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PREVENÇÃO E CONTROLE

DE RISCOS, APLICAÇÃO NR
10 E NR 12 - MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS
PROF. JOSÉ TIAGO SOUZA DE LUCCA
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR

Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-reitor:
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional:
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Primeiramente, deixo uma frase de
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios Diagramação:
não vale a pena ser vivida.” Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Cada um de nós tem uma grande
responsabilidade sobre as escolhas que Revisão Textual:
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida Gabriela de Castro Pereira
acadêmica e profissional, refletindo diretamente Letícia Toniete Izeppe Bisconcim
em nossa vida pessoal e em nossas relações Mariana Tait Romancini
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade
é exigente e busca por tecnologia, informação Produção Audiovisual:
e conhecimento advindos de profissionais que Heber Acuña Berger
possuam novas habilidades para liderança e Leonardo Mateus Gusmão Lopes
sobrevivência no mercado de trabalho. Márcio Alexandre Júnior Lara

De fato, a tecnologia e a comunicação Gestão da Produção:


têm nos aproximado cada vez mais de pessoas,
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e
nos proporcionando momentos inesquecíveis.
Fotos:
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a
Shutterstock
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade,
capaz de formar cidadãos integrantes de uma
sociedade justa, preparados para o mercado de
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.

Que esta nova caminhada lhes traga


muita experiência, conhecimento e sucesso.

© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

01
DISCIPLINA:
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS, APLICAÇÃO
NR 10 E NR 12 - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

NR 10 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇO EM ELETRICIDADE
PROF. JOSÉ TIAGO SOUZA DE LUCCA

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
1 - TERMINOLOGIAS E DEFINIÇÕES ........................................................................................................................ 5
2 - NORMA REGULAMENTADORA NR 10 ................................................................................................................ 6
3 - MEDIDAS E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL ....................................................... 8
3.1. MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA ................................................................................................................. 11
3.2. MEDIDAS E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .......................................................................... 12
4 - LEGISLAÇÃO E NORMAS RELATIVAS À PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS ................................ 16
5 - CONCLUSÃO ........................................................................................................................................................ 17

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INTRODUÇÃO
Desde a invenção do primeiro gerador de energia por Nikola Tesla e da invenção da
Lâmpada por Tomas Edson, a busca por distribuição de energia teve um crescimento exponencial
nas cidades, a fim de propagar, principalmente, a iluminação pública. Mais tarde, com a invenção
dos motores elétricos de indução, a energia demandava industrias. Pouco se conhecia sobre
energia elétrica, porém, com a demanda por novas redes de distribuição, a mão-de-obra para a

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implantação desse sistema possuía um alto índice de mortalidade. Estima-se que, naquela época,
seis em cada dez trabalhadores, na área de linhas de distribuição, morriam, ou seja, era ao menos
o dobro da quantidade de mortes do que em qualquer profissão.
Quando à energia elétrica chegou ao Brasil, em 1879, para a implantação de iluminação
pública, há haviam normas. Posteriormente, foi inaugurada a primeira usina hidroelétricas, em
1883, na Diamantina; havia bondes elétricos no Rio de Janeiro, em 1892; sistema de iluminação
pública em Belo Horizonte , em 1897; porém, somente em 1914, a fim de controlar o alto índice
de acidentes fatais, é que foi lançado o primeiro código de instalações elétricas, pela antiga e
extinta Inspetoria Geral de Iluminação, localizada no Rio de Janeiro. Somente em 1977, a ABNT
(Associação Brasileira de normas Técnicas) publicou a NB-3 (Norma brasileira – 3) Baseada
na NFPA-70 (National Eletrical Code), norma internacional vinda dos Estados Unidos. No
Brasil, a norma regulamentadora número 10, tópico de estudo dessa apostila, somente surgiu
após a consolidação das leis trabalhistas no ano de 1978, juntamente com outras 28 normas
regulamentadores no trabalho.
O princípio das NR10 sempre teve como essência controlar os riscos dos trabalhos que
interajam diretamente ou indiretamente as instalações elétricas, para reduzir para zero os índices
de acidentes no trabalho no uso da eletricidade em todas as etapas, ou seja, geração, transmissão,
distribuição e consumo de energia elétrica.

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1 - TERMINOLOGIAS E DEFINIÇÕES
Para a interpretação e compreensão de normas, principalmente a NR10, temos que deixar
claro algumas definições, que podem contribuir para um melhor aprendizado.
• Extra baixa tensão ou tensão de segurança: Os valores de extra baixa tensão são claros
em norma: Tensão inferior à 50 V corrente alternada ou 120 V corrente continua. O termo tensão
de segurança, sendo sinônimo de extra baixa tensão na NR10, é devido pois a passagem de uma
corrente elétrica somente irá ser sentido no corpo humano acima desses valores de tensão.

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• Baixa tensão BT: Baixa tensão são valores acima de 60 V em corrente alternada e 120 V
em corrente continua à 1.000 V corrente alternada e 1.500 V corrente contínua, sendo a faixa de
tensão que fica entre a Extra baixa tensão e a alta tensão.

• Alta Tensão (AT): A definição de alta tensão, segundo a NR10, é um pouco divergente,
pois segundo a ABNT consideraríamos alta tensão instalações elétricas acima de 36.000 V, logo
valores entre 1.000 V e acima de 36.000 V seria média tensão conforme estabelece a NBR14039
– Instalações elétricas de média tensão MT. Porém, conforme descrito na NR10, alta tensão é
instalação elétrica acima de 1.000 V em corrente alternada e 1.500 V em corrente contínua. Já
para efeitos de padronização construtiva, projeto e dimensionamento das instalações temos que
tomar como referência, projetos e parâmetros técnicos da ABNT, já quando os assuntos são
procedimentos de trabalho e controle de risco, consideramos os valores de tensão especificado
na NR10 para AT.

• Área classificada e atmosfera explosiva: As duas palavras por mais que parecidas são
itens diferentes e específicos, onde uma área classificada se diz o local no qual pode haver uma
atmosfera explosiva. Por exemplo: Uma plataforma de armazenamento de botijões de gás é uma
área classificada, porem ela somente irá se tornar uma atmosfera explosiva caso do vazamento de
gás, onde a mistura do mesmo com o ar, a ignição propagasse a combustão.

• Direito de recusa: O direito de recusa é um instrumento no qual podemos classificar


como medida de controle de risco, no qual o executor de uma determinada atividade, no qual o
exponha a risco eminente de si próprio ou de terceiros, tem de recusar de forma assegurada por
lei para evitar quaisquer maiores riscos. Exemplo: A recusa para uma manutenção em um poste
de distribuição de energia, pois começou a chover e os isolamento de proteção irão se perder por
umidade, colocando-o em risco eminente de acidente.

• Energia incidente: É a energia dissipada no momento de uma falha nas instalações


elétricas por circunstancia acidentais, podendo variar seu potencial e tempo de falha de caso a
caso. Para um equipamento interligado a instalações elétricas, quanto maior seu potencial de
consumo e demanda de energia maior será a sua energia incidente, a qual sua unidade é expressa
em Quilo Joules por centímetro cúbico (kJ/cm³).

• SEP: Sistema elétrico de potência é o conjunto de equipamentos elétricos com finalidade


de geração, transmissão e distribuição de energia com valores de demanda de energia elevado
e mais robusto, geralmente em AT. São exemplos de SEP, redes de distribuição de energia,
transformadores trifásicos de potência, medições indiretas de energia, cabine de medição de
energia, entre outros.

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Nesse material iremos discutir sobre a norma regulamentadora nº 10 e


não necessariamente citaremos todos os itens da norma, nesses moldes é
recomendável para qualidade cognitiva desse conteúdo que se leia a norma nesse
módulo na integra, assim acesse o site do ministério do trabalho para um acesso
a norma atualizada. Site ministério do trabalho Disponível em: <<http://trabalho.
gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR10.pdf>. Acesso em: 15 jun. 18.

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2 - NORMA REGULAMENTADORA NR 10
Para melhor compreensão da NR10, devemos inicialmente compreender que ela
pretende atingir objetivamente a segurança em instalações e serviços em cima de todas etapas
que se utilize energia elétrica com valores de tensão superiores a 50 Volts corrente alternada e 120
V corrente contínua, sendo aplicáveis em etapas e fases de Geração de energia elétrica (Usinas
hidroelétricas, fotovoltaicas, biomassa, fotovoltaicas, outros), transmissão de energia (130 kV até
700 kV), Distribuição de energia (Usualmente utilizada no Brasil em 13,8 kV, 34,5kV e 69kV),
incluindo, também, etapas de projetos elétricos, montagem e operação de sistema elétricos e
manutenção de instalações, maquinas e equipamentos elétricos. A NR 10 se aplica a pessoas que
trabalham diretamente e/ou indiretamente com instalações elétricas, desde a montagem de um
quadro elétrico até a utilização do sistema por pessoa não advertida, na simples ação de ligar e
desligar um interruptor de luz ou meramente quem trabalhe em proximidade de eletricidade
mais não necessariamente com energia elétrica, por exemplo: Profissional no qual lança cabos
de fibra óptica em um poste, mesmo que fibra óptica não seja um meio ou equipamento no qual
se trabalha energizado mas se tratando de uma atividade em proximidade de sistemas elétricos
temos riscos a ser avaliados. A NR10 determina condições mínimas de segurança, ou seja, tudo
que é descrito na norma é obrigatório seu comprimento, porem como forma de medidas de
controle, pode ser implementado por medidas adicionais.
Para que um trabalhador possa desenvolver suas atividades nas instalações elétricas, é
importante que tenha em seu currículo o treinamento básico (segurança em instalações e serviços
com eletricidade) de carga horária mínima de 40 horas, que a NR 10 no Anexo II especifica uma
programação mínima dos conteúdos mais relevantes. Para que os trabalhadores tenham contato
com as instalações elétricas em alta tensão, é necessário que seja feito o curso complementar
(segurança no sistema elétrico de potência SEP e em suas proximidades), além do curso básico,
que é pré-requisito. Além do(s) curso(s), faz-se necessário para o trabalhador poder realizar suas
atividades nas instalações elétricas, e que cumpra as exigências ditas pelo item 10.8 (Habilitação,
Qualificação, Capacitação e Autorização dos trabalhadores) da NR 10, que especifica todos os
outros requisitos, em questões de conhecimento técnico e autorizações.
Para que os serviços em instalações elétricas sejam feitos de forma eficaz e mais segura
possível, é importante que seja seguido um procedimento de trabalho de desenergização.
Instalações elétricas são consideradas desenergizadas apenas mediantes a uma sequência de
procedimentos apropriados. Como uma forma de proteção coletiva dos riscos elétricos, a NR 10
determinou essa sequência de procedimentos:

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a) Seccionamento;

b) Impedimento de reenergização;

c) Constatação da ausência de tensão;

d) Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos


circuitos;

e) Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada;

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f) Instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

Após todo o serviço ser realizado e haver a verificação de que não há quaisquer problemas,
deve-se seguir alguns passos para a reenergização da instalação elétrica. Esse processo de
reenergização deve sempre ser realizado por um profissional capacitado para tal trabalho, como
especifica o item 10.8 da NR 10. A sequência dos procedimentos de reenergização, segundo a NR
10, é:
a) Retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;

b) Retirada da zona controlada de todos os trabalhos não envolvidos no processo de


reenergização;

c) Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais;

d) Remoção da sinalização de impedimento de reenergização;

e) Destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento.

Como exemplo dos procedimentos de trabalho, observe a Tabela da sequência para a


substituição de uma lâmpada fluorescente tubular:

Verificar se o circuito está identificado conforme o


esquema unifilar e somente depois desligar o disjuntor
a) Seccionamento;
no quadro de distribuição e assim como o interruptor da
lâmpada.
Fazer bloqueio de religamento do disjuntor de forma que
b) Impedimento de não possa ser violado facilmente. Esse bloqueio pode ser
reenergização; realizado colocando um cadeado no quadro elétrico que
possui o dispositivo.
c) Constatação da Utilizar um multímetro ou equipamento similar para
ausência de tensão; constar que realmente aquele circuito foi desligado.
d) Instalação de
Não aplicável pelo baixo nível de risco.
aterramento temporário;
e) Proteção dos
elementos energizados Proteção dos elementos energizados que possa estar na
existentes na zona mesma caixa de passagem.
controlada;

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f) Instalação da
sinalização de Instalação de sinalização no quadro elétrico o qual o
impedimento de circuito foi desligado.
reenergização.
Tabela 1 - obstáculos de proteção coletiva. Fonte: Seton (s/d).

3 - MEDIDAS E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO


COLETIVA E INDIVIDUAL

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Que todas as intervenções em instalações devem ser providas de cuidados todos nós
sabemos, porém, de que forma deve ser submetidos esses cuidados de acordo com a NR10?
Utilizando uma análise de risco mediante a técnicas apropriadas e verificando não somente riscos
elétricos, mas também os riscos adicionais.
Os riscos adicionais são aqueles que não estão relacionados diretamente com energia
elétrica, porém no emprego dessas atividades ou até mesmo por outros efeitos o trabalhador
estará exposto, como trabalho em altura, confinamento, atmosfera explosiva, poeira, umidade e
até campos elétricos e magnéticos. Os riscos adicionais estão presentes em quaisquer atividades,
principalmente, as que demandam conhecimento técnico fazendo com que dentro da análise seja
criteriosamente avaliada. Por exemplo, considerando um trabalhador que irá fazer a manutenção
em uma luminária que está instalada com um pé direito de cinco metros de altura e o reator da
lâmpada encontra-se dentro do forro de gesso, ou seja, precisará remover toda a luminária do
forro para manutenção, todavia, temos uma análise sobre os riscos risco adicionais: O Trabalho
em altura deve ser avaliado a forma de acesso até a luminária utilizando-se escada ou andaime, não
podendo deixar de lado a utilização do cinto de segurança, ancoragem do cinto, boas condições
das sapatas, treinamento de trabalho de altura em dia (NR35), trabalho sempre realizado em duas
pessoas; A poeira acumulada internamente no forro, utilização de luvas apropriadas, e inspeção
visual a fim de verificar a presença de riscos do gênero (A luminária e equipamento elétricos com
acumulo de poeira e associados a eletricidade pode haver falhas e descargas de energia); Fauna
considerando que pode haver animais peçonhentos como aranha, escorpião, entre outros.
Em uma análise prévia, podemos verificar vários outros aspectos de risco adicionais, os
quais não estão ligados diretamente a energia elétrica e podem gerar acidente no trabalho. As
medidas de controle também estão associadas a informações sobre as instalações elétricas de
forma em geral. Para intervenções, é necessário saber como são as metodologias de segurança a
serem empregadas e de que forma os dispositivos elétricos estão ligado e associados, como suas
proteções foram dimensionadas, quais os ferramentais adequados para o seu uso, comprovação
de que o sistema de aterramento e SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas)
estão bem dimensionados, entre outras informações no qual devem ser descritas no PIE
(Prontuário de Instalações Elétricas). Antes de discutirmos sobre o PIE, é válido colocar que
os esquemas unifilares das instalações são obrigatórios a toda e qualquer empresa, e deve ser
mantido atualizado. Os esquemas unifilares devem conter:
- Valor de corrente nominal das proteções e parâmetro a serem ajustados;
- Especificação da marca e do modelo de equipamento utilizado;
- Dimensões de cabos e barramento elétricos;
- Descrição do sistema de aterramento;
- Denominação e identificação dos circuitos, de sua origem e destino;

