Sei sulla pagina 1di 8

CARACTERIZAÇÃO DO FENÔMENO DE CORROSÃO SOB

TENSÃO FRATURANTE (CSTF) EM AÇOS INOXIDÁVEIS AISI 304,


APLICADOS NAS INDÚSTRIAS DE AÇÚCAR E ÁLCOOL.

Adayr Borro Junior


Doutor em Engenharia de Materiais e Consultor Técnico da Metalfit Inoxidáveis

Resumo
O setor de açúcar e álcool como muitos outros setores das indústrias de processos, se utiliza
cada vez mais dos aços inoxidáveis. Embora todos os fenômenos de corrosão mereçam
atenção especial de técnicos do setor, o fenômeno de corrosão sob tensão fraturante
usualmente é observado e nem sempre caracterizado de forma adequada. O presente
trabalho apresenta o fenômeno citado e observado na indústria sucro-alcooleira. Ligas ao
Mo, aços ferríticos ou aços inoxidáveis duplex se apresentam como alternativa.

1. Introdução
Aços Inoxidáveis em geral, ao contrário dos demais aços, permanecem com consumo
crescente no mundo. Dentre as prováveis razões, destaca-se a diminuição dos custos de
elementos de liga presentes nos inoxidáveis, a maior produtividade das aciarias especiais e
as campanhas mundiais de incentivo a estes materiais valorizando seu apelo estético,
asséptico, de durabilidade e de nobreza.
Dentre as principais características técnicas que cada vez mais atraem e incrementam o
consumo dos inoxidáveis, destacam-se:

Estética e assepsia.
Resistência à corrosão.
Propriedades mecânicas.
Resistência a baixas e altas temperaturas.
Excelente relação custo / benefício.
2. Definição de Aço Inoxidável

Aço Inoxidável representa uma das inúmeras famílias dos aços. Aços são definidos como
ligas ferro carbono (Fe - C) . Os inoxidáveis, além de Fe e C, contêm em sua composição
química, no mínimo 11 % de Cr, o que lhe confere elevada resistência à corrosão.
O Cr presente no aço, nestas proporções, ao entrar em contato com o ar, reage
instantaneamente com o oxigênio, formando uma fina, contínua e protetora camada de
óxido de cromo em toda a superfície do aço, protegendo o mesmo contra ataques corrosivos
do meio exposto.
Tal película é denominada camada passível, apresentando uma espessura ínfima da ordem
de 50 Å ( 50 x 10-10 m ), sendo estável e invisível. Tal camada se adere ao aço, protegendo-
o de ataques externos, onde, de uma maneira geral, tal proteção é proporcional à quantidade
de cromo contido no aço e à oferta de oxigênio presente na superfície do mesmo.
A grande vantagem dos aços inoxidáveis reside no fato da camada passiva ser um
revestimento natural de caráter auto-regenerativo, isto é, quando a superfície de um
inoxidável é danificada por um risco ou arranhão, na presença de oxigênio, a mesma se
refaz em milésimos de segundo. Superfícies protegidas por processos de revestimento não
naturais como fosfatização, galvanização, pintura e cromatização, além de não
apresentarem caráter regenerativo, não possuem aderência estável como os inoxidáveis.
Além do Fe, C e Cr, outros elementos de liga podem ser adicionados aos inoxidáveis,
conferindo-lhes melhores propriedades corrosivas, mecânicas, soldabilidade e outras.
Dentre os elementos de liga utilizados, destaca-se o Ni, Mo, Ti, Nb, N e outros.

3. Classificação dos Aços Inoxidáveis

Os aços inoxidáveis são classificados de acordo com suas estruturas cristalinas, as quais
estão diretamente relacionadas à composição química do material. Assim, encontramos
quatro principais famílias:

1. Ferríticos
2. Austeníticos
3. Martensíticos
4. Austeno-ferríticos

Os nomes utilizados na classificação dos inoxidáveis estão relacionados aos pesquisadores


que apresentaram as respectivas estruturas cristalinas ao microscópio, como Ferri, Austen e
Marten.
Os aços inoxidáveis austeníticos representam a mais importante família para a indústria de
alimentos e mais especificamente, para a indústria de bebidas.

