Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
A PRÁTICA DO PEDAGOGO
3
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA
a dimensão
pedagógica
dimensão dimensão
política administrativa
O pedagogo precisa se reconhecer e ser reconhecido como o profissional que deve articular
coletivamente as ações na escola e, para tal, ter como norte os princípios da gestão democrática e
participativa. Sua atuação deve englobar três dimensões:
POLÍTICA quando elege e privilegia, juntamente com os professores, objetivos e metas que
fundamentam as ações de reflexão, orientação, coordenação, acompanhamento e articulação da
escola com as famílias e com a comunidade escolar e local para mudanças no processo ensino
aprendizagem, na escola e na sociedade.
PEDAGÓGICA quando contribui para a melhoria do processo ensino-aprendizagem por meio de
ações de planejamento, orientação, acompanhamento, execução e avaliação, desenvolvidas de
maneira compartilhada entre pedagogos e docentes.
ADMINISTRATIVA quando contribui para a viabilização do processo ensino-aprendizagem por meio
da coordenação e articulação de ações de conteúdos e disciplinas que visam a integração entre
professores, estudantes e famílias.
4
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NO DIA A DIA DA ESCOLA
Quais seriam, então, o foco dos pedagogos nas escolas das redes municipais de ensino?
Destacamos, a seguir, seis objetivos centrais que devem conformar suas rotinas diárias:
OBJETIVO 01: O projeto político-pedagógico
Norte e referência para todas as ações educacionais na escola, este documento deve ser construído
coletivamente. O pedagogo deverá coordenar sua elaboração, criando condições para a participação
dos profissionais da escola e comunidade na construção deste documento orientador das ações
educacionais em cada escola/comunidade.
OBJETIVO 02: A organização do espaço e do tempo escolar
- Organizar turmas, calendário letivo, distribuição das aulas e disciplinas, horário semanal de aulas,
disciplinas e recreio.
- Planejar e organizar espaços e tempos da escola para projetos de recuperação de estudos.
- Organizar a hora atividade do professor para estudo, planejamento e reflexão do processo de
ensino e aprendizagem.
- Planejar e organizar atividades culturais.
OBJETIVO 03: Organização da prática pedagógica
- Assessorar o professor na identificação e planejamento para o atendimento às dificuldades de
aprendizagem.
- Planejar em conjunto com o coletivo da escola a intervenção aos problemas levantados em
conselho de classe.
- Levantar e informar ao coletivo de profissionais da escola e comunidade os dados do aproveitamento
escolar.
- Coordenar empréstimo e aquisição de materiais e equipamentos de uso didático–pedagógicos.
- Incentivar e assessorar o professor na seleção de recursos didáticos para o ensino e aprendizagem
dos conteúdos escolares.
- Participar da organização e atualização do acervo de livros e periódicos da biblioteca da escola.
- Desenvolver processos de gestão colegiada entre os profissionais da equipe pedagógica.
OBJETIVO 04: Formação continuada do coletivo de profissionais da escola
-Viabilizar, junto à direção da escola e Seduc, a formação continuada dos profissionais da escola
para o aprimoramento teórico-metodológico, na forma de trocas de experiências, estudos coletivos
sistemáticos e oficinas.
- Desenvolver processo contínuo pessoal e profissional de fundamentação teórica.
- Pesquisar e fornecer subsídios teórico-metodológicos para estudos coletivos e individuais dos
educadores
-Organizar reuniões de estudo para reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho
pedagógico da escola.
5
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA
Parte 02
Normas e definições legais e orientadas
para a “Comunidade Educadora”
O PEDAGOGO NA REDE DE ENSINO DE CONTAGEM
No Estatuto do Servidor de Contagem e no Decreto nº 1781, de 06 de fevereiro de 2012, que elenca
suas funções/atribuições, encontramos as definições detalhadas da função do pedagogo na rede
municipal de ensino.
O objetivo geral de sua função é definida como a de coordenação, organização e avaliação
pedagógica nos estabelecimentos de ensino. Para tanto, o pedagogo deve promover a articulação
da comunidade escolar tendo como meta a qualidade do processo educacional, da participação na
elaboração, coordenação e implementação do Projeto Pedagógico da Escola e do cumprimento do
regimento escolar, dentre outras atividades correlatas, pertinentes ao cargo.
