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Os métodos de cura com as mãos ganham cada vez mais adeptos no Brasil e já começam a ser aceitos
como complementação eficiente ao tratamento médico convencional.
Para o químico industrial Gilberto Alcoba Marques, de 47 anos, o tratamento com passes foi mais do que
uma simples tentativa de cura. Espírita há vinte e cinco anos, ex- fumante inveterado, Gilberto era o que ele
mesmo classificou de “papa-passes” típico. Ou seja, aquela pessoa que conhece a doutrina, mas sem grandes
aprofundamentos, e apenas procura o bem-estar proporcionado pelos passes em centros espíritas. Até que, por
volta de dez anos atrás, durante exames de rotina, veio a notícia: Gilberto tinha um tumor na garganta. Após
passar pela orientação do centro espírita que freqüentava, foi encaminhado a um tratamento com passe do tipo
P3A. Enquanto isso era acompanhado de perto pelo tratamento médico convencional, tomando medicamentos e
fazendo periódicos exames de reavaliação. Um ano após os dois tratamentos, com medicina tradicional e passes,
a surpresa: o tumor havia desaparecido.
Em outra área da medicina – a das doenças mentais –, projetos pioneiros que aliam ciência e
espiritualidade vêm merecendo atenção redobrada. Nas Casas André Luiz, tem sido acompanhada a evolução de
650 pacientes submetidos aos tratamentos espirituais. Os resultados devem sair em janeiro do próximo ano. Para
o diretor técnico e clínico da instituição, o psiquiatra Frederico Leão, “a proposta é exatamente mostrar que as
revelações e os conceitos da teoria espírita são demonstráveis do ponto de vista científico. É possível a terapia
espiritual andar de mãos dadas com a ciência,o que traz benefícios complementares ao tratamento convencional”.
Ao passar pelo setor de orientação, o indivíduo ganha uma pequena ficha, na qual são prescritos os
tipos de passe que deverá tomar e por quanto tempo. O público em geral não entende o que significam tantos
números e letras: A2, P3C, P4. Trata-se de uma padronização efetivada pela Federação Espírita do Estado de São
Paulo (FEESP), que classifica os tipos de passe adequados a cada enfermidade, física ou espiritual. Eles são de
dois tipos básicos: o magnético, em que é utilizado fluido do ser humano aplicador; e o espiritual, vindo de
entidades desencarnadas evoluídas, capazes de emitir fluidos mais puros e com maior poder curativo. E o que
sente um médium que aplica passes? A maioria dos entrevistados revelou o aquecimento das mãos como
sensação principal.
Como Agem os Passes?
O perispírito possui centros de recepção de energia ligados ao corpo físico através dos plexos, que, por
sua vez, são terminações nervosas ligadas aos diversos sistemas que fazem o organismo funcionar. Energias
deletérias vindas do ambiente, de pessoas encarnadas ou desencarnadas ou do próprio corpo mental do indivíduo
(pensamentos negativos), podem desequilibrar essas energias, trazendo doenças no plano mental ou físico. O
passe pode reequilibrar esses centros de força através da aplicação de fluidos saudáveis.
Alguns fatores parecem ser primordiais na eficácia do tratamento com passes: a fé, a busca pela
elevação moral e o aspecto psicológico. Para o psiquiatra Franklin Ribeiro, dirigente do Centro Espírita João
Evangelista, no qual trabalha há dezenove anos, o relacionamento que se estabelece entre aquele que procura a
casa espírita e os que o acolhem se assemelha ao relacionamento mãe-bebê. Em Missionários da Luz, André Luiz
recebe esclarecimentos que definem uma mulher doente que recebe o passe “como a criança frágil sequiosa do
carinho materno”. Também Herculano Pires, em Obsessão, Passe e Doutrinação, destaca: “O efeito psicológico
resulta dos estímulos provocados no paciente por sua presença num ambiente de pessoas interessadas em ajudá-
lo, o que lhe desperta sensação de segurança e confiança em si mesmo”. O dr. Franklin completa: “A minha
crença, a crença da pessoa de que aquilo vai funcionar, cria a ligação, e isso a ciência reconhece. Está criado o
vínculo entre o passista e o receptor. E, a partir daí, estando a pessoa conectada a uma fonte adequada, a
imposição de mãos vai determinar a passagem de energia”. Para ele, a fé é elemento primordial na cura, não
importando a que religião pertença o indivíduo.
Obstinado, o dr.Franklin Ribeiro informa que o preconceito da ciência em relação aos tratamentos
espirituais está sendo vencido. O NEPER se reúne a cada quinze dias no Hospital das Clínicas, em São Paulo,
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apresentando estudos, teses e debatendo curas espirituais e fenômenos mediúnicos. “O momento é propício para
que haja essa aliança entre ciência e espiritualidade, porque nós estamos vivendo uma época em que o
materialismo precisa de um contraponto, para que se possa manter o equilíbrio entre os seres humanos”, analisa.
“Como médico psiquiatra, o que observei é que o que funciona é a associação entre: abordagem biológica,
farmacológica, psicológica e espiritual, sendo que todas elas se complementam. Em nenhum momento se
excluem”.
Entre Dois Mundos
Muita gente não sabe, mas as técnicas de cura via passe utilizadas no kardecismo têm alguns pontos
em comum com outros tipos de cura de origem oriental, que fazem uma convergência entre dois mundos:
Ocidente e Oriente. Na base de todas as curas orientais, estão as ciências esotéricas e antigas escrituras em
sânscrito encontradas na Índia, China, Japão e Tibete, que remontam a mais de cinco mil anos. O fluido universal
é o mesmo.
São conhecidas no Brasil como “terapias alternativas”. O National Institute of Health, entidade ligada ao
governo americano, faz importante distinção entre terapias alternativas e terapias complementares. Lá, o termo
“alternativo” é dado aos tratamentos que, supostamente, substituiriam o tratamento médico, o que representa um
risco. Já a terapia dita "complementar" é aquela que anda paralelamente ao caminho médico convencional. É vista
como salutar na prevenção, na recuperação ou na melhoria das condições de vida dos doentes. O uso corrente do
termo “alternativo” como vem sendo feito no Brasil seria, portanto, inadequado.
Entre as práticas complementares indicadas por aquele instituto estariam o reiki, a cura prânica e o
johrei, que também se valem do uso e manipulação do chamado “fluido vital” ou “campo magnético” citado pelo
autor espírita Salvador Gentile no livro Passe Magnético – Fundamentos e Aplicação.
E as semelhanças de conceito não param por aí. Assim como na cura prânica, os passes espíritas atuam
sobre os chamados “centros de força”, conhecidos na literatura hindu como chacras, localizados no perispírito. No
livro Entre a Terra e o Céu, o autor André Luiz sublinha a importância desses centros de força, que são como
usinas de recepção e armazenamento de energia espiritual, ligados ao corpo físico por terminações nervosas
denominadas plexos. E explica: “(...) Vibrando em sintonia uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da
mente, estes centros estabelecem para nosso uso um veículo de células elétricas, que podemos definir como um
campo eletromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado”. Na mesma obra, André Luiz exemplifica
o chacra coronário, situado no alto da cabeça, que “na Terra é considerado pela filosofia hindu como sendo o lótus
de mil pétalas, por ser o mais significativo em razão de seu alto poder de radiações”.
O médico psicoterapeuta e curador prânico, Maurício Angelicola, não se surpreende. E vai além: o
mestre Choa Kok Sui, que codificou e sintetizou a cura prânica trazendo-a para o Ocidente em 1987, recomenda a
leitura de Allan Kardec como fonte segura de reforma íntima e elevação espiritual. A principal diferença, no
entanto, é que a cura prânica não utiliza a energia de entidades superiores desencarnadas. Ela apenas os invoca
para proteção do ambiente.
“É inadmissível que um curador prânico não se preocupe com sua própria elevação moral e espiritual, a
reforma íntima, essencial também no Espiritismo”, alerta o dr. Maurício, que já deu cursos sobre a técnica para
alguns grupos espíritas. “Posso dizer que eles são um segmento que têm muito preparo, têm embasamento
teórico e ético”. Outro ponto em comum com o kardecismo é que a cura prânica leva em conta o carma. Em
alguns casos, a cura total não é permitida pelo plano espiritual, pois faz parte da evolução do espírito. No entanto,
é possível minimizar o sofrimento do doente. “Lidei com alguns doentes de câncer que não puderam se curar, mas
através da cura prânica não sofreram os efeitos colaterais da quimioterapia. Mesmo não tendo esperança de
sobreviver fisicamente, tiveram uma melhora em sua qualidade de vida”, explica.
Para William Jones, com exceção de casos raros, é impossível curar doenças do carma, pois isto iria
contra as Leis Divinas. “Isso tiraria a prova pela qual aquele espírito tem que passar e atrasaria sua expiação. O
perispírito, que sobrevive à morte física, é como uma fita magnética em que estão gravados todos os registros das
encarnações anteriores. Se um indivíduo fumou demais numa encarnação, pode reencarnar com problemas como
bronquite asmática. Isso é, então, uma conseqüência de seus atos anteriores. É uma prova que lhe vai trazer
aprendizado. Para isso não há cura, mas pode ser amenizado através do tratamento espiritual, se houver
merecimento”, ensina.
Segundo o dr. Maurício Angelicola, são onze os chacras mais importantes. Eles necessitam de limpeza,
energização, e são centros de força que contêm pétalas, raízes, ramificações, teias de proteção, formatação,
velocidade, coloração e possibilidade de apresentar excesso ou falta de energia. O fluido é chamado de prana, e a
técnica consiste em fracionar ou manipular esse fluido universal em matizes específicos, pois cada um dos
chacras tem conexão com as glândulas endócrinas e com os sistemas nervoso, circulatório, respiratório, digestivo,
etc. Para Angelicola, tal preocupação com a limpeza e o detalhamento das características energéticas de cada
chacra, fazem da cura prânica uma das técnicas mais seguras como tratamento coadjuvante à medicina. À
semelhança dos médiuns preparados no kardecismo em instituições idôneas, os curadores prânicos têm de ser
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saudáveis, não-promíscuos, éticos e devem se abster de vícios como o álcool e o fumo. E são, obrigatoriamente,
vegetarianos.
Reiki e Johrei
De acordo com Falchi, como a energia cósmica do reiki é pura, ela por si só já higieniza o ambiente e o
aplicador. E só flui através de canalizadores que têm o amor e a ética como princípios de conduta. “Por ser uma
energia divina, ela não vai se chocar com nenhuma religião, crença ou técnicas. Pelo contrário, conheço espíritas
que acreditam que o passe espírita conjugado a uma terapia reiki acelera a resposta do organismo. O reiki
aumenta a imunidade natural”. A psicóloga e terapeuta reiki, Valéria Silva de Morais, concorda. Valéria trabalhou
durante um ano no Projeto Esperança, dirigido pela Rai Association, com sede na Suíça. O projeto atua na Igreja
Santa Edwiges, atendendo moradores da favela Heliópolis, de São Paulo, portadores do vírus HIV. “Percebemos
que durante o primeiro ano em que receberam reiki, a carga viral dos aidéticos diminuiu, aumentando a imunidade,
com diminuição drástica de doenças oportunistas. Acredito muito no reiki como uma ferramenta de prevenção”.
Para ser um canalizador de reiki é preciso fazer cursos de iniciação. Gilberto Falchi recomenda o
sistema original, clássico, que exige quatro iniciações. E conclui: “Ninguém cura ninguém. O canalizador de reiki é
portador de uma ferramenta e a disponibiliza para as pessoas”.
Canalizar a energia vital do universo através das mãos também é o princípio de outra técnica, o Johrei.
Ao contrário do reiki e da cura prânica, carrega em sim um conceito religioso, “que tem no espiritualismo e no
altruísmo as bases essenciais para a concretização de um mundo ideal”. Seu codificador, Mokiti Okada, fundou a
Igreja Messiânica Mundial em 1935, no Japão. No Brasil, a Igreja Messiânica chegou em 1955. Objeto de
pesquisas na Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, a terapia Johrei demonstrou ser capaz de revitalizar
as células NK, responsáveis pela defesa do corpo humano. Após uma oração inicial, em que se coloca como
instrumento divino, o ministrante, como é chamado o canalizador, aplica a energia em sessão que dura de dez a
trinta minutos. Ambos ficam sentados frente a frente.Não há toque: a distância entre o ministrante e o receptor é
de trinta centímetros a um metro. Não é utilizada energia humana. Pode ser aplicada em qualquer lugar e também
à distância. Para ser canalizador de Johrei é necessário um curso e a convicção de querer servir ao próximo. Após
o curso, o ministrante recebe o ohikari, medalha que deve ser carregada até a altura do plexo solar, através do
qual se canaliza a energia.
A Sutil Sukyo Mahikari
Ainda no rol das terapias orientais, a Arte Mahikari merece um capítulo à parte. Fundada no Japão em
1959, pelo mestre Kotama Okada, a Mahikari emprega a energia cósmica através das mãos, denominando-a “Luz
da verdade”. Esta energia, também para eles, provém de Deus e é purificadora, capaz de eliminar as essências
tóxicas espiritual, mental e física, permitindo a aquisição natural de saúde e prosperidade. Assim como no Johrei,
os canalizadores, chamados kumitês, recebem, após um curso de iniciação que dura três dias, uma medalha.
Neste caso, ela é denominada omitama, cujo símbolo estaria ligado diretamente a Deus através de ondas
espirituais.
Irradiar a "luz espiritual" pela palma da mão é considerada uma arte, denominada Okyome. São vinte e
sete pontos ao todo, mas no início são utilizados apenas alguns pontos principais, cuja energização dura cerca de
quarenta minutos. Não há limite de sessões por semana, e embora não haja toques constantes, eles são breves e
suaves.