2
4. Corrosão nos Aços Inoxidáveis
Ao contrário do que se imagina, aços inoxidáveis quando mal selecionados, mal
manuseados e sem manutenção adequada, podem apresentar vida útil inferior à esperada.
De fato, sob tais condições, estes materiais podem ser corroídos, cabendo assim uma
análise correta da seleção do inoxidável para uma determinada aplicação e, posteriormente
a isso, o correto manuseio e manutenção dos mesmos. Por outro lado, quando aplicados e
manuseados corretamente, minimizam quaisquer possíveis ataques mantendo propriedades
fundamentais como assepsia.
Toda proteção contra ataque externo nos inoxidáveis está diretamente relacionada ao seu
filme passivo. Caso esta camada protetora, exposta a um meio agressivo, seja destruída por
algum motivo, o aço inoxidável pode começar a ser submetido a um processo corrosivo.
São sete os principais fenômenos de corrosão observados nos aços inoxidáveis:

Corrosão geral
Corrosão por pites
Corrosão por fresta
Corrosão sob tensão fraturante (CSTF)
Corrosão intergranular
Corrosão erosão

5. Corrosão sob Tensão Fraturante (CSTF) nos Aços Inoxidáveis

Embora todos os mecanismos de corrosão que se manifestam nos aços inoxidáveis, sejam
motivos de preocupação na indústria do açúcar e álcool, a associação de fenômenos como
corrosão por fresta, corrosão por pites e corrosão sob tensão fraturante (CSTF), parecem
merecer destaque. Dentre esses, a CSTF aparece como um dos fenômenos mais comuns.
Em tal situação, a corrosão é caracterizada pelo surgimento de trincas passantes que
apresentam uma morfologia própria, conforme mostra a figura 1.

3
Foto Negativo

Figura 1: Aspectos típicos de CSTF e seus negativos correspondentes. (A) Falhas com alta
densidade de ramificações. (B) Falha com densidade menor.

As fotos contidas na figura 1 mostram características típicas de um aço inoxidável


austenítico AISI 304, apresentando o fenômeno de corrosão sob tensão fraturante (CSTF).

As trincas ocorridas surgem devido à interação entre tensões pré-existentes em um material


e sua exposição a um meio corrosivo. Falhas por CSTF podem apresentar trincas com baixa
densidade de ramificações (figura 1-A), como por intensa quantidade de trincas nucleadas
(figura 1-B).

A corrosão sob tensão fraturante nos aços inoxidáveis tem sua origem associada a um outro
fenômeno de corrosão denominado corrosão por pites ou corrosão alveolar. Tal fenômeno
precisa ser entendido para que se discorra sobre a CSTF. O fenômeno denominado corrosão
por pites se caracteriza por uma corrosão localizada e pontual na superfície dos aços

4
inoxidáveis. São cavidades ou alvéolos que se desenvolvem quando os aços inoxidáveis são
expostos a temperaturas superiores a 60ºC e a soluções contendo elementos halogênios
(família 7 A da tabela periódica), as quais na forma de íons (cloreto, fluoreto, brometo e
iodeto), tentam localmente penetrar no filme passivo dos inoxidáveis que, por alguma razão
encontra-se debilitado. Quanto maior a concentração dos halogenetos e maior a temperatura
de exposição, maior a severidade do ataque. Os íons cloreto representam a grande maioria
dos casos observados.
A figura 2 apresenta a característica típica de um ataque classificado como corrosão por
pites, ocorrido em AISI 304. Tal fenômeno foi observado em indústria de aguardente .

Figura 2: Pites em superfície inoxidável. Seta 1 indica pite passante. Setas 2 indicam pites
ainda em evolução.

Pode-se inferir pela figura 2 que os íons cloreto atacaram a superfície inoxidável,
observando-se ainda ataques já passantes (seta 1) e regiões ainda em desenvolvimento
(setas 2).

