Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Renunciado
APÓS UMA EXPERIÊNCIA DE VINTE E OITO
ANOS COMO UM PROEMINENTE MINISTRO E
ESCRITOR DAQUELA FÉ.
REV. D. M. CANRIGHT
INTRODUÇÃO DE
REV. THEO. NELSON, LL.D.,
Ex-Presidente do Kalamazoo College.
Testemunhos.
O trabalho de um especialista é altamente valorizado quando sua tendência pessoal está sob investigação.
Esta obra é o produto de muitos anos de estudo cuidadoso realizado por um especialista na história,
métodos e doutrinas dos Adventistas do Sétimo Dia. Por vinte e oito anos eu estive intimamente associado
com aquele povo; como membro, ministro, escritor, autor e auxiliador que muito ajudou a edificar aquela
obra.
Juntei-me a eles a apenas quatorze anos depois do seu início; por isso tornei-me bastante íntimo com
todos os seus fundadores, suas primeiras teorias, e tenho todos os seus livros publicados durante os primeiros
quarenta anos. Sou perfeitamente familiarizado com cada argumento que utilizam, bem como a resposta para
eles. Conheço sua história interna e os pontos fracos como ninguém mais poderia saber. Este é um livro-texto
completo sobre o assunto. Aqui está o que dizem juízes competentes, após o terem-no lido e utilizado.
“Para alguns assuntos, é o livro que se sobrepõe sobre todos os demais que tratam do mesmo tema. Uma
pessoa que necessite se aprofundar neste assunto, não necessita de outro. O Adventismo do Sétimo Dia
Renunciado, de Canright, é exatamente tal livro. Do princípio ao fim é uma exposição completa e perfeita do
engano. Os Adventistas não tentaram replicar contra ele pela simples razão de que não conseguem; e assim,
estão tentando lançar dúvidas sobre o caráter e situação do autor, mas esta também é uma tarefa sem futuro.
Se você está preocupado com o Adventismo, pegue este livro; leia-o, estude-o, empreste-o, confronte os
Adventistas com ele, e não terá mais problemas com eles.” – Southland Evangelist, Hartworth, Texas.
“Depois de um estudo de vinte anos, é o melhor livro que já li sobre o assunto.” – Rev. Wm. Armstrong,
Canton, Pa., Genessee Conf. da M. E. Church.
“É uma argumentação bem completa da questão na qual os Adventistas diferem de nós.” – Baptist
Christian Herald, Detroit, Mich.
“É uma exposição abrangente desse engano moderno. É um mistério ver como um sistema de erros pode
sobreviver a tal exposição. Este livro deveria circular em cada comunidade onde o Adventismo é pregado.” –
Christian Oracle (Disciple), Des Moines, Iowa.
“Estou deleitado com ele. É amável, sincero, cuidadoso, correto e compreensível. Recomendo de coração
esta obra como a melhor que já foi publicada sobre o assunto.” – Prof. D. R. Dungan, Presidente da Drake
University, Des Moines, Iowa.
“Ele expõe com uma lógica magnânima, mas nunca com malícia, os erros do Adventismo do Sétimo Dia.
Este livro é eminentemente adequado para fazer o bem.” – Rev. Kendall Brooks, D. D., ex-Presidente do
Kalamazoo College, Mich.
“Eu não sabia que era possível dar uma resposta tão perfeita à literatura do Adventismo. Sempre senti que
o seu espírito era contrário ao Evangelho. A exposição de Canright é, sem dúvida, a mais hábil e mais
compreensível em existência.” – Rev. Theodore Nelson, LL. D., último Presidente do Kalamazoo Baptist
College.
“Digo que é simplesmente avassalador.” – Rev. B. F. Whittemore, Presidente do Lester Seminary,
Holden, Mo.
“Sua obra é um livro que por longo tempo precisávamos, e agora deveria estar nas mãos de cada Cristão.”
– Rev. J. Cairns, Colfax College, Wash.
“É um grande livro.” – M. McLellan, Melbourne, Austrália.
“Nenhum outro livro como este, que esteja tão bem-adaptado para confrontar os sofismas e declarações
dos Adventistas do Sétimo Dia, caiu em nossas mãos.” – Central Free Will Baptists, Farmington, W. Va.
“A obra mais eficaz que já foi publicada.” – Missionary Visitor.
“Seria um bom plano colocar uma cópia deste livro em cada livraria itinerante de nossa terra.” –
Methodist Michigan Christian Advocate, Detroit.
“Um livro forte e vigoroso sobre o Deísmo do Sétimo Dia. O melhor material publicado sobre o assunto.”
– Chicago Standard, Batista.
“Um livro interessante e valioso.” – Central Baptist.
“Não existe outro livro no mercado possível de preencher o seu lugar.” – California Christian Advocate,
Metodista.
“É completo e irrespondível.” – Northern Christian Advocate.
“Um livro muito valioso que expõe de modo nítido e preciso as pretensões do Adventismo moderno.” –
Arkansas Baptist.
“Um livro robusto que não deixa nada incerto. Este é o primeiro livro que temos visto que expõe de forma
hábil e coerente, para o mundo, a natureza interna da ilusão do Adventismo do Sétimo Dia.” – Rev. G. J.
Travis, Ph. D., Batista.
“É de longe o tratamento mais completo e satisfatório sobre o assunto que já vi.” – Rev. J. Sunderland,
Batista, Coord. Secr. e Sup. de Missões, Minneapolis, Minn.
“A obra é uma refutação cortante e definitiva da doutrina em questão.” – Rev. John W. Haley, M. A.,
autor de 'Alleged Discrepancies of the Bible' e outras obras.
“A mais esmagadora refutação de seus sofismas.” – The Christian Pioneer, Austrália.
“Um antídoto completo contra as falácias dos nossos amigos do Sétimo Dia.” – Christian Colonist,
Austrália.
Oficial Presidente, Little Rock University, Ark.: “'Adventismo Renunciado' é o livro mais atual e
notavelmente adequado para combater as falácias que tem em vista.” – Prof. W. F. Shedd.
“'Adventismo Renunciado' é como o Dicionário Webster's ou a luz do sol, e precisa ser elogiado. Nenhum
homem sincero pode ler o livro e ser um Adventista. Todo pregador deveria ter uma cópia.” – J. V. Coombs,
Presidente do Indiana College, Covington, Ind.
“O livro certamente ultrapassa em clareza e força; e se coloca ao lado dos melhores trabalhos em
qualquer livro que já saiu do prelo sobre a questão do Sábado e contra os Adventistas do Sétimo Dia.” –
Texas Baptist and Herald.
“É certamente um excelente livro, reconhecido de forma unânime como o melhor tratado sobre o assunto,
e prestaria bons serviços nas mãos dos pastores.” – Pacific Baptist, Portland, Ore.
“É um clássico sobre o Adventismo do Sétimo Dia, e ninguém que o adquirir ficará desapontado. Nós o
recomendamos como simples e inegavelmente a melhor obra sobre a questão, na medida em que trata dos
seus erros de um ponto de vista experimental.” – The Standard, Cincinnati,
“Para uma discussão exaustiva das questões relacionadas ao Sétimo Dia e o primeiro dia, ver 'Adventismo
do Sétimo Dia Renunciado', do Rev. D. M. Canright.” – David C. Cook, Pub. Co., Chicago, no New Adult
Bible Class, abril, 1912.
“Que livro você recomendaria para confrontar o Adventismo do Sétimo Dia? Resposta:
Recomendaríamos que você lesse ''Adventismo do Sétimo Dia Renunciado', do Ancião Canright.” – The
Christian Workers Magazine, Out., 1912, publicado pelo Moody Bible Institute, Chicago. Melhor
recomendação não poderia se dada.
Termino com três testemunhos de homens que estiveram como eu, por longos anos no Adventismo, mas
que agora são livres em Cristo:
“Recebi seu grande livro. Penso que não apreciei algum livro mais do que este; ele é completo e
irrespondível.” – Prof. C. C. Ramsey; professor por nove anos em seus colégios, e agora na Universidade de
Harvard.
“Recomento fortemente o livro do Ancião Canright como uma fiel declaração da crença e prática dos
Adventistas do Sétimo Dia, do espírito e tendência do seu sistema. Os Adventistas nunca poderão confrontar
estes argumentos.” – Rev. D. B. Oviatt, por sete anos Presidente da Conferência dos Adventistas do Sétimo
Dia, na Pennsylvania.
“Fomos Adventistas do Sétimo Dia por mais de vinte anos, crendo firmemente na doutrina. Éramos
familiarizados com o Ancião White e esposa, bem como a história interna daquele povo. Descobrimos que
era um jugo de escravidão e obtivemos a liberdade e a bênção de Deus ao renunciá-lo, unindo-nos aos
Metodistas. Endossamos enfaticamente o livro do Ancião Canright como uma representação correta daquele
povo e de sua fé. O livro é uma refutação incontestável daquele sistema.” – Sr. e Sra. C. A. Russell, Otsego,
Mich.
Selecionei apenas umas poucas citações de outras dezenas semelhantes a estas, e só transcrevi umas
poucas palavras de cada uma delas, mostrando como este livro é avaliado por juízes competentes.
_______
Livros e Tratados
O livro mencionado abaixo contém 416 páginas (N. T. o original em Inglês),
“Adventismo Refutado.” Dez tratados, todos juntos e contendo pontos principais da obra condensados
como segue (vendido em um só volume):
Nº 1. Origem e História do Adventismo.
Nº 2. A Mensagem do Advento Examinada.
Nº 3. 25 Objeções ao Adventismo.
Nº 4. Sra. White e Suas Visões.
Nº 5. O Sábado Judaico Abolido.
Nº 6. Por Que Guardamos o Domingo.
Nº 7. O Teste do Sábado do Sétimo Dia – Um Fracasso.
Nº 8. O Domingo é a Marca da Besta?
Nº 9. Não Sob a Lei.
Nº 10. Os Mandamentos no Novo Testamento.
Fleming H. Revell Co., Publishers. Pedidos através de qualquer distribuidor.
PREFÁCIO DA DÉCIMA-QUARTA EDIÇÃO.
“Criticar, expor e condenar outros não é uma tarefa agradável; mas quando mestres religiosos entronizam
o erro e enganam pessoas honestas, o silêncio seria cruel e censurável.”
Estando profundamente convencido de que o Adventismo do Sétimo Dia é um sistema de erros, sinto que
é meu dever publicar aquilo que conheço a respeito dele. Faço isto no temor de Deus. Ciente da tristeza que
o sistema trouxe ao meu coração e aos de milhares, devo alertar outros contra ele. Não questiono a
honestidade dos Adventistas, mas a sua sinceridade não santifica seus erros. Tive que falar claramente, mas,
creio, gentilmente. Tive que tratar de cada assunto brevemente e muitos deixei intocáveis, mas dediquei-me
aos principais pilares desta fé. Se estes caírem, todo o restante virá abaixo.
Agora fazem quase vinte e cinco anos desde que o livro foi publicado pela primeira vez. Esta é a décima
quarta edição. Ele foi traduzido em diversos idiomas, vendido por numerosas casas publicadoras, lido até os
confins da terra onde quer que os Adventistas tenham ido, e tem sido o maior obstáculo que a sua obra já se
defrontou. Os Adventistas ainda não se aventuraram a dar uma resposta para ele. Falem o que quiserem; é
evidente que responderiam de bom grado, se pudessem fazê-lo com segurança.
“Replies to Elder Canright” (Respostas ao Ancião Canright), citado nesta obra, não é uma contestação a
este livro, mas sim a uns poucos artigos que escrevi para um periódico muito antes do livro ser lançado. A
própria publicação serve de prova. A página do título é datada de 1888, enquanto que o meu livro não foi
publicado antes de um ano depois, em 1889 (ver a minha página do título). Assim, na página oitenta de sua
publicação, leio: “Ele promete publicar um livro, o qual, presumimos, será elaborado para limpar tudo o que
seus artigos deixaram. Ele vai receber a devida atenção, se julgado digno de tal, quando aparecer.” Vemos
que esta “resposta” não foi uma réplica ao meu livro. Uma foi prometida, mas nunca apareceu.
O livro discute muitos tópicos não mencionados nos artigos e, é claro, é muito mais completo em todos os
aspectos. Considerando que os Adventistas estão sempre prontos para debates, discussões e réplicas, como
pode este livro, que os incomodou mais do que qualquer outro já publicado contra eles, ser deixado de lado?
A razão está manifesta para todas as pessoas sinceras.
E aqui está o que meus irmãos Adventistas pensavam de mim antes de deixá-los:
“Battle Creek, Mich., 13 de julho de 1881. Irmão Canright, sinto mais interesse em você do que em
qualquer outro homem, porque conheço o seu valor quando o Senhor está com você como obreiro. James
White.”
“Battle Creek, Mich., 22 de maio de 1881. É tempo de haver mudança dos delegados da Conferência
Geral. Creio que se formos sinceros e fiéis ao Senhor, será agradável que ambos façamos parte daquela
Diretoria. James White.”
“Battle Creek, Mich., 6 de agosto de 1884. Você tem estado conosco por muito tempo, e todos nós o
amamos. G. I. Butler.”
“Martinsburg, Neb., 14 de julho de 1884. Você tem sido usado poderosamente no mundo e possui uma
vasta quantidade de bem... Precisamos grandemente da sua ajuda no trabalho. Seu talento precioso, sua
humildade e plena consagração a Deus serão muito úteis. Existem muitos lugares onde isto seria de grande
ajuda. G. I. Butler.”
Advent Review, março de 1887: “Sentimo-nos muito tristes em partir a nossa ligação religiosa com
alguém que estimamos há muito tempo como um irmão querido.”
Advent Review, 22 de março de 1887: “Ao nos deixar ele tomou um curso muito mais digno e louvável
do que a maioria daqueles que se retiraram de nós, vindo voluntariamente aos nossos irmãos líderes e
expondo francamente a condição de mente que ele estava. Ele fez isto diante de sua própria igreja, em nossa
presença, e, tanto quanto sabemos, não usou meios desleais injustos para nos ferir de qualquer modo. Ele sai
do nosso meio sem mancha moral sobre seu caráter, escolhendo associações mais convenientes para si
mesmo. Isto é prerrogativa pessoal de cada homem, se assim escolher optar.”
As citações no meu livro provêm de livros Adventistas publicados até a data que o escrevi, 1889. Desde
então muitos de seus livros foram reimpressos e paginados de forma diferente. Para nos adaptarmos a estes
livros agora repaginados, eu teria que mudar muitas de minhas referências; e para fazer isto teria que
reimprimir todo o meu livro, uma vez que ele está em forma de placas de eletrotipo. Para uma mudança de
poucas placas, seria necessário mudar todas. Assim, as referências ficaram como estavam. As citações estão
tolas lá, apenas algumas estão em páginas diferentes nas suas edições atuais. Tive grande cuidado para
transcrever cada citação da forma exatamente correta. Elas são confiáveis.
Tentei ser perfeitamente correto para com os meus irmãos Adventistas. Estive com eles vinte e oito anos
– da idade de dezenove a quarenta e sete – os anos mais vigorosos da minha vida. Fui muito amado por eles e
os amava. Amo-os agora. Ainda tenho milhares de amigos queridos entre eles. Foi uma provação terrível
romper com todos esses laços afetuosos. Ainda hoje as lágrimas caem enquanto escrevo estas linhas; mas a
verdade e o dever me foram mais caros do que os vínculos sociais.
Mais uma vez dou testemunho de que eles são pessoas sinceras, devotadas e se sacrificam por tudo aquilo
que acreditam e professam. Possuem muitas qualidades excelentes e há muitos Cristãos amáveis entre eles.
Como em todas as igrejas, eles têm a sua quota de membros indesejáveis, não por algum ensinamento
imoral, mas pela fraqueza humana, comum a todas as igrejas. Diariamente rogo por eles, para que o Senhor
possa abençoar tudo o que é bom neles, e, de alguma forma, ignorar quando estão em erro. Isto é tudo o que
ouso pedir para mim mesmo.
D. M. Canright, 1914.
MINHA POSIÇÃO ATUAL
Quando um homem proeminente deixa uma igreja ou partido, e se une a um de oposição apresentando
suas razões para isto, ele pode esperar que seus antigos companheiros se manifestarão contra ele. Eu não
esperava uma exceção no meu caso quando renunciei ao Adventismo; portanto, não fiquei despontado. A
grande maioria dos meus antigos irmãos têm permanecido bastante amigável e me tratam gentilmente. Uns
poucos, muito poucos, têm agido de outra forma. Seu objetivo é neutralizar minha influência contra aquilo
que consideram ser a obra de Deus. Esses poucos começaram a divulgar que eu me arrependi de ter deixado
o Adventismo, que eu disse isto, que tentei retornar para eles, que confessei que o meu livro era falso; e
alguns disseram que eu estava na miséria, física e mentalmente destroçado, sem nenhuma esperança de
salvação, etc. Esses relatos foram recebidos por irmãos honestos como se fossem verdadeiros, e repetidos
tantas vezes que foram aceitos por muitos Adventistas em todo o mundo. Eu os tenho negado de todas as
formas possíveis, mas ainda continuam sendo cridos e repetidos, e sem dúvida alguma continuarão sendo.
Deixo Deus julgar entre nós.
Eu, aqui e agora, pela centésima vez afirmo solenemente diante de Deus que renunciei ao Adventismo
porque entendi ser ele um erro. Jamais me arrependi por ter agido assim, nunca confidenciei a ninguém que o
meu último desejo era voltar para aquele povo. Teria sido impossível para mim desejar tal coisa e ser um
homem honesto. Estou agora (1915) bem de corpo e mente; possuo uma casa avaliada em $10,000 ou
$12,000 e tenho quatro filhos crescidos, dos quais qualquer homem iria se orgulhar.
Ao deixar o Adventismo filiei-me à Igreja Batista em Otsego, Mich., e tornei-me seu pastor até que ela se
transformou em uma próspera igreja. Eles têm sido meus amigos ardentes até o dia de hoje. Vinte anos atrás
mudei-me para Grand Rapids, Mich., assumindo uma nova missão e edificando-a; organizei-a como igreja,
que veio a ser uma das mais fortes da cidade, com centenas de membros e um belo templo. Por duas vezes
fui seu pastor e sempre um membro ativo. Atualmente leciono em uma grande classe Bíblica de adultos a
cada dia do Senhor e frequentemente prego para a congregação. Sempre estive em perfeita harmonia com a
igreja; eles me honram como seu pai, consultam-me em todas as questões de importância e acaloradamente
se ressentem dos boatos tolos que circulam sobre mim.
Das dezenas de testemunhos impressos a meu respeito, selecionei apenas uns poucos que falam por si
mesmos:
“Gand Rapids, Mich., 1 de novembro de 1907.
A quem interessar possa:
Tendo recebido muitas cartas de todas as partes dos Estados Unidos, de pessoas que têm sido informadas
pelos Adventistas de que o Rev. D. M. Canright não era membro de uma igreja Batista e muitas outras coisas
relacionadas com o seu caráter, nós condenamos enfaticamente qualquer uma dessas declarações e
afirmamos que ele é agora, e tem sido por muitos anos, um membro ativo da Berean Baptist Church,
localizada nesta cidade; e que foi seu pastor por duas vezes; um homem acima de censura e, acima de tudo,
um nobre Cristão.
Respeitosamente, W. H. Andrews, ex-secretário e membro fundador da igreja acima mencionada.
Pela presente, certifico o que foi dito acima.
Rev. Robert. Gray,
Pastor da Berean Church.”
“É com sincero prazer que escrevo a respeito do caráter e integridade do Rev. D. M. Canright. Tenho
conhecido a ele e sua família por uns bons anos, e não hesito em dizer que são pessoas muito estimadas e
possuem a confiança de seus vizinhos e amigos da comunidade.
Considero o Sr. Canright um Cristão amável em cada sentido da palavra; um homem da mais elevada
integridade e de quem se espera, em qualquer projeto com o qual esteja envolvido, fazer da justiça o seu guia
de ação.
Ele fez negócios com o nosso banco por muitos anos. Pessoalmente tive a oportunidade de testar sua
integridade, e manifesto de forma inequívoca a minha expressão de confiança nele.
Sinceramente,
Charles W. Garfield”
(O Sr. Garfield é presidente de um banco com $2,000,000)
Os Adventistas dizem algumas vezes que eu os deixei quatro ou cinco vezes. Retirei-me daquela igreja
apenas uma vez, não mais, a qual foi definitiva. Seus registros na igreja em Battle Creek e Otsego mostrarão
isto. Por alguns anos estive em tribulação com dúvidas sobre algumas de suas doutrinas, e por três vezes
parei de pregar por um curto período, mas permaneci um membro em boa posição.
Durante um grande encontro campal fui persuadido a engolir minhas dúvidas, a assumir o trabalho
novamente, confessar que estive em trevas e seguir adiante. Cedi meu julgamento às súplicas de meus irmãos
e pelo amor que nutria por antigos companheiros, e disse aquilo que logo me arrependi. Achei-me em uma
luta terrível para romper com o que havia me prendido por longo tempo.
Desde que os deixei eles tentam fazer parecer que, de qualquer forma, eu não fiz muita coisa. “Uvas
verdes”, disse a raposa para o delicioso fruto que não conseguiu alcançar! Irei expor aqui brevemente apenas
alguns fatos.
Durante dois anos, 1876 e 1877, fui um dos três membros do Comitê da Conferência Geral que mantinha
o controle de todos os seus trabalhos no mundo. Não existe autoridade mais elevada na denominação. Como
poderia ocorrer de ser colocado naquele ofício, se eu não fosse um de seus melhores homens? Ano após ano
fui eleito em conselhos assumindo responsabilidades nas suas instituições mais importantes, tais como a
Casa Publicadora, o Colégio, o Sanatório, a Associação da Escola Sabatina, etc., etc. Como prova disso, ver
seus anuários impressos, onde meu nome aparece constantemente.
Fui empossado professor de teologia em seu colégio, presidente de uma conferência estadual, editor
associado de um periódico, etc. Preparei e organizei o curso de interpretação que todos os seus ministros
devem seguir e fui enviado para a sua conferência estadual anual, a fim de examinar os pregadores em seus
estudos, sua teologia e suas qualificações para o ministério. Tal trabalho é usualmente designado para um
homem inferior?
Mas foi como escritor de seus periódicos, como autor de numerosos tratados, panfletos e livros cobrindo
praticamente todos os pontos controvertidos de sua fé; como palestrante e debatedor na defesa de suas
doutrinas, que eu era mais conhecido durante os últimos quinze anos que estive com eles. Nessas fileiras
nenhum homem entre eles se posicionou de forma tão proeminente quanto eu. Todos os que são
familiarizados com a sua obra durante aquele período sabem que nesta questão eu digo apenas a simples
verdade. Eles também sabem disso. Por meus escritos o escritório me pagou uma vez $500 em cheque, e
muitas outras vezes quantias diferentes. Após vinte e sete anos eles ainda publicam e utilizam vários dos
meus tratados como sendo o de melhor que foram capazes de produzir desde então.
Meu conhecimento amplo e profundo do Adventismo e de todos os seus argumentos preparou-me para
responder-lhes como ninguém mais poderia. Centenas de ministros de todas as partes escreveram seus
agradecimentos pelo auxílio que meu livro lhes tem dado no contato com o Adventismo. Será que Deus em
sua providência não me preparou para esta obra? Humildemente acredito que sim, e isso me apazígua com as
experiências longas e amargas que tive naquela escravidão. Mas se Deus e a verdade forem honrados, eu me
contento.
A única questão é: eu conheço suas doutrinas bem o suficiente para discriminá-las com clareza e tenho a
habilidade para refutá-las plenamente? Deixe que a minha obra seja a resposta.
Desde que me retirei, os Adventistas publicaram cinco ou seis tratados diferentes visando eliminar minha
influência. Se eu significasse tão pouco, por que todo esse esforço? O que eles fazem contradiz o que eles
dizem. Deus preservou-me para sobreviver a quase todos os ministros Adventistas com os quais comecei a
trabalhar. Aos setenta e cinco anos estou cheio de fé em Deus e da esperança de vida eterna através do nosso
Senhor Jesus Cristo.
Eu ainda amo aqueles irmãos e sei que a maioria deles são pessoas Cristãs honestas, mas estão no erro em
muitas de suas crenças. Serei grato se puder ajudá-los.
D. M. Canright
Pastor Emérito da Berean Baptist Church
Grand Rapids, Michigan.
CONTEÚDO
APÊNDICES.
INTRODUÇÃO.
Encontrei pela primeira vez o autor de “Adventismo Renunciado” no outono de 1865. Na época ele era
um jovem ministro em ascendência, em alta consideração com o seu povo. Naquele tempo, como agora,
tenho inteira confiança na sua sinceridade. Não penso ser estranho que, após mais de vinte anos devotados à
proclamação do Adventismo do Sétimo Dia, ele viesse finalmente a renunciar suas doutrinas e retornar à fé
ortodoxa. Não é necessário atribuir isto a quaisquer motivos sinistros ou indignos. Ao contrário, é
suficientemente fácil acreditar que a experiência, o estudo ou a evolução do raciocínio, como também a
irresistível lógica dos eventos, produziria inevitavelmente tais resultados. Os Adventistas do Sétimo Dia
sempre tiveram grande preocupação com os “sinais dos tempos”, os terremotos e estrelas cadentes ou com
“guerras e rumores de guerras.” Argumentos que impressionaram profundamente a imaginação de um jovem
durante o atribulado período da nossa guerra civil, perderiam naturalmente toda a sua força diante do
julgamento de um homem nestes tempos de “paz serena.”
Em relação aos Adventistas do Sétimo Dia como um povo, eu nutro nada mais do que sentimentos de
amabilidade. Em geral a sua piedade é indubitavelmente genuína, embora misantrópica e melancólica. Eles
carregam uma baixa visão da natureza humana e praticamente se isolam da sua vizinhança e das questões
que se relacionam com o bem-estar da sociedade como um todo. Eles se afastam de qualquer movimento que
visa o progresso humano, porque acreditam que o progresso humano é impossível e que a humanidade já está
amaldiçoada; que a destruição está iminente, “às portas.” De fato, sua fé religiosa restringe, se não mesmo
destrói, seu sentimento de patriotismo; e leva-os a encarar com desconfiança, senão com sentimentos de
hostilidade, o governo livre sob o qual vivem.
Nada pode ser mais absurdo do que as suas interpretações dos eventos atuais, e, especialmente, sua crença
de que nossos governos geral e estaduais estão prestes a se converterem em máquinas de perseguição
religiosa e despotismo. Não poderia ser de outra forma que muitos Adventistas do Sétimo Dia sinceros, dos
que acreditam na necessidade imperiosa do ensino das Escrituras, ficarão gratos ao Sr. Canright por auxiliá-
los a se livrar de um jugo que aprisiona a sua vocação e amargura suas mentes.
Os Adventistas do Sétimo Dia acreditam e ensinam que antes da segunda vinda de Cristo os Estados
Unidos formarão uma união entre igreja e estado, e, como a França e Espanha no décimo sétimo século,
tornar-se-á um poder perseguidor. Ele sustentam que as Escrituras proféticas preveem claramente esta
extraordinária mudança na forma e espírito do nosso governo. Pondo à prova a fidedignidade das
interpretações das Escrituras sobre as quais suas expectativas estão fundamentadas, eles não admitem a
possibilidade de erro. Eles presumem saber que têm a chave correta da profecia – que possuem a “Verdade
Presente.”
Eles acreditam e ensinam que os Adventistas do Sétimo Dia serão especialmente provados nessa
perseguição que está sendo preparada pelo governo civil; que eles serão as principais vítimas da perseguição
implacável que será empreendida contra os “Santos do Altíssimo”; que eles sofrerão nas mãos do poder
secular aprisionamentos, torturas, “a espoliação de seus bens” e talvez a própria morte. Na verdade, eles
escoram todo o seu sistema de doutrina sobre este significado da palavra de Deus, e consideram tais eventos
monumentais, aos quais eles chamam de predições da Bíblia, tão realistas quanto os eventos que já
sucederam. Esses eventos são realidades para eles e possuem o mesmo valor em argumento, e a mesma
autoridade em ação, quanto a própria história.
Em suas publicações e sermões, eles frequentemente adotam o estilo do confessor que já está diante do
cadafalso, ou amarrado à estaca; eles discursam num tom de desafio, de submissão heroica, como se os
feixes fossem acendidos e a coroa do martírio estivesse à plena visão. Para alguém que está familiarizado
com a história das perseguições religiosas, e estudou o progresso e desenvolvimento da liberdade religiosa,
especialmente nas nações Anglo-Saxônicas; para alguém que está apenas um poco familiarizado com o
espírito da atualidade e do país em que vivemos, essa ostentação de “espírito de mártir” dos nossos amigos
Adventistas parece bastante absurda. Não fosse pela sua bem conhecida retidão e probidade de caráter,
deveríamos estar dispostos a desafiar sua crença, tal é a sua ânsia de encontrar a sua prova e confirmação em
eventos que não possuem tal significado.
Seria possível, sob a nossa forma de governo, alcançar uma união mais íntima e perfeita entre “igreja e
estado” maior da que está incorporada no governo monárquico Inglês? Tal mudança seria um milagre maior
do que Deus fazer crescer um carvalho gigante num instante. A tendência da nossa civilização, as mais
poderosas correntes de opinião pública, são todas na direção oposta. Ainda assim, mesmo na Inglaterra os
Adventistas estão livres para divulgar suas doutrinas peculiares; para estabelecer igrejas e para alcançar seus
intentos como os outros homens. Liberdade religiosa é o espírito da época, e, mais do que tudo, o espírito da
época na América. Portanto, podemos dizer, não há necessidade de temor diante dos graves presságios dos
nossos amigos Adventistas.
Teol. Nelson
CAPÍTULO I
DOUTRINAS E
MÉTODOS DOS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA.
O Adventismo do Sétimo Dia se originou há cerca de setenta e cinco anos no trabalho do Sr. Miller, que
estabeleceu o tempo para o fim do mundo em 1843-4. Adicionando algumas doutrinas à fé original, o Ancião
James White e esposa, em 1846, tornaram-se os líderes do ramo do Sétimo Dia do Adventismo. Seu
escritório central se situou, em diferentes épocas, em Paris, Me., Saratoga, Oswego e Rochester, N. Y. Em
1855, eles se estabeleceram permanentemente em Battle Creek, Mich., que permaneceu como o centro de seu
trabalho até recentemente.
SUAS DOUTRINAS.
Em doutrina eles diferem radicalmente das igrejas evangélicas. Os principais pontos são aqueles da
forma como ensinados em seus livros: Eles sustentam a materialidade de todas as coisas; creem na filiação
de Cristo; acreditam que só eles têm uma compreensão correta das profecias, às quais dão mais de sua
atenção; que o fim do mundo está para acontecer nesta geração; que estamos agora sob o julgamento que
começou em 1844; que o sétimo dia, o Sábado, deve ser guardado; que guardar o Domingo é a marca da
besta; que todos devem pagar o dízimo; que a Sra. White é inspirada como foram os escritores da Bíblia; que
a Bíblia deve ser interpretada para se harmonizar com os seus escritos; que são chamados por Deus para dar
o último aviso ao mundo; que os mortos estão inconscientes; que os ímpios e o diabo serão aniquilados; que
todas as igrejas, a não ser a sua, são Babilônia e rejeitadas por Deus; que todas as pessoas, exceto eles, logo
se tornarão espiritualistas; que quando Cristo vier, apenas 144.000 de todos os que então estiverem vivos
sobre a terra serão salvos, e todos estes serão Adventistas do Sétimo Dia. Consequentemente, eles não têm
comunhão com outros Cristãos; nunca trabalham com eles de forma alguma, mas, zelosamente fazem
proselitismo com todos.
Eles acreditam na Bíblia, na conversão, na pureza de vida, na rígida temperança, na estrita moralidade e
em outras coisas boas comuns a todas as igrejas. Existem muitas pessoas excelentes entre eles. Em caráter,
eles não devem ser comparados aos espiritualistas, infiéis, etc., como algumas vezes se faz injustamente.
1
Os dados acima nos dão uma clara noção da força desta igreja. Contudo, onde são mais eficazes é na
distribuição da sua literatura. Cada membro, idoso ou jovem, até as crianças pequenas, é ensinado e
admoestado a se engajar de todas as formas possíveis na distribuição de tratados, folhetos e livros. Todos
eles acreditam estarem fazendo a obra de Deus quando agem assim. Logo, cada membro é um missionário de
alguma forma. O resultado é que a sua literatura está começando a ser amplamente distribuída por todo o
mundo. Apesar disso, os resultados de todo este enorme dispêndio de dinheiro e de trabalho são muito
escassos. Nos últimos quatro anos, com 4.000 trabalhadores no campo missionário, eles em média
conseguiram ganhar apenas 4.000 membros por ano, ou um para cada trabalhador. Até agora eles têm
trabalhado por setenta e cinco anos para ganhar 104.000 membros. Os Mórmons, começando quase na
mesma data, contam agora com 500.000, quase cinco vezes mais. Os Cientistas Cristãos, com a metade da
idade, são cerca de um milhão de membros. Existe muito pouco do verdadeiro poder espiritual na obra. A
obra é feita na maior parte com trabalho árduo e argumentação, não por um poder semelhante ao que
auxiliou a obra dos Apóstolos, ou Lutero, ou Wesley, ou Moody e muitos outros. Sua obra atualmente se
estende por todas as partes do mundo civilizado e em muitas terras pagãs.
O atual número de seus convertidos não nos fala sobre o dano que eles fazem. Onde convertem um, eles
confundem a muitos, os quais, depois disto, não têm fé para se estabelecerem em qualquer igreja e se tornam
inúteis para todo o trabalho Cristão. Outras pessoas, conscienciosas, ficam incomodadas e preocupadas com
a sua doutrina durante anos, sem saber o que fazer.
2
estender sua influência sobre o mundo Cristão.” (Great Controversy, pág. 464; O Grande Conflito, pág. 464;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=464).
Sobre isto o Review and Herald, 3 de maio de 1887, diz: “Somos conscientizados a assumir que essa
obra de avivamento, tão inquestionavelmente aceita por todas as igrejas, não é genuína, e fará com que as
suas mãos sejam levantadas em horror santo... Se Ele [Deus] está conosco, não pode estar com as igrejas
populares em nenhum aspecto, já que elas rejeitaram a mensagem do Advento de 1843-4; congratularam-se
entre si diante das aparências enganosas e de uma prosperidade que não existe de fato. A mão de Deus não
pode direcionar dois movimentos de natureza tão antagônicas.”
Crendo desta forma eles vasculham zelosamente por evidências que comprovem sua opinião e fecham
seus olhos para qualquer fato que vai contra ela. Assim, eles se regozijam em qualquer coisa desfavorável
que possam ouvir contra ministros, igrejas ou membros. Eles a relatam, repetem, publicam magnificam e a
mantém viva. Enfraquecer, dividir, dispersar uma igreja, é seu deleite. De coração eles se unem com
mundanos, infiéis e ateístas em sua oposição às igrejas, e deste modo fortalecem sua descrença e auxilia-os
para a perdição. Eles juntaram todas as coisas mais desfavoráveis possíveis de serem encontradas contra as
igrejas e colocaram num livro ocupando trinta páginas; e este eles distribuem para que todos leiam. É triste
ver homens dedicando suas vidas a tal obra altamente censurável, da qual Satanás muito se agrada.
Encontros Campais. Os Adventistas promovem muitos encontros campais anualmente. Ali os seus
melhores oradores pregam suas doutrinas para milhares e distribuem sua literatura amplamente. Eles
contratam os jornais para imprimir longas reportagens lisonjeiras de seus encontros, as quais eles mesmos
escrevem. Seus repórteres são treinados para este trabalho especial. Com isto ganham ampla atenção e
impressionam a muitos.
3
Estudos da Bíblia. Centenas de seus homens, mulheres e até mesmo moças são treinadas em suas lições
impressas, as quais eles decoram para irem de casa em casa oferecendo estudos Bíblicos. No início eles
ocultam seu real objetivo e nome, até que se sentem seguros. Então, cautelosamente apresentam suas
doutrinas, trabalham contra pastores e igrejas, e levam muitos consigo.
Venda de Livros. Centenas também são empregados para promover a distribuição de seus livros
doutrinários. A real natureza do livro é cuidadosamente ocultada, e o subscritor é enganado ao comprar um
radical livro Adventista.
Distribuição de Tratados. De todos os meios possíveis seus tratados são persistentemente apresentados
às multidões em todos os lugares por meio de publicidade – individualmente, nas tendas ou igrejas, por
distribuidores literários, colportores, em estudos Bíblicos, depósitos, barcos, lojas ou famílias, pelos correios,
por venda, empréstimo ou presente.
Missões. Eles possuem Missões em muitas das grandes cidades e em terras estrangeiras; mas elas são
amplamente agências de proselitismo. Eles fazem pouco entre os pagãos ou pelo desamparado ou caído, mas
penetram nas melhores famílias que possam conseguir acesso e reúnem os convertidos que outros
missionários fizeram. Deste modo os instrui a Sra. White:
“Erros são cometidos por não se procurar alcançar com a verdade ministros e as classes mais elevadas...
Homens e mulheres educados para trabalharem nas classes elevadas aqui, lá e em outros países.” (Testimony
Nº 33, pág. 108, 109; Testemunhos para a Igreja – Vol. 5, Inglês, http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=143&p=580).
Jesus enviou seus discípulos pelos caminhos e valados para os pobres, coxos e cegos; para os
publicamos, prostitutas e pecadores, mas a Sra. White não aprecia esse tipo. Ela quer que venham dos
“ministros e classes elevadas”, “todos os que não precisam de médico”, aqueles que possam trazer talento e
dinheiro para a causa.
Onde Trabalham. Os Adventistas alcançam mais sucesso em novos campos, onde são pouco conhecidos.
Deste modo, nos estados do oeste é onde são mais numerosos. Na Nova Inglaterra, onde começaram, eles
têm que se esforçar duramente para se manter. Em alguns dos campos mais antigos eles perderam em
número; em outros o seu ganho é muito pequeno. Em centenas de lugares onde eram razoavelmente
numerosos, com ativas igrejas no passado, agora não possuem nenhuma, algumas dispersas ou um punhado
desanimadas. Battle Creek é uma clara ilustração. Aquela foi a sua sede por quarenta anos. Certa vez chegou
a ter 2.000 guardadores do Sábado ali, todos unidos. Agora existem menos de 1.000 divididos em quatro
partidos opostos, e sua influência desapareceu completamente. O mesmo é verdade em toda a parte. A
maioria dos convertidos que eles fazem, fica no início. Após alguns anos de familiaridade, eles perdem a
influência e poucos ou nenhum continuam com eles. Suas igrejas crescem pouco, e, geralmente, até passam
despercebidas. A membresia média de suas igrejas é 29 – excessivamente pequena; quão diferentes das
igrejas evangélicas! Estas, quanto mais estão em uma cidade, mais forte crescem, e geralmente exercem mais
influência; mas o Adventismo não se conserva.