Este quadro geral de atuação indica, portanto, dois focos centrais: coordenação pedagógica da
escola e articulação da comunidade escolar para execução do PPP.
6
A coordenação pedagógica pressupõe um permanente diagnóstico panorâmico das situações e
desempenho das salas de aulas e dos ciclos de formação de cada escola, por turno. Pressupõe,
ainda, a construção de indicadores de avaliação que supere a coleta de avaliações dos estudantes
por disciplina ou área de conhecimento. Indicadores que possibilitem a leitura transversal do
desenvolvimento cognitivo e comportamental (capacidade de interpretação, de intervenção
criativa, de resolução de situações-problema, de solidariedade, estágio de desenvolvimento da
autonomia, entre outros).
Quanto às atribuições do pedagogo, o Estatuto do Servidor de Contagem e no Decreto nº 1781, além
das funções já destacadas, define-se como suas atribuições, dentre outras:
• Acompanhar o registro do desenvolvimento dos estudantes, a partir de processos avaliativos,
numa ação conjunta com os professores que atuam no ciclo;
• Atualizar a Proposta Pedagógica, considerando as orientações e diretrizes da SEDUC, bem como
a realidade da unidade escolar;
• Acompanhar, avaliar e redefinir o planejamento com o coletivo de professores, considerando a
formação integral e as especificidades dos estudantes;
• Participar da organização e do desenvolvimento de processos de democratização da gestão,
fortalecendo os conselhos escolares e demais instâncias participativas da unidade escolar;
• Participar da organização e do desenvolvimento de projetos e de ações que promovam a interação
entre escola, família e comunidade;
• Coordenar a elaboração das atividades formativas dos educadores, considerando as especificidades
do coletivo e a proposta pedagógica da escola e avaliar o impacto dessas atividades nas práticas
pedagógicas e na aprendizagem dos estudantes;
• Incentivar e possibilitar a participação de todos os educadores no programa de formação
continuada oferecido pela Administração Pública;
• Participar do programa de formação continuada oferecido pela Administração Pública e das
atividades formativas da unidade escolar, a fim desenvolver propostas de melhoria ou inovação da
prática pedagógica;
Destacam-se as funções de coordenação, incentivo à participação e avaliação do impacto no
processo de aprendizagem dos estudantes de todo programa de formação continuada municipal.
Esta é a função que começa a se desenhar a partir das paradas quinzenais de formação continuada de
docentes por turno, em cada escola. Evidentemente que não se resume à coordenação da atividade
de duas horas por quinzena. O pedagogo acompanhará os impactos desta formação no processo de
aprendizagem dos estudantes, o que sugere uma rigorosa avaliação da mudança ou otimização de
práticas pedagógicas e didáticas adotadas na sua unidade de ensino.
Mais: sugere uma relação direta com outros atores que estimulam e influenciam no processo de
desenvolvimento dos estudantes, em especial, sua família (e, mais especificamente, as mães dos
estudantes) e redes sociais de amigos e inseridos na sua comunidade de referência. Neste ponto, o
diálogo com os articuladores comunitários e conselhos tutelares se constitui num aporte dos mais
importantes e fundamentais para a construção deste amplo diagnóstico de múltiplos processos de
aprendizagem e estímulo, aumentando as informações pedagógicas que podem orientar o trabalho
dos docentes.
7
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA
Com base nos documentos e contextos aqui explicitados, o papel do pedagogo na rede educacional
de Contagem deverá apresentar, em relação à sua prática pedagógica, ênfase na dimensão
humana social da aprendizagem, na formação continuada, na atenção aos territórios, na identidade
cultural dos sujeitos desses territórios e na organização da escola como ambiente de trabalho e de
convivência entre iguais e diferentes.
Quanto aos territórios, vale destacar que o projeto educacional municipal adota, como referência,
a construção de comunidades educadoras, ou seja, a formação de redes territoriais de sujeitos e
instituições em parceria para proteção e desenvolvimento das crianças e adolescentes de cada
entorno escolar.