A energia atua sutil e gradualmente, auxiliando a elevação espiritual. Discrição também é característica
dos dirigentes do belo templo situado na Vila Mariana, em São Paulo. Nenhum deles quis se pronunciar
oficialmente à revista. “Não tente entender Deus. Sinta-o. Apenas vivenciando o Mahikari, você entende”, dizem. O
temor é o de uma massificação e desvirtuamento da técnica, atraindo equivocadamente pessoas não afinizadas
com o movimento, atrás de milagres. Que, aliás, nenhuma das técnicas aqui abordadas promete.
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Embora não se defina como uma religião, a Sukyo Mahikari tem um altar para reverências e
agradecimento a Deus. A constante exigência de curvar-se em reverência, dentro do templo, pode causar um certo
estranhamento a um ocidental que chega pela primeira vez. Encontram-se pessoas de todas as raças e credos,
tanto aplicando, quanto recebendo. É necessário tirar os sapatos antes de entrar e lavar as mãos em água
purificada. Após pequena consulta onde são perguntados dados acerca do modo de vida (a religião não é
questionada) e eventuais problemas, somos convidados a receber Okyome. Inicialmente sentados, frente a frente,
depois de costas para o canalizador e, por fim, deitados de costas sobre um pequeno colchonete com travesseiro
e lençol. Não há som no ambiente, que é espantosamente limpo, com predominância de tons arenosos. O silêncio
só é cortado às vezes pelas orações em japonês.
Para Ieda Uehara, praticante de Arte Mahikari há dezesseis anos, o amor ao próximo é fundamental.
“Oração envolve ação. É preciso traduzir gratidão e perdão em atitude”. Segundo acredita, ter saúde é uma
conseqüência de ser feliz. “Querer ser feliz, é meio caminho da cura”.
O que se pode concluir de tudo isso? Que a cura está dentro de nós mesmos. Nenhuma das técnicas
defendeu, em hipótese alguma, o abandono da medicina tradicional. Em todos os métodos abordados, destacam-
se dois elementos principais: a fé de quem recebe, e o amor ao próximo de quem aplica. Gilberto Marques, que se
livrou do câncer na garganta, é taxativo: “O que me curou foi a minha fé”. Impressionado com o resultado em sua
própria vida, Gilberto quis desenvolver mediunidade de cura. Para tanto, teve que abandonar o vício do fumo,
premissa essencial para a formação de todo médium. “Minha própria doença não me fez parar de fumar. Mas a
vontade de servir ao próximo, sim”.
Os Tipos de Passe
C (choque anímico) – doutrinação mais intensa de espíritos perturbadores, através de vibrações que
agem como um jato de luz nos corações dos mesmos.
PE – destinado aos assistidos, nos trabalhos de cura, e aos assistentes, como preparação aos trabalhos.
Pasteur 4 – para crianças, até 12 anos de idade, cujos tipos de passes se subdividem em:
P4A – indicado para doenças materiais, como as próprias da idade, epidêmicas, de poluição ambiental
ou climáticas, por desnutrição, hereditárias ou as causadas por acidentes;
P4B – indicado nas perturbações espirituais, tais como as decorrentes de infestação de ambiente,
chamamentos familiares, encarnações completivas e razões cármicas.
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Histórico dos passes
Caros,
O Walter Basso mandou esse material e estava vendo da possibilidade de publica-lo. O que vcs acham?
Deixe sua opinião!
Allan Kardec no seu Pentateuco (obras básicas do espiritismo) não menciona o passe, mas faz alusões
sobre o magnetismo, em virtude dos paises europeus de proibir o passe, alegando praticas de curandeirismo e
bruxaria, pratica esta válida até os dias de hoje e o Brasil não foge a regra pelo artigo 284 do Código Penal, a
ponto de no passado Carlos Imbassahy publicar o livro A MEDIUNIDADE E A LEI. Isto se deve a pouca
participação dos espíritas na política.
O passe se generalizou no Brasil durante o período colonial, onde a raça branca, considerada
cristã era a minoria, predominando o Bugre, o Caboclo e o Africano com seus rituais e praticas de cura pela
mediunidade e pela falta de médicos para atender os desafortunados, restando ao povo recorrer as benzedeiras e
aos curandeiros, que com gestos de mãos e as vezes segurando um ramo de planta (mezinha) curavam ou
amenizavam as doenças do doente.
Na década de 40 do século XX, toma posse como secretario geral da FEESP o comandante
Edgard Armond, pelo seu espírito de liderança e disciplina militar, e alertado pelos bons espíritos que eram
necessários se preparar para o futuro, porque a procura será maior e os médiuns de efeito físico iriam diminuir.
Forma um grupo mediúnico e em 1944 em plena guerra mundial inicia uma pesquisa para
melhorar o atendimento nas curas espíritas.
Em 1946 surge o primeiro resultado desta pesquisa no qual ele escreve um opúsculo Histórico
dos Trabalhos de Curas Espíritas, já com uma classificação rudimentar, cujo resultado foi:
Em 1947 foi criada a CÂMARA DE PASSE destinado a recolher durante o dia, fora do expediente
normal, doentes ou pessoas necessitadas de atendimento pelo plano espírita. Observação sem encarnados dando
passe ou auxiliando.
Em 1949 baseado na continuidade das pesquisas foram criados os TRABALHOS 1 (T1) para
atendimento de perturbações ligeiras (1º grau) e TRABALHOS 2 (T2) para atendimento de perturbações mais
graves (2º grau).
Em 1950 foi criada a EAE que alem de sua finalidade essencial, de formação espírita e de
reforma intima, deveria se transformar em celeiro de trabalhadores para os serviços internos da FEESP e fora
dela, para testemunhação e difusão do espiritismo religioso.
No mesmo ano foi criada a Escola de Médiuns para educar a mediunidade dos médiuns tornando-se
ambas o pilar de sustentação da federação com bons reflexos nos trabalhos de curas espíritas e assistência
social.
Em 1951 visando expandir para fora da federação e auxiliar os centros espíritas e agrupamentos
familiares no atendimento a doentes impossibilitados de estar presentes, foi reajustado o trabalho de cura a
distancia, à base de vibrações coletivas ficando esta responsabilidade para a EAE. Houve uma evolução muito
grande na Capital, no interior do Estado de São Paulo e do País. Conforme mostra a pesquisa:
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Curas espiritas = 9362.
Neste mesmo ano para enfrentar o acumulo constantes de necessidades foi criado um Curso
Intensivo de Passes a funcionar nos períodos escolares do ano. Inicio da padronização dos passes, com
publicação previa do método e das regras a empregar na pratica. Com isto houve o inicio da padronização dos
trabalhos e a FEESP em 1947 tenta uma unificação dos centros espíritas e agrupamentos familiares a usar o
método padronizado.
Em 1954 cria-se o TRABALHO 3 (T3), denominado de choque anímico, método adotado para
substituir as doutrinações de espíritos, impraticáveis em centros de grande movimento.
Edgard Armond escreve o livro CURAS ESPIRITAS, para tratamentos espiritas, como segue:
Especializações; G1 material.
G2 espírita
G4 crianças.
Como poderão notar a forma de aplicação e a quantidade do tratamento difere um pouco da atual, pois
estava em teste ainda.
Neste mesmo livro temos algumas noções sobre a cromoterapia, verde anti-séptico, azul calmante,
amarelo atividade mental, no final do capitulo Armond esclarece que são exemplificações e deve-se criar um
sistema definido e de acordo com as leis (Código Penal) em vigor.
Edgard Armond escreve outro opúsculo com o titulo NOVOS PROCESSOS DE INTERCAMBIO E
APERFEIÇOAMENTOS PARA CURAS ESPIRITAS.
Como podem notar Armond fala em tratamentos e curas espíritas, não em passe, pois o tratamento
inicia-se com uma consulta (na AEE entrevista) sendo o médium que encaminhará o doente para o tratamento e
em caso de duvida manda para o colégio mediúnico ( na AEE GM), assiste o evangelho de salão e finalmente é
encaminhado para a sala de passe para tomar o passe adequado.
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A presença do doente na sala do Evangelho de Salão é muito importante para o tratamento
(passes). O próprio Edgard Armond dava exemplo disto.
Mais tarde Armond escreve o livro PASSES E RADIAÇÕES onde foram feitos revisões e
aperfeiçoamentos ainda com base nas atividades da FEESP, introduz capítulos sobre a anatomia, chacras, plexos,
educação do médium, como entrevistar, como funciona a sala de passes, reativação dos chacras, preleção e
finalmente passes. Como podem notar pela própria evolução as obras acima foram substituídas pelo Livro Passes
e Radiações, tornando-se obsoletas e somente para estudos e pesquisas.
A Editora Aliança fez a montagem do livro Métodos Espíritas de Cura, embutindo os opúsculos
Psiquismo e Cromoterapia que contraria todo a evolução do trabalho de Edgard Armond na cura e passes, sem ter
o cuidado de atualizar os passes e dando cunho material aos opúsculos, livro este que deve ser tirado de
circulação pois uma simples analise veremos as contradições com o Passes e Radiações livro oficial para aulas de
passe.
No capitulo 9 esclarece sobre a classificação dos passes e no artigo 3.1 fala do passe
padronizados (Pasteur) e que não há necessidade de incorporação pelo médium de qualquer espírito, aquele que
trabalha incorporado além da indisciplina, está perdendo uma reencarnação e resgate de seus carmas, pois é seu
mentor ou espírito bem feitor que está trabalhando e não ele.
No capitulo 10 fornece regras gerais, o que faz cada movimento das mãos e braços e a
polaridade do corpo humano, lado esquerdo negativo produz efeito sedativo e lado direito positivo produz efeito
excitante, razão pela qual o passista fica do lado esquerdo do assistido.
2º Passe transversal (dispersa fluidos), temos o cruzado vide capitulo 17 pagina 126 a 130, as
mãos vem abertas em semi-circulo, fecha no momento que cruza em seguida abre-se as mãos, transversal
simples também em semi-circulo vem abertas e fecha no momento da aproximação de uma mão à outra, em
seguida abre-se as mãos, pagina 127. Estes passes são dados na altura da testa, peito e umbigo (ventre). Nota
estes passes não atuam como uma picareta quebrando placas ou pegando o fluido da mão direita (+) para unir
com o da mão esquerda (-), porque isto provocaria um curto circuito.
Algumas pessoas dizem mas está jogando fora, ora o que é dispersar, não é por para fora o que
nos incomoda.
3º Passe de imposição de mão (sempre a direita e concentra fluidos), mão espalmada em cima
da cabeça e mão esquerda fechada ao longo da perna, capitulo 17 pagina 129. Nota a sensibilidade do passista
pode perceber se o coronário está quente ou frio, quente problemas físicos, frio espíritas.
No capitulo 11 os médiuns de efeitos físicos estão cada vez mais difícil de se acharem, pois eles
são portadores de muito ectoplasma para executar os efeitos físicos e os doentes precisam ser atendidos, o passe
padronizado Pasteur utiliza todas as mediunidades em especial a de cura, com ajuda de uma corrente de no
mínimo 4 médiuns de mãos dadas onde o passista dentro da corrente e ao lado do doente (esquerdo sedativo)
coleta as energias que devem ser transmitidas ao doente depois de terminada a doação diz graças a Deus ou
Jesus te abençoe para o doente e a corrente saber que o passe terminou. Em nenhuma hipótese deve largar as
mãos antes da conclusão total do passe.
Os passes P4A e P4B para crianças até 12 anos, na realidade a Pediatria considera criança ate
11 anos 11 meses e 29 dias (Livro Trabalhos Práticos de Espiritismo, embutidos no livro Praticas Mediúnicas
pagina 147) a corrente deve ser de no mínimo 3 médiuns e sem dar as mãos. Em razão das crianças não terem
todo seu intelecto em pleno funcionamento, pela ação das glândulas PINEAL e HIPOFISE, bem como o sistema
reprodutor ainda está em formação. O passe CH não pertence aos passes padronizados Pasteur,
razão pela qual ele é diferente, foi mantido desde os primeiros ensaios como T3, a corrente de no mínimo 3
médiuns sem dar as mãos em semicirculo e os médiuns da ponta na mesma direção do passista, ou seja, na linha
do diâmetro do semicirculo, o passista coleta as energias para doação, durante + ou – 1 minuto. Para casos mais
rebeldes e onde o centro não tem condições de fazer o P3B/E pode usar a corrente de mãos dadas, sendo que os
médiuns das pontas fecham a mão livre.
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Não há restrições de idade, pois esse foi o passe mais usado por Jesus tanto para crianças como
adultos. Observação no livro Passes e Radiações não diz que tem que rezar um Pai Nosso, isto foi obra de um
espírito estacionado.
PASSE P1 e P2: formada a corrente o passista coleta as energias fechando as mãos e doa em três
tempos, a saber:
1º tempo ambas as mãos em cima do coronário abre-as, a mão direita desce paralela a coluna
(longitudinal) até o chacra básico.Atuando no SNC e SNA.
2º tempo fecha as mãos, a esquerda desce até o umbigo (gástrico) e a direita sobe até o bulbo, abre-se
as mãos (imposição dupla). Atuando no SNA (vago simpático). Retorno ascendente com mão fechada, pois já
houve a passagem da mão no primeiro tempo, logo a mão esquerda fechada para não dissipar as energias
coletadas.
3º tempo fecham-se as mãos e a esquerda desce até o genésico e a direita até o básico abrem-se as
mãos (imposição dupla), aqui há um questionamento se a mão fica na direção do joelho ou entre as pernas
próximo ao chacra genésico, tanto faz devemos lembrar que o passista não pode interferir junto ao doente pedindo
para que ele abra as pernas, o passe esta concluído o passista diz Graças a Deus ou Jesus te abençoe, desfaz-se
a corrente. Observação; Mão direita desce fechada pois é a terceira vez que faz o mesmo trajeto a fim de evitar
excesso de energia no SNC podendo ocasionar saturação com queimação , logo a esquerda deve ficar fechada
para não dispersar as energias coletadas.
