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Processo Químico
Elanice Lima
Orientador: Christopher Sá
Coorientador: Luís Braga
Júri:
Presidente:
Gilberto Pinto
Arguente:
Fernando Martins
Resumo
O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo das perdas de energia
térmica em válvulas e acessórios não isolados numa linha de vapor de uma indústria
de processo químico (RAR-Refinaria de Açúcar Reunidas S.A.).
A energia perdida numa linha de vapor é muito significativa e, por tal, houve
a necessidade de estudar o isolamento de tubagens e acessórios (como válvulas)
de forma a minimizar as perdas e reduzir o consumo de combustível. Para deter-
minar essas perdas, estudaram-se dois métodos diferentes, cujos resultados foram
comparados com valores obtidos pela norma standard BS 5422: 1990.
As perdas de calor para tubagens sem isolamento ou com várias espessuras de
isolamento foram determinadas em alguns ensaios prévios. Os resultados obtidos
usando o software 3EPlus ou determinados por correlações empíricas apresentam,
em média, uma diferença de 6,6% e 2,6%, respetivamente, quando comparados
com os valores da norma . Admitindo o critério de um limite máximo de 7% para
esta diferença, pode-se concluir que o uso do software 3EPlus permite obter uma
aproximação válida para o cálculo das perdas de calor.
Os valores, em média, das perdas de calor determinados em válvulas e acessórios
não isolados foram de 772956 kWh/ano, o que corresponde a um consumo de 78.459
kg/ano de fuel considerando uma eficiência da caldeira de 88%.
Após a verificação que o investimento no isolamento seria economicamente in-
teressante, procedeu-se à sua aplicação. Este possibilitou um ganho energético de
671916 kWh/ano, que corresponde a 68.400 kg/ano de fuel, representando um pro-
veito financeiro anual aproximado de 20.000€ após o primeiro ano de investimento.
Abstract
The main goal of this work was the evaluation of the energy losses in non-
isolated valves and accessories in a steam line of a chemical process (RAR-Refinaria
de Açúcar Reunidas S.A.).
The energy lost in the steam lines is considerably high, therefore the isolation
of the pumps and accessories is of the extreme importance in order to increase the
efficiency of the overall system. To evaluate these losses, two different methods
were studied and the results of both were compared with standard values (BS 5422:
1990 ).
The heat losses without isolation or with different isolation thickness values were
determined in previous simulations. The results obtained in the software 3EPlus
presented an average difference of 6.6% and 2.6% to the standard values (BS 5422:
1990 ), without or with isolation, respectively. Considering a maximum difference of
7%, it is possible to conclude that the 3EPLus produce acceptable results.
The total heat energy loss in the non-isolated valves and accessories was 772956
kWh/year, which correspond to the consumption of 78459 kg/year of fuel, consi-
dering a boiler efficiency of 88%, but after the application of isolation the savings
were 671916 kWh/year, which correspond to 68400 kg/year of fuel, evaluated ap-
proximately in 20.000€/year.
Agradecimentos
O completar desta etapa não seria possível sem o apoio de várias pessoas, a qual
gostaria de registar o meu apreço.
Primeiramente gostaria de agradecer à minha família, simplesmente por fazerem
parte da minha vida, em especial à minha mãe por ter sido incansável e de alguma
forma ter estado sempre presente durante todo este trajeto. Da mesma forma
gostaria de agradecer ao meu pai por ele ser o meu ídolo, eu não seria a mesma se
não fosse pela educação que recebi e que recebo até hoje do meu pai.
A todos os meus educadores e formadores durante todo o meu percurso acadé-
mico porque sem eles não seria possível chegar até aqui.
A todos os docentes do ISEP que fizeram parte do meu percurso académico e em
especial àqueles que contribuíram para o desenvolvimento da minha tese. Estendo o
meu profundo agradecimento ao Engenheiro Luís Miguel Braga pela oportunidade,
confiança, paciência, generosidade, disponibilidade e pelo apoio prestado durante a
realização deste trabalho.
A todos os funcionários da RAR- refinarias de açúcar reunidas S. A., e aos meus
colegas de estágio que de alguma forma contribuíram para o desempenho do meu
trabalho.
Ao meu irmão Erick Lima pelo apoio e pela companhia durante todos estes
anos. Da mesma forma agradeço aos meus irmãos Valdivia Lima e Rodrigo Lima
por fazerem parte da minha vida e pelas alegrias que me deram mesmo à distância
durante este percurso.