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O Prontuário de instalações elétricas é um conjunto de informações em que a empresa


que possua carga instalada acima de 75 kW deve constituir e mantê-lo atualizado. O PIE deve
conter todas as informações referentes a instalações elétricas e procedimentos segurança no
trabalho, contendo no mínimo os subitens abaixo, conforme descrito no item 10.2.4:

a) Conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde,


implantadas e relacionadas a NR 10 e descrição das medidas de controle existentes: O Conjunto
de procedimentos é um manual técnico no qual cada empresa deve elaborar o seu conforme
disposições gerais e a peculiaridade, contendo informações de como são todos os procedimentos
para intervenções em instalações elétricas, recomendações de segurança no trabalho para

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intervenções em instalações elétricas, descrição dos EPIs e EPCs, plano de emergência em casos
de acidente. Para a empresa de concessionária de energia elétrica, é essencial que cada atividade
se tenha um manual de procedimentos, como por exemplo: Procedimentos para subir em escada,
procedimento para poda de árvore, entre outros.

b) Documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas


atmosféricas e aterramentos elétricos: Toda empresa, desde a sua concepção, deve haver ensaios
periódicos com medição e inspeção do sistema de aterramento elétrico e SPDA (Sistema de
Proteção contra Descargas Atmosféricas). As recomendações de ensaios em instalações de
baixa tensão estão expressas pela NBR 5410 - “Instalações elétricas em baixa tensão” onde a sua
periodicidade pode variar de caso para caso, mas, em geral a recomendação é anualmente ou
seguindo as recomendações do fabricante. As medições de resistência de aterramento devem ser
realizadas por um equipamento denominado terrometro, com procedimentos específicos e com
laudos técnicos assinado por um engenheiro eletricista, obrigatoriamente. Já inspeções referentes
ao SPDA está constante na NBR 5419 – “Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas”.
Em 2018 existe recomendações para as instalações de SPDA internos e externos, ou seja, não é
mais somente aquele sistema externo provido de captores da Franklin ou Gaiola de Faraday, mais
sim um sistema interno de proteção dos equipamentos elétricos, telecomunicações, dados, sinal
e até mesmo das pessoas que interajam de algum forma com as instalações elétricas, adotando
dispositivos de proteção contra surto elétricos. A medição da resistência de aterramento não
é mais obrigatória em norma por questões técnicas, justificada em norma, porém o ensaio de
continuidade elétrica do sistema, a fim de garantir a continuidade do sistema captor com a malha
de aterramento, deve ser procedida periodicamente para cada caso, mas em tese, anualmente.

c) Especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental,


aplicáveis conforme determina a NR 10: Para cada empresa temos riscos diferentes e análises de
risco diferentes, dessa forma teremos equipamentos de proteção coletivos e individuais diferentes,
onde dentro do PIE deve haver sua especificação e justificativa para sua obrigatoriedade de uso.
Nessa parte do prontuário, é recomendado juntar todos os CAs (Certificado de Aprovação) de
EPIs e EPCs, assim como a ficha de entrada de EPIs aos colaboradores.

d) Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização


dos trabalhadores e dos treinamentos realizados: Dentro do prontuário deve ter todos os
certificados dos colaboradores de acordo com a exigência e a necessidade de cada empresa, como:
Curso de NR 10, NR 35 - Trabalho em altura, NR 33 - Espaço confinado, certificado de conclusão
de curso técnico, tecnólogo, engenharia, entre outros cursos de qualificação.

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e) Resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de proteção


individual e coletiva: Equipamentos e ferramentais de instalações elétricas, quando providos
de isolação, devem ser ensaiados periodicamente conforme recomendações do fabricante ou
anualmente, quando não especificado. Os ensaios de tensão aplicada devem ser feitos por um
laboratório especializado e creditado pelo órgão competente (Inmetro), visando garantir a
segurança e certificar a sua utilização em trabalho, logo seus certificados de ensaio, contendo
número de série de cada equipamento, deve estar junto ao PIE.

f) Certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas: Quaisquer


equipamentos ou instalações, as quais rodem em uma atmosfera explosiva sendo área classificada,

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devem possuir certificação especifica de que a mesma foi projetada para ser instalada em
condições originalmente preconizadas, ou seja, desde um quadro elétrico, tubulação elétrica para
área classificada, deve possuir certificação especifica.

g) RTI - Relatório técnico de inspeção atualizado, com recomendações, cronogramas


de adequações, contemplando as alíneas de “a” a “f ”: Nesse ponto é necessário manter e
constituir atualizado o RTI – Relatório técnicos de inspeção, no qual é uma forma de narrativa
técnica das instalações elétricas em geral, apontando todos os pontos de conformidade e não
conformidade, desde a entrada de energia, quadros de distribuição elétrica, ferramentais, EPIs,
EPCs, procedimentos de trabalho em geral, etc. Esse documento serve como forma de referência
para apontar possíveis falhas de segurança em instalações elétricas assim como certifica-las de
que a mesma está sendo empregada. É válido lembrar que esse documento deve ser elaborado
por um engenheiro eletricista, obrigatoriamente, e as não conformidades deve ser apresentada
um plano de ação para corrigi-las.

Para empresas que não possuem carga instaladas acima de 75 kW, porém, os trabalhos
são realizados em proximidade do SEP (Sistema Elétrico de Potência) deve possuir os itens “a”,
“c”, “d” e “e”. Empresas que realizam instalação, ou operam SEP, devem possuir:
- Descrição dos procedimentos para emergência;
- Certificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual;

O PIE e RTI deve estar à disposição dos trabalhos serem elaborados por profissionais
legalmente habilitados e ser mantido pela empresa ou profissional designado

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3.1. Medidas de proteção coletiva


Medidas de proteção coletiva são ações realizadas por um profissional que controla os
riscos de suas atividades de forma prioritária, para, assim, controlar os possíveis riscos que as
pessoas podem sofrer, seja por meio de sinalização, restrição de acesso, ou procedimento técnico
especifico. Essas ações podem ser:
- Isolação das partes vivas: Utilizando-se de materiais isolantes normalmente na cor
alaranjada, isola-se partes vivas (Energizadas) das instalações;
- Obstáculos: Elemento no qual delimita o acesso a partes vivas da instalação mas que não

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impede a ação se for de forma intencional (Ex: Cavaletes, cones e fitas zebradas).

Figura 1 - obstáculos de proteção coletiva. Fonte: Seton (s/d).

- Barreiras: Elemento ou dispositivo no qual impede o contato com partes vivas da


instalação mesmo que haja uma tentativa intencional (Ex: policarbonato e cercas);

Figura 2 - barreira de proteção coletiva. Fonte: Seton (s/d).

- Sinalização: Sinalização seja com alerta, risco perigo ou até mesmo orientativa de forma
a alertar pessoas advertidas ou não.

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Figura 3 - sinalizações de risco. Fonte: Seton (s/d).

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- Sistema de seccionamento automático de alimentação e bloqueio do religamento
automático: Redes de distribuição de energia elétrica possuem um dispositivo a fim de manter
o contínuo fornecimento de energia que quando ocorre o desligamento de um circuito por
qualquer meio ou azar, o sistema religa duas vezes a rede automaticamente. Esse dispositivo em
casos de manutenção deve ser desligado e bloqueado.
Uma outra medida de controle de riscos coletivo é realizar a desenergização de forma
prioritária para realização de suas atividades, ou seja, é essencial que na intervenção somente seja
manipulado circuitos energizados utilizando-se ainda de técnicas especificas em casos realmente
essenciais, evitando assim acidentes e um melhor controle dos riscos coletivo.

Como forma de entender algumas das normas regulamentadoras, veja a NR 6,


disposta no site do ministério do trabalho,
disponível em: http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR6.pdf.

3.2. Medidas e equipamentos de proteção individual


Medidas de proteções individuais devem ser tomadas por si só quando as medidas de
proteções coletivas não foram tecnicamente viáveis e suficientes para controlar os riscos, onde
depende de uma análise criteriosa e procedimentos específicos para utilização.
A escolha das vestimentas para utilizar em instalações elétricas deve ser criteriosa e levar
em considerações técnicas contemplando a condutibilidade uma vez que não pode haver fivelas
metálicas, rebites ou similares expostos, inflamabilidade de acordo com o potencial de energia
que pode ser dissipada no local no momento de uma falha elétrica, assim como as interferências
eletromagnéticas que possam haver.
Para determinação da vestimenta, o cálculo de energia incidente de cada ponto deve
possuir as informações sobre qual classe de roupa utilizar. O cálculo de energia incidente deve
ser realizado por um profissional qualificado e habilitado, baseado na norma NFPA 70 E, onde o
resultado pode-se classificar o tipo de vestimenta conforme a tabela a seguir.

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Faixa de
energia Classe
Gramatura total
incidente da Descrição da roupa
g/m²
calculada (Cal/ roupa
cm²)
0 – 3,99 Cal/
0 Algodão não Tratado 153 – 237 g/m²
cm²
Calça e camisa ou macacão
4 – 6,99 Cal/
1 confeccionado com uma camada de 153 – 271 g/m²

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cm²
tecido resistente a chamas
Roupa interna de algodão + calça e
7 – 23,99 Cal/ camisa ou macacão confeccionado
2 305 – 407 g/m²
cm² com uma camada de tecido resistente a
chamas
Roupa interna de algodão + calça e
24 – 38,99 Cal/ camisa ou macacão ou calça e capa
3 542 -678 g/m²
cm² confeccionado com duas camadas de
tecido resistente a chamas.
Roupa interna de algodão + calça e
Acima 39 Cal/ camisa ou macacão ou calça e capa
4 813 – 1107 g/m²
cm² confeccionado com três camadas de
tecido resistente a chamas.
Tabela 2 - Vestimenta conforme cálculo de energia incidente. Fonte: o autor.

É claro que por norma, assim como de forma sensitiva que o uso de EPIs e EPCs fazem
um controle de risco e se eleva o nível de segurança nas atividades, porém temos de haver o
senso de equilíbrio sobre qual tipo especifico usar, qual aplicação em cada atividade e até mesmo
para não haver o excesso e limitar os andamentos das atividades. Na NR 10 pede-se para usar
ferramentas e EPIs compatíveis com a atividade e valores de tensão empregados, porém não se
tem mais outras recomendações especificas sobre qual utilizar, excetos algumas recomendações,
também superficiais, na NR 6 (Equipamento de proteção individual). Tanto a NR 6 quanto a NR
10 deixa muito em aberto quais EPIs específicos utilizar, onde fica a critério de análise de risco
caso a caso, conforme a presença de risco não controlado.
A classe de tensão é determinada pelos valores de tensão onde possui um valor máximo
de trabalho, valor de ensaio e cor padrão de isolação dados pela tabela:

Corrente alternada
Classe Tensão de ensaio Tensão máxima de Cor da etiqueta
(Volts) uso (Volts)
00 2.500 500 Bege
0 5.000 1.000 Vermelho
1 10.000 7.500 Branco
2 20.000 17.000 Amarelo
3 30.000 26.500 Verde
4 40.000 36.000 Laranja
Tabela 3 - Classificação de nível de tensão de trabalho. Fonte: o autor.

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Como forma de orientar preceitos básicos, criamos uma listagem básica de equipamentos
de proteção coletiva e individual mediante a uma situação generalista. Um eletricista mantenedor
industrial no qual é autorizado a realizar atividades em baixa tensão podendo ser energizadas ou
não é obrigatório os seguintes EPIs:
- Botina de segurança sem biqueira ou acessório de material condutor, com solado isolante
14 kV conforme NBR 12576. Normalmente a biqueira é em PVC ou resina isolante.

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Figura 4 - botina de segurança. Fonte: bracol.

- Calça e blusa com proteção para arco elétrico e fogo repentino (Antichamas) classe II
ATPV na faixa de 7 à 23,99 Cal/cm³, onde o tecido deve haver uma gramatura entre 305 – 407 g/
m². (Obs: Esse risco dependendo do potencial de energia do quadro elétrico pode ser necessário
um roupa de classe maior, aqui estamos considerando como medida de segurança e de forma
didática um quadro de 63 A na proteção geral e uma distância de trabalho superior à 60 cm do
ponto energizado).
- Capacete de isolação Classe B para eletricista com protetor jugular com Viseira de
proteção facial contra arco voltaico em policarbonato risco 2 ATPV de 18,0 cal/cm² NFPA 70E.

Figura 5 - Capacete com protetor jugular e viseira de proteção facial. Fonte: msa.

- Luva de isolação de borracha classe 00 ou 0 revestida com luva raspa de couro em


conformidade com a NBR 10622.

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Figura 6 - Luva de isolação de borracha. Fonte: orion.

- Cinto de segurança tipo paraquedista com talabarte.

Figura 7 - Cinto de segurança tipo paraquedista com talabarte. Fonte: msa.

Para entender um pouco mais sobre EPIs, veja as informações disposta no site do
Guia trabalhista em: http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/epi.htm

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4 - LEGISLAÇÃO E NORMAS RELATIVAS À PROTEÇÃO


CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS
O maior risco que o trabalhador corre ao trabalhar com instalações elétricas é o risco de
choque elétrico. Quando falamos em segurança em instalações elétricas, isso nos remete sempre
a execução ou manutenção de instalações existente. Só que temos uma forte referência e essencial
da NR 10, porém é necessário seguir as exigências de outras Normas Brasileiras para uma devida

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proteção contra choques elétricos e outros riscos possíveis, como a NBR 5410 – “instalações
elétricas de baixa tensão”.

É importante apontar, também, que a NR 10 cita várias outras normas que devem ser
seguidas para que possa ter uma instalação elétrica segura em conformidade. A NR 10 utiliza
normas para sua elaboração, como:
- NR 1 – Disposições gerais
- NR 3 – Embargo ou interdição
- NR 4 – Serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho
- NR 7 – Programa de controle médico de saúde ocupacional
- NR 17 - Ergonomia
- NR 23 – Proteção contra incêndios
- NR 26 – Sinalização de segurança
- NR 33 – Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados
- NR 35 – Trabalho em altura
- IEC 61010 – Safety requeriments for electrical equipamento for measuremente control,
and laboratory use.

Podemos citar também uma norma de grande importância quando o assunto é o choque
elétrico, a IEC de n° 479-1 – Effects of current on human beings and livestock, utilizada, inclusive,
pela NBR 5410, nas partes relacionadas à proteção das pessoas e de animais domésticos contra
os choques elétricos.
O choque elétrico pode trazer consequências aos seres humanos diretamente (contrações
musculares, fibrilação ventricular, parada cardíaca, queimaduras, asfixia, etc.) ou indiretamente
(queda de níveis elevados, batidas, fraturas, traumatismos, perda de membros, etc.)

Uma parte importante da NR 10 são os procedimentos de trabalho que devem


ser seguidos. E quando nós tratamos de atividades em instalações elétricas
desenergizadas, existe uma sequência de procedimentos para que se garanta
essa desenergização, para entender melhor sobre esses procedimentos assista o
vídeo do YouTube do Canal Mundo da Elétrica.
Mundo da Elétrica. Desenergização elétrica e NR 10. Está mesmo seguro? Mundo
da elétrica. 2015.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1Wppot4ttzM&t=447s>.
Acesso em: 15 jun. 2018.

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Em toda mudança de cultura em quaisquer circunstâncias, gera-se um conturbação,


desconforto e resistência as mudança, podendo ser a meramente a alteração de
uma regra no procedimentos de trabalho, mudança de política da empresa, ou até
mesmo a obrigatoriedade do uso de um novo EPI. Exemplificando, em meados de
1994, quando o código de transito era desatualizado e não havia restrições mais
severas quanto a utilização de sinto de segurança em automóveis e capacete

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por motociclistas, logo passou a ser obrigatória oi que antes não havia regra e
organização. A alteração dessa legislação passou a causar um grande dessabor
aos motoristas, resistência ao cumprimento, porem anos passaram e as regas
passaram a ser vistas como necessária em geral. Refletindo conforme colocado
no exemplo, verificamos que a mudança de padrão de norma muitas vezes não
aprovada muitas vezes por comodidade ou meramente resistência, porém é de
suma importância o seu comprimento e a mudanças geradas podem mudar
índices e elevar os níveis de segurança. Tratando-se de normas de trabalho reflita
de que forma positiva a alteração de uma referência normativa positivamente
possa trazer benefícios na implantação da mesma.

