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DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
PROCESSO Nº 0004440-09.2013.8.26.0576
sob o n.º 249.573, com escritório situado na Rua Dr. Presciliano Pinto, 1.119, Boa
Vista, CEP 15.025-100, na cidade e comarca de São José do Rio Preto-SP, vem,
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idade, RG 17.868.572, CPF 047.792.208-23, técnico em eletrônica,
residente na Rua: Dario de Jesus, nº 539, Jardim Itapema, São José do Rio
com fulcro nos artigos 647 e 648 do Código de Processo Penal, e artigos 1º, III,
5º, LVII, LXI e LXVIII, art. 93, IX 5º inciso LXVIII, todos da Constituição
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O ora Paciente Aparecido Donizete Soares teve contra si
plantão policial onde foi lavrado auto de prisão em flagrante por em tese ter o
Código Penal.
aberto vistas dos autos onde o ministério Público pleiteou pela decretação da
pública e aplicação da lei penal, sem contudo apontar onde a ordem pública e
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Pois bem, tendo em vista que o paciente que consta com mais
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de 50 anos de idade, é réu primário e portador de bons antecedentes, possui
residência fixa e trabalho lícito, pela defesa foi postulado pedido de liberdade
sob o fundamento que a prisão era necessária “pois a fase de investigação não
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demonstrado que as supostas vítimas, apesar da pouca idade já eram conhecidas
na cidade por realizar programas sexuais na via pública, tanto que o paciente
que este não é o momento processual adequado, importante a narrativa dos autos
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para que se verifique que não houve por parte do acusado qualquer ato de grave
ameaça praticado por ele contra as vítimas, pois como as vítimas mesmo
certo que todas elas declararam que não mantiveram qualquer contato sexual
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venia, não logrou alcançar o costumeiro acerto ao indeferir o pedido de liberdade
cautelar, o que, no entanto, não se confunde com a prisão pena, apenas acolhida,
final condenatória.
cautelar deve ter por fim a garantia da ordem pública, da ordem econômica, a
disposto no artigo 5º, inciso LXVI, da Constituição Federal, que veda a prisão
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sempre que possível a concessão de liberdade provisória. Nesse sentido, a lição
supracitado dispositivo:
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“(...) quando estiverem presentes os requisitos previstos
p. 575).
sentido exposto:
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necessidade. Assim, se a ordem pública, a instrução
654/296).
requisitos. Não coloca em risco à ordem pública sua liberdade. Não traz, de outro
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Ao fundamentar sua decisão, no entanto, o ilustre
processo, que se desenrolaram por mais de três anos. ( STF- RHC 68.373-
processo não atinge o seu ápice, com a condenação com trânsito em julgado, a
regra” (Código de Processo Penal Comentado, 4ª ed., São Paulo, RT, 2005, p.
542).
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A periculosidade não pode ser presumida, ao revés, deve ser
sem violência, mas apenas aqueles em que não caiba a prisão preventiva.
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Embora a lei não exija que o juiz decrete de ofício a prisão preventiva em
12.01.1995).
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ser concedida liberdade provisória, nos termos do art. 310, § único, do
adjetivo penal, sobretudo porque não está, de outra parte, vedada a sua
concessão por qualquer legislação específica, como a lei 8.072/90, que não
processual, mesmo porque não oferece algum perigo à sociedade, ou seja, possui
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pena, que constitui grave ofensa contra a qualidade de inocente determinada pela
Constituição Federal.
da lei penal.
basta a simples suposição, o simples temor, sem amparo nas provas colhidas nos
cautelar proposições abstratas. Ao revés, a decisão que a decreta deve ter por
autos.
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E, como demonstrado, a decretação da prisão preventiva
Não preenchidos seus requisitos, seja o fumus comissi delicti, seja o periculum
todo o exposto:
exceção que só deve ser mantida quando evidenciada sua necessidade. Assim, se
flagrante. A gravidade do delito e o clamor público que costuma provocar não são
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pode ensejar manutenção da custódia antes do trânsito em julgado da
LIBERDADE DO RÉU.
de prisão preventiva.
