Sei sulla pagina 1di 3

2019 - 02 - 07 PÁGINA RB-9.

1
CPC em Foco - 2019
9. CHAMAMENTO AO PROCESSO

9. Chamamento ao processo
Felipe Augusto de Toledo Moreira

1. Hipóteses de cabimento

Pelo1 chamamento ao processo, o réu, e somente ele, tem a faculdade2 de trazer a um processo
de conhecimento3 um terceiro, que também tem relação jurídica direta com a outra parte na
condição de corresponsável, para figurar na lide como seu litisconsorte.4

O CPC/2015, no art. 130, manteve as hipóteses de cabimento do chamamento ao processo com


algumas poucas alterações redacionais. Essencialmente, são as mesmas previstas no revogado art.
77 do CPC/1973, isto é, aquelas envolvendo fiança e solidariedade passiva.

No Projeto da Câmara dos Deputados, houve a proposta de que se incluísse um inc. IV nesse
dispositivo com uma hipótese genérica, a abranger, por exemplo, a hipótese de chamamento ao
processo do parente de grau imediato na ação de alimentos, quando o demandado (alimentante)
não tiver condições de arcar com a totalidade da prestação de alimentos (CC/2002, art. 1.698, 1ª
parte). De sua parte, o Código de Defesa do Consumidor prevê hipótese de chamamento ao
processo da seguradora pelo réu que tenha contratado seguro de responsabilidade (art. 101, II).
Igualmente, o art. 788, parágrafo único, do Código Civil traz hipótese que parece estar também
ligada ao chamamento ao processo.

Infelizmente, o Código preferiu não esclarecer essas questões, deixando-as ao crivo da


jurisprudência, sem prejuízo de ser aplicado o princípio da fungibilidade entre as modalidades
interventivas nesses casos.5

2. Formação de litisconsórcio passivo ulterior e prazo para a citação do chamado

Há muito a doutrina e a jurisprudência falavam na formação de litisconsórcio passivo, ulterior


e facultativo nessa hipótese.6 -7

O art. 131 explicitou esse entendimento e criou um prazo de 30 dias para que se efetive a
citação do chamado, sob pena de inadmissibilidade do pedido de intervenção. Estando em outra
comarca, seção ou subseção judiciárias, ou, ainda, em lugar incerto, o prazo será de dois meses.

Frise-se, novamente, que o chamante não pode ser prejudicado com a inadmissibilidade do
pedido de chamamento ao processo se a demora na efetivação da citação do chamado decorrer de
falha do próprio serviço judiciário, tendo ele se desincumbido do seu ônus de fornecer todas as
informações necessárias.8

NOTAS DE RODAPÉ
1

Todos os artigos citados no texto sem referência são do CPC/2015.

Nesse sentido, considerando a solidariedade existente entre todos os entes federativos em ação de
obrigação de fazer consistente em fornecimento de medicamento, destaca-se o entendimento do STJ
firmado no bojo de recurso especial julgado sob o rito dos repetitivos: “Processual civil. Matéria repetitiva.
Art. 543-C do CPC e Resolução STJ 8/2008. Recurso representativo de controvérsia. Sistema Único de Saúde.
Fornecimento de medicamentos. Ação movida contra o Estado. Chamamento da União ao processo. Art.
77, III, do CPC. Desnecessidade. Controvérsia submetida ao rito do art. 543-C do CPC 1. O chamamento ao
processo da União com base no art. 77, III, do CPC, nas demandas propostas contra os demais entes
federativos responsáveis para o fornecimento de medicamentos ou prestação de serviços de saúde, não é
impositivo, mostrando-se inadequado opor obstáculo inútil à garantia fundamental do cidadão à saúde.
Precedentes do STJ. 2. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal entende que ‘o recebimento de
medicamentos pelo Estado é direito fundamental, podendo o requerente pleiteá-los de qualquer um dos
entes federativos, desde que demonstradas sua necessidade e a impossibilidade de custeá-los com
recursos próprios’, e ‘o ente federativo deve se pautar no espírito de solidariedade para conferir
efetividade ao direito garantido pela Constituição, e não criar entraves jurídicos para postergar a devida
prestação jurisdicional’, razão por que ‘o chamamento ao processo da União pelo Estado de Santa Catarina
revela-se medida meramente protelatória que não traz nenhuma utilidade ao processo, além de atrasar a
resolução do feito, revelando-se meio inconstitucional para evitar o acesso aos remédios necessários para
o restabelecimento da saúde da recorrida’ (RE 607.381 AgR, Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ
17.6.2011). Caso concreto 3. Na hipótese dos autos, o acórdão recorrido negou o chamamento ao processo
da União, o que está em sintonia com o entendimento aqui fixado. 4. Recurso especial não provido.
Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 8/2008” (STJ, REsp 1.203.244/SC, 1ª
S., j. 09.04.2014, rel. Min. Herman Benjamin, DJe 17.06.2014).