4
aqueles que já foram levados; manter estudos Bíblicos; muni-los de livros e tratados apropriados; sentar
pacientemente e responder aos argumentos; visitá-los sempre e sempre. Os Adventistas estarão trabalhando
durante todo o ano, visitarão uma centena de vezes, darão pilhas de tratados para converter cada pessoa. Se
trabalhássemos dez por cento mais duro, mal conseguiriam levar um. As pessoas amam serem notadas. A
atenção que elas recebem dos Adventistas frequentemente as convence mais do que seus argumentos.
5
E como acontece com os líderes do Adventismo? William Miller, o fundador, foi criado no meio do
mato, na pobreza, e recebeu apenas os poucos recursos de uma escola distrital comum. Com exceção de
alguma instrução geral, esta foi a extensão da sua educação.
O Ancião White, o líder do partido dos Adventistas do Sétimo Dia, só teve a instrução suficiente
proporcionada por uma escola distrital comum. Ele não era um estudante de livros. Em todas as minhas
viagens com ele raramente o vi lendo qualquer livro por mais de meia hora. Sobre os idiomas ou a ciência ele
não sabia nada, e até mesmo sobre história comum conhecia muito pouco. A Sra. White não recebeu
instrução escolar, exceto umas poucas semanas quando criança. Ela, como Joanna Southcott, Ann Lee e
Joseph Smith, era totalmente iletrada, desconhecedora das mais simples regras da gramática. Nenhum de
seus homens de liderança naquela obra eram sequer graduados em colégio ou universidade, e muitos eram
iletrados como a própria Sra. White. Os Anciãos J. N. Andrews, Smith e um ou dois mais, por meio de
estudo e leitura diligentes fora da escola, tornaram-se homens bem informados nos seus campos. Depois do
Ancião White vieram os Anciãos Butler e Haskell como líderes; nenhum deles homens instruídos e nem com
a metade do talento natural do Ancião White. Os líderes atuais também são homens diminutos. Tais homens
são pobremente preparados para levar adiante uma grande reforma nesta era instruída. Nenhum homem entre
eles exerce agora, ou já exerceu, qualquer partícula de influência no mundo ou qualquer ofício ou posição de
responsabilidade no estado ou nação. Quão diferente dos grandes reformadores do passado, que
frequentemente possuíam extensa influência para o bem, não apenas com as massas, mas com os grandes
homens e reis da terra. Assim, por qualquer lado que vemos o Adventismo, ele não possui nenhuma das
marcas de uma reforma genuína enviada por Deus para abençoar o mundo.
O Ancião A. A. Phelps, por anos editor de um periódico Adventista do Primeiro Dia, diz: “Eu observei e
esperei, trabalhei com paciência, perseverança e lealdade, em cooperação saudável e com um desejo sincero
de ver a unidade, empreendedorismo, vigor e força moral que deveriam caracterizar um movimento
Escritural e inspirado dos céus. Quão devagar e relutantemente eu me rendi à convicção, forçado por tristes
fatos e situações que nem sequer me atrevo a dar detalhes, de que estava apenas jogando fora a minha vida
para conter essas ondas de discórdia, indolência, frouxidão, estreiteza, dogmatismo e morte espiritual que
não podia superar.”
Leitor, se você ainda está fora dessa Babilônia espiritual, tome este aviso daqueles que já passaram pelo
moinho, e fique de fora.
Mais recentemente, 1914, Alguns homens de destaque entre eles já admitem que: (1) A Sra. White
cometeu muitos erros em seus escritos “inspirados”; (2) Agora ela contradiz o que uma vez escreveu; (3)
Ela copiou de muitos outros autores aquilo que declara ser revelações de Deus; (4) Ela foi influenciada com
frequência por outros para escrever aquilo que auxiliasse seus projetos. O tempo comprovou isso tão
claramente que não pode mais ser negado. Consequentemente, suas revelações estão perdendo influência
junto aos seus homens mais capazes. Atualmente ela está com oitenta e sete anos de idade, e dizem ter
perdido a maior parte da sua capacidade mental. Os leigos, especialmente nas terras estrangeiras, sendo
ignorantes de todos estes fatos, ainda a consideram como a voz de Deus para eles.
6
CAPÍTULO II
Hesitei longamente em trazer questões pessoais para este livro, mas não pude ver outro modo de contar
minha história sem fazê-lo. Minha experiência ilustra o poder que o erro e a superstição exercem sobre os
homens. Fico admirado comigo mesmo de que tenha permanecido lá por tanto tempo, mesmo depois do meu
julgamento mais amplo ter-me convencido de que aquilo era um erro.
Propus-me citar os fatos de maneira simples, exatamente como aconteceram, doa a quem doer. Os
homens públicos se tornam propriedade pública, e como tais suas condutas e obras devem ser expostas e
discutidas. Esta é a minha razão para criticar a trajetória do Ancião White, esposa e outros. Eles convidaram
a crítica, ao se declararem reformadores, mais especiais do que outras pessoas.
Nasci em Kinderhook, condado de Branch, Mich., em 22 de setembro de 1840. Converti-me entre os
Metodistas sob os trabalhos do Rev. Sr. Hazzard e fui batizado por ele em 1858. Logo me mudei para
Albion, N. Y., para poder estudar. Ali, em 1859, ouvi o Ancião e a Sra. White. Ele pregou sobre a questão do
Sábado. Eu não era instruído e sabia muito pouco sobre a Bíblia. Não tinha noção da relação entre o Antigo e
o Novo Testamentos, a Lei e o Evangelho ou a diferença entre o Sábado e o Dia do Senhor. Achei que ele
havia provado que o sétimo dia ainda era obrigatório e que não havia nada que autorizasse a guarda do
Domingo.
Eu estava ansioso para fazer o que era certo. Comecei a guardar o Sábado, mas não tinha expectativas de
acreditar em mais alguma das suas doutrinas. É óbvio que eu comparecia aos seus encontros aos Sábados e
trabalhava aos Domingos. Isto me separou completamente dos outros Cristãos e lançou-me totalmente nos
Adventistas. Logo aprendi com eles que todas as outras igrejas eram Babilônia, estavam em trevas e sob o
olhar da reprovação de Deus. Os Adventistas do Sétimo Dia eram o único povo verdadeiro de Deus. Eles
tinham “a verdade”, toda a verdade e nada mais do que a verdade. Eles defendiam a obra de Miller de 1844;
acreditavam nas visões da Sra. White; no sono dos mortos; na aniquilação dos ímpios; lava-pés; etc.
Inicialmente estas coisas me confundiram e pensei em recuar, mas eles as explicavam de forma plausível,
suavizavam-nas e diziam que de qualquer forma crer nisso tudo não era nenhuma condição. Não tendo
ninguém com esclarecimento para me ajudar, passei a ver as coisas como elas eram, e em poucas semanas
comecei a crer em todo o sistema. Fui novamente batizado, como geralmente são os seus convertidos vindos
de outras igrejas, de modo a me tornar limpo de Babilônia. Persuadido de que o tempo era curto, desisti de ir
à escola e abri mão de qualquer outro tipo de estudo; ouvia suas pregações, devorava seus livros e estudei a
minha Bíblia dia e noite para dar suporte a essas novas visões. Eu era agora um crente fervoroso e ansiava
converter todos para a fé. Não tinha nenhuma dúvida de que aquilo era a pura verdade. Como eu já constatei,
esta é a experiência de todos os que vão com eles.
Em maio de 1864, fui licenciado para pregar. Logo comecei com o Ancião Van Horn, em Ithaca, Mich.
Tivemos um bom êxito; levantamos três associações naquele ano. Em 1865, trabalhei no condado de Tuscola
e obtive excelente êxito. Naquele ano fui ordenado pelo Ancião White. Até aquela data eu não tinha dúvida
alguma sobre a veracidade na nossa fé. Como agora eu havia começado a ver mais a respeito do Ancião
White, da esposa e o trabalho na sede, tive conhecimento de que havia problemas com ele. Vi que ele
determinava todas as coisas e que todos o temiam grandemente. Vi que ele era muitas vezes rabugento e
irracional. Isto me preocupava um pouco, mas não seriamente. Em 1866, fui enviado ao Maine com o Ancião
J. N. Andrews, o homem mais versátil entre eles. Para mim isto foi uma grande coisa. Atirei-me no serviço
com grande entusiasmo e estava muito feliz. O Ancião Andrews era forte na fé e muito radical, e eu
7
compartilhava do seu espírito. Tivemos excelente sucesso. Por aquele tempo eu havia me tornado um bom
escritor. Retornei à Battle Creek em 1867.
Naquela época houve um grande problema envolvendo o Ancião White, e foram realizados muitos
encontros na igreja para investigar a matéria. Era claro para mim que ele estava errado, mas a Sra. White o
apoiava em seus “Testemunhos”, e repreendeu seriamente a igreja. O Ancião Andrews e uns poucos outros
propuseram se posicionar pelo correto, e assumiram as consequências. Eu estava solidário com eles, mas
outros temeram, e, finalmente, todos murcharam e confessaram que “fomos cegados por Satanás.” Isto foi
assinado pelos ministros da liderança e humildemente aceito por toda a igreja (ver Testimonies, Vol. 1, pág.
612; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=612). Isso balançou bastante a minha fé e comecei a
questionar a inspiração da Sra. White. Vi que as suas revelações sempre favoreciam o Ancião White e ela
mesma. Se alguém ousava questionar seus métodos, logo recebiam uma revelação contundente proclamando
a ira de Deus sobre eles.
Por este tempo, no Oeste, muitos dos nossos ministros mais capacitados, formando quase um partido,
retiraram-se do corpo em oposição ao Ancião White e suas visões. Eles foram acusados de serem “rebeldes”,
foram sentenciados à perdição e foi profetizado que logo iriam para a ruína! Mas eles têm continuado o seu
trabalho por cerca de cinquenta anos, possuindo milhares de seguidores. Sua sede fica em Stanberry,
Missouri, onde publicam dois periódicos, livros, etc. Eles têm feito um bom trabalho no sentido de revelar a
falácia da inspiração da Sra. White.
Mas eu não me atrevi a abrir a minha mente para a alma. Eu era apenas um jovem e tinha pouca
experiência. Homens mais idosos e poderosos se curvaram e confessaram. O que eu poderia fazer? Eu não
disse nada, mas me senti horrivelmente mal. Desejei nunca ter ouvido sobre os Adventistas, mas logo estava
de volta ao meu campo, no Maine. Ocupado com meu trabalho, pregando nossa doutrina e cercado por
homens que acreditavam firmemente nela, rapidamente superei minhas dúvidas. Desde então aprendi que
dezenas de outros já passaram por um processo semelhante.
Em 1868, fui para Massachusetts. Estando fora dos problemas da sede, me senti melhor. Mas em maio de
1869, voltei para Battle Creek por um mês. A situação estava bem ruim. O Ancião White estava tendo
problemas com a maioria dos homens da liderança, e estes com ele. Fiquei bem convencido de que ele era a
causa real de tudo aquilo, mas a Sra. White o apoiava e isto definia as coisas. Eles eram os líderes escolhidos
por Deus e não podiam ser criticados ou obstruídos. Senti-me triste. Estava trabalhando duro a fim de trazer
homens para “a verdade”, como eles a chamam; para convencê-los de que ali estava um povo livre das
imperfeições das outras igrejas. Muito me abateu ver tal estado de coisas entre os líderes. Até ali eu mesmo
não tinha problema com ninguém, e o Ancião White era muito cordial comigo. Mas então percebi que se
algum dia viesse a ter alguma proeminência na obra, poderia esperar o mesmo tratamento que todos os
outros recebiam da parte dele. Quanto mais eu via da obra, mais objeções eu tinha a respeito dela. Não me
deterei para expô-las aqui, porque as apresentarei no Capítulo V.
Eu havia sido treinado tão completamente nas doutrinas Adventistas, que acreditava firmemente que a
Bíblia as ensinava todas. Desistir da fé Adventista era desistir da Bíblia. Todos os meus irmãos falavam desta
forma e assim eu também pensava.
Naquele ano fui à Iowa para trabalhar, onde permaneci por quatro anos laborando com o Ancião Butler,
que logo se tornou o presidente da conferência geral Adventista. Obtivemos bom êxito e edificamos diversas
igrejas. Finalmente, abri meu coração para o Ancião Butler e contei-lhe os meus temores. Eu sabia que
aquelas coisas o perturbavam tanto quanto a mim, pois com frequência falávamos sobre elas. Ele me ajudou
um pouco e novamente criei coragem e fui adiante, sentindo-me melhor. Ainda assim, a cada ano eu via mais
e mais que de algum modo as coisas não funcionavam da forma como eu imaginava que deveriam ser. Onde
quer que o Ancião White e esposa fossem, eles sempre entravam em conflito com os irmãos, e os melhores
irmãos também com eles. Cheguei a temer encontrá-los ou tê-los por perto de onde eu estava, pois sabia que
haveria problema com alguém ou com alguma coisa, e nunca deixou de ser assim. Eu vi igreja após igreja
serem divididas por eles; os melhores irmãos desanimados, enraivecidos e expulsos, enquanto eu era
obrigado a pedir desculpas por eles continuamente. Durante anos, a partir daí, o principal assunto de todos os
nossos grandes encontros era ouvir as reclamações do Ancião White contra seus irmãos. Nenhum homem da
liderança escapava – Andrews, Waggoner, Smith, Loughborough, Amadon, Cornell, Aldrich, Walker e uma
série de outros tiveram que tomar a sua vez para serem despedaçados na berlinda. Quatro horas em cada vez,
e vezes sem conta, eu me sentei em reuniões para ouvir o Ancião White e esposa acusando estes homens, até
8
que senti que restava pouca humanidade neles. Isso violentava todas as minhas convicções do direito e da
justiça, e excitava a minha indignação. Mesmo assim, qualquer que fosse a votação conduzida pelo Ancião
White, todos nós votávamos em unanimidade, e eu com o restante. Depois me retirava sozinho e me odiava
pela minha covardice, e desprezava meus irmão por sua fraqueza.
O Ancião e a Sra. White conduziam e determinavam tudo com mão de ferro. Nenhuma nomeação para
cargo, nenhuma resolução, nenhum item de negócio era colocado em discussão em reuniões administrativas
sem que antes houvessem sido previamente submetidos ao Ancião White para sua aprovação. Até anos
depois nós nunca vimos um voto de oposição sobre qualquer assunto, pois ninguém se atrevia a fazer isto.
Desse modo, toda votação oficial era apenas uma farsa. A vontade do Ancião White estabelecia todas as
coisas. Se alguém se atrevesse a se opor a qualquer coisa, ainda que humildemente, o Ancião White ou a
esposa rapidamente o silenciava. Longos anos de treinamentos iguais e este ensinam as pessoas a deixarem
que seus líderes pensem por eles; e daí tornam-se completamente submissas, como são os Católicos.
Essas, com outras coisas, me lançaram na dúvida e no desencorajamento, persuadindo-me a abandonar a
obra. Vi muitos ministros habilidosos e diversos homens valiosos nos deixarem por não poderem suportar tal
tratamento. Eu invejava a fé e confiança dos irmãos que eram ignorantes quanto a tudo isso, supondo que
Battle Creek era um pequeno céu, quando, de fato, era o mais próximo do purgatório do que qualquer coisa
que eu poderia imaginar. Muitas pobres almas foram para lá cheias de fé e esperança, mas logo retiraram-se
tachados de infiéis.
Em 1872, fui para Minnesota, onde logrei obter bom êxito. Naquela época comecei a escrever bastante, e
por isso era bem conhecido de todo o nosso povo. Em julho de 1873, eu e minha esposa fomos para o
Colorado passar umas poucas semanas nas montanhas com o Ancião White e esposa. Logo presenciei coisas
muito desagradáveis vivendo em família. Agora a minha vez tinha chegado, mas em vez de me reprimir,
como a maioria dos outros fazia, falei para o ancião livremente tudo o que passava em minha mente. Isto nos
levou a uma ruptura aberta. A Sra. White ouviu tudo, mas não disse nada. Em poucos dias ela recebeu um
longo “testemunho” escrito para mim e minha esposa. Nele justificava o seu esposo de todas as coisas e nos
colocava como rebeldes contra Deus, sem esperança de ir para o céu, a menos que houvesse uma completa
rendição a eles. Eu e minha esposa o lemos muitas vezes com lágrimas e orações, mas não podíamos ver um
modo de conciliá-lo com a verdade. Ele continha muitas declarações que sabíamos serem falsas. Vimos que
havia sido ditado por um espírito de retaliação, uma determinação para quebrar nossas vontades ou esmagar-
nos. Por algum tempo ficamos em grande perplexidade, mas a confiança que eu ainda tinha em muito da
nossa doutrina, e o meu medo de fazer algo errado, me segurou; mas fiquei num estado de perfeita
miserabilidade durante semanas, não sabendo o que fazer. Entretanto, preguei algum tempo no Colorado e
depois fui para a Califórnia, onde trabalhei com minhas mãos por três meses, tentando decidir o que fazer.
Os Anciãos Butler, Smith, White e outros nos escreveram e tentaram reconciliar-nos com a obra. Não
sabendo mais o que fazer, finalmente decidi esquecer todas as minhas objeções e ir adiante como antes.
Assim confessamos para o Ancião White tudo o que era possível, e ele generosamente nos perdoou! Mas dali
em diante a minha fé na inspiração da Sra. White enfraqueceu. O Ancião White tornou-se muito amigável
comigo após tudo aquilo.
Agora os Adventistas dizem que eu os deixei por cinco vezes, e que esta foi uma das cinco. Isto é
totalmente inverídico. Eu simplesmente parei de pregar por algumas semanas, mas não me retirei da igreja
nem renunciei à fé. Se isso significava deixá-los, então a maioria de seus líderes também os deixaram, pois
todos eles tiveram os seus períodos de provação, quando interromperam a sua obra por algum tempo. Por
volta de 1856, os Anciãos J. N. Andrews e J. N. Loughborough, que na época eram os ministros mais
destacados entre eles, e muitas outras pessoas, deixaram a obra e se dedicaram aos negócios em Waukon,
Iowa. A Sra. White deu relato disso em “Experience and Views”, pág. 219-222. O Ancião White e esposa
foram lá, e depois de muito esforço os trouxeram de volta. A Sra. White diz: “Um partido insatisfeito havia
se estabelecido em Waukon... O irmão J. N. Loughborough, em desânimo, foi trabalhar em seu comércio.
Ele estava prestes a comprar terras”, etc. (pág. 222). Estes homens fizeram exatamente aquilo que eu fiz.
O Ancião Uriah Smith, de longe o homem mais hábil em seu escalão, também teve as suas temporadas
de dúvidas, quando parou com a obra e se engajou em empreendimentos seculares. Ouça a sua própria
confissão:
“Não nego que tive em minha experiência períodos ocasionais de provação. Existem momentos em que
as circunstâncias se apresentam muito confusas; quando o caminho para harmonizar crenças aparentemente
9
conflitantes não aparece de imediato; e quando em dadas épocas surgem fortes motivações para nos
retirarmos da obra. Tenho examinado minuciosamente a questão de até que ponto isso pode feito
razoavelmente, ou quanto dessa obra poderia ser abandonada de forma coerente.” (Replies to Canright, pág.
107).
Suas próprias palavras mostram que ele duvidou de diferentes partes da teoria, o mesmo que aconteceu
comigo. Durante anos tivemos convívio íntimo; viajamos e trabalhamos juntos com frequência.
Conversávamos livremente sobre essas questões. Suas dúvidas e provações eram muito similares às minhas.
Isto aconteceu por um longo período de anos, até que chegou a um ponto onde parecia que ele iria abandoná-
los completamente. Sua esposa chegou perto da insanidade, ao passar pelas mesmas provações. Finalmente
eles se quebraram, “confessaram” da mesma forma que eu havia feito uma vez, e agora declaram estarem
satisfeitos. Ele me escreveu dizendo que tinha de endossar as visões da Sra. White acima de tudo. A coisa é
tão irracional que a maioria deles fica constantemente mais ou menos perturbados, exatamente como eu
ficava. Na linguagem de J. W. Morton:
“Tenho pena das suas ilusões e abomino a tirania espiritual pela qual eles e outros são aprisionados aos
dogmas mais não-Escriturais já vistos. Até mesmo o Sr. Smith, por quem, ainda que possa me acusar, eu
nutro apenas os mais amáveis sentimentos, está numa posição que requer meiga comiseração. Esperava-se
que ele, como o grande homem da denominação (pois indubitavelmente ele é de longe o homem mais
talentoso que possuem), desse uma aprovação explícita das reivindicações de inspiração da Sra. White; mas
ainda que se vasculhe suas declarações públicas sobre este ponto – especialmente para aquele que tem
habilidade para 'ler as entrelinhas' – pode ver que a sua aprovação é tão fraca que nem chega a ser uma
aprovação. Eu não gostaria que o meu maior inimigo estivesse nesta posição. Ele está, ao menos em parte,
sob o controle de uma tirania espiritual. Oh, que Uriah Smith tivesse a coragem e a virilidade para afirmar,
diante de Deus e dos homens, o seu direito à 'alma liberta' que é herança de cada filho de Deus!”
O Ancião Geo. I. Butler, que por muitos anos tomou o lugar do Ancião White como líder da
denominação, entrou em provação com seus irmãos e praticamente saiu da obra. Até a metade da sua vida
ele foi um pequeno fazendeiro. Naturalmente ele era um homem humilde, bom, com um forte senso de
justiça. O Ancião White enciumou-se dele. Mais tarde a Sra. White também se voltou contra ele e exigiu
uma submissão servil, a qual ele não poderia se submeter. Disse que quando não pudesse ser um Adventista
e um homem, seria um homem, como outros decidiram. Desapontado e amargurado, sob pretexto de doença
física, ele foi para uma pequena fazenda na Flórida – outro exemplo do efeito aflitivo do Adventismo. Ele
está agora fazendo o que eu fiz duas ou três vezes, apenas por um motivo diferente. Acaso ele os deixou?
Em 1874, o Sr. White organizou um grande debate, que tomou lugar em Napa City, Cal., entre o Ancião
Miles Grant, de Boston, Mass., e um dos nossos ministros. Embora estivessem presentes o Ancião White e
esposa, o Ancião Cornell e Ancião Loughborough, seus homens mais capacitados, eles escolheram a mim
para defender o nosso lado, o que fiz por cerca de uma semana, enquanto os outros ministros sentavam ao
meu lado. Mencionei isto para mostrar a confiança que eles tinham em mim, ainda que estivesse em tão
grande tribulação apenas alguns meses antes.
Em 1875, retornamos à Michigan. O Ancião Butler estava agora estremecido com o Ancião White, que
aproveitava todas as oportunidades possíveis para desprezá-lo; mas eu estava em alta conta e fui enviado
para participar de suas reuniões estaduais em Vermont, Kansas, Ohio e Indiana. Com o Ancião Smith fui
enviado como delegado para a Conferência Geral Batista do Sétimo Dia.
Em 1876, fui enviado para Minnesota, depois ao Texas, e assim pela maioria dos estados do sul para
cuidar dos seus interesses por lá. A cada ano maiores responsabilidades eram colocadas sobre mim. Naquele
ano estabeleci uma grande igreja em Rome, New York, e trabalhei pelo estado. Fui com o Ancião White e
esposa para Indiana e Illinois, e depois enviado ao Kansas para participar de um debate e ao Missouri com o
mesmo propósito. Neste ano fui eleito um dos três membros do Comitê da Conferência Geral junto com o
Ancião White e Ancião Haskell, e continuei no comitê por dois anos. Este é o cargo oficial mais elevado na
denominação.
Em 1877, fui para a Nova Inglaterra onde edifiquei duas igrejas e fiz outros trabalhos. Passei o ano de
1878 em trabalhos diversos em vários estados, como Massachusetts, Michigan, New York, Iowa, Wisconsin,
Minnesota, Colorado e Ohio. No outono, fui presidente da conferência de Ohio.
10
Em 1879, trabalhei em Michigan, Ohio, Indiana, Kentucky e Tennessee. Na conferência geral, em Battle
Creek, no outono, as coisas estavam em mau estado. O Ancião White estava irritado e a Sra. White
pressionou pesadamente vários ministros. Aspereza, busca por falhas e acusações estavam na ordem do dia.
Senti que havia muito pouco do espírito de Cristo presente. Saí dali o mais rápido possível. Vi mais e mais
claramente que um espírito de opressão, crítica, desconfiança e dissensão era o resultado da nossa obra; em
vez de brandura, bondade e amor entre irmãos. Por todo o próximo ano estes sentimentos cresceram em
mim, até que comecei a temer que estivéssemos fazendo mais mal do que bem. Meu trabalho levou-me entre
as igrejas antigas, onde eu podia ver o seu fruto. Geralmente elas estavam frias e mortas, desviadas ou em
uma briga, ou quase extintas, quando uma vez já tinham sido igrejas grandes e prósperas. Perdi o ímpeto de
erigir novas igrejas para se tornarem da mesma forma. Um dia eu decidia abandoná-los inteiramente, e no dia
seguinte decidia ir adiante e fazer o melhor que pudesse. Nunca sofri angústia mental maior em minha vida.
Trabalhei naquele ano em New York, Pennsylvania, Illinois, Michigan e Ohio.
No outono de 1880, resolvi abandonar os Adventistas, e, se pudesse, ir para alguma igreja. Eu era o
presidente da conferência de Ohio. Nossa reunião anual foi em Clyde, Ohio. O Ancião e a Sra. White
estavam lá. Na minha mente estava preparado para deixá-los tão logo o encontro terminasse. Contra a minha
recusa eles me reelegeram presidente. A Sra. White instou comigo. Disse que eu era o homem certo para o
lugar, mesmo com a sua reivindicação especial capaz de revelar os erros ocultos na igreja. Ali estava uma
importante questão. Por que ela não teve uma revelação sobre isto? Não. Pelo que ela imaginava, estava tudo
em ordem comigo. Na próxima semana eu renunciei, fui para o leste e escrevi para o Ancião White dizendo
que não poderia mais seguir com eles. Então ela me enviou uma longa revelação escrita, denunciando-me
como um filho do inferno e um dos homens mais ímpios, embora apenas duas semanas antes ela me visse
como adequado para ser presidente de uma conferência!
Por três meses lecionei elocução. Não sabia o que fazer. Falei com ministros de outras igrejas, mas eles
pareciam não saber como me ajudar. Eu não conseguia decidir nada. Agarrei-me ao meu Cristianismo, ao
amor por Cristo e à Bíblia. Preguei e trabalhei quando tinha a oportunidade. Estava contente por ter decidido
deixar os Adventistas e me sentia muito melhor. Finalmente, encontrei minha esposa atual, que foi uma
Adventista. Então tive uma longa conversa com o Ancião Butler, Ancião White, Sra. White e outros, e fui
persuadido de que as coisas não eram como eu havia imaginado. Eles disseram que eu estava em trevas,
guiado por Satanás e iria para a ruína. Toda a influência dos velhos amigos, associações, hábitos e conceitos
longamente cultivados vieram à tona e foram fortes demais até mesmo para o meu melhor julgamento. Eu
cedi, e decidi novamente viver e morrer com eles. Em meu julgamento e consciência estava envergonhado da
rendição que havia feito, mas, ainda assim, procurei me sentir melhor e ir adiante.
11
qualidades e indubitavelmente estava destinado a ser um Cristão; mas seu forte desejo de comandar e
centralizar todas as coisas, aliado a um temperamento irritadiço, sempre o manteve em problemas com
alguém. Ninguém podia trabalhar em paz com ele durante muito tempo. O Ancião Butler me disse que a sua
morte foi providencial para salvar o corpo de uma ruptura. A Sra. White ficou tão ofendida com Butler, que
desde então parou de se comunicar com ele por um longo período. Todos essas coisas me ajudaram a ver que
eu estava sendo conduzido por homens egoístas e ambiciosos, que eram pobres exemplos de reformadores
religiosos.
Naquele ano trabalhei no Canadá, Vermont, Maine, Nova Inglaterra e Michigan; e no outono fui eleito
membro do Comitê Executivo Estadual de Michigan. Trabalhei outro ano em Michigan, mas estava infeliz.
Não conseguia superar minhas dúvidas; não colocava o coração na obra. Diversos ministros da liderança do
estado sentiam quase o mesmo. Então eu decidi deixar silenciosamente o ministério e ir para a agricultura.
Isto eu fiz por dois anos, mas mantive minha membresia com a igreja e trabalhei junto com ela. Mas eu
estava no purgatório todo o tempo, tentando acreditar naquilo que não conseguia. Apesar disso, eu não havia
me estabelecido em qualquer outra igreja; temia que pudesse estar errado e assim fiquei estático. No outono
de 1884, o Ancião Butler, meu velho amigo e agora no comando da obra Adventista, fez um grande esforço
para me reconciliar e trazer-me novamente de volta ao trabalho. Ele me escreveu várias vezes, para as quais
não dei resposta. Finalmente, ele me telegrafou e pagou a minha taxa para um encontro campal. Ali encontrei
velhos amigos e associações, tentando ver as coisas tão favoráveis quanto possível, ouvi esclarecimentos,
etc., etc., até que ao fim me rendi novamente. Eu estava adoecido por uma posição indecisa. Pensei que de
qualquer forma poderia fazer algo de bom ali; todos os meus amigos estavam ali; eu ainda acreditava em
muito da doutrina e iria para a ruína se os deixasse, etc. Ali resolvi engolir todas as minhas dúvidas, acreditar
em todas as coisas a todo custo e ficar com eles para o melhor ou o pior. Assim, fiz uma forte confissão, da
qual me envergonhei antes que a empolgação esfriasse.
Eu estava satisfeito? Não. No fundo do meu coração estava envergonhado de mim mesmo, mas tentava
sentir que isso não era assim. Mas logo me senti melhor, porque havia decidido. Minha fé voltou
gradualmente, até que voltei a sentir de verdade uma forte fé em toda a doutrina. Não passava mais na minha
mente que deveria partir. Em poucas semanas fui enviado para participar de encontros de avivamento em
Battle Creek; fui indicado junto com o Ancião Butler para palestrar diante dos ministros sobre como
trabalhar com êxito; conduzi um curso similar na Academia, em South Lancaster, Mass.; estava nos
encontros estaduais em New York, Michigan, Indiana e Ohio. Na primavera de 1886, fui indicado para
palestrar diante da classe teológica no Battle Creek College e da equipe do Editor Associado do 'Sickle'.
Por meio do meu apelo urgente, um esforço foi feito para trazer os nossos ministros para um programa de
estudo no qual eles eram muito deficientes. Eu estava no comitê para organizá-lo. Selecionei o curso de
estudos e elaborei todas as perguntas, através das quais eles seriam avaliados. Disponibilizaram-me um
taquígrafo, e no verão fui enviado para dez estados diferentes, a saber, Ohio, Indiana Illinois, Kansas,
Colorado, Iowa, Wisconsin, Minnesota, Dakota e Michigan, para participar de suas conferências estaduais,
examinar seus ministros, reportar suas reuniões para o diário impresso, etc., e isto eu fiz.
No nosso embate com os Discípulos, em Des Moines, Iowa, concordei que cada lado deveria selecionar
um representante para manter um debate sobre a questão do Sábado. Eles escolheram o Professor D. R.
Dungan, presidente da Drake University. Nosso povo me selecionou. Tínhamos a expectativa de um
encontro notável, e fiz todo o esforço possível para estar pronto. A preparação teve muito efeito em me
convencer da incoerência de algumas das nossas posições sobre as alianças, as duas leis, etc. Em nossa
Conferência Geral do outono havia acontecido uma profunda divisão entre os nossos líderes, a respeito da lei
em Gálatas. Um grupo afirmava que se referia à lei cerimonial; o outro, à lei moral – uma completa
contradição. Após uma longa e acalorada discussão a conferência terminou, com cada partido mais confiante
do que antes. Houve também muitos desacordos sobre outros pontos da doutrina e uma boa dose de
sentimento de dissenção. Isto, com outras coisas, trouxeram de volta mais uma vez os meus antigos
sentimentos de dúvidas e me fizeram decidir que era chegada a hora de examinar e pensar por mim mesmo, e
não mais ser conduzido ou intimidado por homens que não conseguiam concordar nem entre eles mesmos.
Por várias semanas usei cada minuto que dispunha orando e examinando cuidadosamente todas as
evidências sobre o Sábado, a lei, o santuário, as visões, etc., até que não restasse nenhuma dúvida de que a fé
Adventista do Sétimo Dia pudesse ser uma ilusão. Depois coloquei a questão diante dos líderes em Battle
Creek, renunciei a todos os cargos que tinha e pedi que fosse desligado da igreja. Isto foi aceito em 17 de
fevereiro de 1887. Esta foi a primeira e única vez que eu me retirei da igreja, e não houve nenhuma acusação
12
feita contra mim durante os vinte e oito anos em que estive com eles. Tão logo me posicionei de maneira
firme para ser um homem livre e pensar por mim mesmo, um grande fardo que eu havia carregado todos
aqueles anos saiu de sobre mim. Eu me sentia como um novo homem. Finalmente estava livre da escravidão.
Nunca, em momento algum, me arrependi do passo que tomei.
Eles agora divulgam que eu os deixei quatro ou cinco vezes antes, e depois voltei. Isto é inteiramente
inverídico. Desde a época em que me uni a eles, em 1859, até a minha saída, em 1887, permaneci em boa
posição naquela igreja. Depois que fui licenciado para pregar, em 1864, minhas credenciais foram renovadas
todos os anos, com exceção de um, quando estava na fazenda e não solicitei a eles renovação. Até que os
deixei, em 1887, nem uma única vez preguei ou escrevi contra eles; tampouco me uni a qualquer outra igreja,
nem ensinei outra doutrina contrária às suas. Deixe-os negar algumas dessas declarações, se puderam. Eles
dizem que talvez eu ainda vá retornar para eles. Eles sabem mais. No momento em que firmei minha posição
a questão restou estabelecida para sempre. O fato de eu ter permanecido com eles durante todas essas
provações, por vinte e oito anos, mostra que não sou um homem vacilante, como eles agora tentam fazer
parecer.
13
Não obstante ser bem conhecido de todos que eu frequentemente tinha sérias dúvidas sobre a sua fé,
mesmo assim, tão logo estava com eles novamente, colocavam-me imediatamente sempre à frente e me
encarregavam dos trabalhos mais importantes. O Ancião Butler, diz: “Sem dúvida seria ele [eleito para cargo
importante], se não tivesse provado ser não-confiável em tantas situações. Sua capacidade teria justificado.”
(Review and Herald Extra, 22 de novembro de 1887).
Imagina-se agora que eu fui um homem em busca de posição oficial, cuidando mais de lugar e cargos do
que de verdade e consciência. Se fosse assim, o que eu teria feito? Teria ido direto para as suas opiniões,
buscando ser pleno em fé e em harmonia com eles. Mas, ao invés disso, mais de uma vez fui diretamente aos
seus homens de influência – os Anciãos White, Butler, Haskell, etc. – e expus para eles as minhas dúvidas.
Deixe que os homens sinceros julguem os meus motivos.
No dia que os deixei, eu mantinha os seguintes cargos: era professor de teologia no seu colégio, em
Battle Creek, onde tinha uma classe com quase duzentos de seus melhores jovens; era editor associado do
Gospel Sickle; estava escrevendo as lições para todas as suas Escolas Sabatinas através do mundo; estava
encarregado de dezoito igrejas em Michigan; era membro do Comitê Executivo da Associação Internacional
da Escola Sabatina; membro do Comitê Executivo da Associação da Escola Sabatina do Estado de Michigan;
e na última seção da conferência geral, era presidente da Associação Internacional da Escola Sabatina e
estava em nove comitês diferentes, vários deles os mais importantes da conferência, como o que tratava da
distribuição dos obreiros por todo o mundo, o comitê teológico, o de encontros campais, o de curso especial
de estudo em nosso colégio, o de aperfeiçoamento do ministério, etc. Isso mostra o que eles pensavam das
minhas qualificações. Eu tinha acabado de redigir um novo panfleto, o “Critical Notes”, o qual imprimiram
uma edição de 10.000 exemplares depois que parti. Outros de meus trabalhos eles revisaram, deixaram meu
nome de fora e ainda continuam usando-os. Por que me reimprimir depois de os ter deixado e renunciado
àquilo que ensinam? Agora eles dizem que os meus escritos eram comuns e sem valor, mas enquanto estava
com eles foram publicados cerca de vinte produções diferentes de minha autoria, e postas em circulação
centenas de milhares delas; diversas delas foram traduzidas para outras línguas e me pagaram centenas de
dólares por elas. É estranho que de um momento para outro eu tenha me tornado tão imbecil e meus escritos
tão sem valor. Qualquer um pode ver a intenção de tudo isso.
O Ancião Smith, em Replies to Canright, pág. 25, diz que os deixei numa época em que a minha retirada
causou mais embaraço a eles do poderia ter ocorrido em qualquer outra. Com isso confessa que eu estava me
tornando mais e mais útil a eles, e todos sabem que eu estava. Ao tempo em que os deixei, estava sendo mais
bem pago do que nunca antes e tinha um relacionamento amigável com todos. Todos os homens da
liderança, como Butler, Haskell, Smith, etc., eram meus amigos pessoais, prontos para fazer tudo ao seu
alcance para me ajudar. Se eu tivesse desejado cargo ou melhor posição, tudo o que tinha a fazer era ir
adiante sem hesitação, e os cargos viriam para mim mais rápido do que eu pudesse ocupá-los. Mas, se eu os
deixasse, para onde poderia ir? O que poderia fazer? Como poderia reconstruir uma vida? Enfrentei tudo isso
e foi necessário toda a coragem e fé em Deus, de modo que pudesse assumir o risco.
Deixá-los me custou um terrível esforço e um grande sacrifício, pois, ao fazê-lo, tive que abandonar
todos os meus amigos de uma vida inteira; as queridas esperanças da minha juventude, todo o trabalho da
minha vida, todos os meios do meu sustento, todas as posições honráveis que mantive e trazendo sobre mim
o opróbrio, ódio e perseguição. Tive que começar uma vida totalmente nova entre estranhos, com métodos
não testados, sem a certeza para onde ir ou o que fazer. Ninguém que não tenha tentado jamais pode começar
a sentir a luta e o medo que isso provoca. É o medo de tudo isso que mantêm muitos com eles, ainda que
estejam insatisfeitos onde estão. Eu sei que as coisas são assim, pois muitos me confessaram e mesmo assim
permaneceram onde estavam.
Qualquer um que tenha franqueza e justiça pode ver de pronto que o interesse egoísta e a ambição
pessoal me teriam mantido com eles. Ademais, tão logo os deixei, embora tenha saído quieto e
pacificamente, e ido inteiramente sozinho, e até mesmo falando favoravelmente a respeito deles,
imediatamente atribuíram a mim toda sorte de motivos malignos, pecados degradantes e intenções
ambiciosas. Parece que sentiam ser um dever sagrado arruinar a minha reputação, e, se possível, destruir
minha influência. “Apóstata” foi o epíteto que todos aplicaram a mim. Fui comparado à Balaão, à Coré, Datã
e Abirão, à Judas, Dimas e a toda uma lista de indivíduos com caráter maligno. Nenhum motivo honesto ou
digno foi atribuído a mim. Fizeram circular informes cruéis e perversos quanto ao que eu fiz ou disse –
coisas que eu não ousaria nem mesmo pensar. Mesmo assim todos foram amplamente aceitos e cridos como
14
verdade inquestionável. Mas eu esperava isto, pois esta é a forma como são tratados todos os que se atrevem
a sair do meio deles e apresenta as suas razões para tal.
