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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA


CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

CLEVER HIPOLITO MARTINS


GUILHERME LOPES CAMPOS
LUIZ HENRIQUE ANTUNES
THAIS HELENA CARNIELLI BARBOSA

DESTILAÇÃO DA MISTURA ÁGUA E ETANOL

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA

FRANCISCO BETRÃO
2019
RESUMO

A destilação de misturas é uma técnica largamente utilizada para muitos processos


industriais de separação e enriquecimento de componentes. A mistura etanol e água é
facilmente separada pelo processo de destilação devido a diferença no ponto de ebulição.
No presente trabalho, uma solução contendo 25% de etanol e 75% de água foi adicionada
a um módulo de coluna de destilação, o qual foi operado, nas condições necessárias de
aquecimento e tipo de refluxo, para que o produto de topo ou destilado se torne uma solução
rica em etanol.

Palavras-chave: Módulo de bancada; solução concentrada e separação.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Módulo de destilação ............................................................................. 7


Figura 2 - Perfil de temperatura: operação batelada em refluxo 1:1 .................... 10
Figura 3 - Perfil de temperatura: operação batelada em refluxo mínimo.............. 11
Figura 4 - Perfil de temperatura: operação batelada em refluxo 1:2 .................... 12
Figura 5 - Perfil de temperatura: operação contínua em refluxo total ................... 13
Figura 6 - Perfil de temperatura: operação contínua em refluxo 1:1 .................... 14
Figura 7 - Perfil de fração molar do etanol em operação contínua refluxo total ... 16
Figura 8 - Perfil de fração molar do etanol em operação contínua de refluxo 1:1 17
Figura 9 - Determinação de pratos: operação contínua em refluxo total .............. 19
Figura 10 - Determinação do número de pratos: refluxo 1:1 ................................ 20
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Frações molares de etanol em cada estágio em refluxo total ............. 15


Tabela 2 - Frações molares de etanol em cada estágio em refluxo 1:1 ............... 17
Tabela 3 - Vazões de operação em batelada ....................................................... 18
Tabela 4 - Vazões de operação em regime contínuo ........................................... 18
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5
2 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................... 7
2.1 MATERIAIS ...................................................................................................... 7
2.2 MÉTODOS ....................................................................................................... 8
2.2.1 Descrição do experimento ............................................................................. 8
2.2.2 Volatilidade relativa ....................................................................................... 8
2.2.3 Curva de equilíbrio ........................................................................................ 8
2.2.4 Vazão do módulo de destilação .................................................................... 9
2.2.5 Determinação de números de pratos teóricos ............................................... 9
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 10
3.1 PERFIL DE TEMPERATURA EM OPERAÇÃO BATELADA.......................... 10
3.1.1 Refluxo 1:1 .................................................................................................. 10
3.1.2 Refluxo Mínimo ........................................................................................... 11
3.1.3 Refluxo 1:2 .................................................................................................. 11
3.2 PERFIL DE TEMPERATURA EM OPERAÇÃO CONTÍNUA.......................... 12
3.2.1 Refluxo Total ............................................................................................... 12
3.2.1 Refluxo 1:1 .................................................................................................. 13
3.3 PERFIL DE CONCENTRAÇÃO FRAÇÃO MOLAR ........................................ 14
3.3.1 Análise da composição: Operação contínua em refluxo total ...................... 15
3.3.2 Análise da composição: Operação contínua em refluxo 1:1........................ 16
3.4 MEDIDAS DE VAZÃO DA OPERAÇÃO BATELADA E CONTÍNUA .............. 18
3.5 DETERMINAÇÃO DE NÚMERO DE PRATOS TEÓRICOS: MÉTODO
McCABE – THIELE .............................................................................................. 18
3.5.1 Operação contínua – Refluxo total .............................................................. 19
3.5.2 Operação contínua – Refluxo 1:1 ................................................................ 19
4 CONCLUSÃO.................................................................................................... 22
5 SUGESTÕES .................................................................................................... 22
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 23
5