5 - CONCLUSÃO
Um dos maiores problemas quando o assunto é eletricidade, é o risco que há envolvido
durante os processos. Grande parte dos acidentes envolvendo eletricidade é causado por falta de
atenção dos trabalhadores, e até mesmo pela falta de conhecimento dos riscos e consequência de
um choque elétrico. Assim, a NR 10 tem como objetivo regulamentar questões sobre segurança
em instalações e serviços em eletricidade.
O foco da NR 10 é sempre manter o trabalhador seguro, reduzindo o máximo possível o
risco de acidentes, e quando nós tratamos de manutenções em instalações elétricas (desenergizadas,
energizadas, energizadas em alta tensão) sempre teremos um risco mais elevado. Por isso, a NR
10 nos traz todas as medidas cabíveis para a redução de qualquer risco possível durante alguma
atividade, sendo que em cada caso deve ser adotada uma medida diferente.

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02
DISCIPLINA:
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS, APLICAÇÃO
NR 10 E NR 12 - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

AMBIENTES ESPECIAIS, ÍNDICE DE PROTEÇÃO,


ELETRICIDADE ESTÁTICA, ATERRAMENTO E
ÉREAS DE UTILIDADES
PROF. JOSÉ TIAGO SOUZA DE LUCCA

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 19
1 - TERMINOLOGIAS E DEFINIÇÕES ..................................................................................................................... 20
2 - ELETRICIDADE ESTÁTICA ................................................................................................................................. 20
3 - AMBIENTES ESPECIAIS .................................................................................................................................... 21
3.1. ÍNDICE DE PROTEÇÃO ...................................................................................................................................... 23
4 - ATERRAMENTO ELÉTRICO ............................................................................................................................... 26
4.1. ESQUEMAS DE ATERRAMENTO ...................................................................................................................... 26
5 - ÁREA DE UTILIDADES ....................................................................................................................................... 30
6 - CONCLUSÃO ....................................................................................................................................................... 32

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INTRODUÇÃO
A indústria representa 21% do PIB do Brasil, mas responde por 51% das exportações,
por 68% da pesquisa e desenvolvimento do setor privado e por 32% dos tributos federais (exceto
receitas previdenciárias), segundo o Portal da Industria (2018). As indústrias no Brasil apresentam
uma grande variedade de produção de produtos e serviços, desde a indústria de farmoquímicos

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e farmacêuticos até a indústria têxtil. Muitas dessas indústrias apresentam locais de trabalho com
riscos mais elevados do que um ambiente comum, causados por diversos fatores, como riscos de
explosão, ambientes com meios corrosivos, entre outros. Com isso, deve ser feita uma proteção
extra, e devem ser adotadas medidas e procedimentos diferente nesses “Ambientes especiais”.
Existem procedimentos e normas a serem seguidas que tem como objetivo garantir a
segurança dentro dos mais diversos ambientes de trabalho, não apenas em ambientes especiais.
Nessa unidade, iremos estudar sobre esses ambientes especiais, o que os torna especiais e as
medidas de segurança que devem ser adotadas, além de algumas formas de proteção e meios e
normas que garantem a segurança do trabalhador em questões do ambiente de trabalho.

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1 - TERMINOLOGIAS E DEFINIÇÕES
Para que possamos entender o conteúdo desse Módulo II, é necessário que se conheça
algumas definições:
- áreas classificadas, são ambientes de alto risco os quais existe a possibilidade de
vazamento de gases inflamáveis em situação normal de funcionamento.
- Ignição é o processo ou meio que inflama um material combustível.
- Equipotencialização tem como objetivo eliminar as diferenças de potencial entre os

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sistemas elétricos e seus componentes metálicos.
- Risco é uma ameaça ou perigo de determinada ocorrência.
- Sobretensão é quando a rede ou qualquer outra fonte de eletricidade excede o seu valor
nominal.
- Sobrecorrente é quando o valor de uma corrente excede o seu valor nominal.
- Ergonomia é o conjunto de disciplinas que estuda a organização do trabalho no qual
existe interações entre seres humanos e máquinas.

Para que possa entender melhor sobre Atmosferas Explosivas, recomenda-se a


leitura do material da WEG sobre esse assunto, disponibilizado em seu site.
Disponível em: <http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-cartilha-de-
atmosferas-explosivas-50039055-catalogo-portugues-br.pdf>.
Acesso em 18 jun. 18.

2 - ELETRICIDADE ESTÁTICA
A eletricidade estática é o fenômeno de acumulo de cargas elétricas em alguns materiais,
causado pelo atrito e separação entre os materiais. O resultado disso é que um dos materiais fica
positivo (falta de elétrons) e o outro negativo (excesso de elétrons), e como o é ar seco (umidade
relativa do ar baixa), este é um ótimo isolante. Assim, essas cargas permanecem acumuladas
nesses materiais por um bom tempo.
Muitas vezes, esse fenômeno é inofensivo, porém, quando tratamos de áreas classificadas,
ele pode trazer grande perigo e risco. Qualquer faísca causada por uma descarga eletroestática
pode vir a causar uma ignição no material de uma área classificada, por isso deve ser feia a proteção
e aplicação das medidas de segurança e dissipação segura das descargas elétricas acumuladas,
fazendo a equipotencialização das superfícies e o controle da umidade do ar, além de fazer a
redução das velocidades de passagem dos materiais, etc. Com isso, o subitem 10.9.3 da NR 10,
que exige uma proteção específica para todos os processos e/ou equipamentos que possam gerar
ou acumular eletricidade estática.

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Um exemplo da ocorrência da eletricidade estática é em fabricas de papel, pois ocorre o


atrito dos enrolamentos de papel com as partes metálicas da máquina, e assim surgindo cargas
elétricas que podem produzir faíscas quando o trabalhador manuseia um material metálicas em
proximidade, e podendo ocorrer casos de incêndio. Uma forma de evitar esse tipo de acidente
em locais com essas características, é manter esses locais fechados e com sua umidade controlada.

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Para que se entenda melhor sobre eletricidade estática, leia o artigo disponibilizado
no site do Instituto Newton Braga sobre o assunto,
disponível em: http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/artigos/49-
curiosidades/361-eletricidade-estatica.html

3 - AMBIENTES ESPECIAIS
Nas industrias, podemos ver áreas destinadas ao manuseio ou armazenamento de produtos
que podem vir a causa acidentes, sendo um risco em potencial. Um exemplo desse caso são as
áreas classificadas, que são ambientes de alto risco em que existe a possibilidade de vazamento
de gases inflamáveis em situação de funcionamento normal, estando sujeito a existência de uma
atmosfera explosiva.
Atmosfera explosiva é aquela que quando a proporção de gás, vapor ou pó no ar é tal
que uma faísca proveniente de um circuito elétrico ou o aquecimento de um aparelho provoca
a explosão. Um local onde pode se formar uma atmosfera explosiva em concentrações que que
exijam a utilização de medidas de prevenção especiais é chamado de área perigosa. As áreas
perigosas são dívidas em zonas e para essa definição, deve se fazer uma avaliação dos riscos de
explosão, considerando os seguintes aspectos:
- Probabilidade de ocorrência de atmosfera explosiva e sua duração;

- Probabilidade da presença de fontes de ignição e a possibilidade delas se tornarem ativas;

- As descargas eletroestáticas vindas dos trabalhadores ou ambiente de trabalho;

- As instalações, substâncias, e os processos utilizados nos ambientes de trabalho;

- A amplitude das consequências previstas.

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As zonas são:
Zonas de área classificada

Zonas de área classificada


Local onde a formação de atmosfera explosiva é contínua e
Zona 0
existe por longos períodos.

Local onde a formação de atmosfera explosiva é provável


Zona 1 de acontecer em condições normais de operação do

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equipamento de processo.

Local onde a formação de uma atmosfera explosiva é pouco


provável de acontecer, e se acontecer, é por curtos períodos,
Zona 2
estando ainda associada à operação anormal do equipamento
de processo.

Áreas onde a presença de atmosfera explosiva é


Zona 20
permanente, por tempo prolongado ou frequente.

Áreas onde a presença da atmosfera explosiva pode ocorrer


Zona 21
ocasionalmente.

Áreas onde a formação da atmosfera explosiva devido ao


Zona 22 levantamento de poeira acumulada é improvável, se ocorrer é
por pouco tempo.

Tabela 4 - Zonas de áreas classificadas. Fonte: o autor.

As zonas são divididas, também, de acordo com a natureza do risco, onde:


- Zonas 0, 1, e 2 são para atmosferas potencialmente explosivas formadas por gases
ou vapores;
- Zonas 20, 21 e 22 são para atmosferas potencialmente explosivas formadas por
poeiras.

Como mais uma forma de proteção, em áreas classificadas, deve ser adotada medidas
e dispositivos, como alarmes e seccionamento automático, para a prevenção de sobretensões,
sobrecorrentes, falhas de isolamentos ou outras condições anormais de operação. Essas
medidas são obrigatórias em áreas classificadas para prevenir a ocorrência de incêndio e/ou
explosão. Todas as instalações elétricas nessas áreas classificadas devem estar em conformidade
com as Normas Brasileiras aplicáveis nessa situação, elas são:

- NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão;

- NBR 14.639 – Posto de Serviço – Instalações elétricas;

- NBR IEC 60s079-14 – Atmosferas explosivas – Parte 14: Projeto, seleção e montagem
de instalações elétricas.

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O subitem 10.5 da NR 10 estabelece os princípios de desenergização das


instalações elétricas para manutenção e intervenção, nos casos de áreas
classificadas as manutenções e intervenções são permitidas, apenas, seguindo
os processos de desenergização ou com a supressão do agente causador de
risco que determina a classificação da área.

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Uma forma de complementar o controle de riscos nessas áreas, é a utilização de sinalização
de segurança (item 10.10 da NR 10). A Sinalização de segurança pode ser utilizada como forma
de restrição e impedimento de acesso, para que não haja a permanência de pessoas sem devido
treinamento e desinformadas em uma área de risco.

Figura 8 - Sinalização de segurança. Fonte: seton.

3.1. Índice de proteção


Ao fazer um dimensionamento de qualquer de componentes das instalações elétricas é
necessário levar em consideração o ambiente no qual será instalado de acordo com cada condição.
Os principais agentes no qual o uma instalação pode ser exposta são quando à líquidos e sólidos,
ou seja, proteção do equipamento contra o ingresso de água em seu interior e sólidos onde é uma
proteção contra contato direto com partes energizadas ou até mesmo impedir acesso de partes
móveis e corpos estranhos. Esse grau de proteção é denominado como IP (Index of Protection –
Índice de proteção) é definido pela NBR6.146 – Invólucros de equipamentos elétricos e NBR9884
– Máquinas Elétricas Girantes – Graus de proteção proporcionado pelos invólucros.
A penetração de líquidos em componentes de uma instalação elétrica pode causar dos
mais diversos danos irreversíveis as instalações, pois a presença de liquido pode mudar a rigidez
dielétrica da instalação, oxidação, corrosão, condução de energia, queima de equipamentos, fuga
de energia, choques elétricos, entre demais outros fatores de risco a segurança das instalações ou
de pessoas na qual podem estar expostas.

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A penetração de corpos sólidos pode variar desde o contato direto de uma pessoa com as
instalações elétricas energizadas até o acumulo de sólidos podendo causar danos a instalações e
variações nas condições de segurança.
O índice de proteção (IP) é definido por dois dígitos no qual o primeiro digito varia de
0 a 6, em que define o grau de proteção contra sólidos e o segundo de 0 a 8 define para líquidos,
dado pela tabela:

Primeiro Dígito – Grau de proteção contra corpo sólidos

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Dígito Descrição. Proteção Dada.
0 Não protegido. Sem proteção especial.
Grandes superfícies do
corpo humano. A passagem
Protegido contra objetos
1 da mão é dificultada, porém
sólidos maiores que 50mm..
a inserção deliberada do
dedo é efetiva.
Superfícies diâmetro menor
que 12 mm e comprimento
maior que 80 mm de
comprimento. A inserção
Protegido contra objetos a inserção dos dedos
2
sólidos maiores que 12mm deliberadamente porem é
limitado ao comprimento
do membro. Uma chave de
fenda com cabo longo pode
alcançar o ponto de risco.
O acesso do dedo não é
possível porem alguma
Protegido contra objetos ferramenta ou fio elétrico
3
sólidos maiores que 2,5mm. podem acessara, ou seja,
Objetos com dimensão
superior a 2,5 mm.
Objetos como ferramentas
Protegido contra objetos
e fios bem finos, onde suas
4 sólidos maiores que 1,0
dimensões seja maior que
mm.
1,0 mm.
Possível penetração
Proteção relativa contra de poeira sem que
5 poeira e contato a partes seja prejudicial ao
internas ao invólucro. funcionamento do
equipamento.
Totalmente protegido
Não é esperada nenhuma
contra penetração de
6 penetração de poeira no interior
poeira e contato a partes do invólucro.
internas ao invólucro.
Tabela 5 - grau de proteção contra corpo sólidos. Fonte: o autor.

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Segundo Dígito – Grau de proteção contra líquidos


Dígito Descrição Proteção Dada
0 Não protegido Sem proteção.
Protegido contra queda de água Quedas de gostas provenientes
1 vertical. de condensação.
Protegido contra queda de água
Quedas d’agua com ângulo não
2 com inclinação de 15º com a
superior a 15º.
vertical.
3 Protegido contra água aspergida. Chuva com inclinação até 60º.

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Protegido contra projeções de Projeção de agua em qualquer
4 água. direção.
Projeção de agua em qualquer
5 Protegido contra jatos d’agua direção como mangueira de
incêndio.
Projeção de água em qualquer
6 Protegido contra ondas do mar.
direção como água do mar.
Imersão do objeto a no máximo
Protegidos contra os efeitos de
7 imersão.
1 metro de profundidade com
tempo limitado à 15cm / min.
Protegidos contra
8 Imersão prolongada sob pressão.
submersão.
Tabela 6 - grau de proteção contra líquidos. Fonte: o autor.

O grau de proteção de equipamentos elétricos deve ser analisado de forma bem criteriosa
e especificada em projeto considerando as atividades desenvolvidas no local, por exemplo:
- Quadro elétrico interno residencial: Um quadro elétrico, se instalado internamente em
uma residência, não deve-se admitir o acesso de dedo de uma pessoa a parte energizada mesmo
se aberta a tampa na qual dá acesso aos disjuntores, porém é plausível o acumulo de poeira na
forma a qual é exposto, já a proteção de líquidos, não tem proteção por considerar, podendo ser
IP 30.
- Quadros elétrico bomba piscina: Nesse caso o quadro também não se aceita acesso
a partes vivas da instalação, como o caso anterior, porem o ambiente no qual é instalado o
equipamento é passível de umidade e projeção de água em qualquer direção, sendo necessário
um quadro IP 34, no mínimo.

Conforme exemplificado, para cada caso um projetista deve levar em consideração não
somente níveis de segurança visando o contato direto com instalações elétricas energizadas, mas
sim sobre demais condições adversas no qual possam expor a umidade excessiva e interferir
no pleno funcionamento e segurança de um equipamento. A umidade e poeira são riscos
adicionais nas instalações elétrica assim como não se pode esquecer das vedações de tubulações
internas na qual pode possibilitar o acesso animais como, roedores, cobras, aranhas, etc. Aqui
não consideramos os dimensionamentos para atmosfera explosiva na qual possui normas e
certificações específicas.

