artigo técnico
Sistemas modernos de
vestimentas de área limpa
Novos dados de fontes de contaminação de pessoas em áreas
limpas com relação a partículas
Berit Reinmüller* e Bengt Ljungqvist**
Resumo
Atualmente, vestimentas e sistemas de vestimentas
para área limpas são testados principalmente com rela-
ção às propriedades do material, como geração de partí-
culas, filtração de partículas e resistência ao desgaste. A
câmara de dispersão ou body-box foi usada em estudos
de eficácia na proteção de sistemas de vestimentas em
uso, por exemplo, por Hoborn em 1981 e Whyte e Bailey
em 1985.
Uma câmara de dispersão modificada foi instalada na
KTH. Testes e estudos comparativos foram realizados
na câmara de dispersão em sistemas de vestimentas
selecionados. Os novos dados incluem resultados desde
os últimos testes que foram realizados em 2 partes. Na
parte I, cada pessoa realizou 12 seqüências vestindo sis-
temas novos e modernos de vestimentas de área limpa
com pequenas variações, assim como com e sem óculos,
diferentes máscaras faciais e diferentes tamanhos de
capuz. Na parte II, cada pessoa realizou 6 seqüências
com sistemas novos e modernos de vestimentas de áreas
limpas com variação em tecido e, como comparativo, 2
seqüências com sistemas de vestimentas farmacêuticas e
sistemas de vestimentas cirúrgicas, respectivamente.
Os resultados são dados em número total de partículas
suspensas no ar (≥ 0,5 µm/m3) e UFC/m3 aeróbico sus-
* PhD e pesquisadora sênior em Engenharia de
Serviços de construção/segurança de ventilação
em Kungl Tekniska Högskolan, Estocolmo, Suécia
** PhD e Ex-presidente da Nordic Association of
Contamination Control (R3 – Nordic)
Contatos: sbcc@sbcc.com.br
Copyright 2002. Institute of Environmental Sciences ­and
Technology (­IEST). Reprodução per­mi­ti­da ­para a Revista
da ­SBCC.
penso no ar. Avaliações estatísticas dos resultados foram
realizadas. As forças de fonte de contaminação de pes-
soas vestindo sistemas modernos de vestimentas de área
limpa foram estimadas.
Palavras chaves: Contaminação suspensa no ar,
vestimentas de área limpa, UFC (unidade formadora
de colônia), fontes de contaminação e forças de fonte.
Introdução
Fragmentos dispersos da pele das pessoas e a disper-
são suspensa no ar mudarão de pessoa para pessoa de
tempo em tempo. A função primária de vestimentas de
área limpa é de um filtro protegendo produtos e pro-
cessos. Sistemas de vestimentas devem ser desenhados
para “envelopar” uma pessoa e não permitir quantidades
significativas de contaminação dispersas dentro da área
limpa. As propriedades dos tecidos usados para vesti-
mentas de área limpa podem ser avaliadas medindo a
permeabilidade do ar, retenção de partículas e tamanho
do poro. O tecido deve dispersar o mínimo de partículas
e ser resistente a falhas e rasgos. Atualmente, vestimentas
e sistemas de vestimentas para áreas limpas e ambientes
controlados associados são testados principalmente com
relação às propriedades dos tecidos, tal como geração de
partículas, filtração de partículas e resistência a danos
relacionados ao uso. Contudo, a eficácia do sistema de
vestimentas de área limpa se deteriorarão devido a fato-
res como tempo, uso, lavagem, secagem e esterilização.
A eficácia da filtração combinada do tecido, construção
e desenho das vestimentas pode ser avaliada na câmara
de dispersão ou body-box. A câmara de dispersão foi
usada para estudar a eficácia de proteção do sistema de
vestimentas em uso, por exemplo por Hoborn [1] em
1981 e Whyte e Bailey [2] em 1985.
O aumento da demanda de limpeza e a variação de
indústrias requerem um conhecimento profundo do
desempenho de sistemas modernos de vestimentas de
área limpa.
