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POLÍTICA EXTERNA

BRASILEIRA
AULA 2

Profª Thaíse Kemer


CONVERSA INICIAL

A Política Externa da Primeira República (1889 -1930)

Esta aula trata do período da política externa brasileira na Primeira


República (1889 – 1930). Discute-se, em primeiro lugar, a mudança do eixo
diplomático do Brasil. Com o início da gestão de Rio Branco como Ministro das
Relações Exteriores, o alinhamento diplomático com os EUA consolida-se e
passa a ser conhecido, segundo Burns (2003), como a “aliança não escrita”.
Ainda na gestão Rio Branco, destacou-se o papel primordial desse diplomata
para a consolidação das fronteiras nacionais. Além disso, Rio Branco intensificou
a presença do Brasil em conferências multilaterais. Por fim, a aula trabalha a
participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial, a qual possibilitou ao país:

1. a participação nas negociações internacionais de paz subsequentes, e;

2. a entrada do Brasil como membro temporário na Liga das Nações, da qual


o Brasil se retirou em 1926.

TEMA 1 – A MUDANÇA DO EIXO DIPLOMÁTICO DO BRASIL

Com a República, a política externa brasileira foi reorientada de forma a


ampliar a proximidade com os Estados Unidos. De fato, a atuação do Brasil no
contexto da Conferência Pan-Americana de 1889, que ocorreu nos EUA, ilustrou
essa mudança. No início da Conferência, em outubro de 1889, o representante
do Brasil havia sido instruído pelo Imperador, D. Pedro II a ter cautela diante de
propostas de união aduaneira e da criação de moeda comum (Vidigal; Doratioto,
2014, p. 35). O Imperador desejava, com essas orientações, assegurar maior
liberdade de ação externa para o Brasil (idem). Porém, com a proclamação da
República no Brasil, em novembro de 1889, o Brasil mudou seu posicionamento
diplomático e passou a acompanhar as propostas e as decisões dos Estados
Unidos. Em 1890, os EUA tornaram-se a primeira potência a reconhecer a
república do Brasil. Em 1891, Brasil e EUA assinaram o “Tratado de
Reciprocidade” (Vidigal; Doratioto, 2014, p. 39), que demonstrou, também, a
maior aproximação diplomática entre Brasil e EUA. Por meio desse tratado,
vários produtos dos EUA seriam isentos de imposto de importação no Brasil
(Idem). O Brasil, por sua vez, teria seu café, couro e açúcar com isenção tarifária
no mercado dos EUA. Contudo, os EUA concederam as mesmas tarifas do Brasil
para o açúcar que era produzido nas colônias espanholas Porto Rico e Cuba
(Vidigal; Doratioto, 2014, p. 39). A despeito dessa medida dos EUA, as
exportações do Brasil para os EUA cresceram mais do que as importações dos
EUA para o Brasil (idem). Consequentemente, os EUA sentiram-se prejudicados
e, em 1894, denunciaram o acordo (idem).

Saiba mais

O Tratado de Reciprocidade também é conhecido como Tratado


Mendonça-Blaine, pois o nome do negociador dos EUA era James Blaine, ao
passo que o negociador brasileiro se chamava Salvador de Mendonça (SOUZA,
s.d., p. 1)

TEMA 2 – A DEFINIÇÃO DE FRONTEIRAS NA PRIMEIRA REPÚBLICA

De 1902 a 1912, o Barão do Rio Branco exerceu o cargo de Ministro das


Relações Exteriores do Brasil, e sua destacada atuação tornou-o conhecido
como o patrono da diplomacia brasileira. Um dos grandes marcos de sua gestão
foi a definição, de forma pacífica, das fronteiras do Brasil.
Ainda antes de ser nomeado Ministro, Rio Branco atuou como
representante brasileiro no contexto de duas importantes questões de fronteiras
do Brasil:

1. a questão de Palmas/Missões;

2. a questão do Amapá.

Saiba mais

Os brasileiros chamavam a região em litígio de Palmas, ao passo que os


argentinos denominavam a mesma região de Missões (Góes Filho, 2015, p. 315).

