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Autora
aula
07
Governo Federal Revisoras de Língua Portuguesa
Presidente da República Janaina Tomaz Capistrano
Luiz Inácio Lula da Silva Sandra Cristinne Xavier da Câmara
Ministro da Educação
Fernando Haddad Revisora Tipográfica
Secretário de Educação a Distância – SEED Nouraide Queiroz
Carlos Eduardo Bielschowsky
Ilustradora
Carolina Costa
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Editoração de Imagens
Reitor
José Ivonildo do Rêgo Adauto Harley
Carolina Costa
Vice-Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz Diagramadores
Secretária de Educação a Distância Bruno de Souza Melo
Vera Lúcia do Amaral Dimetrius de Carvalho Ferreira
Secretaria de Educação a Distância- SEDIS Ivana Lima
Johann Jean Evangelista de Melo
Coordenadora da Produção dos Materiais
Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Adaptação para Módulo Matemático
André Quintiliano Bezerra da Silva
Coordenador de Edição Kalinne Rayana Cavalcanti Pereira
Ary Sergio Braga Olinisky Thaísa Maria Simplício Lemos
Projeto Gráfico Imagens Utilizadas
Ivana Lima Banco de Imagens Sedis
Revisores de Estrutura e Linguagem (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN
Eugenio Tavares Borges Fotografias - Adauto Harley
Jânio Gustavo Barbosa Stock.XCHG - www.sxc.hu
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
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UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Apresentação
N
esta aula, vamos começar a discutir um tema fundamental para os futuros
professores: como o indivíduo aprende. É a partir do entendimento desse fenômeno
que poderemos planejar nossas estratégias de ensino, as atividades para os nossos
alunos e fazermos uma apreciação de suas novas aprendizagens.
Na primeira parte dessa discussão, vamos começar por compreender qual o papel e a
importância do nosso cérebro na aquisição do conhecimento.
Objetivos
Compreender como se organiza biologicamente nosso
1 equipamento cerebral para as funções da aprendizagem.
C
ompreender o homem é também compreender o que ele sabe. Bem mais do que isso,
trata-se de compreender o que significa esse saber, como se deu a sua apropriação e
quais os seus efeitos nas ações do sujeito. O modo como o sujeito se apropria de um
saber significa dizer como ele aprende.
Aprender é uma ação que desenvolvemos desde o início de nossa vida. Ainda muito
cedo, aprendemos a andar, a falar; aprendemos a nos relacionar com a família, com amigos,
com pessoas estranhas; aprendemos a respeitar pessoas e instituições; aprendemos a nos
comportar de acordo com as circunstâncias. E aprendemos de maneira formal na escola.
Outros comportamentos e atitudes, entretanto, não precisamos aprender. É como se já
nascêssemos sabendo. Por exemplo, não precisamos aprender a comer ou ninguém nunca
nos ensinou que nosso corpo precisa de descanso. Há, ainda, um conjunto de conhecimentos
dos quais não temos muita idéia de como, quando ou onde aprendemos. Por exemplo,
quando olhamos para o céu e vemos nuvens escuras e pesadas, logo inferimos que irá
chover. Quando aprendemos isso?
Atividade 1
a)
sua resposta
b)
c)
2.
3.
Quantas vezes já ouvimos dizer que “depois de velho não se aprende mais nada”.
Essa afirmação é fruto da idéia de que nosso cérebro nasce pronto e com o passar do
tempo só temos a perder. Ora, se perdemos neurônios à proporção que envelhecemos,
como podemos aprender?
Nada mais equivocado. As atuais pesquisas na área das Neurociências mostram que
novos neurônios estão nascendo a cada dia em nossos cérebros. E o que é mais interessante:
esses novos neurônios nascem justamente em áreas responsáveis pela aprendizagem, o que
significa dizer que temos condições neurológicas de estarmos sempre aprendendo.
Mas, como isso ocorre? Que áreas são essas? O que o cérebro tem a ver com o que
aprendo? Vamos discutir isso de uma maneira mais detalhada.
A neurobiologia da
aprendizagem
D
e uma maneira geral, a anatomia dos cérebros humanos é extremamente semelhante:
nascemos praticamente com a quantidade de neurônios já completa. Até pouco tempo
atrás, além de se ter conhecimento desse fato, também imaginava-se que as perdas
Gliócitos
e degenerações de neurônio que viessem a ocorrer ao longo da vida eram irremediáveis.