Durante os vinte e cinco anos que os deixei, até hoje, eles têm colocado espiões constantemente no meu
rastro, os quais observam e reportam as últimas coisas que eu tenho dito ou feito, a fim de deturpar para o
mal, se possível. Isso eles fazem circular pelos confins da terra, chegando de volta para mim em jornais ou
cartas. Eles emitiram quatro publicações diferentes contra mim; e a Sra. White, em sua última “revelação”,
dedicou três artigos a mim! E ainda dizem que eu não fiz nada! “Uvas verdes”, como podem ver. Foi
amplamente divulgado que eu havia sido acometido de uma doença terrível, havia arruinado a minha igreja,
sido expulso da denominação e muito mais; com relação ao que o Senhor julgará entre nós. Os pastores
daqui e os homens públicos do lugar tiveram que escrever declarações para contestar esses ataques em
diferentes estados. Algumas vezes parecia difícil suportar isso, mas sabendo que eu estava certo, tive a graça
e paciência para manter-me focado em meu trabalho, e deixar o resto com Deus e meus amigos.
Recebo constantemente cartas de todas as partes do país relatando que os Adventistas afirmam que eu
pedi para voltar para o meio deles! Eles divulgarão isso até que eu morra e muito depois. Este livro será
minha resposta. Eles estão tão seguros de que a maldição de Deus seguirá todos aqueles que os abandonam,
ou que se tornarão infiéis, ou retornarão a eles, que não podem ser convencidos de que o desfecho será de
outra forma.
Um exemplo de carta:
“Glenwood Springs, Col., 29 de março de 1889. D. M. Canright, Otsego, Mich.:
Meu caro Amigo e Irmão,
Se o estrondo tremendo do relâmpago tivesse arrancado o meu escalpo, eu não teria ficado mais surpreso
do que fiquei hoje, ao ter chegado às minhas mãos o seu panfleto intitulado “The Jewish Sabbath” (O Sábado
Judaico). Li você durante anos, vendi suas obras valiosas e preguei a “Mensagem do Terceiro Anjo.” Agora
eu gostaria de lhe perguntar como o nosso povo deve tratá-lo? Que eu saiba, você era um grande favorito e
citado com mais frequência do que qualquer um que está na direção. Será que eles vão se voltar contra você
tão duramente quanto fizeram no Snook? Suponho que a sua grande pesquisa e o estudo de toda uma vida
sobre o assunto em questão não serviu para nada entre eles, e você está sendo contado entre os anjos caídos.
F. A. B.”
15
CAPÍTULO III
Amplamente as pessoas são atraídas pela doutrina Adventista do Sétimo Dia por causa do medo; medo
de serem condenadas, se recusarem. Uma vez dentro, elas tentam se sentir felizes, mas bem poucas
realmente são.
Em uma grande categoria, os mais instruídos, existem tantas dúvidas e temores, um sentimento de querer
alguma coisa que não encontram, que os torna muito infelizes. Muitos de seus ministros passaram pelas
mesmas tribulações que eu tive, e um sem número deles os abandonaram, como eu fiz, enquanto outros se
ajustaram e permaneceram com eles. O próprio Ancião Smith teve dúvidas. A Sra. White fala dele: “Ele
deveria ter como regra não falar de forma descrente ou desencorajadora.” “Meu esposo tem acalentado essa
escuridão por tanto tempo vivendo o passado infeliz, que ele tem pouco poder para controlar sua mente
quando habitada por essas coisas.” (Testimonies Vol. III, pág. 96, 97; http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=141&p=96). A própria Sra. White, como poderíamos esperar, é incomodada pela incredulidade. Ela diz:
“Na noite em que acordei meu marido, dizendo, 'Estou com medo de que esteja me tornando uma infiel.'”
(Testimonies, Vol. I, pág. 597; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=597). Praticamente todos os
seus ministros proeminentes tiveram seu tempo de tribulação, o mesmo que eu tive, quando pararam de
pregar e foram para outro labor, como já vimos.
Citarei umas poucas palavras de cartas recebidas:
“Tenho tido muitos períodos sombrios na minha experiência por causa dessas dúvidas. Certa vez decidi
que deveria seguir as convicções do meu próprio julgamento, mas quando chegou a hora, a pressão foi tão
forte que tentei me convencer de que eu estava errado... Os fatos são estes, sou apenas um miserável... Parece
ser uma coisa terrível tomar um curso que fará com que todos os seus amigos queridos desse mundo passem
a te olhar como alguém caído da graça; e aqui estou, aprisionado com essas correntes.”
Outro escreve: “Sinto que as crenças mantidas pelos Adventistas são tão opressivas, que elas me
esmagam. É um jugo de escravidão sob o qual não consigo ficar de pé. Eu queria estar certo.”
Outro ministro, D. H. Lamson, escreve: “Como me sinto esticado, enquanto cadeias são forjadas para
todos os membros involuntários! Que aflição estamos metidos como um povo! Que miséria! E não há
alívio?”
E ainda outro ministro talentoso, W. C. Gage, me escreve: “Nossos ministros, como também o povo,
estão crescendo para se tornarem uma denominação de hipócritas, por um temor servil de expressar uma
crença honesta... Estou doente e desanimado... A base da confiança se foi, e eu só tenho que aguardar o
resultado da questão.”
Ainda outro, Uriah Smith, escreve: “Existe um medo por parte dos poderes de livre pensamento e livre
discussão. Na medida em que é este o caso, é uma vergonha e desgraça para nós.”
E mesmo assim esses irmãos remendam a questão de alguma forma e vão adiante como se nada estivesse
errado. Eu sei como me apiedar deles, pois eu mesmo passei exatamente pela mesma experiência. E outro
escreve: “Eu gostaria de nunca ter ouvido a pregação Adventista. Antes disso eu sei que desfrutava da graça
de Deus; não estava atribulado sobre doutrina... Penso que então eu tinha alguma influência sobre os outros
para o bem, mas temo que a minha mudança de fé teve uma má influência sobre meus filhos.” É estranho
dizer, mas estes são os mesmos homens que agora me acusam do pior, porque eu tive a coragem de assumir
as minhas convicções, ao passo que eles não tiveram.
16
Estes são simples exemplos de como se sente um grande número deles, desde homens em posição de
liderança até o mais humilde na igreja. Generalizadamente eles guardam tudo para si mesmos, mas
ocasionalmente extravasam. Muitos deles quase saem, e depois caem de volta para morrer aos poucos em
escravidão pelo resto de suas vidas. Mas, se estas pessoas estão em tal escravidão, por que não se libertam e
ficam livres? Quem iria molestá-las? Devemos lembrar que se trata de uma escravidão pior do que a
escravidão Africana – a escravidão da tirania e superstição religiosa. Eu fui mantido nela durante anos e
conheço o seu poder.
Milton F. Gowell, Chicago, apresenta um quadro tão verdadeiro da experiência Adventista, que o cito de
uma carta que me enviou. Frequentemente eu estava na casa de seu pai, em Portland, Me., quando Milton era
um menino. Ele diz:
“Minhas recordações daqueles dias são cheias dos terrores da lei; dos gráficos proféticos; das visões da
Sra. White; do Sábado, Sábado, Sábado; reforma da saúde, imposição de vestuário; um grande zelo para ser
trabalhador no Domingo, e pouco ou nada de Cristo. Todos os fazer estavam indelevelmente impressos em
minha mente, tal como um menino; mas, o crer em Cristo para a salvação e o descansar na sua obra
concluída, eu não tenho nenhuma lembrança. Quantos se juntaram aos Adventistas do Sétimo Dia totalmente
não-salvos, não conhecendo nada da graça de Deus, ouvindo apenas mal e mal sobre a lei. Eu me uni a eles
quando tinha quatorze anos, sob persuasão, culpado diante de Deus, mas não salvo, e ainda assim fui
batizado na igreja como um guardador do Sábado. Não recebi nenhuma paz, nenhum descanso, até que
entrei no descanso ao crer naquilo que abracei há cerca de três anos e meio, resgatado da fronteira da
infidelidade.”
Esta é exatamente a impressão que todos os filhos daquele povo estão recebendo – legalismo frio.
Enquanto este homem foi finalmente salvo da infidelidade, centenas deles não estão, como eu bem sei.
17
Os tristes exemplos de seus ministros de liderança que tem sido culpados de adultério provam que a sua
igreja não tem nada que possa se vangloriar perante as demais igrejas na pureza de seus ministros e
membros.
SEUS MÉDICOS.
Eles têm sido igualmente infelizes com seus médicos em seu sanatório de Battle Creek. Dr. H. S. Ley,
um homem excelente, foi o primeiro médico-chefe. Ele deixou a instituição num julgamento e ficou fora do
trabalho durante anos. Sr. Wm. Russel, um médico talentoso, veio a seguir. O que ele viu lá do Adventismo
fez dele um infiel, e foi demitido. A seguir, creio eu, veio o Dr. M. G. Kellogg. O tratamento que ele recebeu
o impeliu ao ceticismo durante anos. Depois veio Dr. Sprague e Dr. Farfield, ambos renunciaram à fé, e,
acredito, agora são céticos. Sr. Lamson e Sra. Fellows, ambos patronos do sanatório, perderam sua fé na
doutrina. Dr. Smith, fervoroso na fé, renunciou a ela. Aqui novamente vemos que a instrução torna inaptos
os homens para o Adventismo. Desconheço outra igreja que tenha perdido proporcionalmente tantos de seus
homens mais proeminentes. A cada ano, até agora, eles têm perdido tantos talentos que já é maior o número
dos que os deixaram do que os que permanecem com eles.
18
A Sra. White, em Testimonies, Vol. I, pág. 113, diz: “O Espírito do Senhor se extinguiu da igreja.”
(http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=113); “As igrejas têm quase perdido sua espiritualidade e fé.”
(pág. 119); “Vi a terrível verdade do povo de Deus conformado com o mundo, sem distinção, a não ser em
nome.” (pág. 133); “Cobiça, egoísmo, amor ao dinheiro, amor ao mundo, estão todos entre as fileiras dos que
guardam o Sábado.” (pág. 140); “Está-se perdendo a piedade vital.” (pág. 153); “Existe muito pouco amor
um para com o outro. Um espírito egoísta se manifesta. O desencorajamento veio sobre a igreja.” (pág. 166);
“Espiritualidade e devoção são raros.” (pág. 469).
Muitos deles nem mesmo são honestos. Ela diz: “Como eu vi o espírito de defraudação, de engano,
mesquinhez, mesmo entre alguns que professam ser guardadores do Sábado, chorei de angústia.” (pág. 480);
“Existe muito pouca oração. Na verdade, a oração está quase obsoleta.” (pág. 566); “Nem um em vinte dos
que possuem boa posição com os Adventistas do Sétimo Dia está vivendo os princípios de autosacrifício da
palavra de Deus.” (pág. 632).
Da igreja de Battle Creek, ela diz: “Eu posso indicar família após família dos filhos desta casa, cada um
dos quais é corrupto como o próprio inferno.” “Exatamente aqui, nesta igreja, a corrupção está por todos os
lados.” (Vol. II, pág. 360, 361; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=140&p=360); “Pecado e vício existem
nas famílias que guardam o Sábado.” (pág. 391). “Temos um ministério anão e deficiente.” (Vol. IV, pág.
441; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=142&p=441). Em Testimony nº 33, recém-publicado, a Sra. White
diz: “Existe uma deplorável falta de espiritualidade entre nosso povo... Houve um espírito de autosuficiência
e uma disposição de lutar por posição de supremacia. Tenho visto que a autoglorificação se tornou comum
entre os Adventistas do Sétimo Dia.” (pág. 255, 256). Assim, na medida em que se tornam mais velhos, são
obrigados a confessar para todos as fraquezas e deficiências que eles imputam enfaticamente às outras
igrejas.
Eu poderia citar páginas inteiras de confissões como estas, vindas da Sra. White e de seus homens de
liderança. Eles são obrigados a fazê-las. É comum em seus encontros campais ver que consideram seus
membros como apóstatas. Sua pregação em grande parte consiste da repreensão de seus membros por sua
frieza. De fato, a coisa é um fracasso prático qualquer que seja a maneira como você olha. São eles de algum
modo melhor e mais espirituais do que as igrejas normais que acusam? Não, como mostrado acima. Após
estar bem familiarizado com ambos, digo confiantemente que existe tanta devoção e espiritualidade entre as
igrejas Evangélicas quanto entre os Adventistas. Se, então, essas coisas nas outras igrejas provam que são
Babilônia, elas também provam o mesmo para a igreja Adventista (Ver Apêndix A).
19
CAPÍTULO IV
De vez em quando, desde os dias de Cristo até agora, têm surgido indivíduos, e com mais frequência
grandes seitas, proclamando a iminência da Segunda Vinda e a si mesmos como mensageiros indicados por
Deus para alertar o mundo. Exatamente sobre este ponto Jesus alertou sua igreja: “Acautelai-vos, que
ninguém vos engane... ainda não é o fim.” (Mat. 24:4-6). Apesar disso, logo depois foi dito que Jesus voltaria
antes que João morresse (João 21:23). Os Tessalonicenses tiveram que ser corrigidos por Paulo, por
esperarem o Avento imediatamente, às portas (II Tess. 2:1-8).
Na metade do segundo século surgiram os Montanistas. A Schaff-Herzog Encyclopedia, art.
“Montanism”, diz: “Visões em êxtase anunciando a proximidade do Segundo Advento de Cristo... foram
apresentadas como revelações divinas.” Como os Adventistas do Sétimo Dia, eles adotaram uma severa
disciplina – condenaram o uso de ornamentos, relação com o mundo, etc. Causaram uma grande sensação,
obtendo numerosos seguidores e florescendo por um século ou mais.
20
“Vi que Deus estava na proclamação do tempo em 1843.” (Spiritual Gifts, Vol. I, pág. 133;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=147&p=133). Portanto, Deus queria que eles marcassem o tempo!
“Vi que eles estavam certos nos seus cálculos dos períodos proféticos, com o tempo fechando em 1844.”
(pág. 107). Novamente: “O movimento Adventista de 1840 a 1844 foi uma manifestação gloriosa do poder
de Deus.” (Great Controversy, Vol. IV, pág. 429; O Grande Conflito, pág. 611;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=611).
O Ancião White diz: Acreditamos que o grande movimento relacionado com a questão do Segundo
Advento, que começou com os escritos e palestras públicas de William Miller, foi, em suas características
principais, cumprimento de profecia. Em consonância com esta visão também cremos que na providência de
Deus o Sr. Miller foi levantado para fazer uma obra específica.” (Life of Miller, pág. 6).
Assim, vemos que os Adventistas do Sétimo Dia ainda acreditam e defendem os movimentos Milleritas
de 1843 e 1844. Na verdade, eles declaram que todas as outras igrejas que não aceitaram e não aprovaram a
obra de Miller foram rejeitadas por Deus por causa disso. Diz a Sra. White: “Como as Igrejas se recusassem
a receber a mensagem do primeiro anjo [a obra de Miller], rejeitaram a luz do céu, e caíram do favor de
Deus” (Early Writings, pág. 101; Primeiros Escritos, pág. 237, http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=27&p=237).
Aqui, então, temos a origem do Adventismo do Sétimo Dia, a fonte de onde fluiu. Como um córrego será
semelhante à sua fonte, vamos examiná-lo. O Ancião e Sra. White, Anciãos Bates, Andrews, Rhodes, Holt,
Edson e todos os fundadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia estavam no movimento de Miller, e
ajudaram na marcação e pregação do tempo em 1843, 1844, e depois levaram a obra adiante.
A obra do Sr. Miller é tão bem conhecida, que preciso mencionar apenas alguns fatos sobre ela. Miller
nasceu em Pittsfield, Mass., 1782, mas foi criado em Low Hampton, N. Y. Ele era um fazendeiro com
apenas os poucos benefícios de uma escola rural. Uniu-se à igreja Batista. Em cerca de 1831, declarou que
tinha descoberto pelas profecias o tempo exato, o próprio ano, e, finalmente, o próprio dia quando Cristo
apareceria e o dia do fim do mundo. Ele teve sucesso em converter talvez cinquenta mil pessoas à sua visão.
A primeira data fixada foi 1843. Falhou. Depois fixou o dia em outubro de 1844, e este falhou. Desde então,
muitas outras datas foram fixadas pelos seguidores de Miller, e todas falharam. Cerca de cinquenta anos
vieram e se foram, e o fim ainda não chegou.
Qual foi o tema principal de Miller, o único ponto em que ele diferia das igrejas Evangélicas? Todas
estas igrejas acreditavam no Segundo Advento pessoal de Cristo de forma tão intensa quanto Miller. Elas
amavam a Jesus e pregavam o Segundo Advento, ensinando igualmente que estava próximo, às portas. Mas
os Milleritas disseram que sabiam o tempo quando isso ia suceder, e que o tempo era 1843-1844. Eles
apostaram pesadamente nisto. A questão estava clara e definida. Todos os que não apoiassem a sua
marcação do tempo eram “opositores”, “inimigos”, “nas trevas”, “servos do mal”, rejeitados por Deus e
perdidos; apenas porque não acreditariam na marcação de um tempo para o fim. Aqui estão as palavras de
Miller: “Eu creio que o tempo pode ser conhecido por todos aqueles que desejam compreender... Entre 21 de
março de 1840 e 21 de março de 1844, de acordo com o método Judaico de cálculo do tempo, Cristo virá.”
(Life of Miller, pág. 172). Jesus diz: “Não sabeis quando chegará o tempo.” (Marcos 13:33). Mas os
Milleritas pensavam que sabiam mais do que Jesus. Assim, eles condenaram a todos os que não concordaram
com eles. Aqui está uma pequena amostra do que eles disseram e do espírito que os havia possuído: “Isto é
verdade de Deus; é tão verdadeiro quanto a Bíblia.” “Não existe possibilidade de erro neste tempo.”
“Aqueles que rejeitam esta luz estarão perdidos.” “Aqueles que não aceitam este argumento são apóstatas.”,
etc. (History of Advent Message, pág. 596). E este é o espírito que os têm acompanhado desde então – um
espírito implacável e denunciatório contra todos os que não concordam com seus esquemas, interpretações e
teorias.
Mas as suas marcações de tempo vieram e passaram sem a menor relação com seus esquemas e fatos,
provas e demonstrações, orações e predições. O velho Tempo implacável, o verdadeiro teste de cada teoria,
marchou direto por cima e demoliu todas elas. Foi demonstrada a loucura e o erro dos Adventistas. As
predições de Miller foram um infame malogro. Ele pregou e propagou uma falsidade. Ele pregou que o
mundo acabaria em 1843, mas não acabou. Ele disse que seria em 1844, e não foi. Se existe um movimento
religioso sobre a terra que tenha sido demonstrado ser um embuste e um malogro, este foi o Millerismo. Mas
se o Millerismo foi um malogro, o Adventismo do Sétimo Dia também o é, pois ele foi a fonte da qual
brotou, o alicerce no qual foi construído. Deut. 18:22 - “Quando o profeta falar em nome do Senhor, e essa
21
palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou.” Isto certamente é um
teste simples e claro. Por sua regra, o Senhor não estava no movimento de Miller.
“Mas, em 1843-4 os Adventistas não estavam confiantes de que estavam certos?” Confiança não é o
nome para isto. Eles estavam seguros de que estavam certos; eles sabiam que estavam certos, pois haviam
comprovado tudo pela Bíblia, cada palavra de tudo, positivamente. A Bíblia disse aquilo; negar tudo aquilo
era negar a Bíblia. Mas tudo falhou da mesma forma. É exatamente assim com os Adventistas de hoje. Eles
são o povo mais enfático no mundo, embora tenham cometido dezenas de erros terríveis.
É claramente ensinado com todas as letras que ninguém saberá o tempo do segundo advento. Leia os
textos: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.” “Vigiai, pois,
porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.” “Por isso, estais vós apercebidos também, porque o
Filho do homem há de vir à hora em que não penseis.” “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em
que o Filho do homem há de vir.” (Mat. 24:36, 42, 44; 25:13). “Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis
quando chegará o tempo.” (Marc. 13:33). “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai
estabeleceu pelo seu próprio poder.” (Atos 1:7).
Jesus disse: “Não sabeis quando é o tempo.” Miller disse: “Nós sabemos quando é o tempo.” Jesus disse:
“Não vos pertence saber os tempos ou as estações.” Miller disse: “Nós sabemos tudo sobre eles.” Jesus disse:
“Nenhum homem sabe o dia.” Miller disse, “Nós sabemos o dia exato.” Qual dos dois estava certo? Os
desapontamentos dos Adventistas, vez após outra durante os últimos cinquenta anos estabelecendo a data
para o fim do mundo, demonstraram claramente a sua insensatez. Todo o movimento do Advento foi
concebido no engano, nascido num erro; cresceu em insensatez e terminará em desgraça. “Mas, os Milleritas
não são honestos?” Não há dúvida quanto a isto, mas isso não prova nada com relação à sua fidedignidade.
O FRUTO DO MILLERISMO.
“Pelos seus frutos os conhecereis.” Por cerca de cinquenta anos, em alguns estados, o Millerismo gerou
uma grande excitação. Igrejas foram divididas e despedaçadas; pastores deixaram seus rebanhos para
“palestrar” sobre o “tempo”, enquanto argumento e conflito estavam na ordem do dia. À medida que o tempo
se aproximava, em milhares de casos, os Adventistas não apenas deixaram seus trabalhos e seus negócios,
mas davam suas propriedades. Colheitas foram abandonadas, bens foram distribuídos livremente, de modo
que muitos dos que tinham uma boa situação acabaram ficando sem um tostão. Depois que o tempo passou,
ficaram desamparados e suas famílias sofreram. Muitos tiveram que ser presos e postos sob vigilância, para
proteger suas próprias famílias. Então o mais selvagem fanatismo eclodiu aqui e ali, o que trouxe desgraça
sobre todo o nome da religião. Muitos disseram que o Senhor tinha vindo, a provação estava terminada, era
pecado trabalhar, todas as propriedades deveriam ser mantidas em comum, todas as igrejas eram apóstatas,
Babilônia, etc. Alguns Adventistas tinham esposas espirituais, alguns foram para os Shakers e muitos
voltaram para as igrejas; alguns caíram no desespero e centenas na dúvida e na infidelidade – exatamente o
que se deveria esperar.
A gloriosa doutrina do Segundo Advento foi coberta com vergonha; Satanás se regozijou, enquanto a
causa de Cristo foi grandemente ferida. Como prova desses fatos, eu me refiro ao testemunho de milhares
ainda vivos e às obras publicadas pelos próprios Adventistas. Desse modo o Ancião U. Smith é obrigado a
dizer: “O Corpo Adventista era uma unidade [em 1844] e seu testemunho abalou o mundo. Repentinamente
seu poder foi quebrado, sua força paralisada. Eles passaram do ponto de suas expectativas e não se
concretizou sua esperança. Ninguém podia negar que um erro foi cometido em algum lugar. A partir daquele
ponto da história, a maior parte do povo que era feliz, unido, foi marcado pela discórdia, divisão, confusão,
especulação, novos erros, amargo desapontamento, desintegração e apostasia.” (The Sanctuary, pág. 13, 14).
Paulo disse: “Deus não é Deus de confusão.” (I Cor. 14:33). Portanto, seguramente ele não foi o autor do
Adventismo, pois a confusão que ele produziu não possui paralelo na história religiosa. Dez almas foram
arruinadas por ele, onde uma foi salva. Imediatamente após 1844, eles se dividiram em numerosas facções,
cada uma delas contradizendo e condenando todo o resto. Em vez de renunciarem a tudo aquilo, como
homens ajuizados deveriam ter feito, cada um se empenhou em encontrar alguma “explicação” para o seu
erro. Dificilmente dois concordavam entre si, ao mesmo tempo em que cada um estava seguro de que tinha a
explicação verdadeira. Sua total confusão é bem ilustrada pela seguinte anedota contada pelo próprio Miller:
22
A primeira pessoa na sua própria paróquia que abraçou totalmente seus pontos de vista foi uma velha
mulher, uma Cristã humilde. O Sr. Miller enviou seus rascunhos para ela depois de os revisar. Uma semana
depois, Miller recebeu dezesseis panfletos diferentes, todos se apresentando como publicações Adventistas,
mas a maioria deles defendia ideias contraditórias. Ele os enviou para a velha mulher. Logo ela os trouxe de
volta, e, ao chegar, dialogaram:
“Você leu todos aqueles papéis?”
“Passei os olhos por eles; mas são todos papéis Adventistas?”
“Eles dizem que são.”
“Bem, então eu não sou mais uma Adventista. Acho que devo ficar com a velha Bíblia e me livrar disso.”
“Mas”, disse o Sr. Miller, “nós não confiamos na metade do que está sendo defendido nesses papéis.”
“Nós?” exclamou a velha senhora, “Quem são estes nós?”
“Por que?”, respondeu Sr. Miller, “nós somos aqueles que não compartilham destas coisas.”
“Correto, mas eu quero saber quem são nós.”
“Somos todos os que permanecemos no antigo fundamento.”
“Mas isso não me diz quem são nós. Eu quero saber quem são nós.”
“Bem”, disse o Sr. Miller ao relatar a história, “Eu fiquei confundido e fui incapaz de dar a ela qualquer
informação sobre quem eram nós.” (History of Second Advent Message, pág. 414, 415).
E assim isso tem continuado até este dia. No que os Adventistas acreditam? Vá perguntar qual idioma era
falado pelo povo depois que o Senhor confundiu suas línguas em Babel. O Adventismo é uma segunda
Babel. Mas os Adventistas do Sétimo Dia dizem: “Nós somos unidos; nós cremos de forma igual.” É
parcialmente verdade, mas eles são apenas um ramo desse Babel Adventista. Tal prole de erros e heresias
como a que resultou do Adventismo não pode ser encontrada na história anterior da Igreja. Marcação de
tempo, visões, milagres, fanáticos, falsos profetas, sono dos mortos, aniquilação dos ímpios, não-ressurreição
dos ímpios, provação futura, restauração, comunhão dos bens, negação da divindade de Cristo, não-demônio,
não-batismo, não-organização, etc. – Deus! E este é o povo enviado com uma “mensagem” para alertar a
Igreja! É melhor que eles voltem, estudem e cheguem num acordo sobre o que é a sua “mensagem” antes de
entregá-la.
Os outros Adventistas marcaram o tempo do fim do mundo para 1843, 1844, 1847, 1850, 1852, 1854,
1855, 1863, 1866, 1867, 1868, 1877, e assim por diante, até se enjoar de contar. Não aprendendo nada com o
passado, para cada tempo eles ficaram mais confiantes do que o anterior.
Essa obra fanática trouxe desgraça para a doutrina do Segundo Advento, de modo que as outras igrejas já
não se debruçam sobre ela como antigamente. O estudo das profecias foi trazido para a disputa pelo caminho
insensato dos Adventistas. Nenhum homem atento pode deixar de ver isto.
23
aproximamos do momento em que se esperava a aparição do nosso Salvador.” Depois ela relata seu
desapontamento (Testimonies, Vol. 1, pág. 48; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=48).
Novamente: “Nossas esperanças agora estavam centradas na vinda do Senhor em 1844.” (Pág. 53;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=53). Ela era uma marcadora de tempo.
Os Anciãos Bates, Andrews Rhodes e todo o primeiro escalão dos Adventistas do Sétimo Dia estavam na
marcação de tempo de 1843, 1844. Eles ainda defendem a marcação de tempo de Miller de 1843 e 1844
como sendo correta e aprovada por Deus. Quanto de verdade, então, existe nas afirmações de que eles nunca
marcaram tempo? Mas eles dizem: “Nós não guardávamos o sétimo dia quando nós marcamos tempo;
portanto, nós nunca marcamos tempo!” Isso é demais! O ladrão diz: “Eu não estava vestindo este casaco
quando roubei a ovelha, portanto eu nunca a roubei!” Eles dizem que deram as três mensagens. Bem, a
primeira mensagem foi em 1844, quando eles marcaram o tempo. São eles o mesmo povo, ou não são?
Novamente, eles confirmam a obra do Sr. Miller como sendo de Deus. Mas Miller é responsável por
todas as marcações de tempo feitas pelos Adventistas desde a sua época, porque eles são os legítimos
rebentos da sua obra. Ele começou marcando tempo. Ele fez isso uma segunda vez. Ele os ensinou como
fazê-lo. Ele teve a ideia. Ele a inculcou em todos os seus seguidores. Eles, então, simplesmente a tomaram e
deram continuidade àquilo que Miller começou. Os Adventistas do Sétimo Dia declaram ser os Adventistas
originais e aprovam a obra de Miller. Ao fazer isto eles aprovam a marcação do tempo e devem carregar com
justiça toda a reprovação geral daquele empreendimento fanático.
Mas os Adventistas do Sétimo Dia não se levantam para explicar por que ficaram desapontados em 1843,
e novamente em 1844, e por quarenta anos desde então? Oh, sim; mas nós naturalmente ficamos
desconfiados do homem que constantemente é obrigado a ficar explicando sua conduta. Trabalhos corretos
não precisam de explicação.
Eles dizem que o Senhor causou seu desapontamento em 1843 com o propósito de testar sua fé, isso é
tudo! Em 1844, eles cometeram apenas um pequeno erro, isso é tudo! Na época eles ensinaram que a terra
era o santuário. Vieram a descobrir que o santuário estava acima, no céu, e que Jesus realmente veio, em
certo sentido, neste mesmo ano! Assim sendo, de qualquer forma eles estavam certos, isso é tudo! Você não
consegue ver? Está claro como o dia. Agora eles removeram toda a questão dos fatos problemáticos da terra,
onde temos condição de examiná-los, para as inefáveis teorias do céu, onde ninguém pode ir para relatar
fatos que poderiam arruinar suas teorias. Agora eles podem especular e argumentar em segurança. Mas os
homens sóbrios e que raciocinam conseguem ver através de tudo isso. Trata-se apenas de um esquema
montado para sair de uma dificuldade.
24
eles. Ao final, William Miller levantou sua voz contra a luz do céu.” (Spiritual Gifts, Vol. 1, pág. 167;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=147&p=167).
Deste modo, o pai e fundador do Adventismo condenou e se opôs à posição que os Adventistas do
Sétimo Dia tomaram com relação à sua própria obra. Ele teve sensatez suficiente para ver, e honestidade
suficiente para confessar que aquilo foi um erro. Mas os Adventistas não teriam a mesma atitude. Eles
sabiam mais do que o próprio Miller. Eles veriam no movimento um maravilhoso cumprimento de Apoc. 14:
6, 7. Miller o nega. Assim, vemos que os Adventistas do Sétimo Dia dão uma interpretação para a obra de
Miller que ele mesmo condenou. Nenhum homem na liderança da obra de Miller jamais abraçou as visões
dos Adventistas do Sétimo Dia, mas sempre se opuseram a elas considerando-as como fanáticas e uma
questão secundária. Nenhum dos líderes dos Adventistas do Sétimo Dia, tais como White, Andrews, Bates,
Rhodes, etc., jamais tiveram algum significado na obra de Miller, ainda que todos estivessem nela; ainda que
depois declarassem ser os únicos que tiveram o entendimento correto dela. Todo restante estava “em trevas”,
eram “virgens insensatas”, “apóstatas”, etc. Que modéstia!
25
17. Depois eles disseram que a porta foi fechada (Mat. 25:10). Agora eles dizem que isso estava errado;
ainda está aberta. Assim: “Não pode existir outro lugar para o fechar da porta que não seja o outono de
1844.” (Ancião White, em Present Truth, maio, 1850). “A porta ainda está aberta, e outros convidados
podem vir.” (U. Smith, em Parable of the Ten Virgens, pág. 17, fevereiro, 1889). Estas são as pessoas que
sabem que estão sempre acuradamente certas!
18. Certa vez eles adotaram uma rígida dieta vegetariana – nada de carne, de manteiga, apenas duas
refeições por dia, etc., mas foi um fracasso. Ela matou muitos e arruinou mais ainda, até que tiveram que
modificá-la e viver como as outras pessoas.
Estas são apenas amostras dos numerosos erros que os Adventistas cometeram; e isso eles fizeram com
uma profetisa inspirada no comando por quarenta e quatro anos! Estes fatos simples e inegáveis por si só
deveriam ser suficientes para abrir os olhos de todos, de modo a ver que o Senhor não os tem guiado em sua
obra.
26
CAPÍTULO V
1. Ele nasceu num engano. A origem do Adventismo estava nas marcações de tempo Milleritas de 1843 e
1844, as quais, todos sabem, foi um engano.
2. A obra produziu grande fanatismo e ocasionou um desastre para milhares de almas.
3. Do movimento se desenvolveu toda uma ninhada de erros, como eles mesmos admitem.
4. O Adventismo do Sétimo Dia é um sistema de papismo – o poder em um homem. No princípio o
Ancião White assumiu esta posição e moldou todo o sistema para poder ajustá-lo. Ele estabelecia as regras e
as ditava em todas as coisas e em todas as esferas de ação. Ele fazia a coisa esquentar para quem se atrevia a
começar qualquer coisa que não estivesse controlando. Ele era o cabeça e presidente de tudo. Do mesmo
modo agora, uns poucos conduzem todas as coisas. A palavra deles é lei. Isto é contrário ao Evangelho e
resultou na degradação mental da massa daquele povo. Uns poucos pensam por todos.
5. A simples palavra da Sra. White, uma mulher sem instrução, é aceita como a voz de Deus para eles,
ditando em tudo. “Os opressores do meu povo são crianças, e mulheres dominam sobre ele.” (Isa. 3:12).
6. Desde o começo o Ancião e Sra. White tornavam públicas as faltas, reais ou imaginárias, de qualquer
um e de todos – ministros, editores e quem quer que fosse – e as expunham diante de toda a congregação. Se
alguns contestassem, eram “rebeldes.” Na época tudo isso foi impresso em seus “Testemunhos” como se
fossem inspirados, e feitos circular para que todos lessem. Isto começou a gerar em todos um hábito de
efetuar críticas e busca por faltas, algo que é repreensível até o último grau. Qualquer um poderia prever
onde isso resultaria. A própria Sra. White agora diz: “Havia uma procura por ninharias; e quando não
existiam dificuldades reais na Igreja, eram fabricadas tribulações.” (Testimonies, Vol. 1, pág. 144;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=144). “O amor de um para o outro desapareceu, e prevaleceu a
busca por falhas e o espírito de acusação. Era considerado uma virtude procurar qualquer coisa sobre o outro
que pareça estar errado, e fazê-la parecer mais mal do que realmente era.” (Pág. 64). A própria Sra. White
estabeleceu o exemplo, e ela é amplamente seguida, até que se tornaram uma denominação de vasculhadores
de faltas.
7. Uma doutrina fundamental para eles é a de que todas as outras igrejas são apóstatas e corruptas.
Portanto, eles ficam observando ansiosamente cada coisa má que possam pegar contra elas. Isto não é uma
atitude boa e gera neles um espírito implacável e sem amor.
8. Eles estão constantemente à busca de todas as evidências que possam coletar para mostrar que o
mundo está se tornando pior rapidamente. Novamente isto promove um mau efeito sobre eles mesmos,
fazendo com que se tornem amargos e melancólicos.
9. Seus ministros são meros palestrantes, indo de lugar para lugar, ficando apenas umas poucas semanas
de cada vez, repetindo sempre e sempre os mesmos velhos sermões. Como consequência, eles se tornam
limitados, bitolados e enfadonhos. Sua pregação é quase totalmente doutrinal e argumentativa. Isto os torna
duros e combativos, em vez de afáveis e tolerantes.
10. Suas igrejas são muito pequenas, geralmente contando de quinze a trinta membros. Eles não têm
pastores e frequentemente nenhuma pregação. Seus encontros se dão aos Sábados, quando os outros estão
trabalhando, e assim ninguém, a não ser eles, comparecem. Logo, seus encontros são acabrunhados, tediosos
e cansativos, especialmente para os jovens e crianças. Sem se misturar jamais com outras igrejas, eles logo
27
caem numa rotina e se tornam muito isolados. A grande massa deles não possui instrução e seus líderes
locais são fazendeiros ou mecânicos. O decoro visto em outras igrejas é geralmente desejado nas suas. Suas
crianças são barulhentas e com frequência também os membros. Isto não é bom.
11. Sua teoria os induz a serem bitolados e sem afabilidade. Eles não podem trabalhar de forma alguma
com outros Cristãos. Isto é outro mal aspecto desse sistema. Eles condenam todos os trabalhadores Cristãos
que não os seguem. Veja como Jesus repreendeu este espírito intolerante: “E João lhe respondeu dizendo:
Mestre, vimos um que em teu nome expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque
não nos segue. Jesus, porém, disse. Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e
possa logo falar mal de mim.” (Marcos 9:38-40).
12. Em uma comunidade eles não exercem qualquer tipo de influência sobre os não religiosos. Nenhum
destes frequenta seus encontros; nenhuma criança fora de suas próprias famílias frequenta suas escolas
Sabatinas. Outras igrejas, através de seus encontros públicos, sermões e escolas Dominicais, exercem uma
poderosa influência para o bem sobre os não-convertidos.
13. Seu trabalho em grande parte é proselitismo. Verdadeiramente “eles vasculham mar e terra para fazer
um prosélito.” Trabalharão arduamente para ganhar um bom Cristão antigo de outra igreja tanto quanto para
converter um pecador. Eles demolem mais do que edificam.
14. Eles consideram como perdidos todos os que rejeitam a sua “mensagem.” Suas missões de que tanto
se vangloriam são o pavor de todos os outros missionários, já que trabalham tão arduamente em fazer
proselitismo com os membros de outras igrejas quanto trabalham para converter os pagãos crus ou
pecadores. Assim fala o Ancião Haskell a respeito da sua “missão” em Londres: “Treze tomaram sua posição
sobre o Sábado... Estes vieram principalmente da Igreja da Inglaterra.” (Review, 10 de abril de 1888). Sim,
seus convertidos sempre são “principalmente” de outras igrejas. Eu me enojei deste trabalho.
15. Através de seus argumentos eles confundem a mente de muitos, de modo que estes não sabem no que
acreditar. Eles os colocam contra as outras igrejas e assim se afastam de tudo, e ficam totalmente perdidos.
Os Adventistas têm feito uma quantidade grande desta obra, e sua influência nessa direção é assustadora.
16. Muitas das suas crianças crescem sem guardar nem ou Sábado ou Domingo; sem frequentar nenhuma
igreja, e por conseguinte se tornam irreligiosos.
17. Os que quebram o Domingo para caçar, pescar, praticar esportes ou trabalhar neste dia são
encorajados nessa atitude pelos argumentos e exemplos dos Adventistas. Isso certamente é maligno. Uma
comunidade em que vivem os Sabatistas não possui um dia de descanso quieto de forma alguma.
18. O poder de Deus não apoia a obra do Advento como deveria, se esta for a sua obra especial. Durante
a minha longa experiência com eles eu ficava impressionado com o fato de que, como regra, a obra era
extremamente árida e sem poder. Isto me desanimava grandemente. Vi que era assim com todos os seus
ministros, dos pequenos aos grandes. Seu anuário para 1888 mostra que em média eles não faziam um
convertido para cada ministro!
