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Enfermagem em Urgências e Emergências Pediátricas

SUMÁRIO

O ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA NO CONTEXTO DO SUS ............................................................... 4

A EMERGÊNCIA EM PEDIATRIA E AS ESPECIFICIDADES DESSE ATENDIMENTO .......................... 6

GERÊNCIA DO CUIDADO DE ENFERMAGEM NA PERSPECTIVA DA INTEGRALIDADE NA


EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA ............................................................................................................................. 8

DEFININDO AS SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS .......................................................... 12

EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ENFERMAGEM ....................................................................................... 13

MELHORES PRÁTICAS DE ATUAÇÃO NO TRABALHO ........................................................................... 14

REFERÊNCIAS................................................................................................................................................... 35

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INTRODUÇÃO

As unidades de emergências pediátricas recebem crianças com condições


graves de saúde, em risco iminente de morte, sofrimento intenso, com problemas
agudos e que necessitam de atendimento e tratamento imediato. Nestes locais, são
ofertados serviços de alta complexidade e com diversidade para atender à demanda
e garantir todas as manobras de sustentação à vida, propiciando condições de
continuidade à assistência no local ou em outro nível de atendimento, dentro da rede
em saúde.
A especificidade dos pacientes atendidos em pediatria, expressa pela maior
dificuldade em verbalizar suas angústias e sofrimentos durante sua internação,
requer do profissional de Enfermagem que ali atua que compreenda e acolha não
apenas a criança doente bem como sua subjetividade em se expressar.
Em 2014, no Brasil, problemas no sistema respiratório foram a principal causa
de busca aos serviços hospitalares de emergência pediátrica, seguidos de doenças
infecciosas e parasitárias e problemas no sistema digestivo, em crianças na faixa
etária de 1 a 4 anos. Já na faixa etária de 5 a 9 anos, também prevaleceram às
doenças respiratórias, seguidas das infecciosas e das lesões por envenenamento e
causas externas.
Os serviços de urgência do Sistema Único de Saúde (SUS) destinados às
crianças gravemente enfermas são também frequentados por crianças com doenças

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mais simples e não emergenciais. As famílias os utilizam como porta de entrada no


sistema, provocando, assim, elevada demanda pelos serviços e interferindo no
atendimento aos pacientes agudos, que são obrigados a enfrentar as filas que se
formam nas emergências superlotadas. Tal situação parece justificar a inadequação
da demanda por assistência hospitalar, culminando com a superlotação dos serviços
de urgências/emergências pediátricas e, consequentemente, com a baixa qualidade
da atenção prestada àqueles que realmente necessitam de atendimento de
urgência, comprometendo assim a integralidade da atenção.
Em situações de emergência, exige-se que a equipe trabalhe com rapidez e
eficácia para minimizar as situações de risco de vida. Isso implica diretamente na
qualidade da assistência, pois se o profissional não tiver habilidade técnica e
conhecimentos necessários diante a conduta a ser tomada, poderá implicar em
agravo ao quadro do paciente.
Está previsto no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem nas
responsabilidades e deveres nas relações com a pessoa, família e coletividade,
“Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de
enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.
Art. 13 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e
legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho
seguro para si e para outrem.
Art. 14 - Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e culturais,
em benefício da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da profissão”.

O atendimento de emergência no contexto do SUS

O objetivo das políticas públicas, enquanto ação é minimizar as


desigualdades sociais sejam elas raciais, culturais, econômicas, sociais e outras,
oferecendo a todos um tratamento específico conforme as suas necessidades. Em
se tratando de políticas públicas, para atender as necessidades das crianças, a
promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990, trouxe condições
favoráveis para criação de programas públicos visando à saúde da criança. Em seu
artigo 11 é assegurado o atendimento integral à saúde da criança e do adolescente,
por intermédio do SUS, garantindo o acesso universal e igualitário às ações e

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serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. Nas últimas décadas,


um dos marcos mais importante e marcante nas transformações pelas quais vem
passando o sistema de saúde brasileiro ocorreu em 1988, com a promulgação da
Constituição Federal, na qual foi determinado que a saúde é direito de todos e dever
do Estado e cria o SUS. Este só foi regulamentado, no entanto, pelas Leis Orgânicas
da Saúde nº 8080, de 19 de setembro de 1990 e nº 8142, de 28 de dezembro de
1997. A partir daí a saúde no Brasil passa por um processo contínuo de mudanças
na tentativa de consolidar este sistema e criar propostas que atendam a população
de maneira humanizada e ética. A Norma Operacional da Assistência à Saúde/SUS
01/2002 dispõe sobre a formação de níveis de complexidade, as responsabilidades
financeiras dos setores com cada nível e como deve se dar a articulação entre os
níveis devidamente hierarquizados. Estrutura-se, então, uma rede descentralizada e
hierárquica em três níveis de atenção: nível primário (postos e centros de saúde),
considerada a porta de entrada dos usuários da rede de saúde; nível secundário
(unidades mistas, ambulatórios geral, hospitais locais e regionais); e nível terciário
(ambulatórios especialistas, hospitais especializados e hospitais de especialidades).
Visando garantir aos pacientes a integralidade e acesso aos serviços, é importante
que haja um sistema de comunicação e inter-relação entre os diferentes níveis. O
sistema de referência e contrarreferência é um mecanismo administrativo, em que os
serviços estão organizados de forma a possibilitar o acesso a todos os serviços
existentes no SUS pelas pessoas que procuram as unidades básicas de saúde.
Essas unidades são, portanto, a porta de entrada para o serviço de maior
complexidade, caso haja necessidade do usuário. Asssim, as unidades de maior
complexidade são chamadas de unidades de referência. O usuário atendido na
unidade básica, quando necessário, é referenciado (encaminhado) para unidade de
maior complexidade a fim de receber o atendimento de que necessita; quando
finalizado o atendimento dessa necessidade especializada, ele deve ser
contrarreferenciado, ou seja, o profissional deve encaminhar o usuário para a
unidade de origem para que a continuidade do atendimento seja feita.
A Política Nacional de Atenção às Urgências preconiza a integração entre a
rede básica de saúde local, permitindo que o usuário tenha acesso aos serviços de
saúde nos diversos níveis de complexidade. Deixa claro que as equipes de atenção
às urgências vinculadas ao SUS devem estar em constante aperfeiçoamento para

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atender os usuários de acordo com os princípios da integralidade e humanização.