Métodos
Um câmara de dispersão especialmente desenhada
com suprimento de ar filtrado por HEPA e um exaustor
de ar separado foi qualificada para avaliar o sistema de
vestimentas para área limpa [3]. O conjunto é mostrado
esquematicamente na figura 1. A velocidade do ar uni-
direcional vertical é ajustada em 0,1 m/s e 0,6 m/s e a
câmara de dispersão tem pressão relativa com relação às
áreas adjacentes. Temperatura e umidade relativa não são
controladas, mas durante os testes variaram na faixa de
23 ± 3º C e 25 – 55% UR, respectivamente.
Figura 1: Arranjo principal da câmara de dispersão (Body box)
O teste de contenção na câmara de dispersão foi rea-
lizado avaliando diferentes sistemas de vestimentas pela
medição, no ar exaurido, da concentração de partículas
totais suspensas no ar e partículas viáveis (como UFC
aeróbico). O número total de partículas suspensas no ar
foi determinado usando o contador de partículas (DPC,
Hiac Royco 245) e partículas viáveis coletadas primeira-
mente usando o amostrador slit (marca FH3) e em alguns
casos usando adicionalmente o amostrador sieve (marca
Andersen 6-stage). Todos os instrumentos foram opera-
dos de acordo com as instruções dos fabricantes. O meio
de cultura usado para todos os testes foi o meio padrão
Tryptic Soy Agar (TSA) em placas de petri de 9 cm. As pla-
cas de TSA foram incubadas por não menos que 3 dias a
32º C seguidos por não menos que 2 dias a temperatura
ambiente. As UFCs encontradas foram caracterizadas
pelo microscópio direto de contraste de fase.
Durante as medições, as pessoas testes (jovens mas-
culinos) realizaram ciclos padronizados de movimentos,
incluindo movimentos circulares de cabeça, movimentos
de braços, andando no local e dobrando os joelhos. Estes
movimentos são em princípio comparáveis com aqueles
descritos no IES-RP-CC003.2 [4]. Antes de cada novo ciclo
de movimentos, as pessoas testes ficavam paradas para
evitar influência da geração de partículas do ciclo anterior
de teste.
Os testes foram realizados em ocasiões diferentes e
estão descritos aqui como série de testes 1 e série de
testes 2. Na série de testes 1, apenas uma pessoa teste foi
usada durante todo o teste e cada ciclo de movimentos
era realizado por mais de um minuto para cada tipo de
movimento. Na série de testes 2 haviam 10 pessoas testes
diferentes fazendo o teste. Cada ciclo de movimentos era
estendido de um a três minutos. Os ciclos de movimentos
circulares de cabeça não foram usados na série de testes
2, uma vez que esta atividade não resultou em uma libe-
ração significativa de partículas suspensas no ar – totais
e viáveis.
Resultados
Série de Testes 1
Os resultados da série de testes 1 foram relatados pre-
viamente por Reinmüller e Ljungqvist [5]. A figura 2 mos-
tra o número de UFC suspenso no ar por metro cúbico
em relação ao número de ciclos de lavagem/esterilização
do sistema de vestimentas de área limpa testado.
Nº de UFC por m3
velha 2
velha 1
28 lavagens - 2
28 lavagens - 1
20 lavagens - 2
20 lavagens - 1
14 lavagens - 2
14 lavagens - 1
nova 2
nova 1
Figura 2. Número de UFC suspenso no ar por metro cúbico
em relação aos ciclos de lavagem/esterilização do sistema de
vestimenta (uma pessoa teste)
Os dados na figura 2 demonstram o efeito dos ciclos de
lavagem/esterilização no desempenho das vestimentas
de área limpa. Os resultados indicam que o desempenho
das vestimentas deterioram marcadamente como resulta-
do das lavagens/esterilizações. Os dados sugerem que há
um número limitado de ciclos de lavagem/esterilização
que as vestimentas de área limpa podem ser submetidas
 artigo técnico
para um desempenho aceitável. A figura 2 indica que este
limite é menor que 50 a 60 ciclos de lavagem/esterilização
das vestimentas “velhas”. Contudo, mais testes são neces-
sários para estabelecer um limite geral.
Durante a mesma seqüência de testes mostrados na
Figura 2, o número total de partículas suspensas no ar
por metro cúbico foi medido para partículas iguais e
maiores que 0,5 µm e partículas iguais e maiores que 5
µm, respectivamente. Taxas baseadas nos valores médios
do número total de partículas suspensas no ar por metro
cúbico pelo número de UFC aeróbico por metro cúbico
são dados na Tabela 1.