P4A: corrente sem dar as mãos, palmas voltada para o doente, o passista coleta as energias fechando
as mãos e doa em quatro tempos.
1º tempo ambas as mãos em cima do coronário abre-as, a mão direita desce paralela a coluna até o
chacra básico. Atuando no SNC e SNA.
2º tempo fecha as mãos, a esquerda desce até o umbigo (gástrico) e a direita sobe até o bulbo, abre-se
as mãos. Atuando no SNA (vago simpático).
3º tempo Coleta novas energias (se necessário) fecha as mãos, coloca sobre o coronário abre-as e dá
um passe longitudinal pela frente.
4º tempo com aplicações em órgãos ou partes doentes, usar cores especificas para cada local.
Concluindo o passe o passista diz Graças a Deus ou Jesus te abençoe e a corrente se desfaz. NB; usar a cor
verde em geral e azul como analgésico.
Obs; não se aplica o 3º tempo do P1, em virtude das crianças não terem ainda desenvolvidos o sistema
reprodutor e podemos levar ao libido e gerar desequilíbrio do psicosoma.
As crianças até (<) 12 não podem tomar o P3A, por esta razão temos o 3º tempo com passe longitudinal,
uma vez que o P3A exige a aplicação do P1.
P4B: corrente sem dar as mãos, palmas voltada para o doente, o passista coleta as energias fechando
as mãos e doa em três tempos.
1º tempo ambas as mãos em cima do coronário abre-as, a mão direita desce paralela a coluna até o
chacra básico. Atuando no SNC e SNA.
2º tempo fecha as mãos, a esquerda desce até o umbigo (gástrico) e a direita sobe até o bulbo, abre-se
as mãos. Atuando no SNA (vago simpático).
3º tempo Coleta novas energias (se necessário) fecha as mãos, coloca sobre o coronário abre-as e dá
um passe longitudinal pela frente. Concluindo o passe o passista diz Graças a Deus ou Jesus te abençoe e a
corrente se desfaz. Mesma observação do P4A, no que tange ao P3B.
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CH: Corrente sem dar as mãos, palmas voltadas para o doente, os da ponta ficam na mesma direção do
passista, o passista coleta as energias com as duas mãos e fecha-as, a mão esquerda fechada fica ao longo da
perna enquanto que a mão direita em cima do coronário do doente aberta por um período de 1 minuto. O dirigente
pode ficar observando o ponteiro de segundos do relógio e quando completar uma volta, dizer graças a Deus e o
passista e a corrente sabe que o passe terminou. Desfaz-se a corrente.
Para o CH com corrente de mãos dadas, o mesmo procedimento, os médiuns das pontas ficam com a
mão livre fechada.
P3A: formada a corrente o passista coleta as energias fechando as mãos e aplica o P1 com corrente de
mão dada até o termino total do passe, como segue:
1º tempo ambas as mãos em cima do coronário abre-as, a mão direita desce pela paralela a coluna até o
chacra básico.Atuando no SNC e SNA.
2º tempo fechas as mãos, a esquerda desce até o umbigo (gástrico) e a direita sobe até o bulbo, abre-se
as mãos. Atuando no SNA (vago simpático).
3º tempo fecham-se as mãos e a esquerda desce até o genésico e a direita até o básico abrem-se as
mãos.
4º tempo, quando o passista julgar necessário toma as mãos do doente e lhe transfere de forma mais
concentrada as energias provindas do alto.
5º tempo, o passista coleta energias para doar em órgãos ou partes doentes, pode usar cores
especificas para cada local.NB; verde em geral e azul como analgésico.
Ao terminar o passe diz Graças a Deus ou Jesus te abençoe para o doente e a corrente saber que
terminou o passe e desfazer a corrente.
Obs: As regionais da capital SP embutiram a cromoterapia neste passe, quando a Cromoterapia deve
ser um trabalho a parte, não fazendo parte do passe Pasteur. Tanto é que no livro Passes e Radiações, não tem
nenhum capitulo sobre o mesmo, e no Curso de Médiuns são as ultimas aulas da primeira parte e não tem
nenhuma ligação com os demais passes.
P3B: formada a corrente igual ao do P3A, o passista coleta as energias fechando as mãos e doa em três
tempos, a saber: Aplica-se o P3A para repor as energias sugadas pelo obsessor.
1º tempo ambas as mãos em cima do coronário abre-as, a mão direita desce pela paralela a coluna até o
chacra básico.Atuando no SNC e SNA.
2º tempo fechas as mãos, a esquerda desce até o umbigo (gástrico) e a direita sobe até o bulbo, abre-se
as mãos. Atuando no SNA (vago simpático).
3º tempo fecham-se as mãos e a esquerda desce até o genésico e a direita até o básico abrem-se as
mãos.
O dirigente consulta a ficha do doente com as anotações adequadas e os passes tomados antes do P3B,
para saber qual a ligação entre o doente e o obsessor, a fim de saber se há impedimentos espíritas, sendo resgate
carmico o tratamento será na base de vibrações e preces em beneficio do doente. Não havendo impedimento
carmico procede-se ao desligamento e afastamento do obsessor, a corrente fará projeções coloridas diretamente
para o obsessor, desfaz-se a corrente, se necessário a incorporação, o doente deve sair da sala e aguardar o
dialogo entre o dirigente e o obsessor, em seguida o doente entra e toma um passe longitudinal. NB; cores azul
como analgésico e rosa como amor.
GESTANTES: não existe passe para gestantes, gravidez não é uma doença, mas a oportunidade de
uma ou mais reencarnação, a mesma tomará o passe indicado normalmente, inclusive o de limpeza.
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ESFREGAR AS MÃOS: não se deve esfregar as mãos devido a polaridade das mesmas, causando um
curto circuito anulando a sensibilidade de coleta e doação do passista.
Armond e Pasteur não falam nada sobre o assunto de gestantes e esfregar as mãos, caso isto fosse
necessário estaria escrito no Passes e Radiações.
Armond no capitulo 11 nos alerta que os passes Pasteur devam ainda sofrer aperfeiçoamentos. E após
sua morte os estudos ficaram estacionados. Entretanto para as gestantes voluntárias Armond faz umas
recomendações, Vivencia do Espiritismo Religioso capitulo 6 pagina 182.
Todos estes estudos foram executados antes da fundação da AEE, por ocasião da fundação em 4 de
dezembro de 1973, onde gerou um livro conhecido como VIVENCIA DO ESPIRITISMO RELIGIOSO, com todo o
programa da AEE e livros que devem ser consultados, no que tange a assistência espírita, escolas e cursos. No
que concerne aos passes ficou o livro Passes e Radiações, do jeito que está gera muitas duvidas, varias tentativas
foram feitas sem sucesso para melhorar seu entendimento e até uma fita de vídeo VHS foi feita.
Outra confusão quem vibra para quem nos passes, pela descrições das obras recomendadas, o
passista sempre vibra para o doente e a corrente vibra para o doente nos tratamentos materiais (P4A, P1, P3A) e
vibra para o obsessor nos tratamentos espiritas (CH, P4B, P2, P3B, P3E), eis uma das razões que não se deve
abrir a corrente e colocar a mão no ombro do passista.
Obs: O passe P3E é só adotado pela regional ABC desde 1996, conforme estudos feitos na década de
90 do século XX na própria Regional, para facilitar os grupos que não tinham médiuns para este tipo de trabalho.
Walter Basso e GM 23/08/07
ezequiel_ametista
Os métodos de cura com as mãos ganham cada vez mais adeptos no Brasil e já começam a ser aceitos
como complementação eficiente ao tratamento médico convencional.
Para o químico industrial Gilberto Alcoba Marques, de 47 anos, o tratamento com passes foi mais do que
uma simples tentativa de cura. Espírita há vinte e cinco anos, ex- fumante inveterado, Gilberto era o que ele
mesmo classificou de “papa-passes” típico. Ou seja, aquela pessoa que conhece a doutrina, mas sem grandes
aprofundamentos, e apenas procura o bem-estar proporcionado pelos passes em centros espíritas. Até que, por
volta de dez anos atrás, durante exames de rotina, veio a notícia: Gilberto tinha um tumor na garganta. Após
passar pela orientação do centro espírita que freqüentava, foi encaminhado a um tratamento com passe do tipo
P3A. Enquanto isso era acompanhado de perto pelo tratamento médico convencional, tomando medicamentos e
fazendo periódicos exames de reavaliação. Um ano após os dois tratamentos, com medicina tradicional e passes,
a surpresa: o tumor havia desaparecido.
Em outra área da medicina – a das doenças mentais –, projetos pioneiros que aliam ciência e
espiritualidade vêm merecendo atenção redobrada. Nas Casas André Luiz, tem sido acompanhada a evolução de
650 pacientes submetidos aos tratamentos espirituais. Os resultados devem sair em janeiro do próximo ano. Para
o diretor técnico e clínico da instituição, o psiquiatra Frederico Leão, “a proposta é exatamente mostrar que as
revelações e os conceitos da teoria espírita são demonstráveis do ponto de vista científico. É possível a terapia
espiritual andar de mãos dadas com a ciência,o que traz benefícios complementares ao tratamento convencional”.
O perispírito possui centros de recepção de energia ligados ao corpo físico através dos plexos, que, por
sua vez, são terminações nervosas ligadas aos diversos sistemas que fazem o organismo funcionar. Energias
deletérias vindas do ambiente, de pessoas encarnadas ou desencarnadas ou do próprio corpo mental do indivíduo
(pensamentos negativos), podem desequilibrar essas energias, trazendo doenças no plano mental ou físico. O
passe pode reequilibrar esses centros de força através da aplicação de fluidos saudáveis.
Alguns fatores parecem ser primordiais na eficácia do tratamento com passes: a fé, a busca pela
elevação moral e o aspecto psicológico. Para o psiquiatra Franklin Ribeiro, dirigente do Centro Espírita João
Evangelista, no qual trabalha há dezenove anos, o relacionamento que se estabelece entre aquele que procura a
casa espírita e os que o acolhem se assemelha ao relacionamento mãe-bebê. Em Missionários da Luz, André Luiz
recebe esclarecimentos que definem uma mulher doente que recebe o passe “como a criança frágil sequiosa do
carinho materno”. Também Herculano Pires, em Obsessão, Passe e Doutrinação, destaca: “O efeito psicológico
resulta dos estímulos provocados no paciente por sua presença num ambiente de pessoas interessadas em ajudá-
lo, o que lhe desperta sensação de segurança e confiança em si mesmo”. O dr. Franklin completa: “A minha
crença, a crença da pessoa de que aquilo vai funcionar, cria a ligação, e isso a ciência reconhece. Está criado o
vínculo entre o passista e o receptor. E, a partir daí, estando a pessoa conectada a uma fonte adequada, a
imposição de mãos vai determinar a passagem de energia”. Para ele, a fé é elemento primordial na cura, não
importando a que religião pertença o indivíduo.
Obstinado, o dr.Franklin Ribeiro informa que o preconceito da ciência em relação aos tratamentos
espirituais está sendo vencido. O NEPER se reúne a cada quinze dias no Hospital das Clínicas, em São Paulo,
apresentando estudos, teses e debatendo curas espirituais e fenômenos mediúnicos. “O momento é propício para
que haja essa aliança entre ciência e espiritualidade, porque nós estamos vivendo uma época em que o
materialismo precisa de um contraponto, para que se possa manter o equilíbrio entre os seres humanos”, analisa.
“Como médico psiquiatra, o que observei é que o que funciona é a associação entre: abordagem biológica,
farmacológica, psicológica e espiritual, sendo que todas elas se complementam. Em nenhum momento se
excluem”.
Entre Dois Mundos
Muita gente não sabe, mas as técnicas de cura via passe utilizadas no kardecismo têm alguns pontos
em comum com outros tipos de cura de origem oriental, que fazem uma convergência entre dois mundos:
Ocidente e Oriente. Na base de todas as curas orientais, estão as ciências esotéricas e antigas escrituras em
sânscrito encontradas na Índia, China, Japão e Tibete, que remontam a mais de cinco mil anos. O fluido universal
é o mesmo.
São conhecidas no Brasil como “terapias alternativas”. O National Institute of Health, entidade ligada ao
governo americano, faz importante distinção entre terapias alternativas e terapias complementares. Lá, o termo
“alternativo” é dado aos tratamentos que, supostamente, substituiriam o tratamento médico, o que representa um
risco. Já a terapia dita “complementar” é aquela que anda paralelamente ao caminho médico convencional. É vista
como salutar na prevenção, na recuperação ou na melhoria das condições de vida dos doentes. O uso corrente do
termo “alternativo” como vem sendo feito no Brasil seria, portanto, inadequado.
Entre as práticas complementares indicadas por aquele instituto estariam o reiki, a cura prânica e o
johrei, que também se valem do uso e manipulação do chamado “fluido vital” ou “campo magnético” citado pelo
autor espírita Salvador Gentile no livro Passe Magnético – Fundamentos e Aplicação.
E as semelhanças de conceito não param por aí. Assim como na cura prânica, os passes espíritas atuam
sobre os chamados “centros de força”, conhecidos na literatura hindu como chacras, localizados no perispírito. No
livro Entre a Terra e o Céu, o autor André Luiz sublinha a importância desses centros de força, que são como
usinas de recepção e armazenamento de energia espiritual, ligados ao corpo físico por terminações nervosas
denominadas plexos. E explica: “(…) Vibrando em sintonia uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da
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mente, estes centros estabelecem para nosso uso um veículo de células elétricas, que podemos definir como um
campo eletromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado”. Na mesma obra, André Luiz exemplifica
o chacra coronário, situado no alto da cabeça, que “na Terra é considerado pela filosofia hindu como sendo o lótus
de mil pétalas, por ser o mais significativo em razão de seu alto poder de radiações”.
