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D I S C I P L I N A Psicologia da Educação

A questão das drogas

Autora

Vera Lúcia do Amaral

aula

14
Governo Federal Revisoras de Língua Portuguesa
Presidente da República Janaina Tomaz Capistrano
Luiz Inácio Lula da Silva Sandra Cristinne Xavier da Câmara
Ministro da Educação
Fernando Haddad Revisora Tipográfica
Secretário de Educação a Distância – SEED Nouraide Queiroz
Carlos Eduardo Bielschowsky
Ilustradora
Carolina Costa
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Editoração de Imagens
Reitor
José Ivonildo do Rêgo Adauto Harley
Carolina Costa
Vice-Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz Diagramadores
Secretária de Educação a Distância Bruno de Souza Melo
Vera Lúcia do Amaral Dimetrius de Carvalho Ferreira
Secretaria de Educação a Distância- SEDIS Ivana Lima
Johann Jean Evangelista de Melo
Coordenadora da Produção dos Materiais
Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Adaptação para Módulo Matemático
André Quintiliano Bezerra da Silva
Coordenador de Edição Kalinne Rayana Cavalcanti Pereira
Ary Sergio Braga Olinisky Thaísa Maria Simplício Lemos
Projeto Gráfico Imagens Utilizadas
Ivana Lima Banco de Imagens Sedis
Revisores de Estrutura e Linguagem (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN
Eugenio Tavares Borges Fotografias - Adauto Harley
Jânio Gustavo Barbosa Stock.XCHG - www.sxc.hu
Thalyta Mabel Nobre Barbosa

Revisora das Normas da ABNT


Verônica Pinheiro da Silva

Divisão de Serviços Técnicos


Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”

Copyright © 2007  Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Apresentação

O
uso de drogas é outro tema multidisciplinar para o qual a Psicologia pode contribuir
com uma leitura particular do problema. Nesta aula, vamos entender alguns dos
conceitos associados a esse tema e conhecer como as drogas chamadas psicoativas
atuam nos indivíduos. Vamos também analisar alguns fatores de risco para a juventude e
quais os modelos de prevenção que podem ser utilizados.

Objetivos

Conhecer os principais conceitos relacionados ao uso


1 de drogas.

Conhecer a classificação dos tipos de drogas de acordo


2 com sua atuação no cérebro.

Compreender como ocorre o envolvimento dos jovens


3 com as drogas.

Conhecer os fatores de risco e prevenção no uso de


4 drogas pelos jovens.

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Alguns conceitos iniciais

A
utilização de substâncias psicoativas é um fenômeno antigo na história da humanidade.
O uso em rituais culturais e religiosos sempre foi tolerado. Nas últimas décadas,
entretanto, em razão do aumento significativo do uso de drogas lícitas e ilícitas fora
desses rituais, transformou-se em um verdadeiro problema de saúde pública, criando a
necessidade de estudos epidemiológicos que subsidiassem o estabelecimento de políticas de
prevenção. Em 2004, o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID)
fez um extenso levantamento entre estudantes de escolas públicas do Ensino Fundamental e
Médio das 27 capitais brasileiras e observou que, de um total de mais de 48.000 estudantes,
cerca de 23% dos meninos e 21% das meninas já haviam utilizado algum tipo de droga
(excetuando-se álcool e tabaco) em algum momento de suas vidas, sendo que, destes, 12,7%
estavam na faixa etária de 10 a 12 anos de idade. Esses são, de fato, números preocupantes.

Figura 1 - O álcool é a droga de maior uso entre adolescentes

Mas, o que são drogas psicotrópicas? De onde vem esse termo?

Sabemos que a palavra droga significa medicamento, ou seja, substância que quando
utilizada provoca modificações no comportamento ou na fisiologia do corpo. Psicotrópico

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é uma palavra composta: psico + trópico, em que trópico está relacionado a tropismo, cujo
significado é ter atração por. Assim, drogas psicotrópicas são aquelas que têm atração pelo
psiquismo, ou seja, são aquelas que atuam no cérebro, modificando o psiquismo. Podemos
encontrar também o termo substância psicoativa como sinônimo de psicotrópica.