1 INTRODUÇÃO

Muitas vezes, é necessário saber qual a quantidade em massa de um


soluto não volátil contida em um determinado volume de uma amostra de água ou
de solução, por exemplo, na água do mar. A determinação da concentração em
massa de um determinado soluto não volátil (massa de soluto/volume de solução)
em uma solução aquosa pode ser feita de diversas maneiras, mas quando
queremos obter água pura separada dos solutos anteriormente nela contidos, o
método de separação chamado destilação, é com certeza, o processo mais
comumente utilizado e de maior aplicabilidade. A destilação é o método mais
importante e comum de purificação de líquidos. Para a separação de um líquido de
impurezas não voláteis, é o método mais indicado em escala de laboratório. O
processo de destilação é muito utilizado a nível industrial. Atualmente, no Brasil,
existem inúmeras destilarias de álcool e as refinarias de petróleo também obtém os
diversos derivados do petróleo através da destilação (UFSCAR, 2007).
A destilação é uma técnica usada para remover um solvente, purificar um
líquido ou para separar os componentes de uma mistura de líquidos. A separação
desses componentes envolvidos no processo de destilação é através de seu ponto
de ebulição (IFSC, 2010).
O ponto de ebulição de um líquido pode ser definido como a temperatura
na qual a sua pressão de vapor é igual a sua pressão externa, exercida em qualquer
ponto, sobre a sua superfície. O líquido entra em ebulição, no qual é vaporizado
por bolhas formadas no seio do líquido. Com líquidos de ebulição muitos próximos,
o destilado será uma mistura destes líquidos com composição e pontos de ebulição
variáveis, contendo um excesso de componente mais volátil (menor ponto de
ebulição) no final da separação (IFSC, 2010).
O equipamento onde ocorre destilação é chamado de torre de destilação
ou coluna de destilação, cujo interior é dotado de pratos, ou bandejas. O líquido
desce por gravidade da parte superior e entra em contato direto com o vapor que
sobe da parte inferior da coluna em cada um dos pratos. O líquido do fundo da
coluna é aquecido por um refervedor, o qual fornece calor a solução que entra na
coluna. A solução que entra na coluna ao receber essa energia evapora-se pela
diferença de ponto de ebulição. À medida que a solução evapora, a mesma avança
6

em cada um dos pratos da coluna até chegar ao topo da coluna. A concentração


da solução com menor ponto de ebulição aumenta em cada prato atingindo uma
concentração ou fração máxima de separação no topo da coluna. O destilado e
removido da coluna passando por um trocador de calor, ocorrendo a condensação
do fluído e posteriormente a sua armazenagem em taques, como ocorre nos
processos industriais (CEFET, 2008).
No presente trabalho, realizou-se uma operação de destilação da mistura
etanol e água, variando-se os tipos de refluxo na coluna e o tipo de operação, que
pode ser em batelada ou de forma contínua.
7

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 MATERIAIS

Para realização do experimento de destilação, os seguintes materiais


foram utilizados:
 Água destilada;
 Álcool etílico 96 ° GL.

Para a montagem do experimento, as seguintes vidrarias e equipamentos


foram utilizados:
1) Balança analítica;
2) Béquer de diferentes volumes;
3) Pipeta graduada volumétrica;
4) Picnômetro de 10 mL;
5) Seringa especial de 50 mL;
6) Pera de sucção;

Para a realização do experimento, foi utilizado o módulo de coluna de


destilação, apresentado na Figura 1.

Figura 1 - Módulo de destilação

Fonte: ECOEDUCACIONAL (2016)


8

2.2 MÉTODOS

2.2.1 Descrição do experimento

Primeiramente foi montado o módulo de destilação, de acordo com o


manual do equipamento. A solução a ser destilada (25% de álcool etílico; 75% de
água destilada), foi inserida no reservatório, e posteriormente ligado o módulo de
acordo com o manual do equipamento retirado de Eco Educacional, 2016. Utilizou-
se primeiramente o equipamento em operação batelada com refluxo 1:1, refluxo
mínimo e refluxo 1:2 e, em seguida, alterou-se a operação para contínua com
refluxos alternados entre refluxo total e refluxo 1:1.