Tabela 1 – Taxas baseadas no valor médio do número total de partículas suspensas no
ar ≥ 0,5 µm e ≥ 5 µm, respectivamente, pelo número de UFC aeróbico suspenso no ar
Número de Taxa do número de partículas Taxa do número de partículas
lavagens ≥ 0,5 µm pelo número de UFC ≥ 5,0 µm pelo número de UFC
Vestimenta nova 1 0,6 • 10 3 11
Vestimenta nova 2 1,3 • 103 40
14 lavagens 1 - -
14 lavagens 2 6,3 • 103 168
20 lavagens 1 3,7 • 103 79
20 lavagens 2 - -
28 lavagens 1 1,6 • 103 39
28 lavagens 2 1,3 • 103 39
“Velha” 1 1,0 • 103 34
“Velha” 2 1,1 • 10 3 46
Os resultados indicam a relação entre o número de
partículas totais suspensas no e o número de UFC aeró-
bico quando pessoas são a fonte de contaminação. A
taxa entre partículas iguais e maiores que 0,5 µm e UFC
aeróbico suspenso no ar é aqui estimada na faixa de 600
para 1 e 7000 para 1. Deve ser notado que o equipamento
de medição na série de testes 1 usou duração diferente
de amostragem de partículas totais e de UFCs; por isto a
variação dada acima deve ser vista apenas como aproxi-
mada. A relação também foi estabelecida dos estudos dos
ambientes de áreas limpas, veja Ljungqvist e Reinmüller
1995, 1998 [6,7].
Os resultados da série de testes 1 com apenas uma
pessoa em teste devem ser considerados com indicativo.
Contudo, os resultados mostram a relevância dos testes
da câmara de dis­persão na avaliação de vestimentas e sis-
temas modernos de vestimentas de área limpa. Análises
de dados mostram que os ciclos de movimentos circula-
res de cabeça tem uma contribuição insignificante para a
geração de partículas e UFCs; por isto estes movimentos
foram excluídos nos estudos posteriores.
Série de Testes 2
Na Série de Testes 2, como mencionado anterior-
mente, os ci­clos padronizados de movimentos foram
movimentos dos bra­ços, dobra dos joelhos e andar no
local. Uma seqüência de teste consiste em três ciclos dos
movimentos feitos por 3 mi­nutos cada e repetidos duas
vezes com uma pausa de um mi­nuto entre eles que soma
18 minutos de atividades no to­tal. Neste teste, a duração
da amostragem de partículas totais e UFCs coincidiram
durante todas as medidas. Os sistemas de vestimentas
de área limpa foram lavados e esterili­za­dos apenas uma
vez e todos acessórios (incluídos luvas, máscaras faciais e
óculos) foram esterilizados ou desinfetados.
A série de testes 2 foi realizada em 2 partes
com 5 pessoas diferentes em cada parte, em
um total de dez pessoas. A segunda parte
foi ex­pan­dida para incluir também testes
com­parativos de sistema de vestimentas da
área farmacêutica e sistema de vestimentas
da área ci­rúr­gica.
Na parte 1, cada pessoa realizou 12 se-
qüências de testes com sistemas moder-
nos de vestimentas de áreas limpas novos.
Foram incluídos nos testes pequenas varia-
ções como com e sem óculos, diferentes
tamanhos de másca­ras faciais e diferentes
tamanhos de capuz. Na parte 2, cada pessoa
realizou 6 seqüências de testes com sistemas
modernos de ves­timentas de área limpa,
com variações de tecidos e como com­
paração duas seqüências com um sistema de
vestimentas da área farmacêutica e um da área cirúrgica,
respectivamente.
Nas duas partes dos testes, debaixo do macacão foi
usada uma camiseta de mangas longas com punhos
de elástico no pulso para área limpa. Na parte dois foi
adicionado uma calça com elástico no tornozelo. Meias
especiais de áreas limpas foram usadas com os sapatos.
Todos os sistemas modernos de vestimentas de áreas
limpas testados refletem o que há de melhor em áreas
limpas e na CGMP de produção farmacêutica de drogas
estéreis. Um total de 110 seqüências foram realizadas por
dez pessoas. Todos homens. Os dados derivados da série
de testes 2 foram analisados usando métodos estatísticos
comuns descritos em livros textos de estatística como
Daniel [8] e Moore [9].