Como já mencionado, o fenômeno de CSTF se inicia a partir de um ataque por pites. A


partir de desenvolvido, o pite tem seu crescimento associado à forma de cunha quando
penetra à superfície do aço inoxidável. Ao se associar esse fenômeno a tensões pré-
existentes no material, advindas de esforços mecânicos ou ciclos de térmicos, nucleiam-se
trincas que podem se propagar rapidamente pelo material, dando assim origem as
características típicas da CSTF. Assim, quando se associam tensões residuais, ambientes
cloretados e temperaturas acima de 60 °C, o risco de CSTF se potencializa.
A figura 3 traz uma representação esquemática de uma microestrutura apresentando CSTF.

5
Pites

Trincas

Figura 3: Esquema de uma microestrutura com corrosão sob tensão fraturante.

A figura 4 traz uma ocorrência típica de CSTF observada em superfície inoxidável, exposta
a vapor de álcool a 155ºC. Após 18 meses em operação foram detectados vazamentos na
tubulação.

Figura 4: Característica típica de CSTF em AISI 304 (foto e negativo).

Observa-se pela figura 4 (foto e negativo) que a CSTF apresenta características típicas
marcantes, principalmente as trincas ramificadas. No presente caso, a origem de tal
fenômeno está associada a cloretos presentes no vapor, potencializados pela temperatura de
trabalho (155ºC) e tensões residuais oriundas de dobramentos realizados nos tubos.

Muitas vezes, o fenômeno de CSTF se apresenta de maneira camuflada, sem que haja
indícios claros ou facilmente perceptíveis. O emprego de ensaios não-destrutivos como

6
Líquido Penetrante (LP), pode auxiliar na caracterização do fenômeno. A figura 5 mostra
resultado de um LP após detectação de vazamento em linha de amido.

(a) (b)
Figura 5(a) e (b): Resultado do ensaio de líquido penetrante após detectar-se vazamento.

Observa-se pela figura 5 que a falha, previamente detectada, se caracterizou com aspectos
típicos de corrosão sob tensão fraturante.

Uma vez que nem sempre se consegue eliminar tensões residuais ou controlar temperaturas
e halogenetos presentes num determinado processo, ligas austeníticas ligadas ao Mo, aços
inoxidáveis ferríticos ou duplex, surgem como alternativa.

7
6. Conclusões

Aços Inoxidáveis em geral, ao contrário dos demais aços, permanecem com consumo
crescente no mundo. Dentre as prováveis razões, destaca-se a diminuição dos custos de
elementos de liga presentes nos inoxidáveis, a maior produtividade das aciarias
especiais e as campanhas mundiais de incentivo a estes materiais valorizando seu apelo
estético, asséptico, de durabilidade e de nobreza.

Aços Inoxidáveis são ligas passiváveis, isto é, na presença de oxigênio, uma camada
fina e invisível de óxido de cromo se forma, dando proteção ao substrato. Quando mal
empregados, os aços inoxidáveis podem sofrer ataques corrosivos, tendo sua vida útil
muito reduzida.

O fenômeno de corrosão sob tensão fraturante (CSTF) tem sido claramente evidenciado
nas indústrias sucro-alcooleiras, principalmente na liga austenítica AISI 304, como um
problema recorrente. Seu aspecto principal consiste no surgimento de trincas com
ramificações típicas.

A associação de ambientes cloretados, temperaturas acima de 60ºC e tensões residuais


no material são elementos básicos que favorecem o surgimento do fenômeno.

Uma vez que nem sempre se consegue eliminar tensões residuais ou controlar
temperaturas e halogenetos presentes num determinado processo, ligas austeníticas
contendo Mo, aços inoxidáveis ferríticos ou duplex, surgem como alternativa ao
combate ao fenômeno de CSTF.

7. Referências Bibliográficas

Corrosion Handbook for Stainless Steel Avesta Sheffield 1994

Seleção de Aços Inoxidáveis quanto a Corrosão por Via Úmida, Catálogo Sandvik

Handbook of Stainless Steel 5ª Edição , 1979

Potrebbero piacerti anche