Aos meus amigos Bárbara Barros, Cristiana Pereira, Cláudia Maia, Filipe Pinho,
Marco Costa, Daniela Martins e a todos os meus colegas do ISEP que de alguma
forma contribuíram para o meu sucesso.
À avó Maria Eduarda Barros pelos bons momentos que passei em sua casa e
pelas palavras de conforto e sabedoria sempre no momento certo.
Por último, mas não menos importante, ao meu namorado Patrício Ferreira pela
pessoa que é, por ter uma participação especial na minha vida e por estar sempre
presente em todos os aspetos.
x
xi
Conteúdo
1 Introdução 1
1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Organização do relatório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 Apresentação da Empresa RAR-Açúcar S.A. . . . . . . . . . . . . . 4
2 Estado da arte 7
2.1 Correlações empíricas para determinação da taxa e dos coeficientes
de transferência de calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1.1 Determinação da perda de calor pelo isolamento . . . . . . 12
Convecção natural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Convecção forçada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Radiação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2 Raio crítico do isolamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.3 Determinação da espessura económica do isolamento . . . . . . . 18
2.4 Isolamento térmico de válvulas e acessórios . . . . . . . . . . . . . 20
3 Materiais e métodos 23
3.1 Validação do método . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2 Aplicação da termografia na determinação da temperatura . . . . . 27
3.3 Medição da velocidade do vento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.4 Normalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4 Resultados e discussão 33
4.1 Levantamento de dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.2 Perdas de calor reais e teóricas, com isolamento . . . . . . . . . . . 34
4.3 Determinação da espessura económica . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.4 Contacto com as empresas e tomada de decisão . . . . . . . . . . 39
4.5 Aplicação do isolamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.6 Determinação das perdas de calor após o isolamento . . . . . . . . 40
xii
5 Conclusões 45
Bibliografia 47
A Validação do método 49
A.1 Determinação de perdas de calor em tubos usando a norma BS
5422:1990 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
A.1.1 Determinação das perdas de calor à superfície de um tubo a
100°C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
A.1.2 Determinação das perdas de calor à superfície de um tubo a
150°C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
A.2 Determinação das perdas de calor utilizando o software 3 E PLUS . 51
A.3 Determinação das perdas de calor utilizando correlações empíricas . 53
A.3.1 Exemplo de cálculo para a determinação da quantidade de
calor perdido num tubo não isolado . . . . . . . . . . . . . 53
A.3.2 Determinação de perdas de calor por convecção natural atra-
vés de correlações empíricas . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
A.4 Determinação de perdas de calor por convecção forçada através de
correlações empíricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
B Resultados 61
B.1 Determinação das perdas de calor utilizando o fator de conversão . 61
B.2 Determinação do calor perdido em acessórios cujo fator de conversão
não é aplicável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
B.3 Determinação dos custos associados as perdas de calor . . . . . . . 66
B.4 Resultados referentes as perdas de calor e aos custos associados . . 68
B.5 Resultados referentes as perdas de calor e aos custos associados
após isolamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
C Constantes 75
xiii
Lista de Figuras
4.1 Flanges não isoladas (a), imagem térmica das flanges não isoladas
(b), válvulas não isoladas (c) e (e), imagens térmicas das válvulas
não isoladas (d) e (f). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.2 Consumo energético anual para cada tipo de válvula . . . . . . . . 35
4.3 Comportamento dos custos de energia consumida e do isolamento,
variando a espessura do isolamento para um DN50, às temperaturas
de 100°C (a), 150°C (b), 200°C (c) e 350°C (d). . . . . . . . . . . 36
xiv
Lista de Tabelas
A.6 Resultados obtidos para perda total de calor em tubo não isolado a
diferentes temperaturas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
A.7 Resultados para determinação das perdas de calor por correlações
empíricas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Lista de Símbolos
A Área m2
Cp Calor específico J/(kg · K)
D Diâmetro m
g Aceleração de gravidade m/s2
Gr Número de Grashof
h Coeficiente de convecção W/(m2 K)
L Comprimento m
Nu Número de Nusselt
Pr Número de Prandtl m2
q Potência térmica W
Q Fluxo de calor W/m2
r Raio m
R Resistência térmica W/m
Re Número de Reynolds
T Temperatura 0
C
T00 Temperatura do ambiente envolvente m2
U Coeficiente global de transferência de calor W/(m2 K)
v Velocidade m/s
DN Diâmetro nominal mm
Letras gregas
κ Condutividade W/(m K)
β Coeficiente de expansão 1/K
Emissividade de expansão
σ Constante de Stefan-Boltzann Wm−2 K−1
ρ Massa específica kg/m3
µ Viscosidade absoluta Pa.s
xviii
ν Viscosidade cinemática m2 /s
αv Coeficiente de expanção 1/K
1
CAPÍTULO
1
Introdução
• Não tóxico;
1.1 Objetivos
A presente dissertação teve como principal objetivo estudar e realizar o isola-
mento térmico de válvulas e acessórios na rede de vapor numa empresa de processo
químico (RAR). A finalidade desse isolamento é diminuir a transferência de ener-
gia entre o interior e o exterior da rede. Para dar resposta ao objetivo pretendido,
cumpriram-se as seguintes etapas:
1.2. Organização do relatório 3
Este tema surgiu pela necessidade da empresa melhorar a sua eficiência energé-
tica, ao isolar as válvulas na rede de vapor ou substituir isolamento deteriorado.