“Via de regra, as hipóteses em que é cabível o chamamento ao processo são de ações condenatórias. Por
isso, a jurisprudência entende ser inadmissível a intervenção no processo de execução, o que nos parece
correto. Tal como ocorre em relação ao processo de execução de título extrajudicial, não cabe
chamamento ao processo na ação monitória, a requerimento do réu que não embargou, já que, caso não
sejam opostos embargos na ação monitória, esta ‘converte-se’ em execução de título judicial (art. 701, § 2º,
do CPC/2015” (ARRUDA ALVIM, Novo contencioso cível no CPC/2015, São Paulo: Ed. RT, 2016, p. 107).

Trata-se de hipótese de litisconsórcio passivo facultativo ulterior (cf. STJ, REsp 1.370.125/PR, 4ª T, j.
05.11.2015, rel. Min. Maria Isabel Gallotti, DJe 15.12.2015).

“Recurso especial. Ação indenizatória. Erro médico. Ausência de preposição da equipe médica responsável
pelo parto. Denunciação da lide pela clínica ré às médicas admitida na origem. Conversão pelo Tribunal
em chamamento ao processo. Possibilidade. Julgamento extra petita. Não ocorrência. Resultados distintos
para os litisconsortes. Admissibilidade. 1. A aplicação do princípio da fungibilidade entre as modalidades
de intervenção de terceiros não configura determinação de ofício da intervenção, pois houve pedido da
parte interessada para trazer o terceiro ao processo. 2. Não se configura julgamento extra petita a
qualificação adequada da intervenção de terceiros feita pelo Tribunal a partir dos elementos da causa.
Aplicação do princípio narra mihi factum dabo tibi jus. 3. Sendo o chamamento ao processo facultativo,
instaura-se litisconsórcio simples no polo passivo da demanda, podendo a sentença acarretar soluções
distintas para cada um dos litisconsortes. 4. Recurso especial conhecido e desprovido” (STJ, REsp
1.453.887/RJ, 3ª T., j. 03.05.2016, rel. Min. João Otávio de Noronha, DJe 09.05.2016).

“É situação típica de litisconsórcio facultativo passivo, pois a integração no processo, ou não, do terceiro é
opção conferida ao réu pela lei. Este pode suportar a demanda e suas consequências sozinho ou requerer
a participação ao seu lado de quem também pode suportá-las. Nem disposição legal nem a natureza da
relação jurídica controvertida impõe a necessariedade de formação do litisconsórcio – caso em que,
diferentemente, estaríamos diante de litisconsórcio passivo necessário” (ARRUDA ALVIM, Manual de
direito processual civil, p. 516).

Cf. STJ, AgRg no AREsp 670.992/SC, 2ª T., j. 12.05.2015, rel. Min. Herman Benjamin, DJe 30.06.2015.

Nesse caso, deve incidir por analogia o Enunciado 106 da Súmula do STJ, segundo o qual: “Proposta a ação
no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da justiça,
não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência”.

© desta edição [2019]

Potrebbero piacerti anche