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Mari Scotti

DEVOÇÃO EM FAMÍLIA
Família Hallinson – conto
Um conto sobre família. Pai. Amor.
Copyright ©2017 de Mari Scotti
Todos os direitos reservados. É proibido o armazenamento ou a reprodução de qualquer parte
desta obra – física ou eletrônica –, sem a autorização prévia do autor.

Capa: Mari Scotti


Dedico ao meu pai, Ricardo, por me inspirar a escrever famílias tão amorosas e unidas quanto os
Hallinson e por me mostrar que apoio e amor são nossa maior dádiva. Pensei nos nossos melhores
momentos por dias, talvez tenha sido o motivo que este conto demorou a ser finalizado, porque
percebi que os nossos melhores momentos são todos os que passo com o senhor perto de mim. Sem
seu apoio, sua compreensão, seu amor, ensinamentos e paciência, eu não seria quem sou hoje.
Obrigada por ter dedicado sua vida a nos ensinar a ser pessoas de bem, melhores, honestas e que
seguem a Deus. Eu te amo! Feliz dia dos pais!

Mari Scotti
Capítulo único
Samuel Hallinson

Há dias que parecem destinados a ser péssimos. Um pássaro a piar mais alto nos
despertando; um talher que escapa da bandeja a caminho da sala de jantar; o dejejum mais frio
que o necessário ou exacerbadamente insosso. Cada mínimo acontecimento aumentando a ira, o
cansaço, tirando a calma e a beleza de uma manhã ensolarada em meio ao outono invernal.
Este dia iniciou-se exatamente pessimista.
Rosalina não estava ao meu lado no leito. Meus chinelos esconderam-se, provavelmente
entre destroços agora, vítimas de nosso filhote de Pastor Alemão, o Duque. Em homenagem ao meu
irmão. A carroça com as entregas matinais estava com a roda enferrujada, causando um som
incomodo e irritantemente alto, obrigando-me a abrir os olhos antes mesmo das galinhas.
Para somar, o banho estava frio e o café morno e fraco.
Onde estaria Rosalina tão cedo? Rotineiramente, despertávamos juntos, fazíamos amor
mansinho e saboreávamos o dejejum perto das oito da manhã. Não me recordava de ter acordado
depois dela em manhã alguma desde que nos casamos.
― Vossa lady, onde está? – Questionei Jonathan quando me entregou o jornal.
Ele não alterou a postura, apenas colocou as cartas ao meu lado e soprou as palavras,
como se estivesse preparado para a pergunta.
― Saiu antes do amanhecer em companhia de vossa irmã, lady Georgina.
Franzi o cenho. As duas tornaram-se boas amigas após o casamento e nenhuma delas seria
imprudente de sair antes do amanhecer sem avisar aos maridos. Arthur saberia? Bebi o café e
reprimi uma reclamação.
― Informou seu destino?
― Não senhor. – O encarei, sério como imaginava que meu pai ficaria se soubesse que
mamãe saiu sem avisar. Ainda madrugada. – Talvez a senhora Crawn tenha a resposta, pois
preparou uma cesta para levarem.
― Pergunte e me traga a informação.
Ele confirmou levemente com a cabeça e saiu.
Não havia qualquer notícia interessante no jornal; nas colunas de fofocas encontrei mais
especulações sobre a amizade de meu irmão, o futuro Duque, Isabel e a recém-chegada, Catarina
Acker. Alguns diziam que ele se casaria com Isabel de quem era sócio, outros que minha cunhada
era responsável por apresentá-lo à francesa Catarina. Nenhum deles sabia, de fato, a verdade.
Nem mesmo nós, sua família.
Fechei o jornal e suspirei com força. Houve um tempo em que acreditei ser apaixonado por
Isabel, que minha felicidade estava com ela, agora eu tinha minhas teorias em relação ao novo
envolvimento da donzela com nossa família e, pela inquietude de Gregório, ele não estava em um
bom momento com os Acker. Esperava que se resolvesse como me resolvi.
― Foram à modista, senhor. – Jonathan informou assim que entrou no ambiente.
― Novamente?
Ele fez que sim.
Há menos de um mês minha esposa havia encomendado um novo conjunto de vestidos para
diversas ocasiões, também novos adereços para as nossas noites. A moda não mudaria tão
rapidamente necessitando de novos vestidos! Minha renda era boa agora, mas não sobreviveria a
visitas mensais à modista. Precisaria alertá-la disto. Logo.
― Obrigado.