Dependendo do tipo, a droga pode atuar aumentando ou diminuindo a atividade do


cérebro ou mesmo provocando mudanças qualitativas, ao fazer o cérebro funcionar de maneira
diferente do normal. Portanto, as drogas psicotrópicas podem ser classificadas em:

a) depressoras da atividade do sistema nervoso central, também chamadas psicolépticas,


tais como: o álcool; os hipnóticos, que provocam o sono; os ansiolíticos, que diminuem
a ansiedade; os narcóticos, que bloqueiam a dor, como a morfina; os inalantes ou
solventes, como as colas e as tintas;

b) estimulantes da atividade do sistema nervoso central, também chamadas


psicoanalépticas, tais como: a cocaína e as drogas anorexígenas, aquelas usadas para
diminuir o apetite;

c) perturbadoras da atividade do sistema nervoso central, também chamadas


psicodislépticas ou alucinógenas, tais como: a maconha; o ecstasy; e o LSD.

Figura 2 - O ecstasy é uma substância sintética que perturba a atividade cerebral

No citado estudo feito pelo CEBRID em 2004, as substâncias mais utilizadas pelos
estudantes foram, pela ordem, os solventes (15,5%), a maconha (5,9%) e os ansiolíticos
(4,1%). No entanto, quando se inclui o álcool, vamos observar taxas de 65%, um indicativo
de que essa é a droga mais preocupante, sobretudo porque, apesar de provocar evidentes
modificações no comportamento, ela é uma substância lícita, ou seja, tem o seu consumo
admitido e até estimulado pela sociedade. Apesar de sua ampla aceitação, o álcool pode
provocar o alcoolismo, principal causa de internação em hospitais psiquiátricos no Brasil.

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Atividade 1
Todos nós conhecemos alguém que tem “problemas com o álcool”. Algumas
dessas pessoas nós consideramos “alcoólatras”, outras consideramos apenas
que têm problemas com a bebida. Como você caracterizaria um alcoólatra?
sua resposta

À medida que a pessoa vai consumindo drogas, o seu organismo começa a sofrer
modificações que podem fazer com que ela tenha necessidade de voltar a consumi-
las. Antigamente, o termo para isso era vício, sendo tachado de viciado aquele que não
conseguia deixar de utilizar uma determinada droga. Aquele que usava, mas conseguia
deixar, tinha apenas um hábito. Hábito e vício eram dois termos usados para designar o grau
de envolvimento do indivíduo com a droga.

Atualmente, entende-se que em qualquer uma das duas circunstâncias o indivíduo tem
um transtorno de dependência. A dependência é o impulso que leva a pessoa a usar uma
droga, mesmo tendo, com esse uso, problemas fisiológicos, comportamentais ou cognitivos
significativos. A dependência pode ser psicológica, quando a interrupção da droga resulta
em problemas fisiológicos, como mal-estar e ansiedade, ou cognitivos, como dificuldades de
concentração; e física, quando a interrupção da droga resulta em síndrome de abstinência.

A síndrome de abstinência é um conjunto de sintomas físicos e comportamentais


que aparece quando o uso da droga é interrompido. Esses sintomas podem ser mais ou
menos graves dependendo do tipo de substância que esteja sendo utilizada. A síndrome de
abstinência resultante da cessação do uso de hipnóticos, por exemplo, pode ser tão grave ao
ponto de levar o indivíduo ao coma e até à morte.

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Algumas substâncias podem levar a situações em que o indivíduo precise aumentar a
quantidade ingerida para obter o mesmo efeito. Por exemplo, se se conseguia uma situação
de euforia com um comprimido de ecstasy, depois de algum tempo serão necessários dois
comprimidos para que a euforia aconteça. Nesses casos, diz-se que foi desenvolvido um
quadro de tolerância.

