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A extinção do crédito tributário significa o seu desaparecimento. Em regra, extinto o crédito tributário
junto se extinguirá a obrigação tributária.
O CTN prevê doze modalidades de extinção do crédito tributário, relacionadas nos incisos I a XI do
artigo 156, tendo o inciso XI sido incluído pela Lei Complementar nº 104, de 10 de janeiro de 2001.
Passemos, a seguir, a estudar cada uma das formas extintivas previstas no artigo 156 do CTN.
1. PAGAMENTO
O pagamento é forma natural e mais comum de extinção do crédito tributário, e dá-se quando o
sujeito passivo entrega ao sujeito ativo o valor monetário (moeda nacional corrente) correspondente
ao objeto da obrigação tributária.
Vale lembrar que, em matéria tributária, a penalidade pecuniária não substitui o tributo devido, isto é,
se o sujeito passivo deixa de recolher o tributo e, por isso, é multado, deverá pagar, além da multa,
também o tributo devido. Esse é o teor do artigo 157 do CTN: “A imposição de penalidade não elide
o pagamento integral do crédito tributário”.
Estabelece o artigo 158 do CTN que: “O pagamento de um crédito não importa em presunção de
pagamento: I - quando parcial, das prestações em que se decomponha; II - quando total, de outros
créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos”.
Lugar do pagamento - O artigo 159 do CTN estatui que “Quando a legislação tributária não dispuser
a respeito, o pagamento é efetuado na repartição competente do domicílio do sujeito passivo”.
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O parágrafo faz alusão à regra geral de lugar do pagamento, contudo, esta matéria é tratada pormenorizadamente com
as regras de Domicílio Tributário, trazidas pelo artigo 127, do CTN.
De qualquer forma, a regra do artigo 159 é apenas supletiva, e tem perdido importância, tendo em
vista que, hoje em dia, a maioria dos tributos é paga diretamente na rede bancária credenciada.
O artigo 161 do CTN trata da incidência de juros de mora quando o crédito tributário é recolhido com
atraso.
Art. 161 - O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual
for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da
aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta lei ou em lei tributária.
§ 1°- Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento
ao mês.
§ 2°- O disposto neste artigo, não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro
do prazo legal para pagamento do crédito.
A regra do §1° do artigo 161 é supletiva. Na esfera federal, por exemplo, adota-se a taxa de juros
Selic (que varia mensalmente) para cobrança de juros moratórios.
Quanto ao §2° do artigo em comento, vale salientar que a consulta deve ser apresentada antes de
expirado o prazo para pagamento do tributo, e deve ser justificável, não se admitindo consulta sobre
assunto cujo entendimento já seja assente, o que caracterizaria medida de caráter meramente
protelatório. A legislação de cada ente tributante costuma disciplinar o processo de consulta,
estabelecendo as regras necessárias à sua aceitação, bem como os casos que ensejam sua recusa.
Atualmente, em regra, os tributos são pagos na rede bancária, em moeda corrente ou cheque,
ficando a instituição financeira credenciada incumbida do repasse dos valores ao Poder Público. O
pagamento em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico, praticamente caiu em
desuso.
Estampilha é uma espécie de selo, sendo encontrada em nossos dias nos maços de cigarros e em
algumas bebidas alcoólicas (nesses dois exemplos, contudo, não tem por fim imediato o pagamento
de impostos, mas o controle de estoque exigido pela legislação do IPI).
Quando o pagamento é feito por cheque, o crédito só se considera extinto com seu resgate pelo
sacado, isto é, quando o banco (sacado) debita o valor da conta do contribuinte, repassando-o à
conta do Tesouro Público.
Pode ocorrer a situação em que o sujeito passivo tenha diversos débitos tributários com o mesmo
sujeito ativo (deve, por exemplo, para União, como contribuinte ou responsável, imposto de renda,
IPI, IOF, taxas e contribuição de melhoria). Desejando efetuar o pagamento, o sujeito passivo dirige-
se à autoridade administrativa com um valor insuficiente para pagar todos os tributos. Neste caso,
quais tributos deverão ser quitados primeiro?