Assim sendo, serviços de emergência devem estar organizados para atender às
crianças e suas famílias, independentemente da situação de saúde, e encaminhá-los
após o atendimento para os serviços de saúde de acordo com as suas
necessidades. A Portaria nº 3.390, de 27 de dezembro de 2013, que institui a
Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) no âmbito do SUS, estabeleceu
as diretrizes para organização do componente hospitalar da Rede da Atenção à
Saúde (RAS), cuja finalidade é promover o aprimoramento dos processos
assistenciais e gerenciais na atenção hospitalar, mediante planejamento cooperativo
e solidário entre as esferas governamentais, com vistas à qualificação e
resolutividade da atenção.
Em seu Capitulo I, Artigo 4º, a PNHOSP define que os hospitais que prestam
ações e serviços no âmbito do SUS constituem-se como um ponto ou conjunto de
pontos de atenção, cuja missão e perfil assistencial devem ser definidos conforme o
perfil demográfico e epidemiológico da população e de acordo com o desenho da
RAS locorregional, vinculados a uma população de referência com base territorial
definida, com acesso regulado e atendimento por demanda referenciada e ou
espontânea. No parágrafo 2º, por sua vez, fica definido que os hospitais se
constituem, além da assistência, em espaços de educação, formação de recursos
humanos, pesquisa e avaliação de tecnologias em saúde para a RAS.
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A emergência em pediatria e as especificidades desse atendimento

Fonte: http://hospitalsaomatheus.com.br/category/pediatria/

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Com a grande demanda de pacientes na qual o serviço de emergência tem se


deparado, o papel do profissional de enfermagem, junto com a sua equipe, é o de
prestar uma assistência rápida e resolutiva para minimizar as situações de risco de
vida. A especificidade dos pacientes pediátricos encontra-se, principalmente, na
maior dificuldade em verbalizar suas angústias e sofrimentos durante sua
internação, requerendo que o profissional de enfermagem compreenda e acolha não
apenas a criança doente como também sua subjetividade em se expressar.
A criança e sua família, quando procuram pelo serviço de emergência,
necessitam de uma atenção especial em razão das suas características
psicobiológicas próprias desse grupo populacional que, em muitos casos, estão
sujeitos aos agravos decorrentes das doenças que se manifestam na infância. Esse
tipo de atendimento exige recursos materiais e humanos especializados e
preparados para que a situação de saúde da criança não se agrave.
Muitos são os fatores que colocam a criança em risco. Entre as causas que
necessitam da assistência nas unidades de atendimento de EP estão as doenças
respiratórias, as intoxicações, os estados convulsivos e os acidentes e traumas, que
provocam, muitas vezes, a parada cardiorrespiratória, que é a emergência de maior
importância na pediatria.
O atendimento por livre demanda ainda é muito frequente, principalmente nos
serviços vinculados ao SUS, onde são também frequentados por crianças com
doenças mais simples, e as famílias os utilizam como porta de entrada do sistema,
provocando elevada procura pelo serviço e interferindo no atendimento aos
pacientes agudos.
Na assistência pediátrica, que envolve média e alta complexidade, como
também a cronicidade e gravidade dos casos, os profissionais devem considerar a
incorporação constante de novos conhecimentos sobre doenças raras, sobre
limitações do desenvolvimento e maturação dos pacientes, e o uso de tecnologias
de ponta. Além disso, é importante a valorização do saber do paciente pediátrico
sobre o seu processo de adoecimento, sobre as relações vivenciadas durante a sua
internação e sobre o seu direito de expressão, fornecendo subsídios para que o
profissional de saúde possa refletir e repensar acerca de suas práticas com vistas a
uma assistência integral e acolhedora.

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Neste movimento de reflexão, cabe destacar que nas emergências


pediátricas, o foco da atenção é prioritariamente, mas não exclusivamente, a
criança, pois esta tem direito a um acompanhante, que também deve ser alvo da
assistência. Assim, o processo de trabalho da equipe de enfermagem deve estar
centrado na prática assistencial, educativa e na administração do serviço de saúde,
bem como na necessidade de cuidar das crianças em situação de emergência e
seus acompanhantes.
Neste contexto, o processo de trabalho em saúde se dá no momento do
encontro profissional-usuário sendo, portanto, um trabalho vivo em ato. Isto é, trata-
se do encontro entre os acompanhantes e as crianças atendidas na EP com os
profissionais de saúde. Além disso, o processo de trabalho em saúde envolve a
configuração de uma complexa rede com os elementos relativos aos sujeitos
(necessidades, desejos, interesses), às redes sociais (modo de produção,
mecanismos de modelação ideológica) e à própria gestão dos serviços de saúde
(políticas públicas, financiamentos, estratégias de gestão).
Portanto, destaca-se que as ações de enfermagem não estão restritas a
procedimentos técnicos, há grande valorização do cuidado humanizado prestado à
criança hospitalizada e ao seu familiar cuidador. Neste momento, podemos inferir
que o enfermeiro como líder da equipe defronta-se com vários desafios para o
gerenciamento do cuidado no serviço de emergência; portanto, além de
conhecimento técnico e cientifico, deve ter habilidade para organizar o trabalho,
adequando-o às condições de atendimento disponíveis à quantidade e gravidade do
quadro clinico dos pacientes que procuram este serviço.

Gerência do cuidado de enfermagem na perspectiva da integralidade na


emergência pediátrica

O hospital moderno é uma organização complexa que incorpora o avanço


constante de conhecimentos e tecnologia, no qual diferentes profissionais ligados à
área de saúde exercem suas atividades. Entre eles, o enfermeiro é um dos
responsáveis pela assistência prestada ao cliente e desempenha funções
administrativas e assistenciais com vistas à realização do cuidado. Para a realização
destas funções, o enfermeiro adapta constantemente o seu processo de trabalho, ao

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mesmo tempo em que tem o usuário como eixo central de suas ações. A tomada de
decisão permeia o processo de trabalho do enfermeiro cotidianamente e é
considerada a função que caracteriza o desempenho da gerência.
Gerência é a arte de pensar, de decidir e de agir. É a arte de fazer acontecer,
de obter resultados que podem ser definidos, previstos, analisados e avaliados, mas
que tem que ser alcançados pelas pessoas em uma interação humana constante. A
gerência constitui um importante instrumento para a efetivação de políticas,
incorporando um caráter articulador e integrativo, ou seja, a ação gerencial é
determinada e determinante do processo de organização de saúde e fundamental na
efetivação de políticas sociais e, em específico, as da saúde.
Consideramos, então, que a gerência é a maneira de utilizar diversos
recursos organizacionais, quais sejam: humano, materiais, financeiros, de
informação e tecnologia, para alcançar objetivos e atingir elevado desempenho. É o
processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos recursos
organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz.
O planejamento é a primeira função administrativa, porque sem planejamento não se
pratica gerência. O planejamento se inicia à medida que se determinam objetivos a
serem alcançados, se definem estratégias e políticas de ação e se detalham planos
para conseguir alcançar os objetivos. Desta forma, é estabelecida uma sequência de
decisões que incluem a revisão dos objetivos propostos, alimentando um novo ciclo
de planificação. Logo, o princípio básico para uma boa gestão é o planejamento, já
que é a partir dele que se norteia todo o processo gerencial e dá suporte para a
tomada de decisão para implementar atividades. Quando o planejamento é bem
feito, o trabalho é realizado com qualidade, com o melhor uso dos recursos humanos
e materiais e há, também, um melhor controle de custos.
Outra função gerencial é a organização, que significa “estabelecer a estrutura
para executar os planos, determinando o tratamento mais adequado a ser dado ao
paciente e agrupar as atividades para atingir as metas da unidade. Incluem, também,
o trabalho dentro da estrutura da organização, a compreensão e utilização do poder
e da autoridade. A direção, enquanto uma das funções gerenciais, implica em várias
atividades relacionadas com o recurso humano e por isso é através dela que são
tomadas decisões, emitidas as ordens, orientações e supervisão do esforço dos
subordinados, no sentido de alcançar os objetivos definidos no planejamento .