CAPÍTULO
2
Estado da arte
3
2
D2
D2
D1
Figura 2.1 Tubo cilíndrico isolado exposto à convecção a partir da superfície externa [3].
R4
R1 R2 R3
T1 T2 T3 T4 qr T00
qα
Rr ad
Figura 2.2 Circuito equivalente de transferência de calor para um tubo isolado em que: T1 -
temperatura do fluido interno; R1 - Resistência à convecção do fluido interno para o tubo; T2 -
Temperatura da superfície interna do tubo; R2 - resistência de condução na parede do tubo; T3 -
Temperatura na superfície externa do tubo e interna do isolamento; R3 - resistência de condução
no isolamento; T4 - Temperatura da superfície externa do isolamento; Rr ad - Resistência à radiação
do tubo perante a atmosfera; R4 - resistência de convecção entre a parede exterior do isolamento
e o ar; T00 - Temperatura ambiente; qr - Fluxo de calor de radiação para a atmosfera; qα - Fluxo
de calor de convecção para a atmosfera.
∆T
q= (2.2)
Req
Nesta equação, ∆T , é a diferença entre a temperatura mais alta Tquente e a
temperatura mais baixa Tf r ia , é o potencial de impulso que provoca o fluxo de calor
e Req é o somatório das resistências de convecção e condução.
A resistência de calor por condução é dada pela seguinte equação:
1
Rcond = (2.3)
κA
dT dT
q = κA = κ2πr L (2.4)
dr dr
10 Capítulo 2. Estado da arte
2πLκ2−3 (T2 − T3 )
q2−3 = (2.6)
r3
ln
r2
2πLκ3−4 (T3 − T4 )
q3−4 = (2.7)
r4
ln
r3
A transferência de calor do vapor para a parede interna do tubo e da parede
externa do isolamento para o ar dá-se por convecção.
A resistência de calor por convecção é dada pela seguinte equação:
1
Rconv = (2.8)
hA
Sendo que, h, corresponde ao coeficiente de transferência de calor por convecção
e, A, corresponde à área de transferência de calor. A taxa de transferência de calor
por convecção entre uma superfície e um fluido pode ser determinada a partir da
seguinte relação:
q = hA∆T (2.9)
onde
q1−2 = h1−2 A(T1 − T2 ) (2.10)
qtotal q1−2 q2−3 r3 q3−4 r4 q4−5
= + log + log + (2.14)
Atotal U h1−2 A2 2πLk2−3 r2 2πLk3−4 r3 h4−5 A4
A4 = 2πr4 L (2.16)
q = A4 U4 (T1 − T5 ) (2.18)
2πL(T − T5 )
q= 1 (2.19)
1 1 r3 1 r4 1
+ ln + ln +
h1−2 r2 k2−3 r2 k3−4 r3 h4−5 r4
q = A3 U3 (T1 − T5 ) (2.21)
12 Capítulo 2. Estado da arte
2πL(T1 − T5 )
q= (2.22)
1 1 r3 1
+ ln +
h1−2 r2 k2−3 r2 h3−5 r3
Os dois primeiros membros na segunda parcela da equação global de transferência
de calor (Equação 2.17) são muito menores do que os outros dois. A influência que
estes têm sobre o resultado do cálculo final do coeficiente global de transferência
de calor é muito pequena, logo pode-se fazer a seguinte simplificação:
1 r4 r4 1
= ln + (2.23)
U κ3−4 r3 h4−5
logo,
2πLr4 (T1 − T5 )
q= (2.24)
r4 r4 1
ln +
κ3−4 r3 h4−5
Convecção natural
Em que:
2.1. Correlações empíricas para determinação da taxa e dos coeficientes de
13
transferência de calor
Nu = C 0 P r (P r Gr )n (2.26)
D3
Gr = gβ(T − T00 ) (2.32)
ν2
Convecção forçada
hconv D0
Nu = = CRe m P r 1/3 (2.33)
κ
Em que:
• Os valores das constantes C e m são obtidos por leitura da Tabela 2.1 e válidos
para P r > 0, 6.