No que se refere à sua prática política, deve buscar a interface com o externo econômico, político
e cultural, a atenção à comunidade e à sociedade, a participação externa nas decisões internas e
potencializar a interface família-escola, escola-comunidade, educadores e cidadania, considerando
Para a prática Organizacional deverá fazer uso de formas ativas e autogestionárias, contribuir
para que a descentralização do poder ocorra, trabalhar no sentido de uma gestão escolar mais
horizontal, participativa e democrática e estabeler parcerias e trabalho cooperativo.
O documento “Educação em Contagem: Diretrizes, Políticas e Bases” apresenta e detalha, ainda,
os fundamentos sobre os quais as ações educacionais devem se desenvolver.
O referido documento preconiza que a concepção de educação adotada pela Secretaria Municipal
de Educação de Contagem,
É de uma educação territorializada, que aponta para as diferenças e aproximações,
igualdades e diversidades, inclusão e exclusão, perspectivas de futuro e fatalismos na
cidade – demarcada por territórios com suas especificidades e demandas únicas, que
precisam ser atendidas em suas peculiaridades quanto ao contexto da vida, idade,
movimentação dos sujeitos que constroem suas histórias e estabelecem relações
com a cidade.
Como a educação permeia todos os espaços e relações onde os sujeitos constroem sua identidade,
sua história, suas expectativas e perspectivas de vida, o currículo na rede de educação de Contagem
deve buscar a aceitação e a convivência entre diferentes que se dão em espaços distintos.
Portanto, o currículo que articula território, cultura e existência humana múltipla e dinâmica deve
estabelecer interlocução entre sujeitos, espaços, relações sociais, esperanças e frustrações .
Para encarar os desafios que essa realidade lhe apresenta, a busca contínua e
permanente da interlocução com as famílias e com a sociedade, se faz necessária
e fundamental, para garantir aprendizagem, formação integral e cidadania dos
estudantes, no sentido de que estes estejam preparados para intervir corretamente
nos territórios onde as políticas públicas devem se fazer concretas e efetivas e onde,
além da escola, o estudante socializa e também se educa, como podemos ver.
8
Parte 03
Rotinas e Instrumentos de Trabalho
Retomemos os seis objetivos centrais da função do pedagogo:
OBJETIVO 01: O projeto político-pedagógico
OBJETIVO 02: A organização do espaço e do tempo escolar
OBJETIVO 03: Organização da prática pedagógica
OBJETIVO 04: Formação continuada do coletivo de profissionais da escola
OBJETIVO 05: Relações entre a escola e a comunidade/território
OBJETIVO 06: Avaliação do trabalho pedagógico
A seguir, indicaremos algumas sugestões, como base de discussão para o conjunto dos pedagogos
da rede, para a implementação concreta desses objetivos. Não se trata de uma norma, mas de uma
pauta para debate que tem como meta a construção de um pacto que balize, no interior da rede
municipal de ensino, suas ações e metas funcionais. Assim, nos encontros quinzenais de formação
de dirigentes e pedagogos, este pacto poderá ser detalhado, otimizado e redefinido, num processo
de formatação contínuo, dinâmico e participativo.
Procuramos, ainda, recuperar alguns acordos já estabelecidos no segundo semestre de 2014, quando
ocorreram encontros com dirigentes e pedagogos da rede municipal a partir do mote “avaliação”.
O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
O PPP é a “constituição de cada escola”. Um documento geral, composto por diagnóstico, definição
de prioridades, metas a serem observadas por toda instituição de ensino sob sua orientação e
mecanismos de interação social, de formulação e reformulação de rotinas e objetivos institucionais.
A palavra projeto tem origem no latim (pro jactum) e significa algo que se joga para frente, que é
produto de um planejamento de médio e longo prazos, teleológico, portanto. Não se trata de algo
que se resume a uma ação ou ao curto prazo, mas uma cadeia de ações que perseguem um objetivo
estratégico, ou seja, a escola que se quer construir e a sociedade que se projeta no processo de
aprendizagem.
Político, no caso, vem de politae, que significa organização social. Qualquer PPP se insere numa
organização social. No caso, o PPP de cada escola se assenta na dinâmica e estrutura do entorno
escolar, na rede de socialização e convivência, nos valores e crenças, de sua comunidade.
Finalmente, o pedagógico, ou seja, a condução, o processo ensino-aprendizagem pelo qual a
instituição de ensino se oriente, a partir do diagnóstico social e pedagógico que realiza.
