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0008
Reginaldo Guiraldelli*
Abstract: This essay, based on literature review of the topic you want to display
some elements on the appropriation of oral history as a possibility in methodological
research in Social Work. Oral history, in this methodological procedure
interdisciplinary humanities and social sciences, is essentially characterized by
qualitative fragment, emphasizing sources, oral histories and narratives of collective
and singular subjects, without losing sight of the historical-critical analysis and
perspective of totality.
Keywords: Social work. Search. Oral history
*Doutor em Serviço Social pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp). Professor Adjunto do Departamento de
Serviço Social e do Programa de Pós-Graduação em Política Social da Universidade de Brasília (UnB). Coordena o Grupo de Estudos e
Pesquisas sobre Trabalho, Sociabilidade e Serviço Social (GEPETSS/UnB). Brasília, Distrito Federal, Brasil. E-mail: reginaldog@unb.br
122 Emancipação, Ponta Grossa, 13, nºEspecial: 121-131, 2013. Disponível em <http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao
O enfoque Metodológico da História Oral na pesquisa em Serviço Social
Serviço Social passa a demarcar sua posição e fissional, movimentos sociais, gênero, desigual-
sua direção social e política, dando novos rumos dades sociais, dentre outros, têm sido assuntos
para a formação e o exercício profissional. Isso recorrentes na pauta de debates da categoria.
se verifica com a revisão curricular no ano de Mas como a realidade é dinâmica, contradi-
1982, seguida pela de 1996, a revisão do código tória e complexa, esses estudos e pesquisas de
de ética em 1986, e, em seguida, a de 1993, e maior incidência no Serviço Social serão sempre
também a Lei de Regulamentação da Profissão necessários e relevantes, visto que são inesgo-
de 1993. Esses instrumentos, diretrizes e prin- táveis e sempre assumem novas configurações
cípios, tornaram-se os elementos constitutivos e de acordo com a conjuntura de uma época, tendo
balizadores do projeto ético-político da profissão, em vista que a questão social se manifesta de
considerado hegemônico no âmbito da categoria. diversas formas no decurso histórico mediante
Outro dado importante é o surgimento da as prerrogativas e ordenamentos do capitalismo
pós-graduação (mestrado) em Serviço Social em e o grau de acirramento da luta de classes.
1972 e, posteriormente, o doutorado, em 1981, Também é importante considerar que
que ao longo dessas décadas tem contribuído certos temas ainda são incipientes e pouco
na estimulação de pesquisas e produção de um problematizados no debate profissional, como
conhecimento crítico e comprometido com a é o caso da apropriação metodológica da his-
classe trabalhadora. tória oral na pesquisa em Serviço Social. Como
Assim, com o surgimento dos mestrados e ponto de partida desse debate é importante
doutorados na área de Serviço Social, a profis- diferenciar método e metodologia, para não se
são amadureceu intelectualmente. Atualmente é incorrer em equívocos e distorções. Método é
reconhecida como área de produção de conheci- entendido como a capacidade de apreensão do
mento pelos diversos órgãos de fomento à pes- movimento contraditório da realidade social em
quisa, como a CAPES, o CNPq e as fundações uma perspectiva de totalidade, com base em
de amparo à pesquisa dos estados brasileiros, análises concretas de situações concretas. Já
tendo em vista as expressivas contribuições dos a metodologia diz respeito aos procedimentos
profissionais para os múltiplos ramos do saber. utilizados no percurso investigativo à luz de um
Diante disso, a concepção de um assis- método de análise. Tanto no método quanto na
tente social meramente técnico, prático, inter- metodologia não há neutralidade, pois a escolha
ventivo e executor de políticas sociais tem sido do método e da metodologia prevê uma inten-
descontruída a partir de um esforço coletivo da cionalidade.
categoria profissional em produzir conhecimen- Sabendo da aproximação e identificação
tos de suma relevância para o Serviço Social e do Serviço Social com a tradição marxista,
para as diversas áreas do conhecimento. consubstanciada no projeto ético-político profis-
O que se observa é um processo de sional, no momento de incorporação da história
maturação do Serviço Social nas últimas déca- oral como recurso metodológico na produção
das, tendo produzido um acervo bibliográfico de conhecimento também é possível partir de
diversificado sobre assuntos inerentes à área uma perspectiva dialética, histórica e crítica,
de interesse dos assistentes sociais e demais estabelecendo mediações e reconhecendo as
profissionais que atuam diretamente com as conexões do singular com o universal que se
múltiplas refrações da questão social. dão no campo da particularidade, como pontua
Posto isso, se verifica que determinados Pontes (2009).