Atividade 2
Depois de conhecer esses conceitos, tente agora identificar na caracterização
que você fez na atividade 1 se se trata de situação de dependência – psicológica
ou física –, de tolerância ou de síndrome de abstinência.

sua resposta

O adolescente e o uso de drogas

N
a aula 5 (A psicologia da adolescência), discutimos a adolescência e vimos como se
trata de uma fase muito especial na vida dos indivíduos, sobretudo por ser uma fase de
fragilidades emocionais, de busca de identificações, de experimentação da vida adulta e da
tentativa de firmar a própria identidade. Por tudo isso, é um momento de grande vulnerabilidade,
o que expõe o adolescente a maiores riscos ao entrar em contato com as drogas.

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Estudos psicológicos tentam entender o porquê da busca do adolescente pelas drogas.
Para Grynberg e Kalina (2002), o uso destas pode significar uma forma de confronto com o
meio social em que vivem, pois os jovens acreditam estar dando provas de sua autonomia
e auto-suficiência, sendo capazes de alcançar seus objetivos, que muitas vezes não estão
muito claros. Para Caldeira (1999), as causas podem estar no desafio da transgressão
às normas adultas, na curiosidade pelo novo e pelo proibido, na pressão do grupo para
assumir determinados comportamentos.

Como vimos na discussão sobre adolescência, o grupo é um espaço de identificação e


busca de segurança; sendo assim, é comum que seja o espaço no qual ocorrem as primeiras
experimentações. Scivoletto (2004) afirma que o adolescente busca no grupo encontrar sua
própria identidade, e olhar o outro facilita o processo. O uso das drogas aparece como
experimentação de novas atividades e situações, a onipotência oferece a sensação de que
nada de errado acontecerá, expondo-o a grandes perigos.

Por outro lado, a dimensão que hoje atinge o consumo de drogas, não só nos grandes
centros urbanos, mas também nas cidades de pequeno e médio porte, faz com que as
famílias se sintam inseguras e impotentes diante da possibilidade de seus jovens vivenciarem
tal situação. Sabemos que o comportamento individual e a formação do juízo moral são
moldados por meio dos valores sociais, transmitidos principalmente pela família e pela
escola. Assim, o papel dessas duas instâncias socializadoras é fundamental na prevenção e
na atuação concreta, sobretudo em situações de risco.

Com relação à família, os estudos indicam que a ocorrência de conflitos e de


relacionamentos insatisfatórios entre os membros seria um fator de risco, enquanto o
sentimento de apoio agiria como fator de proteção. Num estudo realizado por Silva et al.
(2006), no qual foram investigados os temores e a reação dos pais diante do uso de drogas,
observou-se que a maioria deles conversa com os filhos sobre o assunto, mas as conversas
têm caráter meramente informativo ou restringem-se ao compartilhamento dos temores
pelas conseqüências do uso de drogas. Outro dado interessante do estudo é a reação dos
pais diante do uso de drogas lícitas ou ilícitas. Quando sabiam que seus filhos usavam
drogas lícitas, como o álcool ou o tabaco, a reação dos pais era de indiferença, enquanto ao
saber do uso de drogas ilícitas, como a maconha era a cocaína, a reação era de descrença na
informação ou de brigas, acompanhada de sentimento de tristeza, impotência e medo.

A análise dos sentimentos dos pais possibilita uma reflexão do paradoxo sobre drogas
existente na nossa sociedade em relação às drogas. Por um lado, através dos meios de
comunicação e em reuniões sociais, o uso de bebidas alcoólicas é apresentado como
símbolo de sucesso, prazer ou como uma ferramenta útil no enfrentamento de problemas
ou para redução da ansiedade. De outro lado, há uma condenação ou “demonização”
do uso das drogas ilícitas, às quais só são atribuídos efeitos prejudiciais, como se fosse
a legalidade que determinasse a periculosidade do uso. (SILVA et al, 2006, p. 8).