2.2.2 Volatilidade relativa

Em um diagrama de fases, quanto maior a distância entre a curva de


equilíbrio e a diagonal, maior será a diferença das composições entre a fase líquida
e vapor, o que significa uma maior facilidade de separação, esta medida entre a
diferença entre as composições entre as fases é chamada de volatilidade relativa,
que é definida como a razão de concentração de A e B na fase vapor e a razão dos
mesmos componentes na fase líquida. A equação para o cálculo da volatilidade
relativa é apresentada abaixo (KORETSKY, 2014).

𝑃𝐴 𝑟𝑎𝑡
𝛼= (1)
𝑃𝐵 𝑟𝑒𝑡

2.2.3 Curva de equilíbrio

Em sistemas no qual há o contato entre as fases líquida e vapor, é


necessário o conhecimento da curva de equilíbrio, para determinar o equilíbrio entre
essas duas fases. Para determinação desta curva de equilíbrio, é utilizada a
equação do equilíbrio de fases em termos de fugacidade, considerando a fase
vapor e líquida como ideias, utilizando a Lei de Raoult , a equação é demonstrada
abaixo (AZEVEDO, 2017).
9

𝑎𝐵 .𝑋
𝑦= (2)
1+𝑋(𝑎𝐵 −1)

2.2.4 Vazão do módulo de destilação

Para calcular a vazão volumétrica do módulo de destilação, foi utilizado os


dados experimentais do volume e tempo de operação, a equação usada para o
cálculo é descrita abaixo.

𝑉
𝑄𝑣 = (3)
𝑡

2.2.5 Determinação de números de pratos teóricos

Para determinação do número de pratos teóricos, foi utilizado o método


gráfico McCabe-Thiele, na qual é baseado na representação dos balanços de
massa na forma de linhas de operação no diagrama x-y, o método considera que
as velocidades de escoamento no interior da coluna são iguais. Hipótese
simplificadora do modelo (TADINI, 2016).
10

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 PERFIL DE TEMPERATURA EM OPERAÇÃO BATELADA

Na operação em batelada, toda a solução que ascendia ao longo da coluna


retornava completamente para a mesma, ou seja, não havia alimentação contínua
e nem saída contínua de produto de fundo ou destilado. Os perfis de temperatura
dessa operação foram coletados quando o processo estava operando de forma
estacionário, sem variação de temperatura observada em cada prato.

3.1.1 Refluxo 1:1

A Figura 2, apresenta o perfil de temperatura ao longo dos pratos da operação


batelada com refluxo 1:1, sendo metade da alimentação retornando à coluna de destilação
e metade sendo retirada como destilado. O prato 1, na parte inferior da coluna, apresenta-
se temperatura de 85.2 °C decaindo até 77.4 °C. Apresentou-se característica linear ao
longo da altura da coluna, com pequena concavidade entre os pratos 4 e 9. A queda de
temperatura entre os pratos 9 e 11 apresenta forte tendência linear.

Figura 2 - Perfil de temperatura: operação batelada em refluxo 1:1

Fonte: Autoria própria (2019)


11

3.1.2 Refluxo Mínimo

Como observado na Figura 3, o perfil de temperatura ao longo da coluna


apresentou-se característica diversa, diferenciando da razão de refluxo 1:1. Entre os pratos
1 e 2, apresentou característica linear, com maior diferença entre a temperatura dos dois
pratos. Nos pratos 2 e 3, também há queda de temperatura, apresentando variação de 1.3
°C. Após prato 3 até 8, decaimento em menor escala da temperatura, até tender a ser
constante entre os pratos 8 e 9, ocorrendo uma incoerência no prato 10, no qual diminuiu a
temperatura e elevou no prato 11. Sendo possível devido a ineficiência do vácuo ao redor
da coluna ou condensação do vapor no prato.