2.1. Correlações empíricas para determinação da taxa e dos coeficientes de
15
transferência de calor
Re m C
1-4 0,330 0,989
4-40 0,385 0,911
40 − 4 × 103 0,466 0,683
4 × 103 − 4 × 104 0,618 0,193
4 × 104 − 2, 5 × 105 0,805 0,0266
Radiação
A radiação térmica ou também designada por irradiação pode ser emitida como
o fluxo de radiação eletromagnética emitido por um meio (corpo sólido, líquido,
mistura de gases). A temperatura e a radiação térmica emitida refletem o grau
de energia interna do meio. As ondas eletromagnéticas propagam-se no vazio,
portanto, não tem de existir contacto entre as superfícies/corpos para que haja
troca de calor. Qualquer corpo que se conheça emite radiação térmica. A radiação
emitida é função da temperatura do corpo, ou seja, a temperatura e a radiação
térmica emitida refletem o grau de energia interna do meio, sendo que, quanto
mais quente estiver o corpo maior é a radiação emitida. O fluxo térmico emitido é
determinado por:
E = σT 4 (2.34)
Qr ad = σA(T 4 − T00
4
) (2.35)
Onde:
Qr ad - potência térmica transferida entre a superfície e o ar, devido à radiação;
A - área superficial;
T - temperatura à superfície do tubo
T00 - temperatura do ar;
16 Capítulo 2. Estado da arte
isolamento
r2
r1
Figura 2.3 Tubo cilíndrico isolado exposto à convecção a partir da superfície externa e a rede de
resistência térmica associada a ele [12].
T − T00
Q= (2.36)
Riso + Rconv
T − T00
Q= (2.37)
ln(r2 /r1 ) 1
+
2πLκiso 2πr2 Lhe
2.2. Raio crítico do isolamento 17
r2
r1
Qmax
Q0
r2
r1 rcr = K/h
Figura 2.4 Variação da taxa de transferência de calor com o raio externo do isolamento r2 quando
r1 < rcr [12].
dQ
= 0 ⇔ Q = Qmax (2.38)
dr2
Derivando a Equação 2.37 obtém-se,
1/r22
dQ T1 − T00 1/r2
= − 2 − =0 (2.39)
dr2 ln(r2 /r1 ) 1 2πLκiso 2πLhe
+
2πLκiso 2πr2 Lhe
Simplificando 2.39,
1/r2 1/r22
− =0 (2.40)
2πLκiso 2πLhe
resolvendo em ordem a r2 , obtém-se o raio crítico do isolamento ((rcr )), para
um cilindro:
κiso
rcr = (2.41)
he
18 Capítulo 2. Estado da arte
• Custo do isolamento.
o tempo de vida útil do isolamento. Estas duas funções variam de forma inversa, de
tal forma que o custo total obtido pela soma do custo do isolamento e o custo da
perda de calor apresenta um mínimo. A espessura económica é a correspondente a
este custo mínimo como se pode verificar na Figura 2.5.
Espessura
(a) (b)
Figura 2.6 Válvulas e acessórios não isolados (a), Válvulas e acessórios com “casacos de isolamento”
(b).
CAPÍTULO
3
Materiais e métodos
Figura 3.1 Perda de calor para um tubo com a temperatura superficial de 75°C, variando a espessura
de isolamento . Este gráfico foi adaptado da norma BS 5422:1990 [5].
• Display retro-iluminado;
3.4 Normalização
Nas linhas de vapor são encontrados acessórios com vários formatos, nomeada-
mente os vários tipos de válvulas, flanges, etc., e para determinar as suas perdas
de calor utilizam-se fatores de conversão, por exemplo a conversão da área de uma
válvula noutra equivalente ao tamanho de um tubo, com um determinado diâmetro
nominal.
Os fatores de conversão são apresentados na Tabela 3.5 e baseam-se uma válvula
de gaveta típica com cobertura de isolamento para incluir o corpo, a flange e a tampa
da válvula.
3.4. Normalização 29
Tipo Fator
gaveta 1,0
Esférica 0,7
Globo 0,95
Borboleta 0,6
1
L1
D3
2 3
L2 L3
D2
D1
Figura 3.4 Imagem representativa de um dos acessórios encontrados na linha de vapor (atempe-
radora) cujo fator de conversão não é aplicável.