Estamos, aqui, diante da imputação de pagamento, assunto a que se dedica o artigo 163 do CTN.
Art. 163 - Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para
com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativas ao mesmo ou a diferentes tributos ou
provenientes de penalidades pecuniárias ou juros de mora, a autoridade administrativa competente
para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na
ordem em que enumeradas:
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de
responsabilidade tributária;
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos;
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição;
IV - na ordem decrescente dos montantes.
Essas regras de imputação, entretanto, pouca utilização prática possuem, uma vez que, como
sabemos, hoje em dia, o sujeito passivo não mais se dirige à repartição pública para quitar seus
diversos débitos tributários. Ele simplesmente preenche as guias de recolhimento e efetua os
pagamentos diretamente na rede bancária. E, ao assim proceder, não irá, necessariamente, seguir a
ordem preconizada no artigo 163 que, aliás, é dirigida à autoridade administrativa e não ao sujeito
passivo.
REPETIÇÃO DO INDÉBITO
Muitas vezes, o sujeito passivo recolhe, a título de tributo, valor maior do que o devido, ou
recolhe um valor indevido em sua totalidade.
No Direito Tributário, tenha o valor indevido sido recolhido espontaneamente ou não, tem o
sujeito passivo direito à restituição. Esse direito é denominado repetição do indébito (o
vocábulo repetição tem, aqui, a acepção de devolução, restituição) e decorre do princípio que
veda a locupletamento sem causa.
Art. 165 - O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição
total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto
no § 4° do artigo 162, nos seguintes casos:
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da
legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstância do fato gerador efetivamente
ocorrido;
II - erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo
do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao
pagamento;
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.
O que se restitui, na verdade, não é o tributo, mas o valor pago indevidamente a título de
tributo. E, a rigor, também seria impróprio chamar de sujeito passivo aquele que recolheu o
valor indevido, por não haver aí, nenhuma obrigação tributária (até porque, em relação ao valor
a ser restituído, o verdadeiro sujeito passivo é o Poder Público, obrigado ao cumprimento da
obrigação). E, finalmente, também soa estranho falar em restituição parcial, já que sempre se
deve restituir todo o valor indevidamente pago.
Talvez o único mandamento realmente importante desse artigo é o que assegura o direito à
restituição independentemente de prévio protesto.
Art. 168 - O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco)
anos, contados: I - nas hipóteses dos incisos I e II do art. 165, da data da extinção do crédito
tributário; II - na hipótese do inciso III do art. 165, da data em que se tornar definitiva a
decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado,
anulado, revogado ou rescindindo a decisão condenatória.
Por vezes, diante de uma decisão administrativa ou judicial que lhe é desfavorável, o sujeito
passivo recolhe o crédito tributário respectivo. Posteriormente, tal decisão é modificada, e a
nova decisão (em caráter definitivo) considera indevida a cobrança feita pelo Fisco, o que
implica ser indevido também o valor anteriormente recolhido. Neste caso, o prazo de cinco
anos para pedir restituição é contado a partir da data da decisão irrecorrível.
Em todos os demais casos, que constituem a regra geral, o prazo de cinco anos para pedir
restituição é contado da data da realização do pagamento indevido.
O pedido de restituição pode ser indeferido administrativamente, por entender o Fisco não
caber razão ao requerente. Este tem, então, o prazo de dois anos para ingressar com ação
judicial destinada a anular a decisão administrativa que não reconheceu seu direito. Esse
prazo, que é de prescrição, está previsto no artigo 169 do CTN: “Prescreve em dois anos a
ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição”.
2. COMPENSAÇÃO
O artigo 368 do Código Civil/2002, reproduzindo a mesma redação do diploma anterior, estatui que
“Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações
extinguem-se, até onde se compensarem”.