Gliócitos ou células da glia Estudos recentes, no entanto, indicam que algo mais ocorre na intimidade de nosso
compõem, juntamente com
os neurônios, as células do
sistema nervoso: células que até então eram vistas como tendo apenas função de nutrição
Sistema Nervoso. e sustentação para os neurônios – os gliócitos –, hoje se tornam o foco das atenções pela
Atividade 2
Numa criança que nasça com uma lesão cerebral decorrente, por
1 exemplo, de um parto difícil, como você imagina que se desenvolverá
sua aprendizagem?
1.
sua resposta
2.
P
ara os neurocientistas, o conceito de aprendizagem está fortemente vinculado ao de
memória. Entendendo aprendizagem como “[...] o processo de aquisição de novas
informações que vão ser retidas na memória [...] através do qual nos tornamos
capazes de orientar o comportamento e o pensamento” (LENT, 2001, p.594), esse autor
deixa claro que a memória é o processo de arquivamento seletivo dessas informações,
de modo que ela pode ser considerada como o conjunto de processos neurológicos e
psicológicos que possibilitam a aprendizagem.
Input
1.
sua resposta
2.
C
oncentrar-se, ou seja, focalizar a atenção em algo, é, no nível biológico, o esforço
despendido na busca de uma conexão neural, dentre os múltiplos circuitos, de um que
“faça sentido”. Por outro lado, esse esforço de concentração, em alguns momentos,
mostra-se difícil, enquanto em outros é, praticamente automático. O que dirige nossa
atenção? Que fatores influenciam nessa concentração? O que seria assim tão motivador?
Um desses fatores é a resposta afetiva que o estímulo nos desperta.
Talvez isso explique por que nos dedicamos com tanta facilidade a atividades das quais
gostamos e tenhamos tanta dificuldade em prendermos nossa atenção, por exemplo, em um
tema que nos pareça tedioso e irritante.
A atenção pode ser, também, estimulada por outro fator: a motivação, mais um conceito
amplamente difundido nos estudos sobre aprendizagem. Utilizado, na maior parte das vezes,
em um sentido amplo, referindo-se a uma variedade de fatores neuronais e fisiológicos
que iniciam, sustentam e dirigem um comportamento, o conceito de motivação vincula-
se, tradicionalmente, a aspectos não cognitivos do comportamento, refletindo não o que o
indivíduo sabe, mas o que necessitaria organicamente.
Reconhece-se hoje que tais “condições mobilizadoras” são apenas uma parte dos
estados motivacionais que dirigem o comportamento; mesmo a função homeostática da
motivação não necessariamente advém de necessidades orgânicas. Hábitos aprendidos e
Por outro lado, as aspirações pessoais ou sociais adquiridas pela experiência constituem,
talvez, uma complexa inter-relação entre forças fisiológicas e sociais, entre processos
mentais conscientes e inconscientes. Infelizmente, os estudos sobre esses aspectos são,
ainda, muito incipientes, o que faz com que sua aplicação mais significativa às investigações
sobre aprendizagem ainda não possa ter resultados observáveis.
De tudo que foi discutido nesta aula, podemos concluir que as Neurociências vieram
trazer comprovações para alguns aspectos já entendidos e observados como importantes na
aprendizagem, tais como:
1) a experiência do sujeito, o contato com o meio social em que vive, tem mostrado que
é fundamental para o estabelecimento de conexões sinápticas estáveis. Na verdade, a
experiência modifica mesmo a estrutura da organização cerebral, evidenciando a sua
plasticidade. A importância desta aspecto foi apontada por Vygotsky;
3) uma vez estabelecida a conexão, com seu uso freqüente, ela torna-se estável, acomoda-
se, equilibra-se. O conceito de acomodação e equilibração já estava colocado por Piaget;
4) as motivações e os afetos, como mecanismos básicos do ser humano, são modificados
pela aprendizagem e são, também, impulsionadores desta, como já mostrava Kurt Lewin.
Resumo
Nesta aula, estudamos o papel do cérebro para a compreensão de como os
indivíduos aprendem. Vimos, em primeiro lugar, como se organiza o nosso cérebro,
observando as estruturas fundamentais no estudo da aprendizagem, com destaque
para o hipocampo e seu papel no armazenamento da memória, o lobo frontal e o
córtex de associação. Vimos, por fim, a importância dos afetos na capacidade de
prender a atenção e a motivação, fatores importantes no aprendizado.
Referências
BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo de
Psicologia. São Paulo: Editora Saraiva, 1999.
HOUZEL, S. H. O cérebro nosso de cada dia. Rio de Janeiro: Vieira e Lent, 2002.