No que se refere à questão de Palmas/Missões, em 1890, o então Ministro


das Relações Exteriores do Brasil, Quintino Bocaiúva, assinou, com a Argentina,
o Tratado de Montevidéu. Esse tratado dividiu a região em duas partes iguais
entre o Brasil e a Argentina, pois, segundo Góes Filho (2015, p. 311), o novo
governo brasileiro queria fazer “um gesto de fraternidade com os países vizinhos,
que contribuísse para apagar resquícios do alegado imperialismo brasileiro”.
Porém, esse tratado foi repudiado pela opinião pública do Brasil e, em agosto de

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1891, foi rejeitado pela Câmara dos Deputados (Vidigal; Doratioto, 2014, p. 38).
Essa questão era muito importante para o Brasil, pois, segundo Góes Filho
(2015, p. 312), caso a Argentina ficasse com a metade do território em litígio, o
Rio Grande do Sul ficaria unido às demais partes do território do brasileiro por
uma estreita faixa de território. Assim, esse cenário poderia favorecer ideias de
separatismo na região (Idem). Com isso, de 1893 a 1895, a questão foi levada à
arbitragem internacional. O Barão do Rio Branco chefiou a delegação que
apresentou a questão em nome do Brasil. Em 1895, o árbitro da questão, o
Presidente dos Estados Unidos, Grover Cleveland, decidiu o pleito
favoravelmente ao Brasil, de forma que a parte do território que havia sido
atribuída à Argentina pelo Tratado de 1890 foi repassada ao Brasil.
No que se refere à questão entre Brasil e França, por sua vez, a França
reivindicava parte da área que se localizava ao sul do Oiapoque. Assim, em
1899, a questão foi levada à arbitragem internacional. Em 1900, o árbitro da
questão, o presidente da Suíça, deu ganho de causa ao Brasil, que teve seu
território ampliado em 260 mil Km2.
Outra importante questão de fronteiras que contou com a atuação do
Barão do Rio Branco foi a questão do Acre. Havia um tratado entre o Brasil e a
Bolívia de 1867 (Góes Filho, 2015, p. 285), e a interpretação inicial desse tratado
era a de que a região do atual Acre pertencia à Bolívia. Contudo, essa região, na
qual estava em curso uma expressiva produção de borracha, era ocupada,
principalmente, por seringueiros brasileiros. Em 1899, teve início um conflito na
região, pois a Bolívia tentou impor sua soberania sobre o local. Nesse contexto,
os seringueiros proclamaram a independência do território e pediram que ele
fosse anexado ao Brasil. Em 1901, dado que a Bolívia não conseguiu impor sua
autoridade no local, ela arrendou a região a uma empresa denominada Bolivian
Syndicate. Essa empresa era composta por ingleses, americanos e alemães e
recebeu permissão para explorar as riquezas do local. Em 1902, o Barão do Rio
Branco assumiu o Ministério das Relações Exteriores e suas negociações
permitiram que, em 1903, fosse assinado o Tratado de Petrópolis. Segundo esse
tratado:

1. o Brasil recebeu a região que, atualmente, é o Acre;

2. a Bolívia recebeu uma faixa de terras que lhe permitiu acessar o Oceano
Atlântico, por meio do Rio Madeira e de seus afluentes (Doratioto, 2012,
p. 152);
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3. para viabilizar esse acesso, o Brasil responsabilizou-se pela construção
da ferrovia Madeira-Mamoré e;

4. a Bolívia recebeu 2 milhões de libras esterlinas do Brasil (Doratioto, 2012,


p. 152).

Ainda durante a gestão de Rio Branco, também foi resolvida a “questão


do Pirara”, uma questão fronteiriça com a Guiana Britânica (atual Guiana). A
defesa brasileira dessa questão foi elaborada por Joaquim Nabuco e, a despeito
dos esforços desse diplomata, a questão foi decidida de forma favorável à Grã-
Bretanha. De fato, em 1904, o árbitro da questão, o rei italiano Vitor Emanuel III,
atribuiu 12. 950 km2 de terras à Grã-Bretanha e 9.065 km2 ao Brasil. De acordo
com Góes Filho (2015, p. 281 e 282), a decisão atribuiu mais terras à Grã-
Bretanha do que ela própria havia solicitado, o que motivou críticas sobre a
sentença por parte de juristas de países externos ao conflito.
Ainda durante a gestão de Rio Branco, foram feitos acordos das fronteiras
do Brasil com os seguintes países:

1. Equador (1904);

2. Venezuela (1906);

3. Guiana Holandesa (1906) e;

4. Uruguai (1909), para o qual o Brasil concedeu o condomínio da Lagoa


Mirim e do Rio Jaguarão.

Dessa forma, em quinze anos, o Barão demarcou os limites do Brasil,


adicionando cerca de 885.000 km2 ao território brasileiro.