O mordomo deixou-me lendo o jornal e partiu para cumprir com seus afazeres. Em poucos
minutos parti da Casa das Rosas para seguir ao escritório do melhor advogado da cidade, o
senhor Kenyon que continuava me ensinando o ofício.
O dia passou como um borrão. Enquanto ajudava nossos clientes, pensava na falta que
minha esposa fez em meu dia e no rombo que faria em minhas economias, também me recordava
da tristeza que via em seus olhos mensalmente ao descobrir que não esperava um filho. A semana
de sua indisposição mensal estava próxima e talvez fosse também o motivo do meu mau humor.
Desejávamos um filho, não pela cobrança da sociedade por um herdeiro, mas para perpetuarmos
nossa felicidade.
― Samuel? – Observei meu irmão se aproximando e lhe sorri, levantando-me. – Como está?
― Bem e você? – Ele me abraçou, serviu-se de um copo com água e se sentou na poltrona
à frente da minha mesa. Acomodei-me também.
― Desconfortável. Posso esconder-me com você por algumas horas?
Sorri.
― O que aconteceu?
Ele bebeu a água e fez uma careta, observando o copo como se fosse um inimigo.
― Cedo demais para o álcool? – Levantou-se ao perguntar, jogou a água em um copo
vazio, serviu-se de licor e voltou a se sentar. Esperei-o beber um gole, sorrindo por seu estado de
espírito, ao menos alguma diversão eu teria em meu dia. – As Acker me enlouquecerão.
Um sorriso ainda maior surgiu em meus lábios.
― Todos desejam descobrir qual delas é seu compromisso secreto.
Ele bufou.
― Não há um compromisso secreto, apenas... – Gregório me encarou, bebeu novamente e
eu sabia que ele mudaria o assunto assim que cruzou as pernas e me fitou com ar debochado. –
As mulheres se uniram nesta manhã, soube?
― Georgie e a Rosa foram à modista. É disto que está rindo? Da minha desgraça
financeira?
Ele negou e riu entre um gole e outro.
― Georgie, Rosalina, Isabel, Catarina, nossa mãe, a Marquesa, todas foram a modista.
Franzi o cenho.
― Até a minha sogra? – Ele concordou. – Há uma festa matinal que não soubemos?
― Creio que saberemos em breve.
Sorri do mesmo modo que ele ao desconfiar de algo que o atingiria.
― Ou preparam o vestido matrimonial de uma das donzelas Acker. – Ele quase cuspiu a
bebida, empertigou-se e se levantou; por seu semblante eu soube que esta hipótese não havia
passado por sua imaginação. Não segurei o riso. – Qual era a sua teoria?
― Mais um daqueles bailes temáticos que nossas irmãs começaram a fazer desde que
decidiram que não precisam de uma temporada para dar jantares ou festas.
― Ser um Hallinson possuí algumas vantagens, dentre elas a de ditar novas regras.
Ele concordou.
― Será que elas contaram?
― Elas?
― Catarina e Isabel. – Ele fez uma careta. – Deixe, certamente é algo que envolve as
casadas, irmão, elas estavam animadas demais ontem durante o chá.
Não consegui formar qualquer teoria sobre o motivo de todas as mulheres de nossa família
se unirem, antes mesmo do amanhecer, no atelier da modista.
― Henriqueta também foi. – Gregório falou de repente.
― Algum plano para esta noite?
― Não creio, mas teremos um jantar em Bousquet na sexta-feira.
Em dois dias. Respirei bem fundo e encarei a bebida dele. Por mais que eu também
precisasse de álcool circulando por minhas veias, consegui manter a sanidade e não me levantei em
busca de um copo de gim. Quando nossas mulheres se uniam algo importante acontecia. Sempre.
Haveria um casamento, um batizado, um baile em busca de uma esposa para o Gregório ou
Romoaldo. Talvez até um concerto da família Acker para apresentarem à Isabel e sua prima mais
opções que o futuro Duque.
― Talvez queiram te ajudar a se livrar das fofocas com as Acker.
Ele assentiu, também perdido em pensamentos.
― O casamento também é uma opção, Samuel. Eu tenho uma licença de casamento comigo,
sem o nome da esposa. Se papai me representar, ele pode nomear uma esposa e eu teria de
cumprir com minha honra e me casar.
― O papai está envolvido?
Ele se levantou deixando o copo no aparador.
― Vou descobrir.
Vesti minha casaca e o segui, não precisava avisar sobre meu paradeiro ao Juiz, mesmo
assim, informei ao escrivão que retornaria em breve.