Em matéria tributária, assim dispõe o artigo 170 do CTN: “A lei pode, nas condições e sob as
garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribua à autoridade administrativa,
autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou
vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública”.
Esse dispositivo, portanto, não é autoaplicável e por isso é modalidade indireta de extinção, pois
cabe à lei, das diversas esferas de governo, estabelecer as situações em que será admitida a
compensação. Em âmbito federal, é possível verificar a compensação entre quaisquer tributos
(exceto no tocante às contribuições previdenciárias que são compensadas entre si), tal como de
abstrai da leitura dos preceitos ínsitos nas seguintes leis n° 8.383/91 (Art. 66), 9.250/95 (Art. 39) e
9.430/96 (Art. 74).
Observe que, enquanto no Direito Civil, somente créditos vencidos podem ser compensados (artigo
369 do Código Civil/2002), o Direito Tributário admite a compensação de créditos vincendos do
sujeito passivo contra a Fazenda Pública. Sobre o assunto, assim dispõe o parágrafo único do artigo
170: “Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a
apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao
juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do
vencimento”.
3. TRANSAÇÃO
Transação é um acordo entre as partes situadas em pólos opostos de uma obrigação, as quais
fazem concessões mútuas com o fim de prevenir ou terminar um litígio. O Código Civil/2002 dela
cuida em seus artigos 840 a 850.
O CTN (artigo 171) também admite a transação, porém, apenas mediante autorização de lei, que
deverá também indicar a autoridade competente para celebrá-la e para explicar as concessões que
podem ser feitas.
Além disso, no Direito Tributário a transação somente é admitida com o fim de terminar litígio já
instaurado, e não para preveni-lo.
Art. 171 - A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da
obrigação tributária, celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em terminação
de litígio e consequente extinção de crédito tributário. Parágrafo único - A lei indicará a autoridade
competente para autorizar a transação em cada caso.
4. REMISSÃO
Remissão é o perdão da dívida. O CTN trata desse instituto em seu artigo 172.
Art. 172 - A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado,
remissão total ou parcial, do crédito tributário, atendendo:
I - à situação econômica do sujeito passivo;
II - ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;
III - à diminuta importância do crédito tributário;
IV - a considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso;
V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.
Parágrafo único - O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando
cabível, o disposto no artigo. 155.
Como se vê, no Direito Tributário, a remissão deve necessariamente ser autorizada por lei. E é
preciso ainda que seja uma lei específica, conforme determina o §6° do artigo 150 da Constituição
Federal, isto é, essa lei deve tratar exclusivamente de remissão ou do corresponde tributo.
O caso mais comum de remissão é o tratado no inciso III do artigo 172 do CTN. Por vezes o crédito
tributário é tão pequeno que não cobre os gastos necessários à sua cobrança, de forma que o Poder
Público prefere perdoá-lo.
Ressalte-se que não se admite a ninguém alegar desconhecimento da lei para eximir-se de suas
obrigações. Essa é a razão de o inciso II do artigo 172 mencionar apenas erro ou ignorância quanto
à matéria de fato (e não de direito).
5. DECADÊNCIA
Vale atentar para o fato de que o artigo 156, inciso V, do CTN, arrola a decadência como
modalidade de extinção do crédito tributário, o que tem provocado críticas de alguns tributaristas.
Isto porque a decadência impede a realização do lançamento, ou seja, o crédito tributário não chega
sequer a ser constituído. Ora, não se poderia, então, extinguir algo que nunca existiu.
Na verdade, a decadência extingue a obrigação tributária, antes que esta passe pelo estágio de
crédito tributário.
Em linhas gerais, o prazo decadencial é de 5 anos e conta a partir do primeiro dia do exercício
seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido realizado.
