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Universidade Estadual de Campinas

Faculdade de Educação

Departamento de Filosofia e História da Educação

Disciplina: EP110 – História da Educação I

Docente responsável: Dr. Lalo Watanabe Minto

1º semestre de 2016

Aluna: Bruna Cristina Jorge Machado RA: 104655

Relatório Final da Disciplina

Questão 1) Marc Bloch e Josep Fontana defendem que o conhecimento histórico é sempre
uma forma de “projetar-se” no passado, o que só é possível a partir do presente (do sujeito-
historiador, da humanidade enquanto produtora de “memórias coletivas”). Tomando por
base as formas de discussão dessas questões nos dois autores citados, como é possível
entender a história da educação enquanto campo do conhecimento: o que se deve estudar?
Qual é sua importância para os/as educadores/as?

Para Bloch deve estudar essencialmente aquilo que é modificado pelo conjunto de homens, que
sofreu sua intervenção. É todo estudo de uma mudança na duração. A importância da História
de Educação para os/as educadores/as é que a história significa a “Ciência dos Homens, no
tempo”. Para Fontana a história pode-se projetar sobre o passado aquilo que pretende
conservar no presente.

Questão 2) De acordo com outros dois autores estudados nesta unidade – Franco Cambi e
Lorenzo Luzuriaga -, faça uma síntese sobre as maneiras pelas quais a história da educação e
a história da pedagogia se mesclam e se distinguem enquanto campos de conhecimento

Para o autor Franco Cambi, a história da pedagogia no sentido próprio nasceu entre os
séculos XVIII e XIX e desenvolveu-se no decorrer deste último como pesquisa elaborada por
pessoas ligadas à escola, empenhadas na organização de uma instituição cada vez mais central
na sociedade moderna, preocupadas, portanto, em sublinhar os aspectos mais atuais da
educação-instrução e as idéias mestras que haviam guiado seu desenvolvimento histórico. A
história da pedagogia nascia como uma história ideologicamente orientada, que valorizava a
continuidade dos princípios e dos ideais, convergia sobre a contemporaneidade e construía o
próprio passado de modo orgânico e linear, pondo particular acento sobre os ideais e a teoria,
representada sobretudo pela filosofia. Tratava-se de uma história persuasiva, por um lado, e
teoriticista, por outro, sempre muito distante dos processos educativos reais, referentes às
diversas sociedades, diferenciados por classes sociais, sexo e idade, distante das instituições em
que se desenvolviam; distantes das práticas de educação ou de instrução, das contribuições das
ciências, sobretudo humanas, para o conhecimento dos processos formativos. Tal história
deveria difundir entre os docentes uma ideia de educação desenvolvida em torno dos próprios
princípios ideais e, através destes, das ideologias que os inspiravam. De tal modo que havia
histórias da pedagogia com forte influência filosófica, marcadas segundo as diversas orientações
da filosofia e capazes de veicular para os docentes um princípio ideal, que se apresentava ainda
como convalidado pela história universal da pedagogia. Para Cambi, houve uma mudança desde
os anos 1970 de uma história da Pedagogia para uma história da Educação. Era uma história
“persuasiva”, distante das práticas educativas concretas, mas sempre acompanhando as
formulações teórico-filosóficas sobre educação. Para o autor Lorenzo Luzuriaga, a educação e
cultura se modificam ao longo da história, devido a sua situação história, caráter da cultura,
estrutura social, formas de organização etc. A história da educação é anterior a história da
pedagogia, pois as práticas educativas são próprias da humanidade e existem desde os
primórdios. A pedagogia começa a existir quando há reflexões filosóficas a respeito das práticas
educativas. A história da educação é parte da história da cultura, que por sua vez, é parte da
história geral. Entendemos como Educação, a influência intencional e sistemática sobre o ser
juvenil, com o propósito de formá-lo e desenvolvê-lo. Significa também a ação de uma sociedade
sobre as gerações jovens, com a finalidade de conservar e transmitir a existência coletiva. A
educação é assim, parte integrante e essencial da vida do homem e da sociedade, e existe desde
quando há seres humanos sobre a terra. Educação é um componente tão fundamental da
cultura quanto a ciência, a arte ou a literatura. Sem a educação não seria possível aquisição e
transmissão da cultura, pois pela educação é que a cultura sobrevive no espirito humano.
Cultura sem educação seria cultura morta. Chamamos de Pedagogia à reflexão sistemática sobre
educação. Pedagogia é a ciência da educação: por ela é que a ação educativa adquire unidade e
elevação. Educação sem pedagogia, sem reflexão metódica, seria pura atividade mecânica, mera
rotina. Pedagogia é ciência do espirito e está intimamente relacionada com filosofia, psicologia,
sociologia e outras disciplinas, posto não depende delas, eis que é a ciência autônoma. Educação
e pedagogia estão na prática como prática para a teoria, realidade para ideal, experiência para
pensamento, não como identidades independentes, mas fundidas em unidade indivisível, como
o anverso e o reverso da moeda. Se a educação tem sua história, a pedagogia, sua porção teórica
ou científica, igualmente a tem. A história da pedagogia estuda o desenvolvimento das ideias e
ideias educacionais, a evolução das teorias pedagógicas e as personalidades mais influentes na
educação. A história da pedagogia está intimamente relacionada com a história da educação e
da cultura, constitui a história da educação estudo autônomo, tem características próprias. Por
outro lado, não podemos considerá-la independente por inteiro, pois faz parte de mais amplo
todo, que é a pedagogia. Assim como esta compreende uma parte descritiva e outra normativa,
traz em sim uma parte histórica, constituída pela história da educação e da pedagogia. Esta seria,
assim, a própria pedagogia, considerada em seu desenvolvimento histórico.