temas são mais recorrentes nas pesquisas re- Com isso, pensar a pesquisa na formação
alizadas pelos assistentes sociais, talvez pela e no exercício profissional possibilita ao assis-
maior incidência e necessidade da sua compre- tente social apreender o campo da singularidade
ensão nos espaços da formação e do exercício (o fato isolado, a imediaticidade, o aparente)
profissional, como é o caso das políticas sociais, de forma crítica, questionadora e reflexiva,
em especial com enfoque na seguridade social, sintonizando-a com a universalidade, tendo
abrangendo a saúde, previdência e assistência como parâmetro a totalidade complexa da vida
social. Além desses, outros temas como relações social e as mediações necessárias. No campo
de trabalho, violência, educação, formação pro- da universalidade, de acordo com Pontes (2009),
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O enfoque Metodológico da História Oral na pesquisa em Serviço Social
Conforme argumentação de Meihy e Holanda, [...] Não há identidade sem alteridade, sem
comparação. (2006, p.61).
História oral é um conjunto de procedimentos
que se inicia com a elaboração de um proje- Nesse entendimento, se observa que o ser
to e que continua com o estabelecimento de social é singular e genérico, membro de uma co-
um grupo de pessoas a serem entrevistadas. letividade e de uma classe social em que compar-
O projeto prevê: planejamento da condução tilha experiências, crendices, valores, ideologias,
das gravações com definições de locais, tem- projetos, dentre outras aspirações, pois “o ser
po de duração e demais fatores ambientais; humano tem múltiplas raízes: familiares, étnicas,
transcrição e estabelecimento de textos; con-
regionais, nacionais, religiosas, partidárias, ideoló-
ferência do produto escrito; autorização para
o uso; arquivamento e, sempre que possível,
gicas, culturais. Sua vida é uma totalidade, na qual
a publicação dos resultados que devem, em processos diversificados conformam a dinâmica
primeiro lugar, voltar ao grupo que gerou as do viver.” (DELGADO, 2006, p.51).
entrevistas. (2007, p.15). Baseadas nessa perspectiva, Ferreira e
Amado (2006) afirmam que, a partir da introdu-
Os autores acrescentam que o principal ção de abordagens sobre memória, identidade
fundamento da história oral se constitui em uma e subjetividade, em especial após a década de
dimensão social que abarca a memória coletiva 1980, a produção científica passou a valorizar a
e a identidade social (MEIHY; HOLANDA, 2007, pesquisa qualitativa e, assim, deu importância
p.131) e, nessa linha de raciocínio, Delgado às experiências e percepções dos indivíduos so-
(2006, p.9) ressalta que “[...] a memória é uma ciais, tendo em vista que as narrativas singulares
construção sobre o passado, atualizada e reno- podem transmitir uma experiência coletiva e re-
vada no tempo presente”. A autora afirma que a presentar uma concepção de mundo/sociedade.
memória engloba tanto as dimensões individuais Assim advém a contribuição da história
quanto coletivas e traz as marcas da lembrança oral na produção do conhecimento, que se
e do passado. caracteriza, entre as várias possibilidades teórico-
Portanto, a memória passa a se constituir metodológicas de análise dos indivíduos sociais,
como fundamento de processos identitários, por uma especial atenção aos segmentos de
referindo-se a culturas, comportamentos e classe silenciados e subalternizados socialmente,
hábitos coletivos, uma vez que o relembrar priorizando suas raízes, seu cotidiano, o espaço
individual – especialmente aquele orientado da vida privada, as inserções na vida pública, os
por uma perspectiva histórica – relaciona-se projetos individuais e coletivos, as territorialidades
à inserção social e também histórica de cada
depoente. (DELGADO, 2006, p.46). e, desse modo, “[...] procura destacar e centrar
sua análise na visão e versão que dimanam do
Sendo assim, os indivíduos sociais, partíci- interior e do mais profundo da experiência dos
pes de pesquisas e produções de conhecimento, atores sociais.” (LOZANO, 2006, p.16).
no tempo e no espaço, reconstituem, pelo crivo Além disso, o autor pontua que “fazer his-
da memória, o seu ser e estar no mundo como tória oral significa, [...], produzir conhecimentos
indivíduos situados e representantes de uma históricos, científicos, e não simplesmente fazer
coletividade, perpassada pela questão identitária um relato ordenado da vida e da experiência dos
de classe, que transita entre o reconhecimento ‘outros’.” (LOZANO, 2006, p.17).
de similitudes, diferenças e desigualdades. Nesse sentido, pode-se compreender a
Delgado argumenta que, história oral como um procedimento metodológi-
co que, conforme apresentado por Janotti (1996,
[...] as identidades podem ser renováveis e,
p.60), rompe as barreiras do silêncio e do anonima-
na maior parte das vezes, encontram-se
demarcadas pelo reconhecimento e pela
to advindos da vida cotidiana, enfatizando aconte-
constatação das diferenças. As identidades cimentos, experiências e percepções que não se
são representações coletivas contextualizadas encontram registradas na documentação escrita
e relativas a povos, comunidades, pessoas, e tampouco nas versões oficiais da historiografia.