D1
D2
r22 − r12
L= (3.3)
2r1
CAPÍTULO
4
Resultados e discussão
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 4.1 Flanges não isoladas (a), imagem térmica das flanges não isoladas (b), válvulas não
isoladas (c) e (e), imagens térmicas das válvulas não isoladas (d) e (f).
·105
0.5
A Figura 4.2 mostra os valores das perdas de calor nos acessórios não isolados,
assim como valores se houvesse isolamento. Como seria de esperar, é facilmente
observável que o consumo energético é muito maior nos acessórios sem isolamento.
Tendo em conta o tempo de laboração e o custo do combustível foi possível
determinar os custos (e) associados às perdas de calor reais. A demonstração do
cálculo para a determinação dos custos (e) encontra-se apresentado no Anexo B.3.
Os valores referentes às perdas de calor e o seu respetivo custo para cada aces-
sório, em cada cota, encontram-se tabelados no Anexo B.4.
10
8
7
8
Custo(e/m)
Custo(e/m)
5 Isolamento 6
Energia
4
Total
4
3
2
2
1
0 0
40 50 60 80 100 120 40 50 60 80 100 120
(a) (b)
12
25
10
20
Custo(e/m)
Custo(e/m)
8
15
6
10
4
2 5
0 0
40 50 60 80 100 120 40 50 60 80 100 120 150
Espessura (mm) Espessura (mm)
(c) (d)
Figura 4.3 Comportamento dos custos de energia consumida e do isolamento, variando a espessura
do isolamento para um DN50, às temperaturas de 100°C (a), 150°C (b), 200°C (c) e 350°C (d).
Analisando a Figura 4.3 verifica-se que o custo total é mínimo para uma espessura
de isolamento igual a 50 mm e para as temperaturas de 100 e 150°C. Já para
a temperatura 200 °C, o custo total mantém-se praticamente constante entre as
espessuras de 50 e 100 mm.
Pela Figura 4.4 é possível verificar os custos relacionados com a espessura de
isolamento para um DN100 a diferentes temperaturas.
4.3. Determinação da espessura económica 37
15
15
12
Custo(e/m)
Custo(e/m)
12
9 Isolamento
Energia 9
6 Total
6
3 3
0 0
40 50 60 80 100 120 40 50 60 80 100 120
(a) (b)
20
40
16
32
Custo(e/m)
Custo(e/m)
12
24
8 16
4 8
0 0
40 50 60 80 100 120 40 50 60 80 100 120 150
Espessura (mm) Espessura (mm)
(c) (d)
Figura 4.4 Comportamento dos custos de energia consumida e do isolamento, variando a espessura
do isolamento para um DN100, à temperatura de 100°C (a), 150°C (b), 200°C (c) e 350 °C (d).
24
20
20
16
Custo(e/m)
Custo(e/m)
16
Isolamento
12
Energia 12
Total
8
8
4 4
0 0
40 50 60 80 100 120 40 50 60 80 100 120
(a) (b)
60
25
48
Custo(e/m)
Custo(e/m)
20
36
15
24
10
5 12
0 0
40 50 60 80 100 120 40 50 60 80 100 120 150
Espessura (mm) Espessura (mm)
(c) (d)
Figura 4.5 Comportamento dos custos de energia consumida e do isolamento, variando a espessura
do isolamento para um DN100, à temperatura de 100°C (a), 150°C (b), 200°C (c) e à temperatura
de 350 °C (d).
Da Figura 4.5 constata-se que o custo total para o DN150 segue o mesmo
comportamento que os referidos anteriormente.
Observando as Figuras 4.3, 4.4 e 4.5, é possível verificar que, para a tempe-
ratura de 350°, o custo total é mínimo quando a espessura de isolamento é de
aproximadamente 125 mm.
O custo total mínimo, aumenta com o aumento da temperatura, o que seria de
esperar, uma vez que a perda de calor é proporcional à temperatura de superfície. A
condutividade térmica do material de isolamento aumenta com a temperatura, pelo
que se deve aumentar a espessura de isolamento. Os valores de condutividade do
material isolante encontram-se no Anexo C.
Os resultados obtidos para o DN50 e DN100 apresentam em média uma dife-
rença de 8% e 10%, respetivamente, quando comparadas com os valores da norma
BS5422:1990 (tabela 2.2). Esta diferença pode ser justificada pelo facto das con-
dições experimentais apresentarem ligeiras diferenças. Baseando-se nos resultados
obtidos, é de referir que a espessura económica para temperaturas médias (abaixo
dos 200°C) é de 50 mm, e para altas temperaturas é de 125 mm.