Figura 3 - Perfil de temperatura: operação batelada em refluxo mínimo

Fonte: Autoria própria (2019)

3.1.3 Refluxo 1:2

O perfil de temperatura obtido alterando a razão de refluxo 1:2, está análoga ao


obtido para razão de refluxo 1:1, apenas alterando a temperatura do prato 6, na qual
mostrou-se elevação de 0.1°C. Esse perfil está representado na Figura 4.
12

Figura 4 - Perfil de temperatura: operação batelada em refluxo 1:2

Fonte: Autoria própria (2019)

3.2 PERFIL DE TEMPERATURA EM OPERAÇÃO CONTÍNUA

Na operação contínua, uma solução de alimentação foi adicionada continuamente


a coluna de destilação, assim como uma vazão de produto de fundo que deixava a coluna
continuamente. Os perfis de temperatura dessa operação foram coletados quando o
processo estava operando de forma estacionária, sem variação de temperatura observada
em cada prato.

3.2.1 Refluxo Total

A operação contínua da coluna de destilação utilizando refluxo total, mostrou-se


diversificado em cada conjunto de pratos. Na parte inferior da coluna, entre os pratos 1 e 2,
a temperatura decaiu aproximadamente 1°C. Mostrando pouca variação nos pratos
seguintes até o 5, saindo à 82.5 °C. Ao longo do prato 5 até o prato 8, característica
exponencial de decaimento, com pouca modificação de temperatura entre os pratos 8 e 10.
Ao final do perfil de temperatura, o prato 11 estava à 76° C. Esse perfil de temperatura está
representado na Figura 5.
13

Figura 5 - Perfil de temperatura: operação contínua em refluxo total

Fonte: Autoria própria (2019)

3.2.1 Refluxo 1:1

O perfil de temperatura representado na Figura 6, inicia-se no prato 1 na temperatura


de 84.1°C. Decaindo linearmente até o prato 2, perdendo aproximadamente 0.8 °C. Entre
os pratos 2 e 5, decai a temperatura entre os 3 pratos em aproximadamente 0.35 °C, região
onde apresentou menor diferença de temperatura ao longo da coluna. Havendo perda de 1
°C entre os pratos 5 e 6. Ao longo dos pratos 7 a 8, apresentou-se decaimento de 4.6°C,
sendo a maior queda entre os pratos explicitados. Nos três últimos pratos da parte superior
da coluna, a variação total da temperatura foi de 1.4 °C.
14

Figura 6 - Perfil de temperatura: operação contínua em refluxo 1:1

Fonte: Autoria própria (2019)

De uma forma geral, em uma análise conjunta das operações batelada e contínua,
é possível verificar que a operação batelada apresentou perfil de temperatura mais regular,
aproximando-se da característica linear com decaimento de temperatura aproximadamente
constante em cada prato, apresentando pequenos desvios. Observou-se uma diferença
apenas para o refluxo mínimo, no qual houve um aumento da temperatura no prato 10. Esta
característica é devido ao maior tempo de residência no interior da coluna e maior interações
entre as fases.
Já na operação contínua, necessita-se que em cada contato a temperatura
permaneça constante, porém devido a diferença na temperatura na vazão de alimentação
a cada instante de entrada da mesma na coluna, perturba-se o sistema e promove a troca
térmica em cada estágio. O vácuo efetuado de 650mmHg, pode-se não isolar totalmente o
sistema sendo que o topo da coluna pode trocar energia térmica com o ambiente externo,
visto a diferença de temperatura especialmente no topo. Ambas operações em regime
contínuo, apresentaram perfis análogos, alterando-se somente a variação de temperatura
nos pratos 5, onde é alimentada a solução, sendo mais intenso no refluxo total comparado
ao refluxo 1:1.

