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Apresentação
Resistência pacífica, mas não passiva contra as injustiças.
(Mahatma Gandhi)
PROGRAMAÇÃO
5 de agosto Atividade
8h – 12h Oficinas
14h – 18h20 Simpósios e comunicações individuais
Apresentação artística Grupo Vocal Canto da
19h – 19h15 Lira
19h15 – 19h30 Abertura oficial
Conferência de abertura:
19h30 – 21h “Comunidades aleatórias de leitura”
6 de agosto Atividade
8h – 12h Oficinas
Palestra:
19h15 – 21h “A formação do leitor: das Propostas Curriculares à BNCC”
7 de agosto Atividade
8h – 12h Oficinas
Conferência de encerramento:
19h15 – 21h “A verdade acima de tudo”
OBSERVAÇÃO:
Para encontrar um autor ou trabalho, utilizar CTRL + L.
SUMÁRIO
Simpósio 1: POESIA, LUGAR DE FALA E ESCUTA ...........................................................................................6
Coordenador: Sandro Adriano da Silva ....................................................................................................................6
Simpósio 6 .............................................................................................................................................................. 25
Simpósio 7 .............................................................................................................................................................. 25
Simpósio 24 ............................................................................................................................................................ 78
RESUMO
A comunicação lança um olhar sobre o romance Elegia do irmão (2019), de João Anzanello
Carrascoza, a partir das imagens que permeiam a memória, acionada pelo pathos da perda
transfigurada no vigor de uma linguagem que se constitui densa, lírica e melancólica. Dividido em
duas partes, “Um pouco antes” e “Um pouco depois”, o romance é a narrativa da vida de Mara, jovem
diagnosticada com doença fatal, a partir das memórias afetivas de seu irmão, o narrador autodiegético.
O título do romance remete ao gênero elegia, uma forma poética de tributo ao luto, o que já deixa
entrever toda uma hibridização com o gênero poético que se dará, tanto no tratamento da linguagem
quanto na própria arquitetônica da obra, com a inserção do que poderíamos designar de capítulo-
poema e constituindo um romance elegíaco.
RESUMO
No que tange ao ensino de Literatura, muitos são os percalços encontrados pelo professor. A nova
geração de alunos, seja na escola pública, seja na privada, não se sente atraída pelos textos literários
dos livros didáticos e não tem o hábito de ler cotidianamente. Os interesses, cada vez mais, são outros,
e, aos poucos, a literatura perde lugar e seu espaço na vida dos jovens. Assim, humanizá-los – como
idealizava Antonio Candido (1972) – através de contos e poemas é um dos novos desafios do professor
do século XXI. Nesse sentido, objetivamos apresentar o projeto literário implementado no contexto
escolar na série final do fundamental 2 e no ensino médio, o qual abordou poetas da periferia,
marginalizados pelos cânones, como o autor paulista Sérgio Vaz, à luz da multimodalidade. Espera-se
com esta proposta despertar o interesse e a atenção do leitor, provocando sensações que fomentam a
curiosidade e o desejo insaciável de leitura. Como aporte teórico, pautamo-nos nas ideias de Almeida
(2012), Cosson (2010), Maia (2001), Buzen e Mendonça (2013), Rojo (2010), alguns dos principais
autores renomados nessa área de conhecimento.
POESIA E ENUNCIAÇÃO
André Morin Carneiro (UEL)
andremorim@hotmail.com
Guilherme José Franzon Schürmann (UEL)
franzonschurmann@gmail.com
RESUMO
Esta comunicação faz parte do Projeto Cadernos de Teorias da Linguagem do Centro de Ciências
Humanas da Universidade Estadual de Londrina. Este trabalho tem como objetivo a proposta de
integração da linguística na análise literária, utilizando dos conhecimentos teóricos dessa ciência para
uma leitura mais completa da obra e concebendo que devem ser englobados na análise também os
aspectos sintáticos, semânticos, morfológicos e fonológicos. Para exemplificar essa proposta,
escolhemos trabalhar o poema “Adiado o tempo para amar”, do autor cabo verdiano Ovídio Martins,
que faz parte de uma literatura africana muito rica, a qual tem uma forma muito interessante de
construção do sentido e sonoridade do poema. Como método faremos uma análise trabalhando a
questão dos dêiticos em Benveniste, verificando no texto as marcas de pessoa, espaço e tempo, para
elucidar assim a posição do enunciador na construção do poema e o jogo de vozes que ali se
estabelece.
Palavras-chave: Enunciação; Análise literária; Benveniste.
“EU NÃO PAREÇO COM VOCÊ”: A LITERATURA NEGRA SOB O VIÉS DA RUPTURA
COM A TRADIÇÃO COLONIAL
brasileira.
A MULHER IDOSA NOS CONTOS DE CONCEIÇÃO EVARISTO
RESUMO
No livro Cultura e representação, Stuart Hall (2016) analisa a representação a partir da perspectiva
político-cultural e desenvolve análises de imagens sobre/de negros e, entre outros eixos da reflexão,
discute o problema da naturalização da diferença como tentativa de fixar discursos em um único
modelo. Considerando com o autor que os significados não são fixos, mas deslizantes, e há sistemas
que procuram aprisioná-los como forma de manutenção do poder discursivo e ideológico, é objetivo
deste trabalho analisar as representações de negras e negros com destaque para as narrativas de
documentários e curtas: Menina mulher de pele preta – Jennifer (2012), direção de Renato Candido de
Lima; Cores e botas (2010), direção de Juliana Vicente; A negação do Brasil (2000) e Vista minha
pele (2003), de Joel Zito Araújo e Olhos azuis (1996), de Bertram Verhaag. Nestas produções,
pretende-se analisar a narrativa e o discurso sobre a representação de mulheres e homens negros, que
desconstroem estereótipos, debatem o tema do racismo e, pela linguagem visual, delineiam o espaço de
resistência.
RESUMO
Este trabalho visa analisar a relação entre o negro e a literatura nacional, usando como referência a
autora Conceição Evaristo e seu romance Ponciá Vicêncio, publicado pela primeira vez em 2003, a
partir de conceitos acerca da cultura e da individualidade afrodescendente. O estudo busca um
reconhecimento a respeito da resistência das mulheres negras escritoras, levando-se em conta o cânone
conservador e como a sociedade lida com o conceito de migração praticado por mulheres de classes
sociais desfavorecidas, indagando também o conceito Brasil e escravidão. Interessa a esta apresentação
pensar a escrita e representação de autoria negra e de que modo ela contribui para rever a história sobre
mulheres e homens negros registrada na literatura. Nas palavras da autora, em entrevista concedida ao
Nexo-Jornal em 2017: “A autoria de mulheres negras na literatura brasileira traz uma vertente com
novas histórias, novos enredos, novos personagens, que na verdade borram a literatura.” Serão
apresentados estudos críticos sobre a autora, literatura afro e resistência.
RESUMO
Desde o século XIX, mulheres e homens indígenas escrevem sobre suas vidas e suas culturas. A
autobiografia indígena tem alguns aspectos específicos, e vem sendo estudada por muitos estudiosos
no Canadá e nos EUA. Alguns dos resultados de suas pesquisas e outras especificidades do gênero
autobiográfico indígena serão discutidas na presente comunicação, que traçará um percurso histórico
sobre as diversas gerações de escritores e escritoras indígenas que escreveram diários, memoirs, e
autobiografias e suas características pessoais e globais como escritores indígenas. A autobiografia será
vista sob os aspectos que a diferenciam das autobiografias de outros grupos sociais, assim como
autores e obras que se sobressaíram em cada uma das gerações. Como aporte teórico, apontaremos
autores que se dedicam a descrever os estudos indígenas com ênfase nos estudos autobiográficos,
como Krupat (1994), Heflin (2000), Smith & Watson (2010) e Reder (2015). Ao final, mostraremos
por meio das características das obras e do estilo estudado como a autobiografia indígena representa
uma resistência tanto pessoal quanto étnica e cultural das populações indígenas.
RESUMO
Esse trabalho, cujo corpus de análise é o romance O peso do pássaro morto (2017), escrito
por Aline Bei, embasa-se nos postulados teóricos sobre a “zona selvagem” da escrita
feminina, desenvolvidos e difundidos pelos antropólogos culturais Shirley e Edwin Ardener
(1972 apud SHOWALTER, 1994). Com efeito, a análise recai na temática do descentramento
vivido pela personagem central da narrativa. No romance, a autora apresenta a trajetória de
uma personagem feminina, dos 8 até aos 52 anos de idade, abordando temas referentes às
consequências da violência contra a mulher em diversos níveis, do físico ao psicológico. Será
exposto, em linhas gerais, a forma como a trama do romance representa as consequências do
“não pertencer a si” na vida de uma mulher e, nesse processo, entra também um debate sobre a
chamada “zona selvagem”, desconhecida pela maioria dos homens e presente na obra em
questão, evidenciando o peso simbólico da consciência feminina ao ter sua voz negada. Para
isso, além do estudo de Showalter já citado, o trabalho respalda-se nos aportes teóricos dos
Estudos Culturais e da Crítica Feminista de viés contemporâneo, tais como Reis (2019), Zolin
(2009), Woolf (2014), Solnit (2017), entre outros teóricos de diversas áreas.
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma análise interpretativa acerca do impacto
negativo que a violência sexual imputa as mulheres, focalizando para isso a representação da
personagem Irina, do romance chileno contemporâneo O amante japonês publicado em 2015, pela
escritora latino-americana Isabel Allende. Autora de prestígio na seara literária contemporânea,
obteve maior reconhecimento pela publicação do romance A casa dos espíritos (1982) que teve
sua adaptação para o cinema em 1993; sua obra em geral conta com uma boa recepção no cenário
literário internacional, o que lhe proporcionou alguns prêmios e a tradução de seus romances para
trinta e cinco idiomas. No romance corpus da análise, Allende apresenta-nos diferentes
representações femininas por meio de três personagens, entretanto, devido ao restrito espaço,
nossa análise centrar-se-á na personagem Irina que esconde em sua infância, o horror de ter sido
molestada pelo padrasto e carrega consigo uma trajetória de culpa e vergonha. O artigo propõe-se
analisar a trajetória dessa personagem refletindo sobre as consequências físicas e psicológicas que
a violência ocasionou. Para isso, utilizar-nos-emos dos pressupostos teóricos da Literatura de
Autoria Feminina, da Crítica Feminista e dos Estudos Psicanalíticos, com autores como: Muraro
(1995), Zolin (2009), Freud (1996), Zinani (2013), Touraine (2011), Campos (1992) entre outros.
Patrícia de Menezes
patriciamenezes.academico@gmail.com
Wilma dos Santos Coqueiro (UNESPAR)
RESUMO
Essa comunicação tem como objetivo apresentar as reflexões iniciais do projeto de iniciação
cientifica que tem como foco uma leitura da crise de identidade na sociedade contemporânea,
a partir da análise da trajetória da protagonista feminina do romance de Mayra Dias Gomes,
publicado em 2009, Mil e uma noites de silêncio. Além disso, busca-se refletir sobre como o
abandono pela mãe biológica, a decepção amorosa e a morte da mãe adotiva influenciaram nas
relações interpessoais que a protagonista buscou como forma de encontro com sua identidade
dilacerada e escape da depressão que a atinge de forma brutal. De fato, a obra apresenta uma
personagem feminina que, mergulhada na melancolia e na solidão, não consegue encontrar
seu Eu no mundo e decide, então, sair em busca de si no resgate do passado e da família
biológica. A pesquisa será embasada em autores que tratam do crescente mal-estar do sujeito
contemporâneo e da crise de identidade tais como, Bauman (1998, 2005), Hall (2005) e Freud
(2011, 2014), entre outros.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo apresentar reflexões iniciais do projeto de iniciação científica que
versa sobre a representação da prostituição feminina no corpus composto pelos romances de autoria
feminina contemporâneos: Com que se pode jogar (Luci Collin, 2011), O voo da guará vermelha
(Maria Valéria Rezende, 2014) e A vida invisível de Eurídice Gusmão (Martha Batalha, 2016). Com
efeito, buscar-se-á analisar todo o processo de reprovação moral e marginalização pelo qual as
denominadas “prostitutas de rua” são vitimadas, com base nas trajetórias das personagens prostitutas:
Melanta, Irene e Filomena. Por meio de levantamentos históricos, levantar-se-á dados que contribuam
para uma reflexão profícua acerca das diversas trajetórias das personagens, as quais foram esquecidas e
segregadas, formando, assim, o que Bauman (2005) denomina de “refugo humano”, característico da
sociedade líquido-moderna contemporânea. Dessa forma, busca-se tornar visível a vida dessas
mulheres marcadas pela miséria e indesejadas à inserção social. À vista disso, este trabalho embasa-se
em aportes teóricos advindos dos Estudos Culturais e da Crítica Feminista, tendo nomes como Nickie
Roberts (1998), Pierre Bourdieu (2018), Antonio Candido (2011), Lúcia Osana Zolin (2019), dentre
outros.
RESUMO
Este trabalho estabelece uma relação entre o conto PaperMenagerie, de Ken Liu (2011) e o
pensamento de Walter Benjamin (1987) acerca do conceito de História, mediada pelos estudos de
JoëlMalrieu (1992) sobre a literatura fantástica. Parte-se da ideia de que o fenômeno fantástico
figurativiza valores culturais diametralmente opostos aos valores dominantes de uma determinada
sociedade. A seguir, destaca-se a caracterização do fenômeno fantástico, no conto de Liu, como a
representação de uma tradição cultural primitiva devorada pela cultura dominante. O surgimento do
fenômeno na história, ou na História, torna-se, assim, um ato de resistência da cultura apagada que se
desloca no tempo para reivindicar seu lugar no mundo. Dessa maneira, é possível que se note, ao
mesmo tempo, a capacidade da literatura fantástica em oferecer um campo fértil para a representação
literária de modos de resistência e a reverberação do pensamento de Benjamin na contemporaneidade
enquanto meio de se descortinar os mecanismos opressores da ideologia do progresso.
RESUMO
A história, não raramente, é escrita por aqueles considerados como “vencedores”. Esses “vencedores”
nada mais são do que indivíduos pertencentes a gruposdominantes que, ao deterem poder econômico
e/ou social e até cultural, também visam exercer o domínio sobre os corpos e discursos de pessoas
pertencentes às classes sociais minoritárias, geralmente para diminuí-los, silenciá-los ou apaga-los da
história. Essa manipulação da imagem e do discurso do Outro (o silenciado) se expande, por exemplo,
para a Literatura e outras expressões e manifestações artísticas-textuais, comoo cinema, sendo
necessário um trabalho de resgate de personalidades históricas esquecidas, sobretudo das mulheres
negras. Este é o caso do filme “Estrelas Além do Tempo” (2017) que conta a história de três mulheres
afro-americanas de grande intelecto nas áreas de exatas: Katherine Johnson (Taraji P. Henson),
Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe). Elas trabalham na NASA e
buscam projeção e respeito na década de 1960, durante a Guerra Fria entre a União Soviética e os
Estados Unidos, tensão ampliada pelo auge da corrida espacial que levaria o primeiro homem ao
espaço. Além disso, visualiza-se um EUA onde a mulher é geralmente menosprezada e subalterna e
um contexto permeado de forte segregação racial ao lado de manifestações contra o racismo. Este
trabalho pauta-se na Teoria Feminista, considerada por Showalter (1994) comoum “território
selvagem”, para evidenciar como as imagens e os discursos das três mulheres negras são construídas
no filme, tocando nas questões de gênero e resistência; isto porque essa teoria tem cunho
interdisciplinar quando não admite uma leitura de texto desvinculada de sua exterioridade e de sua
historicidade, sendo que as reflexões teóricas abarcam desde a preocupação com o gênero de autoria
até o uso do gênero como categoria de análise, que se difunde no debate acadêmico a partir da década
de 1990.
RESUMO
A obra de James Joyce apresenta-se como um detido estudo de questões próprias do estrangeiro.