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O controle é a função administrativa, que tem a ver com o planejado e o


realizado, ou seja, com o desejado e o obtido, com o orçado e o efetivado. Dessa
forma, o controle fecha o ciclo aberto pelo planejamento. A essência do controle
reside na verificação se a atividade controlada está ou não alcançando os resultados
desejados. Parte-se do princípio de que estes resultados foram previstos e precisam
ser controlados. Assim, o controle pressupõe a existência de objetivos e de planos,
pois não se pode controlar sem planos que definam o que deve ser feito.
O enfermeiro no seu dia a dia realiza junto a sua equipe funções de
planejamento, organização, direção e controle. A execução de cada uma dessas
funções ocorre em maior ou menor frequência, mas todas estão presentes.
A gerência em enfermagem é uma atividade que facilita a integração entre a
equipe de saúde a fim de tornar possível o processo de cuidar, seja ele individual ou
coletivo. Para o exercício da gerência requerido por este estudo, buscou-se base
teórica dentro da ciência da administração e usou-se as funções administrativas para
o processo de trabalho da gerência em enfermagem.
Nessa perspectiva, o planejamento como um instrumento do processo de
trabalho gerencial pode ser definido como a arte de fazer escolhas e de elaborar
planos para favorecer um processo de mudança. Compreende, assim, um conjunto
de conhecimentos práticos e teóricos ordenados de modo a possibilitar a interação
com a realidade, programar as estratégias e as ações necessárias para alcançar os
objetivos e metas desejadas e pré-estabelecidas.
As transformações ocorridas nos setores político, econômico, social e cultural
da sociedade, bem como o surgimento de novas tecnologias, têm levado as
organizações hospitalares a buscarem novas concepções gerenciais, a fim de se
tornarem mais eficientes e eficazes no atendimento das doenças e seus clientes. O
gerenciamento em enfermagem pode ser historicamente contextualizado a partir da
segunda metade do século XX. Desde este período, o trabalho da enfermagem é
organizado de modo que o saber administrativo e a prática propriamente dita são
dissociados, ou seja, separe-se a organização e a execução do cuidado.
A partir deste ponto é possível distinguir o processo de cuidar do processo de
gerenciar: o primeiro expressa a execução dos cuidados de enfermagem para a
obtenção do atendimento integral com vistas às necessidades de saúde da
população, o segundo tem como objetivo a organização do trabalho e os recursos

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humanos necessários à efetivação de tal cuidado.


Analisando o cuidado como cerne do processo do trabalho de enfermagem,
compreende-se que o gerenciamento pressupõe a qualidade do mesmo, e que,
portanto, a cisão entre as dimensões assistencial e gerencial compromete o alcance
do cuidado, acarretando conflitos no trabalho deste profissional com sua prática, na
relação com a equipe de enfermagem e com a equipe multiprofissional.
Conceitualmente, a gerência do cuidado envolve uma relação dialética entre o saber
fazer gerenciar e o saber fazer cuidar, o que possibilita, assim, uma interface entre
eles na prática profissional. Caracteriza-se por ações expressivas e instrumentais de
cuidado direto e indireto, além de articulação e interface dos aspectos técnicos,
políticos, social, comunitário, de desenvolvimento da cidadania e organizacionais,
que envolvem a práxis do enfermeiro em cenário hospitalar, nos diferentes níveis
hierárquicos e em quaisquer instituições de saúde. As ações da gerência do cuidado
de enfermagem estão relacionadas às ações do cuidado direto e àquelas do cuidado
indireto, de caráter instrumental, caracterizadas por ações que requerem habilidades
técnicas e gerenciais.
Elas têm o intuito de planejar o ambiente terapêutico, inclusive equipamentos
e materiais necessários, possuindo caráter expressivo, que englobam aspectos
subjetivos, além de influenciar e serem influenciadas pelos aspectos objetivos que
envolvem a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e a organização
do trabalho da equipe de enfermagem. Ambas são ações realizadas pelo enfermeiro,
de forma integrada e articulada, com o objetivo de oferecer um cuidado
sistematizado de qualidade aos usuários do serviço em saúde.
As várias funções desempenhadas pelo enfermeiro – cuidar, educar,
coordenar, colaborar e supervisionar – devem ser desenvolvidas de maneira
integrada e, portanto, indissolúvel uma das outras. Tendo em vista um atendimento
integral a coordenação do cuidado, é um dos papeis mais importantes em um
ambiente hospitalar, visto que, entre suas atribuições, o enfermeiro possibilita a
integração entre os serviços e outros profissionais da equipe multiprofissional.
As atividades gerenciais do enfermeiro devem ter como finalidade o alcance
de um cuidado de qualidade, visto ser este o traço principal do processo de trabalho
da enfermagem. Dessa forma, na medida em que o gerenciamento de enfermagem
está articulado com a prática do cuidado, ambos voltados para o atendimento das

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necessidades de saúde, ele pode contribuir com o cuidado integral e com o alcance
da integralidade da atenção. Neste movimento de reflexão, o trabalho gerencial do
enfermeiro tem potencial para redefinir o modelo de atenção, pois permite a
produção do cuidado, por meio de ações que visam à intervenção em saúde,
incidindo exatamente no momento operacional.
Para tanto, o enfermeiro deve amparar o seu processo de trabalho utilizando
tecnologias gerenciais, a fim de tornar-se um agente de mudança da realidade dos
serviços de enfermagem das instituições de saúde, de forma que o cuidado
gerenciado nas instituições seja capaz de extrapolar o tecnicismo, incorporando
conhecimentos e atitudes de maneira racional e sensível.

Definindo as situações de emergências pediátricas

Fonte: https://www.secad.com.br/blog/medicina/novo-programa-de-atualizacao-aborda-a-emergencia-

pediatrica/

Concordando com Santos et al “[...] a situação de emergência é geralmente


assustadora, ela necessita das mais rápidas e melhores formas de pensar e agir,
pois a palavra emergência são eventos inesperados e que pedem atendimento
imediato no qual devemos enfrentá-los e fazer a coisa certa com rapidez e
eficiência”.
As situações de emergência na infância são traumáticas, tanto para a criança
quanto para os pais e familiares, pelo risco iminente de morte e devido à
necessidade de intervenção imediata pela equipe de saúde, onde por vezes estão
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focados no atendimento deixando os familiares de lado e sem notícias do quadro do


paciente até a estabilização do mesmo.
Para conseguir atender com seriedade, comprometimento, ética e habilidade
é importante que os profissionais possuam conhecimento atualizado acerca das
condutas a serem tomadas no momento da emergência para assegurar uma
assistência livre de danos, bem como negligencia, imprudência ou imperícia.