“Art. 173 - O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco)
anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter
sido efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal,
o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único - O direito a que se refere este artigo
extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha
sido iniciada a constituição do crédito tributário, pela notificação do sujeito passivo, de qualquer
medida preparatória indispensável ao lançamento.”
O inciso I do artigo 173 aplica-se aos tributos sujeitos a lançamento de ofício e por declaração, e
também, conforme vimos acima, aos tributos sujeitos a lançamento por homologação quando a
insuficiência no recolhimento decorra de dolo, fraude ou simulação.
EX.1: No dia 01/07/2003, um comerciante vendeu e entregou uma mercadoria, deixando de recolher
o ICMS, tendo emitido uma nota fiscal falsa. O Fisco poderia, no mesmo ano, ter fiscalizado a
empresa e efetuado o lançamento de ofício para cobrar o crédito tributário devido. Portanto, o prazo
de decadência será contado a partir de 01/01/2004, vencendo em 31/12/2008. Neste caso, o
exercício em que o lançamento poderia ter sido efetuado coincidiu com o do fato gerador.
EX.2: Uma pessoa física, ao elaborar a declaração de imposto de renda em 2004, referente ao ano-
base de 2003, dolosamente declara não ter recebido qualquer rendimento tributável, quando, na
realidade deveria declarar diversas fontes de rendimentos tributáveis, e recolher o imposto devido.
Embora o fato gerador do imposto de renda tenha ocorrido em 2003, o contribuinte tem até
30/04/2004 para apresentar a declaração correspondente. O lançamento de ofício poderia, assim,
ser efetuado no próprio ano de 2004, de onde se conclui que o prazo de decadência começa a ser
contado em 01/01/2005, terminando em 31/12/2009.
6. PRESCRIÇÃO
O sujeito passivo tem, então, um prazo para efetuar o pagamento deste crédito ou apresentar
impugnação administrativa (a menos que a legislação estipule outro prazo, será ele de trinta dias,
nos termos do artigo 160 do CTN).
Se não faz nem uma coisa nem outra, o Fisco deverá ingressar com ação de execução fiscal, para
receber o crédito mediante coerção judicial.
O artigo 174 do CTN dispõe sobre o prazo de prescrição para o ajuizamento da ação de execução
fiscal: “A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da
sua constituição definitiva”.
Assim, pode-se concluir que a prescrição é a causa de extinção do crédito tributário que
ocorre quando a Fazenda Pública deixa escoar o prazo para propositura da ação de execução
fiscal.
O termo inicial do prazo de cinco anos, como se vê, é a DATA DA CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA do
crédito tributário. Ou seja, o prazo corre desde quando se tornou administrativamente imodificável a
constituição do crédito tributário. A referida data pode variar de acordo com a postura adotada pelo
devedor após ser notificado pelo Fisco para realizar o pagamento, vejamos:
1) se, após a notificação, o devedor não paga e não recorre contra a cobrança: nessa hipótese, será
preciso aguardar o escoamento do prazo de 30 dias que o CTN (art. 160) concede ao devedor para
que, sendo notificado, realize o pagamento ou recorra contra a cobrança. Antes de esgotados os 30
dias não há mora. Portanto, na falta de pagamento o prazo prescricional conta a partir do 31º dia
após a notificação do devedor. Vale lembrar que se o lançamento falhar por culpa do devedor, será
substituído pelo Auto de Infração, caso em que o prazo para realização do pagamento corre a partir
da lavratura do AIIM;
2) se, após a notificação, o devedor recorre contra o valor da cobrança: nesse caso o prazo
prescricional começa a fluir da data em que ocorrer a imutabilidade da decisão administrativa, isto é,
se o contribuinte perder os recursos, o prazo conta do “trânsito em julgado” administrativo da
decisão que manteve o valor da cobrança.
3) se, após a notificação, o devedor realiza pagamento parcial sem impugnação no valor restante, o
prazo prescricional corre da data do pagamento.