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De todas as maneiras, identificar o que leva um adolescente ao uso das drogas não é
uma tarefa simples. Muitas vezes, vemos casos de famílias claramente desajustadas que não
apresentam nenhum registro de consumo de drogas entre os filhos, e de outras, nas quais
isso acontece aparentemente sem nenhuma justificativa familiar. É preciso levar em conta
não só a família, mas também o próprio indivíduo e o meio social em que ele se encontra.
A enorme quantidade de variáveis implicadas nesse consumo permite um número infindável
de configurações possíveis para o uso de substâncias psicoativas.

Figura 3 - A indiferença familiar diante do uso de drogas lícitas pode prejudicar o jovem

De um modo geral, pode-se dizer que o que leva os jovens a usarem drogas é um
conjunto de fatores denominados “fatores de risco”. A combinação destes ou a junção de
alguns torna uma pessoa mais ou menos propensa a esse uso.

Quem se encontra em
situação de risco?
São considerados fatores de risco para o uso de drogas algumas características ou
atributos de um indivíduo, grupo ou ambiente de convívio social que contribuem, em maior
ou menor grau, para aumentar a probabilidade desse uso.

Conceição e Sudbrack (2004) fizeram uma síntese sobre tais fatores a partir do que
denominaram áreas da vida ou, como afirmam as autoras, “domínios da vida”, que seriam:
o domínio individual, o domínio de pares, o domínio familiar, o domínio comunitário e o
domínio escolar. Elas identificam que não há um único fator de risco determinante para o
uso de drogas e que cada um desses domínios comporta fatores de risco e de proteção.
Vejamos quais são eles.

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1) Domínio individual – diz respeito às predisposições genéticas e psicológicas, à presença
ou não de transtornos ou perturbações mentais. Nesse domínio, teríamos:

Fatores de risco Fatores de proteção

Baixa auto-estima Apresentação de habilidades sociais

Flexibilidade, facilidade de cooperar,


Falta de autocontrole e assertividade
responsabilidade e comunicabilidade
Habilidade em resolver problemas e tomar decisões,
Comportamento anti-social precoce
autonomia
Doenças preexistentes (ex.: transtorno de deficit de
Presença de um projeto de vida
atenção e hiperatividade)
Relação de confiança com os pais, professores e
Vulnerabilidade psicossocial
colegas

2) Domínio dos pares – diz respeito aos amigos e pessoas de convívio mais próximo. Aqui,
temos:

Fatores de risco Fatores de proteção

Pares que usam drogas ou aprovam e/ou valorizam Pares que não usam drogas e não aprovam ou não
seu uso valorizam seu uso
Dificuldade de participação em grupos que
Participação junto com seu grupo em atividades
desenvolvem atividades recreativas, esportivas e
recreativas, esportivas ou laborais saudáveis
laborais tidas como saudáveis

Dificuldade de pertencimento a um grupo de iguais Pertencimento a grupos de iguais na escola ou na


na escola ou na comunidade comunidade

Dificuldade em aceitar autoridade que não compartilhe Aceitação de autoridade vinda de fora do grupo de
de determinações de seu grupo pares, na escola, na comunidade, na família

Participação em grupos de objetivos sociais e


Não participação em grupos de objetivos altruísticos
comunitários

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3) Domínio familiar – refere-se à forma como a família está estruturada, ao seu funcionamento
e à definição de suas regras e papéis.

Fatores de risco Fatores de proteção

Uso de álcool e drogas pelos pais Valorização do padrão de vida saudável

Isolamento social entre membros da família Existência de vinculação familiar

Existência de fortes vínculos afetivos entre os


Laços afetivos frágeis entre os membros da família
membros da família
Relações conflituosas, excessivamente autoritárias Predomínio do estilo compreensivo de vida, sem
ou permissivas entre os membros da família autoritarismo ou permissividade
Diálogo constante e comunicação eficiente entre
Falta de diálogo e de comunicação entre pais e filhos
pais e filhos
Ausência e descontinuidade de critérios na aplicação Presença e constância de critérios na aplicação das
das regras familiares regras disciplinares
Falta de interesse dos pais pelas conquistas dos filhos, Demonstração de interesse pela vida dos filhos e
não participação nos seus sucessos ou fracassos participação nos seus sucessos ou fracassos
Incongruência ou incoerência dos pais quanto ao Coerência e congruência quanto ao padrão
padrão educacional a ser adotado para os filhos educacional a ser adotado para os filhos