19. Nos campos onde eles têm estado há mais tempo, e são mais bem conhecidos, eles possuem o menor
êxito. Tão logo fica bem entendido o que realmente é o Adventismo, eles já não conseguem fazer mais nada.
20. Os apóstolos, os reformadores e outros que Deus enviou construíram civilizações enormes e
exerceram uma grande influência para o bem na sociedade; mas os Adventistas jamais fizeram algo assim.
Eles não possuem influência para o bem na sociedade. Este aspecto da obra frequentemente me perturbava.
Observe como as seitas heréticas e fanáticas geralmente se isolam da comunidade e constroem para si
mesmas uma pequena sociedade exclusivista. Veja os Shakers, os Mórmons, a Comunidade Oneida, os
seguidores da Sra. Southcott, etc. Os Adventistas do Sétimo Dia se tornam um pequeno partido em qualquer
comunidade onde estejam. Eles vão por si mesmos e não tomam parte em quase nada que interesse aos
outros. Tome a minha própria cidade como exemplo. Eles têm uma igreja aqui por trinta anos, contando com
cinquenta a setenta e cinco membros. Não tomam parte nem se interessam por qualquer obra social, literária,
moral, sanitária, moderadora ou religiosa que não sejam as suas próprias. Nunca são vistos como auxiliares
em qualquer trabalho social necessário e nobre. Nunca participam de uma reunião de oração, de um esforço
para reavivamento ou de uma escola Sabática que não sejam as suas próprias. A Associação Cristã de
Moços, que é totalmente não-sectária, está fazendo um nobre trabalho para salvar os moços do local.
Nenhum Adventista auxilia ou tem interesse nisto. Ao contrário, a loja Adventista está aberta para o
28
comércio e assim torna-se um reduto para ociosos e violadores do Domingo. Em qualquer modo considerado
sua influência é em detrimento dos melhores interesses da religião e do bem da sociedade.
Quão diferente sucedeu com os seguidores dos verdadeiros reformadores – Lutero, Wesley, Calvino, etc.
Eles permaneceram com o povo, trabalharam por eles e fizeram com que a sociedade ficasse geralmente
melhor.
No momento em que a pessoa se torna completamente um convertido Adventista do Sétimo Dia, ela se
despoja de qualquer interesse adicional útil na sociedade. Este é o seu histórico em toda a parte, como
testificarão todos os que lhes conhecem. Converter homens para a sua doutrina é a paixão toda-absorvente de
suas vidas, não deixando para eles nem interesse, tempo ou pretensão para qualquer outra coisa.
21. Eu cheguei à conclusão de que os principais temas dos Adventistas são sobre teorias meramente
especulativas relacionadas com aquilo que, afinal, eles não podem saber positivamente que estão certos. Tais
são as suas teorias sobre o sono dos mortos, destruição dos ímpios, o santuário no céu, o tempo quando Jesus
virá, sua interpretação da imagem da besta de Apoc. 13:11-18, a marca da besta, etc. Eles sabem que estão
certos sobre tudo isso? Não, eles pensam que estão; e outros igualmente honestos, piedosos e esclarecidos
pensam diferentemente. Cheguei à conclusão de que era tolice da minha parte gastar a minha vida naquilo
que, ao afinal, eu não sabia se realmente era assim. Mas nós sabemos que é correto evangelizar os pagãos e
os ímpios das nossas cidades, salvar os bêbados e caídos; pregar a Cristo, converter pecadores e trabalhar por
tudo o que poderá melhorar a condição dos homens e da sociedade agora. Mas para os Adventistas essas
coisas são secundárias ou inteiramente negligenciadas, colocando constantemente suas teorias de estimação
em primeiro lugar e se debruçando sobre elas a maior parte do tempo.
22. Tudo em seu sistema que têm sido uma bênção para eles também é sustentado por todas as igrejas
evangélicas, tais como a fé em Deus, em Jesus e na Bíblia, um coração puro, vida santa, autonegação, etc.
Nada de bom veio para eles ou para o mundo através das doutrinas que são peculiares aos Adventistas, tais
como o tempo do advento, a condição dos mortos, o Sábado, as visões, etc.
23. Tendo sido desapontados tantas vezes e por tanto tempo por carregarem uma visão muito sombria das
coisas em geral, eles são uma classe de pessoas bastante desanimadas e infelizes.
24. O Adventismo é um “outro evangelho” (Gál. 1:6), o qual os apóstolos jamais pregaram. Por muito
tempo eu fiquei impressionado pelo fato de que nós, Adventistas, pregávamos de forma muito diferente dos
apóstolos. Por exemplo, nós estávamos sempre pregando e escrevendo sobre o Sábado, enquanto Paulo, em
todas as suas quatorze epístolas, o menciona apenas uma vez (Col. 2:16); e, na ocasião, apenas para condená-
lo! “Encontramos no Novo Testamento 'pregar o evangelho', cinquenta vezes; 'pregar a Cristo', vinte e três
vezes; 'pregar ao mundo', dezessete vezes; 'pregar o reino', oito vezes; 'pregar a lei', ou 'o Sábado', nenhuma
vez!” (Wagner).
25. Eles são impatriotas. Nem uma só pessoa deles, homem ou mulher, no campo ou no hospital,
levantou um só dedo para ajudar a derrubar a rebelião (Guerra Civil Americana) ou a escravidão. Eles
ficaram em casa e criticaram. Veja os Testemunhos da Sra. White, Vol. 1, pág. 253-268
(http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=253). Se um homem fosse para a guerra ele seria expulso da
igreja, pois a Sra. White proibiu tal coisa. Ouçam-na: “Me foi mostrado que o povo de Deus, que é seu
tesouro peculiar, não pode se engajar nesta guerra confusa, pois ela se opõe a cada princípio da sua fé.”
(Testimonies, Vol. 1, pág. 361; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=361). Eles afirmam que a nossa
nação é “a besta” de Apoc. 13:11-18; que logo se tornará uma tirania. A Sra. White diz: “A nação estará no
lado do grande líder rebelde”, o Demônio (Testimony 31, pág. 132). Desse modo todos eles pensam.
26. Suas falsas ideias sobre o Domingo os levam a se unirem com infiéis, ateístas, Judeus, frequentadores
de bares e irreligiosos em geral na oposição a qualquer restrição de profanação do Domingo. É uma anomalia
da época ver uma igreja Cristã unida com os piores elementos da sociedade e inimigos de Cristo, para se
oporem aos melhores interesses da sociedade, sacrificando o trabalho mais devotado e esclarecedor da terra.
Afinal, para que serve uma igreja que estraga uma pessoa para todas as práticas saudáveis para a sociedade?
O que significa “amar ao seu próximo?”
OS ADVENTISTAS E AS PROFECIAS.
29
Os Adventistas alegam ter mais iluminação sobre as profecias do que todos os outros. As mulheres
idosas e as crianças pequenas entre eles acreditam confiantemente que eles sabem mais sobre as profecias do
que todos os comentaristas e estudiosos do mundo. Eles conseguem dizer exatamente o que significam em
todas as profecias cada chifre, asa, cabeça, cauda, trombeta, taça, besta ou anjo! Alguma possibilidade de
erro? Nem a mais leve! E ainda assim, provavelmente nenhum povo jamais cometeu tantos erros num
mesmo período de tempo do que os Adventistas.
Considere quão pouco conhecimento crítico as pessoas comuns realmente possuem de datas e fatos
históricos. A grande maioria dos mais inteligentes homens de negócio, fazendeiros, mecânicos, mães e donas
de casa teriam pouca capacidade de opinar sobre tais matérias. A maioria deles não sabe nada sobre isto. Eles
não poderiam contestar de forma inteligente qualquer declaração que um palestrante viesse a fazer sobre tais
pontos. Os pregadores Adventistas se colocam diante de uma audiência como esta, noite após noite, por seis
ou oito semanas com suas declarações enfáticas, feitas audaciosamente e repetidas muitas vezes, até que os
ouvintes, iludidos, pensam que eles são os historiadores mais maravilhosos do mundo e aceitam suas
declarações como verdades inquestionáveis! Da mesma forma acontece com os seus leitores da Bíblia, que
vão de casa em casa para explicar as coisas profundas de Deus. Eu os conheço bem, ensinei a muitos deles e
estive em suas escolas de treinamento. Muitos deles não poderiam conseguir um diploma de terceiro grau;
nem tampouco jamais leram algum volume de história. Eles simplesmente aprendem por repetição, falam
como papagaios uma lição que repetem fluentemente para o agricultor maravilhado ou para a mãe
analfabeta. Tire-os fora de seus trilhos, e eles ficam mudos. São como aqueles a quem Paulo repreendeu,
“Pretendendo passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os assuntos
sobre os quais fazem ousadas asseverações.” (1 Tim. 1:7). Isto se aplica perfeitamente a eles (ver Apêndice
B e C).
30
CAPÍTULO VI
Os Adventistas do Sétimo Dia dão grande ênfase à sua interpretação deste símbolo (Apoc. 13:11-18). A
teoria deles sobre a marca da besta, sua imagem, o selo de Deus, a Mensagem do Terceiro Anjo e toda a sua
obra especial a respeito o Sábado estão construídas sobre a sua premissa relativa a esta besta. Se eles
estiverem errados aqui, todo o seu sistema desmorona. Eles afirmam que esta besta é os Estados Unidos e
que logo teremos aqui igreja e estado em união, a imagem da besta, o papado. A marca da besta é a guarda
do Domingo. Uma lei a imporá sobre os Adventistas do Sétimo Dia. Eles não obedecerão. Então eles serão
considerados fora da lei, perseguidos e condenados à morte! De todas as especulações extravagantes
Adventistas sobre as profecias, esta merece permanecer entre as mais desvairadas.
1. A Bíblia diz que esta besta é os Estados Unidos? Oh, não; eles têm que presumir e argumentar sobre
tudo isto.
2. Eles sabem que os seus argumentos sobre isto são infalivelmente corretos? Não.
3. Da mesma forma os seus líderes estavam completamente seguros em 1843, e depois em 1844, de que
estavam certos? Sim, e mesmo assim falharam em ambas as vezes.
4. Eles não cometeram muitos erros ao interpretar as profecias? Sim, muitos deles.
5. O Ancião White, seu líder, não estipulou três diferentes momentos para o fim do mundo e falhou em
todos? Sim.
6. Eles não podem, então, estar possivelmente errados também nisto? É claro, como são obrigados a
admitir. Logo, o seu sistema repousa sobre uma incerteza. Acaso eles são infalíveis?
7. As nossas esperanças do céu dependem de incertezas como estas? Não seria mais seguro seguir os
preceitos claros de Cristo (Mat. 7:24-25), do que ir após especulações incertas? Não é melhor do que seguir a
liderança dos Adventistas, que têm cometido erros e mais erros, repetidamente, por oitenta anos? “Acautelai-
vos, que ninguém vos engane”, Jesus, Mat. 24:4. Vou apresentar alguns dos muitos fatos mostrando que as
suas aplicações deste símbolo não estão corretas.
Enquanto os Adventistas do Sétimo Dia citam amplamente e seguem os principais comentaristas e
igrejas Protestantes nas suas aplicações para as outras bestas, aqui eles dão um salto desvairado no escuro
sem o apoio de um único estudioso bíblico. Evidentemente esta besta semelhante ao cordeiro representa o
Papado, ou o poder espiritual e eclesiástico da igreja Romana, e assim é entendido por cada comentador que
consultei. Deste modo:
“A besta é o império latino espiritual, ou, em outras palavras, a hierarquia Romana.” (Scott, sobre Apoc.
13:11). “Era, portanto, o símbolo da hierarquia Romana.” (Clarke, sobre Apoc. 13:11). “A unanimidade dos
intérpretes limita esta segunda besta ao poder papal.” (Eclectic Commentary sobre Apoc. 13:11-18). “Uma
descrição exata da ascensão do poder espiritual do Papado.” (Notas sobre Apoc. 13:11, pela American Tract
Society). “A besta com dois chifres semelhante a um cordeiro é a hierarquia Romana, ou o corpo do clero
regular e secular.” (Joseph Benson). “A besta de dois chifres ou igreja Romana.” (Bispo Newton). Albert
Barnes diz o mesmo. Na verdade, existe um perfeito acordo entre todos os comentaristas no sentido de que a
besta semelhante a um cordeiro representa o Papado. Para o argumento quanto a isto, eu apenas preciso fazer
aos leitores alusão aos comentários.
Contra este acordo unânime de todas as igrejas e autoridades Protestantes, tem-se as especulações
isoladas dos Adventistas, que já cometeram tantos erros antes. As provas de que esta besta semelhante a um
31
cordeiro é o Papado são muitas, claras e facilmente vistas; enquanto o esforço para aplicá-la aos Estados
Unidos é dificultosa e os argumentos torcidos, extensos e improváveis. Deste modo, em Thoughts on
Revelation, de Uriah Smith, ele dedica apenas onze páginas para o dragão do capítulo 12:1-17, e apenas oito
páginas para a besta leopardo do capítulo 13:1-10, mas vagueia nebulosamente através de quase cem
páginas nos oito versos relativos à besta de dois chifres! Somente isto é prova da tarefa desesperada que ele
teve em mãos para provar que ela era os Estados Unidos.
Começando com Apoc. 11:19, e terminando com Apoc. 14:5, está uma linha de profecia percorrendo o
Primeiro e o Segundo Advento – o dragão, a besta leopardo e a besta semelhante a um cordeiro. O dragão,
capítulo 12:1-17, é o império Romano pagão. Deste modo todos concordam, como também os Adventistas
do Sétimo Dia. O dragão tinha “sete cabeças e dez chifres.” (verso 3). Ele é sucedido (capítulo 13:1-10) pela
besta leopardo com “sete cabeças dez chifres.” O que é isto? Evidentemente o mesmo império Romano; os
mesmos dez reinos da Europa com apenas uma mudança de religião, de pagã para Católica. Conforme Dr.
Clark: “A besta aqui descrita é o império Latino, que apoiava a igreja Romana ou Latina.” (sobre Apoc.
13:1). Igualmente falam Scott e todos os que consultei. Este era o poder civil ou político dos dez reinos
depois de professarem o Cristianismo. Que esta besta leopardo de dez chifres não é o Papado, nem a igreja
Católica, é mostrado por Apoc. 17:1-5, onde a mesma besta é novamente apresentada com uma mulher
sentada sobre ela e governando por ela. A besta é o poder civil, enquanto a mulher é a Igreja. Até mesmo o
Ancião Smith confessou isto. Ele diz: “Temos aqui a mulher, a Igreja, sentada sobre uma besta escarlate, o
poder civil pelo qual ela está sentada e por meio da qual o controla e conduz para os seus próprios objetivos
como um cavaleiro controla um cavalo.” (sobre Apoc. 17:1-5). Igualmente, então, a besta leopardo é o poder
civil. Exatamente o que é em Apoc. 17, é o que é em Apoc. 13. O Papado teve dez chifres? Teve ele sete
cabeças? Não, mas a Roma política teve.
Que a besta semelhante a um cordeiro de Apoc. 13:11-18 não é de forma alguma os Estados Unidos, mas
é o Papado, ou o poder eclesiástico e espiritual da igreja Romanista, está claro por:
1. Apoc. 17:1-5, onde a mulher, a Igreja, é distinta da besta leopardo de dez chifres e governa sobre ela,
mostra que a besta não é o Papado.
2. Da mesma forma, a besta semelhante a um cordeiro de Apoc. 13 governa através do poder da besta
leopardo.
3. O que quer que seja a mulher em Apoc. 17, ela é o que a besta é em Apoc. 13. Consequentemente,
ambas são o poder papal de Roma.
Observe a similaridade dos dois: uma mulher em um lugar, um cordeiro no outro, ambos tendo a
aparência de gentileza e inocência. A Igreja é representada por uma mulher pura (II Cor. 11:2), e por
cordeiros (João 21:15); mestres da falsa religião são representados por uma mulher má (Apoc. 2:18-23), e
por bestas vestidas como ovelhas (Mat. 7:15). A mulher e a besta trabalham juntas no capítulo 17; da mesma
forma a besta semelhante a um cordeiro e a besta leopardo trabalham juntas em Apoc. 13:12, 14. A mulher
está embriagada com o sangue dos santos (Apoc. 17:6); a besta cordeiro faz com que os santos sejam mortos
(Apoc. 13:15). A mulher é queimada com fogo (Apoc. 18:8), como também a besta cordeiro (Apoc. 19:20).
A mulher senta sobre a besta, conduzindo-a a governando-a (Apoc. 17:3); igualmente a besta cordeiro
“exerce toda a autoridade da primeira besta” (Apoc. 13:12). Ela não apenas exercita poder similar, ou tanto
poder quanto a outra besta, mas usa o poder dela própria, o mesmo que fez a mulher. Ela mesma não mata
ninguém, mas faz com que sejam mortos (Apoc. 13:15). Isto é exatamente o que o Papado fez. Ele governou
sobre os reis da terra (Apoc. 17:18), e “fez com que” os heréticos fossem condenados à morte pelo poder
secular. “Ele exerce todo o poder da primeira besta.”
A igreja Romana sempre se gabou de ela nunca ter mandado matar os heréticos. Ela simplesmente os
anatemizava entregando-lhes aos poderes civis, e por meio de sua influência fazia com que fossem mortos
pelos poderes seculares. Quão exata é a linguagem: ela “faz com que” isto seja feito; “ela exerce (ou usa)
todo o poder da primeira besta.”
Os Adventistas do Sétimo Dia argumentam que a besta leopardo (Apoc. 13:1-10) é o papado porque ele
faz a mesma obra que o chifre pequeno de Dan. 7:8,25, o que todos concordam. Mas eles negligenciam o
fato de que a besta leopardo faz toda a sua obra simplesmente como o agente da igreja, a mulher de Apoc.
17, e a besta semelhante a um cordeiro do capítulo 13. Por conseguinte, é claro, ela faz a mesma obra que faz
o chifre pequeno de Dan. 7.
32
Observe a conexão inseparável entre a besta leopardo e a besta de dois chifres; o governo civil Romano e
o Papado. 1. A besta semelhante a um cordeiro controla todo o poder da primeira besta (verso 12). 2. Ela o
faz na presença e à vista da besta (versos 12, 14). Isso mostra que ambas ocupam o mesmo território. 3. Ela
faz com que os homens adorem a besta (verso 12). 4. Ela faz com que os homens façam uma imagem para a
besta (verso 14). 5. Ela faz com que os homens recebam a marca da besta (verso 16, 17). 6. As duas bestas
estarão trabalhando juntas quando Cristo vier (Apoc. 19, 20). 7. Juntas elas irão para o fogo (verso 20).
Evidentemente, então, essas duas bestas operam juntas em todas as suas obras. Isto é precisamente o que
a Igreja Católica e os poderes políticos Católicos da Europa têm feito durante séculos, como todos sabem. Os
Estados Unidos já cooperaram desta forma com o papado? Enfaticamente, não. Existe algum homem
fanático o suficiente para acreditar que isto acontecerá? O papado cumpriu exatamente cada descrição da
besta semelhante a um cordeiro:
1. Ele emergiu no lugar certo, “na sua presença” (Apoc. 13:11; Diaglott, Bible Union, Living Oracles,
etc.)
2. Ele emergiu no tempo certo, depois da ferida na cabeça (Apoc. 13:3). A interpretação adotada por
Clarke, Scott e os melhores autores “refere-se à extinção do antigo Império Romano sob a forma imperial na
última parte do quinto século, e seu ressurgimento novamente sob Carlos Magno” (notas da Am. Tract
Society).
3. O papado emergiu da mesma maneira, pacifica e silenciosamente.
4. Ele tinha a aparência de um cordeiro.
5. Ele falou como um dragão.
6. Ele exercitou todo o poder da Roma civil.
7. Ele trouxe a terra em sujeição à Roma.
8. Por seus grandes sinais e maravilhas ele enganou milhões durante séculos.
9. Ele fez uma imagem da besta.
10. Ele causou a morte de milhões.
11. Ele impôs sua adoração e marca sobre todos.
12. Ele proibiu os heréticos de comprar ou vender. Isto é tão bem conhecido que não requer prova.
A besta semelhante a um cordeiro não é os Estados Unidos, porque:
1. Esta besta de dois chifres simboliza um governo religioso ou eclesiástico. O falso profeta de Apoc.
19:20 executa a mesma obra que a desta besta (ver verso 14), e por isso deve ser idêntico a ela. Isto é
admitido pelos Adventistas do Sétimo Dia. Agora, como profeta e líder religioso, um falso profeta deve ser
um falso mestre religioso; e como isso se aplica a um governo, deve por conseguinte se aplicar a um governo
eclesiástico. Os Estados Unidos não é isto, pois seu governo é puramente político, pois uma cláusula de sua
constituição diz: “O Congresso não fará lei no sentido de um estabelecimento de religião, ou proibindo o
livre exercício da mesma.” (The Two-Horned Beast, de A. C. Long).
2. A maneira do seu surgimento. A besta semelhante a um cordeiro emerge silenciosa e pacificamente
“da terra” (Apoc. 13:11), enquanto as outras bestas emergem do mar revolto (Apoc. 13:1). Igualmente o
papado, a princípio, surgiu silenciosamente com toda a aparência de um cordeiro, mas posteriormente falou
como um dragão. Testemunham as suas perseguições e tirania. Não é assim com a nossa nação. Ela nasceu
num terrível conflito de sete anos. Depois seguiu-se a guerra de 1812, a guerra com o México, a guerra da
Rebelião e a guerra com os índios quase a cada ano. Não muito pacífica.
3. Ela exercia todo o poder da primeira besta. Os Adventistas do Sétimo Dia dizem que a primeira besta é
o Papado, que condenou à morte cerca de cinquenta milhões de pessoas, governou sobre outros reis e sobre a
consciência dos homens. Até mesmo os Adventistas não acreditam que os Estados Unidos farão isto.
4. “Igreja e Estado estarão unidos. Isto é contra um dos princípios fundamentais do nosso governo. A
constituição proíbe expressamente tal coisa, e, consequentemente, teria primeiro que ser mudada. E iriam os
eleitores esclarecidos destes Estados Unidos, com a história de séculos passados diante deles, mudar
deliberadamente um dos principais pilares do nosso governo e ressuscitar a Inquisição, o cadafalso, a roda,
33
etc., e assim condenar à morte muitas pessoas simplesmente por sua fé religiosa? Isto não parece razoável.”
(A. C. Long). Além disso, toda a tendência dos séculos é contra a união de igreja e estado.
ARGUMENTOS RESPONDIDOS.
1. “A besta de dois chifres é os Estados Unidos, porque isso não pode ser aplicado a ninguém mais.”
Resposta: Ela se aplica admiravelmente ao Papado.
2. “Tem que haver algum símbolo que represente esta grande nação.” Resposta: Não existe nenhum para
a Rússia, México, Brasil, Japão, China e uma dúzia de outras nações, a maioria delas professando também o
Cristianismo.
3. “Os Estados Unidos emergiram no tempo certo, em cerca de 1798, quando a cabeça recebeu sua ferida
mortal (Apoc. 13:3).” Resposta: Este próprio ponto arruína o argumento para os Estados Unidos; pois a
ferida foi dada no surgimento da besta leopardo, a mais de 1200 anos antes de 1798. Olhe para os versos 3-
10; toda a obra da besta vem depois da ferida, e não antes. Isto localiza o surgimento da besta semelhante a
um cordeiro exatamente quando surgiu o Papado.
4. “Os Estados Unidos surgiram no local certo.” Resposta: Isto é exatamente o que ele não fez. A besta
está localizada na Europa e todo um oceano corre entre os dois; ao passo que a besta de dois chifres surgiu
“em sua presença”, na Europa, não América.
5. “Nosso governo 'surgiu' de um início pequeno para uma maravilhosa nação.” Resposta: O Papado
começou muito menor, e 'surgiu' para ser muito mais amplo.
6. “Nosso governo é semelhante a um cordeiro.” Resposta: Igualmente era o Papado no seu surgimento e
em todas as suas declarações. Um cordeiro na aparência, um dragão no coração, se adéqua muito melhor à
Roma. Nosso governo não se veste com roupagem de ovelha para ocultar desígnios ímpios. Ele age de forma
aberta e audaciosa. Mas o Papado professava exteriormente ser um humilde seguidor do Cordeiro, enquanto
internamente era um dragão.
7. “Nenhuma coroa sobre seus chifres. Consequentemente, deve ser uma república: os Estados Unidos.”
Resposta: A besta de dez chifres, de Dan. 7 não tinha coroas, e mesmo assim todos eram governos
monárquicos. Igualmente o dragão (Apoc. 12:3), não possuía coroas sobre seus dez chifres, embora todos
fossem governos monárquicos. Da mesma forma existiam coroas sobre as suas sete cabeças, ainda que várias
destas cabeças representassem formas de governo que não possuíam coroas. Assim, este argumento é falho.
8. “O espiritualismo tem operado milagres aqui.” Resposta: Os milagres do espiritualismo são um
embuste e não são de forma alguma reconhecidos ou utilizados por nossa nação na elaboração das leis. Mas,
na profecia os milagres são operados pela autoridade oficial, e não por indivíduos pessoais; operados para
assegurar e fazer cumprir leis para perseguição (verso 14). O espiritualismo não faz isto, e certamente nossa
nação nunca irá se curvar ante a operação de milagres executados pela autoridade oficial! Mas a Roma papal
abundou em falsificar milagres por meio dos quais enganou seus seguidores durante séculos. Nossa nação
tem agora cerca de cem anos de idade, e, de acordo com os Adventistas, em mais cinco ou dez anos a obra
estará terminada. Mas, de oito versos da profecia apenas um ainda não está cumprido, se for nossa nação.
1. A besta surgirá. Cumprido.
2. Ela surgirá da terra. Cumprido.
3. Terá dois chifres. Não cumprido.
4. Terá a semelhança de um cordeiro. Cumprido.
Mas estas especificações se cumprem muito mais no Papado do que nos Estados Unidos.
5. Falará como um dragão. Não cumprido.
6. Exercerá todo o poder da primeira besta. Não cumprido.
7. Fará com que a terra adore a primeira besta. Não cumprido.
8. Fará grandes maravilhas. Não cumprido.
9. Fará descer fogo do céu. Não cumprido.
34
10. Operará milagres. Não cumprido.
11. Fará uma imagem para a besta. Não cumprido.
12. A imagem falará. Não cumprido.
13. Fará com que sejam mortos todos os que não adorarem a besta. Não cumprido.
14. Fará com que todos recebam a marca. Não cumprido.
15. Proibirá todos aqueles que não tiverem a marca de comprar ou vender. Não cumprido.
Dos quinze pontos apenas quatro se cumpriram, e estes se relacionam simplesmente ao seu surgimento.
De toda a obra que a besta fará, nada foi feito ainda. Os Adventistas estão sempre dizendo que o restante
acontecerá já; mas nos últimos quarenta anos nem um único ponto se cumpriu e nem há a menor
possibilidade de que se cumpram. A menos que Deus opere um milagre, nenhuma destas coisas, da forma
como eles estão procurando, jamais se realizará.
A marca seria impingida sobre escravos (verso 16); mas a escravidão está abolida, e isto não pode ser
cumprido aqui, mas cumpriu-se sob a Roma papal. Pessoas foram decapitadas por não adorarem a besta
(Apoc. 20:4). Tudo isso foi cumprido sob o Papado, mas os próprios Adventistas do Sétimo Dia dizem que
ninguém será morto aqui.
Agora provamos conclusivamente que a besta de dois chifres não é os Estados Unidos. Sendo assim,
então os Adventistas do Sétimo Dia estão errados com respeito à imagem da besta, a marca da besta, a
Mensagem do Terceiro Anjo e a questão do Domingo. Por conseguinte, toda a sua teoria desmorona.
35
qualquer dos itens acima em sua lei Dominical. Sua ideia de uma imagem para a besta é uma questão sem
sentido e não-Escritural do início ao fim.
4. Uma lei Dominical nacional rigorosa, tal como esperam os Adventistas, de forma alguma constituiria
uma imagem para o Papado, pois os Católicos nunca tiveram nem ensinaram uma instituição do Domingo
como deveria ser. Seu Domingo é, e sempre tem sido, um dia santo frouxo; um dia para jogos, esportes,
cerveja no jardim, bares, danças, votação e até mesmo de trabalho, com um pequeno culto na igreja e Missa
pela manhã. Observe o Domingo em qualquer país ou comunidade Católicos. Tal lei Dominical rigorosa,
como esperam os Adventistas, seria tão discordante quanto a imagem de uma ovelha ser parecida com um
boi. Consequentemente, nenhuma imagem para ela. Os próprios Adventistas têm demonstrado que a doutrina
de um Domingo rígido não se originou com os Católicos, mas com os Presbiterianos e Puritanos no décimo
sexto século (History of the Sabbath, Capítulo XXV). Portanto, sua lei Dominical constituiria uma imagem
da igreja da Escócia, ao invés da igreja de Roma! Assim, a sua teoria desmorona por todos os lados.
5. Tudo isso se refere à suposição de que o Papado é a besta leopardo, para quem a imagem é feita. Mas
nós provamos que a besta leopardo não é o Papado, mas o império de Roma sob os dez reinados após sua
adoção do Cristianismo. Sua conversão, porém, foi apenas nominal. Eles trouxeram consigo uma quantidade
muito grande de doutrinas, costumes, ritos religiosos, imagens, deuses, santuários, templos e pompas de
adoração pagãs. Isto se tornou o modelo segundo o qual o Papado foi gradual e finalmente formado. O
papado em seu desenvolvimento pleno e final era uma imagem desse reino, meio pagão, meio Cristão.
36
radical daquilo que uma vez ensinaram, como mostrado acima. É algo comum para eles mudar sua posição e
depois negar a anterior. Continuamos:
6. Os Estados Unidos logo aprovarão uma rigorosa lei Dominical e unirão Igreja e Estado; então todos os
que guardam o Domingo terão a marca (Marvel of Nations, pág. 185).
RESPOSTA.
A Bíblia diz que a marca da besta é guardar o Domingo? Certamente que não. Esta é apenas mais uma
das suas suposições. Para fundamentá-la eles são obrigados a elaborar um conjunto longo e sinuoso de
argumentos construídos sobre suposições, as quais nenhuma delas é confiável. Sua teoria é falsa, porque:
1. O Sábado Judaico foi abolido na cruz (Col. 2:16). Logo, ele não foi mudado pelo Papa.
2. O Dia do Senhor, de Apoc. 1:10, é o Domingo (Ver Capítulo X deste livro).
3. O Papa nunca mudou o Sábado. Este ponto eu provei além de qualquer dúvida no Capítulo XI. Este
fato sozinho desmorona todo o seu argumento da marca da besta.
4. O Papado não é a besta para quem a imagem é feita, como eles presumem. Novamente aqui toda a sua
estória é demolida.
5. Meramente guardar o Domingo não seria de forma alguma uma imagem para o Papado, como
demonstrei.
6. A besta de dois chifres não é em nenhum aspecto os Estados Unidos, mas é o Papado, como provei
claramente.
7. A imagem para a besta foi feita séculos atrás pelo Papado. Assim, falha cada um de seus argumentos
para a marca da besta.
37
Domingo e até mesmo vão à igreja e participam de encontros durante todo o dia! São eles adoradores da
besta? Por que não? Você diria que fazem isso apenas por conveniência ou por prudência? Da mesma forma
todos podem descansar no Domingo pela mesma razão, quando a lei assim o requerer, e ao fazerem isso não
adoram a besta mais do os Adventistas a adoram.
7. Embora eles possam negar, os ensinos dos Adventistas do Sétimo Dia tornam adoradores da besta
todos aqueles que guardam o Domingo, tanto agora quanto nas eras passadas, possuindo a marca da besta.
Aqui está a prova em suas próprias palavras:
I. O Papa mudou o Sábado. O Domingo é apenas o dia do Papa (ver acima).
II. “A marca da besta é a mudança que a besta fez na lei de Deus”, no Sábado (Marvel of Nations,
pág. 175). Então a marca da besta existe desde que a mudança foi feita, a qual eles situam há 1.500 anos.
Esta conclusão não é inevitável? Se a marca da besta é a mudança do Sábado que foi feita pelo Papado no
quarto século, então a marca tem existido desde então. Não há como escapar desta conclusão.
III. Todos os que têm guardado a lei Dominical desde essa data, da forma como foi elaborada pela
besta, são adoradores da besta e não adoradores de Deus. Aqui está o seu próprio argumento para isto:
Referindo-se à profecia de que o Papado “mudaria a lei e os tempos” (Dan. 7:25), a qual eles afirmam ter
sido cumprida pelo Papa em 364 D. C., mudando o Sábado para o Domingo, diz o Ancião Smith: “Quando
isso foi feito [há 1.500 anos], o que as pessoas do mundo passaram a ter? Eles tiveram duas leis exigindo
obediência – a lei de Deus e a lei do Papa. Se eles guardassem a lei de Deus, da forma como foi dada por ele,
estariam adorando e obedecendo a Deus; se guardassem a lei da forma como foi mudada pelo Papado,
estariam adorando este poder... Por exemplo, se Deus diz que o sétimo dia é o Sábado, no qual devemos
descansar, mas o Papa diz que o primeiro dia é o Sábado e que deveríamos guardar esse dia, e não o sétimo,
então qualquer um que observe o preceito da forma como originalmente dada por Deus é, desse modo,
caracterizado como um adorador de Deus; e aquele que o guarda da forma como foi mudado é, desse modo,
marcado como um seguidor do poder que fez a mudança... Desta conclusão nenhuma mente sincera pode
discordar.” (Marvel of Nations, pág. 174 e 175).
Assim, pelos últimos mil e quinhentos anos todos os que vêm guardando o Domingo têm sido
“marcados” como seguidores da besta e têm adorado a ela! Partindo do seu próprio argumento, esta
consequência não é inevitável? É claro que sim. Quando tentam negar e escapar desta abominável conclusão
eles simplesmente se contradizem e desmentem a si mesmos. O seu argumento é uma falácia ou então esta
conclusão deve seguir.
Olhem para esse horrível Moloque que eles erigiram para amedrontar o ignorante: O Papa, no quarto
século, modificou a lei de Deus mudando o Sábado para o Domingo. Esta mudança é a marca da besta;
qualquer um que depois disso guarde a lei assim modificada não está guardando a lei de Deus, mas sim a lei
do Papa; não está adorando a Deus, mas sim o Papa. Mas todos os Cristãos têm guardado o Domingo por mil
e quinhentos anos, o Sábado do Papa, a marca da besta, e, como diz Smith, foram “desse modo marcados
como seguidores do poder que fez a mudança.” Desta conclusão não há escape. E assim, todos os que
guardam o Domingo receberam a marca da besta e a têm agora.
Mas eles dizem que não ensinam que alguém já tenha recebido a marca da besta. Isto mostra o absurdo
de seu argumento. A guarda do Domingo é a marca da besta, mas os que guardam o Domingo não têm a
marca da besta! Por exemplo: Eu tenho uma centena de notas falsas e com elas pago a cinquenta homens em
Otsego, e eles pegam as notas e as mantêm consigo, mas nenhum daqueles homens possui uma nota falsa!
Isto não está claro... como a lama? Mas eles não sabem que as notas são falsas, e por isso não são culpados
por mantê-las consigo. Mas, de qualquer forma eles não têm notas falsas? Certamente. Logo, se a guarda do
Domingo é a marca da besta, então eles a possuem, estejam sabendo disso ou não. Deus até pode não
considerá-los culpados por isso, mas eles a possuem da mesma forma. Agora, tão logo esses cinquenta
homens são informados de que suas notas são falsas, não são eles culpados se as usarem depois disto? Sim.
Desse modo, tão logo um homem seja informado que o Domingo é a marca da besta, se ele continuar
guardando-o após isto, não possuirá a marca da besta tão verdadeiramente como sempre a teve? E se ele
ainda guardar o Domingo voluntariamente, não é tão culpado diante de Deus como a lei que o obrigou a
guardar esse dia? Sim, e mais ainda, porque agora ele não tem desculpa e não poderia alegar que foi obrigado
a fazê-lo. Portanto, não é necessário uma lei Dominical para dar aos homens a marca da besta. Todos os que
guardam o Domingo já a possuem, e tão logo quando sejam informados de que o Domingo é a marca da
besta, eles são culpados como adoradores da besta. Mas os Adventistas do Sétimo Dia já informaram a
38
milhares sobre essa questão. Então, se eles não têm a marca da besta, por que não têm? Lembre-se que
Lutero, Milton, Baxter, Bunyan e William Miller, pai e fundador do Adventismo, foram todos informados
sobre a questão do Sábado, e ainda assim escreveram contra ele ou guardaram o Domingo. Leitor, esta marca
da besta Adventista é um absurdo e apenas um espantalho. Não fique amedrontado.
Mesmo se o Papa tivesse mudado o Sábado para Domingo, isto não tornaria o Domingo a sua marca. A
marca de qualquer pessoa era aquilo que ela usava para marcar coisas pertencentes a ela. Nos tempos
Bíblicos um senhor colocava a sua marca sobre a mão direita ou na testa de seus escravos. Os deuses pagão
tinham os seus adoradores marcados da mesma forma. Esse costume é resgatado e usado aqui como uma
ilustração. Do mesmo modo será exigido aos adoradores da besta fazerem algo que irá marcá-los ou
diferenciá-los como seus seguidores. Mas guardar o Domingo não diferencia um Católico dos membros de
outras Igrejas, pois todas as Igrejas guardam o Domingo – a Grega, Armena, Luterana, Episcopal, Metodista,
etc. O Papa nunca usou o Domingo para diferenciar seus seguidores dos outros, nem como prova da sua
autoridade como a cabeça da Igreja. Como prova da sua autoridade ele aponta para as chaves de São Pedro e
a contínua sucessão apostólica a partir dele. Diz Dowling: “Os Papas proclamam o seu direito divino de
supremacia em consequência da sua reivindicação de serem os sucessores do Apóstolo Pedro.” (History of
Romanism, pág. 44). Sobre isto, e não sobre a guarda do Domingo, eles fundamentam a sua reivindicação de
poder. Algum escritor obscuro é citado reivindicando autoridade para a Igreja para “ordenar festas e dias
santos”, porque aquela Igreja tornou o Domingo santo. Este argumento é infinitamente pequeno para fazer do
Domingo a prova de toda a sua autoridade, a “marca” distintiva daquela Igreja.
IV. É absurdo dizer que observar o Domingo como o Sábado é uma iniquidade tão terrível quanto
afirmam os Adventistas. Ouçam o Ancião Smith: “A guarda do Domingo é a marca da besta... Receber esta
marca é algo que implica na maior ofensa que se poderia cometer contra Deus.” (Marvel of Nations, pág.
170, 183). Deste modo guardar o Domingo é transgressão maior do que mentir, roubar ou até mesmo matar e
idolatrar! Tal declaração é monstruosa. Na mente de qualquer homem sincero e pensante, ela se quebra sob o
peso da sua própria absurdidade.
39
o Evangelho a todas as nações. Jesus disse: “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura.”
(Marcos 16:15). O anjo em Apoc. 14:6-7 é visto pregando o Evangelho a cada nação, como Jesus ordenou.