Questão 3) Dermeval Saviani entende que a educação possui uma especificidade, que não
decorre apenas das relações naturais, mas sim da atividade especifica do ser humano – a
necessidade de produzir material e simbolicamente as condições de sua existência. Discorra
sobre o que é trabalho educativo para este autor.

O trabalho educativo para este autor é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada
indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto de
homens. Assim, o objetivo da educação diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos
culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se
tornem humana e, de outro lado e concomitantemente, à descoberta das formas mais
adequadas para atingir esse objetivo. Quanto a identificação dos elementos culturais que
precisam ser assimilados, trata-se de distinguir entre o essencial e o acidental, o principal e o
secundário, o fundamental e o acessório. Com relação a descoberta de formas adequadas de
desenvolvimento do trabalho pedagógico, trata-se da organização dos meios através dos quais,
progressivamente, cada indivíduo singular realize, na forma de segunda natureza, a humanidade
produzida historicamente.

Questão 4) De que (ais) modo(s) é possível relacionar a concepção de formação geral (Paidéia)
legado da antiguidade Grega, às condições de vida das populações que compunham a
sociedade grega do período?

Durante os séculos V e VI a. C a cultura grega, impulsionada pelas transformações sociais e


econômicas, sofre mudanças. Surgem novos grupos sociais ligados ao comércio, estes reclamam
uma maior participação na vida política da Grécia. Ao lado disso, surge uma cultura mais crítica
em relação ao saber religioso e mítico, que exalta a razão pessoal de cada indivíduo e é capaz
de submeter à análise qualquer crença ou tradição. Para transmitir essa nova cultura, nasce um
novo ideal de educação na Grécia, conhecido como Paidéia, uma educação mais antropológica
e que considera o homem como um ser racional. Essa educação atribui ao homem, sobretudo,
uma identidade cultural e histórica. A Paidéia é entendida como uma formação geral que dará
ao homem a forma humana, ou seja, que o construirá como homem e como cidadão. Assim, ela
significou a educação do homem de acordo com a verdadeira forma humana e que brota da
idéia. O termo Paidéia não pode ser traduzido simplesmente como educação, significa muito
mais que isso, significa também cultura, instrução e formação do homem grego. Este termo
começou a ser utilizado no séc. IV a.c. e nesta época significava apenas a criação dos meninos.
Mas o seu significado se alargou e passou a designar também o conteúdo e o produto dessa
educação. Torna-se claro, porque, a partir do séc. IV os gregos deram o nome de Paidéia a toda
a sua tradição. Enfim, a Paidéia, é a busca do conhecimento do homem, de forma individual,
para que este possa interferir na organização política e social da pólis, a idéia principal é colocar
o homem a par de todo o conhecimento necessário para a harmonia consigo próprio e com a
comunidade ao seu redor. No final do século IV a.C., se inicia a decadência das Cidades-Estados
gregas e a cultura helênica se mistura com as das civilizações que dominam a Grécia. Desta
forma a antiga Paidéia torna-se enciclopédia, ou seja, “educação geral" que consistia na
formação do homem culto diminuindo ainda mais o aspecto físico e estético. Neste período
cresce o papel do pedagogo com a criação do ensino privado e o desenvolvimento da escrita,
leitura e o cálculo. Inúmeras escolas se espalham e da união de algumas delas (Academia e Liceu)
é formada a Universidade de Atenas, lugar de importante desenvolvimento intelectual que dura
inclusive até o período de dominação romana.

Questão 5) Em grande parte da História da educação ocidental, a noção de duplicidade (trabalho


intelectual X trabalho manual) tem se expressado em formas e concepções distintas de
educação. Esta educação, por sua vez, distingue-se entre uma formação mais prática, técnica, e
outra, mais intelectual, escolástica e distanciada das questões concretas da vida social. Discuta
como Aníbal Ponce e Franco Cambi tratam dessas dualidades, e a quais fatores históricos
atribuem sua existência e transformações ao longo do tempo.

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