3.3 PERFIL DE CONCENTRAÇÃO FRAÇÃO MOLAR


15

Para identificação do perfil de concentração utilizou-se a fração molar do álcool em


cada prato, e plotou cada fração em função do número de pratos da coluna de destilação,
com refluxo total e refluxo 1:1. Utilizou-se rotina em MATLAB ™2018b para
desenvolvimento dos gráficos.

3.3.1 Análise da composição: Operação contínua em refluxo total

Primeiramente converteu-se a densidade das soluções obtidas no picnômetro para


fração molar, a partir do método do nomograma, que relaciona as frações volumétricas,
mássicas e molares do binário etanol/água. As frações molares para cada prato e suas
respectivas temperaturas estão apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 - Frações molares de etanol em cada estágio em refluxo total

Refluxo total Densidade (g/mL) Temperatura (ºC) Fração molar de


etanol
Prato 1 0,9972 25 0
Prato 2 0,9984 25 0
Prato 3 1,0104 25 0
Prato 4 1,0016 25 0
Prato 5 1,0283 25 0
Prato 6 0,9182 25 0,46
Prato 7 0,9007 25 0,50
Prato 8 0,8908 25 0,55
Prato 9 0,8660 25 0,74
Prato 10 0,8808 25 0,59
Prato 11 0,8750 25 0,65
Fundo 1,0527 25 0
Alimentação 1,0456 20 0
Fonte: Autoria própria (2019)

A Figura 7 representa o gráfico gerado a partir das concentrações de etanol


presentes em cada estágio. Observa-se que a partir do prato 6 a concentração de
etanol aumenta devido a sua evaporação, porém a maior concentração de etanol
obtida é no prato 9 e não no prato 11, como esperado.
16

Figura 7 - Perfil de fração molar do etanol em operação contínua refluxo total

Fonte: Autoria própria (2019)

É possível correlacionar esta informação ao fato de que não houve um


cálculo prévio do melhor prato para a alimentação em relação a concentração inicial
de etanol da mistura, ou seja, o equilíbrio da coluna pode ter sido afetado pela
alimentação feita no prato 5, o qual apresenta fração molar igual a 0, o que não é
correto pois, a solução alimentada neste prato era composta de 3,75 L de uma
solução álcool 70º e 11,25 L de água destilada.
Outros possíveis erros experimentais foram detectados, como densidades
superiores a 1 g/mL, as quais foram consideradas amostras puras em água, além
de erros relacionados a secagem incorreta no picnômetro para análise de
densidade, a possível evaporação da amostra de etanol em temperaturas maiores
antes que a mesma fosse analisada e prováveis erros de calibração da balança
analítica utilizada.

3.3.2 Análise da composição: Operação contínua em refluxo 1:1

Para o refluxo 1:1, as densidades também foram convertidas em frações


molares de etanol, representadas na Tabela 2.
17

Tabela 2 - Frações molares de etanol em cada estágio em refluxo 1:1

Refluxo 1:1 Densidade (g/mL) Temperatura (ºC) Fração molar de


etanol
Prato 1 1,0388 20 0
Prato 2 1,0210 20 0
Prato 3 1,0158 33 0
Prato 4 1,0468 31 0
Prato 5 1,0170 23 0
Prato 6 1,0190 22 0
Prato 7 0,9910 22 0,04
Prato 8 0,9433 33 0,29
Prato 9 0,9028 33 0,49
Prato 10 0,8998 28 0,55
Prato 11 0,9007 25 0,54
Fundo 1,0356 20 0
Destilado 0,8860 22 0,61
Fonte: Autoria própria (2019)

O gráfico apresentado na Figura 8 indica que a maior fração molar foi


encontrada no fluxo de destilado, na parte superior da coluna como o esperado
para este processo. Nos pratos inferiores ao prato 5 não foi identificada nenhuma
fração de etanol, uma vez que este subiu pela coluna devido ao seu ponto de
ebulição menor que o da água, resultando assim em um destilado com composição
molar de 61% de etanol na mistura. Novamente, o prato 5 não apresenta frações
de etanol, mostrando que os erros experimentais observados no refluxo total
também influenciaram na operação de refluxo 1:1.