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Para compreender melhor o assunto “índice de proteção”, leia o artigo escrito por
Joelmir Zafalon sobre o assunto,
disponível em: http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/Arquitetural/artigos/grau_
de_protecao_ip.pdf

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4 - ATERRAMENTO ELÉTRICO
O aterramento das instalações elétricas deve ser considerado de forma prioritária nos
projetos uma vez que é a principal ferramenta proteção e segurança nas instalações elétricas.
Temos dois tipos principais de aterramento:

• Aterramento funcional: Aterramento no qual tem por finalidade repassar a referência


de 0 (zero) Volts para o neutro, ou seja, normalmente encontramos na entrada das instalações em
um medidor de energia, quando equipotencializarmos o neutro e terra na entrada do medidos.

• Aterramento de proteção: Aterramento elétrico com finalidade de guiar uma corrente


de falha de um equipamento, máquinas ou dispositivos de forma segura para a terra. Quando um
motor, por exemplo, apresenta falha por qualquer meio ou razão e a carcaça metálica do motor
fica energizada acidentalmente, a função do aterramento de proteção é guiar esse potencial
de energia para a terra, evitando-se um acidente por choque elétrico caso alguém toque essa
mesma carcaça. É válido lembrar que a corrente elétrica procura o caminho mais curto, logo o
aterramento das instalações elétricas deve possuir uma resistência elétrica sempre inferior a 10
Ohms e ser menor que a resistência elétrica do corpo humano no qual pode variar de 1,000 a
150.000 Ohms, dependendo das condições dos corpos humano.

4.1. Esquemas de aterramento


Temos basicamente 5 metodologias (TN-C, TN-S, TN-C-S, TT e IT) de esquema de
aterramento elétrico, onde pode ser aplicado e empregado tanto em AT (Alta tensão) ou BT (Baixa
tensão). A diferenciação de um para ou outro é a forma e metodologia na qual vai ser realizado o
aterramento de terra e neutro. Para cada metodologia tem uma determinada aplicação e deve ser
considerado critérios de segurança, ambiente de instalação e aplicabilidade.
As siglas da classificação dos esquemas de aterramento são dadas pela primeira letra no
qual determina a situação da alimentação em relação a terra, a segunda letra a situação da massa
dos equipamento e dispositivos em relação à terra e uma eventual terceira letra a disposição do
condutor neutro e do condutor terra, onde seu significado a seguir são determinados pela NBR-
5410:

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• Primeira Letra:

• T – Um ponto diretamente aterrado;

• I – Isolação de todas as partes vivas em relação à terra de um ponto por mio de


impedância.

• Segunda letra:

• T – Massa interligada diretamente a terra;

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• N – Massa ligada ao ponto de alimentação no qual está aterrado.

• Terceira letra.

• S – Neutro e terra são condutores separados.

• C – Neutro e terra são os mesmos condutores.

O esquema TN, pode haver o condutor neutro e terra sendo comum, separados ou ambos,
assim temos:

• TN-S: Utilizado na maioria das instalações elétricas (Residenciais e industriais em BT),


sua entrada de alimentação possui a equipotencialização de neutro de terra e posteriormente o
condutor neutro e terra são cabos separado.

Figura 9 - esquema de aterramento TN-S. Fonte: NBR 5410.

• TN-C: Utilizado nas redes de distribuição em BT, o cabo neutro e terra não os mesmos.

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Figura 10 - esquema de aterramento TN-C. Fonte: NBR 5410.

• TN-C-S: Sistema misto entre TN-C e TN-S, onde horas o condutor neutro e terra são
os mesmo e horas são separados.

Figura 11 - esquema de aterramento TN-C-S. Fonte: NBR 5410.

• TT: Temos o esquema de aterramento TT mais utilizados em AT, onde o ponto de


alimentação possui neutro aterrado e a massa um outro ponto de terra aterrados distinto da
alimentação

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Figura 12 - esquema de aterramento TT. Fonte: NBR 5410.

• IT: Utilizado em subestações de AT é similar ao TT, porem possui um aterramento


realizado por meio de impedância para reduzir os níveis de sobre tensão. Partes metálicas da
instalação possuem aterramento separado não necessariamente são equipotencializadas.

Figura 13 - esquema de aterramento IT. Fonte: NBR 5410.

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Figura 14 - esquema de aterramento IT. Fonte: NBR 5410.

5 - ÁREA DE UTILIDADES
Utilidades são mecanismos e/ou dispositivos construtivos que nos permite criar, manter
e garantir a segurança dentro do ambiente de trabalho. Essas utilidades podem ser desde limpeza
do ambiente de trabalho até mesmo as instalações de combate a incêndio.
A limpeza, arrumação e organização são fatores de indispensáveis para a prevenção
de acidentes nos locais de trabalho, por isso os trabalhadores devem ter em seu dia a dia um
momento destinado a essa tarefa. A NR 17, que é quanto à Ergonomia, informa que a organização
do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza
do trabalho a ser executado.
A NR 10 nos traz diversas formas de complementar o controle de riscos e uma delas é a
utilização da Sinalização de Segurança. Essa medida de proteção tem como função promover a
identificação, orientação e advertências nos locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca
dos riscos existentes. Toda sinalização de segurança deve atender as exigências ditas na NR 26
– “sinalização de segurança” e as cores utilizadas nos locais de trabalho para a identificação e
advertir contra os riscos, devem atender ao disposto na NBR 7195 – “Cores para Segurança”.
Um das questões essenciais para a segurança dos trabalhadores é a prevenção de casos
de incêndio e explosão, pois esse risco pode vir a causar graves acidentes e até mesmo levar o
trabalhador a óbito, por isso o item 10.9 da NR 10 nos traz medidas de combate a incêndio e
nos remete a NR 23 – “Proteção contra incêndios”, a qual especifica que todas as áreas onde
houverem instalações elétricas e/ou equipamentos elétricos devam ser dotadas de medidas de
proteção contra incêndio e explosão.

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A iluminação é considerada um tipo de utilidade, pois sua presença é de extrema


importância para ergonomia e a segurança durante realização do trabalho. A NR 17 diz que
em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou
suplementar, apropriada à natureza da atividade, onde os níveis mínimos de iluminamento a
serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR
5413 – “Iluminância de interiores”, norma brasileira registrada no INMETRO (Instituto Nacional
de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).
Um sistema de ventilação adequado ao local de trabalho é fundamental para manter o ar
do ambiente controlado e livre de contaminantes e partículas nocivas à saúde dos colaboradores
e visitantes. A falta desse sistema poderá fazer com que se tenha um aumento significativo da

PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS, APLICAÇÃO NR 10 E NR 12 - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS | UNIDADE 2


ocorrência de acidentes de trabalho.
A NR 24 – “Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho” tem como objetivo
principal garantir um ambiente higiênico e com boas condições de trabalho para promover a
saúde do trabalhador, onde ela aborda assuntos sobre: instalações sanitárias; vestiários; refeitórios;
cozinhas; alojamento; condições de higiene e conforto por ocasião das refeições; e disposições
gerais.

Como forma de se entender melhor o tópico “Aterramento Elétrico”, recomenda-se


que se assista o vídeo disponibilizado no site “Mundo da Elétrica”.
Site Mundo da elétrica.
disponível em: <https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-e-aterramento-
eletrico/>. Acesso em 18 jun. 18.

O risco de incêndio causado por instalações elétricas, nem sempre são em áreas
classificadas, ele existe em qualquer instalação.
Segundo a Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os perigos da
Eletricidade), entre os anos de 2013 e 2016, foram contabilizados 4821 acidentes
com causa elétrica (choque elétrico, incêndios por curto circuito e descargas
atmosféricas, onde apenas em 2016 foram registrados 1319 acidentes, sendo
662 acidentes fatais. A Abracopel também nos apresenta uma estatística de
que em 2015 ocorreram 441 casos de incêndio, sendo que 33 deles foram fatais.
Acidentes com casos de incêndio podem ser causados por diversos motivos,
como: distração do trabalhador; ausência de manutenção; sobrecarga nos
circuitos elétricos; materiais de má qualidade; e até mesmo falta de treinamento
técnico do trabalhador.
A partir das estatísticas sobre acidentes em instalações elétricas envolvendo
incêndios, da Abracopel, quais medidas podem ser tomadas para que se tenho
uma diminuição desse número, tanto por parte dos trabalhadores, quanto parte
da empresa?

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6 - CONCLUSÃO
Nessa Unidade II, podemos entender sobre o risco que alguns ambientes de trabalho
contêm. Além dos riscos aos trabalhadores, esses ambientes são prejudiciais aos materiais
presentes neles, às instalações elétricas, entre outros. Para que seja feita uma devida proteção
dos materiais e das instalações elétricas, deve ser feito um estudo para saber qual o IP (Índice de
Proteção) necessário para atender as necessidades de proteção do ambiente em questão.
Outra forma de proteção, não apenas para ambientes especiais, é o aterramento elétrico.

PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS, APLICAÇÃO NR 10 E NR 12 - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS | UNIDADE 2


Especificamente quando tratamos de áreas classificadas com atmosfera explosiva, o aterramento
elétrico é de extrema importância, pois caso ocorra alguma falha ou fuga de corrente, a eletricidade
irá percorrendo o sistema de aterramento e será conduzida para a terra, assim diminuindo as
chances de qualquer faísca no interior desse ambiente de alto risco.

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03
DISCIPLINA:
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS, APLICAÇÃO
NR 10 E NR 12 - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PROVISÓRIAS:


PREVENÇÃO E CONTROLE DE MÁQUINAS,
EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
PROF. JOSÉ TIAGO SOUZA DE LUCCA

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 35
1 - TERMINOLOGIAS E DEFINIÇÕES ..................................................................................................................... 36
1.1. PROTEÇÃO CONTRA CONTATO DIRETO E INDIRETO .................................................................................... 36
1.2. INTERRUPTOR DIFERENCIAL RESIDUAL ...................................................................................................... 36
2 - INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PROVISÓRIAS ...................................................................................................... 37
2.1. SINALIZAÇÕES DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PROVISÓRIAS ....................................... 38
2.2. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS AÉREAS E SUBTERRÂNEA PROVISÓRIA ......................................................... 39
2.3. MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS EM CANTEIRO DE OBRAS .......................................................................... 41
2.4. ILUMINAÇÃO PROVISÓRIA ............................................................................................................................. 42
3 - PREVENÇÃO E CONTROLE EM MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES ELÉTRICAS .................... 43

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3.1. ARRANJOS FÍSICOS .......................................................................................................................................... 43
3.2. EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS ELÉTRICOS ........................................................................................... 44
3.2.1. CABOS ELÉTRICOS ........................................................................................................................................ 44
3.2.2. QUADROS DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS .......................................................................................... 44
3.2.3. DISPOSITIVOS ELÉTRICOS DE PARTIDA, ACIONAMENTO E PARADA .................................................... 45
3.2.4. DISPOSITIVOS DE PARADA DE EMERGÊNCIA. .......................................................................................... 46
3.3. TRANSPORTADORES DE MATERIAIS. ........................................................................................................... 46
3.4. MANUAIS E INVENTÁRIO ................................................................................................................................ 47
4 - RISCOS NA ELETRIFICAÇÃO RURAL ................................................................................................................ 47
4.1. ACIDENTES COM CERCAS ENERGIZADAS ..................................................................................................... 48
5 - CONCLUSÃO ...................................................................................................................................................... 49

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INTRODUÇÃO
Normas de segurança no trabalho estão constantemente em atualização de forma a
garantir uma melhoria contínua no controle de riscos. Nessa unidade, estaremos falando sobre
instalações elétricas provisórias principalmente em canteiro de obra e sobre prevenção de riscos
em controle de máquinas e equipamentos, assim como uma breve síntese sobre eletrificação rural.

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Acidentes em obras, principalmente de origem elétrica com instalações provisórias,
possuem um alto índice assim como uma mistificação de que por se tratar de instalações elétricas
provisórias, podem ser realizadas com sinais de improvisos e “gambiarras”. Toda instalação
elétrica seja por improvisos ou não, deve ser mantida constantemente segura e com a manutenção
preventiva em dia.
Máquinas e equipamentos sejam utilizados em industrias ou não, devem possuir medidas
de controle do risco elétrico, tipos de acionamento específicos, botoeiras de emergência, módulos
de segurança com embasamento em análise de riscos de choque elétrico, de forma a garantir que
possa ser utilizado de forma segura sem exposição de riscos. Essas informações estão dispostas na
NR 12 de forma a deixar claro quais os critérios mínimos em relação as instalações elétricas que
devem ser adotados para a escolha mais assertiva na implantação de um sistema de automação
para proteção e monitoramento de sistemas elétricos, tornando em conformidade e sem riscos
aos trabalhadores nos empregos diários de suas atividades.

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1 - TERMINOLOGIAS E DEFINIÇÕES
Para interpretação e compreensão desse capítulo a seguir segue algumas terminologias e
definições:
• Barreira: Barreira podemos colocar como deificação a instalação de um dispositivo
que por qualquer meio impeça o acesso ou circulação de pessoas, como um tapume, grade,
policarbonato.

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• Obstáculos: Similar a barreira porem ele não impede o acesso mais sim dificulta como
por exemplo: Cavalete, fita zebrada, outros.

1.1. Proteção contra contato direto e indireto


Existe o contato direto e indireto, onde conforme o próprio nome determina o contato
direto acontece quando uma pessoa ou animal tem contato direto com a parte viva das instalações
(Exemplo: Barramento, cabo de cobre, outros), já o contato indireto se deve quando uma parte
metálicas da instalações não projetada para condução de energia elétrica, está energizada de
forma acidental por qualquer meio ou razão.
Um choque por contato direto se deve mais quando pessoas advertidas ou não
manipulam quadros elétricos em mau estado construtivo, sem terminais elétricos apropriados,
ao utilizar extensões elétricas com isolação rompida e mal estado de conservação. Como medida
de controle de risco contra contato direto, se deve pela utilização de equipamentos elétricos em
boas condições de segurança, bem elaborados, isolações elétricas conservadas, colocação de
fora de alcance, barreiras, invólucros elétricos e dispositivos de proteção contra choque elétrico,
Interruptor diferencial residual (DR).
Contato indireto se deve pelo mal funcionamento de um equipamento e principalmente
pela ausência de aterramento elétrico, logo para controle dos riscos é essencial um sistema de
aterramento efetivo das partes metálicas não projetadas para condução de energia elétrica e
também a utilização de DR para desarmar em caso de fuga de energia elétrica.

1.2. Interruptor diferencial residual


O dispositivo interruptor diferencial residual é um equipamento no qual tem por finalidade
detectar correntes de fuga de energia e desenergizar um circuito elétrico. O DR consegue detectar
corrente de fuga a partir de 30 mA (Miliampéres - 0,03 Amperes) e atuar desligando o sistema
em 30 ms (Milissegundos). Esses parâmetros de operação do DR são essenciais, pois os choques
elétricos a partir de 30 mA, onde o indivíduo fique conectado a energia por um tempo superior
à 30 ms, são extremamente danosos ao corpo humano, causando paralisia do centro nervoso,
parada cardíaca, queimaduras etc.
O princípio de funcionamento do DR é simples, esse dispositivo faz uma comparação
da corrente elétrica que vai para carga com a corrente que retorna, onde caso haja diferencial de
corrente o DR desarma, pois verifica-se que houve fuga de energia no circuito.
O DR é obrigatório em circuito úmidos e molhados (Exemplo: Tomadas externas,
banheiro, cozinha, piscina, bomba d’agua, outros) e é essencial principalmente na construção
civil para proteção de eventuais choques elétricos.