O médico psicoterapeuta e curador prânico, Maurício Angelicola, não se surpreende. E vai além: o
mestre Choa Kok Sui, que codificou e sintetizou a cura prânica trazendo-a para o Ocidente em 1987, recomenda a
leitura de Allan Kardec como fonte segura de reforma íntima e elevação espiritual. A principal diferença, no
entanto, é que a cura prânica não utiliza a energia de entidades superiores desencarnadas. Ela apenas os invoca
para proteção do ambiente.
“É inadmissível que um curador prânico não se preocupe com sua própria elevação moral e espiritual, a
reforma íntima, essencial também no Espiritismo”, alerta o dr. Maurício, que já deu cursos sobre a técnica para
alguns grupos espíritas. “Posso dizer que eles são um segmento que têm muito preparo, têm embasamento
teórico e ético”. Outro ponto em comum com o kardecismo é que a cura prânica leva em conta o carma. Em
alguns casos, a cura total não é permitida pelo plano espiritual, pois faz parte da evolução do espírito. No entanto,
é possível minimizar o sofrimento do doente. “Lidei com alguns doentes de câncer que não puderam se curar, mas
através da cura prânica não sofreram os efeitos colaterais da quimioterapia. Mesmo não tendo esperança de
sobreviver fisicamente, tiveram uma melhora em sua qualidade de vida”, explica.
Para William Jones, com exceção de casos raros, é impossível curar doenças do carma, pois isto iria
contra as Leis Divinas. “Isso tiraria a prova pela qual aquele espírito tem que passar e atrasaria sua expiação. O
perispírito, que sobrevive à morte física, é como uma fita magnética em que estão gravados todos os registros das
encarnações anteriores. Se um indivíduo fumou demais numa encarnação, pode reencarnar com problemas como
bronquite asmática. Isso é, então, uma conseqüência de seus atos anteriores. É uma prova que lhe vai trazer
aprendizado. Para isso não há cura, mas pode ser amenizado através do tratamento espiritual, se houver
merecimento”, ensina.
Segundo o dr. Maurício Angelicola, são onze os chacras mais importantes. Eles necessitam de limpeza,
energização, e são centros de força que contêm pétalas, raízes, ramificações, teias de proteção, formatação,
velocidade, coloração e possibilidade de apresentar excesso ou falta de energia. O fluido é chamado de prana, e a
técnica consiste em fracionar ou manipular esse fluido universal em matizes específicos, pois cada um dos
chacras tem conexão com as glândulas endócrinas e com os sistemas nervoso, circulatório, respiratório, digestivo,
etc. Para Angelicola, tal preocupação com a limpeza e o detalhamento das características energéticas de cada
chacra, fazem da cura prânica uma das técnicas mais seguras como tratamento coadjuvante à medicina. À
semelhança dos médiuns preparados no kardecismo em instituições idôneas, os curadores prânicos têm de ser
saudáveis, não-promíscuos, éticos e devem se abster de vícios como o álcool e o fumo. E são, obrigatoriamente,
vegetarianos.
Reiki e Johrei
De acordo com Falchi, como a energia cósmica do reiki é pura, ela por si só já higieniza o ambiente e o
aplicador. E só flui através de canalizadores que têm o amor e a ética como princípios de conduta. “Por ser uma
energia divina, ela não vai se chocar com nenhuma religião, crença ou técnicas. Pelo contrário, conheço espíritas
que acreditam que o passe espírita conjugado a uma terapia reiki acelera a resposta do organismo. O reiki
aumenta a imunidade natural”. A psicóloga e terapeuta reiki, Valéria Silva de Morais, concorda. Valéria trabalhou
durante um ano no Projeto Esperança, dirigido pela Rai Association, com sede na Suíça. O projeto atua na Igreja
Santa Edwiges, atendendo moradores da favela Heliópolis, de São Paulo, portadores do vírus HIV. “Percebemos
que durante o primeiro ano em que receberam reiki, a carga viral dos aidéticos diminuiu, aumentando a imunidade,
com diminuição drástica de doenças oportunistas. Acredito muito no reiki como uma ferramenta de prevenção”.
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Para ser um canalizador de reiki é preciso fazer cursos de iniciação. Gilberto Falchi recomenda o
sistema original, clássico, que exige quatro iniciações. E conclui: “Ninguém cura ninguém. O canalizador de reiki é
portador de uma ferramenta e a disponibiliza para as pessoas”.
Canalizar a energia vital do universo através das mãos também é o princípio de outra técnica, o Johrei.
Ao contrário do reiki e da cura prânica, carrega em sim um conceito religioso, “que tem no espiritualismo e no
altruísmo as bases essenciais para a concretização de um mundo ideal”. Seu codificador, Mokiti Okada, fundou a
Igreja Messiânica Mundial em 1935, no Japão. No Brasil, a Igreja Messiânica chegou em 1955. Objeto de
pesquisas na Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, a terapia Johrei demonstrou ser capaz de revitalizar
as células NK, responsáveis pela defesa do corpo humano. Após uma oração inicial, em que se coloca como
instrumento divino, o ministrante, como é chamado o canalizador, aplica a energia em sessão que dura de dez a
trinta minutos. Ambos ficam sentados frente a frente.Não há toque: a distância entre o ministrante e o receptor é
de trinta centímetros a um metro. Não é utilizada energia humana. Pode ser aplicada em qualquer lugar e também
à distância. Para ser canalizador de Johrei é necessário um curso e a convicção de querer servir ao próximo. Após
o curso, o ministrante recebe o ohikari,medalha que deve ser carregada até a altura do plexo solar, através do qual
se canaliza a energia.
A Sutil Sukyo Mahikari
Ainda no rol das terapias orientais, a Arte Mahikari merece um capítulo à parte. Fundada no Japão em
1959, pelo mestre Kotama Okada, a Mahikari emprega a energia cósmica através das mãos, denominando-a “Luz
da verdade”. Esta energia, também para eles, provém de Deus e é purificadora, capaz de eliminar as essências
tóxicas espiritual, mental e física, permitindo a aquisição natural de saúde e prosperidade. Assim como no Johrei,
os canalizadores, chamados kumitês, recebem, após um curso de iniciação que dura três dias, uma medalha.
Neste caso, ela é denominada omitama, cujo símbolo estaria ligado diretamente a Deus através de ondas
espirituais.
Irradiar a “luz espiritual” pela palma da mão é considerada uma arte, denominada Okyome. São vinte e
sete pontos ao todo, mas no início são utilizados apenas alguns pontos principais, cuja energização dura cerca de
quarenta minutos. Não há limite de sessões por semana, e embora não haja toques constantes, eles são breves e
suaves.
A energia atua sutil e gradualmente, auxiliando a elevação espiritual. Discrição também é característica
dos dirigentes do belo templo situado na Vila Mariana, em São Paulo. Nenhum deles quis se pronunciar
oficialmente à revista. “Não tente entender Deus. Sinta-o. Apenas vivenciando o Mahikari, você entende”, dizem. O
temor é o de uma massificação e desvirtuamento da técnica, atraindo equivocadamente pessoas não afinizadas
com o movimento, atrás de milagres. Que, aliás, nenhuma das técnicas aqui abordadas promete.
Embora não se defina como uma religião, a Sukyo Mahikari tem um altar para reverências e
agradecimento a Deus. A constante exigência de curvar-se em reverência, dentro do templo, pode causar um certo
estranhamento a um ocidental que chega pela primeira vez. Encontram-se pessoas de todas as raças e credos,
tanto aplicando, quanto recebendo. É necessário tirar os sapatos antes de entrar e lavar as mãos em água
purificada. Após pequena consulta onde são perguntados dados acerca do modo de vida (a religião não é
questionada) e eventuais problemas, somos convidados a receber Okyome. Inicialmente sentados, frente a frente,
depois de costas para o canalizador e, por fim, deitados de costas sobre um pequeno colchonete com travesseiro
e lençol. Não há som no ambiente, que é espantosamente limpo, com predominância de tons arenosos. O silêncio
só é cortado às vezes pelas orações em japonês.
Para Ieda Uehara, praticante de Arte Mahikari há dezesseis anos, o amor ao próximo é fundamental.
“Oração envolve ação. É preciso traduzir gratidão e perdão em atitude”. Segundo acredita, ter saúde é uma
conseqüência de ser feliz. “Querer ser feliz, é meio caminho da cura”.
O que se pode concluir de tudo isso? Que a cura está dentro de nós mesmos. Nenhuma das técnicas
defendeu, em hipótese alguma, o abandono da medicina tradicional. Em todos os métodos abordados, destacam-
se dois elementos principais: a fé de quem recebe, e o amor ao próximo de quem aplica. Gilberto Marques, que se
livrou do câncer na garganta, é taxativo: “O que me curou foi a minha fé”. Impressionado com o resultado em sua
própria vida, Gilberto quis desenvolver mediunidade de cura. Para tanto, teve que abandonar o vício do fumo,
premissa essencial para a formação de todo médium. “Minha própria doença não me fez parar de fumar. Mas a
vontade de servir ao próximo, sim”.
Os Tipos de Passe
13
C (choque anímico) – doutrinação mais intensa de espíritos perturbadores, através de vibrações que
agem como um jato de luz nos corações dos mesmos.
PE – destinado aos assistidos, nos trabalhos de cura, e aos assistentes, como preparação aos trabalhos.
Pasteur 4 – para crianças, até 12 anos de idade, cujos tipos de passes se subdividem em:
P4A – indicado para doenças materiais, como as próprias da idade, epidêmicas, de poluição ambiental
ou climáticas, por desnutrição, hereditárias ou as causadas por acidentes;
P4B – indicado nas perturbações espirituais, tais como as decorrentes de infestação de ambiente,
chamamentos familiares, encarnações completivas e razões cármicas.
Close
Snap Shares for charity
Orbium Coelestium
A Suprema Consciência auxiliando nosso orbe.
* Sobre
14
Thomas Paine
Prefácio
Há cerca de 2000 anos, nascia na Galiléia um fundador de seita, que acabaria crucificado uns trinta anos
mais tarde. Algumas de suas últimas palavras na cruz foram “Dêem-me de beber”. E só. A seita que ele tinha
fundado tornar-se-ia, com o passar dos anos, a maior de todos os tempos. Ela tomará o poder político dentro do
Império Romano, abolirá a liberdade de religião, depois ajuntará montanhas de cadáveres: os seus membros
massacrarão milhões de “infiéis”, “hereges”, “feiticeiras” e outros, depois se matarão entre eles próprios, levando a
Europa às guerras mais ferozes que ela conheceu. Um passado destes poderia incitar à modéstia, mas os cristãos
reivindicam, pelo contrário, o monopólio da ética. Proclamam que adoram o Deus único, que Deus é “amor”, e se
consideram melhores que o resto da humanidade.
Única ideologia capaz de dividir com o comunismo e o nazismo o pódio dedicado às ideologias mais
mortíferas da história humana, o cristianismo mantém-se uma ideologia dominante em muitos países ocidentais,
como o “gendarme do mundo”, os EUA. Chegou a hora de abrir o “Livro Negro do Cristianismo: 2000 anos de
terror, perseguições e repressão”, que resume algumas das piores atrocidades cometidas em nome dessa
ideologia que pretende promover o amor ao próximo.
Ano um
“Os Deuses não estavam mais, e Deus não estava ainda.” O Império Romano garantia a liberdade de
culto. O ateísmo e a razão dominavam. É nessa época que nasce um sujeito que, segundo dizem certos juDeus,
perdeu o juízo porque leu o Tora demasiadamente jovem. Ele funda uma seita que visa proibir o culto dos outros
Deuses, exceto o seu. O sujeito é finalmente morto, mas a seita se expande com o êxito que se conhece.
O culto da personalidade do fundador da seita atinge, nos cristãos, um nível que mesmo o estalinismo
não conseguirá igualar: o fundador é proclamado “verdadeiro homem e verdadeiro Deus”, (“Deus-Homem”, em
linguagem comum). Os que duvidam disso são proclamados imediatamente hereges, e sofrerão mais tarde os
raios da Inquisição. A partir do século IV da nossa era, começará o assassinato dos não-crentes pelos cristãos.
Anos 50-70
A seita cristã se desenvolve. Textos gregos, escritos por membros da seita fora da Palestina (“Os
evangelhos”) relatam a vida do fundador: nascido duma virgem, que se manterá virgem mesmo tendo vários
outros filhos, ele terá sarado doentes, mas também amaldiçoa uma figueira que fica instantaneamente seca, e fará
precipitar num lago centenas de porcos que lhe não pertenciam. Este personagem, que defende os pobres mas
também afirma que “aqueles que têm tudo serão louvados, e àqueles que nada têm, o pouco que têm ser-lhe-á
retirado”, um pouco patético quando amaldiçoa uma figueira ou se deixa crucificar, é declarado a incarnação do
“Deus único”. O fato de, segundo os evangelhos “canônicos”, as suas últimas palavras sobre a cruz terem sido
“Dai-me de beber” não parece perturbar os adeptos da seita, que se expande por todo o Império.
A intolerância religiosa dos cristãos, que visam abertamente, desde o início, impor uma interdição aos
cultos de Deuses que não o seu, o qual eles insistem ser o “único Deus”, começa logo a atrair a atenção da justiça
romana, que defende a liberdade de culto, a qual é um dos pilares dessa sociedade complexa e multicultural que é
o Império Romano dos primeiros séculos da nossa era. A propaganda cristã inverte habilmente a situação. Os
condenados pela justiça romana são declarados “mártires” e os seus restos são venerados nas Igrejas,
inventando-se a lenda de eles terem sido executados por terem “recusado a renegar a fé”, desculpa essa bem
melhor do que a verdade nua, que mostra que foram condenados por desordem e imposição da intolerância
religiosa na sociedade multicultural.