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“O juiz deve estrita fidelidade à lei penal, dela não podendo
se afastar a não ser que imprudentemente se arrisque a
percorrer, de forma isolada, o caminho tortuoso da
subjetividade que, não poucas vezes, desemboca na odiosa
perda da imparcialidade. Num estado de direito efetivo e
verdadeiro, o magistrado deve julgar sem paixões e em
absoluta sintonia com a estrutura normativa existente,
mesmo porque não lhe cabe legislar, mas apenas aplicar
as regras elaboradas por outro poder, o legislativo, que
na sistemática adotada pela nossa Constituição Federal,
no seu art. 2°, também goza de independência,
consoante a lição advinda do princípio da separação de
poderes”.
Pois bem!
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paciente Aparecido Donizete, réu primário, sem antecedentes, com
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voto do Relator”. (HC 173434/BA. Rel. Ministro GILSON
DIPP. DJe 15/06/2011).
ordem de prisão, eis que a soltura do paciente não trará prejuízo a garantia
instrução criminal.
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natureza. 3. Ademais, a decisão constritiva apenas
afirmou a presença dos requisitos exigidos pelo art. 312
do Código de Processo Penal, sem demonstrar, com base
em dados concretos, de que forma a liberdade do
paciente poderia colocar em risco a ordem pública, a
conveniência da instrução criminal ou a aplicação da lei
penal. Assim, nada há de particular que tenha sido
considerado pelo magistrado local. 4. Tendo em vista que o
habeas corpus constitui meio exclusivo de defesa do
cidadão, não é lícito ao Tribunal de origem inovar na
fundamentação para manter a prisão de natureza provisória.
5. Ordem concedida a fim de revogar a prisão preventiva
recaída sobre o paciente, mediante assinatura de termo de
comparecimento a todos os atos do processo, a ser firmado
perante o Juiz da causa. (HC 199533/SP. Rel. Ministro OG
FERNANDES. DJe 16/05/2011).
pode ser decretada nas hipóteses em que o Paciente possa influenciar ou causar
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A Prisão preventiva, frise-se, tem natureza processual. É a
para assegurar eventual aplicação da lei penal, desde que tais fatos estejam
inocente.
O Paciente:
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- possui residência fixa, conforme ressaltado na própria
- é primário.
qualquer delito.
em flagrante.
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Demais disso, o Paciente não apresenta nenhum grau de
MEDIDAS CAUTELARES
medidas cautelares pessoais, deve ser adotada como a ultima ratio, ou seja,
completamente insuficientes.
pátrios, com referência especial ao STF, STJ e este Egrégio Tribunal de Justiça,
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preventivo em aplicação das medidas cautelares pessoais expostas no artigo 319
do CPP.
processo.
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da Comarca de São José do Rio Preto, 12ª Câmara de Direito Criminal do
determinada uma ou até até mesmo algumas das medidas cautelares previstas no
artigo 319 do Código de Processo Penal e, não o fez com fundamentação genérica,
ao caso em questão.
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constitucionalmente, não significa óbice à liberdade
concedida.
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(HC 111586, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira
29-08-2012)
manutenção da ordem pública, na forma do art. 312 do CPP, pois, conforme alerta
que diz com as prisões cautelares, é a de que não se pode ter a restrição à
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É medida excepcional o deferimento de liminar em habeas
corpus, reservada para casos em que se evidencie, desde logo, coação ilegal ou
abuso de poder.
como os dois requisitos da medida cautelar, qual seja, o fumus boni juris e
periculum in mora.
remansosa jurisprudência.
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Sendo assim, resta demonstrado de forma inequívoca à
10-10-2012)
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preventiva ou, ao menos, a substituição desta por medidas cautelares
pessoais diversas da prisão, nos moldes dos artigos 282 e 319 do CPP, até o
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dos artigo 312, do Código de Processo Penal, eis que a aplicação da lei
soltura da Paciente;
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estabelecidos pelo art. 312 do Código de Processo Penal, para revogar a
por uma ou mais das medidas cautelares previstas no artigo 319, com
oferecida;
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- Cópia de acórdão proferido por este egrégio Tribunal
em caso análogo.
presente recurso.
defesa.
Nestes termos,
OAB/SP 249.573
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