Temas como o exílio, o nacionalismo, a religião e o imperialismo estão presentes nos diálogos e
pensamentos das personagens criadas pelo escritor irlandês, seja em seus textos mais curtos, como na
novela Os Mortos (1914), seja em seu longo romance, Ulysses, de 1922. Embora cobrindo um único
dia de junho de 1904, esta obra retoma a longa história dos conflitos entre a Irlanda e a coroa britânica,
propondo discussões de ordem política sob uma ótica cultural, social, religiosa e, principalmente, de
linguagem. Uma das grandes preocupações do filósofo Walter Benjamin, que será tônica em muitos de
seus escritos, diz respeito à incapacidade de narrar ao outro as experiências vividas em períodos
conflituosos. Stephen Dedalus e Leopold Bloom, personagens centrais do Ulysses, diante da barbárie
do antissemitismo e do imperialismo, em meio às mortes dos militantes nacionalistas, mostram-se
silenciosos e reticentes. Dedalus, protagonista de Um Retrato do Artista Quando Jovem (1916), retorna
em Ulysses como um sujeito incapaz de se reconhecer como pertencente àquela pátria, tendo
abandonado dois dos mais importantes preceitos do povo irlandês: a família e o catolicismo. Por outro
lado, Leopold Bloom, católico, é estigmatizado pela sua descendência judaica. Impossibilitados de
voltar para um lar que não lhes pertence, obrigados a vagar pela cidade de Dublin durante horas, as
duas personagens são figuras exiladas no próprio país, desterradas na cidade em que nasceram e
cresceram. Propõe-se, como perspectiva de leitura a essas questões sociais na obra de Joyce, as
observações feitas por Walter Benjamin, principalmente no ensaio intitulado Experiência e Pobreza,
de 1933, além das contribuições apresentadas pelo filósofo em O Narrador (1936) e Sobre o conceito
de história (1940), também concernentes ao tema.
RESUMO
A literatura representou sempre uma alternativa de resistência sociocultural. A partir do encontro com
a arte, o indivíduo tem diante de si a oportunidade de refletir questões específicas ao ambiente social
em que se insere como também ao mais íntimo de seu ser. No conto “O vestido novo”, Virginia Woolf
nos apresenta uma personagem cuja trajetória corresponde aessa mesma ideia de despertar da
consciência. O enredo se interliga ainda ao conceito de bovarismo - síndrome por consequência da
qual o indivíduo delira no que diz respeito às convicções que mantém de si próprio - e reconhece a
falácia e consequente inutilidade que abarca sua ocorrência. O bovarismo se presentifica, comumente,
em realidades sociais que não conscientizam suas opressões e evidencia a necessidade de que as
resistências sejam respostas à instauração primeira de uma consciência social com que todo indivíduo
deve, individual e coletivamente, se comprometer.
Simpósio 6
Simpósio 7
RESUMO
A pena de morte por guilhotina faz parte da história da França. Ela teve início em 1792 e foi
abolida somente em 1981, após dois séculos de lutas intelectuais e políticas. Várias
personalidades se rebelaram antes e depois da instituição desse método de execução, como:
Montesquieu (1689-1755) e Voltaire (1694-1778). Nesse contexto, devido sua
grandeza, também devemos citar Le dernier jour d'un condamné (1829) como um marco na luta
contra a pena capital, influenciando autores como Abert Camus, Charles Dickens e Fiódor
Dostoiévski. Na citada obra, o autor se inspira na realidade de um condenado que espera em
sua cela a hora e o dia de sua morte. A história documental sobre a execução de um assassino
francês foi considerada, mais tarde, pelo próprio autor, Victor Hugo (1802-1885), como
precursora de sua maior obra sobre a injustiça social - Os Miseráveis (1862). Compreendendo a
importância dessa obra e da sua temática, propomos, neste trabalho, uma reflexão centrada
principalmente na questão da pena de morte, observando que o texto ficcional se confunde com
os acontecimentos históricos.
RESUMO
O presente artigo objetiva analisar as violações ao direito à vida (art. 4º) e o direito à integridade
pessoal (art. 5º) previstos na Convenção Interamericana de Direitos Humanos no caso Wong Ho
Wing e a República do Peru, sob nº 12.794. Para tanto, discorre sobre a extradição e seus
procedimentos no Estado Peruano para, na sequência, apresentar o caso e a sentença exarada
pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, em 30 de junho de 2015. Após considerações
sobre a extradição e sua tramitação no Peru, faz-se a exposição de todo o quadro fático, e,
posteriormente, a análise sobre as violações aos artigos 4º e 5º e, em especial acerca dos riscos
de aplicação da pena de morte na República Popular da China, na hipótese de concessão da
extradição.
Palavras-chave: Direito à vida; Wong Ho Wing vs. Peru; Corte Interamericana de Direitos.
RESUMO
Em O Estrangeiro (L’etranger), obra mais popular do escritor franco-argelino Albert Camus
(2018), ganhador do prêmio Nobel de literatura no ano de 1957, percebe-se uma crítica
contundente às instituições jurídicas. Mersault, o homem absurdo do romance em questão, é
julgado e condenado à morte antes por suas inclinações, pelo seu modo de ser e existir, do que
pelo crime que cometeu ou, de acordo com Olivo e Siqueira (2008), a sociedade o enxerga
como um inimigo pelas suas características enquanto ser humano, não por seu ato criminoso.
Nesse sentido, o objetivo principal é verificar como a formação da personagem Mersault,
enquanto representante do absurdo, contribui de modo a efetivar sua condenação. Por meio da
análise interpretativista, incluindo uma pesquisa bibliográfica dos trabalhos de Camus (2018,
2019), Olivo e Siqueira (2008), Sartre (2005), Sampaio (2016). Assim, observa-se que o homem
absurdo inspira estranheza na sociedade, esclarece Camus (2019), pois ele se sente inocente e,
desse modo, ele exige de si mesmo apenas viver segundo aquilo que sabe, lidar apenas com a
realidade, não se apegar a nada que não seja certo e, somente por ser assim, as instituições
jurídicas querem que ele reconheça sua culpa.
RESUMO
Pretende-se analisar a produção da morte e a exposição à morte por meio das lentes fornecidas
pela biopolítica e não sob o viés jurídico-político tradicional. Busca-se, pelo uso de metodologia
analítica, problematizar que uma devida tematização da morte requer o deslocamento nos
modos de se pensar vida/morte como fenômenos meramente jurídicos para pensá-los como
efeitos de relações de poder pertencentes a uma lógica da modernidade política. A partir da
noção de Racismo de Estado, de Michel Foucault, e do Paradigma Imunitário, de Roberto
Esposito, a produção da morte é colocada dentro do problema de como a biopolítica se converte
em tanatopolítica. Ambos autores permitem conceber um circuito entre proteção e negação da
vida que se desdobra por uma cisão valorativa entre tipos de vida acobertados pela proteção e
outras enviadas para a produção da morte. O que se busca com essa análise é a ampliação do
debate sobre a relação vida e morte no cenário político contemporâneo, pela proposição de um
desvio das análises pautadas apenas no critério da (i)legalidade de promover a morte. Trata-se
de perceber como a semântica da biopolítica permite acessar um funcionamento de proteção da
vida e da morte operante, à revelia da tonalidade humanista e do valor da vida humana assumida
pelos modernos discursos jurídicos e políticos. A atenção a essa lógica de poder atuante na
modernidade e seus mecanismos de funcionamento que produzem ordenação hierarquizada da
vida e exposição à morte é o que se busca, minimamente, com esta análise.
Lilian Yamamoto
Liuka1980@hotmail.com
RESUMO
A obra do condenado à morte Norio Nagayama, Lágrimas da Ignorância, é o primeiro livro que
reúne os cadernos de anotações escritos nos seus primeiros anos no cárcere. O presente artigo
pretende analisar como o período do autor, no cárcere, influencia na sua percepção da passagem
do tempo na obra. Na mente dos prisioneiros cria-se uma nova ordem temporal, diversa do que
a sociedade vive. O tempo tem maior valor na medida em que é menos disponível para o sujeito,
assim como ele terá o valor agregado à capacidade do indivíduo dispor, livremente, dele. O
estudo argumenta que a condenação à morte, como pena, subtrai a vida presente do condenado,
uma vez que não lhe resta esperanças quanto ao futuro, além da morte, e o força a viver das
memórias da sua vida anterior à prisão, por falta de acontecimentos dentro de um espaço fixo.
Para tal, apresentamos uma breve biografia de Nagayama, a descrição do gênero
literário watakushi shôsetsu, o processo de condenação de Nagayama e o conceito de tempo no
cárcere, interpretado como uma sucessão de presentes subtraídos do condenado.
RESUMO
O trabalho visa relacionar a morte, a pena de morte e o imaginário social para resolver o
seguinte problema de pesquisa: qual é a justificativa que as pessoas dão para posicionar-se
contra ou a favor da pena de morte? Para responder a essa questão foi feita uma pesquisa de
campo, utilizando-se o método hipotético-dedutivo. O trabalho analisa os conceitos de morte,
pena de morte e imaginário social, traz a metodologia de pesquisa realizada e analisa os dados
colhidos, tendo como referência os argumentos relativos à pena de morte, apresentando os
dados e concluindo que, antes de ser uma escolha racional baseada em argumentos sólidos, a
tomada de posicionamento em relação à pena de morte é uma escolha feita baseada no
imaginário social.
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma leitura do conto “O mistério de Highmore
Hall”, de João Guimarães Rosa. Publicado na juventude do escritor, em 7 de dezembro de 1929,
quando ainda tinha 21 anos, na revista O Cruzeiro, tal conto se tornou público, pela primeira
vez em livro, a partir da publicação póstuma Antes das primeiras estórias, em 2011, pela editora
Nova Fronteira. Nesta coletânea, outros três contos da juventude de Rosa se fazem presentes:
“Makiné”, “Chronos kai anagke” e “Caçadores de camurças” – todos de 1930. Na esteira do
conto que integra o corpus deste trabalho, tais narrativas evidenciam um escritor distinto
daquele regionalista por nós conhecido. No que tange ao conto “O mistério de Highmore Hall”,
procuraremos demonstrar como, por meio desta narrativa, Rosa se aproxima da estética gótica e
demonstra fortes vínculos com Edgar Allan Poe. Trata-se de uma narrativa que, no plano da
construção, revela as marcas do gótico através do tratamento dado aos seguintes elementos:
espaço, personagens e tema da morte. Tais elementos concorrem para a criação de uma
atmosfera de mistério, aflição e terror/horror.
RESUMO
O objeto de análise, neste trabalho, é a novela gráfica “Maus ― a história de um
sobrevivente”, produzida por Art Spiegelman (1986). A trama gira em torno de um relato
biográfico sobre as experiências vividas pelo pai do autor ― Vladek Spielgelman ― e
sobrevivente do Holocausto, durante a Segunda Grande Guerra Mundial (1939-1945). Os
personagens são personificações de animais: os ratos são judeus; os gatos, alemães; os porcos,
poloneses; os cachorros, norte-americanos; os sapos, franceses. Para a análise da obra,
pretende-se apontar de que maneira a personificação dos personagens contribui para a
construção de sentidos do texto biográfico. As bases teóricas se baseiam nos estudos referentes
à linguagem dos quadrinhos (ACEVEDO, 1990; CAGNIN, 2014; RAMOS, 2010), às
características da novela gráfica (GARCÍA, 2012; RAMOS, FIGUEIRA, 2014) e à
personificação de personagens nos quadrinhos (BORGES, 2017). Por fim, este trabalho traz as
primeiras considerações de uma monografia em língua portuguesa em andamento.
RESUMO
Pretende-se mostrar de que maneira os recursos da linguagem dos quadrinhos foram utilizados
nas tiras cômicas de Sarah Andersen. Tais tiras estão compiladas nas obras “Ninguém vira
adulto de verdade” (2016), “Uma bolota molenga e feliz” (2017) e “A louca dos gatos” (2018),
num total de 329 tiras. Os estudos de Acevedo (1990), Cagnin (2014) e Ramos (2007; 2010)
foram utilizados como bases teóricas para a caracterização da linguagem dos quadrinhos e do
gênero tira cômica (RAMOS, 2011; 2014; 2017). Sob um olhar interpretativista, foi possível
observar a preferência da artista por certas características, por exemplo: a ausência de título
(187 casos ― 57%); a quantidade de cinco vinhetas dispostas verticalmente em duas colunas
acima de uma única vinheta que fecha a história (212 ocorrências ― 64%). Além disso, as
características gráficas tendem a ser minimalistas, principalmente em relação ao cenário, com
enfoque maior nas expressões faciais e corporais dos personagens. Todos esses aspectos
trabalham em conjunto para gerar o efeito humorístico pretendido nas tiras cômicas da Sarah
Andersen (2016; 2017; 2018).
RESUMO
Neste trabalho, são trazidos alguns resultados de uma pesquisa em andamento cujo objeto são
as charges da Copa do Mundo de 2018 (Rússia), publicadas em dois jornais impressos
brasileiros: “Folha de Londrina” e “Folha de São Paulo”, entre 23 de maio e 16 de junho de
2018. O objetivo é mostrar algumas relações entre os recursos da linguagem dos quadrinhos e
a intertextualidade. Em relação à intertextualidade, foram consideradas a concepção de acordo
com a criadora do termo - Julia Kristeva – e estudiosas brasileiras, tais como: Bentes e
Cavalcante (2007), Koch e Elias (2014). A intertextualidade, em linhas gerais, configura-se
como a apropriação e recriação a partir de um outro texto pré-existente em que dizeres se
entrecruzam, tendo em vista a construção de sentido de qualquer enunciado. Não há charge
sem intertextualidade não só porque retoma já ditos como também os recria para que um dizer
crítico seja construído, sempre em conjunto com o humor e com a atualidade. Por fim, não é
possível a construção de uma charge sem os recursos da linguagem dos quadrinhos. Nas trinta
charges coletadas e estudadas, foram identificados os seguintes elementos: a) caricaturas de
jogadores de futebol, torcedores e de seleções de diversos países; b) cores para representar as
bandeiras e outras simbologias das seleções e países; c) relação temporal com Copas
anteriores; d) críticas relacionadas a certos “escândalos”, por exemplo, o caso de corrupção na
CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e a “Lava-Jato”, dentre outros. Acevedo (1990),
Cagnin (2014) e Ramos (2010) foram as referências norteadores para a caracterização da
linguagem dos quadrinhos.
RESUMO
O presente trabalho, através de uma análise qualitativa, busca investigar as especificidades da
linguagem quadrinística (ACEVEDO, 1990; CAGNIN, 2014; RAMOS, 2010) na obra
“Bordados” da escritora e ilustradora iraniana Marjane Satrapi. Tomamos aqui as memórias da
juventude de Marji como representativas de processos de resistências femininas possíveis
dentro de sua própria cultura. A autora com traços monocromáticos e humor cortante vai
entrelaçando aspectos da intimidade feminina ao desfiar as experiências de diversas mulheres
iranianas em ambiente privado e seguro. A linguagem coloquial, aliada ao uso de uma
tipografia cursiva nos balões e legendas, remete a um ambiente intimista de um diário pessoal.
Em “Bordados”, a intersecção harmoniosa entre diálogos picantes e expressão corporal captam
a atenção do leitor do início ao fim. Ademais, na obra analisada, os desenhos não são
organizados em quadrinhos, as ilustrações de corpo inteiro e de perfil chegam a ocupar metade
da página, às vezes a página toda, criando efeito de sentido de proximidade entre as histórias
narradas e o leitor.
RESUMO
O presente trabalho tem como origem as discussões propostas no grupo de pesquisa
“MULHERES EM CONTOS: REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO NA CONTÍSTICA DE
AUTORIA FEMININA NO PERÍODO DE 1950-1970” desenvolvido na Universidade
Estadual de Londrina. Dentro desse escopo, esse artigo objetiva analisar a construção da
imagem feminina no conto “Apenas um saxofone”, de Lygia Fagundes Telles, levando em
consideração os valores culturais patriarcais vigentes na década de 1960, data da publicação
do mesmo, e de que forma os papéis sociais femininos estão presentes ou não na
representação literária configurada no texto. Por meio da protagonista Luisiana, pretende-se
traçar um paralelo entre o movimento feminista da época e seus reflexos na construção de
uma feminilidade presente na personagem, além da discussão acerca do uso do corpo
feminino como meio de ascensão social. As teorias que servirão como suporte para a análise
textual estão ancoradas nos estudos sobre a representação da mulher na literatura como por
exemplo, a ginocrítica, os estudos de Zolin e Elódia Xavier. Espera-se com esse estudo
contribuir para as reflexões na área de literatura, sobretudo no campo das discussões sobre
os estudos de gênero.