4) se, após a notificação, o devedor realiza pagamento parcial e havendo impugnação quanto ao
valor remanescente, o prazo prescricional inicia da data em que se tornar irrecorrível a última
decisão administrativa sobre a matéria (data do “trânsito em julgado” na esfera administrativa);
O 31º marca o primeiro dia da
contagem do prazo prescricional
RESPOSTA: Não, aplica-se, no caso, o preceito ínsito no art. 240, § 1º, do CPC. Neste sentido,
também, a Súmula 106, do STJ.
“Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência,
torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). § 1º A interrupção da prescrição, operada
pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data
de propositura da ação.”
“SÚMULA N. 106 - Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por
motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição
ou decadência.”
Qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; (ATO EXTRITAMENTE JUDICIAL)
Qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito
pelo devedor. (EX.: Pedido de parcelamento pelo sujeito passivo)
CUIDADO: Não se aplica à prescrição no Direito Tributário, o contido no art. 2, § 3º, da Lei de
Execuções Fiscais, pois não pode uma lei ordinária dispor de assunto que requer regulamentação
por lei complementar (o CTN é lei complementar, não pode ser regulado por lei ordinária. (§ 3º - A
inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo órgão
competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os
efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de
findo aquele prazo.).
ATENÇÃO: O art. 40, da LEF, por ter natureza processual, gera efeitos na suspensão do prazo
prescricional do direito tributário. O dispositivo é valido por que regulamenta o CPC (que é lei
ordinária, como a LEF). Vale lembrar que o juiz não suspende o prazo prescricional, ele suspende a
execução fiscal. (Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o
devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o
prazo de prescrição.)
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
Será arquivado o processo cuja execução fiscal ficar suspensa por mais de um ano, nos termos do §
2º, do art. 40, da LEF, in verbis: “§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja
localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.”
O juiz pode decretar de ofício a prescrição intercorrente, desde que ouvida previamente a Fazenda
Pública (art. 40, § 4º, da LEF), sendo esta dispensada no caso de cobranças judiciais cujo valor seja
inferior ao mínimo fixado por ato do Ministro de Estado da Fazenda (art. 40, § 5º).
Assim, se a decisão final, judicial, for favorável ao Fisco, tem este o direito de, após o trânsito em
julgado da decisão, converter em renda o valor depositado, extinguindo-se o crédito tributário
correspondente.
O § 1°, do artigo 150, do CTN, diz que o pagamento antecipado extingue o crédito tributário sob
condição resolutória da ulterior homologação do lançamento.
O inciso VII, do artigo 156, do CTN, por sua vez, inclui, como forma de extinção do crédito tributário,
o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no art. 150, §§1°
e 4°.
Observe, assim, que, para a extinção do crédito tributário, deve-se conjugar o pagamento
antecipado e a homologação pelo Fisco, expressa ou tácita.
9. CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
O artigo 156 do CTN prevê, em seu inciso VIII, a consignação em pagamento como modalidade de
extinção do crédito tributário.
A consignação em pagamento é uma ação judicial destinada a garantir o direito subjetivo do devedor
de pagar sua dívida, livrando-o das possíveis consequências de sua não quitação.
Com efeito, há situações em que o devedor quer pagar, mas o credor recusa-se a receber, por
entender que o valor ofertado é menor do que o devido ou por subordinar o recebimento ao
pagamento de multas ou ao cumprimento de certas obrigações. Ao devedor resta a opção de
recorrer à Justiça para ver assegurado o direito de quitar o valor que julga devido.
Trata-se de mais um instituto do Direito Privado utilizado pelo Direito Tributário. O CTN arrola, no
artigo 164, as hipóteses em que essa ação é cabível.
Art. 164 - A importância do crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo,
nos casos:
Hoje em dia, raramente ocorrem as hipóteses previstas nos incisos I e II do artigo 164, pois, como o
recolhimento se dá diretamente na rede bancária, nada obsta que o sujeito passivo recolha o valor
que julgue devido, deixando ao Fisco a tarefa de efetuar lançamento de ofício para cobrar a
diferença a que julga ter direito.