Expectativas negativas em relação aos filhos Expectativas positivas em relação aos filhos

Pais que não fornecem um bom modelo, não sabendo


Presença de pais como modelo positivo quanto às
transmitir as normas e os valores morais e sociais
questões sócio-morais
aceitáveis
Tolerância com relação ao uso de drogas pelos Postura repressora e reflexiva quanto ao uso de
jovens drogas pelos jovens

Ausência da função paterna Presença da função paterna

4) Domínio comunitário – diz respeito à facilidade ou não de acesso às drogas, à falta de


fiscalização das leis. Os fatores de risco e proteção são:

Fatores de risco Fatores de proteção

Existência de oportunidades de estudo, trabalho


Falta de oportunidade socioeconômica para a
e de inserção social que possibilitem ao jovem
construção de um projeto de vida
concretizar seu projeto de vida

Fácil acesso às drogas lícitas e ilícitas Controle efetivo do comércio de drogas legais e ilegais

Repressão e reflexão quanto ao uso de drogas legais


Permissividade em relação a algumas drogas
e ilegais
Inexistência de incentivo para que o jovem se envolva Incentivo ao envolvimento dos jovens em serviços
em serviços comunitários comunitários
Realização de campanhas e ações que ajudem o
Negligência no cumprimento de normas e leis que
cumprimento das normas e leis que regulam o uso
regulam o uso de drogas pelos jovens
de drogas pelos jovens

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5) Domínio da escola – neste domínio, temos o entrecruzamento de fatores de risco e
proteção de todos os outros domínios:

Fatores de risco Fatores de proteção

Indefinição ou falta de comunicação e negociação de Definição, comunicação e negociação de normas,


normas, regras e limites regras e limites
Incoerência e incongruência entre os agentes Coerência e congruência entre agentes educativos
educativos na prática de normas na aplicação de normas e regras escolares
Relação desrespeitosa e falta de responsabilidade e Relação de respeito mútuo, compromisso e
compromisso entre os agentes educativos cooperação entre os agentes educativos
Relações amistosas de cooperação entre família e
Ausência da relação entre família e escola
escola

Falta de estímulo às práticas escolares Estímulo à prática das atividades escolares

Ausência de expectativas positivas em relação ao Verbalização das expectativas positivas com relação
desempenho dos alunos ao desempenho dos alunos
Ausência de atividades criativas e estimulantes que
ajudem na criação de vínculos entre o aluno e a Promoção de práticas criativas e estimulantes
escola
Relações preconceituosas em relação aos alunos,
Relações abertas, honestas, sem atitudes negativas,
com a utilização de rótulos como forma de punição
punitivas ou preconceituosas
e exclusão
Ausência de afetividade e confiança na relação Fortes vínculos afetivos e de confiança entre alunos
professor-aluno e no ambiente escolar e professores e dentro do ambiente escolar
Relações professor-aluno baseadas no autoritarismo Relações professor-aluno baseadas no respeito
ou no excesso de permissividade mútuo
Falta de estímulo às práticas educativas de cooperação Estímulo e exercício dos princípios da cooperação e
e solidariedade da solidariedade
Falta de controle quanto à presença de drogas na
Controle da presença de drogas
escola

Como podemos ver, o problema não é simples nem pode ser encarado com valorações
moralistas. Qualquer atuação que vise enfrentar o problema das drogas precisa estar atenta
para evitar posturas que induzam à estigmatização e à marginalização.

Vale destacar aqui as recomendações, em caso do uso de drogas pelo adolescente, de


Conceição e Sudbrack (2004, p. 5), que se aplicam sobretudo aos educadores:

1)  Não confrontar diretamente.