Figura 8 - Perfil de fração molar do etanol em operação contínua de refluxo 1:1

Fonte: Autoria própria (2019)


18

3.4 MEDIDAS DE VAZÃO DA OPERAÇÃO BATELADA E CONTÍNUA

Na operação em batelada, por meio de um volume coletado em relação ao


tempo de escoamento, é possível calcular a vazão de destilado para cada tipo de
refluxo utilizado. Os dados para o cálculo são apresentados na Tabela 3.

Tabela 3 - Vazões de operação em batelada

Tipo de refluxo Volume analisado (mL) Tempo (s) Vazão (mL/s)


Refluxo total 30 377,4 0,0795
Refluxo mínimo 30 150 0,2
Fonte: Autoria própria (2019)

No caso da operação contínua, as vazões de destilado e de produto de


fundo foram analisadas somente para o refluxo 1:1, as quais estão dispostas na
Tabela 4.

Tabela 4 - Vazões de operação em regime contínuo

Refluxo 1:1 Volume analisado (mL) Tempo (s) Vazão (mL/s)


Produto de fundo 15 166 0,0904
Destilado 31,8 500 0,0636
Fonte: Autoria própria (2019)

3.5 DETERMINAÇÃO DE NÚMERO DE PRATOS TEÓRICOS: MÉTODO


McCABE – THIELE

Para determinação do número de pratos mínimos necessários para separar


a mistura etanol/água, elencou-se as seguintes hipóteses do modelo:

1) Volatilidade relativa, obtido pela razão entre as pressões de saturação de


cada componente na temperatura de operação da coluna de 1.8683;
2) A fração de álcool na corrente de entrada é de 25% v/v e,
consequentemente, sua fração molar é de 0,208 ou 20,8% em massa;
3) Alimentação de líquido saturado (q=1) e frações de destilado e produto de
fundo determinadas experimentalmente para cada refluxo;
4) Solução ideal, sendo o coeficiente de atividade e fugacidade igual à unidade.
Esta hipótese pode ser efetuada, devido a existência de azeotrópico apenas
a partir da composição de 96% em etanol.
19

3.5.1 Operação contínua – Refluxo total

Pela metodologia McCabe Thiele, determina-se o número de pratos


necessários para efetuar a destilação em refluxo total. Para isto, a reta de
enriquecimento e esgotamento se unem com a reta isocomposição, então inicia-se
o desenho dos pratos teóricos com a curva de equilíbrio, levando-se em conta a
fração molar de alimentação do etanol e as frações molares de destilado e de
produto de fundo obtidas no processo contínuo em refluxo total. A Figura 9
representa o diagrama de determinação dos pratos para este refluxo.

Figura 9 - Determinação de pratos: operação contínua em refluxo total

Fonte: Autoria própria (2019)

Por meio da interpretação do gráfico, é possível ver que para um refluxo


total é necessário a presença de 8 pratos para que a concentração chegue a 0,74,
maior concentração registrada para este processo. Esse valor foi obtido
experimentalmente no prato de número 9, havendo um erro mínimo graficamente.

3.5.2 Operação contínua – Refluxo 1:1

A partir das hipóteses determinas acima, foi desenvolvida uma rotina no


MATLAB ™ 2018b. Gerou-se um vetor numérico de 100 elementos da composição
20

do etanol na fase líquida e obteve-se pela relação de equilíbrio de fase, a


composição do etanol na fase gasosa. Inseriu-se no gráfico as composições do
produto de fundo, alimentação e destilado, respectivamente, e simulou
numericamente a reta de operação até encontro com a reta de alimentação,
considerando o refluxo pré-determinado de razão 1:1. Determinou-se os números
de pratos teóricos e o prato ideal de alimentação, presentes na Figura 10.