Educação permanente na enfermagem

Fonte: https://www.enfermagemnovidade.com.br/2017/05/educacao-permanente-nos-servicos-de-saude.html

De acordo com Ministério da Saúde “A Educação Permanente é


aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano
das organizações e ao trabalho. Propõe que os processos de educação dos
trabalhadores da saúde se façam a partir da problematização do processo de
trabalho, e considera que as necessidades de formação e desenvolvimento dos
trabalhadores sejam pautadas pelas necessidades de saúde das pessoas e
populações. Os processos de educação permanente em saúde têm como objetivos a
transformação das práticas profissionais e da própria organização do trabalho”.
A enfermagem pela sua essência e formação está vinculada a educação. De
alguma maneira sempre está orientando um paciente quanto aos cuidados ao utilizar
suas medicações, bem como aos familiares a cuidarem em casa de dispositivos
instalados no o que constata que educação e a enfermagem são indissociáveis.
A educação permanente pode direcionar para a melhoria da assistência de
enfermagem, promovendo a satisfação profissional e melhorando as condições no
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trabalho.

Melhores práticas de atuação no trabalho

Fonte: https://www.secad.com.br/blog/enfermagem/o-papel-do-enfermeiro-na-promocao-da-saude-infantil/

Cada profissional é responsável pelo trabalho que desenvolve de acordo com


os recursos materiais e/ou humanos oferecidos pela instituição onde atua.
Nesta ótica, pressupõe que para que o profissional, preste uma assistência
dentro dos preceitos éticos da profissão e com qualidade, necessita ser
treinado/qualificado/aprimorado melhorando assim suas práticas de atuação.
“Todo investimento em treinamento e qualificação de pessoal, quando bem
planejado e desenvolvido, é capaz de produzir mudanças positivas no desempenho
das pessoas”.
Para alcançar as melhores práticas se faz necessário “considerar o
trabalhador de saúde um ser cognoscente, corresponsável pelo suprimento de suas
necessidades e pelo estabelecimento relações entre os membros da equipe,
fortalece a noção de que este sujeito lida com o conhecimento, aprende, troca,
elabora, reelabora, transforma o conhecimento explícito em tácito e o tácito em
explícito. Como membro de uma organização, é capaz de articular conhecimento e,
nesse vai e vem das relações, melhorar as práticas de saúde e de cuidado.”

O trabalho da enfermagem em emergência pediatrica na perspectiva dos


acompanhantes

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Nas ultimas décadas, as emergências hospitalares públicas pediátricas


viveram períodos de superlotação, pois a demanda era maior que a oferta de
serviço. Isso aconteceu, pois nestes locais eram atendidas situações que não
configuram emergência em saúde e poderiam ter sido resolvidas em locais de menor
complexidade, como a atenção básica. A elevada proporção de crianças com
problemas de saúde passíveis de serem solucionados no nível primário de atenção e
que enchem os hospitais trazem repercussões ao processo de trabalho da equipe de
enfermagem.
Nas emergências pediátricas, o foco da atenção é prioritariamente, mas não
exclusivamente a criança, pois esta tem direito a um acompanhante, que também
deve ser alvo da assistência. Nestes locais, o processo de trabalho da equipe de
enfermagem deve estar centrado na prática assistencial, educativa e na
administração do serviço de saúde, bem como, na necessidade de cuidar das
crianças em situação de emergência e seus acompanhantes.
Neste sentido, o processo de trabalho em saúde se dá no momento do
encontro profissional-usuário sendo, portanto, um trabalho vivo em ato. Isto é, trata-
se do encontro entre os acompanhantes e as crianças atendidas na emergência
pediátrica hospitalar com os profissionais de saúde. Além disso, o processo de
trabalho em saúde envolve a configuração de uma complexa rede com os elementos
relativos aos sujeitos (necessidades, desejos, interesses), às redes sociais (modo de
produção, mecanismos de modelação ideológica) e à própria gestão dos serviços de
saúde (políticas públicas, financiamento, estratégias de gestão).
Cuidar da clientela pediátrica requer do profissional, o cuidado técnico e o
cuidado subjetivo que envolve a singularidade, a individualidade e a forma como a
criança expressa seus sentimentos e emoções. Assim, quando a mesma se
encontra em situação de risco de morte, em uma unidade de emergência, é
necessário um plano de cuidado de enfermagem, que contemple os cuidados
necessários e indispensáveis para manutenção da vida, bem como promover
atenção ao seu acompanhante.
A ausência de relação humanizada entre profissionais assistencialistas,
especificamente o enfermeiro, no tocante à criança e o acompanhante pode alterar o
processo de trabalho da equipe de enfermagem de maneira a trazer repercussões

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negativas na recuperação clínica da criança, prolongando o período de permanência


no hospital, acentuando as suas fragilidades e comprometendo a assistência
prestada.
Na tentativa de melhorar a resolutividade nos serviços de emergências
hospitalares, o governo federal criou no ano de 2011, a Rede de Atenção as
Urgências e Emergências (RUE) no âmbito do SUS, que encontrou reforço para sua
implementação com o Programa SOS Emergência, em 2012.
A criação e a efetivação de novas politicas públicas na reorganização dos
serviços de urgência e emergência, na lógica do atendimento em rede, refletem
diretamente na prática assistencial, no processo de trabalho e no cuidado de
enfermagem.
A área de conhecimento do gerenciamento de enfermagem, onde localiza-se
o processo de trabalho da equipe de enfermagem, vem sendo estudada pela
perspectiva do enfermeiro, focado na preocupação no processo ensino
aprendizado, na capacitação dos profissionais de enfermagem através da educação
em saúde, na qualidade da assistência, com foco no processo e produto8. Outros
estudos abordaram primordialmente o gerenciamento dos serviços hospitalares de
assistência a adultos, e não conferiram visibilidade ao processo de trabalho de
enfermagem no setor de emergência pediátrica através do acompanhante da
criança, que também é um usuário do serviço.
No âmbito internacional, os estudos demonstraram que o foco estava na
família e nos profissionais de saúde, com maior preocupação no atendimento de
emergência na atenção primária e com cuidados domiciliares as crianças, a fim de
evitar atendimentos de emergência desnecessários.
Mediante a invisibilidade do processo de trabalho de enfermagem no setor de
emergência pediátrica, frente a perspectiva do acompanhante, ainda, no contexto
das novas políticas públicas de reorganização das redes de atenção às
emergências, justifica-se a realização deste estudo. A questão que norteou este
estudo foi: Quais são as percepções dos acompanhantes sobre o trabalho da equipe
de enfermagem no atendimento a criança em situação de emergência? Sendo
assim, objetivou-se: analisar o processo de trabalho da equipe de enfermagem no
cuidado de crianças em situação de emergência na perspectiva do acompanhante.
Pediátrica estes devem ser realizados em sala e local próprios e separados do

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atendimento de adultos, sendo respeitada a dimensão de 8,5m por leito.