Saiba mais
De acordo com o Atlas da FGV (2018), durante a gestão de Rio Branco,
ainda não havia uma clara definição quanto a limites entre os territórios do Peru,
Bolívia e Bolívia. Assim, em 1904, o Barão de Rio Branco firmou com o Equador
um tratado que definiu como fronteira a linha “Abapóris-Tabatinga”, que seria
aplicável assim que Equador e Peru resolvessem seus conflitos (idem). Assim,
essa fronteira demarcou a posse pacífica dos territórios que o Brasil pretendia,
mesmo que a área ainda estivesse em disputa.

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TEMA 3 – RIO BRANCO: EUA, ARGENTINA E MULTILATERALISMO

Na gestão do Barão do Rio Branco, o Brasil buscou uma aproximação


com os EUA, o que Burns (2003) denominou de “aliança não escrita”. Para o
Brasil, a aliança com os EUA era importante por vários motivos:

1. ter um caráter defensivo-preventivo;

2. permitir maior desembaraço ao Brasil na resolução de suas fronteiras com


os países vizinhos;

3. Rio Branco via a Doutrina Monroe como elemento de defesa territorial do


continente, a qual o protegeria contra interferências europeias.

Nesse contexto, duas situações exemplificam essa aliança entre Brasil e


EUA:

1. em 1905, ocorreu a mútua elevação das respectivas legações à categoria


de embaixadas. Esse ato teve grande simbolismo para o Brasil, que
passou a ser o único país latino americano a ter embaixador nos EUA;

2. em 1906, o Brasil organizou a Terceira Conferência Internacional dos


Estados Americanos, que ocorreu no Rio de Janeiro e na qual esteve
presente o secretário de Estado dos EUA, Elihu Root (Vidigal; Doratioto,
2014, p. 48).

Segundo Bethel (S.d., p. 5), Root foi o primeiro secretário de Estado


americano a fazer uma visita oficial ao exterior.
Segundo Cervo e Bueno (2010, p. 193), essa aproximação entre o Brasil
e os EUA despertou temores nos outros países da América do Sul, os quais
temiam o imperialismo dos EUA. Um desses países foi a Argentina, que viu com
desconfiança não apenas essa aproximação entre Brasil e EUA, mas também o
fato de o Brasil promover seu rearmamento naval (Cervo; Bueno, 2010, p. 194).
Porém, segundo Vidigal e Doratioto (2014, p. 47), o rearmamento naval do Brasil
tinha o propósito de proteger o extenso litoral brasileiro, que concentrava as
principais cidades do país e portos de grande relevância econômica. Em 1906,
foi nomeado Estanislao Zeballos como Ministro das Relações Exteriores da
Argentina, e sua gestão trouxe momentos de rivalidade entre o Brasil e a
Argentina (Idem). Naquele período, o Brasil havia encomendado a compra de
navios, entre os quais dois potentes encouraçados (idem). Em 1908, Zeballos

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apresentou um plano ao governo argentino em que exigiria do Brasil a cessão
de um dos encouraçados, sob pena de invadir o Brasil (idem). Esse plano foi
criticado na Argentina; com isso, Zeballos teve que deixar o cargo. Contudo,
após sua saída do Ministério, continuou como um crítico da política externa
brasileira e protagonizou o episódio do Telegrama número 9. Nesse episódio,
Zeballos divulgou um telegrama que, supostamente, teria sido escrito pelo
Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores do Brasil) ao Chile e que
evidenciaria a hostilidade do Brasil com relação à Argentina (idem, p. 48).
Contudo, Rio Branco revelou o conteúdo do telegrama original e desmentiu
Zeballos.
Com a queda de Zeballos, houve uma melhoria das relações entre Brasil
e Argentina. Em 1909, o Barão do Rio Branco, após sugestão do Chile, propôs
o texto de um “Tratado de Cordial Inteligência” entre Argentina, Brasil e o Chile
(Vidigal; Doratioto, 2014, p. 48), também conhecido como Pacto ABC. Contudo,
a proposta do pacto de 1909 não foi aceita pela Argentina (idem). Uma nova
tentativa de Pacto entre Argentina, Brasil e Chile foi retomada em 1915; porém,
a proposta não foi aprovada na Câmara dos Deputados da Argentina (idem, p.
49).
Ainda na gestão de Rio Branco, houve um aumento da participação do
Brasil em conferências internacionais. Em 1907, o Brasil participou da
Conferência de Haia, na qual a delegação brasileira foi chefiada por Rui Barbosa.
Durante a conferência, os países discutiram a criação de uma Corte de Justiça
Arbitral. Porém, os países discordaram sobre quais critérios seriam utilizados
para selecionar os juízes da Corte. Nesse contexto, Rui Barbosa ganhou
destaque internacional, pois defendeu a “igualdade soberana entre as nações”.
Com base nesse princípio, a escolha dos juízes deveria considerar, de forma
igual, todos os países, pois a Corte teria importância universal (Lafer, s.d.). Em
1912, Rio Branco faleceu e, em seu lugar, assumiu o comando do Ministério das
Relações Exteriores Lauro Müller.