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É essencial colocar que o DR desarma não somente por choque elétrico mais sim também
por qualquer falha na qual gere fuga de energia, como umidade na instalações e emenda malfeitas
por exemplo.

Para conhecer mais sobre proteção contra correntes de fuga à terra em instalações

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elétricas, leia o catálogo disponibilizado pela Siemens, onde mostra alguns de
seus dispositivos e funções,
disponível em: https://w3.siemens.com.br/automation/br/pt/downloads-
bt/Documents/Dispositivos%20DR/Cat%C3%A1lago/Cat%C3%A1logo%20
DR_2016_PT.pdf.

2 - INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PROVISÓRIAS


Instalações elétricas provisórias devem ser projetadas e executadas nos mesmos moldes de
segurança de que aa instalações elétricas definitivas, devem haver padrões construtivos, isolações
de partes vivas, diagramas elétricos, dimensionamento de carga. A NBR 5410 – Instalações
elétricas de baixa tensão deixa bem claro sobre não haver diferenciação entre instalações elétricas
provisória e definitivas, logo, na prática a maioria das instalações elétricas em canteiro de obras
são elaboradas na “gambiarra” e normalmente sem proteção contra choque elétrico, sem isolação
e sem proteção contra sobrecargas entre outras demais irregularidades.

O ministério do trabalho disponibiliza no site do FUNDACENTRO, uma RTP


(recomendações técnicas de procedimento) de número 5, para compreender a
fundo o assunto sobre instalações elétricas provisórias em canteiros de obras,
faça a leitura dessa RTP 05,
disponível em: http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-tecnica-
de-procedimento/publicacao/detalhe/2012/9/rtp-05-instalacoes-eletricas-
temporarias-em-canteiros-de-obras.

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2.1. Sinalizações de segurança em instalações elétricas


provisórias
As sinalizações em canteiro de obras são ferramentas essenciais para medidas preventivas
de controle de riscos elétricos. Os canteiros de obras possuem uma grande diversidade e
especialidades envolvidas na construção, onde em sua maioria não tem conhecimentos específicos
sobre o risco decorrente do emprego da energia elétrica, fazendo com que o uso da sinalização
dos riscos seja essencialmente umas das principais medidas para controlar o risco elétrico. As

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sinalizações devem estar dispostas de forma que as pessoas possam ser orientadas sobre os riscos
mesmo que não tenha conhecimento especifico nenhum, adotando-se de ilustrações e cores nas
quais chame a tensão sobre os riscos.
A sinalização das instalações elétricas não é somente o que diz respeito a risco de choque
elétrico para pessoas não advertidas, mas também para pessoal técnico adotando alguma
premissas básicas:

- Restrição de acesso;

- Risco de choque elétrico e instalação energizada;

- Sinalização cabeamento enterrado;

- Identificação dos quadros elétrico;

- Identificação dos circuitos elétricos de sua origem e destino;

- Recomendações de procedimentos de trabalho;

- Restrições de manobras e operação;

- Energia incidente para determinação das vestimentas de trabalho;

- Sinalização da condição operativa energizado/desenergizado;

- Sequência de fase;

A Instrumentação indicativa de parâmetros das instalações, como valores de tensão e


corrente, é uma forma de sinalização. Todos os quadros de distribuição dentro do canteiro de
obra, sejam eles fixos ou móveis devem haver sinalizações das instalações elétricas externamente
fixadas frente ao quadro de energia. É essencial que externamente exista sinalização luminosa
indicando a condição operativa do quadro se o mesmo está energizado ou não.

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Para conhecer mais sobre proteção contra correntes de fuga à terra em instalações
elétricas, leia o catálogo disponibilizado pela Siemens, onde mostra alguns de
seus dispositivos e funções,
disponível em: https://w3.siemens.com.br/automation/br/pt/downloads-
bt/Documents/Dispositivos%20DR/Cat%C3%A1lago/Cat%C3%A1logo%20
DR_2016_PT.pdf.

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2.2. Instalações elétricas aéreas e subterrânea provisória
Instalações elétricas aéreas são as mais utilizadas em canteiro de obras pois é mais prática
a sua instalação e remoção, possibilitando uma boa mobilidade, que um canteiro de obras
necessita. Instalações subterrâneas podem ser empregadas, porém necessitam de metodologias
especificas para abrigar e sinalizar, uma vez que é comum escavações em canteiro de obras.
Os cabeamentos elétricos nas instalações elétricas aéreas, assim como as subterrâneas,
devem possuir isolação elétrica reforçada de 1,0 kV em EPR/XLPE para a proteção mecânica e
sempre serem fixadas por meio de isoladores na distribuição e colocados fora de alcance.

Figura 15 - barreiras e invólucros. Fonte: RTP 05, fundacentro.

Instalações elétricas subterrâneas, sendo provisórias ou não, é necessário que seja feita a
sinalização evitando que escavações feitas por máquinas possam romper um condutor energizado
enterrado. Os cabos além de serem enterrado abaixo de 100 cm de profundidade, devem estar
abrigados em condutores elétricos e deve haver fita de sinalização enterrada e posteriormente
sinalização externa alertando que existem cabos enterrados e que não deve ser feita escavações
em proximidade.

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Figura 16 - instalação elétrica subterrânea. Fonte: RTP 05, fundacentro.

Figura 17 - sinalização de instalação elétrica subterrânea. Fonte: RTP 05, fundacentro.

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Figura 18 - banco de dutos enterrados. Fonte: NTC 903100.

2.3. Máquinas e equipamentos em canteiro de obras


Máquinas e equipamentos em canteiro de obras estão sempre passiveis de estar em locais
úmidos e molhados agravando as consequências de choque elétrico de forma geral. Não pode
esquecer de se utilizar equipamentos para fornecimento de energia com índice de proteção (IP)
contra líquidos e sólidos, compatível com cada local já citado no módulo 2 (Item 2.1).
Para fornecimento de energia elétrica, deve ser disposto em canteiro de obras os
denominados “Robôs”, que são quadros de energia elétrica, fixos ou moveis, com vários pontos
de tomadas elétricas. Os quadros de tomadas devem possuir os mesmos padrões construtivos
adotados em instalações elétricas definitivas, barreiras, invólucros, sinalizações, proteções
elétricas e demais medidas de controle do risco.

Figura 19 - robôs de tomadas. Fonte: RTP 05, fundacentro.

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Os condutores de energia devem possui cabo Terra ao longo de toda sua instalação elétrica
e estar devidamente aterrado. Os plugues para conexões de máquinas, devem ser compatíveis
com as tensões, assim, existe um padrão construtivo de cores a serem empregadas conforme a
tabela abaixo:

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Tabela 7 - padrão construtivo de cores. Fonte: o autor.

2.4. Iluminação provisória


Os sistemas de iluminação de energia elétrica em instalações em canteiro de obras
devem ser avaliados conforme critérios da NBR ISO 8995/2013 - “Iluminação de ambientes de
trabalho”, em que prevê as iluminâncias mínimas do ambiente. É essencial que assim como para
os quadros elétricos que sejam considerados os índices de proteção contra líquidos e sólidos, as
luminárias e principalmente um fator de perda na iluminância pelo acúmulo de poeira externa,
que dependendo do tipo do ambiente pode haver uma perda de até 50% reduzindo os valores
projetado e preconizado inicialmente.
As luminárias devem ser fixadas a 2,5 metros de altura no mínimo, possibilitando um
melhor fluxo de pessoas, máquinas e equipamento evitando impacto com o sistema de iluminação.
Mesmo sendo em instalações provisória, circuitos de iluminação devem estar expressamente
instalados em disjuntor de proteção especifico, não estando misturados com circuitos de tomadas
ou com finalidades diferentes. Deve haver circuito elétrico separado para a proteção do sistema
de iluminação.
Sistemas de iluminação portáteis devem possuir proteção reforçadas por meio de grades,
possuir isolação elétricas contra líquidos, estar com a isolação dos cabo e extensões em boas
condições e possuir plugues específicos compatíveis com o ambiente de trabalho.
Não se pode esquecer da obrigatoriedade de iluminação de emergência nos canteiros de
obra de forma a garantir uma rota de fuga e segura. A iluminação interna dos quadros elétricos e
de emergência externamente é essencial para manutenção e situações de emergência.

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A seguir uma tabela resumida de ambientes e iluminâncias mínimas médias.

Ambiente Iluminância (lux)


Áreas de circulação e corredores 100
Escadas, escadas rolantes e esteiras rolantes 150
Refeitório/Cantinas 200
Vestiários, banheiros, lavados. 200
Quadros de distribuição 500
Enfermaria 500

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Depósitos, estoque e câmara fria 100 – 200*
Expedição 300
Escritórios (Digitação, leitura, projeto em computadores), salas
500
de reunião.
Tabela 8 - iluminâncias mínimas médias. Fonte: o autor.

3 - PREVENÇÃO E CONTROLE EM MÁQUINAS,


EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Máquinas e instalações elétricas estão diretamente vinculadas a NR12 – “Segurança em
máquinas e equipamentos elétricos”, descrevendo de que forma deve haver as proteções elétricas,
mecânicas e demais medidas para o controle de riscos. As máquinas e equipamentos elétricos
devem possuir arranjos físicos evitando contatos diretos com as partes que possam causar
acidentes, seja de riscos mecânicos, químicos, térmicos e elétricos.

3.1. Arranjos físicos


Os locais de instalação de máquinas e equipamentos devem ser demarcados claramente
com delimitações de espaço de segurança, possuir um piso abrasivo antiderrapante, as circulações
em torno do local estarem livre do acesso de pessoas e demais equipamentos que possa fazer parte
do processo produtivo. As distâncias mínimas e espaçamentos devem ser avaliadas caso a caso,
considerando critérios de segurança onde possa ser possível, manutenção, limpeza, ajustes em
geral. Quando falamos de arranjos físicos voltados às instalações elétricas é essencial que locais
energizados possuam um espaço seguro internamente, para instalação e operação de dispositivos
elétricos, e que todo o arranjo físico no qual projetado em materiais condutores possam estar
devidamente aterrados para proteção de choque elétrico.
Existem proteções fixas e móveis, em que as duas tem por finalidade ser como uma barreira
para se evitar o acesso às partes perigosas, porém a grande diferença na qual denomina uma ou
outra é o tipo de fixação. A Proteção fixa é instalada de forma que se precisa de ferramental
especifico para remoção, como chave estrela, fenda, outros. Já as proteções móveis são como
portas no qual podem ser abertas manualmente sem auxílio de ferramentais. É válido lembrar
que as proteções moveis devem ser monitoradas por dispositivos elétricos de segurança do estado
de abertura, parada de emergência e até bloqueio eletromecânico para se evitar o acesso a áreas
de risco.

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3.2. Equipamentos e dispositivos elétricos


Os níveis de segurança quando falamos de instalações elétricas até mesmo para implantação
da NR 12 é bem claro, que deve-se seguir a NR 10, logo, aquelas premissas básicas descrita na
unidade I e II devem ser seguidas em geral na implantação de dispositivos elétricos em máquinas
e ser acrescentado mais algumas informações especificas para implantação de segurança em
máquinas e equipamentos, como: botoeiras de emergência, sensores, bloqueios eletromecânicos,
módulos de segurança e monitoramento, entre outros. Nesse momento especificaremos os
quesitos sobre dispositivos que devem ser empregados.

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3.2.1. Cabos elétricos
Os cabos elétricos de alimentação ou comandos elétricos, principalmente em máquinas,
devem ser considerados principalmente o ambiente no qual vão ser instalados, considerando
oferecer resistência mecânica e estarem abrigados em local especifico, resistência contra elementos
químicos e abrasivos, evitarem que os mesmos fiquem em contato com cantos vivos (Exemplo:
Quinas, objetos pontiagudos, outros), não atrapalharem ou dificultarem o transito e a circulação
de pessoas, máquinas e equipamentos e claro como bem especificado na NBR 5410 não propagar
fogo ou até mesmo fumaça toxica.

3.2.2. Quadros de máquinas e equipamentos


Os quadros elétricos de máquinas e equipamentos na medida do possível, devem ser
metálicos, para oferecerem melhor resistência física nas instalações em relação ao quadro de
PVC rígido que pode ser facilmente quebrado em ambientes industriais. Partes metálicas não
projetadas para condução de eletricidade, seja fixa ou móvel, como a porta do quadro, devem
possuir aterramento elétrico das instalações conforme especificados em norma. Os quadros
elétricos devem possuir sinalização externa se está energizado ou não, restrições de advertências
sobre o risco elétrico, procedimentos de trabalho e níveis de energia incidente a fins de poder
avaliar quais vestimentas utilizar.
Todas as portas que dão acesso aos quadros elétricos diretamente as instalações devem
ser mantidas terminantemente fechadas, onde a abertura seja somente por chaves ou ferramentas
especificas. Internamente os quadros devem ser mantidos organizados e limpos e serem mantidos
livres de objetos nos quais não estão sendo utilizados para sua operação, como por exemplo,
fusíveis reservas ou alicates. Deve ser verificado também o índice de proteção, aterramento,
identificação e sinalização como qualquer instalação elétrica em geral.
Barramento elétricos, terminais elétricos e partes vivas das instalações em geral
não podem estar expostas de forma intencional, isso significa que mesmo que com o quadro
aberto, não pode haver partes vivas das instalações expostas. Quadros elétricos em geral devem
ser mantidos organizados com dispositivos fixados e permanentemente limpos sem acumulo de
poeiras nas instalações de forma a evitar falhas elétricas de fuga de energia.

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3.2.3. Dispositivos elétricos de partida, acionamento e


parada
A alimentação e fornecimento de energia que venha externamente, no momento de
alimentação deve possuir dispositivo de proteção contra sobrecargas, dimensionado conforme
característica de funcionamento da carga.
Máquinas e equipamentos elétricos devem possuir um sistema de automação para seu
acionamento, monitoramento e segurança das instalações elétricas, possuindo critérios de seleção

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de componentes extremamente criteriosos. É expressamente proibido a utilização de chave
geral de energização do equipamento como chave geral. Exemplificando, um motor elétrico de
partida elétrica direta, deve possui um disjuntor geral de proteção para o motor e um quadro de
automação para partida e parada do equipamento.
Os botões de acionamento de operação de máquinas não podem estar dispostos de forma
a acontecer o acionamento de forma acidental ou oferecer riscos por um acionamento indevido
e/ou esbarrão, assim como é proibida a utilização de alavancas mecânicas para acionamentos,
seja ela elétrica, mecânica ou pneumática. As Botoeiras de acionamento devem estar dispostas
de forma acessível onde seja possível o desligamento por outra pessoa que não seja o operador
em situações de risco. Acionamentos elétricos não podem ser burlados e sobrepostos por
“gambiarras” para utilização.
Inicialmente em última atualização da NR 12, havia sido implementado uma medida de
controle de rico, onde exigia-se que todos os acionamentos de máquinas e equipamento deveriam
ser em extra baixa tensão, no qual tornava extremamente complicado a sua implementação
uma vez que todos os sistemas de automação deveriam ser substituídos de forma integral sem a
possibilidade de um retrofit do quadro. Essa medida foi removida da normal pois a utilização de
botoeiras de materiais isolantes tem como forma de controlar o risco efetivamente assim como
para efeito de redução de custo de implantação da NR 12 facilitando as adequações em geral de
máquinas e equipamentos.
Comando bimanuais devem ser utilizados em casos onde se deve garantir que o operador
da máquina e equipamento disponha das duas mãos em locais de segurança e longe de áreas de
ricos quando acessíveis com a máquina em operação. Dispositivos bimanuais devem possuir
interface de segurança a fins de garantir a segurança contra falha, ou seja, para cada acionamento
é confirmado se realmente os dois dispositivos estão efetivamente acionados e em caso de falha
de um dos dispositivos possui um monitoramento de falha e não possibilita a operação, assim
como indica a falha.
Acionamentos de máquinas e equipamentos quando verificado que a sua operação em
situações de parada que possam causar riscos, devem possuir acionamento em redundância e
monitoramento por interface. Exemplificando, considerando uma talha elétrica com guincho,
quando um operador aciona o botão para recolher o cabo e após um momento ele solta o botão
para a parada do equipamento, caso ocorra a continuidade dessa operação é passível de um
risco elevado, dessa forma deve ser realizado a interligação em redundância, ou seja, no guincho
elétrico deve possuir duas contatoras ligadas em série em redundância de forma a garantir
que se uma delas falhar a outra garantira o seu desligamento. O monitoramento por interface
possui um contato positivamente guiado no qual em caso de falha de uma dessas contatoras de
acionamento simultâneo o dispositivo estará impossibilitado a sua operação até que se corrija a
falha no equipamento.