Ano 312
Tomada do poder pelos cristãos. No fim duma guerra civil, Constantino toma o poder. Pouco depois ele
se converte oficialmente ao cristianismo, e “autoriza”, num primeiro tempo, o culto do Deus único cristão, pelo
Édito de Milão: é o início da perseguição religiosa na Europa. Pouco a pouco o culto dos outros Deuses, exceto o
Deus cristão, vai sendo proibido. Os santuários clássicos serão destruídos ou transformados em Igrejas cristãs. No
fim do século IV, não haverá mais nenhum templo pagão em toda a bacia do Mediterrâneo.
Ano de 380
O imperador Teodósio proclama oficialmente o Cristianismo a única “Religião de Estado”. Mas ainda será
necessário esperar mais 12 anos para que todos os outros cultos sejam definitivamente proibidos.
15
Ano de 389
Teófilo, hoje Santo Teófilo, é nomeado patriarca de Alexandria e inicia imediatamente uma violenta
campanha de destruição de todos os templos e santuários não-cristãos. Tem o apoio do pio imperador Teodósio.
Deve-se a Teófilo a destruição, em Alexandria, dos templos de Mitríade e de Dionísio. Essa loucura destruidora
culmina em 391 com a destruição do templo de Serapis e da sua biblioteca. As pedras dos santuários destruídos
serão usadas para edificar Igrejas para a nova religião única, a cristã.
Em seguida e para demonstrar que ele é capaz de perseguir também cristãos (na medida em que eles
não sejam 100% ortodoxos), Teófilo comanda pessoalmente as tropas que atacam e destroem os mosteiros que
aderiram às idéias de Orígeno, um teólogo cristão que foi declarado herege porque afirmava que Deus era
puramente imaterial.
Ano de 389
Pela primeira vez, um chefe cristão dita a um imperador, a política a ser seguida: Santo Ambrósio de
Milão, levanta-se em plena catedral, e com o sentido de caridade tão particular aos cristãos, impõe que o
imperador anule a ordem que dera ao bispo de Calinicum, sobre o Eufrates, para que reconstruísse uma sinagoga
que ele e a sua congregação tinham destruído. A Igreja toma partido assim, desde o princípio, dos incendiários de
sinagogas, posição que continuará a manter até ao ano de 1940.
O piedoso imperador cristão Teodósio interdita progressivamente todos os cultos não cristãos. Pouco a
pouco, os templos não cristãos são fechados ao culto, as procissões “pagãs” são proibidas. Esta supressão da
liberdade de religião, em proveito exclusivo do cristianismo, causa por vezes revoltas, como a de 408, em Calama,
na Numídia. É nessa época que acontecem na Germânia as primeiras execuções de hereges, uma bela tradição
que a Igreja desenvolverá com a Inquisição e a perpetuará até 1826.
Ano de 391
Uma multidão de cristãos, guiados por Santo Atanásio e Santo Teófilo, deitam abaixo o templo e a
enorme estátua de Serapis, em Alexandria, duas obras-primas da antigüidade. A coleção de literatura do templo
também é igualmente destruída.
Ano de 412
Cirilo, hoje Santo Cirilo, doutor da Igreja, é nomeado bispo de Alexandria e sucede a seu tio Teófilo.
Excita os sentimentos anti-semitas difundidos entre os cristãos da cidade e, à frente duma multidão de cristãos,
incendeia as sinagogas da cidade e faz fugir os juDeus. Em seguida encoraja os cristãos a tomar os bens dos
fugitivos, deixados para trás.
Ano de 415
Séculos V a XV
A “Idade Média Cristã”. Aproveitando o desaparecimento das grandes bibliotecas romanas e na ausência
quase total da atividade editorial na Europa, a Igreja obtém, de fato, um monopólio sobre o conjunto da escrita e
da informação. O povo é deixado propositadamente na ignorância, a leitura da Bíblia é desencorajada mesmo no
caso de se ter acesso a um exemplar. Pouco a pouco, a Igreja impõe o seu domínio sobre a sociedade. A
inquisição, o celibato dos padres, o caracter obrigatório de casamento antes de qualquer relação sexual, são todas
instituições que datam dessa época. É também nessa época que se desenvolve o que se tornará uma das mais
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ricas tradições cristãs: queimar pessoas vivas. Cerca de um milhão de “bruxos” serão torrados durante a Idade
Média. As cidades concorrerão para tentar bater recordes de quantidade de bruxos queimados por ano. Um
recorde imbatido foi estabelecido pela cidade de Bamberg, sede do episcopado, que conseguiu assar 600
feiticeiros num só ano.
Um grande número de membros da Igreja atual ainda lamenta o fim dessa época, quando a Igreja
dominava totalmente a vida social. Religiosos (e outros) cristãos lembram com saudade, a “espiritualidade” da
época, a arte que deu grande ênfase à morte – assunto que sempre apaixonou os cristãos, e a música envolvente.
Ano de 804
O imperador cristão Carlos Magno converte grande número de saxões, propondo-lhes a seguinte
escolha: converter-se ao catolicismo ou serem decapitados. Vários milhares de cabeças caem, com a bênção da
Igreja: os sacerdotes presentes participam da jogada do imperador.
Século IX
Cisma do oriente. O patriarca de Constantinopla pretende que se deve utilizar o pão com levedura, para
a Eucaristia. O Papa, bispo de Roma, afirma que se deve usar pão sem levedura. Com base neste problema de
capital importância, a cristandade se divide, e os dois patriarcas, de Roma e de Constantinopla, se excomungam
mutuamente. O Cisma vai provocar mortes até aos anos 90 (guerras nos Balcãs, ex-Iugoslávia, de católicos contra
ortodoxos).
Ano de 1182
Os “pogroms” latinos de Constantinopla. Na cidade do piedoso patriarca que come pão levedado,
estabeleceu-se, desde o início de século XII, uma colônia de mercadores “latinos”, essencialmente originários de
Veneza, Génova, Pisa e Amalfi. Mas essas pessoas têm tudo para desagradar aos prelados ortodoxos: além de
utilizarem o pão sem levedura para a Eucaristia, fazem o sinal da cruz no sentido errado, da esquerda para a
direita e não da direita para a esquerda! Os popes excitam a populaça e enfim, nos dias radiosos de maio de 1182,
a multidão guiada pelos popes pegam os latinos: vários milhares deles, homens, mulheres e crianças são
trucidados.
Séculos XI e XII
Ano de 1204
A 4a Cruzada fez uma parada em Constantinopla, na época a maior cidade cristã. Mas os cristãos
sabem fazer entre eles o que fazem aos outros: durante três dias, Constantinopla foi posta a saque, com uma
orgia de violências indescritíveis.
Cruzada dos Albigences: por iniciativa do Papa Inocêncio III, uma cruzada é preparada. Em 1209, como
alguns “hereges” se haviam misturado com a população de Beziers, o duque Simon de Monfort deu uma ordem
que lhe assegurou a posteridade: “Matem-nos todos, Deus reconhecerá os seus”. Toda a população, homens,
mulheres e crianças são passados pelas armas. A Provence e a região de Toulouse ficam muito despovoadas
após essa guerra que é dirigida contra a população civil, com uma ferocidade sem precedentes desde as invasões
bárbaras.
Luís IX, rei de França. Finalmente um católico, de reputação piedosa e íntegra, acede à coroa de França.
A Igreja o canoniza em 1290, em reconhecimento de seus méritos que, ninguém duvida serem excepcionais. De
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fato, durante o seu reinado, São Luís lança duas Cruzadas, que terminam as duas de modo catastrófico: pouco
importa, é a intenção (de matar e de pilhar) que conta, aos olhos da misericordiosa Igreja católica! No plano
interno, São Luís faz de modo que a justiça puna de modo sistemático os blasfemeadores: são postos nos
pelourinhos e têm as suas línguas atravessadas por ferros em brasa.
Ano de 1231
Fundação da Inquisição. O Santo Ofício, durante toda a sua história, queimou mais de um milhão de
pessoas, essencialmente hereges, juDeus e muçulmanos convertidos e também os “bruxos”. A última feiticeira
será queimada em 1788. O último “herege” chegará à sua vez em 1826. A inquisição e os seus imitadores
protestantes queimam também médicos e cientistas, desde que haja uma oportunidade.
A Igreja nunca se arrependeu dos atos da Inquisição e até garantiu a continuidade histórica da instituição
até aos nossos dias, limitando-se apenas a mudar-lhe o nome: será necessário esperar que Pio X, em 1906, faça
que o “Santo Ofício da Inquisição” seja renomeado como “Santo Ofício”, e em 1965, para que seja rebatizado
como “Congregação para a doutrina da fé”. Enfim em 1997, o Papa abre os arquivos do Santo Ofício, e
historiadores escolhidos a dedo, são autorizados a fazer pesquisas. As estimativas do número total de vítimas da
inquisição são então revistas para cima, havendo um consenso que roda hoje em torno de um milhão de pessoas
executadas, ao qual é necessário acrescentar as inúmeras pessoas torturadas e com todos os seus bens
apreendidos.
Ano de 1251
O Papa Inocêncio IV autoriza enfim a inquisição a praticar a tortura. A obtenção das confissões de culpa
é grandemente facilitada. A inquisição pode aplicar, com base em confissões arrancadas através de tortura, penas
indo duma simples oração ou dum jejum até à confiscação dos bens e mesmo prisão perpétua. Mas ela não pode
condenar à morte. Com a subtileza característica da Igreja católica, a inquisição podia “passar” um herege para a
justiça comum, que o levará à morte na fogueira, com base na confissão obtida pela Igreja, mesmo com tortura.
Essa subtilidade permitirá à Igreja afirmar que ela nunca matou ninguém…
Em toda a Europa reina a Morte Negra, a primeira grande epidemia de peste no continente. Os prelados
católicos logo descobriram os culpados: os juDeus teriam envenenado os poços de água. Esse boato espalha-se
por toda a Europa e inúmeros “pogroms” acontecem. Na Alemanha contam-se 350 comunidades judias totalmente
destruídas pelos “pogroms”, nesse período. Na Itália, em Milão, as autoridades civis e eclesiásticas, depois de
terem executado no braseiro os “untori” juDeus, inauguraram uma coluna comemorativa para lembrar o seu feito.
Essa coluna passou à História com o nome de “Coluna infame”, quando, no século XIX , o romancista Manzoni
teve, em primeira mão, a coragem de denunciar esse monumento à perversão religiosa.
Ano de 1483
Tomás de Torquemada é nomeado Grande Inquisidor de Castela. Esse monge dominicano faz uma
ampla utilização da tortura e da confiscação dos bens das vítimas. Estima-se em 20.000 o número de pessoas
queimadas durante o seu mandato.
Ano de 1487
Dois monges dominicanos alemães, Jacob Sprenger e Heinrich Institoris publicam o “Malleus
Malleficarum”: trata-se dum espesso volume de 400 páginas que é um guia (claro que aprovado pela hierarquia
católica) de caça às bruxas. Lá se pode aprender a identificá-las (p. ex. se uma mulher acariciar um gato preto e a
centenas de metros alguém se sentir mal, etc), a torturá-las para as fazer confessar, e como os inquisidores
podem se absolver mutuamente, depois duma sessão de tortura. A obra afirma também que negar a existência da
feitiçaria é uma heresia muito grave, passível de morte na fogueira. Durante dois séculos e meio, na Alemanha,
depois da publicação do Malleus Malleficarum, negar a bruxaria podia levar ao braseiro. O manual foi um “best-
seller”…
Ano de 1492
O rei “muito católico” e a rainha “muito católica” (títulos dados pelo Papa em pessoa!) de Espanha,
expulsam os juDeus. Eles podem escolher se converter, para então poderem ser justiçados pela inquisição (que
queimará grande número deles) ou partir. Mais de 160.000 juDeus saíram da Espanha. A hierarquia católica não
fica indiferente a essa medida duma crueldade assustadora: ela aprova a medida, e o Papa encoraja os outros
soberanos europeus a se inspirarem no exemplo espanhol. Em toda a Europa os padres católicos se mobilizam
para obrigar os governos a proibir a entrada dos juDeus expulsos.
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Os juDeus que escolheram se converter são perseguidos pela inquisição com uma impressionante
determinação: até ao século XVIII, far-se-á o “Teste da banha de porco” aos juDeus convertidos e seus
descendentes: uma salada com pedaços de carne e banha de porco é apresentada ao “convertido”. Se for notado
que ele não comeu a carne suína, será queimado como “falso convertido”. Esse método será também aplicado
aos muçulmanos e seus descendentes.
Se a expulsão dos juDeus de Espanha foi a maior do gênero registrada na História, não foi a primeira.
Na França, os prelados católicos tinham já conseguido a expulsão dos juDeus em 1306, e que foi logo revogada,
antes de ser confirmada em 1394. A Inglaterra já tinha procedido à expulsão em 1290. Em 1496, Portugal imita o
seu poderoso vizinho, expulsando também os juDeus.
Ano de 1493
O primeiro índio da América no paraíso. Quando Cristóvão Colombo, que teve o cuidado de levar um
monge nas bagagens, chega à América, ele encontra os índios que ele descreverá como gente amigável e solícita.
Prende 12 deles e os leva para Espanha. À chegada, um deles fica doente: antes da sua morte, é batizado
rapidamente, o que permite a corte dos muito católicos reis exultar, porque um indígena do Novo Mundo acabava
de entrar no paraíso cristão. Esta triste história marcará o início da trágica cristianização dos índios americanos,
onde os episódios dos redutos do Paraguai e as perseguições aos índios Pueblo serão alguns dos mais trágicos.
Ano de 1499
Acontece neste ano o maior “auto da fé”, que a História registra. Em um só auto de fé, o inquisidor Diego
Rodrigues Lucero queima vivos nada menos que 107 juDeus convertidos ao cristianismo, em Córdova.