Compare o sermão de Paulo aos pagãos idólatras em Listra, Atos 14:15, com as palavras da primeira
mensagem (Apoc. 14:7), e veremos que são quase idênticos. Disse Paulo, “Vos anunciamos que vos
convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, e a terra, o mar, e tudo quanto há neles.” Igualmente
Apoc. 14:7, diz “Adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar.” Esta, então, era uma mensagem para os
idólatras, anunciando-lhes o Deus vivo que fez todas as coisas, mas de quem eles eram ignorantes. Isto é
exatamente o que a igreja primitiva pregou às nações pagãs até que a idolatria fosse subvertida.
Paulo diz que E evangelho “foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu” (Col. 1:23). Isto foi antes
de ele morrer e faz cumprir de forma exata Apoc. 14:6-7. Mas a obra Adventista de 1844 foi um
acontecimento pequeno, local, limitado a alguns estados, e muito menos foi pregado a todas as nações.
Os Adventistas declaram que Wm. Miller pregou esta mensagem em 1840-4. Ele não fez tal coisa. O
tema principal da pregação era o de que o fim do mundo viria em 1843 e posteriormente em 1844. Mas ele
pregou algo que falhou duas vezes, como sabemos. Deus envia homens para fazer asneiras como esta? Miller
não pregou a hora que o juízo viria. Este foi um pensamento posterior, uma interpretação colocada sobre a
sua obra, a qual não foi imaginada naquele momento.
É dito que os apóstolos não poderiam ter pregado essa mensagem, pois o juízo não tinha vindo em seus
dias. Vamos ver. Jesus pregou assim: “Agora é o juízo deste mundo”, (João 12:31). Jesus disse, “ Agora é o
juízo.” Quem irá contradizê-lo e dizer que não era? Pedro disse: “Porque já é tempo que comece o
julgamento pela casa de Deus.” (1 Pe. 4:17). Portanto, o julgamento começou lá. Aqui estão dois
testemunhos diretos, e isso é suficiente. Assim, em exata harmonia com estes, o Primeiro Anjo anuncia que
“é vinda a hora do seu juízo” (Apoc. 14:7). Se alguém quer ver a verdade, ela está clara o suficiente; se eles
não quiserem, é inútil argumentar ainda mais.
40
Mil vezes mais provável é a aplicação dessa mensagem para a obra de Lutero e a Reforma. Até o tempo
de Lutero supunha-se que a igreja Papal era a verdadeira igreja, e como tal governava sobre os reis da terra e
a consciência dos homens. Lutero alarmou o mundo com a audaciosa proclamação de que a igreja de Roma
era a “Mãe das prostituições”, “a grande Babilônia” de Apoc. 17:1-6, e que ela estava caída, como declarado
em Apoc. 14:8; 18:1-4. Em 6 de outubro de 1520 ele publicou seu famoso livro sobre o “Cativeiro
Babilônico da Igreja.” (http://en.wikipedia.org/wiki/On_the_Babylonian_Captivity_of_the_Church;
http://whitehorsemedia.com/docs/BABYLONIAN_CAPTIVITY_OF_THE_CHURCH.pdf.)
Citarei a partir do History of the Reformation, de D'Aubigne, Vol. II: “Lutero preparou uma mina cuja
explosão abalou o edifício de Roma desde os seus alicerces. Esta foi a publicação de seu famoso livro sobre
o 'Cativeiro Babilônico da Igreja', que apareceu no sexto dia de Outubro de 1520.” (pág. 131). “Os Cristãos
são o verdadeiro povo de Deus, levados cativos para Babilônia.” (pág. 133). “Todos os males que afligiram a
Cristandade ele francamente atribuiu à Roma.” (pág. 138). Diz Lutero: “É verdade que ataquei a corte de
Roma; mas nem você ou qualquer homem sobre a terra pode negar que ela é mais corrupta do que Sodoma.”
(pág. 139). “Esta Babilônia, que é a própria confusão.” “Por muitos anos Roma inundou o mundo com tudo o
que podia destruir, tanto o corpo quanto a alma. A igreja de Roma, inicialmente célebre em santidade,
transformou-se no mais licencioso covil de salteadores, no mais desavergonhado de todos os bordéis, no
reino do pecado, da morte e do inferno.” (pág. 140).
Aqui estava uma proclamação da queda de Babilônia, a qual foi digna do nome. Verdadeiramente Roma
fez todas as nações beberem de seu vinho. Ela governou sobre todas as nações; enriqueceu; viveu em
esplendor; matou os santos; tornou-se habitação de todo espírito mau. Tudo isso é retratado de forma exata
em Apoc. 17:1-6, onde a “grande Babilônia” do capítulo 14:8 é descrita mais claramente. Desse modo, em
Apoc. 18:1-4 o anúncio da queda de Babilônia, como anunciada no capítulo 14:8, é explicado de forma mais
ampla, mas é a mesma mensagem. Isso se encaixa exatamente na obra de Lutero.
A mensagem de Lutero foi um poderoso clamor que iluminou a terra, anunciou as terríveis corrupções de
Roma, chamou para fora dela milhões de pessoas e deu ao mundo um poderoso poder, o Protestantismo. Em
toda a história do mundo não havia sido visto um movimento religioso tão poderoso quanto este. Isto era
digno de um anúncio em profecia.
Considere este fato: Enquanto os Adventistas encontram centenas de profecias – capítulos inteiros delas
– aplicando-as à sua pequena obra, eles não encontram nada predizendo o grande movimento religioso da
Reforma que revolucionou o mundo! Isto ilustra como eles interpretam tudo de forma que se adéque a si
mesmos.
Não, a segunda mensagem de Apoc. 14:8, a queda de Babilônia, se aplica à igreja Católica, não aos
Protestantes, e foi proclamada há trezentos e cinquenta anos, por Lutero, não pelos Milleritas em 1844.
41
5. Existem seis anjos mencionados em Apoc. 14. Se os três primeiros representam mensagens de alerta,
então os outros três também são; e, consequentemente, ainda existem três mensagens a mais por vir após a
mensagem do Terceiro Anjo! O que os Adventistas têm a dizer sobre elas? Nada.
Estes poucos pontos resumidos são suficientes para mostrar que sua aplicação das três mensagens está
completamente errada.
42
no qual estais selados para o dia da redenção” (Efé. 4:30). Estes textos são claros o suficiente para dizer o
que é o selo do Senhor. Ele é o Espírito Santo. É estranho que homens deixem de lado esses textos claros, e
tentam por meio de argumentos alongados e duvidosos decifrar que o Sábado Judaico é o selo, quando a
Bíblia nunca disse uma única palavra sobre isto.
Os Adventistas argumentam que o Sábado é o selo para o decálogo. Eles dizem que não existe nada mais
nos Dez Mandamentos que diga quem deu a lei. A afirmação é totalmente falsa. As primeiras palavras do
decálogo dizem quem a deu: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
Não terás outros deuses diante de mim.” (Êx. 20:2-3). O texto diz da forma mais clara quanto possível quem
deu a lei, e corta pelas raízes o argumento Adventista sobre o selo. Agora olhem para o seu quadro da “Lei
de Deus”. Estas palavras, como Deus as colocou, foram suprimidas. Se fossem deixadas, iriam contradizer
claramente o argumento Adventista.
43
CAPÍTULO VII
O SANTUÁRIO.
Os Adventistas do Sétimo Dia fazem com que tudo gire em torno da sua visão do Santuário. Ele é vital
para eles. Se estiverem errados sobre isto, todo o seu sistema desmorona. O leitor deveria, portanto, estudar o
tema cuidadosamente. Eles discorrem sobre ele constantemente e afirmam que são os únicos em toda a
Cristandade que tiveram a luz sobre o assunto. Dedicarei apenas umas poucas páginas a ele, exatamente o
suficiente para mostrar a falácia do seu sistema.
Eles basearam seu tempo de 1844 sobre Dan. 8:14 - “Até dois mil e trezentos dias, e o santuário será
purificado.” O santuário era a terra. Ela seria purificada pelo fogo no segundo advento. Os 2.300 dias
terminariam em 1844. Consequentemente, Cristo viria naquele ano. Eles provaram tudo isso pela Bíblia e
assim não poderia haver engano, disseram. Mas Cristo não veio. E agora? O fanatismo custa a morrer;
homens categóricos não gostam de se render. Assim, eles agora descobriram que o santuário não significa a
terra, como haviam dito, mas sim um edifício real no céu, exatamente como o tabernáculo que Moisés
construiu.
Aquele era uma tenda com dois compartimentos: o Lugar Santo contendo a mesa, um candelabro e o
altar de ouro; o Lugar Santíssimo contendo a arca, na qual estavam as tábuas de pedra e sobre a qual estava o
propiciatório e os querubins (ver Heb. 9:4-5). Os sacerdotes ministravam no primeiro lugar a cada dia do
ano, mas somente o sumo sacerdote entrava no Lugar Santíssimo, e isto apenas no último dia do ano (Lev.
16). Naquele dia ele purificava o santuário dos pecados confessados ali durante o ano. Tudo isso seria um
tipo (símbolo) de um edifício exatamente igual no céu, onde Cristo ministra (Heb. 8:1-5; 9:1-9, 24). Em
1844, ele teria deixado o primeiro lugar e entrado no Lugar Santíssimo para purificar o santuário celestial, o
que, na verdade, é o julgamento. Isso explica o seu desapontamento. Em 1844 Jesus entrara no Lugar
Santíssimo do santuário celestial para começar o julgamento, em vez de vir para a terra, como eles
inicialmente esperavam e pregavam! Para provar tudo isso, eles tecem argumentos longos e construídos
sobre suposições, estando abertos para objeções por todos os lados.
1. Os Adventistas sabem que estão certos sobre esta questão? Não.
2. Se este assunto está tão claro e é tão importante quanto dizem que é, é estranho que ninguém jamais o
tenha descoberto antes.
3. Após estar perfeitamente familiarizado com suas concepções a respeito do tema, e conhecendo todos
os seus argumentos, estou seguro de que eles estão errados sobre o mesmo.
1. Deus enviou os Adventistas com uma última mensagem solene para a terra; mensagem da qual
dependiam os destinos da igreja e do mundo. A primeira coisa que eles fizeram foi chegar ao ano errado,
1843, em vez de 1844. Depois, quando o fixaram, em vez de anunciar o lugar efetivo onde o evento se
realizaria – a mudança da obra de Cristo no santuário no céu – eles disseram que ele viria para a terra,
ressuscitaria os mortos e faria o mundo passar pelo fogo, quando nada do tipo aconteceu!
2. Ninguém dos cinquenta Adventistas originais jamais descobriu o erro claro que haviam cometido.
Nenhum dos líderes Adventistas, como Miller, Himes, Litch, etc., jamais aceitou esta explicação do
santuário. Apenas um punhado da grande massa dos Adventistas de 1844 descobriu a verdade sobre o
santuário, e estes não eram homens listados entre os da obra de Miller.
3. O próprio Miller se opôs ao movimento dos Adventistas do Sétimo Dia rejeitando a ideia do
santuário, o Sábado e a mensagem do terceiro anjo. Que emaranhado sem esperança foi a obra Adventista!
Não é de admirar que o povo a tenha rejeitado. Como seria se Moisés tivesse se oposto a Josué; e João
44
Batista se oposto a Cristo? Miller foi enviado para fazer uma obra; fê-la errada e depois se opôs àqueles que
finalmente a fizeram certa!
4. Em vez de receberem a “luz” sobre a questão do santuário por meio de visão da Sra. White ou do
céu, eles a obtiveram de O. R. L. Crosier. Mas este logo desistiu dela como um erro e se opôs aos
Adventistas do Sétimo Dia por muitos anos. Parece mal para uma teoria quando o seu próprio autor renuncia
a ela.
5. A princípio os Adventistas do Sétimo Dia adotaram a Teoria do Santuário para provar que a porta
da misericórdia havia se fechado em 1844, uma teoria que a Sra. White e todos eles sustentavam naquela
época. Aqui está a minha prova sobre este ponto:
“Ann Arbor, Mich., 1 de dezembro de 1887.
Ancião D. M. Canright,
Eu guardei o sétimo dia por quase um ano, em 1848. Em 1846, expliquei a ideia do santuário em um
artigo publicado numa edição extra do Day Star, Cincinnati, Ohio. O objetivo do artigo era apoiar a teoria de
que a porta da misericórdia estava fechada, uma teoria que eu e praticamente todos os Adventistas que
aceitaram as visões de William Miller sustentavam entre 1844 e 1848. Sim, eu sei que Ellen G. Harmon,
agora Sra. White, apoiava naquela época a teoria da porta fechada.
Sinceramente,
O. R. L. Crosier.”
45
posição (em 1844) para o Lugar Santíssimo... o conhecimento da sua obra, que até então tinha sido
suficiente, já não era suficiente... Quem pode encontrar a salvação? Aqueles que vão para o Salvador onde
ele está e o veem pela fé no Lugar Santíssimo... Esta é agora a porta aberta para a salvação; mas nenhum
homem pode compreender esta mudança sem um conhecimento definido sobre o assunto do santuário e a
relação entre o tipo e o antítipo. Agora eles podem até procurar o Salvador como costumavam vê-lo antes,
sem nenhuma outra ideia de sua posição e ministério além daquelas que tinham noção quando ele estava no
primeiro compartimento; mas isso lhes será aproveitável? Eles já não podem encontrá-lo lá. Aquela porta
está fechada!”
Do mesmo modo a Sra. White: “Eles não têm conhecimento do movimento feito no Céu, ou do caminho
para o Lugar Santíssimo, e não podem ser beneficiados pela intercessão de Jesus naquele lugar... Eles
direcionam suas orações inúteis para o compartimento que Jesus deixou.” (Spiritual Gifts, Vol. I, pág. 171,
172; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=147&p=171). Que doutrina abominável! Ninguém pode ser salvo,
a menos que saiba da mudança que Cristo fez no Céu em 1844. Mas ninguém tem a menor noção desta
mudança, exceto os Adventistas do Sétimo Dia. Leitor, reflita sobre isto.
9. Mas atualmente eles abandonaram essa visão do santuário, e sustentam que todos aqueles que
honestamente buscarem a Deus podem ser salvos sem qualquer uma dessa “luz” sobre o santuário. Assim,
eles já mantiveram quatro posições diferentes sobre a questão do santuário: 1. Ele era a terra; 2. A porta da
misericórdia foi fechada para todos os pecadores em 1844. 3. Ela foi aberta apenas para aqueles que
aprenderam sobre a mudança de Cristo em 1844. 4. Ela agora está aberta para todos. Qual será a próxima
crença que eles terão?
Depois de investigar exaustivamente todo o assunto do santuário, estou seguro de que eles estão em um
grande erro sobre este ponto.
1. O trono de Deus sempre esteve no lugar Santíssimo do santuário, entre os querubins, sobre a arca,
nenhuma vez no lugar Santo. Como prova deste ponto, ver Lev. 16:2; Núm. 7:89; I Sam. 4:4; II Reis 19:15.
Smith declara que o trono de Deus estava algumas vezes no lugar Santo, e aponta Êx. 33:9-10. Mas aqui o
Senhor aparece do lado de fora do tabernáculo, e de forma alguma no lugar Santo. Portanto, este texto o
contradiz.
2. Quando Jesus ascendeu aos Céus, há mil e oitocentos anos, ele foi diretamente para a destra de Deus e
sentou-se em seu trono (Heb. 8:1). Portanto, ele entrou no Santo dos Santos naquela ocasião, ao invés de ter
entrado em 1844.
3. “Dentro do véu” é para dentro do lugar Santíssimo. “Pendurarás o véu debaixo dos colchetes, e porás a
arca do testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo.”
(Êx. 26:33). Ver também Lev. 16:2, 12, 13. Ninguém pode deixar de ver que “dentro do véu” é no lugar
Santíssimo onde estava a arca. Este é justamente o lugar onde Jesus entrou há mil e oitocentos anos. Prova:
“a esperança proposta; a qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até ao interior do
véu, onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote.” (Heb. 6:18-20). Como
o sumo sacerdote entrava “dentro do véu”, assim Jesus, nosso sumo sacerdote, entrou “dentro o véu”, no
lugar Santíssimo, para a destra de Deus, e sentou-se sobre seu trono. Nada poderia estar mais plenamente
declarado. Isto abala toda a teoria Adventista de 1844. Para prova adicional, ver Êx. 27:21; 30:6; 40:22-26;
Lev. 4:6, 17, 16:15, 24:3; Núm. 18:7; Mat. 27:51.
4. “Diante do trono”, Apoc. 8:3. O Ancião Smith declara que “o trono de Deus estava no primeiro
compartimento do santuário”, porque é dito que as sete lâmpadas e o altar de ouro estavam “diante do trono”
(Apoc. 4:5; 8:3). Esta é uma prova tão desesperada quanto a sua causa. O mesmo argumento provaria que a
arca e o trono de Deus estavam sempre no primeiro compartimento do santuário terreno, o que sabemos ser
falso. Como existia apenas um véu, o qual dividia o lugar Santo do Santíssimo, onde estava o trono de Deus,
dizia-se que as coisas no lugar Santo estavam “diante do Senhor”, na medida em que estavam tão perto do
trono que ficavam logo atrás da cortina. Prova: Êx. 27:20, 21; 30:6-8; 40:23-25; Lev. 4:6, 15-18. Até mesmo
onde os animais eram mortos, totalmente fora do tabernáculo, era considerado “diante do Senhor”, como
mostra Lev. 4;15. Abraão andou “diante do Senhor” (Gên. 24:40), embora estivesse na terra e o Senhor no
céu.
5. Nem um único texto pode ser encontrado em toda a Bíblia mostrando que a arca, querubins e trono
estivessem no lugar Santo do santuário terreno, o tipo. E mesmo assim, no antítipo eles têm o trono de Deus
46
no lugar Santo, não em alguma ocasião especial, mas todo o tempo por 1.800 anos, exatamente contrário ao
tipo!
6. Os Adventistas sempre assumem e dizem que “o templo de Deus é o lugar Santíssimo.” (Sanctuary,
pág. 234, de Uriah Smith). Mas isto é falso. O lugar Santíssimo, ou oráculo, era um aposento no templo, mas
ele não, era em si, o templo. De fato, as Escrituras distinguiam claramente entre o templo e o oráculo, ou
lugar Santíssimo (ver I Reis 6:5, 16, 17, 19:23; 7:50). O templo era o edifício, todo o prédio (I Reis 7:50; II
Reis 11:13; I Sam. 3:3; Mat. 21:12; Luc. 1:9; Apoc. 11:19).
7. Quando foi aberto o templo no céu, Apoc. 11:19? Os Adventistas usam este texto para provar que o
lugar Santíssimo no santuário celestial não estava aberto até 1844. Mas eles se enganam: 1) Porque, como
provamos acima, o templo não é o lugar Santíssimo, mas todo o prédio; 2) Porque o templo celestial foi
aberto quando Cristo iniciou o seu ministério aqui, há 1800 anos (Heb. 8:1, 2; 9:8-12); 3) Porque o verso 19,
de Apoc. 11, pertence propriamente a Apoc. 12, e começa esta nova linha de profecia, em vez de fechar a
linha no capítulo 11. O Siríaco assim o divide. Clarke, Barnes, Scott e cada comentador que consultei
conecta esse verso com capítulo 12, como sendo a introdução. Ver Scott: “V. 19 – Este verso introduz um
novo assunto, e deveria ter sido colocado no início do próximo capítulo.” Certamente, pois quando foi aberto
o templo no céu? Quando Jesus lá entrou para começar seu ministério, é claro (Heb. 9:8-12). Assim
desmorona o principal pilar da teoria Adventista do santuário.
Até agora eu argumentei baseado em seus próprios fundamentos de que existe um edifício real no céu
exatamente igual ao santuário da terra. Mas toda esta coisa é extremamente questionável.
1. Como as verdades morais são ensinadas às crianças por meio de lições materiais, assim Deus ensinou
aos Judeus verdades espirituais através das lições materiais dos tipos (símbolos) da adoração.
Consequentemente, não se segue que na adoração Cristã tenha que ter tais coisas materiais empregadas no
céu. Ao contrário, a presunção é contra isto.
2. Todo o serviço no templo era para o sacerdócio Aarônico, mas Cristo não é um sacerdote segundo a
ordem de Arão, mas sim segundo a ordem de Melquisedeque (Heb. 7:11). Melquisedeque não tinha templo
nem serviço de templo, e assim Cristo não deveria ter nenhum. Desde Adão até Moisés não existiam templo
nem serviço sacerdotal no céu. Smith admite isto: “Não havia lugares santos estabelecidos, e nenhuma obra
sacerdotal estava estabelecida no céu.” (Sanctuary, pág. 238). Exatamente, pois tudo isso estava sob o
sacerdócio de Melquisedeque, exatamente como agora. Se lá no céu não foi necessário um templo por 4.000
anos, tampouco é necessário agora.
3. Paulo exprime de forma direta que os tipos (símbolos) da lei não eram “a imagem exata das coisas”
que representavam (Heb. 10:1). Mas os Adventistas elaboram seu argumento sobre a suposição de que elas
eram imagens exatas de coisas no céu, ignorando assim a declaração de Paulo.
4. Paulo diz que Cristo é ministro de um maior e mais perfeito tabernáculo (Heb. 9:11). Portanto, este é
diferente do tabernáculo terreno.
5. Paulo diz que é um tabernáculo “não feito por mãos” (Heb. 9:11). Isto mostra que não é um edifício
material.
6. Paulo diz que a carne de Jesus é o véu (Heb. 10:20). Isto mostra que o templo era apenas figurativo.
7. Raramente um dos tipos tinha um antítipo exatamente igual a ele. Assim, cordeiros e bois eram os
tipos dos quais Jesus era o antítipo. Ele era um homem, mas eles eram animais. Os corpos dos animais eram
queimados (Heb. 13:11, 12), mas Cristo, o antítipo, não foi queimado. Eles eram sacrificados à porta do
santuário (Lev. 17:3, 4), mas Jesus não foi sacrificado à porta do santuário. Seu sangue era levado para
dentro do templo e colocado sobre o altar (Lev. 4:6, 7), mas o sangue de cristo foi derramado sobre o solo.
Os sacerdotes Levíticos faziam ofertas diárias, mas Cristo fez uma única por todos (Heb. 9:25, 26, 28; 10:10,
12, 14). O Ancião Smith diz: “O fato de Moisés ter feito dois compartimentos em sua semelhança do templo
celestial é uma demonstração de que este último também tem dois compartimentos.” Novamente: “Os
sacerdotes aqui na terra, em ambos os compartimentos, serviam como exemplo de um serviço semelhante no
céu. Agora Jesus é o único sacerdote no céu, e ele executa este 'serviço semelhante'.”
Todos os dias os sacerdotes terrenos ofereciam os sacrifícios da manhã e do entardecer, aspergindo o
sangue de vítimas recém-sacrificadas no santuário externo. Deste modo, por mais de mil e oitocentos anos
Jesus, de acordo com o Sr. Smith, deve ter oferecido seu próprio sangue fresco, derramado no
47
compartimento exterior do santuário celestial, duas vezes ao dia – isto é mais do que 1.300.000 vezes – desde
sua ascensão até 1844. Este é o resultado lógico da 'demonstração' do Sr. Smith. O apóstolo diz, Heb. 7:27:
“Isto ele fez uma vez, oferecendo-se a si mesmo. Portanto a 'demonstração' contradiz categoricamente as
Escrituras.” (G. W. Morton). A lei regulando o serviço dos sacerdotes e o templo foi mudada (Heb. 7:12);
então certamente ela não é executada agora no céu. Os Adventistas levaram toda a lei Levítica do serviço do
santuário, transferindo-a para o céu e executando-a lá! Este é o absurdo do seu sistema. Em Heb. 7:11-28,
Paulo assinala muitos pontos de diferença entre os tipos e os antítipos. Na era Judaica, a mesa do Senhor
estava no templo (Mal. 1:7); mas agora a mesa do Senhor está na Igreja (I Cor. 10:21; 11:20). As sete
lâmpadas do templo no céu “são os sete espíritos de Deus.” (Apoc. 4:4). Assim, elas não são lâmpadas
literais. Portanto, é mais do que provável que nenhuma das coisas mencionadas como estando lá, sejam
literais. Em um lugar é dito que os santos no céu estão “trajando vestes brancas” (Apoc. 7:9), mas em outro
lugar explica-se que isto é a justiça dos santos (Apoc. 7:14).
Em Apoc. 8:3, é dito que as orações de todos os santos são oferecidas sobre o altar de ouro. Mas
evidentemente isto não é para ser tomado literalmente, mas apenas como uma referência ao modo Judaico de
adoração. Col. 2:16, 17 diz que as comidas, bebidas, dias de festa, de lua nova e Sábados eram uma sombra
de Cristo. Raciocinando como fazem os Adventistas, sobre o santuário terreno (Heb. 8:5), poderíamos
esperar encontrar algo no Evangelho exatamente como eles – comidas, bebidas, dias anuais de festa, dias
mensais sagrados, etc. Mas onde estão eles? No Evangelho não há nada como estes tipos.
Paulo diz precisamente que o lugar no qual Jesus entrou era “o mesmo céu, para agora comparecer por
nós perante a face de Deus.” (Heb. 9:24). A simples verdade sobre tudo é que as eras dos tipos, objetos,
lições, formas exatas, conjunto de cerimônias, lugares consagrados e vasos sagrados – tudo isto terminou na
cruz (Col. 2:17). A resposta de Jesus para a mulher junto ao poço vai diretamente ao ponto. Ela disse:
“Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe
Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai... mas a
hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o
Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito
e em verdade.” (João. 4:20-24).
Sob o Evangelho um lugar não é mais sagrado do que outro. Junto com os lugares sagrados foram-se os
vasos sagrados, sacrifícios, incensos, tábuas de pedra e tudo o mais. Pedro estabelece isto em uma frase:
“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios
espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” (I Ped. 2:5). No mesmo sentido temos Efé. 2:20-22; I Cor.
6:19. Estamos agora sob uma nova aliança (Heb. 8:6-13), um mais elevado sacerdote de uma nova ordem
(Heb. 7:11), vamos a Deus por um novo caminho (Heb. 10:20), por novas ordenanças (Marc. 15:15-16; I
Cor. 11:23-26), por um templo diferente e um melhor sacrifício. Consequentemente, não existe a necessidade
de um templo no céu exatamente igual ao antigo templo Judaico.
A ideia Adventista do santuário no céu é um absurdo. Em Early Writings, pág. 114, 115, a Sra. White foi
tomada aos céus e lhe foi mostrado tudo sobre o santuário. Ela viu um edifício exatamente igual ao da terra.
Nele estava o candelabro, a mesa dos pães da proposição, o altar, as cortinas, a arca; e “na arca estavam as
tábuas de pedra contendo os Dez Mandamentos.” (Primeiros Escritos, pág. 251;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=251). Pense, agora, qual a utilidade de um candelabro literal na
presença imediata de Deus cuja glória está acima da luz do sol. “Não necessitarão de lâmpada nem de luz do
sol, porque o Senhor Deus os ilumina.” (Apoc. 22:5). E qual a utilidade de uma mesa de pães da proposição
literal? Acaso os anjos do senhor comem os pães? E tábuas de pedra reais no Céu! O Senhor sentado sobre a
arca acima delas! Que ideias pueris! Ouça Paulo proibindo tal ideia: “não em tábuas de pedra, mas nas tábuas
de carne do coração.” (II Cor. 3:3). Pense no absurdo de ter o Deus Altíssimo e todos os milhares de milhares
de anjos ao redor de seu trono, habitando em um edifício literal com cortinas, lâmpadas, mesas, paredes, etc.
Seria necessário que o prédio fosse maior do que todo um estado. Que os Adventistas leiam isto: “O
Altíssimo não habita em templos feitos por mãos.” (Atos 7:48).
“Mas, Paulo não diz que o templo Judaico era uma sombra, figura, um modelo das coisas celestiais?”
(Heb. 8 e 9). Sim, e da mesma forma ele diz que as oferendas e dias santos da antiga aliança eram sombras
de Cristo (Col. 2:16, 17). Mas onde estão os nossos dias de festa, luas novas, comidas, etc., sob o Evangelho?
Em algum lugar, num sentido espiritual. Igualmente, Paulo diz que o templo terreno era apenas uma figura
de um “tabernáculo não feito por mãos” (Heb. 9:9-11). Como ele poderia dizer mais claramente que o
celestial não é literal? Cristo ministra num templo literal no céu, desde Adão até a cruz, por milhares de
48
anos? Não. Melquisedeque tinha um templo? Não (Gên. 14:18-20). Como Cristo é um sacerdote segundo a
sua ordem, ele não precisa de nenhum templo literal. De acordo com os Adventistas, o lugar Santíssimo do
santuário celestial estava inteiramente vazio e desocupado desde a ascensão de Jesus até 1844. Mesmo Cristo
não havia entrado lá nenhuma vez!
Finalmente, todo o seu argumento sobre o santuário depende de se provar que as setenta semanas de Dan.
9 são uma parte dos dois mil e trezentos dias de Dan. 8:14. Mas a Bíblia diz que são? Não, nem eles podem
provar isto. O melhor que eles podem fazer é alegar que este entendimento é plausível.
49
CAPÍTULO VIII
Os Adventistas do Sétimo Dia consideram a Sra. White como uma profetisa, e seus escritos como
inspirados. Eles tecem longos argumentos retirados da Bíblia para provar que existiriam dons, milagres e
profetas na igreja. Mas estes são os mesmos argumentos utilizados pelos Mórmons, Shakers, etc., em favor
de suas igrejas. Contudo, este não é o ponto principal. A questão não é se o Senhor pode inspirar homens e
mulheres, mas sim: Ele inspirou a Sra. White? O Novo Testamento nos alerta repetidamente contra aceitar
falsos profetas. “Acautelai-vos dos falsos profetas.” (Mat. 7:15). “Porque surgirão falsos Cristos e falsos
profetas.” (Mat. 24:24). “Não creiais a todo o espírito... muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.”
(I João. 4:1).
Em cada geração muitos têm surgido reivindicando ser profetas. Todos conseguiram mais ou menos
seguidores. Tudo o que eles precisam fazer é acreditar firmemente em si mesmos e fazer reivindicações
extravagantes, e logo terão seguidores. Vamos comentar sobre alguns mais proeminentes, próximos dos
nossos dias.
1. SWEDENBORG.
Ele nasceu em Estocolmo, Suécia, em 1688, e morreu em 1772. Seu pai era um fidalgo de alta posição.
Consequentemente, Swedenborg era altamente instruído e encaminhado na elite da sociedade. Ele viajou
amplamente e teve contado com os homens mais eruditos da sua época. O rei o indicou para um ofício
elevado, o qual exerceu com grande reconhecimento por cerca de trinta anos. Ele se destacou com eminência
no conhecimento e escreveu setenta e sete livros cobrindo cada ramo da ciência. Ele possuía o mais puro
caráter e era devotadamente religioso.
50
de muitos livros. Ele tomou a dianteira da Sra. White em cem anos. Seus seguidores acreditam nele
exatamente como os dela acreditam nela, e são muito zelosos na propagação da sua fé. Em muitos aspectos,
ambos os movimentos são muito parecidos.
A informação acima foi resumidamente extraída da Schaff-Herzog Encyclopedia.
51
forma e seguiram adiante, de modo que estão aqui agora. Da mesma forma com os seguidores da Sra. White.
Não importa que asneira ou erros ela faça; eles os corrigem de alguma forma e vão adiante. Eles farão isto
depois que ela morrer e se for.
52
Em seu meio eles a citam como nós citamos Paulo. Um texto de seus escritos é um fim para qualquer
controvérsia em doutrina e disciplina. É comum ouvir eles dizerem que quando desistirem das suas visões
desistirão também da Bíblia, e frequentemente fazem isto.
Suas visões, ou “Testemunhos”, como eles as chamam, estão tão inseparavelmente conectadas com toda
a doutrina Adventista do Sétimo Dia, que uma pessoa não pode consistentemente aceitar uma sem aceitar a
outra. Além disso, elas são apontadas com tanta insistência sobre o seu povo, em todos os sentidos possíveis,
que uma pessoa não pode sentir-se confortável por muito tempo entre eles, a menos que também as aceite.
Qualquer um que as rejeite ou se opõe a elas é tachado como um rebelde lutando contra Deus. Assim diz a
própria Sra. White: “Se você perde a confiança no povo de Deus e nos Testemunhos que ele tem dado a nós,
você está se rebelando contra Deus da mesma forma como fizeram Coré, Datã e Abirão.” (Testimony Nº 31,
pág. 62; Testemunhos para a Igreja, Vol. V, pág. 66; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=143&p=66).
Ela diz que cada linha que escreve, mesmo em uma carta particular, é diretamente inspirada por Deus –
“os preciosos raios de luz brilhando do trono.” (Testimony Nº 31, pág. 63; Testemunhos para a Igreja, Vol.
V, pág. 67; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=143&p=67). Com suas próprias palavras, ela diz: “É Deus,
não um mortal sujeito a erros, quem falou.” (Testimonies, Vol. III, pág. 257; Testemunhos para a Igreja Vol.
III (Espanhol), pág. 148, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=117&p=148). Ela repete muitas e muitas vezes
que aqueles que duvidam ou se opõem a ela estão lutando contra Deus, pecando contra o Espírito Santo.
Assim: “Lutando contra o Espírito de Deus. Aqueles... que quebrarão nosso Testemunho, eu vi, não estão
lutando contra nós, mas contra Deus.” (pág. 260; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=141&p=260). Eu
poderia citar dezenas de passagens como estas.
Esses escritos inspirados atualmente compõem-se de quarenta volumes encadernados. Assim, eles têm
uma outra Bíblia exatamente com têm os Mórmons. Eles devem ler a nossa velha Bíblia à luz da sua nova
Bíblia. Qualquer interpretação da Bíblia encontrada nestes “Testemunhos” define o seu significado além de
qualquer contestação adicional. Ela diz: “Tomei a preciosa Bíblia e a cerquei com vários Testemunhos para a
igreja.” (Testimonies Vol. II, pág. 605; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=140&p=605). Exatamente, e é
sob a luz destes “Testemunhos” que a velha Bíblia deve ser lida agora. Ela continua na mesma página: “Deus
tem, através dos Testemunhos, simplificado as grandes verdades já concedidas.” Sim, nós agora temos que
tomar a Bíblia simplificada desta forma, por ela! Swedenborg, Sra. Southcott, Ann Lee, Joseph Smith e a
Sra. White fizeram cada um a mesma coisa – tiveram uma nova revelação, escreveram livros inspirados e
começaram uma nova seita com uma nova religião.
Não existe uma única doutrina ou prática da igreja, desde a observância do Sábado até a lavagem dos
pés, sobre as quais ela não tenha escrito. Isto estabelece a coisa. Nenhuma investigação adicional pode ser
feita em qualquer destas matérias, a não ser juntar evidências e construir tudo o que for possível para
sustentá-las. Como, então, podem os seus ministros ou o povo serem livres para pensar e investigar por si
mesmos? Eles não podem, não se ocupam disto e não fazem isto. Quantas vezes eu vi algum pensamento
inteligente ser extinguido com a observação: “Isto contradiz a Irmã White.” Isto termina a questão. Tudo o
que ela escreve, seja numa carta particular ou num artigo de jornal, é inspirado. Assim: “Deus estava falando
através do barro... Nestas cartas que escrevi, nos Testemunhos que produzo, estou apresentando a vocês
aquilo que o Senhor me apresentou. Eu não escrevo um único artigo no papel expressando meramente
minhas próprias ideias. Eles são o que Deus abriu para mim em visão – os preciosos raios de luz brilhando
do trono.” (Testimony Nº 31, pág. 63; Testemunhos para a Igreja, Vol. V, pág. 67;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=143&p=67). Aqui você tem a pura inspiração; cada palavra que ela
escreve é um raio de luz vindo do trono de Deus. Rejeite isto, e você será rejeitado por Deus.
Deste modo vimos que a Sra. White reivindica para si uma mui elevada inspiração – a voz de Deus
falando diretamente através dela. Seus seguidores argumentam que ela tem de ser uma verdadeira profetisa,
ou então uma hipócrita; mas ela não é nenhuma das duas. Poucos estão cientes de quão poderosa influência
uma imaginação excitada religiosamente pode exerceu sobre uma pessoa. Os entusiastas e fanáticos
geralmente são pessoas honestas. A Sra. White é simplesmente uma entusiasta religiosa auto-iludida. Isto eu
provarei com fatos inquestionáveis.
Eu estudei a Sra. White por longo tempo para determinar por mim mesmo seu real caráter, até que o seu
caso ficasse claro para a minha própria mente. Naturalmente religiosa, jovem em idade, sem instrução,
doentia, ela foi levada na excitação Millerita de 1840-44. Ela considerou suas aptidões como sendo o poder
de Deus. Encorajada e apoiada por seu esposo, este pensamento cresceu até ser uma realidade para ela. Um
53
estudo cuidadoso dos seus escritos mostra que a cada ano ela se tornava um pouco mais forte em suas
reivindicações de inspiração, até que agora ela declara que todas as suas formas de expressão, mesmo em
uma carta ou em um sermão, são inspirados. Ela alega que os seus sonhos, suas impressões mentais, são
todos a voz de Deus para ela. Ela dedica 38 páginas de seu Testemunho Nº 33 para defender a sua própria
inspiração superior. Provavelmente ela tem alguma maneira de tornar seus erros, contradições e enganos, de
forma satisfatória para si mesma. Assim, agora qualquer coisa que ela pode aprender de qualquer forma,
qualquer impressão da mente, qualquer pensamento claro para si mesma, é o Espírito falando a ela. Não
tenho dúvida de que ela acredita nisto. Ela está mais enganada do que seus seguidores; pois muitos deles, em
particular, duvidam da sua inspiração, ao mesmo tempo em que a defendem em público.
Muitos fatos mostram claramente que ela não é inspirada. Ela nunca operou um único milagre. Os
antigos profetas e os apóstolos operaram milagres livremente para provar que Deus os tinha enviados. Em
todos estes setenta anos, em todos os seus quarenta volumes, nem uma única predição que ela tenha feito
veio a se cumprir. Isto é surpreendente, considerando que ela gravita quase que totalmente em predições.
Parece que, embora ela tenha errado em muitas coisas, estas posteriormente são estruturadas como profecias
cumpridas. Mas nenhuma pode ser encontrada. Isto mostra quão desvairadas e totalmente erradas têm sido as
suas teorias.
Em Spiritual Gifts, Vol. II, pág. 293, ela diz: “Sou tão dependente do Espírito do Senhor ao relatar ou
escrever uma visão, quanto em ter uma visão.” (http://www.ellenwhitebooks.com/?l=148&p=293). Aqui ela
reivindica que as próprias palavras, nas quais as visões são registradas, são de inspiração divina. Mas eu sei
que as palavras em seus “Testemunhos” escritos não são inspiradas, pois:
1. Aos escrevê-las, ela frequentemente mudará o que escreveu; e escreverá de forma totalmente diferente.
Eu a vi escrever do zero a uma página inteira, ou uma linha, ou uma frase, e depois escrever sobre o assunto
de forma diferente. Seus Deus tivesse lhe dado as palavras, por que ela tinha que rascunhá-las e depois
alterá-las?
