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Judá e Jerusalém haviam sido destruídos, os nobres levados para Babilônia, as riquezas
saqueadas e o restante do povo que ficou na cidade, agora passava por seria privação. A
situação em que se encontravam tanto os que ficaram na cidade, quanto Jerusalém, referida por
Hanani, irmão de Neemias, era deplorável! Jerusalém, tornou-se "terra de ninguém"; os saques
e massacres eram constantes e não havia segurança para ninguém. Infelizmente, para os que
restaram não havia perspectiva de mudanças, não havia esperança. Embora a reconstrução da
cidade fosse necessária, ela serve apenas de pano de fundo para algo de maior urgência: a
restauração moral, emocional e espiritual do povo de Deus. O fato é que o povo estava
corrompido moralmente, emocionalmente destruído e espiritualmente perdido. De forma que
necessitavam urgentemente de restauração. Mas, para serem restaurados eles precisavam
voltar a andar com Deus, voltar às origens, à aliança feita outrora com o Senhor. Neemias tinha
consciência disso e se tornou exemplo de alguém que andou com Deus e mudou as
circunstâncias porque ele compreendia que:
I. Andar com Deus é apresentar a Ele o motivo de nossa angústia e fazer a nossa parte
para mudar os fatos
Quem foi que disse que na vida temos que ganhar sempre? A vida é feita de vitórias e
fracassos, tristezas e alegrias, amor e ódio, é uma dualidade quase inseparável, é um verdadeiro
paradoxo.
Alguém pode dizer: “crente não pode ser derrotado, eu não serei vencido”. Contudo jamais
se dirá tais palavras com verdadeira sabedoria, pois vencemos e somos derrotados sim! Muitas
vezes por nosso ego, outras por sentimentos escusos e ainda outras por atitudes indesejadas e
até impensadas. Mas, nossa alegria é que há uma promessa maravilhosa em Provérbios 24.16:
“... sete vezes cairá o justo e se levantará;”. Ou seja, nosso Senhor jamais deixará que
fiquemos prostrados ante o fracasso.
Os judeus haviam sido exilados devido ao seu fracasso contra o pecado e Neemias por
tabela também fora levado cativo para a Babilônia. Aqui está um fato importante: muitas vezes,
nosso pecado não afeta apenas a nós mesmos, mas prejudica também a outros; como foi o caso
de Neemias e tantos outros que foram levados cativos.
O texto nos mostra que Neemias exercia o cargo de copeiro do rei, um membro da corte
real, cuja responsabilidade era escolher o vinho e salvaguardá-lo de qualquer veneno. O acesso
do copeiro ao rei significava prestígio e influência na corte. Foi no mês de Quisleu, entre os
meses de novembro e dezembro de 445 a.C, que Neemias recebeu informações sobre o estado
de Jerusalém e seus moradores. Ele não pôde ouvir sobre a condição de seu povo e manter-se
numa atitude passiva e indiferente. Como servo do Deus Altíssimo ele não poderia olhar tudo
aquilo de forma apática, sem compadecer-se dos necessitados e sem desejar sua restauração.
Por essa razão, Neemias chora e lamenta, mas também ora e apresenta diante do Deus eterno
sua angústia, derrama perante o Senhor seu coração. Ele toma uma atitude que todos nós
deveríamos tomar na hora da crise: orar e jejuar; crer que “Deus é poderoso para fazer
infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos”, conforme nos diz Efésios
3.20.
Se traçássemos uma linha paralela entre nós e Neemias, constataríamos que temos sido
bem diferentes dele. Temos sido tomados pela apatia de nosso século. Banalizamos o mal, como
se ele fosse parte integrante da vida. Aceitamos muito facilmente a queda e não buscamos o
auxílio Divino para nos levantarmos. Por outro lado, ouvimos notícias sobre as ruínas da obra do
Senhor sem a mínima sensibilidade. Não oramos e muito menos agimos para restaurar os
caídos, não poucas vezes somos incapazes de buscar a restauração dos necessitados.
Há pessoas que nada fazem e esperam algum tipo de vitória nas batalhas da vida. O
triunfo, porém, é dos que confiam em Deus o suficiente para fazer alguma coisa.
Mude já esse quadro. Ore, jejue e haja. Neemias não esperou a solução cair do céu, como
num passe de mágica, antes orou e agiu; tomou uma atitude de fé, fez parte da solução...
II. Andar com Deus é encarar a realidade e crer que Ele pode realizar o
impossível
A situação era desesperadora, veja no verso 3, que: “Os restantes, que não foram
levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os
muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas, queimadas”.
