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FORMAÇÃO PEDAGÓGICA PARA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE NÍVEL MÉDIO

Disciplina 4 – A Abordagem Design Thinking como recurso ao trabalho com


situações-problema junto aos alunos.

Unidade 7

A abordagem Design Thinking como recurso ao trabalho


com situações-problema junto aos alunos
Luciana Allan
Se ensinarmos os estudantes de hoje como ensinávamos os de ontem, nós roubaremos deles o amanhã.
John Dewey

1. Os princípios gerais da educação contemporânea

Nas unidades 4 e 5 vimos que os princípios da pedagogia contemporânea têm


início com Rousseau no século XVIII, e são expressos em seu Livro de Emílio, ou da
Educação dedicado ao seu Projeto Formativo que, entre suas premissas, nos aponta que
é impossível sabermos tudo. Chamando esta ideia para a nossa atualidade, a premissa
do filósofo propõe-nos a refletir sobre o que ensinar aos estudantes, a indagar sobre
quais os conteúdos fundamentais em cada época, advertindo-nos sobre a importância
de realizar escolhas e traçar critérios para a seleção de conhecimentos na escola. Para
Rousseau, somente vale a pena ser ensinado e ser digno da pesquisa de um homem
sábio, aqueles conhecimentos que realmente contribuirão para o bem-estar dos alunos,
tornando-os sábios. “Não se trata de saber o que existe, mas o que é útil para uma vida
sábia”, aponta o autor. Neste mesmo livro, Rousseau propõem que crianças e jovens
sejam imergidos nos fenômenos da natureza, defendendo que os infantes sejam
educados empiricamente, ou seja, na experiência direta com a realidade natural, donde
a curiosidade irá emergir como forte aliada da aprendizagem e do desenvolvimento das
novas gerações.

Dewey, por sua vez, entre o século XIX e XX, dialogará com as ideias do filósofo
genebrino, recuperando a noção de experiência de Rousseau e inaugurando o
movimento escolanovista. Nascido na Europa e América do Norte, o ideário maior do
movimento era despertar o pensamento crítico e a autonomia dos estudantes por meio
da experimentação e de vivências similares ao método científico.

Entre os brasileiros, tornam-se referência na pedagogia contemporânea Paulo


Freire e Demerval Saviani, com as propostas pedagógicas de caráter crítico-progressista,
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situações-problema junto aos alunos.

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em que o conhecimento está intrinsicamente relacionado à vida, à experiência social e


à transformação da realidade sócio-histórica.

Em resumo, os pressupostos presentes na pedagogia contemporânea valorizam


a aprendizagem por descoberta, investigação e pesquisa, visam estimular a construção
do conhecimento por meio do diálogo e da interatividade coletiva, do confronto do
indivíduo com seus saberes prévios, da interconexão entre a teoria e a prática, da
problematização da realidade, elaboração de problemas, elegendo temas de estudos
relacionados aos fenômenos da natureza, à vida comunitária e social, em uma
perspectiva interdisciplinar.

Para apoiar este processo, valoriza-se estratégias educacionais envolvendo o


trabalho por situações-problema, pois a mesma permite que as atividades estejam
intrinsicamente relacionadas à vida, mais especificamente à superação de obstáculos
encontrados na realidade social e individual. Na unidade 5, a autora nos mostra um
trecho do livro de Lino de Macedo, que apresenta resultados na aprendizagem ao se
trabalhar com situações-problema:

“As situações-problemas requerem que os estudantes se relacionem com


contextos complexos; passem a pensar de forma sistêmica; enfrentem situações
inéditas e imprevisíveis; atuem frente a situações diversificadas; desenvolvam a
criatividade, a capacidade de formular problemas, de deliberar soluções e adquiram
autonomia para apropriarem-se de conhecimentos, procedimentos e atitudes exigidos
na solução a ser conquistada.”

Lino de Macedo sugere que o trabalho envolvendo a resolução de situações-


problema envolva três momentos: identificar o problema (PROBLEMA), investigar
(EXPLICAÇÃO) e buscar possíveis soluções (SOLUÇÃO).

Existem muitas estratégias para se trabalhar com situações-problema junto aos


alunos. Uma das mais contemporâneas e que faz parte de uma série de metodologias
ativas que vêm sendo trabalhadas junto aos alunos é a Abordagem Design Thinking (DT).

2. As etapas para desenvolvimento da abordagem Design Thinking


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Disciplina 4 – A Abordagem Design Thinking como recurso ao trabalho com
situações-problema junto aos alunos.

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Sem uma tradução para o português, DT é um novo jeito de pensar e abordar


problemas ou, dito de outra forma, um modelo de pensamento centrado nas pessoas.
A proposta estimula a pensar que todos podemos chegar a uma resposta para um
problema de uma forma como nunca foi pensada antes e trabalhando de forma
colaborativa. Nesse processo, acredita-se no potencial das pessoas, e que é possível
transformar desafios em oportunidades.

O DT nasceu dentro de uma empresa americana de design e inovação chamada


IDEO, em Palo Alto na Califórnia, onde fica o Vale do Silício, que abriga muitas das
empresas de tecnologia mais inovadoras do mundo.

O DT tem como premissas:

 ser centrado no ser humano: começa com uma profunda empatia


e o entendimento das necessidades e motivações;
 ser colaborativo: muitas mentes brilhantes são muito mais fortes
que uma só para resolver desafios;
 ser otimista: é a crença fundamental de que todos podem gerar
mudanças;
 ser experimental: oferece às pessoas a oportunidade de errar, de
receber feedback de outros e de melhorar seus projetos.