Na parte 1, o pessoal usou sistemas modernos de ves-
timentas novos, camisetas de mangas longas de áreas
limpas com punhos de elástico nos pulsos, meias de áreas
limpas e sapatos por baixo do sistema de vestimenta.
Variações nos acessórios de cobertura da face como com
e sem óculos, tamanhos diferentes de máscaras faciais e
 tamanhos diferentes de capuz foram testados. De cada
seqüência de teste, o valor médio do número total de
partículas suspensas no ar igual e maior que 0,5 µm por
metro cúbico e o número de UFC aeróbico suspenso no
ar por metro cúbico são mostrados nas Figuras 3 e 4, res-
pectivamente. Os valores médios principais (GMV) base-
ado no resultado de diferentes pessoas testadas também
são mostrados nas figuras 3 e 4.
Nº de partículas ≥ 0,5 µm por m3
Sem Óculos Máscara M áscara Capuz
óculos larga justo
Figura 3. Valores médios de cada seqüência de teste e valores médios
principais (GMV) do número total de partículas suspensas no ar ≥ ≥0,5 µm/
m3, medidos com 5 diferentes pessoas vestidas em sistemas modernos de
vestimentas de áreas limpas com pequenas variações (com e sem óculos,
diferentes máscaras faciais e diferentes tamanhos de capuz)
Nº de UFC por m3
Sem Óculos Máscara M áscara Capuz
óculos larga justo
Figura 4. Número de UFC aeróbico suspenso no ar por metro
cúbico durante os mesmos testes mostrados na Figura 3.
Os valores médios de cada seqüência de teste mostra-
dos nas figuras 3 e 4, respectivamente, foram usados para
de­ter­mi­­nar se diferenças no desempenho ocorrem com
as pequenas variações em acessórios usando o método
de análise de va­riância (ANOVA). Com um nível de 5%
de significância, não houve diferenças significativas entre
as pequenas variações nos acessórios de face como com
e sem óculos, dife­ren­tes tamanhos de máscaras faciais e
diferentes tamanhos de ca­puz.
A segunda parte foi realizada com 3 diferentes tipos
de sistemas de vestimentas novos em combinação com
vestimentas de áreas limpas debaixo (camisetas e calças)
com mangas e pernas longas. Os três tipos de sistemas de
vestimentas de área limpa (variações no tecido) são cha-
mados macacão japonês, macacão americano e macacão
de Tyvek. Como uma base de comparação adicional, um
sistema de vestimentas farmacêuticas (LIF-system) e um
sistema de vestimentas cirúrgicas também foram testa-
dos. A figura 5 mostra o valor médio de cada sequên-
cia de teste e o valor médio principal do número total
de partículas (igual e maior que 0,5 µm/m3). A figura 6
mostra os valores médios da cada seqüência de teste e
os valores médios principais do número de UFC aeróbico
por metro cúbico. Os dados de UFC são aqui obtidos das
medidas realizadas com amostrador FH3 slit-to-agar e o
amostrador Andersen 6-stage sieve.
Nº de partículas ≥ 0,5 µm por m3
Capuz
largo
Farmacêu­tico Cirúrgico Japonês Americano Tyvek
Figura 5. Valores médios de cada sequência de teste e os
valores médios principais (GMV) do número total de partículas
suspensas no ar ≥ ≥0,5 µm/m3, medidos com 5 pessoas testes
diferentes vestidas com 5 diferentes sistemas de vestimentas.
Nº de UFC por m3
Capuz
largo
Farmacêu­tico Cirúrgico Japonês Americano Tyvek
Figura 6. Valores médios de cada sequência de teste e os
valores médios principais (GMV) de UFC aeróbico suspenso no ar
por metro cúbico durante o mesmo teste mostrado na figura 5.
Da mesma forma, como realizado para avaliar as dife-
renças nos acessórios das vestimentas de área limpa, a
análise ANOVA com 5% de nível de significância foi usada
para determinar se há alguma diferença no desempenho
entre os sistemas de vestimentas descritos na segunda
parte. Os dados indicam claramente que há diferenças
significativas entre o macacão de área limpa e o farma-
cêutico assim como os sistemas de vestimentas cirúrgicas.
