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O futebol brasileiro é conhecido por sua impaciência com os treinadores, que não
costumam se firmar por anos em uma mesma equipe sem obter títulos
No último final de semana, assistimos uma cena que seria impensável em qualquer
clube brasileiro: a celebração dos 25 anos de Sir Alex Ferguson no comando do
Manchester United.
Particularmente, não me recordo de nenhum treinador que tenha ficado mais que
dois ou três anos a frente de um clube no Brasil e, ao mesmo tempo, já vi técnicos
que duraram poucas semanas no cargo.
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E descontente com a reprovação, Caio Júnior reagiu, afirmando que “o que fica na
verdade é o resultado final. Estamos no país em que o que se discute não é
questão tática, mas sim o resultado.”
Isso pode não ser suficiente para isentar os erros do treinador na partida citada,
mas toca em uma ferida que é pouco discutida, e frequentemente ignorada sob
vários aspectos no futebol brasileiro.
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Torcedor só reclama de esquema tático quando não esta ganhando. Claro, porque
haveria de ser diferente? No entanto, plagiando o clichê, um esquema tático pode
valer mais do que mil palavras.
A frase é tão velha quanto se possa imaginar, mas serve para representar a ideia de
que há toda uma filosofia e uma mentalidade envolvidas em algo que é pouco
observado no trabalho de um técnico pelos clubes que passa.
Afinal, o que conta para o currículo dele são os títulos erguidos por seu capitão ao
final da temporada.
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E aqui voltamos ao episódio do início desse artigo, quando citei o velho e bom Alex
Ferguson e seu reinado inabalável nos Red Devils. O escocês pode não ter vencido
títulos em todas as temporadas durante esses 25 anos, mas está lá, firme como
uma rocha.
E talvez essa não seja essa não seja a metáfora exata para representá-lo, que já
com sua astúcia, Ferguson soube antecipar mudanças e se adequar a contextos
diversos encarados nas competições em que disputou.
E essa pode ser uma visão limitada do assunto, discutido brevemente nesses
parágrafos, e que pode ser creditada a uma cultura de futebol criada no Brasil, em
que o saldo final da conta, quando negativo, sempre recaí sobre o treinador,
independente dos progressos obtidos.