2. Repetidamente eu a vi sentada com sua pena na mão, a ler seu manuscrito para o seu esposo durante
horas, enquanto ele sugeria muitas mudanças, as quais ela fazia. Ela tirava as suas próprias palavras e
colocava as dele, algumas vezes frases inteiras. Ele também era inspirado?
3. Como é ignorante em gramática, nos últimos anos ela empregou um escritor revisor para tomar seu
manuscrito e corrigi-lo; melhorar sua redação, dar refinamento e colocar em estilo popular, de modo que
assim seus livros possam vender melhor. Milhares de palavras, não de sua autoria, são assim colocadas por
estas outras pessoas, algumas das quais nem mesmo são Cristãs. São as palavras destes também inspiradas?
4. Ela com frequência copia o seu assunto de outros autores sem dar crédito ou sinal de citação. Na
verdade, o seu último livro, “Great Controversy” (O Grande Conflito), que eles louvam tão ruidosamente
como sendo a maior obra dela, é em grande parte uma compilação do History of the Sabbath, de Andrews;
do History of the Waldenses, de Wylie; do Life of Miller, de White; de Thoughts on Revelation, de Smith e
outros livros.
Ela alega que tudo isso lhe foi revelado diretamente do céu. Não é algo que ela tenha ouvido, lido ou
aprendido, mas é o que Deus lhe revelou pelo Espírito Santo. Fatos inflexíveis mostram que a sua alegação é
totalmente falsa e seus livros um engano semelhante ao Livro de Mórmon, o qual Smith roubou de
Spaulding.
A União de Pastores de Healdsburg, Cal., investigou o assunto e publicou muitos exemplos, entre
centenas, onde ela tinha copiado seu conteúdo diretamente de outros autores sem nada que mostrasse ter sido
copiado. Eles vasculharam diversas obras e milhares de páginas, encontrando a mesma coisa por todos os
seus livros. Isto prova sua culpa por roubar de outros autores suas ideias e assuntos, colocando-os para os
seus seguidores como se fosse uma revelação de Deus!
5. Passagens suprimidas. Diversas passagens importantes da primeira edição de suas visões, na medida
em que vieram a contradizer aquilo que os Adventistas acreditam agora, foram suprimidas em todas as
edições posteriores. Por trinta anos eles se desgastaram sob esta acusação de supressão. Eles negavam,
faziam vista grossa; mas finalmente a pressão foi tão severa que em 1882 eles republicaram as primeiras
visões dela, afirmando ter apresentado todas em sua plenitude, palavra por palavra. Dizem: “Não foi feita
nenhuma mudança da obra original.” (Prefácio do Early Writings, pág. 4). Eles também dizem que a obra foi
54
impressa “sob os olhos da própria autora e com a sua total aprovação.” (pág. 4). Eles acusam de calúnia
ímpia dizer que qualquer coisa tenha sido suprimida.
Mas eu tenho diante de mim a obra original intitulada “A Word to the Little Flock”, publicado por Jas.
White, em 1847; também o “The Present Truth”, Agosto, 1849, contendo suas visões originais. Comparando
a edição atual com a original, encontrei sete lugares diferentes onde de cinco a trinta linhas haviam sido
cortadas sem sinal de omissão! As passagens suprimidas são muito danosas para a sua inspiração. Citarei
uma curta, como ilustração. Ela ensina o que eles agora negam, a saber, que ninguém poderia se converter
após 1844. As linhas suprimidas estão entre colchetes.
COMO PUBLICADO ORIGINALMENTE.
“Vi que misteriosos sinais, maravilhas e falsos avivamentos aumentariam e se espalhariam. Os
avivamentos que me foram mostrados não eram avivamentos do erro para a verdade [mas do mal para o pior,
pois aqueles que professaram uma mudança de coração apenas o haviam embrulhado numa roupagem
religiosa, a qual cobriu a iniquidade de um coração ímpio. Alguns pareceram estar realmente convertidos
para enganar o povo de Deus, mas se os seus corações pudessem ser vistos, iriam se mostrar tão negros como
sempre]. Meu anjo acompanhante mandou-me olhar para o trabalho pelas almas dos pecadores, como
costumava ser. Eu olhei, mas não podia vê-lo, pois o tempo para a sua salvação é passado.” (Present Truth,
pág. 22, publicado em Agosto, 1849).
COMO PUBLICADO AGORA.
“Vi que misteriosos sinais, maravilhas e falsos avivamentos aumentariam e se espalhariam. Os
avivamentos que me foram mostrados não eram avivamentos do erro para a verdade. Meu anjo
acompanhante mandou-me olhar para o trabalho pelas almas dos pecadores, como costumava ser. Eu olhei,
mas não podia vê-lo, pois o tempo para a sua salvação é passado.” (pág. 27, edição de 1882).
Agora, se eles pretendem ser honestos e ousar publicar estas passagens suprimidas, por que não o fazem?
Eles sabem muito bem o que elas significam; a Sra. White sabe o que elas significam, e mesmo assim o livro
é publicado “sob os próprios olhos dela”; e todas estas passagens são deixadas de fora enquanto é dito que
“não foi feita nenhuma mudança em relação à obra original.” Tenho agora ambos os livros diante de mim e
sei que a declaração é mentirosa, assim como eles são, por acharem ser correto retirar o texto.
6. Em 1885, todos os seus “Testemunhos” foram republicados em quatro volumes sob a vista do seu
próprio filho e de um editor crítico. Abrindo ao acaso em quatro diferentes páginas do Vol. I, as li e comparei
com a publicação original que possuo. Encontrei uma média de vinte e quatro mudanças de palavras em
cada página! Suas palavras foram extirpadas e outras palavras colocadas; outras mudanças feitas; em alguns
casos tantas que ficou difícil ler as duas juntas. À mesma taxa, nos quatro volumes, seriam 63.720 mudanças.
Considere, então, as palavras que foram introduzidas por seu esposo, por seu copista, por seu filho, por
seus editores e as que foram copiadas de outros autores, e provavelmente elas totalizarão de um décimo a um
quarto de todos os seus livros. Inspiração de excelente qualidade é esta! O leitor comum não sabe nada a
respeito destes fatos danosos, mas eu não poderia deixar de conhecê-los, pois onde estive vi por mim mesmo.
Eu poderia encher um volume inteiro com provas dos erros dela, pois todos os seus livros estão cheios deles.
Selecionarei apenas alguns poucos.
A PORTA FECHADA.
Por vários anos, após 1844, a Sra. White teve visões falando que a provação terminara naquele ano e que
não havia mais salvação para os pecadores. É claro que agora ela teve que negar isto, mas a prova é
esmagadora contra ela.
1. Os Adventistas do Sétimo Dia são obrigados a admitir que por algum tempo, após 1844, os
Adventistas sustentavam que a provação havia terminado. Até mesmo a Sra. White admite isto. Ela diz:
“Depois de passado o tempo de expectativa, em 1844, os Adventistas ainda acreditavam estar muito próxima
a vinda do Salvador. Eles afirmavam que a obra de Cristo, como intercessor do homem diante de Deus, havia
terminado. Tendo dado o alerta do julgamento próximo, sentiram que a sua obra estava concluída, e
perderam seu encargo para a salvação das almas dos pecadores... Tudo isso confirmou-lhes a crença de que a
provação terminara, ou, como eles então se expressaram, 'a porta da misericórdia estava fechada'.” (Great
55
Controversy, pág. 268; O Grande Conflito, pág. 429, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=429). Esta
declaração da própria Sra. White é suficiente para estabelecer a questão de que os Adventistas acreditavam
que “a porta da misericórdia estava fechada” em 1844. Observe aqui que a “porta fechada” significa o fim da
provação, o fechar da misericórdia para os pecadores.
Por algum tempo o Sr. Miller defendeu a porta fechada em 1844. Ele diz: “Fizemos nossa obra de avisar
os pecadores e tentar despertar uma igreja formal. Deus, em sua providência, fechou a porta. Só podemos
nos estimular uns aos outros para sermos pacientes.” (Advent Herald, 11 de dezembro de 1844). A seguir, no
Voice of Truth, 19 de fevereiro de 1845, ele fala: “Desde então não tenho visto nenhuma conversão
genuína.”
O Ancião G. I. Butler, no Review and Herald, 3 de março de 1885, diz: “À medida que o tempo passou
houve um sentimento geral entre todos os crentes zelosos de que a sua obra pelo mundo estava feita.” “Não
pode haver dúvida de que durante meses, após passado o tempo, havia o sentimento geral de que a sua obra
de advertir o mundo estava terminada.” “A sua obrigação havia terminado, e assim seu trabalho findado.”
Sim, isto é exatamente o que eles acreditavam, a provação estava terminada.
2. Conversei com diversos indivíduos que confirmaram positivamente que eles ouviram ela ensinar isso
repetidamente. Muitos que ainda vivem poderão jurar que ouviram ela ensinar isto.
3. Testemunho escrito, de John Meqguier, Saco, Me., um homem destacado por sua integridade, escreve:
“Conhecemos bem o rumo de Ellen G. White, a visionária, enquanto estava no estado do Maine. Por ocasião
das primeiras visões ela estava em minha casa em Poland, Maine. Ela disse que Deus havia lhe falado em
visão que a porta da misericórdia havia fechado, e não havia mais oportunidade para o mundo.” (The True
Sabbath, de Miles Grant, pág. 70). A Sra. L. S. Burdick, San Francisco, Califórnia, era bem familiarizada
com a Sra. White. Ela escreve: “Tornei-me familiarizada com James White e Ellen Harmon (agora Sra.
White) já no início de 1845. Naquela época de meus primeiros contatos eles estavam em fanatismo
desenfreado; costumavam sentar-se no chão, em vez de em cadeiras, e rastejar em volta do chão como bebês.
Tais extravagâncias eram consideradas um sinal de humilhação. Eles não eram casados, mas viajavam
juntos. Ellen estava tendo aquilo que era chamado de visões; disse que Deus havia lhe mostrado em visão
que Jesus Cristo se levantou no décimo dia do sétimo mês de 1844 e fechou a porta da misericórdia; havia
deixado para sempre o trono de mediador; todo o mundo estava condenado e perdido e jamais poderia haver
outro pecador salvo.” (L. S. Burdick, True Sabbath, pág. 72).
O. R. L. Crosier guardava o Sábado junto com eles em 1848. Ele escreve:
“Ann Arbor, Mich., 1 de dezembro de 1887.
Sim, eu sei que Ellen G. Harmon, agora Sra. White, defendia a teoria da porta fechada naquela data.” A
seguir ele fornece a prova. Estas pessoas conheciam os fatos e registraram seu testemunho por escrito.
4. The Present Truth, editor James White, New York, maio de 1850, possui um artigo escrito pelo editor
sobre o “Santuário, 2300 Dias e a Porta Fechada.” O Ancião White diz: “Naquele ponto do tempo [1844] o
grito da meia-noite foi dado, a obra pelo mundo foi encerrada e Jesus passou para o Lugar Santíssimo...
Quando chegamos a este ponto do tempo toda a nossa compaixão, encargo e orações pelos pecadores
terminou, e o sentimento e testemunho unânimes foi de que o trabalho pelo mundo estava concluído para
sempre... Ele [Jesus] é ainda misericordioso para seus santos, e sempre será; e Jesus ainda é o seu advogado e
sacerdote; mas o pecador, para quem Jesus havia estendido seus braços durante todo o dia, e que rejeitou as
ofertas de salvação, ficou sem um advogado quando Jesus saiu o lugar santo e fechou a porta em 1844.”
Qualquer homem honesto pode ver que a “porta fechada” significa que não há mais salvação para os
pecadores, e isto é o que o Ancião White ensinava em 1850. Em um relatório de trabalho no Advent Review,
15 de maio de 1850, o Ancião White, ao noticiar a morte de uma irmã Hastings, diz: “Ela abraçou o Sábado
em 1846, e sempre acreditou que a obra de alertar o mundo se fechou em 1844.”
Novamente, “Muitos irão nos apontar para aquele de quem se diz estar convertido como prova positiva
de que a porta não está fechada, sendo oferecida assim a palavra de Deus para os sentimentos do indivíduo.”
(Present Truth, dezembro de 1849). Isto mostra que eles defendiam por alguns anos, após 1844, a ideia da
porta fechada. Que doutrina fanática e abominável foi esta para Cristãos ensinarem! A Sra. White estava
afinada com eles e em plena harmonia com isso todos esses anos. Ela teve revelações quase diariamente. Se
elas fossem de Deus, por que ela não os corrigiu deste erro pavoroso? Mesmo que ela não tenha dito nada
56
confirmando esta ilusão, ainda assim o simples fato de ela não ter tido nenhuma revelação durante todos
esses anos contradizendo a doutrina, já é suficiente para destruir a sua reivindicação de inspiração. Mas o
fato é que ela ensinou este erro tão enfaticamente em suas visões, como os seus irmãos fizeram em seus
argumentos.
Aqui estão suas próprias palavras: “24 de março de 1849... Foi-me mostrado que os mandamentos de
Deus, e o testemunho de Jesus Cristo relacionado com o fechar da Porta não podiam ser separados... Vi que
misteriosos sinais, maravilhas e falsos avivamentos aumentariam e se espalhariam. Os avivamentos que me
foram mostrados não eram avivamentos do erro para a verdade, mas do mal para o pior, pois aqueles que
professaram uma mudança de coração apenas o haviam embrulhado em uma roupagem religiosa, a qual
cobriu a iniquidade de um coração ímpio. Alguns pareceram estar realmente convertidos para enganar o
povo de Deus, mas se os seus corações pudessem ser vistos iriam se mostrar tão negros como sempre. Meu
anjo acompanhante mandou-me olhar para o trabalho pelas almas dos pecadores, como costumava ser. Eu
olhei, mas não podia vê-lo, pois o tempo para a sua salvação é passado.” (Present Truth, pág. 21-22,
publicado em Agosto, 1849, Primeiros Escritos, pág. 45; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=45).
Temos aqui, tão claro quanto a linguagem pode expressar, o fechar da porta e nenhuma misericórdia para
os pecadores. Cada leitor sincero sabe o que isto ensina. É lamentável ver as mudanças e reviravoltas,
evasivas, artifícios, sofismas, senão algo pior, que foram colocados sobre esta passagem para salvar as visões
da Sra. White. Mas ainda assim ela permanece para zombar de todos os seus esforços. Aqui está outra
passagem ensinando a mesma doutrina: “Era tão impossível para eles [os que abandonaram a fé no
movimento de 1844] voltarem ao caminho novamente e irem para a cidade, como para todo o mundo ímpio
que Deus havia rejeitado.” (A Word to the Little Flock, pág. 14, publicado em 1847; Mensagens Escolhidas,
Vol. 1, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=26&p=61). Naquela época, então, Deus havia rejeitado o mundo
ímpio – porta fechada, como podem ver.
Aqui está outra visão na qual ela ensina a doutrina da porta fechada na sua pior forma, que é a de que
após 1844 nenhum raio de luz veio de Jesus para o ímpio, mas que todos eles estão entregues ao diabo, para
quem agora oram, em vez de ser para Deus. Após Jesus ter deixado o lugar santo, ela diz: “Não vi um raio de
luz sequer passar de Jesus para a multidão descuidada depois que ele se levantou, e eles foram deixados em
completas trevas... Satanás parecia estar junto ao trono para continuar a obra de Deus. Vi-os erguer os olhos
para o trono e orar: 'Pai, dá-nos o Teu Espírito'. Então Satanás soprou sobre eles uma influência má.” (Early
Writings, pág. 46-47; Primeiros Escritos, pág. 55, 56, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=55).
Nenhum raio de luz veio para os pecadores desde 1844, mas todos foram deixados para o Diabo! Qual é a
finalidade de eles negarem que ela ensinou esta doutrina? Ela certamente o fez, e eles sabem disso. Este fato,
e a negação ousada de agora, a caracterizam como uma falsa mestra.
Destacarei brevemente alguns outros erros que ela cometeu, suficientes para mostrar que ela é totalmente
não-confiável.
1. Por cerca de quarenta anos ela, ela mesma, tem esperado constantemente o fim do mundo, e este não
veio ainda. Apenas isto deveria abrir os olhos de todos para ver que ela não possui o conhecimento do futuro.
2. Escravos. Em 1849, ela previu o que aconteceria quando Jesus viesse, e disse: “Vi o escravo piedoso
levantar-se com vitória e triunfo, e sacudir as cadeias que o ligavam, enquanto seu ímpio senhor estava em
confusão.” (Early Writings, pág. 28; História da Redenção, pág. 410, http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=14&p=410). Mas agora não existem escravos. Na época ela não tinha sonhado com a abolição da
escravidão.
3. Nações iradas. “As nações estão-se irando agora.” (Early Writings, pág. 29; Primeiros Escritos, pág.
36, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=36). Isto foi há trinta e oito anos atrás. É preciso um longo
tempo para que elas comecem a lutar como loucas!
4. Outro erro. “Alguns estão olhando como se estivesse muito distante a vinda do Senhor.” (pág. 49;
Primeiros Escritos, pág. 58, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=58). Isto foi há trinta e oito anos, e
nenhum Adventista da época jamais imaginava que iria ver os próximos dez anos.
5. Outra asneira. “O tempo para Jesus permanecer no lugar santíssimo estava quase terminado.” (pág. 49;
Primeiros Escritos, pág. 58, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=58). Jesus entrou lá em 1844. Então,
na época ele estava lá por seis anos. Ela viu que o tempo para ele estar lá estava quase terminado, mas ele
tem continuado lá por sessenta anos. Uma profecia falsa, como qualquer um pode ver.
57
6. Uns poucos meses apenas, em 1849: “Agora o tempo está quase terminado, e o que durante [seis] anos
temos estado aprendendo, eles [novos convertidos] terão de aprender em poucos meses.” (pág. 57; Primeiros
Escritos, pág. 67, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=67). Mas, em vez de uns poucos meses, eles
têm tido sessenta anos!
7. Ela quebrou o Sábado por onze anos. Embora tenha tido visão após visão sobre o Sábado, ainda assim,
por onze anos, todos eles o começavam às seis da tarde, ao invés do pôr do sol, como a lei exige (Lev.
23:32). Quando descobriram seu erro, ela viu isto também em visão. Ela diz: “Eu compreendi por que foi
assim que a esta altura devemos mudar.” (Testimony Nº 1, pág. 13). Uma pobre líder ela é.
8. Suas predições sobre a rebelião (Guerra Civil Americana) foram um fracasso. “4 de janeiro de 1862,
me foram mostradas algumas coisas com relação à nossa nação.” (Testimonies, Vol. I, pág. 253). Todos irão
se lembrar da grande ansiedade e incerteza daqueles dias. Como terminaria a guerra? Especialmente ansioso
estava o seu povo, pois eram não-combatentes e candidatos ao recrutamento. Ali estava uma profetisa
inspirada precisamente em seu meio, tendo abundantes revelações sobre o comprimento das vestimentas das
mulheres, o que o povo deveria comer, etc. Que alívio para todos seria ter umas poucas e curtas palavras do
céu sobre os resultados da guerra. A pressão sobre ela por luz foi tão grande, que ela teve que dizer alguma
coisa. Então, ela pegou sua pena e rabiscou às pressas sobre a guerra usando trinta e duas longas páginas.
Hoje é divertido ler aquilo. Esta “revelação” sozinha é suficiente para mostrar que ela não sabe
absolutamente nada sobre o futuro. Tudo o que escreveu era meramente uma reiteração da visão popular
sobre a matéria naquele tempo. Citarei umas poucas frases, como exemplos:
“O sistema de escravidão, que tem arruinado nossa nação, vai ser deixado para nos empurrar para outra
rebelião.” A escravidão foi deixada para nos empurrar para outra rebelião? Agora nós sabemos que esta
declaração foi totalmente incorreta.
Novamente: “Pareceu impossível ter a guerra conduzida com sucesso.” (pág. 256). Outro fracasso, pois a
guerra foi conduzida com sucesso. Todos podem ver que as suas ideias eram justamente aquelas em geral
correntes naquele tempo.
Por longo tempo eu observei e estudei cuidadosamente a Sra. White, até que me satisfiz em saber que
isto é sempre verdadeiro sobre as suas profecias: elas são inteiramente moldadas pelo sentimento em volta
dela num dado tempo. Aqui está outra: “Esta nação ainda será humilhada até o pó.” (pág. 259). E foi? Não.
Novamente: “Quando a Inglaterra declarar guerra, todas as nações buscarão os seus próprios interesses, e
haverá guerra generalizada.” (pág. 259). Algo deste tipo aconteceu? Não, mas isto era justamente o que todos
esperavam. Uma vez mais: “Tivesse nossa nação permanecido unida, teria havido força; mas dividida, ela
cairá.” (pág. 260). Como ela caiu! “Me foi mostrado angústia, perplexidade e fome na terra.” (pág. 260).
Exatamente o que todos esperavam na época, mas onde estava a fome? “Pareceu-me como uma
impossibilidade ter a escravidão abolida agora.” (pág. 266). É claro que parecia, pois isto era exatamente o
modo como parecia para todos na época. Mas parecia desse modo para Deus? Esta é a questão. Ele estava
falando a ela?
Ela reivindica que o que escreve não é meramente suas próprias ideias, mas a mente do próprio Deus.
Assim: “Eu não escrevo um único artigo no papel expressando meramente minhas próprias ideias. Eles são o
que Deus abriu para mim em visão.” (Testimony Nº 31, pág. 63). Isto, então, era o modo como as coisas
pareciam para Deus naquela época! Novamente: “Sangue foi derramado como água, e por nada.” (Testimony
for the Church, Vol. I, pág. 367, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=367). Foi por nada, Oh, bravos
soldados? Oh, nação liberta? Eu poderia dar dezenas de citações por todos os seus escritos, mostrando como
eles sempre falharam em toda a parte.
A REFORMA DO VESTUÁRIO.
Uma das piores tolices que a Sra. White já cometeu, a qual torna evidente o seu fanatismo e que Deus
não tem nada a ver com a sua obra, foi a mudança que ela fez no vestuário. Primeiramente, ela escreveu:
“Deus não quer que o seu povo adote a assim chamada reforma do vestuário.” (Testimonies, Vol. I, pág. 421;
Testemunhos para a Igreja, Inglês, pág. 421; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=421). “Uma ou
duas polegadas, para que as mulheres não usem seus vestidos de modo a limpar a sujeira das ruas”, isso
estaria em harmonia com a sua fé (pág. 424; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=424). Quatro anos
se passaram, e ela escreve novamente: “Deus quer agora que o seu povo adote a reforma do vestuário.” (pág.
58
525; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=525). “Nove polegadas, de acordo com o meu ponto de
vista sobre a matéria, como eu sou capaz de expressá-lo em polegadas.” (pág. 521;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=521). Aqui estão duas revelações exatamente opostas quanto ao
estilo de vestuário e o comprimento: Uma polegada ou duas, depois nove polegadas a partir do solo, é o
comprimento.
O que ocasionou esta mudança na mente do Senhor? A resposta é fácil: No período entre as duas
revelações, a Sra. White passou algum tempo na “Casa” do Dr. Jackson, em Dansville, N. Y. Ali ela usou um
vestido mais curto com calças (N.T. “bloomer dress”, vestuário proposto por Amelia Jenks Bloomer, em
cerca de 1850, http://www.pinterest.com/pin/123075002289332682/); ficou com ideia fixa e logo teve uma
visão exigindo sua adoção, como relatado acima. Isto é tudo sobre o assunto. Mas a vestimenta foi uma
vergonha, uma desgraça e um fracasso total. Pense sobre uma mulher modesta na rua vestindo calças, e seu
vestido por cima cortado entre os calcanhares e os joelhos! Mas, por oito anos a Sra. White impôs tal
vestuário com todo o seu poder, vestindo-se como exemplo até que a maioria das irmãs também o vestissem.
Mas isto criou uma perturbação terrível. Esposos praguejavam, irmãos recusavam-se a caminhar com suas
irmãs, homens escarneciam e meninos zombavam. Algumas irmãs argumentaram, outras choraram, outras
mais se rebelaram, mas a maioria se submeteu. Eu sei, pois a minha própria esposa vestiu isso por oito anos –
teve que! Finalmente, a Sra. White sorrateiramente retirou aquilo de sobre si, e agora ninguém mais veste.
Agora todos eles estão vivendo em violação direta a uma plena revelação de Deus! O bom senso saiu à frente
do fanatismo.
Se Deus tivesse falado alguma vez à Sra. White sobre qualquer assunto, ele também o fez sobre o
vestuário, exigindo às mulheres que usassem o bloomer dress. Eu estava lá e sei como ela o impunha, ouvi-a
falar muitas vezes. Seus Testemunhos da época estavam cheios disso. Ela disse: “Eu fiz o meu dever, dei
meu testemunho; e aqueles que têm me ouvido, e lido aquilo que escrevi, devem agora assumir a
responsabilidade de receber ou rejeitar a luz concedida. Se optarem por se aventurar a serem ouvintes
negligentes e não cumprirem seu dever, eles seguem por seu próprio risco, e serão responsáveis perante
Deus.” (Testimonies, Vol. I, pág. 525; pág. 523; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=523). Ainda
assim todos eles assumiram o risco e despiram as tais vestes, a Sra. White juntamente com o restante. Como
ela saiu disso? Usando todos os tipos de evasivas; culpando a todos, exceto ela mesma. Isto tem sido uma
grande pedra de tropeço para eles.
59
deveriam ser apoiados pelo nosso povo para fazerem o que têm feito.” (James White, Battle Creek, 25 de
maio de 1881). Isto mostra a confiança que o próprio esposo dela tinha nas suas revelações.
60
l=139&p=12). Agora leia isto: “Mulher... cujo sistema nervoso é extremamente sensível, são as mais
suscetíveis a tendências histéricas.” (Encyclopedia Americana, artigo Hysteria). Um ajuste exato.
61
ouvinte honesto, e tal liberação desenfreada da imaginação e total esquecimento com relação à verdade, que
são vulgarmente atribuídas a uma completa falta de princípios e à vaidade mais desordenada, são na
realidade devidos à condição mórbida do organismo feminino, que é designado pelo termo compreensivo de
histeria.”
A Sra. White está sempre falando quão grandes coisas ela fez. Os enganos que ela pratica com tanta
frequência, os quais eu mesmo testemunhei, estão aqui contabilizados em princípios que não acusam o
caráter moral, e eu fico contente em aceitar a explicação.
7. Não respira. “É usual a quase total parada respiratória.” “Geralmente parece sustar sua respiração.”
(Theory and Practice of Medicine, pág. 393-394). O Ancião White, descrevendo a condição dela em visão,
diz: “Ela não respira.” (Life Incidents, pág. 272). Eles sempre se referem a este fato com grande confiança,
como prova do sobrenatural em suas visões; mas constata-se que isto é comum nessas doenças.
8. Importância do eu. “Existe uma crença prevalecente na importância do eu, e a paciente pensa que ela
difere de qualquer outro ser humano.” (System of Medicine, de Raynold, artigo Hysteria). Exatamente a Sra.
White. Ouça-a exaltar a si mesma: “É Deus, e não um mortal errante, que falou.” “Deus colocou sobre meu
esposo e sobre mim uma obra especial.” “Deus nos designou para um trabalho mais penoso do que ele tem
atribuído a outros.” (Testimonies, Vol. III, pág. 257, 258, 26; Testemunhos para a Igreja, Vol. III, Inglês;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=141&p=260). Eu a conheci por quase trinta anos, e nunca soube que ela
tenha feito confissão de um único pecado ou mal durante todo este tempo; não ela. Os Adventistas do Sétimo
Dia ridicularizam as reivindicações do Papa a respeito da sua infalibilidade, mas eles mesmos estão se
curvando à autoridade de uma mulher que faz as mais elevadas reivindicações de infalibilidade, as quais
nenhum papa ou profeta jamais fizeram. O espaço não me permitirá percorrer cada pormenor da sua
experiência utilizando citações de obras médicas e filosóficas comparadas com suas próprias declarações;
mas mesmo estes dados acima são suficientes para mostrar a natureza e filosofia dos seus ataques. Eles são o
resultado de doença nervosa, precisamente o mesmo que tem sido visto com frequência nos casos de
milhares de outras mulheres enfermas.
9. Testemunho de três médicos. Dr. Fairfield foi criado como Adventista do Sétimo Dia; foi durante anos
um médico em seu Sanatório, em Battle Creek. Ele teve a melhor oportunidade para observar a Sra. White.
Ele escreve:
“Battle Creek, Mich., 28 de dezembro de 1887.
Caro Senhor,
O senhor está indubitavelmente certo em atribuir à doença as assim chamadas visões da Sra. E. G. White.
Tive a oportunidade de observar seu caso, lidando com ela por um longo período de anos, os quais, com um
pleno conhecimento da sua história desde o início, não me deixa duvidar de que seus ataques (“proféticos”)
são simplesmente transes histérios. A própria idade quase a curou.
W. J. Fairfield.”
Dr. Russell, por muito tempo Adventista do Sétimo Dia e um dos principais médicos no Sanatório,
escreveu em 12 de julho de 1869 que em algum tempo no passado ele havia se convencido de que “As visões
da Sra. White foram resultados de uma desorganização ou condição doentia do cérebro ou do sistema
nervoso.” Quando deu uma conferência em Pilot Grove, Iowa, 1865, em virtude de sua visita ao Instituto de
Saúde do Dr. Jackson, ela declarou que o doutor, mediante um exame médio, diagnosticou-a como vítima de
histeria.” (Mrs. White's Claims Examined, pág. 76).
Aqui estão os testemunhos de três médicos que pessoalmente examinaram a Sra. White. Ela se uniu aos
Milleritas em seu grande excitamento de 1843-44. Em seus encontros ela frequentemente desmaiava devido
à excitação. No entusiasmo e fanatismo da época muitos tiveram vários “dons”, visões, transes, etc. Ela se
embriagou profundamente com este espírito. A aflição e o desapontamento da passagem do tempo marcado
foram demais para a sua débil condição. Diz o Dr. Roberts: “A causa deflagadora do primeiro ataque
histérico é geralmente algum distúrbio emocional poderoso e repentino.” “Algumas vezes o ataque é
precedido por desapontamento, medo, violência, excitação ou mesmo emoções religiosas.” Library of
Universal Knowledge, artigo Catalepsia). Exatamente o seu caso em 1844, no grande excitamento e
desapontamento com os quais, na época, ela se defrontou.
62
SUAS VISÕES DO CÉU, ANJOS, ETC.
Practice of Medicine, do Dr. George B. Woods, Vol. II, pág. 721, ao tratar de desordens mentais e
explicar a causa e fenômeno dos transes, diz: “Êxtase é um estado no qual, com uma perda da consciência
das circunstâncias existentes e insensibilidade para o que ocorre no exterior, existe uma aparente exaltação
das funções intelectuais ou emocionais, como se o indivíduo tivesse se elevado para uma natureza diferente
ou diferente esfera de existência. O paciente parece estar envolvido em algum pensamento ou sentimento
cativante; seu rosto aparenta uma expressão de contemplações sublimes ou deleite inefável... Uma vez
recuperando-se da fascinação o paciente geralmente se recorda de seus pensamentos e sentimentos mais ou
menos acuradamente, e algumas vezes fala de visões maravilhosas que contemplou; de visitas a regiões
magníficas; de harmonia e esplendor arrebatadores; de gozo inefável dos sentidos ou emoções.”
Uma pessoa perfeitamente familiarizada com a Sra. White não poderia descrever suas visões mais
acuradamente. Outra elevada autoridade médica, ao descrever o êxtase e catalepsia, diz: “Frequentemente
acontece que as duas doenças se alternam ou coexistem. No êxtase os membros estão imóveis, mas não
rígidos. Os olhos estão abertos, as pupilas fixadas, os lábios lívidos se abrem em sorriso e os braços
estendidos para abraçar a visão sublime. O corpo está ereto e esticado até a sua maior altura, ou então
estendido completamente na postura deitada. Um radiante sorriso peculiar ilumina o semblante, e todo o
aspecto e atitude é o de intensa exaltação mental. Algumas vezes o paciente fica silencioso; a mente
aparentemente sendo absorvida na meditação ou em contemplação de alguma visão beatífica. Algumas vezes
existe uma fala mística ou profecia, ou canção, ou os lábios podem se mover sem qualquer som escapando...
Usualmente existe completa insensibilidade para as impressões externas. O êxtase é frequentemente
associado à monomania religiosa. Antigamente era bastante comum entre os enclausurados dos conventos, e
atualmente não é difícil encontrá-lo nos encontros campais e outros ajuntamentos de natureza similar. Muitas
pessoas verdadeiramente devotas são propensas ao êxtase.” (G. Durant, M.D., Ph.D., membro da American
Medical Association, associado da New York Academy of Medicine, etc., etc., agraciado com várias
medalhas).
Este é claramente o caso da Sra. White. Centenas de casos similares ocorreram em cada época,e estão
constantemente acontecendo agora. A parte triste disto é que muitas almas honestas são iludidas por receber
tudo isso como sendo uma revelação divina. A ilusão é muita e de muitas formas:
1. É um erro e um engano.
2. Ela engana a si mesma e a outros.
3. Ela ensina falsas doutrinas.
4. Ela tem um espírito áspero, pouco caridoso.
5. Ela constrói uma seita isolada e assim destrói toda a sua influência para o bem.
6. Seus ensinos tornam o seu povo limitado, fanático e melancólico. Assim ela estraga a paz de milhares
de almas.
7. Leva os seus defensores a enganar. Tendo receio de que isso irá feri-los em outros lugares, se for
conhecido em qual luz ela realmente baseia suas visões, eles as mantêm na retaguarda tanto quanto podem, e
depois negam que isso seja uma questão de importância para eles. Isto é falso e enganador, pois eles
sustentam que a fé nas visões dela é tão importante quanto guardar o Sábado, e que as suas visões são tão
sagradas quanto a Bíblia.
8. Para defender seus enganos e erros, ela e os seus apologistas têm que negar os fatos mais claros e
recorrer a argumentos bastante questionáveis.
9. Para defender seus erros, eles os comparam com supostos erros na Bíblia, e assim destroem a fé neste
livro.
10. Ela governa todo o seu povo com vara de ferro e ordena para eles a respeito de todas as coisas,
mesmo os menores e mais particulares assuntos da vida familiar. Ela se vangloria de que a sua obra “vem
para as minúcias da vida.” (Testimonies, Vol. II, pág. 608; http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=140&p=608). Com esta ideia ela se intromete em todas as coisas públicas e particulares e em todos os
negócios de família, até que a situação se torna um aborrecimento intolerável para um homem de
personalidade. Ela se intromete entre marido e esposa, pais e filhos; rompe compromissos matrimoniais que
63
não sejam convenientes a ela, dita a todos os seus seguidores aquilo que eles devem comer, como e quando;
o estilo e cor de seus trajes; seus negócios, a forma de dispor de seus recursos, etc., etc. Como prova disto, a
pessoa pode ler qualquer um de seus “Testemunhos”, pois eles estão repletos disso.
11. Sua severidade e aspereza tem levado muitos a se desesperar, outros a se revoltar e outros a saírem da
igreja. Eu posso nomear muitos indivíduos e famílias cuja alegria ela arruinou. Ela feriu o coração e
enegreceu a vida da minha esposa com suas palavras cruéis ditas a ela. Qualquer um que se atreva a entrar
em seu caminho deve sucumbir, ser esmagado ou expulso. O esforço para vincular suas visões inspiradas à fé
e consciência de toda a denominação tem produzido contínua disputa, divisão e muito sentimento amargo
entre eles pelos últimos sessenta anos. Famílias, igrejas e conferências se dividem, enquanto centenas, sim,
milhares, têm sido expulsos do meio deles por não aceitarem as visões da Sra. White como sendo inspiradas.
12. Eles produzem dúvidas e infidelidade. Quando aqueles que têm sido levados a crer firmemente neles
finalmente chegam a ver que foram enganados, então estão em perigo de perder a fé em tudo o mais,
abandonando tudo e tornando-se infiéis ou ao menos céticos. Um grande número foi levado à ruína do modo
como eu sei pessoalmente. Alguns foram para os Espiritualistas; alguns para os Livre-Pensadores; alguns
para os Shakers; alguns para os Mórmons e outros para o mundo. “Durante a noite acordei meu esposo,
dizendo, 'Temo que tenha me tornado uma infiel.'” (Testimonies, Vol. I, pág. 597;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=139&p=597). Quão diferente isto soa dos apóstolos.
64
A Sra. White tem agora quarenta livros inspirados. Todo esforço possível é feito para vendê-los através
de todos os meios. Ela está constantemente instando a venda por meio da sua autoridade inspirada. Ouçam-
na: “Os volumes de Spirit of Prophecy e também os Testemunhos deveriam ser apresentados a cada família
que guarda o Sábado... Deixem que fiquem desgastados de tanto serem lidos por todos os vizinhos...
Convençam a eles a comprar exemplares... Luz tão preciosa, vinda do trono de Deus, está escondida debaixo
do alqueire. Deus fará seu povo responsável por esta negligência.” (Testimonies, Vol. IV, pág. 390, 391;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=142&p=390). Assim, é óbvio seus livros devem ser empurrados e
vendidos enquanto ela faz dinheiro. Ser inspirado dá retorno!
65
“A Bíblia e Somente a Bíblia como Regra de Fé e Prática”, são as palavras de ordem Protestante, pelas
quais os santos têm lutado e os mártires morrido.
A igreja Católica tem a Bíblia e – e – algo mais – um Papa infalível para interpretá-la.
A igreja Swedenborg tem a Bíblia e – e – algo mais – a revelação de Swedenborg para interpretá-la.
Os Shakers tem a Bíblia e – e – algo mais – a revelação da Mãe Ann Lee para interpretá-la.
Os Cientistas Cristãos tem a Bíblia e – e – algo mais – a Ciência e Saúde, da Sra. Eddy, para dizer o que
ela significa.
Os Adventistas do Sétimo Dia têm a Bíblia e – e – algo mais – as revelações da Sra. White para
interpretá-la.
Cada uma das igrejas acima fez exatamente a mesma coisa, a saber, colocou junto com a boa e velha
Bíblia outro intérprete para dizer o que a velha Bíblia realmente quer dizer. Qualquer que seja o que estes
novos intérpretes venham a dizer a respeito do que ela significa, todos os seus membros têm de aceitar como
verdade sem questionamento adicional. Ousaria um Católico questionar a interpretação do Papa; ou um
Mórmon questionar a de Smith; ou um Adventista questionar a interpretação da Sra. White? Não mesmo!
66
CAPÍTULO IX
Que o Sábado do decálogo era parcialmente moral e parcialmente cerimonial, ou positivo, tem sido em
sua natureza a doutrina da igreja como ensinada por seus melhores teólogos em todas as épocas. Tome uns
poucos exemplos dos muitos que poderiam ser dados. O Institutes Theological, de Watson, o grande padrão
Metodista, diz: “Mas como o comando é parcialmente positivo e parcialmente moral, podem ter
circunstâncias que são capazes de serem alteradas em perfeita obediência aos princípios morais sobre os
quais repousa.” (Vol. II pág. 511). Igualmente o Comentário sobre Êx. 20:8-10, de Scott, diz: “A separação
de uma porção do nosso tempo para o serviço imediato de Deus é sem dúvida uma obrigação moral... Mas a
proporção exata, como também o dia específico, podem ser considerados como uma instituição positiva.”