já que a humanidade não é genérica nem Com base nessa concepção de história
caracterizada por universalismo abstrato oral, é importante destacar sua preocupação com
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p.29). Sendo assim, a história oral não recusa e tória oral é uma parte do conjunto de fontes
nem substitui a pesquisa acadêmica com seu ri- orais e sua manifestação mais conhecida é a
gor científico e tampouco a documentação oficial entrevista. (MEIHY; HOLANDA, 2007, p.14).
existente. Pelo contrário, a história oral contribui As pesquisas que adotam os procedimen-
e fornece subsídios qualitativos para a produção tos metodológicos da história oral se respaldam
de conhecimento por meio das fontes orais. na apreensão de uma realidade situada, com
Por isso, a partir das histórias narradas pelos suas circunstâncias, temporalidades, determi-
sujeitos partícipes de um processo investigativo, nações históricas, e com sujeitos vivos, pois “o
podem ser traçados inúmeros elementos que cir- espaço e o tempo da história oral, [...], são o
cundam as relações sociais, sejam as experiências ‘aqui’ e o ‘agora’, e o produto é um documento.”
individuais e coletivas, as trajetórias, tradições, (MEIHY; HOLANDA, 2007, p.15).
relações familiares, os aspectos econômicos, políti- Ademais, “A evidência oral, transformando
cos, sociais, culturais, religiosos, o território, a rede os ‘objetos’ de estudo em ‘sujeitos’, contribui para
de sociabilidade, pois esses são elementos que uma história que não só é mais rica, mais viva e
tecem a vida em sociedade. Contudo, é importante mais comovente, mas também mais verdadeira.”
salientar que as histórias narradas são sempre re- (THOMPSON, 2002, p.137, grifo do autor).
cortadas, mediante a referência do tempo presente Conforme Lang (1996, p.36),
da narrativa. Assim, se reconhece a importância
de apreensão das relações sociais sob o prisma É no indivíduo que a História Oral encontra
da totalidade e do movimento histórico, de forma sua fonte de dados, mas sua referência não
a não fragmentar a realidade. se esgota nele, dado que aponta para a socie-
A história oral, como metodologia, tem dade. O indivíduo que conta sua história, ou
dá seu relato de vida não constitui ele próprio
como base as narrativas orais dos sujeitos que
o objeto de estudo; a narrativa constitui a ma-
relatam suas experiências, valores, crendices, téria prima para o conhecimento sociológico
fatos, projetos, aspirações e acontecimentos da que busca, através do indivíduo e da realida-
vida privada e pública e, com isso, de por ele vivida, apreender as relações so-
ciais em que se insere em sua dinâmica.
Através da narrativa de uma história de vida,
se delineiam as relações com os membros de A autora acrescenta que “A versão do indi-
seu grupo, de sua profissão, de sua camada
víduo tem, portanto, um conteúdo marcado pelo
social, da sociedade global, que cabe ao pes-
quisador desvendar. Há histórias de vida mais
coletivo” (LANG, 1996, p.45) e também conforme
ou menos ricas, mais completas ou mais frag- Meihy (2002, p.68), “[...] a história oral é sempre
mentadas. (LANG, 1996, p.34).2 social. Social, sobretudo porque o indivíduo só
se explica na vida comunitária”.
Para apreender a riqueza das histórias Portanto, metodologias pautadas na história
narradas, um dos instrumentos utilizados na oral têm sido adotadas e centradas em estudos
pesquisa é a entrevista. que abordam sujeitos silenciados e subalterniza-
A técnica da entrevista é incorporada pela dos ao longo da história e, por isso, em sua maio-
história oral como processo dialógico e como ins- ria, enfatizam mulheres, negros, homossexuais,
trumento de registro de experiências individuais migrantes, quilombolas, indígenas, dentre outros
e/ou coletivas, que objetiva capturar expressões segmentos da classe trabalhadora.3
do real pela via da documentação oral, ou seja, Além do mais, a pesquisa com as expe-
da linguagem verbalizada pelos sujeitos partíci- riências e trajetórias dos sujeitos possibilita a
pes do conhecimento produzido. Sendo assim, compreensão de ser e estar no mundo no plano
A documentação oral quando apreendida por da singularidade e também sua relação com
meio de gravações eletrônicas feitas com o
propósito de registro torna-se fonte oral. A his-
3
“[...] a esquerda e os militantes têm sempre estado atentos à ‘voz
proletária’ ou dos subalternos para poder usá-la como argumento
da transformação social. A íntima relação com aqueles que não
2
Em sua obra, Meihy (2002) identifica três perspectivas da história detém o código escrito é uma das marcas mais fortes da história
oral: a história oral de vida, a história oral temática e a tradição oral. oral” (MEIHY, 2002, p.96).