A análise ANOVA confirma que há uma diferença signi-
ficativa entre o sistema de vestimenta farmacêutica e o
sistema de vestimenta cirúrgica; mas não há diferenças
significativas entre o macacão japonês, americano e o
Tyvek, respectivamente.
 artigo técnico

As taxas entre o número total de partículas suspensas culas maiores e iguais a 5 µm e UFC aeróbico suspenso no ar
no ar (≥ 0,5 µm e ≥ 5 µm) por metro cúbico e o número variam de acordo com o valor dado das vestimentas de área
de UFC aeróbico por metro cúbico do sistema de ves- limpa na série de teste 1 na faixa de 10:1 e 190:1. Os valores
timentas usado para produção asséptica de produtos da série de testes 2 estão na parte mais baixa da variação
estéreis são mostrados na Tabela 2. Valores médios e os dada acima e poderia também ser explicado pelo fato que
desvios padrão da amostra para os dados experimentais os sistemas de vestimentas na série de testes 2 são sistemas
também são fornecidos. de vestimentas de áreas limpas modernos e novos.
Tabela 2. Taxas entre o número total de partículas suspensas
no ar (≥≥ 0,5 µm e ≥≥ 5 µm) por metro cúbico e o número de UFC
aeróbico por metro cúbico para os sistemas de vestimentas
Forças de fonte / Discussão
usados para a produção asséptica de produtos estéreis É importante na produção farmacêutica ter conhe-
cimento sobre a força da fonte de contaminação de
Sistema Taxa do número de Taxa do número de
de Vestimentas partículas (≥ 0,5 µm) partículas (≥ 5,0 µm)
pessoas. As medidas descritas na série de testes 2 foram
Número de UFC Número de UFC realizadas com dez pessoas diferentes usando vestimen-
tas modernas de área limpa de cada tipo comumente
Vestimenta de área 1,26 • 103 18,4 usado nas instalações de produção asséptica de produtos
limpa sem óculos
estéreis. Usando o fluxo do volume de ar (0,22 m3/s) na
Vestimenta de área 1,81 • 103 27,7
limpa com óculos câmara de dispersão e as concentrações medidas, as for-
Vestimenta de área 2,59 • 103 32,4 ças de fonte de cada pessoa podem ser estimadas.
limpa com máscara As figuras 7, 8 e 9 mostram as forças de fonte de par-
facial larga tículas maiores e iguais a 0,5 µm por segundo, partículas
Vestimenta de área 1,64 • 103 20,5 maiores e iguais a 5 µm por segundo e UFC aeróbico por
limpa com máscara segundo, respectivamente.
facial usual
Vestimenta de 1,49 • 103 18,0
área limpa com
capuz justo
1,18 • 103
Nº de partículas por segundo

Vestimenta de 14,1
área limpa com
capuz folgado
Vestimenta de área 1,37 • 103 31,0
limpa Japonês
Vestimenta de área 0,72 • 103 14,5
limpa americano
Vestimenta de área 1,31 • 103 24,6
limpa de Tyvek indivíduo teste
Valor médio com (1,49 ± 0,52) • 103 22,4 ± 6,9 Figura 7. Forças de fontes de partículas suspensas no ar ≥≥ 0,5 µm
desvio padrão por segundo e o valor médio calculado (VM) para dez pessoas
vestidas em sistemas modernos de vestimentas de área limpa
O valor médio da taxa entre partículas maiores e iguais
a 0,5 µm e UFC aeróbico suspenso no ar está aqui estima-
do em aproximadamente 1.500 ± 500. Este valor está em
uma faixa mais baixa que a taxa dada na série de testes
Nº de partículas por segundo

1 para vestimentas de área limpa. O valor mais baixo da

taxa na série de testes 2 poderia ser explicado pelo fato
que só sistemas de vestimentas de área limpa modernos
e novos com poucos ciclos de lavagens e esterilizações
foram usados aqui. As vestimentas de áreas limpas novas
parecem ter melhor eficácia de filtração que vestimentas
velhas, lavadas e esterilizadas muitas vezes.