O ambiente de trabalho também deve ser um lugar seguro para que os
profissionais de saúde possam prestar assistência de modo rápido e eficaz. Nas
emergências pediátricas a iluminação natural e a artificial são de extrema
importância, pois ambas bem projetadas podem originar estímulos tranquilizadores e
acolhedores nas crianças e acompanhantes, atendendo parte da necessidade de
bem estar biológico e psicológico. Um setor de trabalho saudável para a equipe de
enfermagem deve ser bem iluminado, visto que o cuidado desenvolvido por esses
profissionais é por vezes cansativo e envolve esforço físico, evitando a fadiga e o
esforço visual desnecessário.
É importante ter em mente que quando os usuários escolhem os serviços de
saúde onde desejam ser atendidos, o fazem com base na área geográfica, na
resolutividade, na qualidade, na agilidade, no acesso, no acolhimento prestado e
pelas informações disponíveis em sua rede. Deste modo, a rede assume papel
importante, na manifestação das necessidades, desejos e interesses, bem como, no
modo de produção e mecanismos de modelação ideológica dos indivíduos que a
compõe.
Os indivíduos inseridos na rede social dos acompanhantes de crianças
atendidas na emergência pediátrica também podem ser corresponsáveis por romper
com o modelo ideológico de responsabilização da assistência, apenas por parte dos
profissionais e gestores. Os usuários do SUS devem ser ativos e atuantes na
construção de um sistema de saúde melhor, através do controle social e atividades
de fiscalização. Os acompanhantes das crianças, na qualidade de usuários, devem
ter voz ativa e representativa no Conselho Nacional de Saúde, na ouvidoria
hospitalar, e no encontro como os profissionais de saúde, fortalecendo assim a rede.
Assim, profissionais gestores e usuários buscam um modelo de produção de saúde
que seja revertido em resolutividade na assistência.

A gestão dos serviços de saúde: recursos materiais e estrutura física

No contexto da emergência pediátrica, os profissionais de enfermagem são


fundamentais na gestão e no processo de trabalho. Assim, o enfermeiro, como
responsável pela equipe de enfermagem e detentor de conhecimento clínico, deve

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ser o responsável pelo fluxo de atendimento dos usuários de acordo com


acolhimento e classificação de risco. A reorganização no atendimento da
emergência pediátrica, seguindo os protocolos estabelecidos e priorizando o
atendimento dos casos graves, pode contribuir para a diminuição do risco de morte e
para o aumento da expectativa de vida.
Em nosso país, não existe a obrigatoriedade dos enfermeiros que trabalham
nos setores de emergência serem especialistas ou capacitados na área. Entretanto,
ele deve prestar uma assistência dentro dos preceitos éticos da profissão, com
qualidade e comprometido em melhorar cada vez mais o cuidado prestado à criança
e em atender aos interesses do usuário. No processo de trabalho, o enfermeiro e
sua equipe devem ser competentes, treinados, qualificados, melhorando assim sua
prática de atuação. Pois, o trabalho em situação de risco eminente de morte exige
um cuidado rápido, interativo, complementar e multiprofissional.
Diferente da realidade brasileira, nos Estados Unidos, é obrigatório que o
enfermeiro faça o curso de dois anos de capacitação antes de desenvolver sua
prática assistencial em unidades de emergência pediátricas para só então poder
trabalhar neste setor.
Neste país, ainda existem várias equipes de enfermeiros que trabalham na
emergência pediátrica, dividindo a assistência em áreas, como por exemplo: equipe
de ressuscitação cardio pulmonar, de acessos venosos e entre outras.
A equipe de enfermagem é permanente e constante nos serviços de
emergência pediátrica. Esses profissionais são os responsáveis por manter o padrão
no atendimento, gerenciar riscos e garantir a qualidade16. Com base nas falas dos
acompanhantes de criança atendidas em situação de emergência, identificou-se que
a ideologia do processo de trabalho está centrada na rapidez do atendimento, na
atenção e na capacidade dos enfermeiros em prestar o cuidado humanizado, o que
não requer, necessariamente, dedicar mais tempo à criança, ou ter condições de
trabalho ideais. Basta, portanto, saber dirigir palavras de conforto e segurança, dar
real atenção à pessoa, conversar com ela, e deixar que se manifeste.
A humanização no processo de trabalho de enfermagem também manifesta-
se através de uma comunicação efetiva, que é adequada quando ocorre de modo
individualizado, sempre que os profissionais relacionam-se com os acompanhantes
de um modo carinhoso, amoroso, respeitoso e desenvolvendo escuta sensível.

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Assim, se estabelece uma relação de ajuda, confiança e cria-se um vínculo entre os


profissionais, crianças e acompanhantes, o que facilita o processo do cuidado. Deste
modo, a comunicação é um meio de tornar o atendimento de emergência menos
traumático.
Assim, tem-se que o modelo de cuidado e gestão em saúde predominante
ainda é o curativo, não devendo, neste sentido, excluir a oportunidade de trabalhar
os aspectos relativos à prevenção. Existe uma maior valorização da doença, com a
necessidade da busca pelo atendimento de emergência, que por muitas décadas
superlotou os hospitais. Foi necessário o investimento em políticas públicas
específicas, como Humaniza SUS, Rede de Urgência e Emergência e o SOS
Emergência para garantir o acesso aos hospitais nos casos realmente de
emergência. Apesar de avanços e investimentos também na Atenção Primária em
Saúde, o modelo preventivo ainda é emergente em nosso país.
A gestão dos serviços de saúde é inerente ao processo de trabalho da equipe
de enfermagem. Aspectos como a infraestrutura hospitalar e o mobiliário interferem
na assistência prestada. A manutenção dos bens duráveis, bem como a adequação
para o perfil da clientela atendida é de responsabilidade dos gestores em saúde e
dos enfermeiros. Cabe a este profissional gerir as unidades de emergências e
identificar deficiências no acesso, eficiência e qualidade nos atendimentos, bem
como discutir, negociar e decidir acerca da alocação dos recursos financeiros do
hospital Ainda, no que se refere à estrutura e os recursos físicos no setor de
emergência pediátrica, estes devem proporcionar um ambiente seguro para a
criança, seu acompanhante e profissional de saúde. Deste modo, almeja-se uma
assistência livre de riscos e sem agravos a situação de vulnerabilidade a qual a
criança já está exposta.
A manutenção da segurança da criança aumenta quando a equipe de
enfermagem recebe treinamento constante. Assim, é capaz de prever as possíveis
ameaças advindas dos riscos relacionados à segurança do paciente, como: erros de
medicação, uso inadequado e/ou falta de equipamentos, recursos humanos, no que
se refere à falta de habilidade técnica, bem como, na comunicação ineficiente entre
os diferentes profissionais de saúde e acompanhantes. Na tentativa de minimizar os
riscos na segurança do paciente, a equipe de enfermagem deve receber treinamento
por meio de simulações do cuidado ao usuário. Esta modalidade apresenta como