Gregório entrou em seu cabriolé e me acomodei como pude, segurando-me para não me
machucar, pois atiçou os cavalos com tanta fúria, que eles tomaram as ruas de Madascocia como
um vendaval.
― Calma, Gregório, papai não vai fugir.
― Se ele pensar que está tomando a decisão que vai me fazer feliz, vai fugir sim. Até que
não haja escapatória para mim.
― Acha que ele o prometeu em casamento para a Isabel?
Ele franziu o cenho e me encarou.
― Por que ele a escolheria?
Dei de ombros.
― Vocês ficam bem juntos. Ela é uma mulher bonita, limpa, educada. É uma lady por
nascimento. Tem dote. Um bom dote. Nossa família depende dos Acker em muitos negócios.
Ele riu.
― E isso é o mais importante em um casamento?
Eu diria que ele a amava, mas eu jamais fui capaz de perceber o sentimento dos outros.
Georgie era apaixonada por nosso primo desde a adolescência e eu só percebi quando
estávamos a caminho do casamento dela. O mesmo com Henriqueta. Demorei a confiar que era
digno do sentimento de Rosalina e, com certeza, estava equivocado em relação aos sentimentos de
Isabel por meu irmão. A felicidade em seu rosto dava-se ao fato de ele ser responsável por
permitir que ela, solteira, fosse sócia em um comércio. Ainda mais, que fosse a pessoa a cozinhar
para a sociedade, como uma mera serviçal.
Não a julgávamos, pois fomos criados para aceitar as escolhas dos nossos semelhantes,
porém a sociedade os massacrava por essa decisão; motivo que constantemente os comprometiam
em suas fofocas e jornais.
Chegamos ao hospital rapidamente. Minhas mãos ardiam por segurar firme as cordas do
cabriolé.
Papai estava atendendo um paciente quando entramos. Gregório ignorou a reprimenda em
seu olhar, eu, no entanto, parei à porta e aguardei ser convidado a entrar.
― O senhor me comprometeu, pai?
O‘Brian, um senhor com mais de setenta anos e parcialmente surdo, sorriu ao me ver e eu
sabia que não havia compreendido a pergunta de Gregório ou teria demonstrado interesse. Papai
continuou examinando o ouvido do homem enquanto respondia.
― Qual o assunto, Gregório?
― O senhor assinou algum contrato de casamento em meu nome?
Papai riu e me olhou rapidamente, cumprimentando-me com um aceno de cabeça.
― Não assinei um contrato de casamento, você assinou?
Ele engasgou.
― Assinei, mas...
Papai se ergueu totalmente, ficando alguns palmos mais alto que meu irmão. Gregório
pareceu encolher.
― E me acusas?
Ele respirou fundo, passou a mão em seus cachos ruivos e me olhou. De repente seu olhar
ficou mais irritado e então, debochado.
― Você conseguiu virar o jogo! Deixou-me preocupado quando minha intenção era
preocupa-lo! Seu verme.
Sorri, pois minha intenção era apenas tirar a apreensão de meus ombros, mas estava feliz
por ter confundido meu irmão como ele constantemente me confundia.
― Quem escolheria se as vestissem de noiva, levassem ao altar e mandassem que
decidisse?
Gregório franziu os lábios.
― Nenhuma delas. Existem mais damas solteiras em nossa província, Samuel, não preciso
escolher uma das duas.
Assenti, sorrindo.
― Óbvio que não.
― Pai, por que as mulheres se encontraram hoje na modista?
Ele sorriu, obviamente conhecendo o motivo de estarmos ali. Deu um tapa no ombro do
senhor O‘Brian e o olhou de frente para que lesse seus lábios.
― Seu tímpano inflamou, tome uma colher disto duas vezes ao dia. – Falou pausadamente.
― Obrigado doutor! – O homem deixou o consultório em seguida, acompanhado da filha
mais velha, Cristiane O‘Brian.
― Ela é solteira. – Gregório apontou.
― Como sua mãe era quando nos conhecemos. – Papai indicou a idade da moça.
Apesar de vista como solteirona devido sua avançada idade, tinha a face de uma dama e
um sorriso perturbadoramente inocente. Como se tivesse parado no tempo, com rosto jovial e corpo
maduro.
― Ela parece boba.
― Gregório! – Falamos ao mesmo tempo. Papai continuou. – Ela é dedicada ao pai, foi
muito bem-criada, mas não tem a malícia que as outras possuem. Seria uma boa esposa.
