, até as classes 61-120 m e
<120 m, no Alto Cajari, principalmente, sendo que está última é praticamente restrita
à região noroeste da RESEX.
Descrição do Solo: A maior extensão é do Latossolo Amarelo, mas também ocorrem
o Gleissolo, Hidromórficos, Latossolo Vermelho-Amarelo, Plintossolo e o Podzólico
Vermelho-Amarelo.
Descrição da Geologia: A região apresenta as seguintes sequências geológicas:
Formação Curuá, Formação Trombetas e Formação de Barreiras e Aluviões do
Quaternário. Em virtude da proximidade da foz do rio Amazonas, a área está sujeita
aos efeitos das marés, sendo que as altas criam um efeito de inundação das terras
baixas e depositam sedimentos sobre as margens do canal do norte e nas terras mais
baixas no interior da RESEX. Não há registro de cavidades naturais subterrâneas.
Descrição da Hidrografia: A RESEX é drenada pelas bacias dos rios Cajari e Ajuruxi,
do igarapé Tambaqui e outros pequenos cursos d´água. Todas as suas águas se
dirigem ao canal do norte do rio Amazonas. O rio Cajari, em alto e médio curso,
apresenta solos com características de drenagem incipiente e a planície aluvial
favorece o acúmulo de água e a formação de terraços alagados, chamados "várzeas"
pelos moradores da região. No baixo curso, o rio Cajari e outros corpos d´água
55

confundem-se com as áreas de depósito aluvionário do canal do norte, formando


meandros, diques, furos, paranás e lagoas.
Pluviosidade:2.115
Temperatura Máxima: 32
Temperatura Média:25
Temperatura Mínima:20
Altitude Máxima:130
Altitude Mínima: 4
1.1.3 Visitação

Visitação: Sem informação

Potrebbero piacerti anche