4.4. Contacto com as empresas e tomada de decisão 39
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 4.6 Flanges isoladas (a), imagem térmica das flanges isoladas (b), válvulas isoladas (c) e
(e), imagens térmicas das válvulas isoladas (d) e (f).
·105
0.5
Figura 4.7 Consumo energético anual para cada tipo de válvula, antes e depois do isolamento.
Analisando o consumo energético anual para cada tipo de válvula, antes e após
a aplicação de isolamento, é possível verificar reduções de cerca de 87% do total de
consumo de energia.
Perda (W/m)
Cota Sem Com Poupança Investimento Payback
Isolamento Isolamento (e) (e)
0 1509,5 293,8 1215,7 964,8 0,8
4 883,4 157,1 726,3 768,3 1,1
7 1939,6 497,8 1441,8 1076,7 0,7
11 6155,6 1292,8 4862,8 3046,4 0,6
14 3312,2 116,8 3195,4 793,7 0,2
caldeira 12875,6 3499,2 9376,4 3499,2 0,4
Total 26675,9 5857,5 20818,4 10149,0 0,5
·105
Sem Isolamento
0.5
Figura 4.8 Consumo energético anual para cada tipo de válvula, antes e depois do isolamento
4.8. Validação do Projeto 43
Com base na Figura 4.8, pode-se constatar que os resultados das perdas teorica-
mente previstas eram mais interessantes (redução, em média, de cerca de 95% com
PBP de meio ano) do que os que realmente foram conseguidos (redução, em média,
de 87%) mas, mesmo assim, o payback continua a ser de, aproximadamente, meio
ano. Com estes resultados comprovou-se uma melhoria evidente no rendimento
energético da rede de vapor.
45
CAPÍTULO
5
Conclusões
Bibliografia
[1] Bhatia, A, 2000. Insulation Audit and the Economic Thickness of Insulation.
Continuing Education and Development, Inc. (CED).
[2] Lin, Y, Jia, Y, Alva, G, Fang, G, 2018. Review on thermal conductivity
enhancement, thermal properties and applications of phase change materials in
thermal energy storage. Vol. 82, Part 3.
[3] Araújo, C, 1978. Transmissão de calor. Livros Técnicos Científicos Editora
Lda. Brasil.
[4] Morvay, ZK, Gvozdenac, DD, 2009. Applied industrial energy and
environmental management. John Wiley & Sons, Inc.
[5] BS 5422:2009 - Method for specifying thermal insulating materials for pipes,
tanks, vessels, ductwork and equipment operating within the temperature range -
40°C to +700°C.
[6] Santos, RD, Souza, L, Santana, J, 2011. Estudo de um isolamento térmico
para tubos fabricado em material compósito. CIBEM, Portugal.
[7] kreith, F, Bohn, M, 2003. Princípios de Transferência de Calor. Editora
Thomson. ISBN:8522102848.
[8] Bejan, A, 1993. Heat transfer. John Wiley & Sons, Inc.
[9] Coulson, JM, Richardson, JF, 1988. Tecnologia química. Fundação Calouste
Gulbenkian. ISBN:0000000001234.
[10] Geankoplis, CJ, 1993. Transport Processes and Unit Operations. 3ª Edição.
PTR Prentice Hall. ISBN: 0139304398.
[12] Çengel, YA, 2002. Heat transfer: a practical approach. 2ª Edição. WBC
McGraw-Hill . ISBN: 0072458933
[13] Energy Efficiency Office, 1984. Economic Thickness of Insulation for Existing
Industrial Buildings. ASIN: B00804D6H2.
[14] BS 5422:1990 - Method for specifying thermal insulating materials on pipes,
ductwork and equipment (in the temperature range - 40°C to +700°C).
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Sustentáveis. Instituto Superior de Engenharia do Porto.
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with Projections to 2035.
[17] Insulation Institute. https://insulationinstitute.org/tools-resources/free-3e-plus/
(acedido em Fevereiro de 2018).
[18] Louvain, LC, Cabral, L, Gomes, K, 2010. Aplicação da Termografia na
Manutenção preditiva.
[19] Fluke. Fluke test and measurement tools. http://www.fluke.com (acedido em
Maio de 2018).
[20] Abreu, C, 2010. O ambiente interior e a saúde dos ocupantes de edifícios de
habitação. Tese de mestrado em Engenharia Civil. Universidade da Beira Interior.