RESUMO
A escritora argentina Silvina Ocampo (1903-1993) representa um dos poucos nomes
femininos que integram a historiografia canônica da literatura argentina. Em 1940, ela
juntamente com Adolfo Bioy Casares e Jorge Luis Borges, organiza a Antología de la
literatura fantástica. Trata-se de uma obra de relevância para os estudos relacionados ao
universo fantástico na literatura. O livro reúne contos de 65 escritores, os quais, como não é
de se estranhar, apenas 4 são mulheres, entre elas está Silvana Ocampo, assim como
Alexandra David Neel, Elena Garro e May Sinclair. Diante de um espaço dominado por
homens, Ocampo resiste, desta forma, ao silenciamento o qual as mulheres são submetidas,
destacando-se na produção literária do boom latino-americano. Embora grande parte dos
estudos sobre a sua obra centre-se em explorar os elementos fantásticos em sua narrativa,
pretende-se nessa comunicação observar a importância do universo feminino na sua
produção, por meio do conto “La escalera”, publicado em Las invitadas (1961). Espera-se,
portanto, chamar a atenção para olhar problematizador de Silvina Ocampo no que tange à
condição social da mulher, em que elementos como o fantástico, o tempo e a memória serão
fundamentais para denunciar a situação de desigualdade social vivenciada pelas mulheres.
ADOLESCÊNCIA E CRIAÇÃO:
A ESCRITA NA CONSOLIDAÇÃO IDENTITÁRIA
RESUMO
As evoluções físicas, cognitivas, sociais e pessoais de um indivíduo ocorrem de forma potencial e
privilegiada na adolescência, período do desenvolvimento humano no qual essas transformações
iniciam-se. O indivíduo sofre diversos processos de mudança, dos quais destacam-se a maturação
física e a cognitiva, principalmente em virtude da puberdade e da percepção crítica, além do
desenvolvimento de habilidades sociais. Sendo assim, elucida-se a gigantesca brecha para potenciais
instabilidades pessoais e inaptidão para lidar com diversos problemas nas relações com seus pares,
familiares e demais pessoas de seu cotidiano; bem como demais conflitos psicológicos ou até mesmo
de aceitação das mudanças corporais e comportamentais. Por conseguinte, é nessa etapa do processo
evolutivo do indivíduo que a descoberta de si mesmo, a construção da identidade do seu próprio “eu”,
ocorre. Isso devido à necessidade de auto compreensão e também de aceitação a que os jovens se
sujeitam. Visando à validação desse processo, é importante que os adolescentes estejam envolvidos em
práticas afirmativas. Sendo assim, o “Projeto Escrita Criativa: poesia”, desenvolvido no IFPR Campus
Londrina, é uma ação que pode colaborar na construção da identidade adolescente por meio da
produção escrita e da reflexão crítica. Esta pesquisa tem, portanto, o intuito de analisar poemas
produzidos pelos participantes do projeto e associá-los a comportamentos elencados a partir
referenciais teóricos da área de psicologia para verificar a influência recíproca do eu-lírico no eu-
biográfico. Parte-se da hipótese de que as discussões realizadas no projeto assim como os exercícios de
criatividade colaboram com a consolidação sadia da identidade adolescente.
RESUMO
Na contemporaneidade brasileira, devido à consolidação de discursos conservadores, a censura a
elementos artísticos está cada vez mais rotineira; de modo consequente, a literatura infantil e juvenil
abordada no âmbito escolar não escapa dessa conjuntura e se torna alvo fácil para a solidificação das
perspectivas políticas-ideológicas favoráveis aos cerceamentos. Baseado neste cenário vigente, este
trabalho visa alicerçar-se nas teorias literárias críticas pós-estruturalistas – com enfoque nos
pressupostos epistemológicos da estética recepcional de Hans Robert Jauss e da Estética do Efeito de
Wolfgang Iser, as quais comungam que o leitor é o eixo substancial da construção de significação –
para reconhecer e debater o ideário defensor da censura cultural e artística, que vê, na construção do
texto literário, elementos problemáticos e passíveis de restrição, uma vez que, para as teorias citadas, a
interpretação das obras é vista como uma representação individual do horizonte de expectativa e não
como suporte de significação coletiva da obra. Isto posto, este texto visa a apresentação de argumentos
em prol da resistência da livre expressão das manifestações artísticas, culturais e literárias infantis e
juvenis nos bancos escolares.
RESUMO
Os profissionais envolvidos com o ensino da língua portuguesa e de suas respectivas literaturas na
Educação Básica brasileira têm enfrentado um novo desafio desde a promulgação da Lei 11.645/08,
que prevê a abordagem de aspectos da história e da cultura afro-brasileira e indígena, em especial nas
áreas de educação artística, literatura e história. Não menos desafiador são as Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Fundamental de nove anos (BRASIL, 2013), as quais orientam para a
indispensabilidade de uma educação que associe os conteúdos escolares a temáticas modernas, na
perspectiva de promover uma sociedade mais justa e solidária. Ambos os documentos oficias têm
levado a um movimento crescente dos agentes envolvidos com a educação no sentido de atender a
essas demandas, contribuindo para a discussão de temas relacionados à diferença e à diversidade.
Nesse contexto, esta comunicação tem por objetivo apresentar algumas reflexões que têm sido
fomentadas na Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), campus Cornélio Procópio, no
âmbito do PROFLETRAS, especialmente nas dissertações de Mestrado desenvolvidas na área dos
estudos literários sob a minha orientação, as quais visam a colocar a Literatura no centro da prática
escolar, articulando-a com temáticas ligadas à realidade do educando.
RESUMO
Apesar de tantos estudos debaterem a importância vital da literatura na formação humana, com o mau
uso da evolução tecnológica no século XXI, a maioria da população jovem brasileira tende a procurar
formas rápidas de informar-se e entreter-se, trocando os livros pelos aparelhos eletrônicos e as redes
sociais. De outro lado, a escola, furtando-se à sua função primeira, de oferecer uma formação holística,
tem caminhado para um ensino mercantilista e para a objetificação do estudante. Partindo desse
problema, surgiu o projeto Litterae Ludus, cujo objetivo é aproximar os adolescentes da literatura,
levando-os a criar um vínculo afetivo com o texto literário clássico, de maneira tal que cheguem mais
perto de obter formação humana por inteiro. Para tanto, organizamos, entre os alunos, um processo
democrático de escolhas de obras, em meio a um rol de sugestões, respeitando as inclinações e
habilidades de cada um. Após sua leitura e debate, os alunos criaram painéis ilustrados, poemas
narrativos, jogos, reportagens em vídeo, maquetes, entre outros, a partir da percepção subjetiva da
significação de cada livro, acrescentando-se ainda pesquisas sobre o autor e a obra lida. Tais trabalhos
integraram uma Mostra Literária, que recebeu como público todos os alunos do período vespertino,
profissionais da educação e familiares dos estudantes. Os resultados foram melhorias significativas na
habilidade de interpretação de textos, nos conhecimentos organizacionais e científicos, no trabalho em
equipe, na comunicação oral e escrita, e na compreensão do que é literatura e de suas funções. Por fim,
os estudantes, com metodologia científica, externalizaram seus textos-leitura (BARTHES, 2004) em
um evento acadêmico, realizado na UTFPR.
RESUMO
A leitura é uma das competências culturais mais valorizadas entre os estudiosos da linguagem. Em
nossa sociedade, tudo o que somos, o que fazemos e compartilhamos necessariamente, passa pela
leitura, do começo ao fim da nossa vida. Dada sua importância, grandes discussões são formadas no
ambiente escolar, no que diz respeito às práticas da leitura e à formação de leitores. É sabido que tais
práticas, no que tangem à leitura na escola, não devem limitar-se apenas a sala de aula e que o
professor precisa oferecer ao aluno acesso as diversas leituras, dentre elas, a literária. Dentro dessa
perspectiva, esse trabalho tem por objetivo, apresentar apontamentos sobre leitura de literatura e a
formação de leitores no ambiente escolar, sob a concepção do letramento literário, tendo como base os
pressupostos teóricos abordados por Teresa Colomer (2007), Isabel Solé (1998), Beth Brait (2010),
Michele Petit (1999), Vincent Jouve (2012), Annie Rouxel (2012), Lucila Pastorello (2015), entre
outros.
RESUMO
Ao longo da existência humana, uma das formas de resistência é a inconformidade com a morte, a luta
pelo adiamento do inevitável que tanto amedronta. Para Boileau & Narcejac, o medo – e, sobretudo, o
medo da morte – é a “raiz ideológica do romance policial”. Todavia, no romance policial a morte não é
tratada como uma tragédia, um destino inexorável dos homens, mas como um objeto de indagação,
algo a ser dissecado, analisado. Ocorre neste gênero literário a valorização do que Ernest Mandel
chamou – seguindo a tradição marxista da qual ele se tornou grande expoente – de coisificação da
morte, a causa que a gerou, ou seja, o crime. O objetivo desta comunicação é discutir a literatura
ficcional policial como ferramenta eficaz no trabalho de formação de leitores literários no ensino
básico. No Brasil, três publicações são decisivas para o processo formativo que resultou na
consolidação deste gênero: O mistério (1925), obra coletiva folhetinesca escrita por Viriato Corrêa,
Coelho Neto, Medeiros e Albuquerque e Afrânio Peixoto, na qual encontramos o primeiro enredo cujo
leitmotiv é o trabalho da polícia em busca da elucidação de um assassinato; A morte no envelope
(1957), coletânea de 18 contos de mistério produzidos por Luiz Lopes Coelho na qual surge o primeiro
personagem-detetive da literatura brasileira, o delegado Dr. Leite; e Quem matou Pacífico? (1969), de
Maria Alice Barroso, “primeiro romance policial brasileiro de fôlego”, cuja ambientação se dá
totalmente na zona rural. Nestas obras, encontramos o uso recorrente de importantes instrumentos para
a formação de leitores, tais como a intertextualidade (Samoyault) e os métodos hipotético-dedutivo e
de abdução (Eco).
RESUMO
Esta comunicação visa apresentar dois materiais distintos em sua concepção, mas simétricos em seus fins:
levar poesia para diversos públicos em suportes variados e convidativos às práticas de leitura em um
contexto histórico plural e dinâmico. O poema “Canção da ruazinha desconhecida” é nosso objeto de estudo
nesta proposta. Publicado pela primeira vez em 1946, no livro Canções seguido de sapato florido e A rua
dos cataventos, o texto trazia a escrita dos versos em sua forma mais tradicional e conhecida. Mas, em
2005, a Editora Global lança um livro na categoria infantojuvenil, ilustrado por Suppa, contendo sessenta
poemas de tamanhos e conteúdos variados de Mário Quintana. A novidade neste produto é a embalagem
dos poemas. O livro endereça os textos primariamente publicados para serem lidos por adultos, para um
novo nicho de leitores – as crianças. O segundo objeto é o CD Crianceiras Mário Quintana, gravado entre
2014 e 2015, musicado e concebido por Márcio de Camillo. Ambos os suportes mencionados – livro
ilustrado e CD – diversificam a forma de expor e veicular textos poéticos; exploram recursos multimodais
como o som, imagens e palavra oportunizando a um público mais amplo a fruição da poesia de um dos
maiores poetas brasileiros em versões divertidas e singelas. Com esta proposta de comunicação queremos
destacar a existência de recursos auxiliares na manutenção e propagação da literatura – alvo de discussões
apocalípticas neste cenário cibercultural – onde o papel é um forte candidato, no discurso de alguns – a
decretar sua extinção. Longe de tamanho veredicto, nosso objetivo ao trazer outras maneiras de apresentar
a literatura aos atuais leitores vorazes de cor, luz e movimento, é chamar a atenção para novas formas de
convivência entre a palavra escrita no papel ou nas telas, demonstrando que ambos os suportes precisam
coabitar entre as atuais e futuras práticas de leituras literária
RESUMO
A pesquisa tem como tema os multiletramentos e, como delimitação, em seu recorte, a construção do
sentido em textos de gêneros discursivos multimodais por meio de atividades propostas por materiais
didáticos de língua portuguesa e inglesa. O objetivo geral visa analisar as atividades de leitura
propostas nos textos multimodais em livros didáticos de língua portuguesa e inglesa a fim de verificar
sua contribuição para a promoção dos multiletramentos. Mediante tal objetivo, são mobilizados e
associados marcos teóricos baseados em: Bakhtin (2016) sobre gêneros discursivos e dialogismo;
Chartier (1994), Petit (2008) e Kleiman (2004, 2005, 2014) quanto às práticas de leitura; Kress (2000,
2010, 2014) e Kress e van Leeuwen (2006) sobre multimodalidade; The New London Group (2000),
Lemke (2010) e Rojo (2012, 2013) no que se refere aos multiletramentos. O corpus desta pesquisa é
composto por atividades de estudo propostas em dois textos do livro didático “Português –
Linguagens”, de Cereja e Magalhães (2015), e dois textos do material "Way to English", de Franco e
Tavares (2015), ambos desenvolvidos para o sexto ano do ensino fundamental. Observamos que os
materiais didáticos analisados promovem os multiletramentos ao considerar o processo de design do
significado intrínseco à comunicação multimodal. Verificamos, ainda, que aspectos relevantes dos
sentidos produzidos pelos modos de design visual são ignorados pelas atividades. Por isso,
considerando a gramática do design visual, de Kress e van Leeuwen (2006), sugerimos questões
complementares para cada texto analisado.
RESUMO
O ensino de Língua Portuguesa na atualidade, sobretudo com a homologação da BNCC (2018), deve
levar os alunos ao desenvolvimento de diversas competências, habilidades e conhecimentos. Um deles
diz respeito à variação linguística, a qual, segundo o documento, deve ser abordada com o intuito de
levar o aluno a “compreender o fenômeno da variação linguística, demonstrando atitude respeitosa
diante de variedades linguísticas e rejeitando preconceitos Linguísticos” (BRASIL, 2018, p. 87). Nesse
sentido, este trabalho visa apresentar as ações empreendidas pela Coordenação de Linguagens de um
colégio particular de Londrina, durante a semana de comemoração pelo Dia Internacional da Língua
Portuguesa, para a mobilização dos professores dos diferentes segmentos, a fim de proporem
atividades que levassem os alunos à reflexão sobre a pluralidade da Língua Portuguesa e as formas
como ela se manifesta no cotidiano das pessoas. Assim, para a sensibilização dos professores,
inicialmente, a coordenadora da área realizou uma formação com esses profissionais, com o objetivo
de, primeiramente, balizá-los quanto aos conhecimentos relativos à história da Língua Portuguesa, à
mudança linguística e à variação, e propôs, em seguida, uma discussão sobre as possibilidades de
abordagem do tema com os alunos. Após o alinhamento das estratégias de execução das propostas, as
intervenções foram realizadas, e os registros das atividades foram encaminhados para a coordenação.
Verificou-se, de forma geral, com a análise do resultado das ações, que os alunos conseguiram
compreender: (i) como se deu a origem da Língua Portuguesa; (ii) como a língua foi implantada no
Brasil; (iii) quais países têm o português como língua oficial; (iv) a questão da heterogeneidade
linguística; (v) o que é um Atlas Linguístico; e (vi) a influência de outros povos para a formação do
léxico de nossa língua.
RESUMO
Por muito tempo o ensino da linguagem restringia-se ao ensino de regras e ao exercício de memorização
dessas. Posteriormente passou-se a outras metodologias de trabalho, entretanto, ainda não notamos formas
que despertem o interessem do estudante e/ou o conhecimento crítico desses. Nesse sentido, nossa pesquisa
busca analisar a linguagem verbal como âncora no trabalho contextualizado a partir do uso/reflexão/ uso
das palavras, tornando os alunos falantes competentes, capazes de elaborar seu discurso de acordo com a
situação comunicativa em que se encontram envolvidos. Podemos destacar como uma das grandes barreiras
para que esse trabalho aconteça, o problema de compreensão das novas abordagens metodológicas, pois o
contexto de ensino e aprendizagem, ainda hoje, encontra-se limitado pelos exercícios de regras e
memorização destas regras, ou seja, a escola continua com um ensino cuja metodologia engessa a
aprendizagem, apesar de já ter avançado em muitos aspectos. É de fundamental importância que o aluno, ao
fazer uso da linguagem, tenha possibilidades de entender como a linguagem funciona, como o sentido das
palavras podem se alterarem conforme sua colocação e/ ou entonação. A partir de tal reflexão, o uso da
linguagem, bem como seu estudo, torna-se mais real e significativo para eles, de modo que seu uso passa a
ter significado. Diante de tais reflexões, essa análise é apenas uma proposta reflexiva que debruça o olhar
em direção da ferramenta metodológica da comunicação verbal como possibilidades da clareza significativa
de informações no emprego de palavras escritas e faladas como contribuinte na formação intelectual do
sujeito ativo e participativo no seu próprio processo de aprendizagem.