O processo de implementação de um projeto envolvendo a Abordagem Design


Thinking contempla 5 etapas: descoberta, interpretação, ideação, experimentação e
evolução.

 Descoberta: é o momento em que os alunos descobrem que têm


um desafio, e começam a pensar em como abordá-lo;
 Interpretação: é o momento seguinte, em que os alunos
pesquisam sobre o tema, conhecem situações similares e, com base nestas
informações, interpretam o problema;
 Ideação: é um dos momentos mais ricos do projeto, em que os
alunos têm que se despir de seus preconceitos e, por meio de um brainstorming
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(chuva de ideias) – saiba mais sobre Brainstorming clicando aqui –, pensar em


ideias criativas e inovadoras para solucionar o problema. Neste momento vale
toda e qualquer ideia!
 Experimentação: é chegado o momento de colocar o pé no chão,
olhar para todas as ideias e ver qual realmente é possível de ser implementada.
Para esta, deve-se desenhar um plano de trabalho envolvendo todas as etapas
para execução do projeto.
 Evolução: como etapa final deste processo, os alunos
compartilham o plano do projeto com outras pessoas (colegas de curso,
professores, familiares, especialistas etc.) para avaliar sua relevância,
efetividade, exequibilidade etc. A opinião de todos é muito importante! O
resultado desta avaliação é insumo para melhoria do plano de trabalho. Esta é a
evolução!

3. Os principais momentos da resolução de situações-problemas na


abordagem Design Thinking

Em cada um destes momentos, o professor deve conduzir as atividades


estimulando o pensamento crítico, a participação e reflexão de todos. O problema tem
que ser algo do mundo real, e que faça sentido para os alunos.

Na educação profissional, quanto mais este tema estiver próximo da área que
estão se formando, mais significativo se tornará o processo de aprendizagem. As
tecnologias digitais entram como apoio em diferentes momentos do processo.

Na descoberta, podem ser utilizados, para trazer o problema à tona, a


apresentação de um vídeo ou de dados estatísticos, por exemplo.

Durante a Interpretação os alunos podem utilizar a tecnologia para pesquisa em


base de dados on-line, para comunicação com especialistas no tema e para fazer
pesquisa de mercado utilizando questionários on-line, dentre muitas outras
possibilidades que colaborem com o processo investigativo.
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Já na etapa de Ideação, o ideal é que o processo aconteça com auxílio de


cartolinas, post-its e canetas coloridas, para que os alunos rabisquem, desenhem,
escrevam palavras ou frases, façam diagramas ou fluxos, enfim, que utilizem de
diferentes recursos para apresentar suas ideias mais criativas e inovadoras.

O mesmo processo pode ser aplicado ao momento da experimentação, em que


os alunos têm que olhar para todas as ideias e selecionar aquela que é a mais
interessante e factível de ser implementada. O ideal é que eles estejam em grupos de
trabalho ao redor de uma mesa, onde possam olhar para todo o material que foi
produzido e iniciar o desenho de projetos. A partir deste momento, as tecnologias
digitais voltam a ser importantes, e podem colaborar no planejamento e na validação
do projeto que ocorrerá na próxima etapa, a qual chamamos de Evolução.

Ainda na etapa de Experimentação, os alunos devem preparar um plano de


trabalho que pode ser feito em uma planilha eletrônica, onde é possível criar tabelas
com papéis, responsabilidades, prazos e recursos ou, caso os alunos estejam mais
preparados, podem utilizar ferramentas mais sofisticadas, como ferramentas digitais
para gerenciamento de projetos. Vale a pena colocar este desafio a eles! Há muitas
ferramentas gratuitas, tais como o Asana (https://asana.com) ou Trello
(https://trello.com), que são muito interessantes e simples de se utilizar. Havendo
interesse, os alunos podem buscar tutoriais on-line que ajudam a explorar o passo a
passo para a utilização de cada uma delas.

Na última etapa deste processo, a Evolução, as tecnologias digitais podem entrar


como apoio às atividades de pesquisa de opinião ou para criar uma comunidade virtual,
onde pessoas podem deixar sua opinião sobre a proposta apresentada por cada grupo
e, com isso, ajudá-los a ter insumos para aprimorá-las.

Ou seja, como é possível ver, o trabalho com situações-problema utilizando a


Abordagem Design Thinking é muito interessante e colabora para promover
aprendizagem significativa junto aos alunos. O resultado contempla muitas das
premissas apontadas por Lino de Macedo na unidade anterior sobre a metodologia de
resolução de situação-problema, como, por exemplo, levar à aprendizagem de como:
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situações-problema junto aos alunos.

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 observar, interrogar, relacionar informações e elaborar


perguntas;
 reconhecer necessidades coletivas;
 tomar consciência do que sabe;
 buscar informações em diferentes fontes, e selecioná-las;
 organizar documentos de pesquisa;
 trabalhar de forma coletiva e colaborativa;
 deliberar e tomar decisões;
 ser criativo e inovador;
 ter uma escuta ativa, e estar aberto para receber críticas.

São muitas as competências desenvolvidas em um projeto como este. Mais do


que tudo isso, é extremamente desafiador, o que motiva os alunos a se envolverem com
a proposta. Sendo assim, que tal colocar em prática um projeto com os alunos, utilizando
a Abordagem Design Thinking? Vamos lá? Mãos à obra!

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