A taxa entre partículas maiores e iguais a 5 µm e UFC
aeróbico suspenso no ar é mais difícil de estimar. Isto se indivíduo teste
deve porque partículas maiores mostram propriedades Figura 8. Forças de fontes de partículas suspensas no ar ≥≥ 5 µm por
físicas diferentes de partículas menores. A taxa entre partí- segundo e valor médio calculado (VM) para dez pessoas vestidas
em sistemas modernos de vestimentas de área limpa
 A figura 10 mostra que mais da metade das partículas
aeróbicas viáveis captadas são menores que 4,7 µm de
Nº de UFC por segundo

acordo com a distribuição dos tamanhos do amostrador

Andersen 6-Stage air. Isto significa que o monitoramento
do número total de partículas maiores e iguais a 0,5 µm
oferece uma noção melhor da situação total do que para
as partículas maiores e iguais a 5 µm. Na situação seguinte
apenas partículas maiores e iguais a 0,5 µm serão consi-
deradas.
Nas figuras 7, 8 e 9 pode ser visto que as forças de fontes
indivíduo teste das pessoas testes número 1 a 5 geralmente são maiores
Figura 9. Forças de fonte de UFC aeróbico suspenso no ar que as pessoas de número 6 a 10. Estas diferenças estatís-
por segundo e valor médio calculado (VM) para dez pessoas ticas significativas foram baseadas na análise ANOVA com
vestidas em sistemas modernos de vestimentas de área limpa 5% de nível de significância. Para estas descobertas, uma
possível explicação é que as pessoas de número 6 a 10
Os valores médios e desvios-padrões das amostras dos realizaram os testes na parte 2, vestindo adicionalmente
valores dados nas figuras 7, 8 e 9 são resumidos na tabela 3. por baixo calças de pernas longas para área limpa. Além
disso, a análise ANOVA em um nível de significância de
Partículas Número Número 5% mostra que há uma diferença significativa entre as dez
suspensas no ar por segundo por segundo pessoas (dados da figura 7 e 9). As variações observadas
e UFC Valor médio Desvio padrão são muito maiores que as variações encontradas entre os
Partículas ≥ 0,5mm 585 11 nove diferentes sistemas de vestimentas de áreas limpas
Partículas ≥ 5mm 9 40 (dados das figuras 3, 4, 5 e 6). A maior variação entre as
UFC aeróbico 0,38 0,22 pessoas testes que entre os sistemas de vestimentas de
área limpa justificariam o tratamento dos dados da parte
Tabela 3. Valores médios e desvios-padrões das 1 (pessoas testes de 1 a 5) e parte 2 (pessoas testes de 6 a
amostras das forças de fonte de dez pessoas vestidas 10) como um grupo experimental, quando prognostican-
em modernas vestimentas de área limpa do forças de fonte.
Consequentemente, cálculos distribuição-t de interva-
Como mencionado previamente, UFC suspenso no ar los de confiança para uma média de população de forças
da série de teste 2 foram medidas com um amostrador de fonte foram realizados em três passos. O primeiro pas-
FH3 slit e um amostrador Andersen 6-Stage. A distribui- so é o cálculo para as pessoas testes de 1 a 5 (parte 1) e as
ção do tamanho das partículas viáveis, de acordo com o pessoas de 6 a 10 (parte 2) e todas as dez pessoas (partes
amostrador Andersen 6-Stage, calculado como porcenta- 1 e 2). Os resultados destes cálculos a um intervalo de
gem de UFC aeróbico suspenso no ar encontrado com o confiança de 95% são mostrados na tabela 4 para partí-
amostrador Andersen 6-Stage é mostrado na figura 10. culas maiores e iguais a 0,5 µm por segundo e na tabela 5
para UFC aeróbico suspenso no ar por segundo.

Tabela 4. Intervalos de confiança de 95% (distribuição-t) para

forças de fontes de partículas ≥0,5 µm por segundo das pessoas
testes vestidas com sistemas de vestimentas modernos de área
limpa novos. A parte 1 consiste das 5 pessoas testes sem calças
por baixo, e a parte 2 das 5 pessoas testes com calças por
baixo, e parte 1 e 2 consiste das dez pessoas testes.