RESUMO
A presente comunicação, baseada na metodologia da Sociolinguística Variacionista, examinou a
variação no uso da elipse dos pronomes-sujeito de primeira pessoa (eu e nós), a fim de verificar quais
fatores podem estar condicionando a realização da elipse do sujeito e confrontar essa realização com
aquilo que prescrevem os compêndios gramaticais, os quais postulam que a explicitação do sujeito na
Língua Portuguesa é pleonástica, visto que essa língua possui uma morfologia verbal suficientemente
rica, que possibilita identificar o pronome-sujeito sem que haja a necessidade de explicitá-lo. Para
tanto, foram examinadas 16 entrevistas gravadas e transcritas por Botassini (2013) para a realização de
sua tese intitulada Crenças e atitudes linguísticas: um estudo dos róticos em coda silábica no Norte do
Paraná. A opção por utilizar essas entrevistas ocorreu pelo fato de se tratar de amostras de fala de
pessoas nascidas e residentes no Norte do Paraná e que, portanto, representam a fala de nossa região.
Esta comunicação se justifica pela possibilidade de confrontar o que prescrevem as gramáticas
tradicionais em relação à elipse do sujeito pronominal com o uso real e efetivo da língua, podendo-se,
assim, trazer contribuições para o ensino e a aprendizagem da língua materna.
RESUMO
O plano de ensino do curso de Pedagogia da Unicesumar, com base nas Diretrizes Curriculares
Nacionais, tem como objetivo, dentre outros, cumprir a função de “formar profissionais
interculturalmente competentes, capazes de lidar, de forma crítica, com as linguagens, especialmente, a
verbal, nos contextos orais e escritos, e conscientes de sua inserção na sociedade e das relações com o
outro” (BRASIL, 2001). Considerando essa orientação das DCNs, este estudo vai ao encontro desse
objetivo, por entender que, no âmbito de alguns cursos de ensino superior que possuem a Língua
Portuguesa em suas matrizes curriculares, há uma expectativa de se aprender a norma-padrão. Diante
dessa problemática, este trabalho busca responder a esta indagação: como possibilitar que o professor-
pedagogo desenvolva competências linguísticas necessárias para o exercício da sua profissão? Para
dar conta de responder a essa indagação, acredita-se que um estudo sobre as crenças e atitudes
linguísticas poderia se configurar como um caminho profícuo para isso. Assim, o objetivo deste
trabalho assenta-se na tentativa de desconstruir o conceito sobre a homogeneidade da língua dos
discentes de Pedagogia. Trata-se de uma pesquisa descritiva, de caráter observacional, com coleta de
dados por meio de pergunta, extraídos da atividade online dos estudantes, um dos recursos avaliativos
dos cursos presenciais da Instituição.
RESUMO
O ensino de Língua Portuguesa, na modalidade escrita, para alunos surdos é obrigatório, de acordo
com o Decreto nº 5.626/05 que regulamenta a Lei nº 10.436/02. Contudo, é necessário que professores
de língua portuguesa tenham formação para este ensino. Ao apresentar a língua portuguesa para esses
alunos, é imprescindível que o professor conheça e reconheça que, para o surdo, esta é a sua segunda
língua, e a Libras, língua brasileira de sinais, é a sua primeira língua. Assim, a singularidade linguística
do surdo precisa ser considerada. No entanto, este fator não pode impedir o acesso do aluno surdo aos
conteúdos abordados em sala de aula em especial, neste trabalho, à variação linguística. Este trabalho
tem por objetivo apresentar propostas pedagógicas para trabalhar com a variação linguística, na
perspectiva da pedagogia da variação linguística, em sala de aula inclusiva com o aluno surdo, nas
aulas de língua portuguesa. Com isso, pretende-se contribuir com os professores de língua portuguesa,
de forma que aconteça uma reflexão sobre sua prática pedagógica.
RESUMO
Estudar as diferentes normas da Língua Portuguesa constitui o objetivo do projeto de pesquisa VALEN
- variação linguística na escola: normas, vinculado ao Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas
da Universidade Estadual de Londrina. Diante do distanciamento entre a norma padrão e a norma culta
no Brasil, torna-se crucial que a escola esclareça as diferenças entre as normas citadas e evidencie o
que realmente é possível um brasileiro falar e escrever, deixando claro que a prescrição normativa
constitui apenas uma forma de coesão da língua. Assim a variedade presente na gramática normativa
não condiz com a realidade lingística brasileira, pelo fato de ter sido elaborada a partir de um ideal
lusitano de língua. O projeto VALEN busca, pois, caminhar nessa vertente, evidenciando as diferenças
entre norma padrão e norma culta no Brasil. Pretende-se, com o referido projeto, fornecer subsídios ao
professor de língua materna para abordar a Língua Portuguesa em sua diversidade, levando o aluno a
ser proficiente em sua língua, com a capacidade de utilizar as diferentes normas esperadas para as
diversas situações sociais. Assim sendo, este trabalho pretende apresentar informações referentes ao
projeto em questão, uma vez que tal proposta poderá contribuir para a abordagem da variação
linguística na sala de aula e, consequentemente, para o ensino da língua portuguesa no Brasil.
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma pesquisa em andamento, vinculada ao projeto
Tecnologias Digitais no Ensino-Aprendizagem de Língua Portuguesa (TDIC-ENALP). A construção
do conhecimento em colaboração faz parte do novo ethos, advindo especialmente da era digital. Tendo
isso em vista, será apresentada uma proposta de ensino-aprendizagem de escrita, a ser aplicada em
aulas de Língua Portuguesa do 6º ano do Ensino Básico, em escola estadual de Londrina, que pretende
contribuir para um melhor desempenho escrito dos alunos. Parte-se do princípio de que o trabalho em
colaboração, que faz parte das práticas cotidianas dos alunos, interfere positivamente no desempenho
escrito individual do aluno, para além das intervenções do professor. Para alcançar o objetivo
mencionado, após trabalho com Sequência Didática, será proposta uma escrita individual de conto, que
será reescrita após intervenção do professor-regente. Os principais problemas linguístico-discursivos
serão compilados e trabalhados com os alunos. Posteriormente, será proposta uma atividade presencial
de escrita colaborativa em grupos de 3 alunos. As discussões entre eles serão gravadas e mensuradas,
tendo em vista as questões linguístico-discursivas discutidas entre eles. Finalmente, será proposta uma
atividade de escrita individual. Para verificar se a escrita colaborativa favoreceu a escrita individual, os
dados linguístico-discursivos levantados serão analisados e comparados.
RESUMO
A produção compartilhada, em que dois ou mais sujeitos, com habilidades complementares, interagem para
criar um conhecimento que nenhum deles tinha previamente ou poderia obter por conta própria (ALLEN et
al., 1997), ganhou espaço com o advento da Web 2.0 e seu novo ethos (CASTELLS, 2005). Intensificou-se
o interesse pela aprendizagem colaborativa e, consequentemente, passou a ser vista como promissora
estratégia de aprendizagem a escrita colaborativa (HORTON et al., 1991; LOWRY et al., 2004), na medida
em que os sujeitos podem criar melhores resultados relativamente a uma atuação individual como
produtores de texto, dada a complementaridade de conhecimentos, capacidades e pontos de vista,
permitindo a geração de alternativas mais viáveis para a resolução de problemas comuns. Em tempos de
multiletramentos (COPE, KALANTZIZ, 2009), nativos digitais (PRENSKY, 2001) e cyberalunos
(BELINTANE, 2006), o uso de recursos da tecnologia digital para a prática da escrita colaborativa em sala
de aula assume grande potencial para a otimização de resultados (PINHEIRO, 2011). Com base nesse
pressuposto e vinculado a um projeto de pesquisa que investiga o ensino-aprendizagem da escrita
colaborativa com recursos de tecnologia digital, em contextos presencial e a distância (TDIC-ENALP:
Tecnologias Digitais e Ensino-Aprendizagem de Língua Portuguesa), este trabalho tem por objetivo
apresentar os resultados parciais de uma pesquisa-ação (THIOLLENT, 2007) que analisou como se dá o
processo colaborativo de produção textual com uso de tecnologia digital por estudantes de Letras em uma
disciplina de Leitura e Produção de Textos. A expectativa é de que, de posse de tais resultados, possamos
investir no redesenho de nossas práticas de ensino-aprendizagem da escrita em sala de aula, de modo a
favorecer cada vez mais o atendimento às demandas de letramento do futuro professor em formação.
RESUMO
A escrita colaborativa (EC) tem acompanhado a crescente tendência para trabalhos em equipe, pois
possui muitos benefícios em potencial, como aprendizado, socialização, melhora na compreensão de
textos, entre outros (LOWRY et al., 2004), além de acompanhar a globalização e a cultura digital na
qual estamos inseridos (LÉVY, 2009; 2010). A EC envolve diferentes participantes e o papel do
revisor e suas características (MENEGASSI, GASPAROTTO, 2016; RUIZ, 2010) merece atenção,
pois, com ela, trabalham-se as capacidades epilinguísticas do aluno, uma vez que ele já as possui como
falante nativo, desenvolvendo assim, as habilidades de produção de textos. Este subprojeto do projeto
TDIC-ENALP (Tecnologias Digitais e Ensino-Aprendizagem de Língua Portuguesa) tem como
objetivo investigar os aspectos linguístico-discursivos focalizados pelo aluno no papel de revisor em
um processo de EC. Outro objetivo do projeto é identificar as interferências do mesmo na reescrita do
texto pelo produtor, com alunos dos três anos do Ensino Médio de uma escola particular na região
central da cidade de Londrina. Para a realização desta pesquisa, os alunos estarão cientes dos papéis
que estarão tomando durante o processo, com base na taxonomia organizada por Lowry et al. (2004).
Inicialmente o aluno será redator e, após a produção, ficará responsável pela revisão do texto do
colega. Os comentários de revisão ficarão salvos e serão analisados no editor de textos do Google
Drive (Google Docs). Com isso, espera-se que o olhar do revisor não apenas reproduza a prática
interventiva do professor, como também determine a reescrita pelo autor original. O projeto pode
contribuir com pesquisas acerca da EC em contexto escolar e trazer conceitos e fundamentos para
professores realizarem atividades que incluam alunos-revisores durante as aulas, cooperando para a
práxis pedagógica e práticas de produção textual.
RESUMO
Como a proposta do simpósio é tomar como pressuposto a ideia de que o aluno em sala de aula pode se
tornar um melhor produtor de texto e mesmo autor, esta comunicação pretende compartilhar
experiências de trabalho que possibilitem dar voz ao aluno quando produz textos. Levaremos em
consideração tanto pressupostos teóricos, como Antunes (2003) e Tauveron (2014), quanto relatos de
escritores no processo de construção de texto, como King (2015) e Murakami (2007), principalmente
no que diz respeito às possibilidades de se fazer a reescrita do texto, permitindo que o aluno se
aproxime do sentido que quer dar ao texto e também que desenvolva indícios de estilo. Invertendo o
processo de assujeitamento que a escola impõe ao aluno, cremos que a produção de texto pode ser um
momento em que se dá voz ao aluno quando se cria, se pensa o texto produzido, se tem estratégias de
revisão textual e faz seu texto a apropriação da palavra e instalação do sujeito-autor.
RESUMO
O presente trabalho relata experiências em sala de aula do uso do radioteatro em aulas de língua
portuguesa, para alunos de ensino fundamental II da rede pública do Estado do Paraná; tendo como
objetivo a apropriação dos elementos deste gênero e a melhoria nas habilidades de oralidade, leitura e
escrita. O referencial teórico se sustenta na teoria bakhtiniana, sendo amparada por documentos legais
e autores do Radiojornalismo. Os dados foram coletados em sala de aula, durante a aplicação de
atividades orais e escritas, que partiram praticamente do quase total desconhecimento do gênero por
parte dos alunos, até culminar na elaboração e apresentação de um capítulo de radioteatro, sendo
possível constatar avanços significativos no campo linguístico (melhoria na organização textual,
paragrafação, uso dos sinais de pontuação, discurso direto e indireto, elementos narrativos) e
identitário (perca ou diminuição de timidez, protagonismo frente aos problemas vivenciados no lar e
no bairro, maior aceitação das diferenças, respeito à opiniões alheias e diversas). A proposta, portanto,
é refletir sobre a urgência de maior equilíbrio entre as habilidades – principalmente maior ênfase às
atividades orais, sobretudo em momentos avaliativos - em sala de aula, e como o radioteatro pode
revelar-se uma importante ferramenta didática no aperfeiçoamento linguístico dos alunos e também
como possível canal para discussões socioeducativas.
RESUMO
Tendo em vista a realidade de fracasso escolar no que se refere à produção textual, o trabalho com a
reescrita caracteriza-se como fundamental para ampliação da competência escritora do educando.
Dessa forma, desenvolvemos uma pesquisa que foca a reescrita no contexto escolar, a partir de
discussões coletivas dos textos em produção, como recurso para promovê-la. Para isso, buscamos
embasamento na concepção interacional e dialógica bakhtiniana. Nesse contexto, a presente pesquisa
tem o objetivo de compreender como a leitura e discussão coletiva de textos em produção pode ser um
recurso para a reescrita, numa turma do 7º ano do Ensino Fundamental da rede pública do Paraná. O
aporte teórico que fundamenta nossa pesquisa é composto por estudiosos que tratam da linguagem e
texto como Travaglia (2009), Bakhtin (1999), Antunes (2007), Geraldi (1993, 1995, 1999); de
estudiosos que embasam a escrita e reescrita como Passareli (2012), Ruiz (2015), Tauveron (2014);
bem como dos autores que norteiam a pesquisa sobre gênero textual e literatura como Schneuwly e
Dolz (2004), Coelho (2000), Soares (2006), Propp (2006). Pauta-se ainda nas reflexões obtidas nos
documentos norteadores como Parâmetro Curricular Nacional (PCN), Diretriz Curricular Estadual:
Língua Portuguesa (DCE) e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Serão avaliados os efeitos
dessa prática sobre as aprendizagens dos alunos, por meio de uma pesquisa qualitativa de
procedimento pesquisa-ação sob a metodologia fundamentada em uma proposta de intervenção com o
gênero conto maravilhosa.
RESUMO
A Genética textual é um importante campo teórico que busca compreender os percursos/processos de
produções textuais (em sala de aula – SOUZA, 2009). Tendo tal aporte teórico em mente, busca-se, na
presente pesquisa em desenvolvimento, analisar as produções textuais de alunos em uma Oficina de
Produção de Texto de um colégio particular, na cidade de Arapongas, PR, que foi desenvolvida como
elaboração didática e agora está em sua segunda aplicação. O estudo tem como objetivo analisar as
interferências do professor ao fazer correções e apontamentos nos textos, verificando como tais
intervenções influenciam tanto no processo, como em sua produção da versão final. Como os
comandos disparadores das propostas de produção são subjetivos, podendo levar os alunos a variadas
interpretações dentro dos limites traçados, busca-se também analisar como a estilística se faz presente
no texto como recurso utilizado que pode levar a um ethos do enunciador. São objetivos específicos de
tal estudo o avanço rumo à humanização dos alunos, pois as propostas são subjetivas e reflexivas, bem
como o contínuo desenvolvimento do pensamento tecnológico, uma vez que o ato de interpretar, fazer
escolhas e solucionar problemas (fatores presentes no processo de produção textual) é tecnológico.
Pautado nas teorias de sequências textuais de Adam (2011), a pesquisa também se apoia nas teorias e
metodologias de Bakhtin (1997), Bronckart (2006), Koch (2012), Marcuschi (2008), Freire (1969),
Machado (2008), Bortolin (2017), Souza (2009), Dikson (2017), Martins (2008), Fiorin (2004) e
Amossy (2016).
