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12/03/2019
Número: 0703215-04.2019.8.18.0000
Classe: HABEAS CORPUS CRIMINAL
Órgão julgador colegiado: 2ª Câmara Especializada Criminal
Órgão julgador: Desembargador ERIVAN JOSÉ DA SILVA LOPES
Última distribuição : 28/02/2019
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Homicídio Privilegiado
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
LUCAS RAFAEL DE MORAES LUSTOSA (PACIENTE) RAFAEL CARVALHO LIMA (ADVOGADO)
Juiz da Central de Inquéritos de Teresina (IMPETRADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
40253 07/03/2019 15:55 Decisão Decisão
3
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PIAUÍ
GABINETE DO DESEMBARGADOR ERIVAN JOSÉ DA SILVA LOPES
EMENTA
DECISÃO
Habeas Corpus, com pedido de liminar, impetrado pelo advogado Rafael Carvalho Lima, em favor
de Lucas Rafael de Moraes Lustosa, apontando como autoridade coatora o Juiz de Direito da Central de
Inquéritos de Teresina/PI.
Em síntese, o impetrante alega: que o paciente foi preso em 21/02/19, pela suposta prática do crime
de homicídio tentado (art. 121 c/c art. 14, II, ambos do CP); que, na audiência de custódia, o magistrado
singular não homologou o flagrante, mas decretou a prisão preventiva a requerimento do Ministério Público;
que o decreto preventivo está desprovido de fundamentação idônea; que o paciente é primário, possui bons
antecedentes, residência fixa e trabalho lícito. Requer a concessão da liminar, expedindo-se alvará de soltura.
Junta documentos, dentre os quais consta a decisão que decretou a prisão preventiva do paciente.
É o relatório. Decido.
Assinado eletronicamente por: ERIVAN JOSE DA SILVA LOPES - 07/03/2019 15:55:38 Num. 402533 - Pág. 1
https://tjpi.pje.jus.br:443/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19030715235000300000000395786
Número do documento: 19030715235000300000000395786
“Passo a analisar a necessidade das prisões cautelares. Nos termos do art. 310 do Código de
Processo Penal, não sendo o caso de relaxamento do flagrante ou concessão da liberdade
provisória com ou sem fiança, deve a prisão em flagrante ser convertida em preventiva, quando
presentes os requisitos constantes do art. 312 do mesmo diploma legal, e se revelarem
inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão.
O crime supostamente praticado pelo autuado, por si só, já possui pena privativa de liberdade
máxima em abstrato maior de 04 (quatro) anos, encontrando, assim, autorização, segundo o art.
313, I do CPP, para a decretação da prisão preventiva.
Os requisitos para a decretação da prisão preventiva estão estabelecidos no art. 312 do CPP, o
qual assevera que “a prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública,
da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da
lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
(…)
Diante do exposto, com base no art. 310, II, combinado com o art. 312 e 313 do Código de
Processo Penal, evidenciada a periculosidade do flagranteado e a gravidade concreta da
conduta praticada, RELAXO A PRISÃO EM FLAGRANTE E DECRETO A PRISÃO
PREVENTIVA DO AUTUADO LUCAS RAFAEL DE MORAES LUSTOSA, diante do justo
receio de que em liberdade possa causar risco a ordem pública.
Como se vê, o juiz de 1º grau fundamentou a segregação preventiva na garantia da ordem pública,
baseando-se na “periculosidade” do paciente e na “gravidade do delito”, sem, contudo, apontar qualquer
elemento concreto a justificar tais conclusões.
A decisão desafiada não atende, assim, ao requisito da motivação das decisões judiciais exigido pelo
art. 93, IX, da Constituição da República, porquanto não apresenta, a partir da prova até então colhida nos
autos, razões fáticas e jurídicas autorizadoras da medida preventiva. Limita-se a fazer alusão genérica aos
requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal.
Assinado eletronicamente por: ERIVAN JOSE DA SILVA LOPES - 07/03/2019 15:55:38 Num. 402533 - Pág. 2
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Número do documento: 19030715235000300000000395786
Em virtude do exposto, com fundamento no art. 5º, LXV1, da Constituição da República, concedo
liminarmente a ordem de Habeas Corpus e determino a imediata expedição de alvará de soltura em favor de
Lucas Rafael de Moraes Lustosa, salvo se estiver preso por outro motivo.
Determino a notificação do Juiz de Direito da Central de Inquéritos de Teresina, para, nos termos do
art. 209 do RITJ-PI, prestar as informações de estilo, no prazo de 10 (dez) dias.
1 . A r t . 5 º
( . . . )
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.
Assinado eletronicamente por: ERIVAN JOSE DA SILVA LOPES - 07/03/2019 15:55:38 Num. 402533 - Pág. 3
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