[21] Testo. Anemómetro. https://www.testo.com/pt-
PT/parametros/velocidade/c/parameters_velocity (acedido em Maio de 2018).
[22] Tempco Electric Heater Corporation, 2017. Instructions for Switched TPC
Series Control Consoles. Visionary Solutions for Industry.
[23] Engineering ToolBox, (2005). Dry Air Properties. [online] Available at:
https://www.engineeringtoolbox.com/dry-air-properties-d_973.html (acedido em
Março de 2018)
49
APÊNDICE
A
Validação do método
Figura A.1 Perda de calor para um tubo com a temperatura superficial de 100°C, variando a
espessura de isolamento. Este gráfico foi adaptado da norma BS5422-2009 [5].
Figura A.2 Perda de calor para um tubo com a temperatura superficial de 150°C, variando a
espessura de isolamento. Este gráfico foi adaptado da norma BS5422-2009 [5].
Na tabela A.5 são apresentados os valores obtidos para perdas de calor num
tubo com temperatura superficial de 150°C, diâmetro nominal 50 mm, para várias
espessuras de isolamento.
A.3. Determinação das perdas de calor utilizando correlações empíricas 53
D3
Gr = gβ(T − T∞ ) (A.2)
ν2
Substituindo os valores na equação A.2 obtém-se:
1 0, 053
Gr = 9, 8 × × (100 − 20) × = 8, 2 × 105
333 (18, 93 × 10−6 )2
Como Gr P r está compreendido no seguinte intervalo,
onde:
A = πDL (A.6)
q
= π0, 058, 3(100 − 20) = 104, 3W/m
L
A.3. Determinação das perdas de calor utilizando correlações empíricas 55
OBS - É de realçar que estas correlações não levam em conta o calor perdido
por radiação.
O cálculo da perda de calor por radiação é dado pela seguinte expressão:
qr ad = σε(T 4 − T∞
4
)A (A.7)
em que:
qr ad = calor perdido (W);
ε = emissividade da superfície;
σ = constante de Stefan Boltzmann = 5, 675x10−8 (W/m2K4);
T = temperatura à superfície do tubo (K);
T∞ = temperatura do ar (K).
Assim, para determinar o calor perdido por radiação substitui-se as parcelas da
equação A.7 pelos respetivos valores.
O diâmetro externo equivalente a 2in =0,0603 m.
A emissividade (ε) do material é de 0,9 logo:
qr ad
= 5, 675 × 10−8 × 0, 9((100 + 273)4 − (20 + 273)4 )π × 0, 0603
L
qr ad
= 116, 5W/m
L
Considerando o calor perdido por radiação e convecção, a perda de calor para
um determinado comprimento do tubo é dado por:
κ3−4 (T3 − T4 )
= h4−5 r4 (T4 − T5 ) (A.9)
ln rr34
0, 043(100 − T4 )
= 5 × 55, 1 × 10−3 (T4 − 20)
55, 15 × 10−3
ln
30, 15 × 10−3
Resolvendo para T4 obtemos,
T4 = 36°C
36 + 20
Tmédia = = 28°C
2
(110, 3 × 10−3 )3
Gr = 9, 8 × 3, 3 × 10−3 (36 − 20) = 4, 08 × 106
(16, 04 × 10−6 )3
Gr P r = 0, 71 × 4, 08 × 106 = 3 × 106
Como 103 < Gr P r < 109 , então pode-se aplicar a seguinte correlação empírica:
1/4
∆T
h = 1, 32 (A.10)
D
Substituindo os valores na equação A.10 e resolvendo em ordem a h,
1/4
36 − 20
h = 1, 32 = 4, 6W/(m2 K)
110, 3 × 10−3
O valor do h arbitrado é aproximadamente igual ao calculado, portanto, o calor
transferido é calculado considerando que h= 5W/(m2 K).
A taxa de transferência de calor é dada por:
q = UA∆T (A.11)
1
U= (A.12)
Req
sendo Req as resistências de condução de 3 para 4 e convecção de 4 para 5,
então,
1
U= (A.13)
r3−4 D4 1
κ3−4 ln D3 + h4−5
1
U= −
−3
= 1, 02W/m2 K
55, 15 × 10 3 110, 3 × 10 1
ln −3
+
0, 043 60, 3 × 10 5
Calculado o coeficiente global de transferência de calor é possível determinar o
calor perdido por convecção a partir da equação A.11
q
= 1, 02π(110, 3 × 10−3 )(100 − 20) = 27, 7W/m
L
Foram determinadas as perdas de calor para várias espessuras de isolamento
usando o mesmo método numérico, cujos resultados encontram-se apresentados na
Tabela A.7.