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vantagem identificar ameaças latentes na segurança do paciente, identificar lacunas


no conhecimento dos profissionais, e reforçar comportamentos de trabalho positivos
em equipe.
Para os acompanhantes deste estudo, a segurança da criança é garantida
com o uso de mobiliário como cama e berços com grades que funcionem e evitem o
risco de queda. Além disso, a disponibilidade, funcionalidade e número adequado de
monitores e aparelhos para assistência em saúde, também foram apontados como
inerentes ao processo de trabalho da equipe de enfermagem no cuidado de crianças
em situação de emergência.
As camas e berços, bem como os monitores devem ser estar em número e
tamanho adequados, em perfeita condição para uso, garantindo conforto,
privacidade e recuperação em segurança. A disposição deste mobiliário e material
deve ser uma ferramenta facilitadora do processo de trabalho, das relações
interpessoais entre usuário e equipe de modo acolhedor, resolutivo e humano20.
Os recursos tecnológicos, como os monitores auxiliam no atendimento da
criança e devem estar funcionando em quantitativo adequado ao número de leitos. A
imprevisibilidade dos recursos materiais e equipamentos para o cuidado de
enfermagem, além de dificultar o planejamento das ações, por vezes, expõem o
usuário ao improviso, riscos e o trabalhador às situações constrangedoras.
A legislação brasileira que regulamenta o funcionamento dos hospitais
determina nos artigos 50 a 55 que as unidades de emergência devem dispor de
materiais e equipamentos adequados a complexidade do serviço, necessários ao
atendimento de sua demanda, devendo estar devidamente regularizados junto a
esse órgão.
Na unidade devem constar instruções escritas referentes à utilização de
equipamentos e materiais, manutenções preventivas e corretivas nos equipamentos
e uma reserva operacional, segundo fabricante ou serviço de engenharia da
instituição.
A estrutura hospitalar também deve garantir privacidade e conforto ao usuário,
além de ser um local limpo, livre de fontes de contaminação. Em hospitais com
atendimento de emergência

CORPOS ESTRANHOS NAS VIAS AÉREAS SUPERIORES

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1. Os corpos estranhos das vias aéreas superiores são os que produzem,


geralmente, quadro mais alarmantes.
2. Pode suceder nos casos de corpos estranhos múltiplos.
3. Somente a administração rápida de oxigênio, seguida de broncoscopia,
poderá salvar estas crianças.

OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS

1. Perguntar à vítima consciente: Você está engasgado?


2. Se a vítima acenar positivamente com a cabeça
3. Abrir vias aéreas
4. Inspecionar a boca e remover objetos se houver
5. Não elevar a língua e mandíbula
6. Não realizar varredura digital às cegas
7. Se vítima consciente: manobra de Heimlich
8. Se vítima inconsciente: RCP sem compressões abdominais.

Manobra de desobstrução das VAS

Figura: manobra de Heimlich


Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/366698/

1. O médico deve recorrer, sempre que possa ao auxílio dos Raios X.


2. Se confirmado, a conduta será sempre manter a criança em repouso,
se possível em jejum ou com alimentação líquida, até que o broncoscopista possa

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selecionar o material adequado e retirar o corpo estranho por via endoscópica.


3. Na grande maioria das vezes, os corpos estranhos podem ser retirados
das vias aéreas por meio da laringoscopia e broncoscopia.

APRESENTAÇÃO CLÍNICA E DIAGNÓSTICO

1. Auriculares
2. Nasais
1. Esofágicos
2. Laríngeos e traqueais
3. Brônquicos

CONDUTA NA EMERGÊNCIA
✓ Remoção no canal auditivo externo: é de fácil execução, utilizando-se
aspiração, alça de arame, cureta ou pinça. Pode-se usar irrigação para objetos que
não sejam vegetais. Afogue um inseto vivo com óleo mineral ou álcool a 95% antes
de retirá-lo.
✓ Antes de tentar remover um corpo estranho nasal, contenha a criança
com a cabeça imobilizada, anestesie a mucosa nasal com spray de lidocaína a 4%,
reduza o edema com gotas nasais de fenilefrina a 0,5% e proceda à sucção das
secreções para aumentar a visualização do objeto. O uso de uma cureta ou pequena
pinça “jacaré” em geral é bem-sucedido.
✓ O tratamento de um corpo estranho esofágico é remoção durante
esofagoscopia.
✓ O tratamento dos corpos estranhos na laringe ou traqueia é
controverso. Se o paciente tem algum grau de dificuldade respiratória, convoque um
anestesista e um otorrinolaringologista e experimente um golpe abdominal.

INDICAÇÕES PARA INTERNAÇÃO

1. Corpo estranho esofágico, traqueal ou brônquico.


2. Corpo estranho no canal auditivo externo, nariz ou laringe que não foi
removido durante o atendimento de emergências.

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SUPORTE DE VIDA EM PEDIATRIA

1. Manobras de RCP
2. A – Abertura das vias aéreas (Airway)
3. B – Respiração (Breathing)
4. C – Circulação (Circulation)

Sequência do ABC

Figura: Sistema ABC


Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/366698/

RCP em crianças (1-8 anos) Guidelines 2005

1. RCP em crianças desta idade é similar aos adultos, a compressão e


ventilação são também 30:2. Há, no entanto 3 diferenças.
2. Se você estiver sozinho deve executar RCP durante dois minutos
antes de ligar 192.
3. Use uma só mão para efetuar as compressões torácicas.
4. Pressione o esterno e faça-o baixar 2 a 3 centímetros (1/3 do seu
diâmetro).
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Se o lactente (0-12 meses) ou a criança maior de (1-8 anos) não responde e


você está sozinho, comece a RCP imediatamente. Continue por um minuto e então
chame por socorro.
✓ Avaliando a consciência
✓ Abertura de vias aéreas
✓ Abertura de vias aéreas
✓ Ver-ouvir-sentir
✓ Respiração boca/nariz/boca em lactentes
✓ Compressão torácica em lactentes

COMPRESSÃO TORÁCICA EM MAIORES DE 8 ANOS E EM ADULTOS


TRAUMA

1. É uma das principais causas de morte nos pacientes pediátricos.


2. Mais comuns:
3. Crânio-encefálico
4. Tórax
5. Abdômen

ABERTURA DE VIAS AÉREAS NO TRAUMA

FONTES DO TRAUMA

1. Infante (1-12 meses): queimaduras, uso indevido de equipamentos,


quedas do berço.
2. 1ª infância (1-3 anos): queda de altura, acidentes em brinquedos,
envenenamentos (ingestão de substâncias tóxicas).
3. Pré-escolar e escolar (4-12 anos): atropelamentos, acidentes com
bicicletas, acidentes na prática de esportes.
4. Adolescentes (13-18 anos): acidentes em veículos motorizados, em
bicicletas, em práticas esportivas, ferimentos por armas.

TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO

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Fonte:https://v2.afilio.com.br/tracker.php?banid=4409684&campid=30969;2113&siteid=36550&aff_xtra=5bae3
5474cbe3f3f9e45294f

1. Resultante, quase sempre, de quedas, acidentes automobilísticos ou


agressões físicas.
2. São frequentes as hemorragias intracranianas, provocadas por ruptura
de vasos.
3. Alguns ferimentos, como fraturas com “afundamento”, fraturas abertas,
hemorragias epidurais e subnutrais, indicam sempre intervenção cirúrgica.
4. A avaliação neurológica da criança pode ser feita através da escala de
Coma de Glasgow modificada.

TRAUMATISMO TORÁCICO

Mais frequente na pré-infância e idade escolar, com o aparecimento de


contusões pulmonares, rupturas de brônquios, fraturas de costelas e lesões de
esôfago (mais ocasionalmente).

CHOQUE HIPOVOLÊMICO

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Fonte: http://www.minutoenfermagem.com.br/postagens/2016/06/22/choque-hipovolemico/

O volume sanguíneo normal, em uma criança, é cerca de 8 a 9% do seu peso


total, ou 80 a 90 ml/Kg. O choque hipovolêmico ocorre quando há uma perda de
40% ou mais desse volume. Com perdas menores, de 25 a 40% aparecem sinais e
sintomas do choque.
Uma criança em choque hipovolêmico apresenta-se hipotensa, bradicardia,
comatosa, pálida e com a pele fria, com acentuada queda do volume urinário.

Valores normais de SSVV:


Infante:
✓ FC: 140 a 160 bpm
✓ FR: 40 ipm
✓ Pressão sistólica: 80 mmHg

Criança maior:
✓ FC: 140 bpm
✓ FR: 30 ipm
✓ Pressão sistólica: 90 mmHg

PARADA CÁRDIO-RESPIRATÓRIA

Raramente é um evento primário em crianças; geralmente é secundária á


hipóxia causada pela parada respiratória.
✓ Ventilação/respiração

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✓ Circulação
✓ Desfibrilação

SALA DE ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA

Fonte: http://www.saocristovao.com.br/site/ps-infantil

1. Recebimento da criança, com a imediata acomodação na mesa de


exames e retirada de toda a roupa e outros objetos pessoais. Avaliação
concomitante das condições neurológicas: alerta, respondendo ou não a estímulos
verbais e dolorosos, inconsciente.
2. Ventilação com máscara e ambu: aspirações de secreções orais.
3. Massagem cardíaca externa se for o caso.
4. Infantes: 100 compressões/minuto.
5. Crianças maiores: 80-100 compressões/minutos.
6. Monitorização cardíaca e estabelecimento de uma via de acesso
venosa, com coleta de sangue para exames laboratoriais.
7. Oferta de material para a intubação endotraqueal e fixação do tubo.
8. Passagem de sonda nasogástrica.
9. Administração de drogas e soluções.
10. Controle de pulsos carotídeos, femorais e braquiais.
11. Apresentação de material para procedimentos médicos invasivos:
dissecção de veia, drenagem de tórax, cateter em subclávia etc.
12. Estabilização de fraturas e proteção a ferimentos.
13. Cateterismo vesical de demora.
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14. Controle da temperatura.


15. Apresentação de material para a desfibrilação, se necessário (ajuste da
carga elétrica).
16. Registro de traçados eletrocardiográficos.
17. Apresentação e instalação, com o médico, do aparelho para a
ventilação mecânica.
18. Anotações de enfermagem. Preparo da criança para a transferência:
UTI ou Sala de repouso e Observação.

PONTOS IMPORTANTES NA ASSISTÊNCIA

1. Vigilância constante;
2. Ventilação;
3. Fixação do tubo endotraqueal;
4. Preparo da pele para a punção intraóssea;
5. Combate à hipotermia;
6. Posição no leito;
7. Restrições no leito;
8. Acompanhante;
9. Administração de drogas e soluções;
10. Transporte.

ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NA PEDIATRIA

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Fonte: https://www.unimed.coop.br/web/vitoria/noticias/ps-pediatrico-adota-acolhimento-com-classificacao-
de-risco

Na classificação de risco o atendimento deve ser priorizado de acordo com a


gravidade clínica do paciente, e não com a ordem de chegada ao serviço (SOUZA,
et al, 2011).
O enfermeiro tem sido o profissional indicado para avaliar e classificar o risco
dos pacientes que procuram os serviços de urgência, devendo ser orientado por um
protocolo direcionador.
O Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR) em pediatria consiste em
uma avaliação dos pacientes de forma dinâmica, ágil e humanizada embasado em
um protocolo, possibilitando identificação de sinais de alerta, apresentação de
doenças ou agravos conferindo uma atenção centrada no nível de complexidade e
não na ordem de chegada. Ou seja, podendo melhorar o atendimento nas portas de
entrada das unidades de urgência e emergência pediátricas (MAGALHAES et al.,
2011).
De acordo com Tacsi e Vendruscolo (2004), os serviços hospitalares de
emergência pediátrica, recebem uma demanda elevada de pacientes, e
concomitante a isso, devem demonstrar rapidez e eficácia. O fato de se trabalhar
com a criança em estado grave traz uma diversidade de respostas subjetivas que
resultam de uma relação intensa que se estabelece com a criança e sua família,
característica dos seres humanos e dos profissionais que atuam no serviço.
No entanto, é na classificação de risco que se nota um potencial crescimento
de vagas no mercado de trabalho para enfermeiros. Em se tratando de pediatria é de
suma importância um conhecimento prévio sobre criança, bem como é valida a
experiência de trabalhar com criança em situação de risco (MAURER, 2010).
Considera-se que a assistência de enfermagem a criança na triagem de um
serviço de emergência deve ser um atendimento amplo, abrangendo os dados
trazidos pela família, tentando extrair rapidamente suas necessidades principais.
Porém, é muitas vezes nesse momento que o enfermeiro peca, a avaliação da
criança focada na ectoscopia e no exame físico dirigido nas queixas sinalizadas
pelos pais, cuidadores ou responsáveis. Tal processo configura-se como
imprescindível, uma vez que o paciente e/ou responsável é incapaz de identificar
casos de emergência ou usa de má fé para se beneficiar da facilidade que esse
serviço oferece, refletindo no tempo de espera e na superlotação das emergências.
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(GATTI, 2004).
A avaliação da criança como um todo é fundamental para realizar uma boa
avaliação primaria. Perguntas sobre comportamento da criança incluindo apetite,
eliminações e variabilidade das respostas das crianças são valiosas (MAURER,
2010).
Concomitante às técnicas utilizadas para verificar os pacientes em risco,
busca-se no enfermeiro responsável pelo acolhimento com classificação de risco na
emergência pediátrica uma subjetividade impar, capaz de extrair das informações
captadas na anamnese e abordagem inicial, procurando detectar e alertar a equipe
para casos de vulnerabilidade e os mais variados tipos de abuso aos menores
(RICCETTO et al., 2011).
Segundo Maurer (2010) para que o enfermeiro possa apresentar respostas
positivas quanto ao seu trabalho no seu serviço de acolhimento faz-se necessário
que a equipe assistencial e administrativa do serviço esteja esclarecida quanto ao
objetivo dessa atividade, para que todos utilizem a mesma linguagem, para que
sigam o mesmo protocolo e assim possam passar informações claras e uniformes de
como funciona o serviço ao usuário. E também para que as condutas tomadas pelo
enfermeiro possam encontrar suporte e respaldo nos níveis mais elevados de
hierarquia da instituição
De acordo com Rodrigues, Pedroso e Oliveira (2008), as orientações para
classificação de risco de crianças com ate 11 anos, 11 meses e 29 dias, segue o
mesmo princípio da classificação do adulto ou seja, categoriza em quatro níveis
identificando com quatro cores. Porém apresenta algumas especificidades
importantes em pediatria. Segue abaixo os grupos de Sinais e Sintomas
categorizados por cada cor:

