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I Coríntios 15.1-2
Paulo escreve esta carta aos Coríntios por volta do ano 55, ocasião em que
está pregando o Evangelho na cidade de Éfeso. Contudo, esta não é a primeira,
mas a segunda carta que ele escreve aos coríntios (5.9 ver). A carta perdida
Sem dúvidas, a igreja de Corinto foi a igreja que mais deu trabalho ao
apóstolo Paulo. Uma igreja carismática, possuidora de diversos dons espirituais
e de uma intensa efervescência religiosa; uma igreja amante do conhecimento,
mas incapaz de transformar teoria em prática. Uma igreja completamente imatura
e que agora precisava ser chamada de volta ao fundamento de sua fé: o
Evangelho (01-02). A questão é que o Evangelho é mais que uma conceituação
teórica sobre a salvação; é a consumação desta, mediante a ressurreição do
corpo. Ao tratar sobre este texto, João Calvino diz que Paulo “se refere à doutrina
da ressurreição como sendo o próprio Evangelho”.
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Para Paulo, o Evangelho é mais que uma introdução ao cristianismo, é mais
que uma nova religião, está além do abraçar conceitos morais e/ou espirituais.
Para ele, o Evangelho é vida. E essa vida perpassa o plano terreno e temporal
no qual estamos inseridos, pois ela não acaba aqui. O Evangelho, portanto, é
vida e vida eterna. Destarte, a ressurreição de Cristo é o ponto central de todo o
Evangelho, pois sem ela o Evangelho perde o sentido. Se Cristo não ressuscitou,
a morte tem a palavra final e a fé cristã é inútil. O fato é que se não há
ressurreição, não há Evangelho. Neste sentido, como diz o rev. Hernandes Dias
Lopes, “a cruz de Cristo sem a ressurreição é um símbolo de derrota e fracasso”.
E é essa a mensagem apresentada por Paulo neste capítulo.
Em sua exposição, Paulo afirma que é por meio deste Evangelho que os
σωζω – Presente contínuo
coríntios são salvos (02). Assim, Paul Beasley-Murray observa que “a salvação
é um processo presente, com suas raízes no passado e sua consumação
somente no futuro”. Os coríntios, portanto, precisavam permanecer no Evangelho
que lhes fora ensinado. Não havia como conciliar o pensamento filosófico-grego
com a verdade imutável e inegociável do Evangelho, pois este era loucura para
os gregos, mas para os crentes, poder de Deus para salvação (1.17-31 ver). O
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que fica evidente é que o Evangelho é mais que palavras, é mais que conceitos,
“é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e
também do grego”, diz Paulo em Romanos 1.16. Portanto, devemos pregar o
Evangelho de Cristo a todos os homens, mesmo que o rejeitem e dele
escarneçam, visto que é por seu intermédio que os eleitos são salvos e os
impenitentes são julgados, pois como diz o Paulo em II Coríntios 2.15-16: “Nós
somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como
nos que se perdem. Para com estes, cheiro de morte para morte; para com
aqueles, aroma de vida para vida”. Logo, não podemos e não devemos minimizar
a ofensa que o Evangelho faz ao mundo, pois qualquer tentativa de fazê-lo seria
minar sua autoridade e poder para salvação. Pregar ao mundo um evangelho
doce e que não confronta o pecador com seus pecados, não é sinônimo de amor,
mas de indiferença. Pregar o Evangelho é pregar que Cristo de fato ressuscitou
e naquele grande e glorioso dia voltará e conforme Daniel 12.2: “Muitos dos que
dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para
vergonha e horror eterno”.
Aplicação
O Evangelho precisa ser pregado, ainda que seja uma ofensa aos
conceitos dos homens, parecendo loucura aos seus olhos, pois este
é o meio escolhido por Deus, para salvar os pecadores.