RESUMO
O objetivo deste trabalho é refletir criticamente a respeito do processo de aprendizagem teórica,
metodológica e prática dos conceitos de revisão e reescrita na formação docente inicial em Letras. A
pesquisa é baseada na teoria dialógica do Círculo de Bakhtin (BAKHTIN, 2016 [1952];
VOLOCHINOV, 2013 [1930]; VOLOCHINOV, 2017 [1929]), em autores da Linguística Aplicada
(BELOTI, 2016; GERALDI, 1997 [1991]; MENEGASSI, 2013; MENEGASSI; GASPAROTTO,
2016) e promove suas discussões com base em registros de um Estudo de caso realizado no contexto
da graduação em Letras de uma universidade pública-estadual do Paraná. Os resultados demonstram
que os acadêmicos, em um primeiro momento, sustentam práticas voltadas às correções tradicionais;
posteriormente, mesmo com um trabalho teórico direcionado às práticas de revisão e de reescrita e
uma consciência maior quanto ao processo dialógico, os professores em formação tendem à retomada
de concepções não dialógicas, o que se deve a um longo processo de naturalização das práticas de
correção tradicional nas experiências pedagógicas pessoais desses indivíduos.
RESUMO
Considerando, com Bakhtin (1979), a dialogia como um princípio constitutivo da linguagem e que as
interações sociais ocorrem por meio de gêneros mobilizadores de discursos, este trabalho tem como
objetivo apresentar uma experiência de análise e ensino-aprendizagem do gênero seminário ancorada
na perspectiva bakhtiniana. Em primeiro lugar, a partir dos estudos de Rodrigues (2004), apresentamos
uma ligeira revisão teórica de conceitos-base como gêneros do discurso, dialogia e enunciado na visão
de Bakhtin, bem como da concepção de linguagem adotada por esse autor. Em seguida, apontamos
algumas considerações metodológicas para análise de gênero para, então, esboçarmos uma proposta de
ensino-aprendizagem do gênero seminário. O desenvolvimento deste trabalho se deu como requisito
para conclusão de uma disciplina do Programa de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de
Londrina, na qual são realizadas reflexões sobre as diversas perspectivas de estudo sobre os gêneros.
Uma das dificuldades encontradas para a elaboração deste estudo foi a pouca quantidade de materiais
produzidos para o ensino de gêneros sob a perspectiva bakhtiniana. Muitos trabalhos desenvolvidos
costumam utilizar-se de mais de uma perspectiva, misturando, em grande frequência, os estudos do
Círculo de Bakhtin com os estudos do grupo genebrino da Teoria dos Gêneros Textuais. Dessa forma,
esperamos contribuir para a ampliação dos estudos bakhtinianos que visem ao ensino de gêneros do
discurso.
RESUMO
O foco deste trabalho está na contribuição da etapa de análise linguística para a produção de sentidos
nas atividades de leitura e para a posterior escrita, no processo de ensino e aprendizagem de língua
portuguesa. Os objetivos estabelecidos foram: a. analisar uma produção didático-pedagógica
desenvolvida por professor participante do Programa de Desenvolvimento Educacional/PDE/PR, com
foco na importância da leitura para o 6º ano do Ensino Fundamental, a partir do gênero Conto; b.
sugerir atividades de análise linguística que contribuam para a compreensão leitora nas atividades
analisadas e para a posterior escrita. Para tanto, o referencial teórico amparou-se nos pressupostos da
concepção de linguagem dialógica, expostos em Bakhtin (1997), Paraná (2008) e Polato (2017), entre
outros. Os encaminhamentos metodológicos são de natureza qualitativa, desenvolvidos a partir da
análise documental e dos pressupostos da Análise Linguística de estatuto Dialógico POLATO, 2017).
Os dados foram coletados a partir de material disponível no Portal Dia a Dia Educação-SEED/PR
sobre resultados do Programa de Desenvolvimento Educacional no ano de 2016 e o critério para a
seleção do trabalho analisado foi o foco no ensino e aprendizagem de língua portuguesa no 6º ano do
Ensino Fundamental. O critério de análise da produção didático-pedagógica consistiu na verificação de
quais elementos linguísticos-textuais-discursivos, dentre os elencados pelo caderno de expectativas de
aprendizagem (PARANÁ, 2012), foram mobilizados nas atividades propostas pelo docente produtor.
Os resultados demonstram que: a. não houve preocupação do professor-autor em apontar e discutir os
elementos linguísticos-textuais-discursivos responsáveis pela produção de sentidos no texto; b.
Consequente manutenção do foco das atividades propostas em informações retiradas e/ou
reorganizadas a partir do texto. Com as atividades sugeridas, observou-se que a etapa de análise
linguística poderia ter sido explorada de modo a contribuir com as atividades de leitura propostas e
com as posteriores etapas de escrita.
RESUMO
Nossa proposta insere-se no campo inter/transdisciplinar dos estudos em Linguística Aplicada (LA) e
por essa razão volta-se à reflexão da linguagem nas práticas sócio-historicamente situadas e de ensino
e aprendizagem de língua portuguesa. Dentre os caminhos teórico-metodológicos para estudo e análise
da língua, destacamos a vertente dialógica do Círculo de Bakhtin como uma possibilidade mais
contextualizada ao assumirmos os enunciados concretos como objeto de estudo em sala de aula e a
concepção de língua(gem) como interação. Nessa perspectiva, ao concebermos o enunciado como
unidade da comunicação discursiva e, por isso, repleto de relações dialógicas, nosso objetivo é
apresentar uma possibilidade de trabalho que envolva as práticas de leitura e análise linguística,
considerando o gênero fábula e suas dimensões: social (horizonte espacial e temporal, horizonte
temático e horizonte axiológico); e verbo-visual (conteúdo temático, construção composicional e
estilo). Com base em alguns trabalhos na mesma linha como Costa-Hübes (2017) e Acosta-Pereira
(2014), este trabalho orienta-se para uma proposta de leitura na perspectiva discursiva com foco na
análise linguística dialógica (POLATO, 2017). Como resultado, esperamos contribuir com uma
possibilidade de trabalho mais dialógico com o gênero fábula.
RESUMO
Esta comunicação, à luz dos conceitos bakhtinianos de dialogismo, campo e gênero discursivo, é
resultado de análise de episódio de grande repercussão na mídia, quando foram mobilizados diferentes
gêneros discursivos do campo jornalístico. Entendemos que os gêneros jornalísticos têm grande
destaque pela relevância do campo da atividade humana de onde emergem e por serem indispensáveis
para a compreensão do cotidiano e para a interação com o mundo. O episódio em foco é o incêndio
ocorrido na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que repercutiu, nos diversos veículos de imprensa, por
meio de notícias, reportagens, editoriais e, mais recentemente, foi figurar nas páginas de livro-
reportagem, em trabalho minucioso de investigação. Buscou-se, a partir de uma abordagem quali-
interpretativista, verificar o tratamento temático desse mesmo fato nos diferentes gêneros, inseridos no
contexto de produção de enunciados concretos, produzidos pela ampla cobertura jornalística. Com o
resultado do processo analítico, espera-se vislumbrar um possível trabalho de ensino e aprendizagem
de língua portuguesa com base em gêneros jornalísticos, procurando destacar a trama de enunciados
constituídos dialogicamente a partir da primeira informação sobre um determinado episódio, para
mostrar, inclusive, que o discurso produzido em torno de um mesmo fato se estabelece por meio de
diferentes pontos de vista e de vozes. Devendo sempre considerar o contexto sócio-histórico do
acontecimento, defende-se que a abordagem de gêneros discursivos, nesse caso, jornalísticos, deve-se
desviar da análise exclusiva de aspectos estruturais, o que ainda tem sido recorrente na escola.
RESUMO
Esta comunicação tenciona apresentar uma análise da Prova do Concurso Vestibular da Unespar da
edição de 2018/2019, tomando como corpora de análise a Prova de Redação e a Prova da Área de
Linguagens, códigos e suas tecnologias, com o objetivo de analisar se a Prova de Redação estabelece
as condições de produção necessárias para a escrita dos textos dos candidatos e como os textos
apresentados pela Prova da Área de Linguagens, códigos e suas tecnologias estabelecem relações
dialógicas com o tema estabelecido para a Redação e apresentado por meio dos textos de apoio. Para
tanto, tomamos como aporte teórico-metodológico os trabalhos de Geraldi (1997), Costa-Hübes (2012)
e Menegassi (2016), acerca das condições de produção para escrita de textos, e discussões do Círculo
de Bakhtin (1926; 1992; 2003), a respeito dos aspectos dialógicos e entoacionais, inseridos nos
preceitos do Dialogismo. A partir das análises, compreendemos que a escolha dos textos de apoio para
a Prova de Redação e a Prova da Área de linguagens revela o posicionamento da instituição acerca do
tema tratado, manifestando-se como entoações valorativas, contribuindo, assim, ao olhar múltiplo em
relação ao conteúdo temático, o que pode possibilitar maiores condições para que os candidatos
realizem o seu projeto de dizer na escrita de seu texto na Prova de Redação.
Keilla Guardevir
keillaguardevir15@gmail.com
Adriana Delmira Mendes Polato (UNESPAR)
Ampolato@gmail.com
RESUMO
Objetivamos propor uma análise de viés dialógico no trabalho com um texto do gênero Artigo de
opinião, para abordar recursos linguístico-textuais-enunciativos e discursivos encontrados na
construção do texto e que representam operações valorativas importantes à compreensão da vida social
que integra o discurso. A perspectiva dialógica abordada por Bakhtin e o círculo, além de trabalhos
brasileiros de linguística aplicada sobre a análise linguística em perspectiva dialógica (GERALDI
84,91), (COSTA- HUBES 2017), (POLATO; MENEGASSI, 2017, 2018) são nosso norte teórico. A
análise se debruça sobre a compreensão valorativa do gênero mobilizador do dizer, sobre a
compreensão das axiologias do discurso a partir da relação estilo-gramática. Os resultados apontam
como as escolhas vocabulares e sintáticas estão orientadas ao tema, ao interlocutor e a forma
constituinte do pensamento do autor, que visa compartilhar um projeto de dizer posicionado com o
outro. A partir disso, esboçam-se reflexões que apontam à possibilidade de uma abordagem do
discurso em situação de ensino e aprendizagem.
RESUMO
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino permeada por complexas questões
ideológicas e de poder, historicamente estruturada por uma concepção paternalista, sendo esse aluno
esquecido e a sua Palavra apagada. O presente trabalho é parte de um estudo maior, em andamento,
por meio de um projeto de leitura e contação de histórias aplicado em uma escola do município de
Londrina, propomos descrever e analisar a leitura da fábula Assembleia dos ratos de Esopo, que
possibilitou um diálogo com diferentes práticas de letramento. A pesquisa tem como base a teoria dos
Novos Estudos do Letramento (STREET, 2010, 2014; BARTON; HAMILTON, 1998; GEE, 1990) e
da Pedagogia Crítica (FREIRE, 1987, 1996; GIROUX, 1987), valendo-se de procedimentos
metodológicos que a caracterizam como pesquisa-ação (THIOLLENT, 2003). O corpus aqui
apresentado constitui um recorte, tendo o diário de campo e o registro fotográfico como instrumentos
de pesquisa. Assim, consideramos a relevância de um letramento crítico e da Educação como Prática
da Liberdade, reconhecendo na Palavra desse aluno o poder de reflexão e transformação.
RESUMO
Este trabalho faz parte de uma pesquisa maior que tem como propósito investigar como se dá a
implementação e o desenvolvimento de uma formação continuada colaborativa, tendo em vista um
projeto de letramento a ser desenvolvido com os alunos. Desse modo, neste trabalho, objetivamos
descrever algumas das reuniões de formação colaborativa desenvolvidas no colégio Estadual Oswald
de Andrade. Com uma abordagem qualitativo-interpretativista, de cunho etnográfico, nos
posicionamos a favor de uma Linguística Aplicada mestiça, nômade, que exploda a relação entre teoria
e prática e deseja construir teorias alinhadas às vozes dos que vivem as práticas socias e compreende
os novos tempos, ou seja, indisciplinar. Nessa perspectiva nos ancoramos, grosso modo, na abordagem
sociocultural e etnográfica dos Estudos de Letramento (STREET, 1984, 1993, 2001, 2003, 2012, 2014;
KLEIMAN, 1995) e no dialogismo bakhtiniano (BAKHTIN/VOLOCHINOV, [1929]1995;
BAKHTIN, [1952-53/1979] 2003, BAKHTIN, [1934-35/1975] 1988). Na posição de professora e
pesquisadora no contexto de uma escola pública de periferia, estou me propondo trilhar um caminho
que considere a interação entre professores em seu local de trabalho, em uma perspectiva
descolonizadora (KLEIMAN, 2013), que leve o educador e o aluno a desenvolverem práticas de
letramento com maior envolvimento em relação aos problemas sociais.
RESUMO
Apresento esta reflexão a partir de dados extraídos de um projeto de pesquisa que estuda a relação
entre os percursos de letramento de professores em formação (inicial e continuada), os modos de
apropriação da cultura letrada acadêmica e a constituição da identidade profissional docente.
Sustentada por arcabouço teórico vinculado aos Novos Estudos de Letramento (Barton, Street,
Kleiman), ao sociointeracionismo dialógico e filiada a uma abordagem de linha qualitativa, esta
investigação faz uso do método de pesquisa autobiográfico, desenvolvendo estudo a partir de um
corpus constituído por cinquenta e oito (58) histórias autobiográficas de letramento escritas pelos
sujeitos pesquisados. Além da observação dos elementos comuns relacionados às práticas inseridas em
variadas esferas de letramento, procedeu-se à análise detalhada de uma série de histórias de letramento,
considerando sua dimensão subjetiva e as singularidades presentes na formação dos sujeitos
participantes que se refletem na constituição de sua identidade como professores de Língua
Portuguesa. Neste trabalho, especificamente, focalizamos o perfil e a formação de professores
pertencentes às classes populares, subalternas do ponto de vista socioeconômico, que correspondem ao
que Lahire denomina sujeitos trânsfugas de classe pelo fato de obterem êxito em desenvolver uma
carreira acadêmica docente.
RESUMO
As práticas e eventos de letramento da esfera escolar e acadêmica caracterizam-se como práticas
sociodiscursivas. Nesse contexto as questões entre língua(gem) e identidade, relações de poder
aparecem marcados por vozes sócio-históricas que respondem a imposições e tentativas de colonização
do saber e da língua. Nesse processo estão as várias trajetórias de letramento de estudantes indígenas
desde a educação escolar até a universidade. O indígena enfrenta o desafio de apreender os
conhecimentos ocidentais, mas sem perder de vista seus próprios valores culturais. É uma luta de
forças opostas que nem sempre se apresentam coesas ou sem contradições. Nesse contexto as
identidades indígenas estão em movimento, ora buscam a essencialidade como forma de resistir, ora
buscam uma identidade que lhes permitam existir, ou seja, transitar na cultura do não indígena por
meio de uma hibridização linguística e cultural. Esse processo é perpassado pela língua(gem) e pelas
práticas discursivas do campo educacional. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas,
observações e notas de campo com professores que atuam em escolas indígenas da região e professores
que estão em formação acadêmica. Este artigo abordará as formas de resistência que passam desde a
negação da identidade indígena até a apropriação da escrita e da língua portuguesa como formas de
resistência. O campo teórico para as reflexões está dentro dos Novos Estudos do Letramento
(STREET, 2010,2014; KLEIMAN, 1995), Estudos Culturais (HALL (2003; WOODWARD (2007) e
numa perspectiva dialógico da linguagem, os estudos de BAKHTIN (2004) dentre outros.
RESUMO
Este trabalho apresenta dados de uma pesquisa de doutorado em andamento cujo objetivo principal é
compreender de que modo práticas de letramento na disciplina Língua Portuguesa em uma terceira
série do Ensino Médio em escola pública dialogam com práticas de letramento não escolar dos
estudantes da mesma terceira série. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de orientação etnográfica cuja
geração de dados ocorreu por meio de: observação de aulas de Língua Portuguesa, observação online
de interação dos estudantes em redes sociais digitais, observação face a face de interação dos
estudantes em intervalos escolares e aplicação de questionários. Este artigo elabora uma síntese da
análise de dados referente ao letramento escolar. Os resultados revelam práticas de letramento voltadas
a adaptações morais e linguísticas com vistas a uma superação socioeconômica, de modo que o
presente dos educandos é anulado em favor de um futuro planejado e prometido pela escola. Além
disso, o letramento é reconhecido de maneira autônoma, como se a sua aquisição, por si só, fosse
suficiente para garantir o desenvolvimento socioeconômico dos alunos. Assim, a culpa de um possível
fracasso fica atribuída, implicitamente, ao educando.