TEMA 4 – O BRASIL NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

A Primeira Guerra Mundial ocorreu de 1914 a 1918. De 1914 a 1917, o


Brasil manteve-se em uma posição de neutralidade naquele conflito, porém, em
outubro de 1917, após o afundamento de navios mercantes brasileiros pelos
alemães, o Brasil declarou guerra à Alemanha. O Brasil foi o único país sul-
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americano a participar da Primeira Guerra Mundial. Essa participação ocorreu
por meio do envio:

1. de treze aviadores, que fizeram parte da Força Aérea Real da Grã-


Bretanha;

2. de uma missão de 100 médicos cirurgiões à França;

3. de observadores do Exército;

4. da Divisão Naval de Operações de Guerra (DNOG), uma frota com seis


navios cujo objetivo era fazer o patrulhamento do Mar Mediterrâneo
(Doratioto, 2012, p. 163).

A DNOG foi a contribuição mais significativa do Brasil na Primeira Guerra;


contudo sua equipe foi atingida pela gripe espanhola ao chegar à África. Assim,
boa parte do grupo faleceu, e os sobreviventes chegaram a Gibraltar um dia
antes do armistício (Cervo; Bueno, 2010, p. 210).
Com o fim da Primeira Guerra, o Brasil recebeu propostas de cooperação
aérea e naval da Itália e da Grã-Bretanha. No que se refere ao comércio, o
conflito trouxe as seguintes consequências:

1. durante a guerra, as companhias do Brasil interromperam as viagens para


a Europa, em razão das batalhas no mar;

2. houve uma ampliação do intercâmbio comercial com os EUA;

3. durante a guerra, o saldo da balança comercial brasileira tornou-se


positivo.

Saiba mais

O saldo da balança comercial é igual ao valor das exportações menos o


valor das importações de um país. Um saldo favorável significa, portanto, que o
valor das exportações superou o valor das importações do Brasil.

O Tratado de Versalhes, de 1919, encerrou a Primeira Guerra. Entre seus


temas, três assuntos podem ser destacados:

1. o reembolso do dinheiro brasileiro que estava em bancos na Alemanha;

2. a propriedade de navios alemães que estavam no Brasil e;

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3. a participação do Brasil na Liga das Nações (Vidigal; Doratioto, 2014, p.
51).

No que se refere ao primeiro ponto, no início da Primeira Guerra, o Brasil


tinha depósitos de café em portos europeus, os quais eram mantidos como
garantia dos empréstimos feitos pelo Brasil. Para garantir que o Brasil honraria
o pagamento de suas dívidas, esse café foi vendido, e o dinheiro da venda foi
depositado na Alemanha. Com o término do conflito, o Brasil conseguiu que o
governo alemão reconhecesse a responsabilidade pelo depósito, de forma que
esse dinheiro não entrou no rateio das reparações de guerra. No que se refere
ao segundo ponto, havia 70 navios alemães apreendidos no Brasil, e o tratado
de Versalhes assegurou ao Brasil a propriedade sobre esses navios (idem). O
terceiro ponto é trabalho a seguir.

TEMA 5 – O BRASIL NA LIGA DAS NAÇÕES

A participação do Brasil a Primeira Guerra possibilitou que o país


participasse das negociações internacionais de paz. Com o fim da Primeira
Guerra, foi criada a Liga das Nações, que, segundo Vidigal e Doratioto (2014, p.
51) foi um “organismo multilateral criado para manter a paz e que estabeleceu
sua sede em Genebra, na Suíça”. De 1919 a 1925, o Brasil participou da Liga
das Nações como membro temporário de seu Conselho Executivo. O Conselho
Executivo era o órgão mais importante da Liga e contava com membros
permanentes e temporários. Em 1924, o Brasil iniciou esforços diplomáticos para
obter um assento permanente e, para tanto, criou uma delegação permanente
junto à Liga (Doratioto, 2012, p. 166). O governo de Arthur Bernardes colocou
esse tema como o objetivo diplomático fundamental de seu governo. Entre os
fatores que motivaram Arthur Bernardes a dar prioridade ao tema, mencionam-
se:

1. os problemas internos enfrentados pelo governo;

2. a defesa da ideia de que o status de temporário não correspondia à


posição do Brasil no contexto internacional;

3. a defesa de que, como os EUA não participavam da Liga, o Brasil seria o


país da América mais qualificado para representar o continente.