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Seleção sistemas de segurança principalmente no acionamento de máquinas e


equipamentos devem estar de acordo com a categoria da máquina e equipamento por análise de
risco prévia, possuir um profissional legalmente habilitado, possuir integração entre sistemas,
estar sobre vigilância constante por interface de segurança e estar acima de todos os dispositivos
em caso de parada de emergência. É válido colocar que deve possuir botão de “reset” dos
dispositivos após a parada de emergência.

3.2.4. Dispositivos de parada de emergência.

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Todas as máquinas e equipamentos que não são autoproporias, devem dispor de
dispositivo de parada de emergência e ele estar disposto em local visível onde possa ser acionado
pelo operador ou pessoa não advertida em caso emergência. Os dispositivos de parada devem ser
selecionados criteriosamente a sua metodologia para cada tipo de máquina, podendo ser botão
tipo cogumelo, sensores e barreiras luminosas, cordão de parada de emergência etc.
Quando acionado o dispositivo de parada de emergência, ele deve-se sobrepor a todos os
equipamentos, parando todo o sistema por completo, disparando sinais luminosos e visuais. O
sinal de parada de emergência deve disposta de botoeira de reset no qual deve ficar no quadro de
operação e possibilitar a reativação do equipamento após o seu acionamento. Quando acionada
a botoeira de parada de emergência, os demais dispositivos de segurança devem se manter
operantes como sensores, cortinas de luz, assim como não se pode gerar riscos adicionar com
o seu emprego. A quantidade de paradas de emergência deve estar disposta de forma que cada
análise de risco foi inicialmente desenvolvida.

A NR 12 especifica as exigências mínimas sobre os dispositivos de parada de


emergência, para que se conheça essas exigências, leia sobre o assunto no site
do “trabalho seguro”,
disponível em: http://www.trabalhoseguro.com/NR/NR12/Dispositivos_parada_
emergencia.html

3.3. Transportadores de materiais.


A movimentação e transporte de materiais dentro de um ambiente industrial ou
construção civil apresenta grandes níveis de riscos de acidentes das mais variadas proporções.
Os transportes de materiais podem ser realizados por máquinas e equipamentos móveis nas
quais tem referências e padrões de operação especifica em movimentação de carga, porém na
grande maioria, os transportadores contínuos devem atender a requisitos e condições mínimas
de proteção conforme a NR12.

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Partes em movimentos devem ser protegidas e sinalizadas de seus movimentos evitando


esmagamentos, agarramentos e aprisionamentos. Os pontos de principais riscos nesses casos
são a exposição de correias, roletes, roldanas, engrenagens, cremalheiras, correntes, entre outros
demais inúmeros pontos de riscos.
Os transportadores instalados com altura superior a 2,70 não precisam de proteções
físicas desde que não haja circulação ou ocupação continua de pessoas, pois é um equipamento
de estar fora do alcance.
A fim de realizar inspeção nos transportadores, é permitido o uso de uma passarela de
um único lado ao longo dos equipamentos, desde que sejam mantidos proteções fixas ou móveis
intertravadas, assim como em toda sua extensão deve haver botoeira de para de emergência.

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Para áreas de cargas suspensas o local deve ser delimitado e impedir o acesso de pessoas
sob o local do levantamento da carga.

3.4. Manuais e inventário


Toda máquinas e equipamento deve dispor de manuais contendo todas as informações
relativas segurança, quais risco apresentam o equipamento, capacidade de cargas e restrições de
operação, indicação de medidas de controle de risco existente, periodicidade de manutenção e
conservação.
Na ausência, inexistências ou extravio do manual, deve ser elaborado um manual de
máquinas por um profissional legalmente habilitado especificando todos os itens de segurança
operação e recomendações.
A empresa deve constituir e manter atualizado um inventário de máquina
especificando além de uma análise de risco em geral dos equipamentos, complementar
informações sobre tipo, capacidade, sistema de segurança empregados e obrigatoriamente deve
ser elaborado por um profissional legalmente qualificado e habilitado.

4 - RISCOS NA ELETRIFICAÇÃO RURAL


As redes de distribuição rural são projetadas para o fornecimento de energia em áreas mais
distante de centro urbanos no qual normalmente possui grandes trechos de rede de distribuição
e poucas unidades consumidoras em agrupamento. É necessário um grande investimento no
lançamento de postes e linhas de alimentação para atendimento de um único consumidor e que
normalmente com pouco consumo e/ou voltados a manter um sistema de irrigação, bombas d’agua
entre outros. As redes rurais também possuem uma característica de que estão permanentemente
poucos expostas a intemperes de proximidade continua, como passagem de pedestre, edificações,
máquinas etc.
As redes rurais são mais simplificadas e são lançadas por meio de um único cabo
alimentador em alguns casos, sem condutores Neutro ou Terra na distribuição, para redução
de custos na distribuição. O Sistema de aterramento é realizado apenas no ponto de derivação e
fornecimento de energia. Podemos afirmar que o sistema de eletrificação rural é menos seguro
do que os tradicionais, onde se permite ser realizado dessa forma, uma vez que os riscos são
expostos a uma menor quantidade de pessoas e também para viabilizar o fornecimento em áreas
mais distante com a redução do custo.

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Para informações complementares sobre aterramentos elétricos de cercas,


assista sobre um fabricante a seguir. Aterramento na cerca elétrica rural. 2018.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=wGaoLOGY4SY>.
Acesso em: 18 Jun. 2018.

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4.1. Acidentes com cercas energizadas
A transposição de redes rurais sobre cercas elétricas ou não, devem ser extremamente
cuidadosas, uma vez que cerceamento é constituído de cabos metálicos contínuos e a sua
energização pode ser acidental, com isso podem acontecer acidente graves, mesmo estando a uma
distância do ponto de falha. Cerca elétrica em proximidade com rede elétrica, deve ser rompida
e instalada um ponto de aterramento elétrico para se evitar que em caso de desenergização à 50
metros da área de servidão.
Existem casos de acidentes de energia elétrica que se utilizou cabos das cercas de gado
como guia para fixar cabos de energia, causando acidentes com morte, como foi o caso à seguir
onde morreram três irmão de 4, 6 e 14 anos ao tocarem em uma cerca na qual estava eletrificada
acidentalmente, na cidade de Petrolina no estado de Santa Catarina em 7 de Novembro de 2014.

Figura 20 - cerca eletrizada responsável pelo acidente. Fonte: G1.

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Nesse material uma reportagem de depoimento de um casal no qual foi vítima


de um acidente envolvendo choque elétrico, causado pela cerca elétrica por falha
e instalações elétricas mal elaboradas. É uma situação real na qual todos estão
passíveis.
Site G1 Disponível em: <http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2014/11/
pais-das-tres-criancas-que-morreram-eletrocutadas-falam-sobre-tragedia.

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html> Acesso em: 08 mai. 2018

5 - CONCLUSÃO
A implantação de instalações provisórias com um padrão construtivo de instalações
elétricas definitivas em conformidade com a NBR 5410, resulta em um controle de riscos em
operações em instalações elétricas. O canteiro de obras está relacionado diretamente com altos
índices de acidentes de trabalho, principalmente no uso de instalações elétricas. Medidas efetivas
na implantação de um sistema de sinalização das instalações, sistema de aterramento elétrico,
instalação de DRs e instalação de barreiras contra choques elétricos são de suma importância na
proteção contra choques elétricos e na proteção de máquinas e equipamentos.
Verificamos que a implantação de sistemas elétricos da NR 12 não se abrange somente
na implantação de barreiras físicas, mas sim de sistemas de automação tomando sinalizações,
acionamentos elétricos seguros, botoeira de emergência, interface de segurança, sensores
elétricos, bloqueios e intertravamentos, entre outras medidas efetivas de segurança em máquinas.
As medidas constantes na NR 10 servem como informações complementares sobre os riscos de
instalações elétrica aplicáveis à NR 12, fazendo com que seja essencial a integração das normas
regulamentadoras.

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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

04
DISCIPLINA:
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS, APLICAÇÃO
NR 10 E NR 12 - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

SPDA, MANUTENÇÃO E SUBESTAÇÃO


PROF. JOSÉ TIAGO SOUZA DE LUCCA

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 52
1 - TERMINOLOGIAS E DEFINIÇÕES ..................................................................................................................... 53
2 - SPDA .................................................................................................................................................................... 54
2.1. INSPEÇÃO SPDA ATERRAMENTO ................................................................................................................... 58
2.2. PROTEÇÃO DOS SISTEMAS ELÉTRICOS E ELETRÔNICOS INTERNOS NA ESTRUTURA ......................... 58
3 - MANUTENÇÃO PREVENTIVA E ENGENHARIA DE SEGURANÇA .................................................................. 60
3.1.MANUTENÇÃO SENSITIVA E PREDITIVA ........................................................................................................ 60
3.1.1.INSPEÇÃO TERMOGRAFIA .............................................................................................................................. 62
3.2. MANUTENÇÃO PREVENTIVA .......................................................................................................................... 62
3.3. MANUTENÇÃO CORRETIVA ............................................................................................................................ 64

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4 - SUBESTAÇÃO ABAIXADORA ............................................................................................................................. 64
4.1. COMPONENTES DAS SUBESTAÇÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................................ 64
5 - CONCLUSÃO ....................................................................................................................................................... 68

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INTRODUÇÃO
O Brasil, por ter um extenso território e estar localizado próximo ao equador geográfico,
apresenta um grande número de ocorrências de relâmpagos. São muitos raios que atingem o
solo brasileiro ao ano, e com o passar dos anos esse número tem aumentado significativamente.
De acordo com INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Especiais –, cerca de 78 milhões de raios

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atingem o território nacional e a cada 50 mortes por raio no mundo 1 morte acontece no Brasil.
Assim, a implantação de sistema de SPDA – Sistema de proteção contra descargas atmosféricas – é
essencial e a compreensão das metodologias existentes e periodicidade de inspeção são essenciais
para segurança pessoas e estruturas.
Na unidade 4, bordaremos os tipos de manutenção e intervenção em instalações elétricas e
as suas peculiaridades e essencialidade para manter padrões seguros de segurança e confiabilidade
no pleno funcionamento das instalações, onde será abordado a importância das manutenções
sensitiva, algumas técnicas de manutenção preditiva, a importância das manutenções preventiva
para se evitar ao corretiva emergenciais. Entretanto, quando descrevemos manutenções
em instalações elétricas, é necessário que haja descrições sobre os sistemas de subestações,
funcionamento e medidas de controle de risco sobre cada componente da subestação.

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1 - TERMINOLOGIAS E DEFINIÇÕES
No decorrer desse módulo existe algumas terminologias que devem ser de conhecimento
para um total entendimento do conteúdo, elas são:
- INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais é uma referência internacional em
pesquisas de ciências espaciais e atmosféricas, engenharia espacial, meteorologia, observação da
Terra por imagens de satélite e estudos de mudanças climáticas.
- SEP, Sistema Elétrico de Potência é o conjunto de equipamentos elétricos com finalidade

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de geração, transmissão e distribuição de energia com valores de demanda de energia elevado,
geralmente em AT.
- SPDA, Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas é um sistema responsável
pela proteção de estruturas e edificações contra a incidência de descargas atmosféricas.
- Aterramento elétrico, significa colocar instalações e equipamentos no mesmo potencial,
de modo que a diferença de potencial entre a terra e o equipamento seja o menor possível.
- Equipotencialização tem como objetivo eliminar as diferenças de potencial entre os
sistemas elétricos e seus componentes metálicos.
- PIE, Prontuário de Instalações Elétricas é um conjunto de informações no qual a empresa
que possua carga instalada acima de 75 kW deve constituir e mantê-lo atualizado.

No item 1 desse Módulo IV iremos abordar o assunto “Sistema de proteção contra


descargas atmosféricas”. Para que se tenha um conhecimento mais a fundo sobre
SPDA, recomendamos a leitura na integra da ABNT NBR 5419 – Proteção contra
descargas atmosféricas.
Como a NBR 5419 sofreu uma drástica alteração em 2015 recomendamos,
também, a leitura do artigo “Recomendações para se adequar à nova ABNT NBR
5419/2015” do Eng° eletricista Normando Alves disposto no site da Termotécnica.
Disponível em <https://tel.com.br/recomendacoes-nbr5419/>.
Acesso em 25 jun. 18.

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2 - SPDA
As descargas elétricas atmosféricas são um fenômeno da natureza que causam sérios
danos nas redes de geração, transmissão e de distribuição de energia elétrica devido a indução
de picos de tensão de milhares de Volts. Essas descargas provocam, também, danos materiais a
construções prediais e riscos à pessoas e animais.
A Norma Brasileira utilizada na prevenção dos danos causados pelas descargas atmosféricas
é a ABNT NBR 5419, a qual teve sua última atualização em maio de 2015 e apresentou um estudo

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muito mais completo e rigoroso do que a sua versão de 2005. A ABNT NBR 5419 tem como
base a norma IEC 62305 – “Lightning Protection” dispõe de trezentas e nove páginas e é dividida
em quatro partes, que falam sobre: princípios gerais, gerenciamento de risco, danos físicos a
estruturas e perigos à vida, e sistemas elétricos e eletrônicos internas na estrutura.
A função de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) é impedir que
as descargas atmosféricas tenham contato direto com as estruturas e edificações, interceptando a
trajetória de um raio, fazendo com que a corrente elétrica seja conduzida e se disperse na terra,
através do subsistema de captores, descidas e aterramento.

Figura 21 - subsistemas de um SPDA. Fonte: o autor.

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O subsistema de captação é a parte do SPDA que recebe diretamente a incidência das


descargas atmosféricas, assim sendo de extrema importância o dimensionamento correto
desse subsistema para a devida condução das descargas atmosféricas para a terra, a fim de não
causar nenhum tipo de dano a estrutura protegida. Os captores podem ser classificados de duas
formas, naturais e não naturais. Os não naturais são captores metálicos colocados e posicionados
exclusivamente para a proteção da estrutura. Os captores naturais são elementos metálicos
expostos, em que existe a possibilidade de serem atingidos por raios, por exemplo, tubos, antenas,
escadas, entre outros.
O Subsistema de descida é constituído por condutores que levam a corrente dos raios que
atingem os captores para ser dissipada na terra. Os condutores de descida também podem ser

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classificados como naturais e não naturais.
O subsistema de aterramento é responsável por fazer com que a corrente que entrou no
sistema de proteção seja dissipada no solo através de uma malha de aterramento, sem trazer
danos e prejuízos. A malha de aterramento deve ser constituída de um anel formado por um
condutor de nu de cobre, aço cobreado ou aço zincado, envolvendo a edificação.
Parte importante do sistema de proteção contra descargas atmosféricas é deixar os
materiais, instalações elétricas, sistemas internos e partes condutivas externas no mesmo
potencial. Essa equipotencialização irá garantir que não haverá centelhamentos, em caso de
ocorrência de descargas atmosféricas.
Segundo a ABNT NBR 5419, para uma proteção ideal para estruturas é necessário
envolver completamente a estrutura a ser protegida por uma blindagem contínua perfeitamente
condutora, aterrada e de espessura adequada, e além disso, providencias ligações equipotenciais
adequadas para as linhas elétricas e tubulações metálicas que adentram na estrutura nos pontos
de passagem pela blindagem.
A ABNT NBR 5419 valida três métodos para a disposição dos materiais do SPDA, onde
que para cada estrutura deve-se ser estudado qual a melhor forma de proteção, esses métodos
são:
a) Princípio dos captores de Franklin – é constituído através de uma haste vertical colocada
no ponto mais alto da estrutura a ser protegida, e quando a haste em questão se encontra sob
uma nuvem carregada, produz uma alta concentração de cargas elétricas e um campo magnético
intenso, tornando o ar um condutor elétrico.