Há casos, contudo, como ocorre com o IPTU, em que o sujeito passivo já recebe a guia de
arrecadação preenchida, em documento específico, hipótese em que não consegue efetuar
pagamento em valor menor do que consta no documento, restando-lhe, por isso, a opção pela
consignação em pagamento.
Acerca do inciso III do artigo 164, Kiyoshi Harada cita o exemplo dos proprietários de imóveis
situados ao longo das divisas de São Paulo e Diadema, que vêm recebendo, desde a década de
1970, notificações de IPTU por ambas as Municipalidades, não lhes cabendo outro remédio senão
ingressar com ação consignatória.
OBS: Bitributação não se confunde com BIS IN IDEM, este é permitido pela legislação. (Ex. de BIS
IN IDEM – cobrança de dois tributos sobre o mesmo fato gerador – União cobrando IR sobre a renda
e IGF também sobre a renda).
Decisão administrativa irreformável é aquela da qual não caiba mais nenhum recurso no âmbito
administrativo. Embora o CTN não o diga, é evidente que essa decisão somente extingue o crédito
tributário quando for favorável ao sujeito passivo.
O inciso IX do artigo 156 do CTN acrescenta, ainda, a necessidade de que tal decisão não possa
mais ser objeto de ação anulatória.
A esse respeito, Hugo de Brito Machado menciona que essa referência “reflete o pensamento dos
que entendem poder a Fazenda Pública ingressar em Juízo pleiteando o anulamento de seus
próprios atos. Tal entendimento a nosso ver é inadmissível”.
Decisão judicial passada em julgado, ou transitada em julgado, é aquela que não admite mais
recurso. Será ela extintiva do crédito tributário sempre que for favorável ao sujeito passivo,
concluindo pela improcedência do lançamento. Decorre do preceito ínsito no Art. 5º, XXXVI, da CF.
O artigo 356 do Código Civil/2002, ao tratar da dação em pagamento, dispõe que “O credor pode
consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida”.
Observe que a lei complementar n° 104/2001, ao acrescentar o inciso XI ao artigo 156 do CTN,
previu, como modalidade de extinção do crédito tributário, apenas a dação em pagamento de bens
imóveis, deixando à lei ordinária de cada ente político a incumbência de estabelecer a forma e
condições em que será realizada.
Corresponderá a um procedimento administrativo que dispõe sobre a entrega voluntária do bem pelo
contribuinte.
a) existência de lei específica autorizando: é necessária a aprovação de uma lei ordinária, no âmbito
da pessoa federativa tributante, admitindo a dação de bens móveis como forma extintiva do crédito
tributário;
b) o bem ofertado deve ser imóvel: para não violar o dever constitucional de realizar licitações;
c) o Poder Público manifestar interesse no bem: quer dizer que a aceitação do bem oferecido pelo
contribuinte em dação é ato administrativo discricionário (e não vinculado), na medida em que a
autoridade administrativa deve analisar a conveniência e oportunidade na incorporação daquele bem
ao domínio público. Desse modo, o devedor não tem direito adquirido à aceitação do bem oferecido,
mas simples expectativa de direito.
Essa modalidade de extinção em nada conflita com o artigo 3° do CTN, para o qual o tributo há de
ser uma prestação pecuniária, vale dizer, em dinheiro.
O valor do tributo continuará a ser calculado como sempre o foi, ou seja, em unidades monetárias.
Esta ou aquela quantidade de bens imóveis não integrarão sua base de cálculo.
No lançamento, o valor do crédito tributário continuará a ser expresso em dinheiro e não em certa
quantidade de bens imóveis, apenas no momento de extinguir o crédito é que o sujeito passivo irá
promover a entrega de bens imóveis cujo valor seja equivalente à da prestação pecuniária devida.