― Não fuja do assunto. O senhor sabe por que elas se encontraram? – Ele insistiu.
― Para prepararem o jantar de sexta.
Olhei meu irmão.
― Se é um jantar familiar, qual o motivo de encomendarem novos vestidos? – Perguntei.
― Os vestidos serão necessários, mas para apenas uma delas. As outras foram opinar.
Havia tanto conhecimento no semblante do meu pai que precisei desconfiar novamente de
um futuro casamento entre Gregório e uma das solteiras que as acompanharam à modista.
― Quando saberemos desse segredo? – Ele perguntou.
― Em breve. Agora deixem-me trabalhar.
Fizemos como ele mandou. Gregório pareceu-me mais perturbado que o seu normal,
durante todo o trajeto de volta até meu escritório nada falou, não debochou ou riu de alguma
fofoca com nosso nome. Deixou-me e partiu em silêncio.
A tarde arrastou-se mais uma vez e entre processos e reuniões, mal percebi quando
retornei para casa, exausto e ainda curioso.
Não era um bom sinal não ter recebido notícias de minha esposa o dia todo, pior ainda
quando cheguei e não fui recebido por ela como de costume. Algo grande iria acontecer, podia
sentir em minhas entranhas. Só esperava que não arruinasse a vida de meu irmão.
Após preparar-me para o jantar, desci para o escritório da Casa das Rosas para verificar
alguns desenhos de meus novos experimentos. Possuíamos encanamento nos cômodos principais
facilitando o escoamento da água após os banhos. Meu desejo era um mecanismo que levasse a
energia elétrica das ruas para dentro da casa também, pois a iluminação das velas e lamparinas
era precária perto da lâmpada que haviam espalhado pelo centro de Madascócia. Uma invenção,
sem dúvidas, de um gênio.
― Samuel?
Ouvi-a à porta de meu escritório e me voltei para sua voz, abrindo um sorriso sincero ao
vê-la se aproximar.
― Boa noite, onde esteve o dia todo?
Rosalina estava impecável em um vestido verde escuro com lenço dourado escapando do
decote. Os cabelos presos em um emaranhado de cachos. Tão linda que me fez esquecer o dia
horrível e suspirar.
― Nossa família estará conosco em breve, espero que demonstre um pouco mais de ânimo.
– Ela murmurou inquieta.
Ah as cobranças! Faziam parte do dia-a-dia e como meus pais eram discretos quanto às
suas questões, sempre confiei que os olhares apaixonados e sorrisos lascivos eram o que me
esperavam em um casamento. Não estava preparado para os olhares de alerta, as cobranças e
indagações diárias. Assenti compreensivo, pois não estava uma boa companhia nos últimos dias.
― Estarei. – A beijei brevemente nos lábios e segui para a porta. – Um momento, nossa
família jantará conosco?
Ela concordou e sorriu, encaminhando-se para a saída.
Por um instante, vi-a envolta da luz que vinha da janela, do brilho do crepúsculo e lembrei-
me de me apaixonar à beira do rio Llyin. Meu sorriso se alargou involuntariamente. Ela estava
falando quando segurei seu rosto entre as mãos e a beijei devotadamente.
― Eu a amo, Rosalina. – Murmurei, pois, apesar de pensar, e reclamar em meus
pensamentos, eram em momentos como este que eu me lembrava que sem ela, eu seria um
miserável, inútil e infeliz ser humano.
Ela riu com surpresa estampando seu olhar.
― Também o amo, agora venha me auxiliar com os arranjos da recepção. Preciso evitar
objetos pesados.
A segui.
― Avisou-me dessa recepção, Rosa?
― Não, meu senhor.
Estanquei um passo antes de continuar a segui-la.
― É uma surpresa, então?
― Para todos. Convidei suas irmãs, a minha, meu irmão, minha prima e seus respectivos
maridos nesta manhã. Seus pais também.
Respirei fundo.
― Algum motivo especial?
Ela apontou um vaso enorme com peônias, suas flores favoritas e me mostrou aonde deixa-
lo. Obedeci.
― Saberá no jantar, como todos.
A beijei rapidamente no rosto e assenti. Apesar da curiosidade, eu a conhecia bem o
suficiente para saber que não me contaria. Rosalina gostava que seus acontecimentos seguissem
exatamente como planejava, o que fugisse lhe deixava extremamente chateada. Salvo quando
tudo ficava bem no final. Como nosso matrimônio.