Século XVI
O drama dos castrados. A Igreja, que tinha proibido que mulheres cantassem no coral das Igrejas,
enfrenta um problema trágico: como não torturar os ouvidos dos piedosos prelados de cristo, privando-os das
vozes sopranas, tão importantes nos coros para louvar o amor a Deus? Uma solução bárbara é encontrada:
castrar jovens meninos cuja voz tenha sido considerada bela. Nos corais da Santa Igreja católica não faltarão
assim nunca os sopranos e contraltos…
Esta prática bárbara só terminará em 1878, por ordem do Papa Leão XIII. Mas é mantida ainda durante o
século XIX, ao ponto de Rossini, quando ele compôs a “Pequena missa solene”, escrever, com naturalidade, que
serão suficientes para executá-la, “um piano e uma dúzia de cantores dos três sexos, homens, mulheres e
castrados”.
Ano de 1506
“Pogrom” de Lisboa: 3000 juDeus são trucidados pelos piedosos católicos, incitados pelos prelados.
Século XVI
Júlio II della Rovere, Papa. Hábil chefe militar, ele veste uma armadura durante a missa, quando um
monge insolente lhe diz que o traje não é conveniente. “Quando se trata de conquistar terras, Deus não faz
questão do traje, mas da fé do seu servidor”, lhe responde, passando assim à História. Deus lhe permitiu, de fato,
conquistar a cidade de Bolonha, que foi, como deveria, posta a saque.
Ano de 1521
Inspirado pelo Espírito Santo, que aparentemente não tinha que fazer, um monge alemão, Martin Luther,
traduz do latim o “Novo Testamento”, em algumas semanas. O diabo acaba de o tentar: Lutero não encontra coisa
melhor a fazer do que lançar sobre ele um tinteiro, que suja a parede. Essa mancha está religiosamente
preservada para os turistas do castelo de Wartburg.
O acontecimento pareceria insignificante. Mas não é, pois ele inaugura o maior cisma da cristandade:
durante os séculos seguintes, os cristãos vão-se massacrar mutuamente ainda com mais entusiasmo do que
quando eles matavam e queimavam os não-cristãos, os hereges, as bruxas, os juDeus e muçulmanos convertidos,
etc.
Lutero escreverá e dirá diversas vezes que era necessário queimar as sinagogas e escorraçar os juDeus
das cidades: ele se situa assim dentro da tradição dos pais da Igreja católica, e que será mantida até ao século
XIX pela inquisição e depois no século XX pelos camisas castanhas (seguidores de Mussolini).
Ano de 1527
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Saque de Roma. Os soldados protestantes massacram a totalidade da população de Roma, umas
40.000 almas, e pilham a cidade. O Papa é salvo pelos guardas suíços. Ele se fecha com eles no Castelo de
Santo Ângelo, enquanto a população é massacrada. Ele passou um grande medo. Os suíços ganham assim uma
fama profissional no estrangeiro, o que se perpetua até hoje.
Ano de 1553
Calvino, que condena os excessos da Igreja Católica, faz decapitar o livre-pensador e médico Michel
Servet, que havia descoberto a circulação sanguínea. Esse é somente um dos 15 hereges que o reformador fez
executar durante a sua ditadura sobre Genebra.
Calvino tem um papel muito ativo na prisão e depois na condenação à morte de Michel Servet. Primeiro
ele troca correspondência com ele e depois que o médico, fugindo da inquisição, chega a Genebra, manda-o
prender. Calvino havia dito a seu amigo, o reformador Farel, que se Servet entrasse em Genebra, de lá não sairia
vivo. Ele manteve a sua promessa e interveio pessoalmente no julgamento pedindo a sua execução. A única
clemência dada a Servet foi de decapitá-lo em vez de ser queimado vivo.
Ano de 1571
A invenção da imprensa permite que um número crescente de pessoas se informe. A Igreja reage
criando o Índex (Index Additus Librorum Prohibitorum): essa instituição editava regularmente a lista dos livros
proibidos. A última edição do índex foi publicada em 1961.
Pio V, Papa. Este santo da Igreja católica, vangloria-se publicamente diversas vezes de ter, durante a
sua carreira de inquisidor, colocado fogo com suas próprias mãos de mais de 100 fogueiras de hereges que ele
mesmo acusara, confundira e condenara.
Publica também uma nova edição do catecismo oficial da Igreja, no qual o amor ao próximo e a
misericórdia ocupam um lugar importante.
Guerras de religião na França. As sub-seitas cristãs entregam-se a uma guerra civil sem perdão,
interrompida por diversas pazes e tréguas temporárias. Durante uma delas, teve lugar o massacre de 20.000
protestantes, homens, mulheres e crianças, numa só noite, a tristemente célebre Noite de S. Bartolomeu (1572).
Conversão forçada dos índios Pueblo. Subindo pela costa do golfo do México, os exploradores
espanhóis, sempre acompanhados de monges e padres, entram em contato com a tribo dos Pueblo, no território
que hoje pertence ao estado americano do Novo México: diferentes dos índios nômades das planícies do Norte e
doutros indígenas mais combativos que os espanhóis encontraram no México e na América do Sul, os índios
Pueblo vivem em aldeias (los pueblos) de casas de tijolos com 2 ou 3 andares, são pacíficos e praticam a
agricultura. Seguem uma religião na qual se venera o “Pai do Céu” e a “Terra Mãe”, temem os demônios (os
Skinnwalkers) que andam pela crista das montanhas ao pôr do sol, veneram os corvos como reincarnação dos
seus antepassados. Eles têm também um rico templo de Deuses semelhantes aos dos gregos, sendo o seu Deus
principal a mulher-aranha. As cerimônias são celebradas em pequenas Igrejas familiares, as Kivas. Estes pacíficos
agricultores logo se tornam o objeto das atenções dos padres espanhóis, impac ientes por substituir o culto ao Pai
Céu e da Mãe Terra por aquele de cujo Deus se bebe o sangue durante as cerimônias: os pajés índios são
acusados de bruxaria e executados. As Kivas são destruídas pelos militares hispânicos. Os cultos religiosos
tradicionais são proibidos, sob pena de mutilação. Índios surpreendidos a celebrar uma cerimônia tradicional terão
um braço ou um pé cortados. Apesar disso tudo, alguns índios continuarão a fazer os seus cultos, em segredo e à
noite. Os padres católicos usarão esse fato nos seus sermões e que os índios ainda hoje citam com amargura: os
padres diziam que a religião dos índios era a das trevas, pois era sempre à noite, enquanto que o cristianismo era
a religião da luz, pois se come a carne e se bebe o sangue do Deus cristão em pleno dia… Diversas revoltas
sangrentas pontuam a cristianização dos Pueblo. Essa perseguição religiosa só cessará depois da anexação do
território pelos EUA, em 1847.
Ano de 1600
Giordano Bruno é queimado vivo em Roma, condenado por heresia. Ele havia ousado definir o Universo
como infinito e admitido a hipótese da existência de formas de vida fora da Terra. Era demais para a Igreja. Depois
de 8 anos de processo, durante o qual lhe são arrancadas confissões, sob tortura, ele é condenado à morte como
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“herege obstinado e ímpio”. Ele se defende tentando mostrar que as suas idéias não estão em contradição com as
doutrinas cristãs, mas em vão. Ele foi queimado vivo, em público, em Roma, no Campo dei Fiori. Tiveram o
cuidado de lhe cortar a língua antes de o enviar ao local da execução, para evitar todo o risco de que as suas
palavras não emocionassem a multidão que veio assistir ao espetáculo. O seu principal acusador, o cardeal
Bellarmino, será mais tarde canonizado e em 1930, proclamado “Doutor da Igreja”.
É interessante notar que, se no caso de Galileu, a Igreja católica expressou o seu arrependimento no fim
do séc. XX, com a sua reabilitação em 1992, nunca se arrependerá da execução de Bruno. Pelo contrário, ela se
opôs com veemência à instalação duma estátua de Giordano Bruno, em 1889. Em 1929, o Papa pediu a Mussolini
para que destruísse essa estátua, antes de canonizar e depois nomear “Doutor da Igreja” o cardeal Roberto
Bellarmino, acusador de Giordano Bruno.
Ano de 1609
Expulsão dos mouros de Espanha. Depois da expulsão dos juDeus de Espanha, a inquisição se
aborrecia um pouco nesse belo país. Lança então a caça aos “morescos”, os árabes convertidos ao cristianismo.
Há a suspeita de serem falsos convertidos e são executados todos os que se recusam a beber vinho ou comer
carne de porco, ou que sejam limpos demais. Com efeito, o Islamismo, contrariamente ao cristianismo, prescreve
lavagens periódicas. A higiene nunca foi tão perigosa como no séc. XVI em Espanha! Enfim, em 1609, temendo
talvez ter deixado passar alguns falsos convertidos, a inquisição consegue do rei a expulsão dos “morescos” para
o Norte da África. O número dos expulsos é mal conhecido: as estimativas variam entre 300.000 e 3.000.000. Os
expulsos chegam a terras islâmicas, onde o Corão prevê a pena de morte para os que renegaram Mahomé…
Ano de 1633
Processo de Galileu. Por ter duvidado da teoria geocêntrica de Ptolomeu, (que diga-se de passagem,
não era cristão), Galileo Galilei é obrigado a retratar-se: são-lhe mostrados os instrumentos de tortura que seriam
usados se ele insistisse. O processo de Galileu só foi reaberto para revisão pelo Papa João Paulo II, e Galileu é
reabilitado em 1992.
As suas obras já tinham sido colocadas no Índex em 1616. Passará o resto da sua vida confinado na sua
casa (prisão domiciliar). Foi a sua reputação internacional de cientista que lhe evitou consequências mais graves.
Guerra dos 30 anos. Os muito católicos reis de Habsbourg, forçam a conversão dos seus súbditos
protestantes da Boémia, iniciando a maior guerra que o continente europeu tinha conhecido. A população da
Alemanha é reduzida à metade. Numerosas cidades são devastadas. Epidemias de peste assolam toda a Europa
Central, desde a Lombardia à Prússia.
Trata-se realmente duma guerra religiosa, embora as Igrejas tenham tentado fazer crer que se tratava
dum conflito político: a guerra iniciou-se por conflitos religiosos e pela ação de reis estrangeiros, como Gustavo II
da Suécia, que intervieram por razões de convicção religiosa. O caso de Gustavo II é particularmente significativo,
pois obrigava os seus soldados a cantar canções religiosas todas as noites, embora eles fossem uns terríveis
saqueadores. O exército sueco ganhou o título de “Schrecken des Krieges”, pela população alemã, que teme a
pilhagem dos suecos ainda mais do que as feitas pelos exércitos dos Habsbourg.
O assunto das reduções do Paraguai. Este caso é particularmente interessante, pois aqui os católicos se
massacram e se excomungam entre eles. Os jesuítas haviam estabelecido no Paraguai um pequeno império
particular feito de reduções (redutos), ou seja pequenas aldeias fortificadas na floresta, onde viviam os índios
convertidos ao cristianismo, mas uma correção das fronteiras coloca alguns desses redutos em território
português. Ora, Portugal, país católico e cristão, mantém na época a tradição da escravatura: os portugueses
pensam então roubar aos jesuítas os índios para depois vendê-los como escravos.
O Papa intervém, excomunga os jesuítas das reduções. Depois, um exército, com os canhões e espadas
benzidas pelos padres de serviço, ataca as reduções, massacra os jesuítas e toma os índios como escravos. Um
Te Deum solene celebra a vitória, como deve.
Pouco depois o Papa interdita a ordem dos jesuítas, culpada de ser muito inteligente e racional, e
sobretudo de não ter servido com lealdade a família de Bourbon, reis de França e de Espanha, monarcas
absolutos e grandes amigos da Igreja católica.
Ano de 1766
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Em pleno século das luzes, um jovem de 19 anos, o Cavaleiro de la Barre, passa “a vinte passos duma
procissão, sem tirar o chapéu”. É preso e torturado. Finalmente é decapitado depois de lhe terem cortado a língua.
O seu corpo é depois colocado sobre uma fogueira e queimado junto com um exemplar do Dicionário Filosófico de
Voltaire, diante duma multidão entusiasmada.
Ano de 1788
Esta execução da Inquisição não foi a última, e continuará queimando hereges até 1826.
Ano de 1793
Ano de 1826
O último herege é queimado vivo, pela inquisição espanhola. Uma rica tradição cristã termina. Daí para a
frente, a Igreja recorrerá a meios mais sutis para matar, como proibir a assistência a mulheres que devem abortar,
sabotando o planejamento familiar nos países pobres, proibindo os preservativos como modo de lutar contra a
Aids-Sida, etc.
Ano de 1847
Guerra do Sonderbund. A Suíça é dilacerada por uma guerra religiosa. Os cantões católicos, cujos
governos estão muito influenciados pelos conselheiros jesuítas, fundam uma aliança militar – o Sonderbund, que
exige a anexação aos cantões católicos de regiões maioritariamente protestantes. Chamam os monarcas católicos
da Áustria em seu auxílio, depois iniciam as hostilidades. Somente uma vitória rápida das tropas
federais/protestantes permitiu evitar uma intervenção austríaca, que levaria a um conflito de extensão européia.
Os protestantes por seu lado, encetam uma feroz “Caça aos católicos”, nos campos de Genebra.
Os jesuítas, considerados responsáveis pela guerra, são expulsos da Suíça, e essa expulsão valerá até
1970.
Ano de 1848
A população de Roma revolta-se contra a ditadura Papal. O Papa é expulso. Volta ao poder em 1849,
devido à ação das tropas francesas enviadas por Luís Napoleão Bonaparte, presidente da república francesa. Os
opositores são fuzilados. O Estado da Igreja volta a ser uma monarquia absoluta, cujo soberano é o Papa.
Ano de 1871
O Papa excomunga todo aquele que participar de qualquer eleição do estado italiano, que é classificado
como “diabólico”, porque retirou aos Papas o seu poder temporal. Essa sentença de excomunhão automática não
impedirá o Papa de abençoar, alguns anos depois, a fundação do “Partito populare”, de inspiração católica e
fundado por um padre.