Série de teste 2 Partículas (≥ 0, 5 µm) por segundo

Parte N. Valor médio Intervalo de Confiança
(n=Nº de pessoas) Inferior Superior
Parte 1 (n=5) 892 367 1.417
Figura 10. Distribuição do tamanho das partículas viáveis em Parte 2 (n=5) 278 31 526
porcentagem de UFC aeróbico suspenso no ar, medido com o
amostrador Andersen 6-Stage, durante testes com sistemas Parte 1 e 2 (n=10) 585 264 907
modernos de vestimentas de área limpa novos
artigo técnico
Tabela 5. Intervalos de confiança de 95% (distribuição-
t) para forças de fonte de UFC aeróbico suspenso no ar
por segundo das pessoas testes vestidas com sistemas de
vestimentas modernos de área limpa novos. A parte 1 consiste
das 5 pessoas sem calças por baixo, e a parte 2 das 5 pessoas
com calças por baixo, e parte 1 e 2 consiste das dez pessoas.
Série de teste 2 UFC aeróbico por segundo duos são mais largas que a taxa graficada ba­seada nos vários
Parte N. Valor médio Intervalo de Confiança
(n=Nº de pessoas) Inferior Superior
Parte 1 (n=5) 0.51 0.24 0.78
Parte 2 (n=5) 0.24 0.10 0.39
Parte 1 e 2 (n=10) 0.38 0.22 0.53
Deve ser notado que os valores médios para os grupos
experimentais dados nas tabelas 3, 4 e 5 são baseados nos
valores médios individuais de 5 e 10 pessoas testes, res-
pectivamente. O valor médio individual de cada pessoa
teste é baseado nos resultados da seqüência dos sistemas
de vestimentas de área limpa testados.
Por outro lado, os dados na tabela 2 são baseados nos
valores médios das nove variações de sistemas de vesti-
mentas de área limpa, onde cada valor médio é baseado
nos resultados das cinco pessoas testes.
Dados na tabela 2 deram a distribuição-t estimada do
intervalo de confiança de 95% para a taxa entre o número
total de partículas maiores e iguais a 0,5 µm e o número
de UFC aeróbico suspenso no ar, que tornaram-se 1490
± 400. Isto significa que há 95% de confiança que a taxa
média da população está entre 1090 e 1890. Estes dois
valores e os intervalos de confiança dos valores da tabela
4 e 5 são mostrados em um gráfico na figura 11.
Figura 11. Intervalos de confiança de 95% (distribuição-t) para
forças de fonte de partículas totais suspensas no ar 0,5µm/s e
UFC aeróbico suspenso no ar /s (retângulos, dados das tabelas
4 e 5, partes n1, nº2 e n1 e 2). O nível inferior e o nível superior
do intervalo de confiança de 95%, (distribuição-t) para a
taxa entre partículas suspensas no ar ≥ 0,5 µm e UFC aeróbico
suspenso no ar. (As linhas tracejadas são baseadas nos dados
da tabela 2).
Na figura 11 pode-se ver que os três va­lo­res médios estão
den­­tro da área entre as linhas de nível su­perior e inferior da
taxa entre UFC ae­ró­bico suspenso no ar e partículas suspen-
sas no ar ≥ 0,5 µm. As fai­xas dos intervalos de confiança de
95% graficadas para for­ças de fonte depen­den­do dos indiví-
sis­temas de ves­ti­men­tas de área limpa.
Se uma situação geral pudesse ser identificada, valores
médios da figura 6.13 devem ser usados. Por outro lado,
para avaliações de situações de risco particulares é aconse-
lhável superestimar os riscos usando os valores máximos de
partículas e UFCs (valores canto superior direito).
Os valores dados na literatura, por exemplo Gustavsson
[10], Whyte [11] e Tammelin et al. [12], foram alcançados
de formas diferentes. Isto significa que os valores das forças
de fonte das pessoas vestidas em um sistema de vestimenta
têm que ser frequentemente estimados do cálculo teórico
e os valores de cada estimativa devem apenas ser conside-
rados como indicativos. Uma comparação feita dos dados
publicados e calculados dos resultados apresentados per
Reinmuller [13] são mostrados na tabela 6.