RESUMO
Os estudiosos em Educação de Surdos têm encontrado na LA o lugar ideal para situar a problemática
do uso da linguagem envolvendo pessoas surdas. Ressaltamos a importância desse lugar para se
debater as relações das pessoas surdas com a língua portuguesa, com a Libras e até mesmo com outras
línguas estrangeiras, orais ou de sinais, visto que esse espaço em LA contribui para o trato dos
problemas enfrentados pelos surdos com a linguagem em uma perspectiva essencialmente linguística,
social e cultural, afastando- a dos enfoques patológicos tão enfatizados na área da saúde, e em muitos
casos na própria área da Educação, quando situado no campo das dificuldades de aprendizagem. Sendo
assim, o objetivo deste trabalho é apresentar quantitativamente, pesquisas que vêm sendo realizadas
em educação de surdos, no campo da LA, no Brasil, especificamente voltados às questões de
bilinguismo, letramento e ensino de língua portuguesa para surdos. A base de dados foi a biblioteca
digital brasileira de teses e dissertações -BDTD, fazendo-se um recorte entre os anos 2000 a 2018. Os
descritores foram “educação bilíngue” e “surdos”, “letramento” e “surdos”, “língua portuguesa” e
“surdos”; e “letramento acadêmico” e “surdos”. Os resultados demonstraram que a LA tem sido um
campo bastante visitado pelas pesquisas na área da educação de surdos e apontam para a necessidade
de ampliar o foco da temática do letramento acadêmico de sujeitos surdos.
RESUMO
A simetria proposta pelos organizadores da geometria urbana para uma concepção de cidade que
aparece aos nossos olhos no plano do imediato, como concreto, como forma e caos, espaço geométrico
concebido sob o prisma da racionalidade, invisibiliza o movimento da vida de “praticantes ordinários”
que em suas trajetórias constroem “maneiras de fazer”, por operações culturais que remetem a outra
dimensão espacial, Nessa perspectiva, para explicarmos com, aproximarmo-nos do saber, é
fundamental que nos atrevamos, perscrutando o que está por trás das imagens espaciais acima,
implicando-nos em suas fendas, buscando escavar traços constitutivos do movimento que produz as
formas de vida de corpos que se desprendem do concreto da cidade. Dessa forma, nosso olhar estará,
assim, voltado para uma dimensão espacial que demanda do mundo uma escritura e uma leitura de
ordem complexa, em que estão envolvidos/imersos os sujeitos em suas vivências cotidianas. Significa
olhar para as práticas de/sobre linguagem não valorizadas socialmente e, portanto, pouco investigadas,
que revelem a singularidade ou indícios de autoria de sujeitos falantes, em seu “trabalho” com e na sua
própria língua, um olhar que presume, portanto, implicar-nos em para ter uma hipótese e dar assim
forma a uma experiência.
RESUMO
O presente trabalho objetiva apresentar as etapas de execução um projeto de letramento para a
produção colaborativa de um blog literário pelos alunos do curso de Letras de uma universidade
pública do Norte do Paraná. Sua relevância está ancorada à importância em promover práticas de
letramento acadêmico em que a escrita seja compreendida a partir de sua função social e agenciamento
cívico. Ademais, o projeto de letramento vai ao encontro dos interesses dos sujeitos da pesquisa em
promover na instituição discussões sobre a temática étnico-racial, uma vez que as obras lidas
contemplarão a temática da negritude. De abordagem qualitativa e natureza aplicada, esta pesquisa-
ação: i) revisa a literatura da área de Letramento e formação de professores; ii) descreve o perfil dos
sujeitos envolvidos na pesquisa; iii) netnografa as práticas de letramento da esfera literária na
cibercultura; iii) desenvolve as etapas do projeto de letramento acadêmico – leitura e escrita processual
- em uma perspectiva ideológica (STREET, 2014).
RESUMO
Considerando a importância dos estudos da linguagem e da formação de professores de língua materna
para efetiva atuação nas escolas públicas do país na atual conjuntura da educação brasileira, este
trabalho tem como objetivo apresentar e discutir proposta de ensino de língua portuguesa por meio de
projetos de letramento (TINOCO, 2008). Sob as concepções dos Novos Estudos do Letramento
(STREET, 2014), da conscientização crítica da linguagem (FAIRCLOUGH, 1996) e, para se opor a
uma prática educativa reprodutora, sob a perspectiva de uma educação libertadora (FREIRE, 1999,
2018), tal proposta considera fundamental a relação entre os letramentos vernaculares e o letramento
escolar para o desenvolvimento de um processo de ensino-aprendizagem realmente compatível com as
práticas sociais mobilizadas pela escrita e pela leitura, assim como para a formação de cidadãos
críticos e atuantes que participem da construção de uma sociedade mais justa, como se apresenta na
Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996 e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de 1998. A
educação escolar deve, nesse sentido, considerar e promover a ampliação progressiva do conhecimento
do aluno, garantindo a ele espaços educacionais em que possa posicionar-se diante de valores
estabelecidos e buscar as transformações sociais necessárias.
RESUMO
Indagações envolvendo a formação do professor são frequentes e vão além do contexto escolar. É
comum serem observadas discussões de caráter político em que o educador é apresentado como mal
preparado, consequentemente responsável pelo fraco desempenho dos alunos. Pesquisas da área da
Linguística Aplicada refutam essa visão desvalorizada do professor e buscam evidenciar práticas
heterogêneas e plurais que apresentam esse profissional como agente de letramento. Nesse contexto,
consideramos os cursos de formação continuada potencializadores da reflexão, constituindo-se como
práticas de letramento, como espaço de apropriação crítica da cultura e de promoção de uma
autonomia intelectual e emancipatória. A partir das observações de um curso de formação continuada
para professores do Ensino Fundamental Series Iniciais, este trabalho visa apresentar reflexões acerca
do processo de práticas e atividades que contribuíram para o desenvolvimento do letramento docente.
Para isso, pretendemos caracterizar os eventos de letramento em que discussões a respeito de ações
afirmativas foram abordadas. Buscamos apoio no referencial teórico dos Novos Estudos do Letramento
(STREET, 2015), em especial os que focalizam o trabalho docente no que tange à perspectiva da
Linguística Aplicada (KLEIMAN, 2007, 2005; VIANNA et.al., 2016).
RESUMO
O ensino de inglês na Educação de Jovens e Adultos (EJA) passa por dificuldades como a falta de
material didático adequado (RAMOS, 2018), carga horária reduzida e heterogeneidade de proficiência
linguística (AGUIAR, 2011; SILVA, 2015) entre outros. Notando essa necessidade da criação de
materiais voltados para o contexto da EJA uma SD sobre o gênero comentário em notícia do Facebook
foi produzida por duas alunas-professoras e implementada numa turma da segunda etapa do Ensino
Médio da EJA durante o período de estágio. Partindo do pressuposto que a Sequência Didática (SD)
serve como instrumento mediador que contribui para um aprendizado significativo para se agir com a
linguagem por meio de gêneros textuais, a SD foi criada com base nos aportes teóricos-metodológicos
do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD) (BRONCKART, 2003) e nos estudos do ensino por meio de
gêneros textuais (DOLZ; SCHNEUWLY, 2004). Destarte o objetivo dessa pesquisa é apresentar a SD
ilustrando as etapas de sua elaboração assim como descrever as atividades e o material produzido de
acordo com a metodologia proposta pelo ISD. Para a análise faremos uma categorização de cada
atividade com base nas capacidades de linguagem apresentadas por Cristovão e Stutz (2011) e
expandidas por Miquelante (2019), além de traçar o perfil dos alunos por meio de uma análise de
necessidades e questionário para a produção. Os resultados parciais apontam que a produção da SD
contribuiu consideravelmente para a formação inicial das alunas-professoras no que diz respeito à
relação da teoria e da prática docente. Também é possível concluir que a SD busca atender as
necessidades apresentadas pelos alunos e se torna mais um material educacional que está disponível
para uso, preenchendo a lacuna encontrada.
RESUMO
Partindo da proposta de uma oficina sobre Sexismo de Diane Goodman e Steven Schapiro (1997), em
paralelo ao arcabouço teórico do interacionismo sociodiscursivo de Bronckart (2008), propõe-se uma
intervenção por meio de uma oficina de língua inglesa em uma instituição sem fins lucrativos com
objetivo de: a) observar quais representações as alunas constroem sobre feminismo por meio da
participação em uma prática educacional para Justiça Social; b) classificar como as representações de
feminismo identificadas se manifestam no agir das alunas participantes da sequência didática e c)
estabelecer quais são as contribuições desta intervenção para o desenvolvimento das capacidades de
agência. É uma pesquisa de cunho qualitativo e de base interpretativista, além de fazer uso dos
procedimentos teórico-metodológicos do interacionismo sociodiscursivo de Bronckart (2008) e
codificação descritiva e provisória de Saldaña (2009). Espera-se que ao final da intervenção os
participantes desenvolvam capacidades de linguagem que os possibilitem ter mais agência e criticidade
em discussões a respeito da desigualdade de gênero, além de desenvolverem capacidade de autoria em
língua inglesa.
RESUMO
Para que haja apropriação dos elementos de um determinado gênero pelos aprendizes, torna-se
necessária a realização de atividades que englobem exercícios variados, com o objetivo de suprir
possíveis lacunas a respeito das características do gênero. Pautando-se nessas premissas, a Sequência
Didática (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004) surge como um instrumento mediador deste
processo. As atividades dentro dos módulos da Sequência Didática focam, majoritariamente, em
exercícios de leitura e reescrita, dois momentos cruciais da atividade tradutória (CAMPOS, 1992),
considerada por alguns autores como a forma mais privilegiada de leitura crítica (SUBIRAT, 1945).
Devido a esta visão, esta pesquisa busca responder quais seriam os espaços da tradução dentro da
Sequência Didática. Para tal, uma Sequência Didática foi preparada que englobou o processo
tradutório de um determinado gênero, em todas suas especificidades, de forma planejada e sistemática
(LIBERATTI, 2012). Este trabalho é um recorte da atual dissertação do autor, ainda em andamento,
intitulada “Gênero, tradução e avaliação: o Portfólio Tradutório como instrumento de avaliação no
processo tradutório de gêneros”, que foca em reconhecer o Portfólio Tradutório como instrumento
avaliativo dentro da categoria de avaliação formativa (SCARAMUCCI, 2008; FURTOSO, 2008) para
avaliar o domínio das características do gênero trabalhado.
Simpósio 24
RESUMO
O projeto “Epic reads: words are legendary” foi desenvolvido para alunos do curso de formação de
professores de um instituto privado de idiomas. O presente trabalho tem o objetivo de contribuir para a
formação de professores de inglês e a formação de leitores, além de mostrar possíveis alternativas da
integração de redes sociais, propiciando a reflexão sobre o papel da escola no desenvolvimento dos
letramentos literários digitais. Espera-se que o educador adapte as tecnologias às finalidades
educacionais, evitando que seu uso seja apenas uma (nova) maneira de aplicar conceitos antigos com
aparência de inovação. Nesse contexto, o professor assume o papel de mediador, estimulando a troca
de conhecimento entre os alunos, desenvolvendo estratégias para a construção de um aprendizado
holístico. A escola, por sua vez, possibilita espaços para o letramento literário. Acreditamos que é
necessário despertar a atenção do aluno para a literatura e o Skoob é um aliado que pode fazer com que
o aluno compreenda que a literatura se faz presente em sua comunidade não apenas nos textos escritos
e reconhecidos como literários, mas também no suporte digital. Sendo assim, o letramento literário
digital não começa e nem termina na escola, mas é uma aprendizagem que nos acompanha por toda a
vida.
RESUMO
Há séculos, a mulher é objetificada pela figura masculina, não sendo vista como semelhante, mas
como propriedade do homem. Por isso, o movimento feminista - surgido nos Estados Unidos - é uma
das manifestações mais significativas da luta das mulheres pela igualdade de direitos. Neste sentido,
objetivamos retratá-la através da canção Triste, loca o mala de Francisco, el hombre (2016) para
exemplificar as conquistas que tiveram durante os manifestos e seu empoderamento nas aulas de
Espanhol como língua estrangeira, almejando desenvolver a criticidade do aluno. Para isso,
contextualiza-se a trajetória das mulheres, apresentando um panorama das figuras significativas e que
são modelos de encorajamento as que permanecem sem voz, e, por fim, propõe-se uma nova
abordagem sobre essa temática com uma atividade pedagógica. Para dar conta desta tarefa, nesta
pesquisa baseiamo-nos em autores como Amat (2003), Esser (2014), Jorge Majfud (2005), Leoni e
Laba (2019), Silva (2009) investigadores dessa área.
“THIS IS A NEW WAY, THIS IS A NEW DAY, THIS IS A NEW CHAIR, AND I
HAVE THE GAVEL AT THIS POINT”: PROPOSTA DE ATIVIDADE DE LEITURA EM LÍNGUA
INGLESA COM BASE EM UMA ANÁLISE DISCURSIVA FOUCAULTIANA
Alex Alves Egido (UEL)
alex.egido.uel@outlook.com
RESUMO
Inserida na área da Linguística Aplicada, no campo de formação de professores de Língua Inglesa (LI) e com
didático, esta proposta de comunicação está centrada em dois dos objetos críticos endereçados para este
simpósio, a saber: usos e efeitos discursivos. Ao considerar a ênfase de documento educacional federal, vigente
no território brasileiro, sobre práticas discursivas no ensino de línguas, o estudo teve como objetivo central, de
interesse descritivo-prático, construir uma proposta de atividade de leitura em LI, tendo como base o repertório
analítico discursivo foucaultiano. A fim de alcançar tal propósito, foi necessário observar três objetivos
específicos, os quais são: (i) descrever e comentar os usos dos discursos de representante política e do
funcionário do executivo federal americano, por meio de alguns elementos da formação discursiva e, em seguida,
(ii) elaborar uma proposta de atividade de leitura a professores de LI em formação inicial, que os possibilitasse
espaços de reflexão sobre os usos e os efeitos dos discursos permeados por poderes e imbricados em instituições
de representações transitórias. Este estudo visa a contribuir diretamente à formação inicial de professores, ao
propor-lhes crítica no que diz respeito aos usos e efeitos dos discursos e, indiretamente, a linguistas aplicados,
que buscam transposições didáticas de princípios e análises do discurso para o ensino de línguas.
Palavras-chave: Incidentes Críticos (IC); Língua Inglesa (LI); Formação de Professores; APS.
RESUMO
O presente trabalho apresenta algumas ocorrências de processos neológicos na linguagem política
expressos, em sua maioria, em textos jornalísticos de cárter ou de intenções políticas, encontradas em
meio digital, tendo em vista a classificação das palavras aí discriminadas. Para tanto, levou-se em
consideração a natureza dinâmica da língua, destacando-se aí a inovação lexical como fator que
concorre para a renovação e possível ampliação lexical de uma dada língua, no caso, do português, por
meio dos variados processos neológicos pelos quais os falantes da língua portuguesa têm-se utilizados
na formação de novas palavras. Escolheu-se o contexto político como fonte de origem de tais palavras
por conta, justamente, de sua dinamicidade que abriria espaço para a criação de novas formas de
expressão e de novas noções acerca da realidade. Assim, neste trabalho, buscou-se descrever o
processo de formação de novas palavras na linguagem política brasileira por meio dos processos
neológicos por que tais palavras poderiam ter passado como: neologismos semânticos, neologismos
por empréstimos e neologismos sintáticos.
RESUMO
Este trabalho visa a analisar o trabalho de face no Tribunal do Júri, assinalando, dessa forma, as
estratégias empregadas pelo promotor de justiça e pelo defensor público para a construção de imagens
destinadas à persuasão dos interlocutores. O presente trabalho está ancorado nos conceitos teóricos da
Análise da Conversação em relação de interface com a Linguística Forense. A pesquisa está
fundamentada, especialmente, nas perspectivas analíticas de trabalhos de Goffman (1967), Brown e
Levinson (1987), Marcuschi (2003), Koch (2009), Kerbrat-Orecchioni (2006), Coulthard e Johnson
(2010), Galembeck (1999) e Coulthard (2007). Para a constituição do corpus, utilizamos gravações de
audiências nas sessões do plenário do Tribunal do Júri na comarca de Três Lagoas, interior de Mato
Grosso do Sul, transcritas conforme Preti (2003). Observamos a ocorrência de estratégias de polidez
empregadas tanto pelo promotor de justiça quanto pelo defensor público, na fase de debates orais,
desempenhando a função, em sua maior parte, de arranhar a face de seu parceiro de interação para
enfraquecer os argumentos oposicionistas.