A base moral do Sábado está prontamente manifesta. É razoável que o homem deva dedicar alguma parte
do seu tempo para o serviço especial e adoração a Deus, e nós naturalmente esperaríamos que o Senhor
designasse de alguma forma tal tempo, exatamente como ele fez no preceito do Sábado.
A experiência prova que a natureza física do homem requer um dia de descanso com periodicidade de
um em sete. Muitas experiências foram feitas e cuidadosas observações realizadas, todas mostrando que
ambos, homens e animais, realizarão mais trabalho em um determinado tempo; o farão de uma maneira
melhor e preservarão mais a saúde descansando a cada sétimo dia, do que se trabalhassem continuamente.
Este é o testemunho de homens de negócios e de médicos eminentes. Consequentemente, o descanso do
Sábado tem seu fundamento na própria natureza. A mente também requer um dia de descanso tão
regularmente quanto o corpo. Pensamento e concentração mental contínuos são danosos para a mente. Isto
tem sido provado no caso de estudantes, advogados, homens de negócios, etc. Socialmente e religiosamente
o dia semanal de descanso é de extrema importância para o bem maior do homem. Todos os outros meios
combinados dificilmente podem se igualar em propósito à observância do Dia do Senhor.
Então, no que diz respeito à influência da Igreja e seu poder para realizar o bem, estes repousam sobre
seus próprios membros e sobre a comunidade. Na sua vocação para ensinar e pregar o Evangelho, o dia
regular semanal de descanso é o seu maior suporte, como todos sabem. Deste modo, se alguma lei de Deus
possui uma base moral, o mandamento do Sábado a tem. “O Sábado foi feito para o homem” porque ele
precisava disto nos aspectos físico, mental, social, moral e religioso. O Sr. Gladstone, diz: “O Domingo é
uma necessidade para que a faculdade retentiva da mente humana e a estrutura humana possam ter condições
de cumprir seus deveres.”
Todas as experiências mostram que uma comunidade sem um dia Sabático de descanso é ímpia, imoral e
geralmente descuidada de valores intrínsecos. Por isso, quem se propõe a quebrar a restrição proporcionada
por tal dia de descanso é um inimigo da sociedade e da religião. Portanto, dizemos que a lei do Sábado
repousa sobre uma base moral, por providenciar um dia Sabático semanal para a nação de Israel.
67
bem com repeito ao dia, todos deveriam descansar no mesmo dia. Onde isto não é feito, segue-se a confusão
e o mal (Êx. 20:8-11).
Deus não estipulou nenhuma diferença na natureza dos dias em si mesmos. Toda a natureza prossegue da
mesma forma como se todos os dias fossem iguais. Nós não vemos nada em um dia da semana que o
diferencie de outro, e não existe diferença. Nenhum dia é santo em si mesmo e por sua própria natureza. O
erudito Dr. Edwards, diz: “Nenhum período de duração idêntico é em si mesmo intrinsecamente santo.”
(Sabbath Manual, pág. 92). Em cada caso Deus teve que tornar o dia santo através de uma indicação
especial. A mesma indicação para algum outro dia o teria tornado igualmente santo.
Tampouco a natureza indica claramente a exata proporção do tempo a ser usado. Deste modo, o exemplo
de Deus, de seis dias de trabalho com o sétimo de descanso, sem dúvida foi dado como um modelo a seguir.
Para isto o Senhor apontava ao dar a lei do Sábado em Êx. 20. E este modelo divino todos os Cristãos agora
seguem, ao descansarem no dia do Senhor após seis dias de trabalho.
Outro fato que os Sabatistas negligenciam é que o ato de Deus descansar num dia não confere qualquer
santidade a ele. Gên. 2:2, diz: “E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou.”
Igualmente Êx. 20:11, ele “descansou ao sétimo dia; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o
santificou.” Primeiro, Deus descansou no dia, mas isto não o tornou santo. Depois disto ele o abençoou, mas
ainda não era tempo santo. Terceiro, ele o santificou, tornando-o santo. Logo, o dia não era santo em si
mesmo, e nem o fato de Deus descansar nele o tornou santo.
O Senhor fez com que outros dias se tornassem santos, dias nos quais ele nunca descansou. O dia da
expiação era tão santo quanto o Sábado semanal. Assim: “Tereis santa convocação... e toda a alma, que
naquele mesmo dia fizer algum trabalho, eu a destruirei do meio do seu povo. Nenhum trabalho fareis... será
vosso Sábado de descanso.” (Lev. 23:27-32). Desse modo existiam sete desses dias santos anuais. O Ancião
Smith, Adventista, diz: “A palavra Sábado significa descanso. Esta é a única ideia que ela transmite,
primeira, última e todas no meio do caminho, – interrupção do trabalho, descanso. Aqui existiam sete dias
anuais nos quais deveria haver total suspensão do trabalho. Eram esses dias Sábado ou não eram? Se não
eram, pode alguém nos dizer por que não eram?” (What Was Nailed to the Cross, pág. 11).
Portanto, de acordo com a Bíblia e os argumentos dos próprios Adventistas, dias diferentes podem se
tornar dias santos de Sábado sem que o Senhor descanse neles ou mesmo os abençoe, pois ele não fez nada
disso nesses dias. Ademais, um dia que uma vez foi um dia santo de Sábado – tão santo que provocava a
morte de quem trabalhava nele, como no caso do dia da expiação (Lev. 23:27:32) – pode deixar de ser assim
e se tornar um dia de trabalho comum (ver Col. 2:16). Nem mesmo os Adventistas guardam esses antigos
dias santos.
Assim sendo, santidade pode ser colocada sobre um dia, tomada dele ou transferida para outro dia. Isto
não necessariamente se trata de uma questão permanente e imutável. Deixe os Sabatistas meditarem aqui por
algum tempo. Ainda mais: um dia, uma vez indicado e feito um dia santo de Sábado pelo próprio Deus, pode
deixar de ser assim e até mesmo se tornar odioso para Deus. Deste modo: “as luas novas e os Sábados, e a
convocação das assembleias; não posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene. As vossas luas
novas e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer.”
Todos estes dias santos o próprio Deus havia indicado, mas veja como ele os detesta agora. Existe alguma
prova, então, de que um dia específico é santo atualmente pelo fato de ter sido santo alguma vez? Não, em
parte alguma.
Observe, também, quantas muitas outras coisas foram tornadas santas pela indicação de Deus. Sob a lei
lemos sobre “o santo templo”, “o santo monte”, “a arca santa”, “os instrumentos santos”, “os vasos santos”,
“a água santa”, “o perfume santo”, “o altar santo”, “o véu santo”, “as vestes santas”, “o unguento santo”, “a
nação santa”, “o santo Sábado”, etc. Estes pertenciam ao culto e adoração de Deus em seu santo templo, o
qual era “apenas uma sombra”, “figura” ou “tipo do verdadeiro templo” – a “casa espiritual” de Cristo, “seu
corpo, a Igreja.” Enquanto eles permaneceram como tipos, eram “santos”, mas não mais. Eles não tinham
santidade inerente, mas foram tornados santos pela ordem de Deus (Lei e Evangelho, de Adams, pág. 43).
Tal como todas as coisas santas acima, o sétimo dia não tinha santidade em si mesmo. Ele teve que ser
“feito” santo (Marcos 2:27). Mas os deveres morais não são feitos; eles existem na própria natureza das
coisas. Por exemplo, é moralmente errado matar. Matar teria sido errado mesmo se Deus não tivesse dado
algum mandamento contra isto. Mas nunca teria sido errado trabalhar no sétimo dia, a menos que Deus
68
tivesse dado um mandamento para guardá-lo. Portanto, a santidade deste dia não repousa sobre a natureza do
dia em si, mas, como uma centena de outras coisas santificadas, simplesmente por causa da indicação de
Deus, que pode ser alterada em qualquer tempo à Sua vontade.
Todos devem admitir que este mandamento difere daqueles que são considerados totalmente morais.
Ninguém poderia viver por toda a duração da sua existência em violação aberta aos mandamentos contra a
idolatria, blasfêmia, matar, adulterar, roubar, etc., e ainda assim ter qualquer expectativa de alcançar o Céu.
Contudo, até o Sabatista mais zeloso admitirá que milhões de Cristãos devotos têm vivido vidas santas,
sendo que nunca guardaram o sétimo dia, mas, ao invés disso, descansam no Domingo. E os guardadores do
Domingo admitirão que aqueles que guardam o Sábado, ao invés do Domingo, são pessoas Cristãs. Agora,
certamente um ou o outro destas duas classes não guardam o mandamento do Sábado, se a coisa essencial for
guardar o dia específico. Iria algum Adventista do Sétimo Dia reconhecer como Cristão qualquer pessoa que
a cada semana violasse a letra de algum outro mandamento? Não. Tampouco ele iria desculpá-la por
qualquer alegação de ignorância. Não obstante, os Adventistas do Sétimo Dia admitiriam unanimemente que
milhares à sua volta que não guardam o mandamento do Sábado, como eles o interpretam, ainda assim são
pessoas boas e Cristãs. Logo, com eles mesmo sendo juízes, este mandamento difere dos outros de alguma
forma.
69
mais longos em horas. Como poderiam os habitantes desses mundos guardarem o nosso sétimo dia? Eles
poderiam guardar “um” sétimo dia, o seu próprio, mas este não seria o mesmo nosso em duração de horas,
nem chegaria ao mesmo tempo do nosso. Seu sétimo dia não seria o nosso Sábado; nem seriam semelhantes
ao sétimo dia de qualquer de dois planetas, nem chegariam no mesmo tempo. Todo o universo pode guardar
uma sétima parte do tempo, mas não a mesma sétima parte. Não sabendo disso, veja o que escreveu uma Sra.
White totalmente equivocada. Ela diz: “Vi que o Sábado nunca seria abolido, mas os santos remidos, e todas
as hostes angelicais, o observarão em honra do grande Criador por toda a eternidade.” (Spiritual Gifts, Vol.
I, pág. 113, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=147&p=113). O Ancião U. Smith, Bibliotecal Institute, pág.
145, diz: “Deduzimos que as mais elevadas ordens de suas inteligências também guardam o Sábado... O
Sábado de cada uma dessas criaturas será o Sábado de todo o restante, de modo que todos observarão o
mesmo período juntos para o mesmo propósito.”
Temos aqui a sua teoria do sétimo dia definida em sua plenitude. Olhe para o total absurdo e
impossibilidade de tal teoria. Todos os seres inteligentes, no céu e na terra e em todos os outros planetas,
guardarem “o mesmo período juntos.” Desse modo o dia de Sábado deste nosso pequeno planeta regula os
dias de Sábado de todos os planetas do universo! Eu me pergunto como eles podem controlar isso em Júpiter,
onde os dias têm apenas dez horas de duração; ou em Vênus, onde eles têm vinte e três horas; ou em algum
dos planetas onde eles são tão longos que equivalem a vários dos nossos dias. Com o Sábado tem que durar
de pôr do sol a pôr do sol (Lev. 23:32), eu me pergunto como eles descobriram como exatamente é o pôr do
sol em todos aqueles planetas!
Os fatos inflexíveis mais perto de casa mostram que os filhos de Deus não observam, e não podem
observar, “o mesmo período juntos.” Todos sabem que é Sábado na Índia umas doze horas mais cedo do que
é aqui; e que é Sábado aqui doze horas depois de ter terminado o Sábado lá. Na Austrália, o dia começa
dezoito horas antes do que na Califórnia. Assim, os irmãos Adventistas do Sétimo Dia na Califórnia estão
trabalhando quase todo o tempo em que seus irmãos na Austrália estão guardando o Sábado! Venha até
mesmo para mais perto de casa do que isto. O sol se põe na Califórnia cerca de três horas depois do que se
pôs no Maine. Logo, quando os Adventistas do Sétimo Dia no Maine começam a guardar o Sábado, ao pôr
do sol de Sexta-feira, seus próprios irmãos, na Califórnia, onde o sol ainda está três horas alto, ainda estarão
trabalhando por três horas! Sendo assim, muito pouco deles nesta terra observam “o mesmo período juntos.”
Enquanto alguns deles estão guardando o Sábado numa parte da terra, outros estão trabalhando em outra
parte da terra. Muito menos, então, estarão todas as hostes celestiais guardando o mesmo período junto com
os homens sobre a terra.
Agora, se como disse a Sra. White e o irmão Smith, os anjos guardam o nosso Sábado, a pergunta é com
qual parcela de homens eles o guardam? Com os da Austrália ou com os da América? Se os anjos guardam o
Sábado ao mesmo tempo em que os Sabatistas o guardam na Austrália, então os Sabatistas na América estão
trabalhando enquanto os anjos guardam o Sábado; e assim, é claro, os anjos trabalham enquanto os daqui
descansam. Assim podemos ver quão absurdamente falsa é a teoria de que todos podem guardar o Sábado ao
mesmo tempo.
Devo confessar que por muitos anos eu fui tão estúpido ao ponto de supor que o próprio Senhor guardava
o Sábado ao mesmo tempo em que eu o fazia na terra. Eu imaginava que quando o sol se punha na tarde de
Sexta-feira, e eu começava a guardar o Sábado, o Senhor e os anjos começavam a guardá-lo também. Mas
agora eu vejo quão totalmente impossível isto é, pois, se o Senhor guarda o Sábado ao mesmo tempo em que
eu faço aqui, então ele não o guarda junto com os irmãos em outra parte do globo, pelo fato de que eles
começam o Sábado pelo menos doze horas mais cedo do que nós aqui. Na verdade, tem-se exatamente
quarenta e oito horas, ou o tempo de dois dias inteiros, desde a hora em que qualquer um deles começa no
extremo leste, até que termine no lugar mais a oeste. Poderia o leitor parar e pensar cuidadosamente,
aguçadamente, sobre este ponto, já que o mesmo é deveras importante? Tem-se vinte e quatro horas para o
primeiro fim de um dia ficar claro ao redor da terra. Então, na medida em que o último fim do dia está vinte e
quatro horas atrás do primeiro fim, há também vinte e quatro horas a mais para se tornar claro ao redor da
terra, e isso totaliza quarenta e oito horas em cada dia nalgum lugar sobre a terra.
Estou completamente seguro de que o Sabatista mediano sente que guarda o sétimo dia de forma santa
com o próprio Senhor, com os anjos e com todos os seus irmãos. Eu costumava me sentir desta forma, e as
citações acima da Sra. White e do Ancião Smith mostram cabalmente que eles também pensam assim. Mas
vimos que não pode ser dessa forma, a menos que o Senhor guardasse o tempo de dois dias inteiros a cada
semana. E neste caso, aqueles neste lado da terra estariam trabalhando, enquanto o Senhor estaria guardando
70
o Sábado com aqueles do outro lado da terra. Depois, aqueles no lado oposto da terra estariam trabalhando,
enquanto o Senhor estivesse guardando o Sábado com aqueles deste lado. E assim, ao final, nenhum deles
estaria guardando o Sábado com o Senhor! De fato, considerando-se o que ocorre ao redor da terra, não
existe uma única hora em toda a semana na qual não haja um Sabatista trabalhando em alguma parte da terra!
Ademais, o Senhor guarda o nosso sétimo dia conosco, ou ele guarda o sétimo dia com as pessoas em
outros planetas? Nossos dias e semanas não estão de forma alguma em harmonia com os deles, nem
tampouco pode um deles ser semelhante aos outros. Agora, se o Senhor descansa apenas no nosso Sábado,
então ele não poderia descansar no sétimo dia de Vênus, ou de Marte, ou de Júpiter, etc., já que o sétimo dia
de cada planeta difere em duração e chega em tempo diferente, comparado com o da nossa terra ou o de
qualquer planeta. Como, então, Deus poderia descansar em todos esses dias? Se Ele o fizesse, teria que
guardar Sábado todo o tempo, e assim ninguém, anjos ou homens, poderiam guardar o Sábado com o Senhor,
caso trabalhassem!
Como, então, fica a declaração da Sra. White, de que “todas as hostes angelicais” guardam o nosso
Sábado? Ou mesmo a hipótese do Ancião Smith, de que todo o universo observará “o mesmo período
juntos”? Ambas são totalmente absurdas. O mesmo sétimo dia específico não pode ser guardado por todo o
universo; nem mesmo apenas nesta terra ele não pode ser guardado por todos ao mesmo tempo; mas todos
podem guardar uma sétima parte do tempo.
Este princípio sobre o qual o quarto mandamento estava fundamentado pode ser de aplicação universal
na terra e no céu, no tempo ou na eternidade. Mas quanto a qual dia ele deveria ser, isto é uma questão de
consequência menor a ser determinada pelas circunstâncias de cada caso, as quais podem variar e variam em
épocas diferentes e em lugares diferentes. Para o povo Judeu, certamente era o sétimo dia, ou Sábado, e
nenhum outro dia poderia ter satisfeito o mandamento. Todas as rigorosas limitações e exigências do dia de
Sábado sob a lei Judaica poderiam ser levadas a cabo por um pequeno povo num território limitado, onde o
sistema eclesiástico impunha as regras. Um dia em particular, o sétimo (Deut. 5:12-13); horas definidas, do
pôr do sol ao pôr do sol (Lev. 23:32); nenhum fogo em todas as suas casas (Êx. 35:3); apedrejamento até a
morte por pegar um graveto (Núm. 15:32-36) – esta era a lei Judaica. Mas nós não somos Judeus e nem
estamos sob a lei Judaica. Sob a nova dispensação do Evangelho, outras circunstâncias surgiram de forma
clara e grandiosa marcando um outro dia como o mais importante dia na memória Cristã – o dia da
ressurreição. Quando o Evangelho foi propagado para todas as nações, para todos os climas e ao redor da
terra, o dia de descanso Cristão foi necessária e sabiamente deixado sobre uma base muito diferente.
71
feito ao seu bel-prazer. 6. Deste modo, naquilo que se refere ao dever para com Deus, qualquer nação, igreja
ou sociedade estão livres para começar o dia da forma que mais lhes apraz. Um lugar será tão adequado para
estar em harmonia com a linha do dia de Deus quanto outro.
Os Sabatistas na América podem fixar sua linha do dia no Atlântico, ao invés do Pacífico e assim o nosso
Domingo será o Sábado e eles estarão corretos e cobrirão uma nação em um dia! Alguém poderia provar que
isto não estaria em harmonia com a linha do dia que Deus estabeleceu na criação? Certamente, não. Seria tão
propenso a estar correto como a linha do dia atual. Então, por que não fazer isso? Na verdade, isto é
exatamente um paralelo com o que os Adventistas do Sétimo Dia têm feito nos últimos anos, no caso de toda
uma colônia no Oceânico Pacífico.
A Ilha Pitcairn, no Pacífico, foi estabelecida há cem anos por pessoas que trouxeram todos os seus
padrões para o leste da Ásia. Mas aconteceu de a ilha estar no lado Americano da linha do dia atual. Assim, o
seu Domingo era o nosso Sábado, e todos eles guardaram a este durante cem anos como se fosse Domingo.
De acordo com os Adventistas isto era uma coisa horrível, pois o Domingo é o Sábado do Papa, a marca da
besta. Posteriormente, há alguns anos, os Adventistas foram lá e converteram a todos a guardarem o Sábado.
Como? Eles simplesmente os induziram a mudar todo o seu reconhecimento da linha do dia umas poucas
milhas, e eis que o seu Domingo virou Sábado! Agora todos eles são piedosos guardadores do Sábado, ao
passo que antes todos guardavam o Domingo, a marca da besta! E, no entanto, eles estão guardando
exatamente o mesmo dia que sempre guardaram! Se isto não for manipulação, diga-me o que é. Isso ilustra a
infantilidade de todo o empreendimento Sabatista. Agora deixe os Adventistas mudarem a sua linha do dia
um pouquinho mais para leste, de modo a incluir a América, e assim eles vão poder guardar o nosso dia
conosco.
Se o dia começava no lugar onde tradicionalmente se diz ser a localização do Éden, então a linha do dia
estaria a oeste, além da localização atual, por cerca de 7.000 milhas (11.200 km); a oeste até mesmo da
Austrália, e assim o povo do Sétimo dia na Austrália não está guardando o Sábado, afinal. Neste caso, os
guardadores do Domingo da Nova Zelândia e Austrália estão agora realmente guardando o sétimo dia
original, e os Sabatistas estão guardando o sexto dia! Eles sabem, e podem provar, que isto não ocorre deste
modo? Não, eles simplesmente têm que aceitar e reconhecer a linha do dia exatamente como ela é, esteja
certa ou errada, sem saber qual deveria ser. E apesar disso, à grande custo eles têm enviado missionários lá
para converter as pessoas a guardarem outro dia, quando na realidade eles não sabem que aquelas pessoas
estão efetivamente guardando o sétimo dia, e eles próprios estão errados! Ninguém, nem mesmo eles, podem
aspirar saber onde Deus começou a contar aquele dia; mas, apesar disso, eles traçam a linha com a variação
de um fio de cabelo e dizem que serão amaldiçoados todos os que não se sujeitarem a esta linha e não
contarem o dia a partir de tal ponto. A salvação da alma de um homem dependeria de tais sutilezas
matemáticas e tais incertezas como estas? Se depender, podemos muito bem nos desesperançar de ir para o
céu.
O próprio fato de Deus nunca ter revelado exatamente onde está a linha do dia, ou onde começa o sétimo
dia, mostra que isto não possui consequência para nós. O Alasca, o ponto mais a noroeste da América, era
povoado pelos Russos há séculos antes de a linha do dia existir. É óbvio que eles trouxeram consigo o seu
cômputo, e assim o seu Domingo caía no Sábado. Em 1867, nós compramos o Alasca e ele se tornou parte
dos Estados Unidos. No dia em que tomamos posse, as nossas leis mudaram o seu Domingo para Sábado,
tudo por autoridade humana. Isto mudou o Sábado Edênico para aquelas pessoas? Novamente, ao se ir ao
redor da terra numa direção nós perdemos um dia, e indo em outra ganhamos um dia. Todos têm que
observar isto para estar em harmonia com o mundo. Os Adventistas fazem isto, mas baseados em qual
autoridade, e de onde ela vem? A Bíblia diz para guardar o sétimo dia de pôr do sol a pôr do sol (Êx. 20:8-
11, Lev. 23:32). Deixe dois Adventistas irem ao redor da terra, partindo de Chicago; um indo para leste e
outro para oeste. Cada um guarda cuidadosamente o sétimo dia assim que o sol se põe. Quando eles se
encontrarem novamente em Chicago, estarão separados por dois dias! Um estará guardando o Domingo, e o
outro a Sexta-feira. Como eles lidam com isto? Cada um desiste do seu próprio sétimo dia e ambos assumem
o do mundo. Ao fim das contas, ambos têm um dia mundano!
Observe a dificuldade de se cruzar a suposta linha do dia no Oceano Pacífico. Pessoalmente eu conversei
com alguns Sabatistas que cruzaram esta linha em ambas as direções, leste e oeste. Indo para oeste, um dia é
acrescentado; indo para leste, um é diminuído, e isto é feito ao meio dia do dia em que estão mais próximos
da suposta linha. No navio, um homem indo para oeste senta-se para almoçar às 11:50 horas de Sexta-feira.
Enquanto está comendo, o tempo é mudado e ele se levanta do almoço sendo meio dia de Sábado! Depois ele
72
tem apenas seis horas de Sábado até o pôr do sol; ou indo para leste, ele senta-se para almoçar no Sábado ao
meio dia, e se levanta do almoço na Sexta-feira depois do meio dia! Ele guardou dezoito horas do Sábado;
então ele vai, num segundo, ao pino do meio dia, e tem seis horas para trabalhar até o pôr do sol. Agora ele
deve começar o Sábado uma vez mais e guardá-lo novamente – por vinte e quatro horas! Numa situação ele
guardou apenas seis horas do Sábado, e na outra ele guardou quarenta e duas horas!
Estes fatos irreconciliáveis demonstram o total absurdo da visão Sabatista. Eles declaram que estas coisas
não lhes incomodam; mas eu sei que incomodam, e de forma muito prejudicial. Eles têm escrito muito sobre
isto, elaborado toda a sorte de diagramas, ilustrações e argumentos para superar a dificuldade; mas nenhum
deles é satisfatório nem para eles próprios. Consequentemente, novas metodologias têm sido constantemente
inventadas para se desviar da dificuldade. A última descoberta foi a adotada pelos ministros Adventistas do
Sétimo Dia da conferência de New York. É a de que a terra é absolutamente plana e estacionária; com o sol,
a lua e as estrelas muito menores do que a terra e se movimentando ao redor dela! “O sol, ele se move”, disse
o ignorante, e eles dizem, Amém.
73
minuto, isto é de mínima importância. Nós fazemos o melhor que podemos diante das circunstâncias e nos
adaptamos ao tempo da forma como é reconhecido por aquele para onde vamos. “'Coar um mosquito e
engolir um camelo” não é uma boa prática em qualquer situação. Mas com os rígidos Sabatistas tudo isso é
inteiramente diferente. Um dia determinado, começando precisamente numa linha estabelecida até a minúcia,
com minutos e segundos até a minúcia, é tempo santo. Se você não se encaixar exatamente no tempo certo,
poderia não estar guardando nenhum dia! Isto pode ter sido feito para o Judaísmo, mas certamente não está
de acordo com o espírito de liberdade do Evangelho.
Eu acredito que esta é uma declaração satisfatória da posição sustentada pelo grande corpo de
observadores esclarecidos do Domingo. Ela se harmoniza exatamente com a declaração do nosso Salvador,
de que “o Sábado foi feito para o homem, e não o homem para o Sábado.” (Marcos 2:27). O homem e seu
bem maior vêm primeiro; o Sábado é secundário e subserviente a estes. Os Sabatistas praticamente invertem
esta ordem. O Sábado é a coisa essencialmente importante, uma regra de ferro rígida, irredutível e inflexível.
O homem, suas necessidades e seu bem são de pouca ou nenhuma importância em comparação com o grande
dever supremo de guardar o Sábado. “O homem foi feito para o Sábado, e não o Sábado para o homem”,
expressaria melhor a ideia da importância relativa dos dois. É bom para as pessoas e para o mundo que tais
ideias farisaicas tenham encontrado poucos defensores na igreja de Cristo.
TEMPO PERDIDO.
Como os Sabatistas sabem que o nosso Sábado é o sétimo dia exato desde a criação? Diz o Rev. J. H.
Potts, D.D, editor do Michigan Christian Advocate (Metodista): “Não pode ser provado por qualquer
autoridade, seja humana ou divina, que ao estipular o dia de Sábado Judaico Moisés tenha selecionado o
sétimo dia regular sucessivo do tempo humano desde Adão.” (The Lord's Day our Sabbath, pág. 12). Isto é
endossado pelo Bispo Harris e diversos outros teólogos eminentes. Igualmente o Rev. Geo. Elliott, em seu
“Abiding Sabbath”, diz: “não existem meios possíveis para se estabelecer o dia de Sábado original.” Assim
falam todos os escritores imparciais.
Durante o longo período anterior ao dilúvio; durante a era patriarcal quando eles não tinham registros;
durante a escravidão no Egito, quando até mesmo o conhecimento tradicional foi amplamente perdido;
durante a anarquia sob os juízes e durante todas as eras desde então, poderiam eles estarem seguros de que
nenhum engano foi cometido, nem mesmo de um dia? É claro que não podem estar. O único meio possível
que eles podem recorrer é a tradição humana. Em resposta à minha pergunta sobre o assunto, o Rabino Isaac
M. Wise, Cincinnati, Ohio, o Judeu mais erudito do país, escreveu-me: “O Sábado Judaico é, com relação ao
tempo específico, uma questão de tradição.” Assim, ao final das contas, a sua guarda do sábado repousa
sobre tradição de homens, a própria coisa que os Adventistas condenam.
Mas é dito que se o dia se perdeu, Deus sabia qual seria e o teria indicado ao dar o maná. Ou, se tivesse
perdido antes do tempo de Cristo, ele saberia disso e os teria corrigido. Mas isto é presumir a própria coisa
que se quer provar, a saber, que Deus se preocupa muito com as horas e minutos específicos, como eles
fazem. Isso eles não podem provar. Pela pouca importância que vinculou à guarda do Sábado Judaico,
evidentemente Jesus teria guardado qualquer dia que encontrasse sendo observado pela nação.
74
CAPÍTULO X
Quase universalmente os Cristãos consideram o Domingo como um dia sagrado. Eles oferecem para isto
algumas razões adequadas? Na verdade, sim; e aquelas que têm sido consideradas satisfatórias para todos os
Cristãos mais capacitados que a Igreja já teve.
Após ter guardado o sétimo dia e o defendido exaustivamente por cerca de um quarto de século,
contento-me em saber que o que fazia era um erro e que a bênção de Deus não estava com a guarda do dia.
Como milhares de outros, quando abracei o Sábado do sétimo dia eu pensava que o argumento estava todo
de um lado; tão claro que uma hora de leitura seria suficiente para estabelecê-lo; tão claro que nenhum
homem poderia rejeitar o Sábado e ser honesto. A única coisa espantosa para mim é que todos não vissem
isso e o abraçassem.
Mas, após guardá-lo por vinte e oito anos; após ter persuadido mais e de mil outros a guardá-lo; após ter
vasculhado toda a minha Bíblia, verso por verso, mais de vinte vezes; após ter usado o máximo da minha
capacidade para examinar minuciosamente cada texto, linha e palavra na Bíblia que tivessem a mais remota
relação com a questão do Sábado; após ter estudado todos eles, tanto no original quanto em muitas
traduções; após ter pesquisado em léxicos, concordâncias, comentários e dicionários; após ter lido uma
braçada de livros focando ambos os lados da questão; após ter lido cada linha sobre este ponto escrita por
todos os antigos pais da igreja; e tendo redigido diversos trabalhos em favor do sétimo dia, os quais foram
considerados satisfatórios para os meus irmãos; após ter debatido a questão por mais de doze vezes; após ver
os frutos de guardá-lo e pesar todas as evidências no temor do Senhor, está plenamente estabelecido em
minha mente e consciência que a evidência está contra a guarda do sétimo dia.
Os que observam o Domingo dizem que fazem isto em honra da ressurreição de Cristo, que ocorreu
naquele dia; e que esta prática foi derivada dos apóstolos e tem sido continuada na Igreja desde então. Vamos
ver.
“O Dia do Senhor” é um termo agora comumente aplicado ao primeiro dia da semana em honra da
ressurreição do Senhor naquele dia (Baptist Church Directory, pág. 171). Com exceção de uns poucos
Sabatistas de data recente, toda a Cristandade, contando com quatrocentos e dezesseis milhões de pessoas de
todas as denominações e todas as nações, consideram o Domingo como um dia sagrado e concordam em
aplicar o termo ao primeiro dia. Aqui está um fato atual grandioso e inegável. Quando é que esta tendência
começou? Vamos rastreá-la nas circunstâncias mais importantes através dos séculos.
Décimo oitavo século, 1760 D. C. O Rev. A. H. Lewis, D.D., Batista do Sétimo Dia, é o autor de
“Critical History of Sunday Legislation.” Da página 181, cita: “A profanação do Dia do Senhor é altamente
ofensiva ao Deus Todo-Poderoso.” (Leis de Massachussetts, 1760 D. C.).
Décimo sétimo século, 1676 D. C. As Leis de Carlos II, da Inglaterra, diz: “Para a melhor observância de
guardar santo o Dia do Senhor, comumente chamado Domingo, seja decretado...”, etc. (Critical History of
Sunday Legislation, pág. 108).
Décimo sexto século, 1536 D. C. Retrocedendo cerca de 300 anos até os reformadores, encontramos
todos os Cristãos chamando o Domingo de “Dia do Senhor”. Calvino, exprimindo o sentimento universal de
seu tempo, diz: “Os antigos substituíram, não sem razão suficiente, o que nós chamamos de Dia do Senhor
em lugar do Sábado.” (Institutas, de Calvino, Livro 2, Capítulo VIII, Seção 34). Lutero, Zwinglio, Beza,
Bucer, Cranmer, Tyndale, etc., igualmente falam do Dia do Senhor como o primeiro dia da semana. Aqui
está outro grande fato relativo ao Dia do Senhor. Ele existia e era universalmente observado há 300 anos.
75
Décimo quinto século, 1409 D. C. “Aquele que se diverte com jogos ilegais aos Domingos... seja
aprisionado por seis dias.” Estatuto de Henrique IV da Inglaterra (Critical History of Sunday Legislation,
pág. 90).
Décimo Quarto século, 1359 D. C. “É estipulado por sanções da lei e do cânon que todos os Dias do
Senhor sejam veneravelmente observados.” Arcebispo de Canterbury (Critical History of Sunday
Legislation, pág. 82).
Décimo terceiro século, 1281 D. C. “A obrigação de observar o Sábado legal, de acordo com a forma do
Velho Testamento, chegou ao fim.. ao qual no Novo Testamento sucedeu o costume de passar o Dia do
Senhor... em adoração a Deus. Arcebispo de Canterbury.” (Critical History of Sunday Legislation, pág. 81).
Décimo segundo século, 1174 D. C. “Ordenamos que estes dias seguintes sejam isentos de trabalho:...
Todos os Domingos no ano”, etc. Imperador de Constantinopla (History of Sabbath and Sunday, pág. 191).
Décimo primeiro século, 1025 D. C. “Comércio no Domingo nós também proibimos terminantemente.”
Leis da Dinamarca (Critical History of Sunday Legislation, pág. 77).
Décimo século, 975 D. C. “O Domingo deve ser solenemente reverenciado.” Leis Saxônicas (Critical
History of Sunday Legislation, pág. 75).
Nono século, 813 D. C. “Todos os Dias do Senhor devem ser observados com a devida veneração e de
toda obra servil deve-se abster.” Concílio de Mayence.
Oitavo século. No ano 747, um concílio Inglês declarou: “É ordenado que o Dia do Senhor seja
celebrado com a devida veneração e dedicado totalmente à adoração a Deus.” (History of the Sabbath, de
Andrews, pág. 377; https://archive.org/stream/historyofsabba00andr#page/377/mode/1up).
Sétimo século, 695 D. C. “Se um escravo trabalhar no Domingo sob a ordem de seu senhor, que seja
liberto.” Leis Saxônicas (Critical History of Sunday Legislation, pág. 71).
Sexto século, 578 D. C. “No Dia do Senhor não é permitido colocar jugo sobre bois ou executar qualquer
outro trabalho, exceto por razões específicas.” (Concílio de Auxerre).
Quinto século. Retrocedendo a cerca de 450 D. C., chegamos à história da igreja escrita por Sozomen.
No livro 2, Capítulo VIII, pág. 22, a respeito de Constantino, ele diz: “Ele honrou o Dia do Senhor, porque
neste dia ressuscitou da morte.” Isso mostra o que era entendido por Dia do Senhor naqueles tempos
primitivos.
Retrocedendo um pouco mais, até cerca de 400, alcançamos o grande teólogo da igreja primitiva, Santo
Agostinho. Ele diz: “O dia conhecido agora como Dia do Senhor, o oitavo, a saber, o qual é também o
primeiro dia da semana.” (Cartas de Santo Agostinho, carta 55, Capítulo XIII). Ele diz que em seu tempo o
primeiro dia da semana era conhecido como o Dia do Senhor.
Quarto século. Em 386 D. C., o Imperador de Roma decretou o seguinte: “No dia do sol, propriamente
chamado de Dia do Senhor por nossos ancestrais, haja cessação de ações judiciais, negócios e acusações.”
(Critical History of Sunday Legislation, pág. 36). Até mesmo a lei civil daquela data primitiva reconhecia o
Domingo como o Dia do Senhor.
Voltando à era de Constantino o Grande, o primeiro Imperador Cristão, chegamos a Eusébio, o “Pai da
História da Igreja”, 324 D. C. Ele usa de forma constante e familiar o termo “Dia do Senhor” para o primeiro
dia da semana. Uma passagem: “Eles (os Judeus Cristãos) também observam o Sábado, e outros discípulos
dos Judeus, exatamente iguais e eles; mas, por outro lado, também celebram o Dia do Senhor tanto quanto
nós em comemoração da sua ressurreição.” (História Eclesiástica, livro 3, Capítulo XXVII). Aqui o Dia do
Senhor é distinguido do Sábado Judaico, e é dito ser guardado por conta da ressurreição.
Isso nos traz à era dos Pais Cristãos Primitivos. Citarei da forma como traduzido na “Biblioteca Cristã
Ante-Nicena.”
306 D. C. Pedro, Bispo de Alexandria, no Egito: “Mas o Dia do Senhor nós celebramos como um dia de
regozijo, porque neste ele se levantou novamente.” (Cânon 15).
Terceiro século, 270 D. C. Anatólio, Bispo de Laodicéia, na Ásia Menor: “Nossa consideração pela
ressurreição do Senhor, que se deu no Dia do Senhor, nos conduzirá a celebrá-lo sobre o mesmo princípio.”
(Capítulo X).
76
Cerca de 250 D. C. A Constituição Apostólica: “No dia da ressurreição do nosso Senhor, que é o Dia do
Senhor, reúnam-se mais diligentemente.” (Livro 2, Seção 7).
250 D. C. Cipriano, Bispo de Cartago, na África: “O oitavo dia, isto é, o primeiro dia depois do Sábado e
o Dia do Senhor.” (Epístola 58, seção 4).
200 D. C. Tertuliano na África: “Nós solenizamos o dia posterior ao Sábado, em contradistinção àqueles
que chamam esse dia seu Sábado.” (Apologia, Capítulo XVI). “Nós, entretanto, exatamente como
recebemos, apenas no dia da ressurreição do Senhor devemos guardar, não só o dobrar os joelhos, mas
termos uma postura de trabalho e ofício de solicitude, adiando até mesmo os nossos negócios.” (Sobre
Oração, Capítulo XXIII).
Segundo século, 194 D. C. Clemente de Alexandria, Egito: “Ele, em cumprimento do preceito, guarda o
Dia do Senhor quando abandona uma má disposição e assume o mal do Gnóstico, glorificando em si mesmo
a ressurreição do Senhor.” (Livro VII, Capítulo XII).
180 D. C. Bardesanes, Edessa, Ásia: “No dia primeiro da semana, nos reunimos juntos.” (Livro das Leis
dos Países, 180 D. C.).
140 D. C. Justino Mártir: “Mas Domingo é o dia no qual nós todos temos nossa assembleia comum,
porque Jesus Cristo, nosso Salvador, no mesmo dia se levantou da morte.” (Apologia, Capítulo LXVII).
120 D. C. Barnabé. “Guardamos com júbilo o oitavo dia; o dia, também, no qual Jesus ressuscitou da
morte.” (Capítulo XVII).
96 D. C. São João em Patmos: “E fui arrebatado em espírito no Dia do Senhor.” (Apoc. 1:10).
60 D. C. Lucas, Ásia Menor: “E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão,
Paulo pregava para eles.” (Atos 20:7).
Assim temos traçado o Dia do Senhor, ou Domingo, como um dia sagrado entre os Cristãos, desde o
nosso tempo e através dos séculos até os dias do Novo Testamento.