os processos sociais, econômicos, culturais e tos sociais sem desconsiderar e/ou descaracteri-
políticos em sua universalidade. zar os processos políticos, culturais, sociais, sim-
Considerando esse cenário, a história bólicos, ideológicos e econômicos, pois somente
oral se torna um arcabouço para a apreensão assim torna-se exequível construir possibilidades
da realidade, que é de suma importância para o de ação. Por isso, para não cair em falsas abs-
Serviço Social, tendo em vista que essa profissão trações, é imprescindível atribuir historicidade aos
e área de conhecimento têm como uma de suas processos sociais, ou seja, partir do devir histórico
preocupações as experiências e histórias de das relações sociais, compreendendo o real como
vida da população demandatária dos serviços síntese de múltiplas determinações, permeadas
prestados pelos profissionais. Assim, se busca de rupturas e continuidades.
no cotidiano de trabalho do assistente social O que pode ser destacado é que, ao lon-
compreender a realidade e a temporalidade go do seu processo de maturação intelectual, o
em que os sujeitos estão situados. Pela Serviço Social tem contribuído de forma signi-
aproximação das histórias de vida é possível ficativa para a produção do conhecimento nas
articular experiências concretas e cotidianas áreas das Ciências Sociais e Humanas. Nesse
dos indivíduos sociais com questões genéricas sentido, tem buscado estratégias de enfrenta-
que envolvem as relações humanas e, assim, mento das refrações da questão social a partir
compreender as multifaces da questão social4. de uma fundamentação teórica, ética, política e
O campo investigativo e interventivo do metodológica consistente, diante do incentivo de
Serviço Social se circunscreve nas manifestações pesquisas na área e pelo vínculo orgânico entre
da questão social e nos seus desdobramentos investigação e intervenção.
na cena contemporânea. Nesse prisma, o Uma das características peculiares na pro-
Serviço Social tem adotado uma perspectiva de dução do conhecimento em Serviço Social é a
problematizar e considerar algumas discussões, centralidade do trabalho, tendo como referência
tais como o mundo do trabalho, as relações a perspectiva sócio-histórica, os sujeitos e suas
de gênero, os direitos humanos, a violência, relações sociais. A atuação profissional dos as-
as desigualdades, dentre outros assuntos sistentes sociais possui como epicentro as ações
que tangenciam a questão social. O debate direcionadas ao atendimento das refrações da
acerca dessas temáticas contribui para a questão social, que se expressam nas histórias
reflexão teórica, a realização de pesquisas, o de vida da população usuária dos serviços pres-
posicionamento ético-político e a qualificação tados pelas instituições nas quais o profissional
do trabalho profissional. está inserido como trabalhador assalariado.
Por isso, os assistentes sociais devem Assim, é importante considerar que os
se empenhar em compreender as dimensões sujeitos que constituem o público atendido pelos
singulares e universais do real, a partir das expe- profissionais de Serviço Social são dotados de va-
riências e vivências da população que demanda lores, experiências, singularidades, sentimentos,
seus serviços, para apreenderem as relações sonhos, projetos e expectativas e, por isso, há a
contraditórias e conflitantes entre capital e traba- necessidade de conhecê-los, buscando desvelar
lho no cerne de uma realidade complexa, palco o sentido que essa população atribui para sua
da luta de classes. realidade, sua vida, sua história e seu contexto.
Nesse aspecto, pensar a pesquisa e a pro- Por isso, se torna indispensável o conheci-
dução do conhecimento nas Ciências Humanas mento pelos profissionais dos diversos aspectos
e Sociais e, considerando as especificidades do que agudizam as manifestações da questão
Serviço Social, exige uma aproximação aos sujei- social e que circundam a vida da população,
seja no trabalho, nas relações familiares, nas
organizações sociais e políticas, nas expressões
4
Com base nas obras de Iamamoto (2003; 2008), a questão so- culturais, na ausência de direitos, nas carências
cial é resultante das desigualdades sociais, expressas na contra-
dição capital versus trabalho, no momento em que, tendo como socioeconômicas, na segregação territorial, no
cenário o século XIX, os trabalhadores passam a reivindicar direi- desmonte das políticas públicas, dentre outros
tos e sua legitimidade de classe, fazendo pressão junto ao bloco
dominante representado pelo Estado e burguesia.
elementos que perpassam a história da humani-
dade e são reflexos da sociabilidade burguesa,
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