RESUMO
Este trabalho a visa analisar os procedimentos de articulação usados por promotores em tribunais
realizados em língua inglesa, com foco nos pedidos de “objection” (protesto) na fase intitulada cross-
examination. O aporte teórico desta pesquisa está fundamentado nos princípios da Análise da
Conversação, que tem como base o estudo de interações reais, em relação de interface com a
Linguística Forense, cujo objetivo principal é buscar a relação entre os estudos da Linguagem e as
várias vertentes do Direito. A pesquisa está ancorada nos trabalhos de Marcuschi (2006), Caldas-
Coulthard (2008), Coulthard e Johnson (2010) e Coulthard (2015). Para a realização deste trabalho,
analisamos interações reais dentro de ambientes forenses e, para a constituição do corpus, utilizamos
gravações de tribunais disponibilizados na internet, principalmente no site Youtube e transcritas
conforme Preti (2003) para análise dos dados. A análise se dá a partir do pedido de
“Protesto/Objection” feito pelos promotores a fim de manter o tópico da acusação e evitar distrações
durante o depoimento do réu. Busca-se, portanto, verificar o uso de marcadores multifuncionais na fala
dos participantes, bem como se sustentada ou não pelo juiz, além das estratégias usadas para a
reformulação de perguntas.
RESUMO
O presente trabalho visa analisar, por meio da intertextualidade, as marcas ideológicas, os valores
éticos, sociais e culturais deixados no leitor/receptor por intermédio das personagens femininas dos
contos de fadas infantis, intituladas como “princesas”, e como o poder influenciador da mídia pode
fazer uso desse recurso para persuadir a mente humana, modificando pensamentos, comportamentos e
até ações. Para isso, realizaremos uma breve abordagem dentro da Linguística Textual, por meio de
uma reflexão sobre os efeitos de sentidos provocados pela intertextualidade. Como corpus para a
análise, será utilizado o conto “Branca de Neve e os Sete Anões”, para que, assim, possam ser
identificadas algumas formas de persuasão sugeridas, por meio do discurso verbal e imagético, na
representação do papel feminino nesse conto de fadas. Em um segundo momento, analisaremos a
reportagem da revista Veja, na qual é apresentada a esposa do, na época, vice-presidente da República,
Michel Temer, como “Bela, Recatada e do Lar”, numa suposta intenção de apresentar uma “princesa”
da atualidade. Em suma, percebe-se o poder da intertextualidade como um elemento persuasivo na
reportagem, bem como os efeitos de sentido provocados por ela para influenciar o público-alvo.
ARGUMENTAÇÃO, HIBRIDISMO
E SEUS EFEITOS NO GÊNERO PUBLICITÁRIO
RESUMO
A publicidade utiliza discursos variados que objetivam potencializar e racionalizar o consumo e, neste
universo, a persuasão é elemento essencial a ser analisado, porque é considerada a finalidade elementar
do gênero publicitário. Ela é construída na associação de recursos linguísticos e na exploração de
representações legitimadas pela sociedade. Lara (2007) afirma ser a publicidade um dos domínios em
que mais se verifica a presença de textos híbridos que, buscando criar efeitos de sentido de inovação,
surpresa, humor, transformam o anúncio publicitário em um outro gênero, recorrendo, sobretudo, à
alteração da forma, já que a função primeira (por exemplo, a de convencer o outro a consumir um dado
produto ou a utilizar um determinado serviço) tende a se manter – e ser reconhecida pelo enunciatário.
Desse modo, este trabalho busca, por meio da propaganda, identificar como as marcas intertextuais e
seus efeitos contribuíram para a argumentatividade do texto.
RESUMO
Nosso objetivo é apresentar o processo criativo do Procurador do Estado de São Paulo, José Alves
Motta, na escritura das cartas destinadas à professora de escola pública, Edith Alves Motta, durante o
período: namoro, noivado, casamento e nascimento dos filhos. As epístolas foram organizadas e
publicadas pelos netos Rodrigo Guimarães Motta Filho e Marcello Martins Motta Neto, no livro
intitulado “Cartas de um amor à moda antiga” (2008). Com base no aporte teórico da crítica genética
(PANICHI, 2003, 2016; SALLES, 1998, 2000) e da estilística (MARTINS, 2000; PANICHI, 1983),
percebemos que os manuscritos epistolares oportunizam a reconstrução da história de um homem
maduro, apaixonado, cortês e estabelecido profissionalmente na carreira jurídica, em uma época em
que as cartas eram enviadas por meio de “meninos de recados”. Verificamos que a construção lexical
que permeia as cartas escritas nos anos de 1936 e 1937 atentam para as marcas ortográficas, escolhas
lexicais, contexto social, histórico e cultural presentes nos documentos de processo.
RESUMO
O artigo examina os discursos, orais e escritos, de atores sociais da seara jurídica num contexto
relacionado a crimes de linguagem contra a honra. O caso refere-se a uma queixa-crime ajuizada por
um advogado em face de uma servidora pública federal, atribuindo-lhe a prática dos crimes de calúnia,
difamação e injúria. O corpus é constituído de transcrição da discussão travada entre advogado e
servidora pública e de excertos da decisão judicial que rejeitou a queixa-crime. O objetivo é analisar a
argumentação e as marcas textual-discursivas, notadamente os operadores argumentativos e
marcadores discursivos, identificando as estratégias linguísticas do julgador na decisão judicial. Os
fundamentos teóricos adotados são os da Semântica Argumentativa, a qual propõe que a
argumentatividade insere-se na própria língua, e da Análise da Conversação, a qual entende que a
linguagem oral, embora informal e fragmentada, dispõe de estratégias acionadas pelos falantes,
assegurando um processamento informativo pleno para a comunicação. Pretende-se evidenciar a
manifestação da subjetividade tanto dos interlocutores no texto falado, quanto do julgador no texto
escrito (decisão judicial), a despeito da linguagem jurídica ser considerada informativa.
RESUMO
O artigo apresenta a análise de um meme no Twitter, sob a ótica da Análise de Discurso (de linha
francesa), a partir da averiguação das condições de produção (CPs), das formações discursivas (FDs) e
da formação ideológica (FI), e da observação de como tais discursos, considerando o aspecto sócio-
histórico, são construídos, em especial, acerca do racismo e da definição do que seja compreendido, na
internet, como ‘cidadão de bem’. Para tanto, realizou-se uma pesquisa de cunho bibliográfico, por
meio de um levantamento teórico acompanhado de análise de corpus. A seleção do corpus ocorreu a
partir da realidade política representada por meio dessa ferramenta social conhecida como “meme”
(termo grego que significa imitação) e utilizada para ‘viralizar’ informações, sátiras, posicionamentos.
Ao final da análise, observou-se que a ideologia conservadora e seu discurso estão presentes, também,
no meme considerado ‘de esquerda’, mostrando a inexistência do que se pode chamar de ‘neutralidade
ideológica’. Questões ligadas ao racismo, papéis de gênero, classes dominantes e dominadas, entre
outros, foram percebidos. Todas as reflexões levantadas ao longo do trabalho não fomentaram
interesse em ajuizar valores aos variados discursos propagados nas redes, mas animaram o debate a
respeito dos revisionismos histórico e discursivo, sobre a persuasão discursiva e como a visão política
atual está atrelada à tecnologia e ao conservadorismo por meio das mídias sociais.
Julia Caroline Goulart Blank (Universidade de Passo Fundo/Instituto Federal do Rio Grande do Sul)
julia_blank92@yahoo.com.br
RESUMO
O objetivo desse trabalho é analisar a multiplicação de notícias falsas em meios online e quais são as
suas implicações na construção de uma imagem de si que resulta no ethos de demérito das
universidades brasileiras, especialmente as públicas. O corpus de análise é composto por duas notícias
falsas que circularam no facebook, uma foi obtida em um perfil pessoal e outra em uma página, entre
outubro de 2018 e junho de 2019, ambas foram retiradas do ar pela rede social, em vista da falsidade
de seu conteúdo. As imagens mostram cenas de pessoas nuas e o texto das publicações indica que
foram capturadas em universidade públicas brasileiras. As análises foram feitas por meio da teoria
semiolinguística proposta por Charaudeau (2016) e demonstram que o EUc busca encenar, em seu
discurso, um universo de imagens e palavras que associem a nudez às universidades de forma
pejorativa e degradante. Para tal propósito, utiliza-se da ironia associada às imagens de indivíduos
despidos, as quais, na verdade, não foram capturadas em universidades. Assim, o EUc projeta um TUd
que considere essa encenação com asco e adira ao seu contrato de comunicação, sendo-lhe fiador de
tais informações, no facebook, essa adesão se dá por meio do compartilhamento da postagem, sendo
que as duas publicações juntas somam mais de 184 mil compartilhamentos.
RESUMO
Tendo como aporte teórico a Análise do Discurso (de orientação francesa), este trabalho aborda os
conceitos, inicialmente, de Formação Ideológica (FI) e Formação Discursiva (FD), pois, de acordo
com Pêcheux (2008), são os responsáveis pelos conhecimentos adquiridos/assimilados por todo
sujeito, uma vez que ele, e também os sentidos, são constituídos sócio-historicamente e atravessados
por diversas vozes (interdiscursos). A partir desses dois conceitos, será abordada a questão do ethos,
segundo a definição de Maingueneau (2000), para, então, ser apresentada a análise de três propagandas
de cerveja, envolvendo possíveis influências em seus receptores, considerando as Condições de
Produção nas quais foram produzidas, pois o atravessamento discursivo ocasiona a produção do
discurso de determinada forma e as vozes que constituem o sujeito o fazem se adequar à posição que
deverá assumir. Para tanto, este trabalho tem por objetivo estabelecer como a posição discursiva do
sujeito mantém relação direta com a imagem transparecida por ele, mesmo que imaginária (AMOSSY,
2014), ressaltando que o enunciatário percebe a imagem do locutor como ele a demonstra, nem sempre
sendo de caráter verdadeiro.
RESUMO
Este estudo abrange as interfaces das áreas de Comunicação Organizacional e de Estudos da
Linguagem e busca identificar as formações discursivas do ambiente da indústria, as quais podem ser
reveladas, principalmente, por meio de práticas ligadas à comunicação institucional. Essas práticas
incluem enunciações (verbais e/ou visuais) responsáveis tanto pela forma como pelas relações das
organizações com a sociedade. A pesquisa estuda as condições de produção dos processos de formação
discursiva, os aspectos ideológicos e interativo-discursivos presentes na linguagem dos materiais
institucionais do Sesi – Serviço Social da Indústria/CNI – Confederação Nacional da Indústria, os
quais incluem os textos verbais e imagéticos da Revista Sesinho. O percurso metodológico tem base no
aporte teórico da Análise do Discurso (de orientação francesa), o qual permite um estado de reflexão e
o estabelecimento de relações sobre a linguagem, o sujeito, os sentidos, a história e a ideologia. A
partir da noção de formação discursiva, juntamente com a de condições de produção e de formação
ideológica, esse estudo busca analisar os possíveis efeitos de sentido do ambiente organizacional e
apresentar uma proposta de análise no que diz respeito aos discursos organizacionais.
RESUMO
Por meio desta pesquisa, cuja filiação teórica é a Análise do Discurso francesa, pretendemos trazer à
luz do conhecimento científico a voz da mulher nipo-brasileira em relação à sua representação na
mídia digital do Brasil, uma vez que o silêncio faz-se presente quanto à configuração dessa mulher, no
meio social e, consequentemente, em termos discursivos. Esse silêncio também significa e pode ser
verificado e validado por meio de mecanismos e processos que serão analisados na tese mediante os
estudos de Orlandi (2007; 2017), no que se refere a esse tema, e teóricos como Pêcheux (1990) e
Maingueneau (1997), em relação ao funcionamento discursivo. Outro objetivo é esclarecer o
entrelaçamento entre mídia, poder e ideologia, e compreender de que forma essa tríade fornece as
bases para o silenciamento da mulher oriental, sobretudo as nipônicas, nesse espaço. Entretanto,
sabemos que o papel da AD não é propriamente discutir ou problematizar o que se diz sob
determinadas condições de produção, portanto focaremos no modo como o silenciamento surge e
opera nos discursos que cercam esse sujeito, porém não deixaremos de abordar os possíveis efeitos de
sentido decorrentes do processo de silenciamento dos discursos que serão analisados no corpus,
composto por quatro reportagens online.
RESUMO
Este estudo propõe o uso dos pressupostos teóricos da Análise Crítica do Discurso (doravante ACD)
para a análise do discurso bíblico. O corpus analítico é o evangelho de Mateus, capítulo quinze. As
discussões teórico-analíticas são feitas à luz dos dados extraídos dos versículos vinte e um a vinte e
oito. Trata-se de uma narrativa cujo foco recai sobre um suposto diálogo travado entre Jesus e uma
mulher grega. Para levar a cabo a análise dos efeitos de sentidos gerados da interação supostamente
estabelecida entre os sujeitos participantes da cena enunciativa em foco, numa perspectiva
multidisciplinar, lançamos mão de alguns preceitos da Pragmática da Interlocução de Austin (1990) e
da Análise Crítica do Discurso. O método de análise, aqui adotado, segue os preceitos postulados por
Fairclough (2001). O enquadre teórico-metodológico desse estudioso, cujas bases se encontram na
Teoria Social do Discurso, permite possíveis diálogos com uma abordagem linguística de natureza
pragmática. O fio condutor dos estudos discursivos para Fairclough e seguidores é o de que a ACD
fornece uma teoria e um método de análise do discurso que envolve relações, estados de coisa, visões
de mundo, realidades que se nos apresentam imbricadas nas práticas discursivas e nas práticas sociais,
princípio que também norteia esse estudo.
RESUMO
A partir de 2006, ano em que é aprovado a Lei 11.343, Lei antidrogas, há um crescimento em relação à
população carcerária, principalmente a feminina. Sendo assim, regido por uma biopolítica, para que
haja um maior controle e gerenciamento desses corpos-mulheres em cárcere, há o funcionamento do
dispositivo da autoestima para que haja uma docilização desses corpos, que atua em uma dupla
função: além de fazer (re)viver o verdadeiro de uma época sobre o que e como é ser mulher, faz
funcionar ainda, como por exemplo, por meio do Miss priosional, um mecanismo para manter a
segurança prisional e, portanto, social. Sendo assim, este trabalho propõe analisar como a prisão,
enquanto um espaço heterotópico desviante, (re)produz um corpo com uma regularidade enunciativa
que promove o verdadeiro de uma época: a docilização e a feminização dos corpos-mulheres em
cárcere. A metodologia fundamenta-se na abordagem qualitativa à luz da Análise do discurso
foucaultina, assim, as imagens em discurso usadas neste trabalho, possibilitam regimes de olhar
enquanto processo de interpretação da objetivação do corpo feminino.
Resumo
Este trabalho, vinculado ao Grupo de Estudo em Análise do Discurso da UEM (GEDUEM), segue as
bases da Análise do Discurso Foucaultiana, em diálogo com as teorias da imagem, e traz a tona a
emergência do discurso da inclusão de imigrantes e refugiados, o qual requer pensar como estes estão
sendo ressignificados nos discursos midiáticos, para isso, questiona-se como a imagem iconográfica se
torna objeto de debate político e confronto social. Assim, objetiva-se, neste estudo, compreender o
modo como a verdade e a memória permeiam a imagem iconográfica, criando enunciados que as
atravessam, mais especificamente, nas imagens que circulam na mídia, as quais despertam no
espectador o sentimento de dor ou a ausência desse. Para tanto nos reportamos as discussões de Michel
Foucault sobre memória, acontecimento discursivo e verdade, por considerarmos que, isolada de seu
contexto, a imagem diz muito pouco sobre a história e a memória, são frágeis, inexatas e confusas, não
sendo suficientes para desvendar os enunciados que as permeiam, considerando que, para Foucault, um
enunciado “é sempre um acontecimento que nem a língua nem o sentido podem esgotar inteiramente”.
[De um lado] “está ligado a um gesto de escrita ou à articulação de uma palavra, mas, por outro lado,
abre para si uma existência remanescente no campo de uma memória” (FOUCAULT, 2002, p. 32).