Ano de 1881
Os “Pogroms” russos começam. Incitados pelos prelados ortodoxos, que difundiram um boato que o
Czar Alexandre II teria sido assassinado por um judeu, multidões se juntam em mais de 200 cidades russas e
destroem os bens dos juDeus. Os pogroms tornar-se-ão comuns na piedosa Rússia Czarista, sobretudo entre
1908 e 1917. O mais violento dentre eles teve lugar em Kishinev, em 1913: as autoridades civis e religiosas da
cidade incitam a multidão que ataca violentamente os juDeus. durante dois dias a multidão mata 45 juDeus, fere
600 e pilha 1500 casas. Claro que os responsáveis (popes e políticos) nunca serão incomodados pela justiça.
Ano de 1889
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Numa Roma livre do jugo Papal, no dia 9 de junho, é inaugurada a estátua de Giordano Bruno, no
Campo das Flores. O Papa Leão XIII, sofredor, passará o dia todo de jejum aos pés da estátua de S. Pedro. A
imprensa católica dispara: fala de “orgia satânica”, descrevendo a manifestação da inauguração, o “triunfo da
sinagoga, dos arquibandidos da Maçonaria, dos chefes do liberalismo demagógico”, “o máximo da ignorância e da
malignidade anti-clerical”.
Os anos do compromisso. A Igreja católica apóia ativamente o crescimento dos totalitarismos na Europa.
Na Áustria, o seu apoio ao Austro-Fascismo é total. Na Itália, ela assina com o regime fascista uma concordata
que faz do catolicismo a religião de estado: os italianos podem de novo votar sem serem excomungados, pena
que isso de pouco serve em período de ditadura. A Igreja sacrifica em grande parte as suas próprias associações:
todas, exceto a Ação Católica, devem integrar as organizações fascistas. O Vaticano promete a Mussolini de fazer
com que a AC não se deixe tentar por ações antifascistas.
Em 1929, Mussolini, depois de ter assinado a concordata dita “Patti Lateranensi”, é qualificado pelo Papa
como “o homem da providência”. Em 1932, o ditador recebe das mãos do Papa, a Ordem da Espora de Ouro, que
é a mais alta distinção concedida pelo Estado do Vaticano.
Essa bela harmonia vai resistir mesmo ao momento de tensão causado pela estátua de Giordano Bruno.
O Papa aproveita a concordata para pedir ao seu amigo ditador que destrua a estátua erigida em 1889. O ditador,
que tem um filho com o nome de Bruno, toma a defesa do livre-pensador e declara à Câmara de Deputados “A
estátua de Giordano Bruno, melancólica como o destino desse monge, ficará onde ela está. Tenho a impressão
que seria se encarniçar contra esse filósofo que, se equivocado e persistiu no erro, no entanto já pagou”. Para
mostrar que não se arrepende de nada, a Igreja canoniza então Roberto Bellarmino, o acusador de G. Bruno,
nomeando-o “Doutor da Igreja”.
Na Alemanha, em janeiro de 1933, o Zentrum, partido católico, cujo líder é um prelado católico (Pralat
Kaas), vota plenos poderes para Hitler: este último pode assim atingir a maioria de dois terços necessária para
suspender os direitos garantidos pela Constituição. Com uma caridade toda cristã, o bom prelado aceita também
fechar os olhos para os discutíveis processos nazistas, como a prisão dos deputados comunistas antes da
votação. Depois a Igreja começa a negociar uma nova concordata com a Alemanha: nesse cenário, ela sacrifica o
Zentrum, então o único partido significativo que os nazistas não tinham proibido. Na realidade ele tinha-o ajudado
a chegar ao poder. Em 5 de julho de 1933, o Zentrum se dissolve sob solicitação da hierarquia católica, deixando o
caminho livre para o NSDAP de Hitler, então partido único.
Hitler declara-se católico no “Mein Kampf”, o livro onde ele anuncia o seu programa político. Também
afirma que está convencido ser ele um “instrumento de Deus”. A Igreja católica nunca colocou no seu Índex o
“Mein Kampf”, mesmo antes da ascensão de Hitler ao poder. Podemos acreditar que o programa anti-semita do
futuro chanceler não desagradava à Igreja. Hitler mostrará o seu reconhecimento tornando obrigatória uma prece
a Jesus nas escolas públicas alemãs, e reintroduzindo a frase “Gott mit uns” (Deus está conosco) nos uniformes
do exército alemão.
Em 1938, as SS e SA organizam a “Noite de Cristal”: com trajes civis, os milicianos nazistas atacam
sinagogas e lojas pertencentes a juDeus. A população alemã está horrorizada e aterrorizada. O bispo de Freiburg,
monsenhor Gröber, declara então, em resposta às perguntas sobre as leis racistas e os pogroms da noite de
cristal: “Não podemos recusar a ninguém o direito de salvaguardar a pureza da sua raça e de elaborar medidas
necessárias a esse fim”. Na Espanha, um general tenta um golpe de estado militar, que aborta mas degenera em
guerra civil. A Igreja o apoia, padres e bispos benzem os canhões de Franco, celebram com muita pompa Te
Deum pelas suas vitórias contra o governo republicano legítimo. A guerra faz mais de um milhão de mortos, e
Franco fuzila todos os prisioneiros. Franco se mostrará reconhecido por seus piedosos aliados, nomeando
diversos membros da Opus Dei para o seu governo. A influência da Opus Dei crescerá ao longo da ditadura
franquista, ao ponto de se chegar a mais de metade dos ministros serem membros dessa venerável instituição
católica.
Na França, a Igreja declara, desde 1940, que “Petain é a França”: ela prefere de fato o Trabalho-Família-
Pátria do estado francês às Liberté-Égalité-Fraternité da República, que sempre a horrorizaram.
Durante a 2a guerra mundial, o Vaticano estava ciente do extermínio dos juDeus pelos nazistas. Saber-
se-á, após a guerra, que o Papa diversas vezes esteve para fazer um pronunciamento público, mas que
finalmente se absteve essencialmente pela sua comunistofobia e achando que uma vitória russa seria “pior”. No
entanto ele chorou em 1942, junto às ruínas de Roma, bombardeada pelos aliados. Também ele se esquece de
mencionar que o seu aliado político Mussolini tinha solicitado a Hitler para ter “a honra de participar dos
bombardeamentos sobre Londres”, é verdade que o Papa não habitava em Londres…
23
Ano de 1948
O Papa declara que todo aquele que votar nos comunistas ou que ajudar esse partido de qualquer
maneira, será automaticamente excomungado. Essa medida divide as famílias, provoca exclusões socialmente
intoleráveis para muitos e obriga à clandestinidade de numerosos comunistas nas zonas rurais.
Os curas italianos apressaram-se a traduzir essa decisão em fatos, e pedem que as suas ovelhas votem
no grande partido anticomunista (DC – Democrazia Cristiana). O partido DC vai-se afundar logo em seguida na
corrupção generalizada nos anos 90.
Ano de 1961
Última edição do índex (Índex Additus Librorum Prohibitorum), que cita como autores cujas obras são
proibidas de leitura pelos católicos entre outros: Jean-Paul Sartre, Alberto Moravia, André Gide.
Anos 80
Depois de um período de aparente liberalização, o Papa João Paulo II chega à cabeça da maior seita do
mundo e rende-se às mais terríveis tradições da Igreja.
A sua condenação do preservativo, como modo de luta contra a Aids-Sida, provoca um grande número
de mortos, difícil de estimar. Pratica uma política ativa de sabotagem às medidas de controle da natalidade no
terceiro mundo. As consequências são difíceis de contabilizar, mas podem-se medir em termos de fome, miséria,
criminalidade e falta de assistência médica nos continentes mais pobres – América do Sul e África. Na sua caça
aos hereges, o Papa suspende “A divinis”, dois teólogos alemães que tinham ousado duvidar, um da infalibilidade
Papal e outro da imaculada concepção de Maria.
A Iugoslávia era, nos anos 80, uma das terras favoritas para férias balneares dos europeus. A
publicidade iugoslava da época vendia o caráter multireligioso do país como um argumento turístico, pois se podia
ver em Mostar e em outras belas cidades, as mesquitas e as Igrejas lado a lado. Mas o país se afundou numa
série de guerras civis que se querem descrever como guerras “étnicas”, quando na verdade se trata de guerras
religiosas. O caso da guerra da Croácia é o mais flagrante. Sérvios e croatas têm a mesma origem étnica e até a
mesma língua, o Croata-servo. O mais irônico é que o croata-servo (servo-croata, escrito em caracteres latinos), é
hoje a língua oficial dos soldados do exército Iugoslavo que combateu em Kosovo contra a OTAN, depois de ter
lutado contra os croatas no início dos anos 90. Mas a religião separa os croatas dos Sérvios: os croatas foram
cristianizados por Roma e são católicos. Os sérvios foram cristianizados pelos bizantinos e são ortodoxos. Quando
Milosevitch começa a agitar o espectro da “Grande Sérvia”, a Croácia declara a independência. Imediatamente o
Vaticano e a R. F. da Alemanha cujo chanceler se declarava um católico convicto, reconhecem a Croácia católica
como estado independente. O Vaticano mandou para todo o mundo anúncios para que os países reconhecessem
o novo estado católico. O Papa multiplica os apelos, as preces e as missas pela independência da Croácia.
Durante esse tempo, o ditador croata, antigo oficial superior do regime comunista e também católico praticante,
deu férias para todos os seus funcionários ortodoxos, isto é, sérvios. Depois escolheu como bandeira nacional a
antiga insígnia dos Oustachis, que entre 1940 e 44 tinham praticado um genocídio de cerca de 600.000 sérvios. A
guerra civil iniciou-se.
Finalmente termina essa guerra, e o Papa beatifica o cardeal Stepinac que havia qualificado Ante
Palevitc, o ditador Oustachi durante a ocupação de 1940/44, de “Dom de Deus”, para a Croácia e o havia apoiado
ativamente.
A guerra da Iugoslávia continuou depois na Bósnia, onde os membros dos três grupos religiosos
(ortodoxos, muçulmanos e católicos) se enfrentaram em uma série de combates triangulares, tendo a população
civil como a principal vítima. Depois a guerra passou para o Kosovo, província agrícola sem interesse estratégico,
e todos sabemos o que se passou.
As guerras da Iugoslávia são um caso emblemático da catastrófica intolerância que é típica das religiões
“reveladas”: as comunidades religiosas se enfrentam, neste final de século, em nome de religiões que elas
receberam dos acasos da expansão dos diversos impérios (Romano, Bizantino e Otomano) desde a Idade-Média.
Fonte: http://svmmvmbonvm.org/doctemp/crist.htm
Passes Espirituais
ezequiel_ametista
Os métodos de cura com as mãos ganham cada vez mais adeptos no Brasil e já começam a ser aceitos
como complementação eficiente ao tratamento médico convencional.
Para o químico industrial Gilberto Alcoba Marques, de 47 anos, o tratamento com passes foi mais do que
uma simples tentativa de cura. Espírita há vinte e cinco anos, ex- fumante inveterado, Gilberto era o que ele
mesmo classificou de “papa-passes” típico. Ou seja, aquela pessoa que conhece a doutrina, mas sem grandes
aprofundamentos, e apenas procura o bem-estar proporcionado pelos passes em centros espíritas. Até que, por
volta de dez anos atrás, durante exames de rotina, veio a notícia: Gilberto tinha um tumor na garganta. Após
passar pela orientação do centro espírita que freqüentava, foi encaminhado a um tratamento com passe do tipo
P3A. Enquanto isso era acompanhado de perto pelo tratamento médico convencional, tomando medicamentos e
fazendo periódicos exames de reavaliação. Um ano após os dois tratamentos, com medicina tradicional e passes,
a surpresa: o tumor havia desaparecido.
Em outra área da medicina – a das doenças mentais –, projetos pioneiros que aliam ciência e
espiritualidade vêm merecendo atenção redobrada. Nas Casas André Luiz, tem sido acompanhada a evolução de
650 pacientes submetidos aos tratamentos espirituais. Os resultados devem sair em janeiro do próximo ano. Para
o diretor técnico e clínico da instituição, o psiquiatra Frederico Leão, “a proposta é exatamente mostrar que as
revelações e os conceitos da teoria espírita são demonstráveis do ponto de vista científico. É possível a terapia
espiritual andar de mãos dadas com a ciência,o que traz benefícios complementares ao tratamento convencional”.
Ao passar pelo setor de orientação, o indivíduo ganha uma pequena ficha, na qual são prescritos os
tipos de passe que deverá tomar e por quanto tempo. O público em geral não entende o que significam tantos
números e letras: A2, P3C, P4. Trata-se de uma padronização efetivada pela Federação Espírita do Estado de São
Paulo (FEESP), que classifica os tipos de passe adequados a cada enfermidade, física ou espiritual. Eles são de
dois tipos básicos: o magnético, em que é utilizado fluido do ser humano aplicador; e o espiritual, vindo de
entidades desencarnadas evoluídas, capazes de emitir fluidos mais puros e com maior poder curativo. E o que
sente um médium que aplica passes? A maioria dos entrevistados revelou o aquecimento das mãos como
sensação principal.
Como Agem os Passes?
O perispírito possui centros de recepção de energia ligados ao corpo físico através dos plexos, que, por
sua vez, são terminações nervosas ligadas aos diversos sistemas que fazem o organismo funcionar. Energias
deletérias vindas do ambiente, de pessoas encarnadas ou desencarnadas ou do próprio corpo mental do indivíduo
(pensamentos negativos), podem desequilibrar essas energias, trazendo doenças no plano mental ou físico. O
passe pode reequilibrar esses centros de força através da aplicação de fluidos saudáveis.