Esse pedido de Neemias só veio quatro meses após saber das notícias, ou seja, ele orou
durante todo este tempo em busca de uma resposta Divina. É interessante perceber que seu
pedido ao rei, era algo no mínimo estranho. Neemias estava pedindo ao rei para que o permitisse
reedificar a cidade de onde saíram alguns dos mais poderosos reis daquela época. Para o rei,
reedificar a cidade de Judá e os muros de Jerusalém era o mesmo que atirar no próprio pé. Uma
vez que o reino de Israel fosse restaurado, eles poderiam se levantar contra o próprio império
Medo-Persa. Contudo, Neemias acreditava no impossível e sonhava alto. E aqui desejo te
desafiar a sonhar alto também, pois maravilhas acontecem quando sonhamos os sonhos de
Deus.
Conta-se que uma menina estava presente numa reunião de crentes que se preparavam
para irem à igreja naquela noite orar, pedindo que Deus mandasse chuva, uma vez que o
sofrimento era intenso, pois uma prolongada seca assolava a região. Foi então que alguém notou
que a menina levava um guarda-chuva. E a pergunta ressoou:
- Com uma seca dessas, por que você está levando um guarda-chuva, menina?
- Ora, irmão. Nós não estamos indo para a igreja pedir a Deus que mande chuva? O irmão
não acha que Deus vai nos atender e que logo choverá?
Assim como Neemias, precisamos sonhar alto e acreditar que o impossível pode
acontecer. Ver para crer não traduz fé, crer para ver, isto traduz fé.
III. Andar com Deus é ser ousado, sem perder de vista quem somos
Veja no capitulo 2, versos 2 e 3 que ao ser indagado sobre sua tristeza Neemias sente
grande temor, pois aparecer triste ante o rei era uma ofensa enorme na cultura Medo-Persa; não
obstante temesse, Neemias teve uma atitude ousada: “Então, temi sobremaneira e lhe
respondi: viva o rei para sempre! Como não me estaria triste o rosto se a cidade, onde
estão os sepulcros de meus pais, está assolada e tem as portas consumidas pelo fogo?
Ele expôs ao rei o motivo de sua angústia e quando questionado pelo rei sobre seu desejo,
não se fez de rogado, mas orou mais uma vez a Deus e respondeu ao rei: “se é do agrado do
rei, e se o teu servo acha mercê em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade
dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique”.
Neemias não ficou apenas esperando que alguém se dispusesse a fazer algo por Judá,
Jerusalém e seus moradores, ele mesmo se prontificou a fazê-lo. Sua ousadia é expressa não
apenas na reconstrução de Judá e nos muros de Jerusalém, mas também na reforma civil e
religiosa que este empreende, o que pode ser visto a partir do capítulo 5, quando ele repreende
os magistrados e nobres do povo. Sua preocupação era a restauração do seu povo e não apenas
da cidade.
Devemos ser ousados se quisermos ser vitoriosos. “Porque Deus não nos tem dado
espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação”, nos afirma o apóstolo Paulo
em II Timóteo 2.7.
As coisas não aconteceram de forma instantânea na vida de Neemias; quando foi enviado
para restaurar as muralhas da cidade, inimigos levantaram-se e tentaram intimidá-lo, mas ele
orou a Deus e pediu-lhe: “Agora, pois, ó Deus, fortalece as minhas mãos” (6.9).
Quando os apóstolos foram proibidos de pregar em nome de Jesus, Pedro orou a Deus e
lhe pediu intrepidez, ou seja, coragem, ousadia para pregar o evangelho.
Tanto em um caso quanto no outro eles dependeram de Deus e clamaram a graça Divina
sobre si, afim de dar continuidade à obra que haviam começado.
Neemias foi ousado pedindo ao rei não apenas que lhe permitisse reedificar a cidade de
Judá e as muralhas de Jerusalém, mas solicitando deste também os recursos financeiros para a
realização da obra, podemos ver isso a partir do capítulo 2, verso 7.
Embora fosse ousado Neemias não foi rebelde, não foi insubmisso, antes em completa
obediência a Deus e ao rei, ele pede autorização para levar adiante seu empreendimento. Siga
o exemplo de fé e submissão de Neemias e certamente você conseguira o que deseja.
É importante lembrarmos aqui um pequeno detalhe, mas que faz toda a diferença: que a
exemplo de Neemias, quando andamos com Deus, a boa mão do Senhor é conosco (2.18).
Portanto, tudo que hoje é realidade, um dia foi um sonho que alguém ousou realizar.
Ouse sonhar, ouse fazer, não se deixe abater pelas circunstâncias adversas, siga em
frente, levante a cabeça e creia no Deus Todo-Poderoso, dependa Dele e você vencerá.
Conclusão
Finalmente concluímos que “andar com Deus para mudar as circunstâncias” é ter
disposição para renunciar a si mesmo como diz Lucas 14.33, é esperar com fé a Nova Jerusalém
preparada por Deus para o seu povo (Apocalipse 21.2), é viver a certeza de que já estamos
assentados nas regiões celestiais com Cristo Jesus (Efésios 2.6), é viver o hoje como se Cristo
voltasse amanhã.