Nível – Vermelho
• Parada cardíaca e/ou parada respiratória;
• Traumas graves (fratura exposta, TCE, atropelamentos, etc);
• Queimaduras extensas e profundas;
• Inconsciência /desmaios;
• Lesão por frio intenso (hipotermia);
• Sinais vitais ausentes ou instáveis;

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• Insuficiência respiratória (incapacidade de falar, cianose, confusão);


• Hemorragia intensa e ativa;
• Crise convulsiva;
• Intoxicação exógena (ingestão de produtos químicos, drogas, etc);
• Ferimentos com hemorragia ativa e intensa (FCC, mordeduras, etc).

Nível 2 – Amarelo
• Temperatura axilar igual ou maior que 37,8 °C;
• Diarréia e vômito associado com desidratação;
• Ingestão de corpo estranho;
• Corpo estranho nariz e/ou ouvido;
• Varicela;
• Traumas moderados (Queda, TCE, mordeduras, etc);
• Queimaduras moderadas;
• Dispnéia / taquipnéia, com uso de musculatura acessória;
• Broncoaspiração;
• Glicemia capilar maior que 200mg/dl ou menor que 60mg/dl;
• Sinais Vitais instáveis;
• FCC sem hemorragia intensa;
• Episódio de desmaio nas últimas 6 horas;
• Agressão física / violência doméstica
• Crianças com até 6 meses de idade;
Nível 3 – Verde
• Irritação ou hiperemia ocular;
• Prurido ou hiperemia cutânea;
• Dor de ouvido;
• Sintomas das vias aéreas superiores: congestão de vias aéreas, tosse,
febre, garganta inflamada, gripe, etc;
• Escabiose;
• Constipação;
• Torção;
• Queixas relacionadas ao sistema urinário;
• Dor de cabeça;

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• Hipoatividade sem alterações de sinais vitais;


• Retornos de exames laboratoriais.
Nível 4 – Azul
• Encaminhamentos / referência para UBS;
• Assadura;
• Problemas / queixas crônicas há mais de 30 dias;
• Intervenções de enfermagem (limpeza, imunização, curativo, orientações,
etc);
• Solicitação de exames;
• Troca de receitas;
• Mordedura leve e arranhaduras;
• Pediculose;
• Inapetência;

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podendo ser aplicado com todos os profissionais de saúde dos


estabelecimentos de saúde devido à temática ser relevante não somente aos
técnicos de enfermagem. A adesão as melhores práticas de atuação profissional
pode ser a alternativa para aprimorar a qualidade dos serviços de saúde, em
especial da Enfermagem. A importância de manter atualizar os conhecimentos
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um sistema em constante estruturação e
consolidação que não se reduz apenas ao tratamento da doença como foco do
modelo, a prevenção de doenças e a promoção de saúde, bem como a reabilitação.
Isto implica em muitos desafios pela defesa da vida e garantia da saúde a todos os
usuários. Neste contexto de construção do SUS observam-se grandes e várias
questões, mas também necessitam de mudanças e aperfeiçoamentos
(NASCIMENTO et al, 2011).
A pediatria é a área da saúde dedicada à assistência a criança, adolescentes
e pré-adolescentes, até 11 anos, 11 meses e 29 dias. Triagem é o primeiro contato
dos profissionais com o paciente, é onde se inicia o acolhimento mostrando
disponibilidade e passando confiança. A triagem pediátrica para Fernandes (2010) é
o contato inicial com a criança e com os pais, é importante explicar para eles que a

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prioridade do atendimento é por gravidade e não por ordem de chegada, e que a cor
atribuída não significa necessariamente ter de ficar o tempo de espera máximo
referente a essa cor, que são: vermelha, amarela, verde e azul, determinadas pelo
Protocolo de Manchester.
Em 2004 com início do Programa Nacional de Humanização (PNH) o
HUMANIZA-SUS, trouxe em suas diretrizes uma estratégia de modificação do
processo de trabalho em saúde utilizando as ferramentas do acolhimento e da
avaliação com classificação de risco (BRASIL, 2004).
O acolhimento é uma ação tecno-assistencial que prevê a mudança na
relação entre os profissionais e os usuários, através de parâmetros técnicos, éticos,
humanitários e de solidariedade. Acolher é buscar, atender de forma holística a
todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no
serviço uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos
usuários (MERHY, 2008).
A classificação de risco é um instrumento que, além de organizar a fila de
espera e proporcionar uma ordem de atendimento que não a ordem de chegada,
tem também outros objetivos importantes, como: garantir o atendimento imediato do
usuário com grau de risco elevado; informar o paciente que não corre risco imediato,
assim como a seus familiares, sobre o tempo provável de espera; promover o
trabalho em equipe por meio da avaliação contínua do processo; dar melhores
condições de trabalho para os profissionais pela discussão da ambiência e
implantação do cuidado horizontalizado; aumentar a satisfação dos usuários e,
principalmente, possibilitar e instigar a pactuação e a construção de redes internas e
externas de atendimento. (NASCIMENTO et al, 2011).
O processo de trabalho de enfermagem no setor de emergência pediátrica
tem como base ideológica a premissa de salvar vidas; a humanização através da
conversa, e do explicar o procedimento a criança e ao acompanhante.
O enfermeiro tem papel primordial na assistência a saúde da criança,
devendo reconhecer os sinais e sintomas, apresentados, ou seja, aferir sinais vitais
e anotar o que o usuário refere. Todo o processo de acolhimento com classificação
de risco deve ser registrado, possibilitando a avaliação da resolutividade, da
qualidade do serviço e da caracterização da demanda. A equipe de enfermagem
deve exercer algumas habilidades importantes, para realizar um bom acolhimento

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com classificação de risco, como: comunicação, boa interação com os profissionais


da unidade, com os usuários e família, paciência, compreensão, habilidade
organizacional, agilidade, julgamento crítico, ética e solidariedade.
O processo de cuidar em pediatria, pela sua especificidade, determina que o
enfermeiro desenvolva as suas capacidades para responder com competência à
singularidade do ato de cuidar a criança em parceria com os pais.
Podemos dizer que na parceria é enfatizada a importância dos pais para o
desenvolvimento integral da criança, mas para o desenvolvimento do próprio
cuidado também. É valorizada a parentalidade no processo de cuidar.

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