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Figura 22 - principio dos captores de Franklin. Fonte: o autor.

Para se determinar a área a ser protegida é mais comumente utilizado o método do


ângulo de proteção, devido sua facilidade. De acordo com o nível de proteção e altura do captor
de Franklin é determinado um ângulo de proteção que parte do captor e acaba em forma de cone.

Figura 23 - ângulo de proteção do captor de Franklin. Fonte: Visacro Filho (2005).

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b) Método da gaiola de Faraday – A concepção de uma gaiola de Faraday consiste em


uma malha de condutores de forma a criar um meio equipotencial. O funcionamento da proteção
do tipo Gaiola de Faraday é bem-sucedido porque as correntes induzidas nas quadrículas criam
campos magnéticos de oposição, levando o raio para as bordas da malha e obrigando a fluir para
o cabo de descida, segundo Kinderann (1997).

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Figura 24 - método gaiola de Faraday. Fonte: Kindermann (1997).

c) Método da esfera rolante – Esse método é uma forma simples para ser usado na
proteção de edificações, onde consiste em rolar uma esfera imaginária sobre a estrutura para
determinar os pontos vulneráveis a descargas da estrutura a ser protegida, e assim, nesses pontos
devem ser colocados um subsistema de captação.

Figura 25 - método da esfera rolante. Fonte: NBR 5419-3 (2015).

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As perdas citadas pela norma são, morte, perda de serviço ao público, perde de patrimônio
cultural e perda de valores econômicos (L1, L2, L3 e L4, respectivamente), assim para que não
venha ocorrer essas perdas graves, é de extrema importância a implementação de um SPDA nas
estruturas e edificações sujeitas a descargas atmosféricas.

2.1. Inspeção SPDA aterramento


Como citado anteriormente, na Unidade I, em estabelecimentos com carga instalada
superior a 75kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas (PIE)

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atualizados. Nesse PIE um dos itens exigidos, dado pela alínea “b” do subitem 10.2.4 da NR 10, é
a documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas atmosféricas
e aterramentos elétricos. A inspeção do SPDA consiste em assegurar de que:

I) O SPDA esteja de acordo com projeto baseado na ABNT NBR 5419;

II) Todos os componentes do SPDA estão em boas condições e são capazes de cumprir
suas funções; que não apresentem corrosão, e atendam às suas respectivas normas;

III) Qualquer nova construção ou reforma que altere as condições iniciais previstas e
projeto além de novas tubulações metálicas, linhas de energia e sinal que adentrem a estrutura e
que estejam incorporados ao SPDA externo e interno se enquadrem nesta Norma.

A periodicidade e ordem das inspeções de SPDA são definidas no item 7.3 da ABNT NBR
5419 de 2015. Esse item especifica que deve ser feita inspeção durante a construção do SPDA,
após a instalação do SPDA e quando o sistema sofre alterações ou reparos e quando houver
suspeita de que a estrutura foi atingida por uma descarga atmosférica. Já a inspeção visual deve
ser feita semestralmente, apontado eventuais pontos deteriorados no sistema. Já na alínea “e”
do item 7.3 da NBR 5419, especifica as inspeções que devem ser realizadas periodicamente e
realizadas por profissional habilitado e capacitado a exercer esta atividade, com emissão de uma
ART. As inspeções periódicas realizadas por profissional habilitado e capacitado devem ser feitas
em intervalos determinados, em que:
- um ano, para estruturas contendo munição ou explosivos, ou em locais expostos à
corrosão atmosférica severa (regiões litorâneas, ambientes industriais com atmosfera agressiva
etc.), ou ainda estruturas pertencentes a fornecedores de serviços considerados essenciais
(energia, água etc.)
- três anos, para as demais estruturas.

2.2. Proteção dos sistemas elétricos e eletrônicos internos


na estrutura
A parte quatro da NBR 5419 especifica alguns pontos para as Medidas de Proteção contra
surtos (MPS) e, instalações e equipamentos. Ela traz informações de projeto, instalação, inspeção,
manutenção e o ensaio de sistema de proteção elétrico e eletrônico, a fim de reduzir o risco
de danos (perda patrimonial, acidentes pessoais, paralização das atividades, perdas financeiras
etc.) permanentes internos à estrutura devido aos impulsos eletromagnéticos de descargas
atmosféricas.

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Desde 2004, a ABNT NBR 5410 torna o uso de DPS (Dispositivo de Proteção contra
Surtos) obrigatório na maioria do território brasileiro, pois deve ser instalada em locais onde a
estrutura for alimentada por linha área e estiver em local onde há um valor superior a 25 dias por
ano de trovoada.
O DPS tem como uma de suas funções proteger os equipamentos de campos
eletromagnéticos provenientes das descargas atmosféricas, e como consequência, sobretensões
induzidas transmitidas por meio dos condutores. DPS são constituídos por semicondutores no
qual desviam corrente e tensão de falha para terra em altíssima velocidade de falha (40 micro-
segundos), porem com grande potencial de queima de dispositivo. As falhas geralmente são
surtos transitórios (Surto elétrico alta intensidade de sobretensão/sobrecorrente) causados

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por descargas atmosféricas que atinjam diretamente e/ou indiretamente uma edificação, ou
até mesmo causadas por distúrbios na rede elétrica (Exemplo: Manobra de disjuntores de AT
ou falha no sistema) que provoca a queima de equipamentos eletroeletrônicos ou até mesmo
choques elétricos. Para embasamento teórico, um disjuntor ou DR demanda de um tempo de 20
milisegundos (0,02 segundos) para detecção e atuação no desligamento em caso de falhas, o DPS
atua na faixa de 40 a 100 microsegundo (0,00004 segundos) e é obrigatório a sua instalação em
todas a instalações elétricas conforme NBR5419.
Pode-se identificar três fases distintas de operação de um DPS, a fase inicial onde o
dispositivo está instalado entre um condutor ativo e a terra, a fase durante o surto de tensão
que é onde o DPS reduz sua própria impedância para drenar a corrente e mantém uma tensão
constate nos terminais, e a fase de extinção do fenômeno que ao final da sua intervenção o DPS
é atravessado pela corrente fornecida pelo circuito do qual ele faz parte (corrente subsequente).
Esses dispositivos (DPS) são classificados em três classes, em que:

• Classe I é destinados a limitar surtos de tensão, os quais a totalidade ou parte da corrente


do raio está associada. São obrigatórios em edifícios equipados com para-raios e são instalados
no quadro principal, no ponto de ligação com a rede elétrica;

• Classe II são destinados a proteger os equipamentos contra surtos de tensão. São


instalados em quadros de distribuição;

• Classe III desempenham um papel de terminação, impondo uma baixa “tensão residual”
(nível de proteção) suportada pelos equipamentos eletrônicos finais. Esses são instalados
próximos aos aparelhos eletrônicos finais.

Além das classes de divisão, esses dispositivos apresentam três famílias de tipos distintos,
elas são:
• Por comutação ou disparo (elemento principal é o centelhador). Como vantagens
esse tipo apresenta dimensões e correntes de descargas elevadas, confiabilidade e isolamento
galvânico. E como desvantagem uma tensão de ignição elevada e corrente residual.

• Por limitação (Varistor ou diodo zener). Algumas das vantagens desse tipo é o tempo de
acionamento reduzido e a ausência de corrente residual.

• De tipo combinado (ligação dos dois primeiros tipos em paralelo ou em série). Como
vantagem esse tipo garante o isolamento galvânico e a ausência de corrente de fuga. E uma das
desvantagens é a capacidade de descarga reduzida.

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3 - MANUTENÇÃO PREVENTIVA E ENGENHARIA DE


SEGURANÇA
Manutenção em instalações elétricas deve ser encarado como uma medida de controle de
risco no trabalho com eletricidade. Temos alguns tipos de manutenção em instalações elétricas
no qual é essencial que seja realizado o controle dos riscos por meios de metodologias sensitiva
e preventiva, preditiva e corretiva. Qualquer planta está passível a realizar manutenção corretiva,

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porem ela pode ser planejada ou emergencial, assim a detecção e prevenção da quebra e falhas de
equipamentos previamente é essencial para se manterem níveis seguros das instalações elétricas.
Estaremos falando adiante sobre metodologias e ensaios em instalações elétricas
especificado em norma para garantir a segurança e o pleno funcionamento das instalações
elétricas, evitando-se acidentes de origem elétrica, parada de equipamentos repentina, perda de
produção, perdas financeiras e demais prejuízos associados a ausência de manutenção efetiva.
A manutenção atualmente dispõe de inúmeras ferramentas para que se possa controlar
os riscos em geral, de forma a garantir uma alta performance de máquinas e equipamentos. Os
custos de manutenção dentro de uma indústria são excepcionalmente elevados e difíceis de se
mensurar a redução deles, porém é possível utilizar indicativos de que a manutenção está sendo
efetiva quando quantificarmos o tempo de parada de máquinas, quantidade de quebras, redução
do índice de acidentes e demais indicativos. Nosso principal objetivo nesse tópico é falar sobre
as necessidades de um controle e planejamento de manutenção voltado a segurança no trabalho.
Temos vários tipos de tecnologias as quais conseguimos empregar para o controle de manutenção
como termovisores, multimedidores de grandezas de energia elétrica, instrumentação para
monitoramento, interfaces e supervisórios. Para cada tipo de falha possui uma forma de ser
prevista previamente por medidas de controle, logo para cada etapa de manutenção deve ser
seguida à risca e monitorada constantemente.
Temos basicamente sobre 3 tipos de manutenção e suas peculiaridades, manutenção
sensitiva e preditiva, preventiva e a corretiva, onde todas são manutenções, porem utilizam-se de
metodologias divergentes de inspeção, detecção e intervenção.

3.1. Manutenção sensitiva e preditiva


A manutenção sensitiva e preditiva em instalações elétricas tem por finalidade detectar
previamente possíveis indícios de falhas antes da quebra do equipamento, ou seja, é uma forma
de se antecipar o mal funcionamento do equipamento, antes da falha propriamente dita.
A diferença entre a sensitiva e a preditiva é de que a sensitiva se utiliza de sentidos humanos
a fins de detectar falha, já a preditiva utiliza-se ferramentais no qual possibilitam inspeção nas
instalações elétricas. Na sensitiva utiliza-se sentidos aguçados do operador da máquina por meio
de sua audição, olfato e visão para prever uma falha. Um equipamento como um motor elétrico
por exemplo, pode apresentar um ruído no rolamento ou correia ou até mesmo gerar cheiro de
queimado, sendo possível sensitivamente detectar a falha. A sensitiva é muito dependente da
qualificação e experiência de quem a detecta para diagnosticar de que existe alguma anormalidade
nas instalações.

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Após ser detectada ou não uma falha de forma sensitiva, temos a manutenção preditiva na
qual pode-se utilizar de ferramentais específicos para detecção eventos de falha. Exemplificando,
motores elétricos podem apresentar alterações nos seus parâmetros elétricos de corrente e tensão
sendo detectável por um medidor de energia. Pode-se também ser visualizado falhas nas quais
gerem alterações térmicas onde pode ser empregando um termovisor no qual falaremos dele
adiante, apontando anomalias em rolamento, mau contato, ausência de lubrificação, sobrecarga,
ausência de refrigeração, ventilação, entre demais parâmetros detectáveis de forma preditiva.
Tem como forma de manutenção preditiva a análise de vibração de equipamentos por meio de
medidor específico, detectando também anomalias em rolamentos ou desbalanceamentos do
rotor.

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A grande finalidade da sensitiva e preditiva é detectar e prever a anomalia no
funcionamento das instalações antes da falha ou certificar de que o equipamento está em plenas
condições operacionais de funcionamento, elevando o nível de confiabilidade e segurança, assim
como reduzir os dessabores e prejuízos com a quebra repentina de equipamentos.
A NBR-5410 – Especifica que a inspeção sensitiva e preditiva deve ser realizada em
equipamentos elétricos após sua instalação final e periodicamente conforme especificação dos
fabricantes. As instalações elétricas, preferencialmente desenergizadas, devem ser verificadas os
seguintes pontos e empregadas as medidas de controle:
- Medidas de proteção contra choque;

- Medidas de proteção contra efeito térmicos;

- Inspeção das instalações de linhas elétricas;

- Ajustes dos parâmetros de dispositivos de proteção;

- Indicação de operação dos dispositivos de seccionamento e comando;

- Adequação dos componentes e das medidas de proteção adotada com relação a


influencias externas;

- Presença e identificação dos componentes elétricos;

- Operação de instrumentação, sinalização e advertências;

- Padrões construtivos de conexões elétricas;

- Acessibilidade das instalações;

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3.1.1. Inspeção termografia


Após a inspeção sensitiva e logo após e entrada em operação de instalações elétricas,
a termografia deve ser realizada regularmente e periodicamente a fins de controlar os riscos
em instalações elétricas. O termovisor é o instrumento no qual é utilizado para tal atividade,
funcionando como forma de captura de imagens térmicas adotando contrastes de cores a fins de
destonar pontos de aquecimento nas instalações elétricas, conforme imagem a seguir:

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Figura 26 - termovisor. Fonte: Fluke.

Qualquer falha que gere efeito térmico superficial em máquinas ou equipamentos, pode
ser detectável por meio de termografia, como exemplo, falta de lubrificação em um rolamento
gerando aquecimento, mal contato em uma conexão elétrica, sistema de refrigeração ineficiente,
entre outros. Essencialmente a termografia se trata de um ensaio não destrutivo e sua maioria de
aplicações não requer a parada de máquina para seu emprego, ganhando agilidade e inúmeras
aplicações. Para o controle de falhas, segurança no trabalho com máquinas e equipamentos é
essencial uma boa preditiva.