Alguns fatores parecem ser primordiais na eficácia do tratamento com passes: a fé, a busca pela
elevação moral e o aspecto psicológico. Para o psiquiatra Franklin Ribeiro, dirigente do Centro Espírita João
Evangelista, no qual trabalha há dezenove anos, o relacionamento que se estabelece entre aquele que procura a
casa espírita e os que o acolhem se assemelha ao relacionamento mãe-bebê. Em Missionários da Luz, André Luiz
recebe esclarecimentos que definem uma mulher doente que recebe o passe “como a criança frágil sequiosa do
carinho materno”. Também Herculano Pires, em Obsessão, Passe e Doutrinação, destaca: “O efeito psicológico
resulta dos estímulos provocados no paciente por sua presença num ambiente de pessoas interessadas em ajudá-
lo, o que lhe desperta sensação de segurança e confiança em si mesmo”. O dr. Franklin completa: “A minha
crença, a crença da pessoa de que aquilo vai funcionar, cria a ligação, e isso a ciência reconhece. Está criado o
vínculo entre o passista e o receptor. E, a partir daí, estando a pessoa conectada a uma fonte adequada, a
imposição de mãos vai determinar a passagem de energia”. Para ele, a fé é elemento primordial na cura, não
importando a que religião pertença o indivíduo.
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O dr. Franklin Ribeiro é presidente do Comitê de Medicina Psicossomática da Associação Paulista de
Medicina e membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas do Espírito e Religião (NEPER), do Instituto de Psiquiatria
da USP, que foi criado em 1998.
Obstinado, o dr.Franklin Ribeiro informa que o preconceito da ciência em relação aos tratamentos
espirituais está sendo vencido. O NEPER se reúne a cada quinze dias no Hospital das Clínicas, em São Paulo,
apresentando estudos, teses e debatendo curas espirituais e fenômenos mediúnicos. “O momento é propício para
que haja essa aliança entre ciência e espiritualidade, porque nós estamos vivendo uma época em que o
materialismo precisa de um contraponto, para que se possa manter o equilíbrio entre os seres humanos”, analisa.
“Como médico psiquiatra, o que observei é que o que funciona é a associação entre: abordagem biológica,
farmacológica, psicológica e espiritual, sendo que todas elas se complementam. Em nenhum momento se
excluem”.
Entre Dois Mundos
Muita gente não sabe, mas as técnicas de cura via passe utilizadas no kardecismo têm alguns pontos
em comum com outros tipos de cura de origem oriental, que fazem uma convergência entre dois mundos:
Ocidente e Oriente. Na base de todas as curas orientais, estão as ciências esotéricas e antigas escrituras em
sânscrito encontradas na Índia, China, Japão e Tibete, que remontam a mais de cinco mil anos. O fluido universal
é o mesmo.
São conhecidas no Brasil como “terapias alternativas”. O National Institute of Health, entidade ligada ao
governo americano, faz importante distinção entre terapias alternativas e terapias complementares. Lá, o termo
“alternativo” é dado aos tratamentos que, supostamente, substituiriam o tratamento médico, o que representa um
risco. Já a terapia dita “complementar” é aquela que anda paralelamente ao caminho médico convencional. É vista
como salutar na prevenção, na recuperação ou na melhoria das condições de vida dos doentes. O uso corrente do
termo “alternativo” como vem sendo feito no Brasil seria, portanto, inadequado.
Entre as práticas complementares indicadas por aquele instituto estariam o reiki, a cura prânica e o
johrei, que também se valem do uso e manipulação do chamado “fluido vital” ou “campo magnético” citado pelo
autor espírita Salvador Gentile no livro Passe Magnético – Fundamentos e Aplicação.
E as semelhanças de conceito não param por aí. Assim como na cura prânica, os passes espíritas atuam
sobre os chamados “centros de força”, conhecidos na literatura hindu como chacras, localizados no perispírito. No
livro Entre a Terra e o Céu, o autor André Luiz sublinha a importância desses centros de força, que são como
usinas de recepção e armazenamento de energia espiritual, ligados ao corpo físico por terminações nervosas
denominadas plexos. E explica: “(…) Vibrando em sintonia uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da
mente, estes centros estabelecem para nosso uso um veículo de células elétricas, que podemos definir como um
campo eletromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado”. Na mesma obra, André Luiz exemplifica
o chacra coronário, situado no alto da cabeça, que “na Terra é considerado pela filosofia hindu como sendo o lótus
de mil pétalas, por ser o mais significativo em razão de seu alto poder de radiações”.
O médico psicoterapeuta e curador prânico, Maurício Angelicola, não se surpreende. E vai além: o
mestre Choa Kok Sui, que codificou e sintetizou a cura prânica trazendo-a para o Ocidente em 1987, recomenda a
leitura de Allan Kardec como fonte segura de reforma íntima e elevação espiritual. A principal diferença, no
entanto, é que a cura prânica não utiliza a energia de entidades superiores desencarnadas. Ela apenas os invoca
para proteção do ambiente.
“É inadmissível que um curador prânico não se preocupe com sua própria elevação moral e espiritual, a
reforma íntima, essencial também no Espiritismo”, alerta o dr. Maurício, que já deu cursos sobre a técnica para
alguns grupos espíritas. “Posso dizer que eles são um segmento que têm muito preparo, têm embasamento
teórico e ético”. Outro ponto em comum com o kardecismo é que a cura prânica leva em conta o carma. Em
alguns casos, a cura total não é permitida pelo plano espiritual, pois faz parte da evolução do espírito. No entanto,
é possível minimizar o sofrimento do doente. “Lidei com alguns doentes de câncer que não puderam se curar, mas
através da cura prânica não sofreram os efeitos colaterais da quimioterapia. Mesmo não tendo esperança de
sobreviver fisicamente, tiveram uma melhora em sua qualidade de vida”, explica.
Para William Jones, com exceção de casos raros, é impossível curar doenças do carma, pois isto iria
contra as Leis Divinas. “Isso tiraria a prova pela qual aquele espírito tem que passar e atrasaria sua expiação. O
perispírito, que sobrevive à morte física, é como uma fita magnética em que estão gravados todos os registros das
encarnações anteriores. Se um indivíduo fumou demais numa encarnação, pode reencarnar com problemas como
bronquite asmática. Isso é, então, uma conseqüência de seus atos anteriores. É uma prova que lhe vai trazer
aprendizado. Para isso não há cura, mas pode ser amenizado através do tratamento espiritual, se houver
merecimento”, ensina.
Segundo o dr. Maurício Angelicola, são onze os chacras mais importantes. Eles necessitam de limpeza,
energização, e são centros de força que contêm pétalas, raízes, ramificações, teias de proteção, formatação,
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velocidade, coloração e possibilidade de apresentar excesso ou falta de energia. O fluido é chamado de prana, e a
técnica consiste em fracionar ou manipular esse fluido universal em matizes específicos, pois cada um dos
chacras tem conexão com as glândulas endócrinas e com os sistemas nervoso, circulatório, respiratório, digestivo,
etc. Para Angelicola, tal preocupação com a limpeza e o detalhamento das características energéticas de cada
chacra, fazem da cura prânica uma das técnicas mais seguras como tratamento coadjuvante à medicina. À
semelhança dos médiuns preparados no kardecismo em instituições idôneas, os curadores prânicos têm de ser
saudáveis, não-promíscuos, éticos e devem se abster de vícios como o álcool e o fumo. E são, obrigatoriamente,
vegetarianos.
Reiki e Johrei
De acordo com Falchi, como a energia cósmica do reiki é pura, ela por si só já higieniza o ambiente e o
aplicador. E só flui através de canalizadores que têm o amor e a ética como princípios de conduta. “Por ser uma
energia divina, ela não vai se chocar com nenhuma religião, crença ou técnicas. Pelo contrário, conheço espíritas
que acreditam que o passe espírita conjugado a uma terapia reiki acelera a resposta do organismo. O reiki
aumenta a imunidade natural”. A psicóloga e terapeuta reiki, Valéria Silva de Morais, concorda. Valéria trabalhou
durante um ano no Projeto Esperança, dirigido pela Rai Association, com sede na Suíça. O projeto atua na Igreja
Santa Edwiges, atendendo moradores da favela Heliópolis, de São Paulo, portadores do vírus HIV. “Percebemos
que durante o primeiro ano em que receberam reiki, a carga viral dos aidéticos diminuiu, aumentando a imunidade,
com diminuição drástica de doenças oportunistas. Acredito muito no reiki como uma ferramenta de prevenção”.
Para ser um canalizador de reiki é preciso fazer cursos de iniciação. Gilberto Falchi recomenda o
sistema original, clássico, que exige quatro iniciações. E conclui: “Ninguém cura ninguém. O canalizador de reiki é
portador de uma ferramenta e a disponibiliza para as pessoas”.
Canalizar a energia vital do universo através das mãos também é o princípio de outra técnica, o Johrei.
Ao contrário do reiki e da cura prânica, carrega em sim um conceito religioso, “que tem no espiritualismo e no
altruísmo as bases essenciais para a concretização de um mundo ideal”. Seu codificador, Mokiti Okada, fundou a
Igreja Messiânica Mundial em 1935, no Japão. No Brasil, a Igreja Messiânica chegou em 1955. Objeto de
pesquisas na Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, a terapia Johrei demonstrou ser capaz de revitalizar
as células NK, responsáveis pela defesa do corpo humano. Após uma oração inicial, em que se coloca como
instrumento divino, o ministrante, como é chamado o canalizador, aplica a energia em sessão que dura de dez a
trinta minutos. Ambos ficam sentados frente a frente.Não há toque: a distância entre o ministrante e o receptor é
de trinta centímetros a um metro. Não é utilizada energia humana. Pode ser aplicada em qualquer lugar e também
à distância. Para ser canalizador de Johrei é necessário um curso e a convicção de querer servir ao próximo. Após
o curso, o ministrante recebe o ohikari,medalha que deve ser carregada até a altura do plexo solar, através do qual
se canaliza a energia.
A Sutil Sukyo Mahikari
Ainda no rol das terapias orientais, a Arte Mahikari merece um capítulo à parte. Fundada no Japão em
1959, pelo mestre Kotama Okada, a Mahikari emprega a energia cósmica através das mãos, denominando-a “Luz
da verdade”. Esta energia, também para eles, provém de Deus e é purificadora, capaz de eliminar as essências
tóxicas espiritual, mental e física, permitindo a aquisição natural de saúde e prosperidade. Assim como no Johrei,
os canalizadores, chamados kumitês, recebem, após um curso de iniciação que dura três dias, uma medalha.
Neste caso, ela é denominada omitama, cujo símbolo estaria ligado diretamente a Deus através de ondas
espirituais.
Irradiar a “luz espiritual” pela palma da mão é considerada uma arte, denominada Okyome. São vinte e
sete pontos ao todo, mas no início são utilizados apenas alguns pontos principais, cuja energização dura cerca de
quarenta minutos. Não há limite de sessões por semana, e embora não haja toques constantes, eles são breves e
suaves.
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A energia atua sutil e gradualmente, auxiliando a elevação espiritual. Discrição também é característica
dos dirigentes do belo templo situado na Vila Mariana, em São Paulo. Nenhum deles quis se pronunciar
oficialmente à revista. “Não tente entender Deus. Sinta-o. Apenas vivenciando o Mahikari, você entende”, dizem. O
temor é o de uma massificação e desvirtuamento da técnica, atraindo equivocadamente pessoas não afinizadas
com o movimento, atrás de milagres. Que, aliás, nenhuma das técnicas aqui abordadas promete.
Embora não se defina como uma religião, a Sukyo Mahikari tem um altar para reverências e
agradecimento a Deus. A constante exigência de curvar-se em reverência, dentro do templo, pode causar um certo
estranhamento a um ocidental que chega pela primeira vez. Encontram-se pessoas de todas as raças e credos,
tanto aplicando, quanto recebendo. É necessário tirar os sapatos antes de entrar e lavar as mãos em água
purificada. Após pequena consulta onde são perguntados dados acerca do modo de vida (a religião não é
questionada) e eventuais problemas, somos convidados a receber Okyome. Inicialmente sentados, frente a frente,
depois de costas para o canalizador e, por fim, deitados de costas sobre um pequeno colchonete com travesseiro
e lençol. Não há som no ambiente, que é espantosamente limpo, com predominância de tons arenosos. O silêncio
só é cortado às vezes pelas orações em japonês.
Para Ieda Uehara, praticante de Arte Mahikari há dezesseis anos, o amor ao próximo é fundamental.
“Oração envolve ação. É preciso traduzir gratidão e perdão em atitude”. Segundo acredita, ter saúde é uma
conseqüência de ser feliz. “Querer ser feliz, é meio caminho da cura”.
O que se pode concluir de tudo isso? Que a cura está dentro de nós mesmos. Nenhuma das técnicas
defendeu, em hipótese alguma, o abandono da medicina tradicional. Em todos os métodos abordados, destacam-
se dois elementos principais: a fé de quem recebe, e o amor ao próximo de quem aplica. Gilberto Marques, que se
livrou do câncer na garganta, é taxativo: “O que me curou foi a minha fé”. Impressionado com o resultado em sua
própria vida, Gilberto quis desenvolver mediunidade de cura. Para tanto, teve que abandonar o vício do fumo,
premissa essencial para a formação de todo médium. “Minha própria doença não me fez parar de fumar. Mas a
vontade de servir ao próximo, sim”.
Os Tipos de Passe
C (choque anímico) – doutrinação mais intensa de espíritos perturbadores, através de vibrações que
agem como um jato de luz nos corações dos mesmos.
PE – destinado aos assistidos, nos trabalhos de cura, e aos assistentes, como preparação aos trabalhos.
Pasteur 4 – para crianças, até 12 anos de idade, cujos tipos de passes se subdividem em:
P4A – indicado para doenças materiais, como as próprias da idade, epidêmicas, de poluição ambiental
ou climáticas, por desnutrição, hereditárias ou as causadas por acidentes;
P4B – indicado nas perturbações espirituais, tais como as decorrentes de infestação de ambiente,
chamamentos familiares, encarnações completivas e razões cármicas.
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