Tabela A.7: Resultados para determinação das perdas de calor por
correlações empíricas.
hD0
Nu = = CRe m P r 1/3 (A.14)
κ
A.4. Determinação de perdas de calor por convecção forçada através de
59
correlações empíricas
em que.
D0 V ρ
Re = (A.15)
µ
Para determinar este exemplo de cálculo, considerou-se os seguintes dados:
T = 194 °C
T∞ = 20°C
D0 = 0,08 m
Tmed = 107 °C
µ = 22, 23 × 10−6 Pa s
P r = 0,7
V = 1m/s
Substituindo os valores numéricos na equação A.15, tem-se
0, 08 × 1 × 0, 921
Re = = 3314, 4
22, 23 × 10−6
Como 40 < Re < 4 × 103 , então os valores das constantes ( tabela 2.1) são:
m = 0,466
C = 0,683
Substituindo os valores numéricos na equação A.14 fica,
h × 0, 08
= 0, 683 × 3314, 40,466 × 0, 71/3
0, 032
Resolvendo em ordem a h,
q
= π × 0, 08 × 10, 6 × (194 − 20) = 463, 5W/m
L
A perda de calor por radiação é dada por:
qr ad
= σπD(T 4 − T∞ ) (A.18)
L
qr ad
= 5, 675 × 10−8 × 0, 8 × ((194 + 273)4 − (20 + 273)4 )π × 0, 08
L
60 Apêndice A. Validação do método
q
= 456, 186W/m
L
O calor total transferido é dado por:
q
= 456, 19 + 463, 5 = 919, 7W/m
L total
61
APÊNDICE
B
Resultados
q = 2, 99 × 1, 92 × 0, 95 = 546, 10W
1 2
L1 L2
D2
D1
Dados:
D1 = 0,2m
D2 = 0,3m
L1 = 0,025m
L2 = 0,02m
A1 = Área superficial do flange
T = 125°C
A área de transferência de calor do flange é composta pela área da face mais a
área lateral. Para determinar a área A1 , (Figura B.1) faz-se,
" 2 2 #
D2 D1
A1 = π − + πD2 (L1 + L2 ) (B.1)
2 2
B.2. Determinação do calor perdido em acessórios cujo fator de conversão não é
63
aplicável
A1 = 0, 0817m
r22 − r12
L= (B.4)
2r1
( 0,3 2
2 ) −( 2 )
0,2 2
L=
2( 0,2
2 )
L = 0, 0625m
Af ace = 0, 04m2
D1
D2
D3
Gr = gβ(T − T∞ ) 2 (B.6)
ν
Substituindo os valores numéricos na equação anterior, obtém-se
1 0, 23
Gr = 9, 8 (125 − 20)
345, 5 (20 × 10−6 )2
Gr = 6 × 107
B.2. Determinação do calor perdido em acessórios cujo fator de conversão não é
65
aplicável
como, 103 < Gr P r = 6 × 107 × 0, 71 = 4.4 × 107 < 109 , então pode-se aplicar
a seguinte expressão simplificada:
1/4
∆T
h = 1, 32 (B.7)
D
Substituindo os valores numéricos na equação anterior, obtém-se
1/4
125 − 20
h = 1, 32
0, 2
h = 6.3W/(m2 K)
qr ad = σε(T 4 − T∞
4
)A (B.9)
D = 0,2 m
T = 125°C
O resultado obtido foi: q = 45, 45W
Depois de determinada a perda de calor na face e na lateral do flange, é possível
determinal o calor perdido pelo flange. Assim, o calor total perdido pelo flange é
dado por:
q = 2 × 58 + 45, 45 = 161, 5W
2758, 9
= 247, 06kg
11, 16
Como a eficiência da caldeira é de 88% então,
247, 06
fuel gasto = = 280, 76kg
0, 88
O fuel gasto anualmente nesta válvula é de 280,76 kg, logo, o custo é dado por:
APÊNDICE
C
Constantes
Condutividade Térmica
Material Densidade (W/mK)
(kg/m3 ) 50°C 100°C 300°C
Silicato de Cálcio 210 0,055 0,058 0,083
Borracha Nitrílica 65-90 0,039 0,065
16 0,047 0,044
Lã Vidro
48 0,35 0,043
Lã Rocha 100 0,037 0,058 0,088
Magnésia 190 0,055 0,026 0,082
Poliisocianurato 50 0,023
76 Apêndice C. Constantes