3.2. Manutenção preventiva


A manutenção preventiva, diferente da sensitiva/preditiva, tem por finalidade a prevenção
de falhas, ou seja, é realizada a intervenção preventiva para se evitar um evento anormal no
equipamento. A manutenção preventiva é para se evitar a possibilidade de falhas utilizando-se de
técnicas de intervenção física na instalação como lubrificação, limpeza, substituição de fluidos,
reaperto dos contatos elétricos, manobra de dispositivos eletromecânicos e elétricos para teste,
ensaios de instalações elétricas em geral.
A manutenção preventiva é normalmente realizada de forma programada ou aproveitando
a pausa de máquinas e deve ser realizada com periodicidade conforme especificação do fabricante
ou com limiar de avaliação por um profissional legalmente habilitado, qualificado e capacitado.
Dentre as manutenções e ensaios elétricos principais, temos especificado na NBR-5410:

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- Ensaios de continuidade entre os condutores de proteção e equipotencialização das


instalações: Esse ensaio tem por finalidade atestar itens das instalações as quais devem possuir
continuidade entre sim, podendo ser verificada a continuidade de um cabo Terra com a carcaça
de um equipamento ou até mesmo a continuidade entre contatos elétricos. O equipamento no
qual realiza esse ensaio deve ser avaliado conforme critérios de valores de tensão em operação do
equipamento. Utiliza-se normalmente o Microohmimetro com valores de ensaio superiores a 10
A para melhor fidelidade nos resultados, onde o critério para cada tipo de equipamento deve ser
verificado com referência normativa, na sua ausência utiliza-se normas internacionais cabíveis.
- Resistência de isolamento das instalações elétricas e de objetos de proteção física (Partes
não projetadas para condução de energia. Ex: Carcaça motor.): A medição de resistência de isolação

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pode ser feita por meio de Microohmimetro, Miliohmimetro, Megohmetro a fins de verificar a
isolação e resistência de contatos elétricos e isolação elétrica. A escolha do equipamento varia de
acordo com a escala de referência de resistência na qual deve-se obter. Todos os ensaios voltados
a resistência elétrica têm por finalidade atestar de que as instalações possuem uma alta resistência
elétrica de isolação a fins evitar choques elétricos ou verificar uma extra baixa resistência a fins de
assegurar a condução de energia para terra de forma segura em caso de falha.
- Sistema de seccionamento da alimentação (Exemplo: Relés secundários, disjuntores,
módulos elétricos, outros): Equipamentos elétricos de sistema possuem parâmetros fixos ou
ajustáveis nos quais devem ser verificados se estão conforme projetados. Esses parâmetros
proporcionam inúmeras proteções do sistema elétrico: Proteção contra sobrecorrente,
sobretensão, desequilíbrio de fases, fuga de tesão, entre outros demais parâmetros no qual por
meio de ensaios deve-se assegurar que está atuando. Quando existir falha na instalação elétrica,
os dispositivos devem realizar o seccionamento da alimentação, dessa forma devem ser ensaiados
se realmente estão seccionando a alimentação de acordo com os parâmetros de projeto.
- Ensaio de tensão aplicada: Ensaio de tensão aplicada deve assegurar que o equipamento
ensaiado possui isolação elétrica suficiente para ser empregado na tensão de trabalho. Em alta
tensão utiliza-se High-pot, equipamento insere valores altos de corrente e tensão para verificar a
isolação elétrica, porém, por se tratar de um ensaio a falha da isolação pode haver a destruição do
elemento ensaiado, é utilizado em situações mais controladas e especificas
- Ensaio de operação e funcionamento: Testes de operação e funcionamento devem ser
realizados a fins de assegurar que as botoeiras estão acionando o equipamento com sua finalidade,
testar parada de emergência, manobra de equipamentos, etc.
Em transformadores de potência, o disjuntor PVO (Pequeno Volume de óleo), deve
ser realizado ensaios do óleo isolante anualmente, onde será feito análise físico-química e
cromatográfica:

Análise físico-química tem por finalidade atestar quais a condições físicas do óleo isolante
como: Rigidez dielétrica, fator de potência, cor, tensão interfacial, teor de água e densidade.
Cromatográfica é uma análise dos gases dispersos no óleo isolante no qual vai apontar
uma possível falha no equipamento. De acordo com a proporção de gases dispersos no óleo
isolante (H2, O2, N2, CH4, CO, CO2, C2H4, C2H6, C2H2) pode-se caracterizar qual tipo de
falha especifica apresenta. Ausência de acompanhamento de ensaios no óleo isolante garante que
o equipamento está em boas condições de operação, caso contrário as falhas relacionadas ao óleo
isolante podem ser catastróficas.

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3.3. Manutenção Corretiva


Manutenção corretiva é aquela com finalidade de se corrigir uma falha ou problema,
podendo ser programada ou emergencial. Quanto menor for o controle de manutenção
sensitiva, preditiva e preventiva, maior será a constância de paradas emergenciais, baixo nível de
confiabilidade da planta, alto nível de risco de acidentes, constantes perdas de valor econômico.

4 - SUBESTAÇÃO ABAIXADORA

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Temos 3 etapas do SEP (Sistema Elétrico de Potência): Geração, transmissão e
distribuição. Nas etapas de geração temos a fase onde ocorre normalmente a de conversão de
energia térmica e/ou mecânica em energia elétrica empregando usinas hidroelétricas, térmicas,
gás, eólica, fotovoltaica, etc. Após a geração, os valores de tensão estão elevados para viabilizar
a transmissão de energia para grandes distancias, logo deve ser elevado por uma subestação de
elevação de energia para faixa de 138 kV até 700 kV. No final da linha de transmissão temos as
subestações abaixadoras que rebaixam a energia para os valores das redes de distribuição de
tensão, usualmente 13,8 kV e 34,5 kV (Pode ser de até 138 kV algumas classes de consumo)
e posteriormente os valores são rebaixados para consumo de energia de valores de tensão de
127/220 V para pequenos consumidores e 220/380/440V para grandes consumidores. Grandes
consumidores únicos de energia no qual possuem carga instalada acima de 75kW devem possuir
subestações de energia a qual proporciona não só o rebaixamento mais sim também proteção
elétrica, medição de consumo e distribuição de energia elétrica internamente de uma planta. Essas
subestações são essencialmente constituídas em medição de energia elétrica, seccionamento/
proteção e rebaixamento de tensão. A parte de medição da concessionária normalmente está
lacrada evitando o acesso de pessoas não autorizadas pela concessionária a energia não medida.
Todas as intervenções em subestações de energia devem ser providas de um responsável
técnico, ter data, hora, local, procedimentos, análise de riscos e seguir à risca os procedimentos
segurança estabelecidos na NR 10, garantindo assim nível um elevado nível de segurança.

4.1. Componentes das subestações e recomendações


• Isoladores: Isoladores elétricos em subestação tem a finalidade de sustentação de
estruturas condutoras e isolação de partes vivas da instalação, utilizando-se de materiais isolantes
como, cerâmicas, polímeros, resinas, vidro e borrachas. Isoladores elétricos não devem ser
expostos a umidade assim como evitar o acúmulo poeiras superficialmente a fins de evitar falhas
devido a fuga e energia.

Figura 27 - isolador elétrico. Fonte: Balestro.

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• Muflas: Nas terminações de cabos elétricos isolado em AT quando conectados


diretamente a um barramento de cobre nu, deve ser empregado muflas elétricas nessa transição
do tipo de isolamento para controlar o campo elétrico e proporcionar uma isolação física e
como forma de permeabilizarão para evitar que qualquer tipo de umidade entre internamente
nos cabos de AT. As muflas devem ser muito bem elaboradas por técnico especializado e com
materiais específicos a fins de evitar qualquer tipo de umidade (Inclusive umidade das mãos dos
técnicos) e ser devidamente aterrada.

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muflas:
https://www.youtube.com/watch?v=30TqjfwqO_Y

• Seccionador (Sem carga/em carga): Em uma subestação é necessário realizar manobras


de seccionamento nas instalações, seja para manutenção elétrica ou em uma eventual falha.
Nem todas as chaves seccionadoras podem ser abertas em carga pois é provável que acontecerá
um acidente por arco elétrico. Seccionadores sem carga tem a finalidade de seccionar o circuito
elétrico para manutenção, isolar partes do sistema e equipamentos de potência. Isoladores em
carga tem por finalidade abrir o circuito em AT e geralmente os parâmetros são monitorados por
relé secundário para dar o comando de abertura do circuito com o disjuntor de AT. As chaves de
seccionamento em carga, possuem normalmente uma forma de isolamento elétrico por meio de
materiais sólidos ou óleos evitando a formação de arco voltaico. Deve ser realizado manutenções
anuais em sistemas de seccionamento, ensaios elétricos e reaperto das conexões. Deve sempre
ser verificada as restrições de manobras e informações contidas na subestação de energia elétrica
para se evitar manobras indevidas. Qualquer tipo de seccionadores somente deve ser operado
por profissional legalmente habilitado e utilizando EPIs, varas de manobras e procedimentos
especifico constantes na NR10.

Figura 28 - disjuntor de média tensão. Fonte: Beguim.

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Figura 29 - Chave mateus. Fonte: Balestro.

• Para raio: Na entrada e saída de subestações de AT, possui um dispositivo de proteção


contra surtos elétricos que podem ser gerados por descargas atmosféricas que atinjam diretamente
a rede de distribuição de energia. O dispositivo mais utilizado é o para raio de óxido de zinco com
isolação polimérica, no qual consegue detectar surtos e desviar para terra evitando-se que a falha
adentre as instalações elétricas e queime equipamentos. Para raio polimérico, também deve ser
inspecionado periodicamente pois ele tem a capacidade de uma única atuação e posteriormente
deve ser substituído.

Figura 30 - para raio polimérico. Fonte: Balestro.

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• Transformador de potencial e transformador de corrente: Internamente temos o


transformador de potencial de tensão e corrente que tem função de auxiliar na medição indireta,
passar os parâmetros para o relé secundário de proteção e o consumo de energia, rebaixando os
potenciais elevados de tensão e corrente para valores mais baixos, proporcionalmente. Não se
pode confundir o transformador de potencial e transformador de corrente com o transformador
de potência.
• Transformador trifásico de potência: Esse transformador tem por finalidade rebaixar os
valores de tensão recebidos pela rede de distribuição de 13,8 kV à 34,5 kV para valores de tensão
de utilização de energia em baixa tesão.

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Como forma de entendermos de forma mais profundo sobre o tema
“Transformadores” assista um dos vídeos do canal Electrolab no Youtube. O vídeo
aborda temas como a teoria do funcionamento dos transformadores, os tipos e
materiais usados, e suas principais características.
Electrolab. Transformadores – Teoria e funcionamento – Parte 1. 2016. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=KYfJR3eFS8s>.
Acesso em: 25 jun. 2018.

A manutenção preventiva e preditiva muitas vezes não é feita pelas empresas,


por causa do seu custo elevado que por muitos é considerado desnecessário.
Porém em casos de máquina defeituosas que possam vir a ficar parada, deve-se
considerar a perda de produtividade, perda de demanda, o custo com manutenções
corretivas etc.
A gestão da manutenção pode ter um papel muito importa na redução de custos
dentro de uma empresa, isso é causado pela:
- Redução das paradas de produção;
- Redução dos custos não planejados;
- Melhoria do controle do ciclo de vida dos ativos;
- Aumento da visibilidade das despesas.
Levando em consideração os custos, as paradas, as intervenções, qual o tipo de
manutenção mais eficaz? O investimento em manutenções preventivas e preditivas
vale a pena ou deve se fazer apenas manutenções em sua forma corretiva?

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5 - CONCLUSÃO
Conforme descritos nessa unidade, verifica-se que práticas de manutenção sensitiva,
preditiva e preventiva é uma essência para controle de risco em instalações elétrica, máquinas
e equipamentos. Medidas preventiva de manutenção auxiliam na integração da segurança do
trabalho evitando falhas não programadas, elevando o nível de confiabilidade dos equipamentos
e otimizando custos com a manutenção assim como propiciando um ambiente de trabalho mais
seguro.

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O sistema de para raio até 2015 não possuía análise de risco para os equipamentos interno
em uma edificação, logo tínhamos ausência de análise de risco de pessoas e equipamentos no
momento de falha por descarga atmosféricas. Sistema de SPDA externo e interno deve ser
verificado e inspecionado periodicamente de acordo com o plano de ação das empresas de forma
a desempenhar um plano funcionamento em caso de eventos de falha gerado por descargas
atmosféricas.
Podemos concluir que a implantação de NR10 e NR12 em todas as unidades verificadas
até aqui, possuem peculiaridades singulares e a necessidade de gestão por um profissional
legalmente habilitado, capacitado e qualificado.

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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14039: Instalações elétricas de
média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. Rio de Janeiro, 2005. 87 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de


baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004. 209 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419: Proteção contra descargas


atmosféricas. Rio de Janeiro, 2015. 309 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR IEC 60079: Atmosferas


explosivas. Rio de Janeiro, 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR IEC 60529: Graus de proteção


providos por invólucros (Códigos IP). Rio de Janeiro, 2017. 49 p.

ELECTROLAB. Transformadores – Cálculo de um transformador real – Parte 2. 2016.


(33m35s) Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=p53jOyWRSg8>. Acesso em: 26
jun. 2018.

ELECTROLAB. Transformadores – Teoria e funcionamento – Parte 1. 2016. (17m50s)


Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=KYfJR3eFS8s >. Acesso em: 26 jun. 2018.

G1. Pais das três crianças que morreram eletrocutadas falam sobre a tragédia. 2014.
Disponível em: <http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2014/11/pais-das-tres-criancas-
que-morreram-eletrocutadas-falam-sobre-tragedia.html>. Acesso em: 26 jun. 2018.

ISOLAR - TV. Aterramento na cerca elétrica rural – explanação detelhada para ajudar
você a não ter mais dúvidas. 2018. (9m52s) Disponível em <https://www.youtube.com/
watch?v=wGaoLOGY4SY>. Acesso em: 26 jun. 2018.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. FUNDACENTRO. Recomendação técnica de


procedimento: instalações elétricas temporárias em canteiros de obras. São Paulo, 2007.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Portaria SIT n°13, de 17 de setembro de 1993.


Norma regulamentadora n° 24: Condições Sanitárias e de conforto nos locais de trabalho.
Brasília, 1993.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Portaria SIT n°13, de 21 de junho de 2007. Norma


regulamentadora n° 17: Ergonomia. Brasília, 2007.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Portaria SIT n°221, de 06 de maio de 2011.


Norma regulamentadora n° 23: Proteção contra incêndios. Brasília, 2011.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Portaria SIT n°229, de 24 de maio de 2011.


Norma regulamentadora n° 26: Sinalização de segurança. Brasília, 2011.

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REFERÊNCIAS
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Portaria SIT n°25, de 15 de outubro de 2001.
Norma regulamentadora n° 6: Equipamentos de proteção individual – EPI. Brasília, 2001.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Portaria SIT n°326, de 14 de maio de 2018. Norma


regulamentadora n° 12: Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. Brasília, 2018.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Portaria SIT n°508, de 29 de abril de 2016. Norma


regulamentadora n° 10: Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Brasília, 2016.

MUNDO DA ELÉTRICA. Desenergização elétrica e NR 10. Está mesmo seguro?. 2015.


(10m41s) Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1Wppot4ttzM&t=447s>. Acesso
em: 15 jun. 2018.

MUNDO DA ELÉTRICA. O que é aterramento elétrico!. 2016. Disponível em: <https://www.


youtube.com/watch?list=UUQzm6RcaOty8QU2VhHbRg-g&v=4_NUFgO7HMU>. Acesso
em: 15 jun. 2018.

Pantaleão. S. F. EPI – equipamento de proteção individual – não basta fornecer é preciso


fiscalizar. Guia Trabalhista. 2017. Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/
epi.htm>. Acesso em: 26 jun. 2018.

SIEMENS. Dispositivos DR, 5SV, 5SM e 5SU. Disponível em: <https://w3.siemens.com.


br/automation/br/pt/downloads-bt/Documents/Dispositivos%20DR/Cat%C3%A1lago/
Cat%C3%A1logo%20DR_2016_PT.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2018.

TERMOTÉCNICA. Recomendações para se adequar à nova ABNT NBR5419/2015. 2017.


Disponível em: <https://tel.com.br/recomendacoes-nbr5419/>. Acesso em: 26 jun. 2018.

WEG. Atmosferas explosivas. Disponível em: <http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-


cartilha-de-atmosferas-explosivas-50039055-catalogo-portugues-br.pdf>. Acesso em: 26 jun.
2018.

ZAFALON. J. Grau de proteção (IP). Disponível em: <http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/


Arquitetural/artigos/grau_de_protecao_ip.pdf >. Acesso em: 26 jun. 2018.

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