Resumo
A Igreja Católica é uma instituição que, historicamente, exerce certas relações de poder na sociedade,
seja no modo de pensar ou agir. Nestas condições de possibilidade, ela tem fabricado discursivamente
uma imagem de uma instituição confiável, que zela pelo bem-estar das pessoas. Entretanto, igualmente
circulam discursos a respeito de uma crise de abusos sexuais evolvendo alguns membros do clero. Os
casos que aparecem na mídia são atuais e antigos e concorrem para isso determinados veículos
midiáticos que funcionam como estruturas de poder para noticiar e, também, espetacularizar os
diversos episódios de abuso, porque eles conseguem dar voz às vítimas e aos abusadores. Nesse
sentido, acaba por surgir um determinado contexto em que a violência sexual está inserida, fazendo
necessário demarcar os tipos de sujeitos que o discurso midiático constrói nesse tipo de acontecimento,
considerando as posições sujeito de “padre abusador” e de “vítima de abuso sexual”. Partindo da linha
de pensamento da análise de discurso francesa, especificamente do filosofo Michel Foucault, este
trabalho teve como objetivo analisar o discurso jornalístico referente à temática sobre violência sexual
contra crianças e adolescentes envolvendo membros da igreja católica, a fim de perceber as
objetivações produzidas sobre o sujeito abusador e sobre os sujeitos vítimas dessa prática.
RESUMO
O poder é uma prática social que, na concepção desenvolvida por Michel Foucault, não pode ser
considerado como universal. Na medida em que é exercido também encontramos condições de
possibilidade para verificarmos a existência de movimentos de resistência. Por se tratarem de gestos
construídos historicamente é cada vez mais necessário buscarmos compreender como essas relações se
efetivam. Para tanto, os discursos produzidos e colocados em circulação na sociedade são tomados
como materialidades de descrição e análise. Nessa esteira, considerando as pesquisas na perspectiva
discursiva da linguagem e os postulados do filósofo francês, é objetivo deste trabalho refletir sobre o
modo como músicas de artistas do universo LGBTQI+ tem permitido o exercício de poder e
resistência. A música “Bixa Preta”, da MC Linn da Quebrada, que se descreve como artista multimídia
e bixa travesty em seu site oficial, se torna o corpus da discussão que permite visualizar a inscrição do
LGBTQI+ no espaço musical, da arte e do entretenimento, porém de uma forma engajada e com um
sujeito que foge ao que é concebido como padrão na lógica de uma sociedade que coloca em destaque
os traços da heteronormatividade.
RESUMO
As discussões a serem feitas neste simpósio parte da tese de que o “envelhecimento da população”,
como um acontecimento de ordem social, econômica, política e cultural, permite que se realize, em
termos de análise discursiva, um trabalho de “acontecimentalização” (FOUCAULT, 2006) que
implica, por exemplo, tomar como objeto de descrição diferentes enunciados cujo “princípio de
diferenciação” (FOUCAULT, 1972) é a relação entre o idoso e as chamadas “novas tecnologias”. Esse
tipo de pesquisa demanda a constituição de séries enunciativas e a descrição das relações que elas
estabelecem entre si, o que pode dar visibilidade às regras de formação de um discurso que é
atravessado por processos de governamentalidade da população idosa na contemporaneidade. Tendo
em vista que a finalidade não é encontrar as origens de uma identidade, mas abordar o conjunto de
enunciados efetivamente ditos ou escritos, em sua dispersão de acontecimentos, tal análise possibilita
compreender as práticas discursivas de subjetivação na estreiteza e na singularidade de seu
acontecimento no espaço discursivo da web. Em linhas gerais, essa é a proposta apresentada, a qual
está norteada por duas questões: (1) como se efetua o governo do idoso na web?; (2) de que
instrumentos teórico-metodológicos se dispõe para a análise desse acontecimento? Para estas reflexões
foram selecionadas algumas sequências enunciativas (SE) do blog “Terceira Idade na Internet” de
dos sites “Site da Terceira Idade” e “Coisa de Velho”, todos voltados à terceira idade. Esse recorte visa
descrever o modo como o dispositivo de poder-saber, que conjuga “novas tecnologias” com
“webvisilidade”, institui uma posição sujeito, que se define como “novo idoso navegador”.
RESUMO
Na última década, observou-se um aumento das discussões sobre gênero, bem como da visibilidade de
sujeitos pertencentes à comunidade LGBTQ+. Além de se diferenciar da comunidade externa a ela, a
dita heterossexual, a própria sigla demonstra que internamente há vários grupos e, portanto, várias
subjetividades e conflitos. Desse modo, buscamos investigar o jogo de forças estabelecido
internamente à comunidade LGBTQ+ e a sua consequente relação com a circulação/validação de
subjetividades. No esteio de uma análise discursiva que mobiliza noções foucaultianas, são
mobilizados neste trabalho conceitos como subjetividade, poder e resistência. A série enunciativa
mobilizada é composta por músicas da cantora Linn da Quebrada, em seu álbum ‘Pajubá’, lançado em
2017, o qual contem músicas como: ‘Bixa Travesti’, ‘Enviadescer’, ‘Necomancia’, ‘Submissa do 7°
dia’, entre outras. As análises indicaram que o discurso construído nas músicas estabelece uma
resistência ao padrão do gay com perfil masculinizado, o macho, em prol da valorização da
subjetividade do gay feminino, a bicha.
RESUMO
Este estudo tem como objetivo analisar a subjetividade de professor construída e veiculada em sites e
redes sociais brasileiros, no ano de 2019. Tal recorte se justifica pelas diversas discussões envolvendo
a atuação das escolas brasileiras, a qualidade do ensino que oferecem, os conteúdos e métodos de
ensino a serem selecionados e a atuação de seus profissionais, principalmente os professores. Partindo
de uma proposta discursiva calcada nos pressupostos teóricos lançados por Michel Foucault,
constituiu-se uma série enunciativa composta de notícias, reportagens, artigos de opinião, materiais de
orientação que circularam em sites jornalísticos no ano de 2019 e também documentos técnicos e
cartas abertas, a fim de averiguar como os discursos postos em circulação constroem e fazem circular
subjetividade(s) de professor. Dentre o vasto campo conceitual de cunho foucaultiano, foram
mobilizadas as noções de discurso, enunciado, posição sujeito e dispositivo As análises indicaram a
circulação de diferentes subjetividades de professor, as quais são constituídas no imbricamento entre o
campo de saber que atua mais fortemente na constituição do discurso e do referente que é recortado
para problematizar.
RESUMO
Recentemente, na comunicação do governo federal do Brasil, houve um acontecimento de destaque.
Por ocasião de um café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, o presidente do Brasil
afirmou que o país não pode ser considerado um local de turismo gay, mas, que quem quiser ter
relações sexuais com as mulheres brasileiras poderia “ficar à vontade”. Em seguida, diversos governos
de estados – e de alguns municípios também – utilizaram suas redes sociais oficiais para emitir
comunicados contradizendo a fala do presidente. Assim, nos pronunciamentos dos governos estaduais,
parece funcionar uma resistência discursiva em relação ao pronunciamento do governo federal. Deste
modo, este trabalho objetiva analisar como funciona a resistência na contradição entre governo federal
e governos estaduais no episódio sobre o turismo sexual no Brasil. Para tanto, são mobilizados os
ferramentais teóricos e metodológicos da análise de discurso foucaultiana, particularmente os
conceitos de objetivação, função enunciativa, resistência e relações de poder. A série enunciativa
recortada para o batimento descritivo-analítico é composta por uma notícia online de IstoÉ, abordando
a afirmação feita pelo presidente, e uma notícia online de Ig, referente aos pronunciamentos dos
governos estaduais. Ao final, percebe-se que há um efeito discursivo de resistência dos governos
estaduais em relação ao posicionamento do chefe do governo federal, sendo que os estados parecem
construir uma defesa das mulheres, que não devem ficar indistintamente sujeitas à vontade dos turistas,
o que caracterizaria o país como um local de turismo sexual.
RESUMO
Com todo processo de evolução, durante o passar de sua história, o homem aprofundou cada vez mais seus
horizontes em busca de compreender o universo simbólico e os modos de representar seu entendimento no
campo das artes. Durante muito tempo, segundo Mendes (2006), nos games, as personagens femininas
foram elaboradas em função das características masculinas. Pensavam em uma montagem de personagens
femininas articuladas a “marcas de gênero atribuídas aos homens (força, agilidade, velocidade) com aquelas
atribuídas às mulheres (intuição, beleza e graça)” (MENDES, 2006). Com o passar do tempo, buscou-se
uma atualização dessas personagens, de modo a receberem outros endereçamentos e alcançar públicos que
as outras caracterizações de personagens femininas não alcançavam. Trata-se de uma nova modalidade de
games que enuncia, recorrendo à história e à memória, relações de diferentes naturezas e, ao representar os
corpos já nomeados, enuncia-os segundo determinadas regras de formação das modalidades enunciativas,
dos objetos e dos conceitos. Desse modelo de composição, esses jogos colocam em cena domínios de saber
e exercícios do poder relacionados com uma época e com um lugar, inscrevendo os sujeitos representados
nesse espaço de ficção em lugares, entrelugares ou lugares à margem, alimentado por regimes de verdade.
Para o presente trabalho, foi escolhido o jogo Life is Strange, trazendo o seguinte questionamento: como
essas mudanças na criação das personagens femininas afetam os sujeitos jogadores e a indústria dos games?
Nesses termos, a união desses vários elementos constitui o roteiro do game em forma de uma engrenagem
discursiva sobre poder e memória, que serviu como base para este trabalho.
RESUMO
Este trabalho faz parte das pesquisas do Projeto Cadernos de Teorias da Linguagem e do Projeto
Gramática, Bilinguismo e Multietnia do Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas da
Universidade Estadual de Londrina, cujos objetivos estão voltados para o amplo estudo das teorias
gramaticais. Dessa forma, não se pode deixar de lado os estudos da gramática gerativa. Assim, quando
se trata de língua, há mais de um significado que se lhe pode atribuir. Diz-se que existe a concepção de
língua que trata de algo existente na mente, sendo uma habilidade ativada pelo uso. Sabendo disso, na
Linguística Gerativa, de acordo com Noam Chomsky (2005) distinguem-se a Língua-E e a Língua-I. O
conceito usual de língua, no senso comum, é o encontrado na Língua-E. A língua é, portanto, um
fenômeno sociocultural (compartilhado pelos indivíduos), histórico (construído ao longo do tempo) e
extremamente político. O foco da Linguística Gerativa, no entanto, é outro. Ela se ocupa
principalmente das capacidades mentais responsáveis pela compreensão e expressão linguísticas.
Localizada na mente, é uma faculdade psicológica herdada biologicamente, que é também uma versão
da Língua-E: trata-se da Língua-I. Para melhor compreender como a Gerativa vê a língua, é necessário
que se entendam os conceitos de modularidade da mente e o de modularidade da linguagem. Quando
se fala da modularidade da mente, é válida a distinção entre mente uniforme – conceito já arcaico – e o
de modularidade da mente – ideia mais aceita nos dias atuais. Em vez de enxergar a mente como
ferramenta única, que resolve tudo, Jerry Fodor propôs que compartimentos formariam o que
chamamos de mente, sendo esta formada por um conjunto de inteligências. Dentre esses
compartimentos, há o da linguagem, em que deve focar a Linguística Gerativa. Quanto à modularidade
da linguagem, tratar-se-ia duma segunda divisão (primeiro, dividiu-se a mente em módulos, sendo o da
linguagem o foco da Gerativa). Nessa segunda divisão, há subdivisões que possuem conhecimentos
especializados atuantes simultaneamente: o da fonologia, o da morfologia, o conhecimento lexical, o
sintático, o semântico e o pragmático.
RESUMO
Como parte integradora do estudo desenvolvido na nossa dissertação em andamento, esta pesquisa visa
analisar duas traduções para o português brasileiro do conto “The Signalman”, do autor britânico
Charles Dickens. “The Signalman” foi publicado originalmente no periódico All the year around em
1866 e recebeu diversas traduções para o português brasileiro, dentre as quais selecionou-se duas. A
primeira tradução escolhida foi realizada por Adriani Scolari Costa, publicada em 2017 no livro
História Fantásticas pela editora L&PM, e a segunda tradução foi desenvolvida por Ricardo Lísias,
publicada em 2004 no livro Contos Fantásticos do Século XIX escolhidos por Ítalo Calvino. Ao
estudar as duas traduções pretende-se identificar as escolhas tradutórias aplicadas e analisá-las sob a
perspectiva teórica dos Polissistemas (1990) e Estudos Descritivos da Tradução, cunhada pelos
teóricos Itamar Even-Zohar e Gideon Toury. A partir dessas teorias, pretende-se verificar as possíveis
influências do sistema receptor sobre as traduções realizadas. Ademais, objetiva-se analisar as marcas
da estética literária do Fantástico e do Realismo presente nas traduções, compreendendo como esses
elementos, próprios da escrita de Dickens, foram transmitidos ao público receptor da nova obra
literária, a tradução para o português brasileiro.
RESUMO
O presente trabalho parte dos estudos concernentes às relações interartes com vistas a analisar a
adaptação cinematográfica do conto de Guimarães Rosa “Corpo fechado”, pertencente à obra
Sagarana (1946). O longa-metragem, intitulado Meus dois amores, foi lançado em 2015 e a direção
ficou a cargo de Luiz Henrique Rios. Interessa nesta análise de caráter intersemiótico compreender
como se dá o diálogo entre a linguagem literária e a cinematográfica, de forma a se valorizar a
materialidade de cada código sígnico. Portanto, partindo das discussões e conceitos propostos pelos
teóricos José Luiz Sánchez Noriega, Linda Hutcheon, André Bazin, Robert Stam e José Carlos
Avellar, o estudo em questão busca explorar como o filme de Luiz Henrique Rios e sua equipe
realizam a transposição do conto do mestre brasileiro, levando-se em consideração o postulado
segundo o qual a obra adaptada representa um texto autônomo, o qual leva à uma leitura idiossincrática
do texto de partida.
RESUMO
O presente estudo tem o foco em apresentar as relações e papeis sociais do contexto de formação do
autor Oscar Wilde e sua estética de escrita no século XIX, com a transposição do romance, O Retrato
de Dorian Gray para o Brasil, na edição de 2009 traduzida por Marcella Furtado e publicada pela
editora Landmark. Propõe-se discutir a identidade homossexual na vida e obra de Wilde, o qual sofreu
retaliação da sociedade acerca da sua “imoralidade” e serviu de referência para compreender, hoje em
dia, um discurso preconceituoso de padrões heteronormativos. Nesse viés, os estudos sobre a teoria
queer de Judith Butler (1993), Miskolci (2017) e Sara Salih (2018) contribuem para identificar a
questão de identidade e gênero, no aspecto literário e linguístico, presentes no romance. No âmbito
tradutório, a teoria dos polissistemas de Even-Zohar (1990) ajuda a esclarecer questões sobre perda
e/ou alterações significantes na tradução da obra do autor em esferas culturais e literárias de dois
contextos sociais distintos. Dessa forma, espera-se que os resultados esclareçam as escolhas tradutórias
acerca dos aspectos identitários dos personagens transpostas para edição de 2009 no contexto
brasileiro.
Palavras-chave: tradução; identidade; transposição.
RESUMO
Este trabalho aborda o cotejo de quatro traduções de A balada do cárcere de Reading, de Oscar Wilde.
Escrito em 1897, após a libertação do autor da prisão, o poema é considerado um dos mais belos da
literatura britânica. As traduções de Elysio de carvalho (1899), esta que inaugura a presença do escritor
no polissistema brasileiro, a obra Poemas da angústia alheia, de GONDIN DA Fonseca (1966, 4 ed.,
1931, 1ª ed), em edição bilíngue, a tradução para a coletânea Oscar Wilde: Obra Completa, realizada
por Oscar Mendes, em 1961 e a retradução do poema por Paulo Vizioli, em 1997 são estudadas no
sentido de compreender seus diferentes contextos de produção ao longo dos séculos XIX e XX. Para
tal, recorre-se à leitura das teorias descritivistas da tradução e dos estudos culturais, com os textos de
Itamar Even-Zohar, Gideon Toury, Susan Bassnett e Andre Lefevere, e as reflexões de Paulo
Henriques Brito, Mario Laranjeira e Alvaro Faleiros sobre tradução poética.
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