2)  Não acusar ou procurar culpados.

3) Mostrar-se ao lado do adolescente, sem compactuar com o uso, na busca de uma


resolução para o problema.

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4) Ajudar o adolescente a perceber o benefício que ele terá com a abstinência ou com o
tratamento. Se ele acha que precisa parar por imposição social, ou para agradar este ou
aquele, a tentativa pode falhar.

5) Não usar da culpa como arma para convencimento - isso pode até funcionar durante um
período, mas não se sustenta. Aliás, fuja do mecanismo da culpa, no qual se estabelece
uma troca de acusações para se determinar o mais culpado e o mais atingido: o problema
continua sem solução.

6) Jamais esquecer que se trata de uma dificuldade e não um defeito. Lembrar, que,
para lidar com dificuldades como essa existem equipes de educadores, psicólogos,
enfermeiros, assistentes sociais, médicos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais etc. Não
tente resolver tudo sozinho. Procure ajuda - todo cidadão tem direito de ser assistido em
caso de doenças biológicas, psíquicas etc. (CONCEIÇÃO; SUDBRACK, 2004, p. 5).

Atividade 3
Agora que vimos os aspectos envolvidos na busca da droga por parte dos
adolescentes, vamos fazer um exercício reflexivo acerca dos pontos que
elencaríamos para compor uma proposta de programa de prevenção às drogas
em uma escola. Descreva-os a seguir.

sua resposta

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Resumo
Nesta aula, conhecemos os principais conceitos utilizados, sobretudo, pela
Medicina quanto ao uso de drogas. Conhecemos também uma maneira de
classificar as drogas psicoativas quanto à forma como elas atuam no sistema
nervoso central. Analisamos os fatores psicológicos que fazem os adolescentes
se envolverem com o consumo de drogas e conhecemos os fatores de risco e
de proteção que envolvem esse uso.

Auto-avaliação
1 Que são substâncias psicotrópicas?

2 Como se classificam essas substâncias?

3 Qual a diferença entre dependência física e dependência psicológica?

4 Que fatores levam o adolescente ao uso das drogas?

Destaque a importância dos domínios da vida enquanto fatores de risco para o


5 consumo de drogas.

Referências
CALDEIRA, Zelia Freire. Drogas, indivíduo e família: um estudo de relações singulares.
1999. Dissertação (Mestrado) – Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública,
Rio de Janeiro, 1999.

12 Aula 14  Psicologia da Educação


CONCEIÇÃO, M. I. G.; SUDBRACK, M. F. O. Fatores de risco e de proteção no envolvimento
de adolescentes com drogas. In: SUDBRACK, M. F. O. Debate: adolescentes e drogas no
contexto da escola. (Programa Salto para o Futuro, programa 3). Disponível em: <http://
www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2004/dad/tetxt3.htm>. Acesso em: 09 ago. 2007.

GALDURÓZ, José Carlos F. et al. V levantamento nacional sobre o consumo de drogas


psicotrópicas entre estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública de ensino
nas 27 capitais brasileiras. São Paulo: CEBRID, 2004. Disponível em: <http://www.unifesp.
br/dpsicobio/cebrid/levantamento_brasil2/index.htm>. Acesso em: 13 ago. 2007.

GRYNBERG, Halina; KALINA, Eduardo. Aos pais de adolescentes: viver sem drogas. Rio de
Janeiro: Rosa dos Tempos, 1999.

SCIVOLETTO, S.; ANDRADE, E. R. A cocaína e o adolescente. In: LEITE, M. C.; ANDRADE, A.


G. (Orgs.). Cocaína e crack: dos fundamentos ao tratamento. Porto Alegre: Artes Médicas,
1999. cap. 8. p.137-153.

SILVA, Eroy Aparecida da et al. Drogas en la adolescencia: temores y reacciones de los padres.
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org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872006000100004&lng=es&nrm=iso>.
Acesso em: 09 ago. 2007.

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Anotações

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Anotações

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