Os dados na tabela 6 mostram que os valores concernen-
tes a “cobertura lab – cobertura descartável” estão em fai-
xas similares em todos os 4 testes. Valores de UFC aeróbico
dos testes com vestimentas cirúrgicas estão em um nível
comparável. Os dados de partículas dos sistemas modernos
de vestimentas de área limpa (relatado aqui) são em nível
menor que aqueles relatados por Gustavsson [10] e Whyte
[11], enquanto dados relatados de UFC aeróbico suspenso
no ar estão na mesma faixa. É possível que as diferenças
mostradas são dependentes das diferenças na qualidade
dos sistemas de vestimentas assim como as diferenças nos
aparelhos de medição e condições de teste.
Conclusões
Tecnologias atuais de área limpa provêm sistemas feitos
sob medida para muitas demandas; portanto, áreas não
equipadas não são geralmente consideradas um problema.
Contudo, a situação pode mudar dramaticamente quando
as áreas limpas são equipadas e colocadas em operação com
máquinas, operadores e processos que criam diferenças nas
temperaturas.
Dentro da área limpa, pessoas são a principal fonte de
contaminação microbiológica suspensa no ar. Valores da
força da fonte de contaminação de pessoas vestidas em
sistemas de vestimentas modernos de área limpa novos
foram estimados das medidas realizadas na câmara de dis-
persão. Estes valores são menores que os valores dados na
literatura. Resultado dos testes realizados mostram que não
há diferença significativa dos níveis de contaminação de par-
tículas suspensas no ar liberadas entre pequenas variações
Tabela 6. Comparação dos
Partículas por segundo e UFC por segundo
dados das forças de fonte
(partículas por segundo Dados calculados
Sistema Contaminante Gustavson [10] Whyte [10] Tammelin de Resultados
e UFC por segundo) das de Vestimentas et al.[12] de Reinmuller [13]
pessoas vestidas em vários
Cobertura de lab Part ≥ 0,5 µm 10.000 - 40.000 33.000 - 26.700
sistemas de vestimentas. Cobertura Part ≥ 5,0 µm - 5.000 - 1.780
Descartável UFC - 2,7 1,88* 4,6
* Dados teóricos calculados
Whyte [11], estimado de testes de Sistema cirúrgico Part ≥ 0,5 µm - - - 4060
penetração. de tecido Part ≥ 5,0 µm - - - 270**
Tammelin et al. [12] estimado usando UFC - - 0,77 1,7
valores dados de fluxos de ar e assumindo
princípio de diluição. Sistema Part ≥ 0,5 µm 1.000 - 10.000 16.600* - 585
** Dados calculados de medidas realizadas
de vestimenta Part ≥ 5,0 µm - 600* - 9
de área limpa de UFC - 0,22* - 0,38
por Reinmuller [13]. alta qualidade

nos acessórios assim como, com ou sem óculos, diferentes

máscaras faciais e diferentes tamanhos de capuz. Resultados
de uma comparação de dois tipos de roupas debaixo de área
limpa usados com o macacão de área limpa mostram níveis
significativamente menores de liberação de contaminação
de partículas suspensas no ar quando camisetas com man-
gas longas de área limpa foram usadas em combinação com
calças de área limpa de pernas longas.
Valores apresentados indicam que existe uma relação
entre o número de partículas maiores e iguais a 0,5mm por
unidade de volume de ar e o número de UFC aeróbico sus-
penso no ar por volume de ar. Em um ambiente comum de
área limpa, com pessoas vestidas em sistemas modernos de
vestimentas de área limpa como a principal fonte de conta-
minação, parece ser possível estabelecer uma relação na taxa
de aproximadamente 1500 para 1.
As fontes de contaminação, pessoas, foram em tese avalia-
das principalmente com sistemas de vestimentas de área lim-
pa novos. Contudo, é essencial ter um cenário real de como
a vestimenta funcionará pela sua vida útil. Testes contínuos
na câmara de dispersão devem revelar o número de ciclo de
lavagens/esterilizações que uma vestimenta de área limpa
pode passar mantendo um nível aceitável de proteção.
Referências
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Clean Rooms”, Thesis, Bulletin No 56, Building Services
Engineering, KTH, Stockholm.
Tradução: Ricardo Wersom
Supervisor Nacional Cleanroom da Alsco Toalheiro Brasil
Contato: sbcc@sbcc.com.br
Revisão: Alba Santos - Presidente da SBCC