Figura 10 - Determinação do número de pratos: refluxo 1:1

Fonte: Autoria própria (2019)

Analisando-se a figura 10, esta apresenta três principais linhas na curva de


equilíbrio líquido-vapor. A linha representada por laranja, representa a
isocomposição, linha auxiliar para determinação dos números de pratos. As linhas
pretas com angulação crescente, são retas de esgotamento e retas de
enriquecimentos, determinadas a partir do tipo de alimentação, sendo no caso
específico, líquido saturado (propriedades termodinâmicas análogas aos líquidos
sub-resfriados), com inclinação vertical de 90°.

Marcou-se as composições de entrada, produto de fundo e destilado e,


então desenhou-se cada estágio. O prato ideal para alimentação na coluna é o
prato no qual apresenta a intersecção entre a reta de esgotamento e
21

enriquecimento. No gráfico obtido, o prato ideal para alimentação seria o prato 4,


igualmente ao determinado para o refluxo total. O número total de pratos
necessários para atingir-se 0,61 ou 61% de concentração molar de etanol no
destilado é de 10 pratos para este tipo de refluxo.
22

4 CONCLUSÃO

Conclui-se que através da passagem da mistura binária água/etanol pela


coluna de destilação alterando-se o tipo de fluxo e a condição de processo, foi
possível obter uma solução concentrada em álcool na parte superior da mesma. Os
erros experimentais observados ao longo da operação da coluna resultaram em
alterações significativas dos dados obtidos, porém, a identificação dos mesmos
proporciona uma análise mais crítica dos métodos adotados e das práticas em
laboratório, além de uma diferente postura diante das adversidades do experimento
e da operação de um módulo experimental de destilação.

5 SUGESTÕES

 Cálculo prévio do prato de alimentação;


 Utilização de picnômetros com volumes maiores;
 Secagem correta dos picnômetros para análise de densidade;
 Utilização de balança analítica sem erros de calibração;
 Recolher o produto destilado em uma proveta envolvida em um banho de
gelo, para que o etanol não evapore para o ambiente quando retirado para
análise.
23

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, E. G.; ALVES, A. M. Engenharia de processos de separação. 3. ed.


Lisboa, Portugal: IST Press, 2017. xxvi, 749 p, 2017.

CEFET, CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW


DA FONSECA. Torre de destilação. Curso técnico em processos químicos
industrial, Rio de Janeiro, 2008. Disponível em:<
https://www.ebah.com.br/content/ABAAAAYH8AA/torre-destilacao>.

ECOEDUCACIONAL. Bancada de destilação contínua. Apostila de Apoio


Didático, 2016.

IFSC, INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA. Destilação. Material


didático, 2010. Disponível em: <
http://docente.ifsc.edu.br/samuel.clasen/MaterialDidatico/Analises%20Quimicas/Q
u%C3%ADmica%20Org%C3%A2nica%20B/DESTILA%C3%87%C3%83O.pdf>

KORETSKY, M. D. Termodinâmica para Engenharia Química. 1 ed, Rio de


Janeiro: LTC Editora, 2014.

TADINI, C. et al. Operações Unitárias na Indústria de Alimentos. 2 ed., Rio de


Janeiro: LTC Editora, 2016.

UFSCAR, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS. Destilação. Material


didático disponível, 8 ed. 2007. Disponível
em:<http://livresaber.sead.ufscar.br:8080/jspui/bitstream/123456789/1912/2/Unida
de%204_Texto_Destila%C3%A7%C3%A3o.pdf>.
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MEMORIAL DE CÁLCULO

 Cálculo da vazão: processo batelada

𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 30 𝑚𝐿 𝑚𝐿
Q= = = 0,0795
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 377,4 𝑠 𝑠

 Cálculo da vazão: processo contínuo

𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 31,8 𝑚𝐿 𝑚𝐿
𝑄= = = 0,0636
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 500 𝑠 𝑠

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