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Em 1926, a Alemanha formalizou seu pedido de entrada na Liga das
Nações. Naquele contexto, outros países também estavam solicitando o assento
permanente, o que inviabilizou o atendimento do pedido do Brasil (idem). Com
isso, em 1926, o Brasil opôs-se à entrada da Alemanha na Liga e retirou-se da
organização.

NA PRÁTICA

Na prática, embora o Brasil tenha se retirado da Liga das Nações em


1826, Cervo e Bueno (2010, p. 227) recordam que o Brasil manteve atitude de
colaboração com a organização. Nesse sentido, o Brasil manteve, por exemplo,
suas contribuições orçamentárias anuais com aquele organismo (idem, p. 228).
Em 1945, foi criada a Organização das Nações Unidas (ONU), que sucedeu à
Liga das Nações e tem como objetivos a manutenção da paz e da segurança
internacionais. Na atualidade, o Brasil pleiteia não apenas um assento
permanente no Conselho de Segurança da ONU, mas também reformas
institucionais mais amplas nessa organização, com vistas a fortalecer a
cooperação internacional de Estados. Assim, ainda que o governo de Arthur
Bernardes tenha sido motivado, entre outras razões, pelo cenário político interno
do Brasil da década de 1920, é possível identificar como um ponto em comum
da atuação do Brasil naquele período e na atualidade a defesa, pelo Brasil, da
ação colaborativa entre países por meio de organismos multilaterais.

FINALIZANDO

Ao longo da gestão de Rio Branco, ele empreendeu esforços para:

1. construir uma amizade especial entre o Brasil e os Estados Unidos;

2. delimitar as fronteiras do Brasil, de forma pacífica e;

3. restaurar o prestígio internacional do Brasil, por meio, entre outros da


ampliação da participação do Brasil em conferências multilaterais.

De 1917 a 1918, a participação do Brasil na Primeira Guerra permitiu que


o país participasse das negociações de paz que se seguiram ao término desse
conflito. Com isso, o Brasil ingressou como membro temporário na Liga das
Nações, instituição multilateral que foi criada com o propósito de promover a paz
internacional. Ao longo do governo de Arthur Bernardes, o cenário político interno

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fez que esse governo transformasse a busca do assento permanente na Liga em
tema prioritário da política externa brasileira.

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REFERÊNCIAS

BETHEL, L. Conferências Pan-Americanas. FGV, S.d. Disponível em:


<http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-
republica/CONFER%C3%8ANCIAS%20PAN-AMERICANAS.pdf>. Acesso em:
18 nov. 2018.

BURNS, B. A aliança não escrita: o Barão do Rio Branco e as Relações do


Brasil com os Estados Unidos. Rio de Janeiro: EMC, 2003.

CERVO, A.; BUENO, C. História da política exterior do Brasil. Brasília: Ed. da


UnB, 2010.

DORATIOTO, F. O Brasil no mundo/idealismos, novos paradigmas e


voluntarismos. In: _____. História do Brasil Nação: 1808-2010. v. 3. São Paulo:
Fundación Mapfre/Objetiva, 2012.

GOES FILHO, S. S. Navegantes, bandeirantes, diplomatas: um ensaio sobre


a formação das fronteiras do Brasil. Ed. rev. e atual. Brasília: FUNAG, 2015.

LAFER, C. Conferência da Paz de Haia. FGV, S.d. Disponível em:


<https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-
republica/CONFER%C3%8ANCIAS%20DA%20PAZ%20DE%20HAIA.pdf>.
Acesso em: 18 nov. 2018.

SOUZA, R. F. de. Acordo Mendonça-Blaine. FGV, S.d. Disponível em:


<https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-
republica/ACORDO%20MENDON%C3%87A%20BLAINE.pdf>. 6 de setembro
de 2018.

TRATADOS de fixação de limites territoriais. Atlas histórico do Brasil, 2018.


Disponível em: <https://atlas.fgv.br/verbetes/tratados-de-fixacao-de-limites-
territoriais>. Acesso em: 18 nov. 2018.

VIDIGAL, C. E.; DORATIOTO, F. F. M. História das relações internacionais do


Brasil. São Paulo: Saraiva, 2014.

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