O pedagogo tem a função de atualizar o PPP, em especial, produzindo diagnósticos sociais e de
desenvolvimento dos estudantes periodicamente, construindo um quadro dinâmico que possibilita
aos profissionais de sua unidade de ensino a analisar o impacto de suas ações e perceber mudanças
sociais e comportamentais que exigem mudanças na “constituição” da escola.
O atual projeto de formação continuada se estrutura a partir da dinâmica de construção de
comunidades educadoras do entorno escolar, que pode ser assim apresentado:
9
10
FLUXOGRAMA DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO
POR TERRITÓRIO (ENTORNO ESCOLAR)
ESCOLA Pais/Família
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA
Alunos
Formação de dirigentes,
pedagogos, docentes e
administrativo.
Lideranças
Comunitárias
ARTICULADORES
COMUNITÁRIOS
Conselhos
Tutelares
Conselhos de
direitos
Associações
de bairro Descentralizados
11
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA
Motivação causa
Consequência disciplina
espaço de
sociabilidade causa
senso de
Consequência pertencimento
Enfim, cabe ao pedagogo aprofundar este diagnóstico e apresentar as mudanças no espaço escolar
que acolham e dialoguem com as práticas e subculturas infanto-juvenis.
Cabe, ainda, de posse dos diagnósticos de desempenho por turno, sala e ciclo, sugerir reenturmações
ou até mesmo ações complementares às turmas de referência para trabalhar problemas de
aprendizagem e comportamento assim que se verificarem pontos de estrangulamento ou
dificuldades específicas.
ORGANIZAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA
Sugerimos a adoção de instrumentos que possibilitem um diagnóstico mais amplo das tendências
pedagógicas das turmas e ciclos.
Ainda nas reuniões realizadas em 2014, foi apresentado pelo Instituto Cultiva uma planilha a ser
desenvolvida e complementada pelas escolas para coleta de informações que pudessem construir
este diagnóstico. A intenção era definir os indicadores mais significativos para a rede de ensino
municipal como processo de formação dos estudantes. A seguir, apresentamos esta tabela que,
sugerimos, seja analisada e reformatada pelo conjunto de pedagogos da rede municipal de ensino:
12
Indicador Sala 01 Sala 02 Sala 03
Conteúdos memorizáveis
Códigos
Fórmulas
Datas e personalidades
Conteúdos de interpretação
Instrumentos de pesquisa
Métodos
Hábitos de estudo
Inteligência lógico-matemática
Inteligência Linguística
Inteligência musical
Inteligência espacial
Conteúdos de Comportamento
Solidariedade
Liderança
Criticidade
Criatividade
Inteligência físico-cinéstica
Inteligência intrapessoal
Inteligência interpessoal
Inteligência existencial
FORMAÇÃO CONTINUADA
Esta função tem, agora, um lócus específico que são os encontros quinzenais de formação continuada,
por turno, em cada escola. O papel do pedagogo não se restringe, evidentemente, à coordenação
dos encontros quinzenais. É fundamental que oriente e estimule as discussões quinzenais. Mas há
um trabalho maior a partir deles.
Entre os encontros quinzenais ocorrerão diálogos dos docentes com a coordenação do programa
via FÓRUM DE DÚVIDAS que é um dos instrumentos do website criado para este programa de
formação. Os docentes poderão enviar suas dúvidas que serão respondidas pela equipe técnica do
programa. Há, entretanto, a possibilidade dessas dúvidas serem organizadas por escola e turno,
criando um instrumento que oriente o trabalho dos pedagogos. Em outras palavras, entre os
encontros quinzenais, os pedagogos podem se constituir num pólo de aprofundamento e resolução
de dúvidas que persistirem. A equipe técnica do programa de formação continuada, instalada na
sede da SEDUC, deve ser acionada como parceiro e apoio a este trabalho dos pedagogos.
Finalmente, cada ciclo temático do programa de formação continuada dura dois meses. A partir
daí, um novo tema entra em discussão em toda rede. Estes temas seguirão uma lógica e serão
cumulativos, ou seja, terão um encadeamento entre eles. Contudo, surgirão das sugestões e
demandas apresentadas pelos docentes, via preenchimento dos formulários de avaliação.
13
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA
14