Papai e mamãe chegaram em comitiva, seguidos de Gregório, Isabel, Catarina, Romoaldo e
meus sogros, Félix e Margarida Acker. Não demorou muito e recebemos também minhas irmãs e
seus maridos.
― Meus sobrinhos?
― Dormindo, afinal, são crianças. – Georgina respondeu como se fosse óbvio. – Com a
preceptora.
― O jantar está servido. – Rosalina informou.
A lareira da sala de jantar estava acesa, aquecendo não apenas o cômodo, mas muitos
outros devido ao sistema de calefação que meu pai me ajudou a instalar, evitando o gasto
excessivo de madeira.
Levamos pouco mais de trinta minutos para nos acomodarmos ao redor da enorme mesa, eu
na cabeceira como anfitrião, minha esposa ao meu lado e meu sogro na outra extremidade como
forma de demonstração de respeito, mesmo meu pai possuindo um título acima do dele. Era a nossa
forma de demonstrar que os amávamos igualmente, independente de título.
Papai deu a benção e começamos a comer. Meu irmão e eu trocamos vários olhares e
percebi que, assim como eu, ele também fora afetado pela falta de apetite. Foi um dos motivos
que me fez inclinar na direção de Rosalina.
― Meu amor, posso pedir um favor? – Ela me olhou e concordou. – Diga a surpresa, não
consigo comer de ansiedade.
Rosa riu, fitou meu irmão e assentiu compreensiva. Em seguida, levantou-se e chamou a
atenção de todos como se fosse proferir um brinde.
― Todos estão aqui esta noite sem realmente compreender o motivo. As mulheres desta sala
o sabem, mas são fieis e não revelaram. Acredito eu. – Elas riram e concordaram entre si sobre o
segredo. – Percebo que meu marido e meu cunhado estão tão nervosos que mal tocaram no jantar,
em solidariedade a eles, revelaremos o motivo deste encontro repentino.
― Mal posso esperar. – Gregório foi irônico. Isabel cutucou-o com o cotovelo e ele deu de
ombros. – Se isso me afeta, não quero nem saber.
― Gregório. – Mamãe repreendeu-o e ele ficou em silêncio, olhando para a minha esposa.
Rosalina entregou-me uma caixa dourada, envolvida por um laço verde como seu vestido e
fez um sinal para que abrisse o presente. Enquanto a obedecia, ela iniciou sua explicação:
― Sabemos que este momento foi muito esperado e como descobrimos que estar em família
é a nossa maior benção, decidi revelar-lhes ao mesmo tempo. Espero que não o incomode, Samuel.
– Ela se voltou para mim. A caixa estava aberta e dentro havia um pequeno vestido branco. Touca
de amarrar. Meias pequenas. Luvas. Um babador. Mamadeira. Sapatos que cabiam na palma de
minha mão. Meu coração começou a disparar no mesmo instante e não precisei proferir, ela
compreendeu a pergunta quando a olhei. – Sim, Samuel, estou grávida, finalmente! Você será pai.
A emoção não me permitiu ser delicado, larguei a caixa sobre a mesa, empurrei a cadeira
e a abracei fortemente, beijando-a em todos os locais onde havia pele à mostra: rosto, pescoço,
colo, orelhas e seus pulsos lindos.
― Oh meu Deus, você está gravida!
― Sim, sim! – Ela riu entre as palavras, seus olhos estavam marejados quando me encarou.
– Descobri há algumas semanas e preparamos esta surpresa.
― Eu te amo, Rosa! Minha Rosa! – Ajoelhei-me diante dela e beijei seu ventre. – E te amo,
criança.
Nossa família estava um alvoroço, todos intentando felicitar-nos, mas não lhes dei atenção,
não consegui. Se eu tive dúvidas sobre a felicidade naquele dia que pareceu destinado a ser
péssimo, percebi que era apenas por não estar completo. Ter Rosalina, um filho e a minha família
no momento mais especial da minha vida era mais do que felicidade, era uma realização.
Dali alguns meses saberíamos o sexo, carregaríamos a criança, a ensinaríamos,
apresentaríamos à sociedade, daríamos nosso amor e devoção e eu sabia que, apesar de
conhecer seu nome e seu rosto apenas no futuro, aquele pequeno ser já havia me mudado para
sempre.
Não era apenas Samuel Hallinson, marido de Rosalina Acker-Hallinson.
Eu era um pai.
E oraria para ser tão bom como o meu fora para todos nós.
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Vou amar conhecer o que achou da história!


CONTO DA COLEÇÃO FAMÍLIA HALLINSON
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