Quem pode deixar de ver que se fala do “Dia do Senhor” e do “primeiro dia da semana” do mesmo
modo, tanto pelos apóstolos quanto por todos os pais e reformadores até os nossos dias? Para qualquer mente
imparcial a evidência é conclusiva para que o Dia do Senhor de Apoc. 1:10, escrito em 96 D. C., é o mesmo
dia da ressurreição em cada exemplo onde é usado por todos os pais Cristãos que se seguiram imediatamente
a João. Observe este fato: Não há nenhum lugar, seja na Bíblia ou em toda a história, onde possa ser
encontrada alguma passagem onde o termo Dia do Senhor seja aplicado ao sétimo dia, o Sábado Judaico.
Este fato deveria ser e é decisivo quanto ao significado em Apoc. 1:10. Até mesmo os próprios Sabatistas
não chamam o sétimo dia de “Dia do Senhor”, mas sempre dizem “o dia de Sábado.”
77
“Kuriakos – Pertencente ao Senhor, ao Senhor Jesus Cristo; por exemplo, kuriakos deipnon, a Ceia do
Senhor (1 Cor. 11:20); kuriake hemera, o Dia do Senhor (Apoc. 1:10).” (Robinson).
“Kurikos – De, pertencendo a, com respeito a um senhor ou mestre, especialmente pertencendo ao
Senhor (Cristo); portanto kuriake hemera, o Dia do Senhor.” (Liddell & Scott).
“Este é o nome usual do Domingo usado pelos subsequentes pais Gregos.” (Parkhurst).
“Kuriakos – Pertencendo ao Senhor Jesus Cristo; o Senhor (1 Cor. 11:20; Apoc. 1:10).” (Bagster's
Analytical Greek Lexicon).
Assim podemos ir por todos os léxicos encontrando a mesma definição em todos. Nenhum deles atribui
este termo a Deus o Pai, mas sem exceção todos o atribuem ao Senhor Jesus. Há, por conseguinte, boas
razões para esta concordância universal.
Da mesma forma os comentaristas:
“O Dia do Senhor. O primeiro dia da semana.” (Dr. Clark sobre Apoc. 1:10).
“No Dia do Senhor, que não pode significar outra coisa além do dia no qual o Senhor Jesus ressuscitou, é
também o primeiro dia da semana.” (Scott, sobre Apoc. 1:10).
O Dr. Barnes diz: “Ele era um dia particularmente dedicado ao Senhor Jesus, pois (a) este é o
significado natural da palavra Senhor, da forma como usada no Novo Testamento; e (b) Se a intenção fosse
indicar o Sábado Judaico, a palavra Sábado teria sido utilizada.”
Prof. Hacket, em seu comentário sobre Atos 1:24, diz: “Kuriakos, quando tomado absolutamente no
Novo Testamento, geralmente se refere a Cristo.”
“Dia do Senhor, a saber, o primeiro dia da semana.” (Burkett's Notes on the N. T.).
“O Dia do Senhor, o Sábado Cristão, o primeiro dia da semana.” (Eclectic Commentary on Rev. 1:10).
“O Dia do Senhor. O primeiro dia da semana, comemorativo da ressurreição do Senhor.” (Family Bible,
com nota sobre Apoc. 1:10). Vá por toda a lista de comentários, e todos dizem a mesma coisa. Será que eles
não têm fundamentos para isto? Sim, bons o suficiente para serem conclusivos.
1. Em toda a Bíblia, o sétimo dia não é chamado nenhuma vez de Dia do Senhor.
2. “O Sábado” era o termo invariavelmente usado para o sétimo dia Judaico. O próprio João sempre usou
o termo quando falava do sétimo dia (ver João 5:9, 10, 16, 18; 7:22, 23; 9:14, 16; 19:31). Se ele tivesse a
intenção de se referir ao sétimo dia em Apoc. 1:10, certamente teria dito “Dia de Sábado”, e não Dia do
Senhor.
3. A palavra Grega kuriakos é uma palavra nova originada no Novo Testamento e encontrada apenas em
um único lugar, 1 Cor. 11:20, “a Ceia do Senhor”. Além de qualquer questionamento ela é aplicada ao
Senhor Jesus. “O adjetivo kuriake foi 'formado pelos próprios apóstolos.' (Winer, N. T. Gram., pág. 226).
Para a mesma conclusão testificam Lidell e Scott. Sobre o modo de lidar com as palavras em seus léxicos,
eles dizem: 'Sempre visamos dar a autoridade mais primitiva do seu uso inicial. Depois, caso não tenha sido
introduzida por escritores posteriores, o deixamos apenas com aquela autoridade primitiva.' (Pref., pág. 20).
Quando nos voltamos para a palavra kuriakos, eles apresentam o Novo Testamento como a sua primeira
citação, e por isso como sua autoridade primitiva. A pergunta que se apresenta agora é por que formar uma
palavra nova para expressar uma instituição sagrada, se a própria instituição não fosse nova? Winer diz:
'Palavras e frases inteiramente novas eram construídas principalmente por meio de uma composição, e na
maioria das vezes para suprimir alguma necessidade sensível.' (Gram., pág. 25). Qual necessidade sensível,
com respeito ao Sábado, o Velho Testamento deixou sem definição? Claramente a nova necessidade surgiu a
partir de uma nova instituição. Esta posição recebe reforço adicional pelo fato de que no Novo Testamento
temos apenas um outro uso da palavra kuriakos, encontrado em 1 Cor. 11:20, designando 'a Ceia do Senhor',
a qual certamente é uma instituição nova.” (Peter Vogel, em debate com Waggoner, pág. 110). Este é um
ponto importantíssimo e certamente decisivo.
4. Como o evangelho era uma instituição nova, ele necessitava do uso de novos termos. Deste modo
temos “Cristãos” (Atos 11:26), como o novo nome para o povo de Deus; “apóstolos”, “evangelistas” e
“diáconos”, como oficiais da igreja; “batismo”, como rito iniciatório na igreja; a “Ceia do Senhor” (1 Cor.
11:20) e o “Dia do Senhor”, como instituições da igreja (Apoc. 1:10). As novas relações originadas pelo
78
Evangelho não poderiam ser expressas pelos antigos termos da lei; e por consequência novas palavras e
termos tiveram que ser usados. Por 1.500 anos, “Sábado” havia sido estabelecido como o nome do dia
semanal de descanso da lei, e ainda era utilizado por todos para designar o sétimo dia. Logo, se os Cristãos
tinham um novo dia semanal de descanso comemorando fatos do Evangelho, eles tiveram que encontrar um
novo termo para ele. Temos assim o “Dia do Senhor.”
Existe uma boa razão para que no Evangelho o “Dia do Senhor” seja o dia de Cristo. Oficialmente e
enfaticamente ele é o único Senhor nesta nova dispensação. O termo Senhor se refere a Cristo em cerca de
quatrocentos e cinquenta vezes no Novo Testamento. Assim, no Evangelho todas as coisas são usualmente
ditas como pertencendo a Jesus, como “Os discípulos do Senhor” (Atos 9:1), etc. Agora leia junto “O corpo
do Senhor” (1 Cor. 11:29), “o cálice do Senhor”, “sangue do Senhor” (verso 27); “morte do Senhor” (verso
26); “a mesa do Senhor” (1 Cor. 10:21); “a Ceia do Senhor” (1 Cor. 11:20); “o Dia do Senhor” (Apoc. 1:10).
Não se referem todos ao mesmo Senhor? É claro que sim, e quem pode declinar de admitir isto? Sob a
jurisdição oficial de Jesus como Senhor vieram as necessidades de todas as instituições agora vinculantes.
Deste modo o Dia do Senhor é o Dia de Cristo, e este é o modo como sempre foi usado pelos primeiros pais,
como já vimos.
Objeções respondidas: O sétimo dia é chamado de “Sábado do Senhor” (Êx. 20:10); “meu santo dia”
(Isa. 58:13); e Jesus diz que era “o Senhor do Sábado” (Mar. 2:28). O Sábado não é o Dia do Senhor? Não,
pois:
1) A palavra Sábado é usada em cada um destes três textos, mas não é em Apoc. 1:10.
2) Todos os três textos foram ditos antes da cruz e sob a lei, mas Apoc. 1:10 está sob o Evangelho.
3) O Sábado Judaico foi abolido na cruz (Col. 2:16; Rom. 14:5; Gál. 4:10) sessenta anos antes de João
escrever em Patmos, e assim não poderia ter sido o dia do Senhor quando João escreveu.
5) O fato de o termo “dia do Senhor”, imediatamente após o tempo de João, e onde quer que seja
utilizado pela igreja primitiva ser sempre aplicado ao Domingo, e nunca ao Sábado, estabelece o seu
significado em Apoc. 1:10.
Mas é objetado que João e todos os outros evangelistas nos evangelhos chamem o Domingo
simplesmente de “o primeiro dia da semana”, em vez de Dia do Senhor. Sendo assim, se João em Apoc. 1:10
quisesse se referir àquele dia, ele teria dito “o primeiro dia da semana”, como fez no evangelho. A resposta é
fácil. Jesus predisse que iria morrer e ressuscitar ao terceiro dia. Cada evangelista é cuidadoso ao mostrar que
a profecia foi cumprida. Portanto, eles foram específicos ao dar os nomes para aqueles três dias da forma
como eram chamados pelos Judeus, isto é, “dia da preparação”, “Dia de Sábado” e “primeiro dia da semana.”
Esta é uma resposta suficiente. Além disso, é provável que o dia da ressurreição não fosse imediatamente
chamado de o dia do Senhor; mas, ao tempo em que João escreveu o Apocalipse, 96 D. C., era o nome bem
conhecido para aquele dia, como temos demonstrado.
POR QUE É ADEQUADO QUE O PRIMEIRO DIA DA SEMANA DEVA SER O DIA
MEMORIAL DO EVANGELHO.
Por que as pessoas guardam qualquer dia? Sempre por causa daquilo que aconteceu naquele dia. Por que
eram guardados os dias de Sábado, a páscoa e outros? Por causa do que aconteceu nestes dias. Por que
observamos o dia 4 de Julho, Natal, os dias dos nossos nascimentos, casamento, etc.? É importante, então,
averiguar se alguma coisa aconteceu no Domingo para torná-lo digno de ser observado pelos Cristãos.
De todas as coisas usadas para comemorar eventos passados, um dia de memorial é o melhor. Um
monumento, uma estátua, um colégio e coisas semelhantes são localizados e vistos apenas por uns poucos;
mas um dia alcança a todos e de forma periódica. Assim é que com muito entusiasmo cada nação celebra
seus dias memoriais, como o nosso 4 de Julho. Igualmente a religião tem consagrado dias memoriais, como o
Sábado, a Páscoa, Pentecoste e outros da era Judaica. E não deveria a mais grandiosa de todas as instituições
– o Evangelho – ter um dia memorial? Se não tivesse, seria a única exceção entre todas as religiões do
mundo e uma grande perda para a Igreja. Se a criação material mereceu um dia memorial, quão muito mais
merece a redenção espiritual da raça?
79
Mas, por que teorizar? É o maior e mais conhecido fato em toda a terra, hoje em dia, que a igreja Cristã
tem um dia memorial, o dia da ressurreição do Senhor, o Dia do Senhor. Ele é observado regularmente em
cada nação debaixo do céu. Nós já mostramos como este dia tem sido considerado como um dia memorial
desde os dias dos apóstolos. Resta apenas averiguar se este era o dia mais adequado para esse propósito.
Estude a vida de Jesus, vasculhe nela os destaques em cada dia, no ano, no mês, na semana, e será admitido
por todos que não nos vem à mente outro que seja comparado ao dia da ressurreição. Segunda, de quê?
Terça? Quarta? Quinta é de traição; Sexta, sua morte; Sábado, na sepultura. Escolheríamos algum desses dias
como um dia memorial para uma igreja jubilante? Certamente que não.
“No Sábado Judaico o Salvador jazia sob o poder da morte. Este foi para os discípulos um dia de
inquietação e melancolia. A lembrança daquele dia lhes seria sempre melancólica. O pensamento de agonia,
a cruz, o choro amargo, o gemido da morte e o lúgubre sepulcro só poderiam criar um sentimento de tristeza.
Para todo o sempre o Sábado Judaico foi despojado de sua alegria para o coração Cristão.” (The Lord's Day
Our Sabbath, pág. 21).
Foi no dia da ressurreição que todas as coisas mudaram. Se Jesus tivesse vivido a vida pura que viveu;
operado todos os milagres que operou; morrido na cruz como morreu; sido sepultado como foi, mesmo assim
não teria salvo uma única alma se não tivesse ressuscitado dos mortos. “E se Cristo não ressuscitou, é vã a
nossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos.” (1
Cor. 15:17-18). A ressurreição completou a obra que tornou Jesus o Salvador do mundo. O próprio Jesus,
quando questionado sobre a evidência da sua autoridade, apontou para a ressurreição no terceiro dia como a
prova desta (João 2:18-21; Mat. 12:38-40; 16:21). Este teste da sua divindade era bem conhecido de todos,
pois os Fariseus disseram a Pilatos, “Senhor, lembramo-nos de que aquele enganador, vivendo ainda, disse:
'Depois de três dias ressuscitarei.'” (Mat. 27:63).
Quando Jesus morreu a esperança dos seus discípulos foi sepultada com ele (Luc. 24:17, 21), e as santas
mulheres estavam com os corações destroçados. Mas os Judeus ímpios regozijavam e Satanás triunfou,
enquanto os anjos lamentavam. Se o diabo teve alguma esperança, esta foi quando Jesus estava morto
durante aquele dia de Sábado. Mas quando o Domingo começou a amanhecer, um poderoso anjo desceu
como relâmpago, a terra tremeu, o sepulcro se abriu e Cristo se levantou como vencedor sobre a Morte,
Inferno e a Sepultura (Mat. 28:1-4). A última esperança de Satanás se foi; os Judeus ímpios estão espantados;
as santas mulheres estão alegres; a esperança de um mundo está assegurada; os sofrimentos e humilhação do
Filho de Deus estão terminadas, e ele segue adiante como Salvador Onipotente, o Senhor de todos. Nunca
dantes uma manhã como essa alvoreceu neste mundo perdido. Não é de admirar que ela se transformou no
dia memorial da igreja. Era impossível ser de outra forma.
Paulo diz que Jesus foi “declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela
ressurreição dentre os mortos.” (Rom. 1:4). Foi ela que comprovou sua divindade; e também que haverá o
dia do Julgamento de Deus, “porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo,
por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.” (Atos
17:31).
1. No Domingo Jesus ressuscitou dos mortos (Mar. 16:12-13).
2. Neste dia ele primeiramente apareceu aos seus discípulos.
3. Neste dia ele os encontrou em lugares diferentes e repetidamente (Mar. 16:9-11; Mat. 28:8-10; Luc.
24:34; Mar. 16:12-13; João 20:19-23).
4. Neste dia Jesus os abençoou (João 20:19).
5. Neste dia ele derramou sobre eles o dom do Espírito Santo (João 20:22).
6. Aqui ele primeiramente os comissionou para pregarem o Evangelho em todo o mundo (João 20:21;
Mar. 16:9-15).
7. Aqui ele deu aos seus apóstolos autoridade para legislar e guiar sua igreja (João 20:23).
8. Pedro diz que Deus “nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo
dentre os mortos.” (1 Ped. 1:3, 9).
9. Neste dia Jesus subiu para o seu Pai, assentou-se à sua mão direita e foi feito o cabeça de todos (João
20:17; Efé 1:20).
80
10. Neste dia muitos dos santos mortos se levantaram de seus túmulos (Mat. 27:52-53).
11. Aqui este dia se transformou no dia de alegria e regozijo para seus discípulos. “De sorte que seus
discípulos se alegraram, vendo o Senhor.” (João 20:20). “E não crendo eles ainda por causa da alegria.”
(Luc. 24:41).
12. Naquele dia o Evangelho do Cristo ressuscitado foi primeiramente pregado, dizendo: “Ressuscitou
verdadeiramente o Senhor.” (Luc. 24:32).
13. Naquele dia o próprio Jesus estabeleceu o exemplo da pregação do Evangelho da sua ressurreição,
explicando todas as Escrituras a respeito do assunto e abrindo as mentes dos discípulos para compreendê-las.
“E abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.” (Luc. 24:27, 45).
14. Finalmente, neste dia a aquisição da nossa redenção foi completada.
Com todos estes eventos eletrizantes dos fatos do Evangelho, tendo por coroação o dia da ressurreição
tornando-o o mais venerável de todos os dias da história do mundo, como não poderia deixar de se tornar o
grande dia na memória da Igreja? Os fatos daquele dia único se tornaram o tema da Igreja para sempre. A
grande batalha entre os apóstolos e os Judeus incrédulos estava relacionada com os eventos daquele dia –
Jesus ressuscitou ou não? Os Judeus “deram muito dinheiro” para desmenti-los (Mat. 28:12), enquanto os
apóstolos edificavam a igreja e fincavam suas vidas sobre a ressurreição. Portanto, na providência do próprio
Deus o Sábado Judaico foi lançado nas sombras, enquanto todas as esperanças, pensamentos, argumentos e
canções da nova Igreja ficaram necessariamente voltadas para um outro dia, o dia da ressurreição.
Dia memorável, que moveria o coração de cada Cristão e impulsionaria os pecadores ao arrependimento
como, na verdade, tem feito todas as semanas desde aquele dia. “O Dia do Senhor”, quão apropriado o título
para o dia grandioso no qual nosso Senhor triunfou sobre todos e estabeleceu o alicerce profundo e seguro da
Igreja Cristã. Mais apropriadamente, então, ele se tornou o dia memorial do Evangelho, o dia de alegria e
regozijo. Deveríamos, então, chamá-lo de dia pagão; o dia do Papa; a marca da besta; um dia odioso para
Deus e uma abominação para Cristo? Deus o proíbe. Foi dito de Jesus, “Que mal ele fez?” Assim
perguntamos, “O que de maligno a observância do Dia do Senhor já fez?” Que homem, igreja ou nação se
tornou pior por causa dele? Nenhum. Na verdade, esta não é a sua característica nem o seu registro histórico.
81
PENTECOSTES, ATOS 2.
Que o dia de Pentecostes, Atos 2, caiu no Domingo, tem sido crido e sustentado pelos Cristãos de todas
as eras.
1. O tempo do Pentecostes era assim estabelecido: “Contareis desde o dia seguinte ao Sábado, desde o
dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão, até ao dia seguinte ao sétimo
Sábado, contareis cinquenta dias.” (Lev. 23:15, 16). O dia depois do sétimo Sábado certamente seria o
primeiro dia da semana.
2. Os Judeus Caraítas sustentavam que o Pentecostes, de acordo com a lei, deveria ser sempre no
Domingo.
3. 'Pentecostes' significa 'quinquagésimo', o quinquagésimo dia depois do primeiro Sábado em que eles
começavam a contar, o qual, consequentemente cai no primeiro dia da semana.
4. O Comentário do Dr. Scott, diz: “Como Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana, assim o Espírito
Santo desceu de forma igual, sete semanas, ou no quinquagésimo dia posterior.” (sobre Atos 2:1).
5. Tão clara está a questão que mesmo os Adventistas do Sétimo Dia admitem. Assim fala o Ancião U.
Smith: “Os molhos das primícias eram sinalizados no sexagésimo dia do primeiro mês. Isto encontra seu
antítipo na ressurreição do nosso Senhor, as primícias dos que dormiram, o sexagésimo do primeiro mês... A
festa das semanas, ou Pentecostes, acontecia no quinquagésimo dia da oferta das primícias. O antítipo desta
festa, o Pentecostes de Atos 2, foi cumprido no mesmo dia, cinquenta dias da ressurreição de Cristo, no
derramamento do Espírito Santo sobre os discípulos.” (The Sanctuary, pág. 283, 284;
https://archive.org/stream/SmithUTheSanctuaryAndTheTwentyThreeHundredDaysOfDanielVIII141877/Smi
th%20U_The%20Sanctuary%20and%20the%20Twenty-three%20hundred%20days%20of%20Daniel
%20VIII%2014_1877#page/n281/mode/2up). Cinquenta dias da ressurreição de Cristo seria no primeiro dia
da semana. Isto é exatamente o que Deus direcionou; que era para ser no dia seguinte ao sétimo Sábado, e no
quinquagésimo dia (Lev. 23:15, 16).
6. Confirma o Eclectic Commentary: “Aconteceu no primeiro dia da semana.” (sobre Atos 2).
7. “O Pentecostes naquele ano certamente caiu no primeiro dia da semana.” (The Bible Commentary,
sobre Atos 2).
8. “É inegável que o dia de Pentecostes, caiu no Domingo, porque a ressurreição de Cristo foi no
Domingo, e o Pentecostes era o quinquagésimo dia a partir da ressurreição.” (Bramhall's Works, V. 51).
9. “Consequentemente, ele ocorreu no ano em que Cristo morreu, no primeiro dia da semana, ou o nosso
Domingo.” (Lange sobre Atos 2:1).
10. “O dia de Pentecostes foi no Domingo.” (Wheadon's Commentary sobre Atos 2:1).
Observe agora a importância deste dia. Jesus disse aos discípulos que permanecessem em Jerusalém até
que do alto fossem revestidos de poder (Luc. 24: 49). Lá eles deveriam começar a sua pregação (verso 47).
Naquele Pentecostes eles seriam batizados com o Espírito Santo (Atos 1:5). Nos últimos dias de Judá e
Jerusalém a lei sairia de Sião e a palavra do Senhor de Jerusalém, enquanto todas as nações concorreriam
para lá (Isa. 2:1-4). Tudo isso se cumpriu no Pentecostes. O Espírito Santo veio sobre os discípulos em
grande poder; então eles começaram a pregar o Evangelho e milhares se converteram. Isto foi apenas as
primícias daquilo que ocorreria, de fato, nos Domingos sucessivos para sempre. A partir daquele dia, o
Domingo tem sido um grande dia de poder e de conversões na igreja. Assim, Deus honrou de maneira
inequívoca o Domingo já na abertura inicial do Evangelho, como tem continuado a fazer desde então.
ATOS 20:6, 7.
Todos concordam que os discípulos tinham algum dia regular para se reunirem. Paulo disse: “Não
deixando a nossa congregação.” (Heb, 10:25). Isto implica em um tempo regular e um local determinado
para as reuniões. Reprovando-os por terem transformado a ceia do Senhor numa festa, Paulo diz: “De sorte
que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor”, mas antes para festejar (1 Cor.
11:20). Isso indica que eles tinham um lugar e um tempo para se reunirem para a ceia. Não existe a mínima
82
evidência de que os Cristãos praticassem a ceia do Senhor ou mantivessem qualquer tipo específico de
adoração Cristã no Sábado Judaico. Em cada caso onde são mencionados encontros no Sábado, eles estão
relacionados com a adoração regular Judaica. Não existe registro de que os Cristãos tenham alguma vez se
reunido sozinhos para adorar neste dia. Certamente eles não poderiam ter celebrado a ceia do Senhor nas
sinagogas, no Sábado com os Judeus. Tampouco existe qualquer indicação de que isto tenha sido tentado
alguma vez. Portanto, eles mesmos devem ter promovido seus encontros em algum outro lugar além da
sinagoga e em algum outro dia. Voltando para Atos 20:6, 7, lemos: “e depois dos dias dos pães ázimos,
navegamos de Filipos, e em cinco dias fomos ter com eles em Trôade, onde estivemos sete dias. E no
primeiro dia da semana, quando os discípulos se reuniram para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia
seguinte, pregava para eles.”
Ali eles se encontraram para a ceia do Senhor num salão superior. O tempo é o primeiro dia da semana.
A maneira fortuita com a qual o fato foi mencionado mostra que o que eles fizeram era um costume bem
compreendido entre eles – “E no primeiro dia da semana, quando os discípulos se reuniram para partir o
pão.”
Três coisas são mencionadas: 1. Eles se reuniram. É mencionado como se todos soubessem que era
comum a eles fazerem isto. 2. Partiram o pão. Isto novamente é colocado como se todos soubessem,
igualmente, que era uma prática comum entre Cristãos. 3. No primeiro dia da semana. Como os outros dois
itens, isto é mencionado como uma prática bem compreendida entre eles; consequentemente nenhuma
explicação foi dada a respeito do fato. É dito que os discípulos “se reuniram” ou se ajuntaram, uma frase
comum para os seus encontros como igreja. Assim Pedro “entrou e achou muitos que ali se haviam
ajuntado.” (Atos 19:27). “porquanto vos ajuntais, não para melhor... quando vos ajuntais na igreja.” (1 Cor.
11:17, 18). “Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar... Quando vos ajuntais, cada um de vós tem
salmo.” (1 Cor. 14:23, 26). “Não deixando a nossa congregação” (Heb. 10:25). Isso indica, portanto, seu
encontro costumeiro.
Note o fato adicional (verso 6) que Paulo estava lá sete dias, e ainda assim nenhuma informação de
qualquer tipo é dada com relação ao dia de Sábado; ele não é nem mesmo mencionado, enquanto o primeiro
dia da semana é proeminentemente destacado. O partir do pão e a reunião no primeiro dia da semana,
observa-se, estão ambos conectados. Note ainda que embora Paulo estivesse lá toda uma semana, e durante o
Sábado Judaico, ainda assim a ceia do Senhor não é administrada até o Domingo. Isto mostra que por alguma
razão o Domingo era considerado por eles como o único dia apropriado para ela. Isto mostra ainda que Paulo
se demorou lá vários dias esperando que chegasse o dia costumeiro de adoração, o primeiro dia da semana. E
a razão assinalada para o seu encontro em comum era para partir o pão, e não porque Paulo estava lá.
Os Sabatistas argumentam que esse encontro em Trôade foi no Sábado à noite, e, portanto, Paulo
continuou sua viagem Domingo pela manhã. Ainda que fosse assim, não provaria que Paulo não considerou
o Domingo, pois, apressando-se o possível para estar em Jerusalém no Pentecostes (verso 16), ele teve que ir
quando o navio partiu, estivesse gostando ou não, pois ele era apenas um passageiro. Ver o verso 13 e
capítulo 21:1, 2. Contudo, é mais provável que Lucas considerou o tempo de acordo com o método Romano,
de meia-noite à meia-noite, como João fez em João 20:19. “O mesmo dia à noite sendo o primeiro dia da
semana.” Aqui o Domingo à noite é considerado como pertencendo ao primeiro dia. Lucas escreveu para os
Gentios; era ele mesmo um homem letrado, e escreveu Atos muito depois da ressurreição, quando os
costumes Romanos estavam sendo cada vez mais adotados. Além disso, o encontro em Trôade foi no
primeiro dia da semana, e eles partiram “no dia seguinte” (verso 7), o que certamente não poderia ter sido no
mesmo dia.
O Prof. A. Rauschenbush, do Seminário Teológico de Rochester, diz: “Estes eventos não ocorreram no
tempo do Velho Testamento, mas do Novo; não na Palestina, mas sobre a costa oeste da Ásia Menor, a quase
mil milhas de distância. Ademais, era o tempo do governo Romano, e em cada terra e povo que os Romanos
conquistavam eles impunham não apenas suas leis, mas também seu modo de considerar o tempo. Agora,
desde a sua história mais primitiva os Romanos começavam o dia à meia-noite. Ao tempo da visita de Paulo
a Trôade, a costa oeste da Ásia Menor estava sob seu domínio já por cento e oitenta anos.” (Saturday or
Sunday, pág. 14). O Prof. Hachett, sobre Atos 20:7, diz: “Como Lucas havia se misturado muito com as
nações estrangeiras, e estava escrevendo para leitores Gentios, ele estaria apto para designar o tempo de
acordo com a sua prática; sendo assim que o seu anoitecer ou noite do primeiro dia da semana seria o fim do
Sábado Cristão e a manhã da sua partida que se daria na Segunda.”
83
Isto torna-se quase certo pelo fato de que Atos é endereçado a “Teófilo”, que não era um Judeu, mas um
Romano vivendo na Itália. Todos os escritores compartilham do reconhecimento da ceia do Senhor a cada
Domingo.
Dr. Scott, sobre Atos 20:7, diz: “Esta ordenança parece ter sido administrada a cada Dia do Senhor.”
Schaff-Herzog Encyclopedia, art. “Ceia do Senhor”, diz: “Originalmente a comunhão era administrada
todos os dias, e posteriormente todos os Domingos.”
“É bem conhecido que os Cristãos primitivos administravam a Eucaristia a cada Dia do Senhor.”
Doddridge.
“Nos tempos primitivos era costume de muitas igrejas receber a ceia do Senhor a cada Dia do Senhor.”
Matthew Henry.
“A cada primeiro dia da semana.” Carson.
“Toda a antiguidade é unânime em evidenciar que para os primeiros três séculos todas as igrejas partiam
o pão uma vez na semana.” Alex Campbell, em Christian System, pág. 325. O Dr. Albert Barnes diz sobre
este verso: “É provável que os apóstolos e os primeiros Cristãos celebrassem a ceia do Senhor em cada Dia
do Senhor.”
As Constituições Apostólicas, cerca de 250 D. C., diz que no “Dia do Senhor reúnam-se mais
diligentemente... [compartilhando da] oblação o sacrifício, o dom do santo alimento.” (Livro II, seção 7,
parágrafo 55). Novamente, “nos reunimos solenemente para celebrar a festa da ressurreição no Dia do
Senhor.” (Livro VII, seção 2, parágrafo 36).
Fabiano, Bispo de Roma, 250 D. C.: “Em cada Dia do Senhor a oblação do altar deveria ser feita por
todos os homens e mulheres em pão e vinho.” (Decretos de Fabiano, livro V, capítulo 7).
Estes testemunhos lançam grande luz sobre as passagens no Novo Testamento onde o primeiro dia da
semana, o Dia do Senhor, é mencionado. Eles mostram que uma celebração semanal daquele dia foi
estabelecida em todas as igrejas pelos próprios apóstolos. Se os Adventistas pudessem encontrar em alguma
parte, depois da ressurreição, uma reunião dos Cristãos no Sábado apenas para adorar, isto teria sido usado
por eles como evidência de um costume em favor do Sábado. Deixe-os fazer a mesma dedução agora, em
favor do Domingo.
1 CORÍNTIOS 16:1-2.
Com Atos 20, vamos ler 1 Cor. 16:1-2: “Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também
o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que
puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar.”
O que Paulo ordena aqui aos Coríntios fazerem, ele também tinha estabelecido entre as igrejas da Galácia
(verso 1). E esta carta é endereçada a “todos os que em cada lugar invocam o nome de Jesus Cristo nosso
Senhor.” (Gál. 1:2). Ele também diz que o que escreve deve ser recebido como “mandamentos do Senhor.”
(1 Cor. 14:37). Aqui, então, está um mandamento inspirado do Senhor Jesus no tocante ao primeiro dia da
semana, e isto é para todos os que invocam o Seu nome. Isto requer um ato específico de dever religioso para
ser executado regularmente em cada Domingo recorrente, pois isso não se referia simplesmente a um único
primeiro dia, mas para cada um que viria. Eles deveriam colocar à parte, naquele dia, uma porção para os
pobres daquilo que Deus lhes dava. Isto implica que seria para eles um dia de descanso e devoção quando
estivessem em casa, tendo este tempo com uma disposição mental adequada para realizar esse ato
beneficente – um ato de adoração – “um sacrifício aceitável e agradável a Deus.” (Fil. 4:18).
De Deus foi dito que ninguém “aparecerá vazio perante o Senhor.” (Deut. 16:16). Sobre 1 Cor. 16:1-2, o
Dr. Clark observa: “O apóstolo segue aqui a regra da sinagoga; era um costume regular entre os Judeus
fazerem suas coletas para os pobres no dia de Sábado. Para este propósito eles tinham 'a bolsa das esmolas',
para a qual usaríamos o termo 'caixa do necessitado'. Era isso que o apóstolo queria transmitir quando disse
que deixassem à parte reservado; deixassem na bolsa dos pobres ou na caixa dos necessitados.” Sobre este
texto, o Dr. Barnes observa de forma correta: “Não pode haver razão para que este dia tivesse que ser
designado, a menos que fosse um dia separado para a religião, e portanto julgado um dia apropriado para o
84
exercício da benevolência em prol de outros.” Por que Paulo momeou o Domingo, em vez de qualquer outro
dia da semana, se este não fosse um dia religioso?
Os Adventistas dizem que isso não implica em qualquer encontro naquele dia. Eles estariam apenas
reunindo-se em casa. Mas isto frustraria o próprio objetivo que Paulo tinha em vista. Paulo disse que se
apressou para estar em Jerusalém. Ele não poderia ser atrasado para ajuntar as coletas quando chegasse.
Assim, eles deveriam ter tudo coletado e pronto para quando viesse. Mas, se essas doações estivessem todas
em suas casas, então a coleta teria de ser feita depois que ele chegasse; exatamente a coisa ordenada que
fosse evitada, “para que não se façam as coletas quando eu chegar.” (verso 2). O Dr. Machnight traduz
assim: “No primeiro dia de cada semana, cada um de vocês ponha à parte de acordo como tenha prosperado,
colocando no tesouro, para que quando eu chegar não seja necessário fazer coletas.”
85
CAPÍTULO XI
O grande ponto na questão do Sábado sobre a qual os Adventistas do Sétimo Dia mais se fincam; sobre o
qual insistem ao máximo; que repetem com mais frequência e da forma mais confiante, é que o papa de
Roma mudou o Sábado do sétimo dia para o primeiro dia. Eles afirmam que esta é toda a autoridade que os
guardadores do Domingo têm para observar este dia. O Domingo é o Sábado do papa e a guarda do Domingo
é a marca da besta (Apoc. 14:9-12), um pecado terrível à vista de Deus. Ver quase todos os trabalhos
publicados por eles sobre o Sábado.
Eles declaram que a guarda do Domingo veio dos pagãos, e, através do papa, para a igreja. Assim: “O
nome, origem, autoridade e sacramentalidade da instituição do Domingo estão interligadas, e são apenas
pagãs.” (Replies to Elder Canright, pág. 133). Então o papa teria mudado o Sábado para o Domingo. A Sra.
White diz: “O papa o mudou [o Sábado] do sétimo dia para o primeiro dia da semana.” Novamente: “O Papa
mudou o dia de descanso do sétimo para o primeiro dia” (Early Writings, pág. 26, 55; Primeiros Escritos,
pág. 65, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=127&p=65). Novamente: “Aqui encontramos a marca da besta.
O próprio ato de mudar o Sábado para o Domingo, por parte da igreja Católica, sem qualquer autoridade da
Bíblia.” (The Mark of the Beast, pág. 23). “A guarda do Domingo é a 'marca da Besta'” (The Marvel of
Nations, de U. Smith, pág. 183). Nesta declaração a Sra. White põe o selo da inspiração divina. Ela diz: “A
mudança do Sábado é o sinal ou marca da autoridade da igreja Romanista.” “A guarda do Sábado falsificado
é a recepção da marca.” (Great Controversy, Vol. 4, pág. 281, http://www.ellenwhitebooks.com/?
l=51&p=448; O Grande Conflito, pág. 448, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=448).
O conceito está consolidado em todo Adventista do Sétimo Dia. Na minha experiência, a crença disso
como sendo um fato induz mais pessoas a desistirem do Domingo em favor do Sábado do que todos os
outros argumentos elaborados pelo povo Adventista. Convença um homem de que a guarda do Domingo é
apenas uma instituição Católica, um rival ao Sábado do Senhor e odioso a Deus, e, é claro, se ele tiver
alguma consciência, não irá mais guardá-lo. Cada um deles aceita isso como um fato histórico em
cumprimento de Daniel 7:25. Na verdade, este é o principal pilar de todo o seu sistema, sobre o qual depende
todo o resto. Se a sua posição sobre este ponto for falsa, então todo o seu sistema também é falso, tal como
irão prontamente admitir. Sobre isso o Ancião Waggoner diz: “O Ancião Canright não exagerou quando
disse que consideramos esta uma questão essencial. De fato, assim a consideramos.” (Replies to Elder
Canright, pág. 165). Sendo assim, eles deveriam estar aptos para provar o ponto da forma mais clara
possível. Eles declaram que foram levantados para pregar contra essa mudança do Sábado feita pelo papa.
Em breve será derramada a ira de Deus sem mistura sobre todos aqueles que continuam a guardar o
Domingo, o Sábado do Papa. O correto seria que tal posição radical fosse amparada pelas mais claras
evidências. Eles dizem que é um fato histórico que, em algum lugar durante os primeiros cinco séculos
depois de Cristo, o papa mudou o Sábado para o Domingo. Se tivesse sido assim, eles seriam capazes de
produzir provas históricas confiáveis para o fato, fornecendo o tempo, maneira, lugar, pessoas, fatos e
razões para um acontecimento tão extraordinário.
Tenho diante de mim dois livros escritos especificamente para provar esta questão. São eles: “Who
Changed the Sabbath?” (Quem Mudou o Sábado?; http://www.adventaudio.org/ebooks/files/pdf/Smith%20-
%20Who%20Changed%20the%20Sabbath.pdf), 24 páginas; e “Marvel of Nations” (Maravilha das Nações;
http://www.adventaudio.org/ebooks/files/pdf/Smith%20-%20The%20Marvel%20of%20Nations.pdf), 282
páginas. Mas as únicas provas diretas oferecidas são citações dos Catecismos Católicos, que dizem que a sua
igreja fez a mudança! E é esta toda a prova histórica (?) que eles podem apresentar sobre este ponto? Sim,
pois tudo o que os escritores e estudiosos Sabatistas foram capazes de encontrar nos últimos 200 anos é
86
exatamente isto e nada mais. Nem um único historiador, em todas as publicações históricas do mundo,
jamais declarou que o papa mudou o Sábado. Por vinte e oito anos eu mesmo citei esses catecismos como
prova positiva sobre o assunto.
Instigados pela minha exigência por provas sobre este ponto, os Adventistas selecionaram o Ancião
Waggoner para apresentá-las; para encontrar algum autor que diga que o papa mudou o Sábado. O ancião
vez uma tentativa desesperada, cobrindo cerca de quarenta e nove páginas impressas. Ele vasculhou as
bibliotecas da América e Europa. O que encontrou? Se tivesse uma referência direta ao ponto, ele a teria
citado em umas poucas linhas. Mas não teve nenhuma. Ele não citou um único autor dizendo que o papa
mudou o Sábado. Assim, a afirmação repousa meramente sobre as declarações dos Catecismos Católicos.
Então, se admitimos baseados apenas na declaração presunçosa dos Católicos de que eles mudaram o
Sábado, por que não admitir também a declaração de que o papa é infalível; que ele tem as chaves de São
Pedro, a cátedra do apóstolo, a única e verdadeira sucessão apostólica, etc? O povo do Sétimo Dia
rapidamente repudia todas estas outras declarações dos Católicos, mas ávidamente admitem sua declaração
de que eles mudaram o Sábado simplesmente porque isto se adéqua à sua teoria; porque não conseguem
encontrar nenhuma outra prova. Eles denunciam os escritores Católicos como falsificadores, trapaceiros,
enganadores e mentirosos; e então, quando convém aos seus propósitos, eles se voltam e citam suas meras
afirmações como verdades inquestionáveis!
Além disso, até mesmo as declarações dos Catecismos são mal interpretadas. A teoria é que algumas
centenas de anos depois de Cristo o papa, por sua própria autoridade, mudou o Sábado, e os Catecismos são
interpretados como se ensinassem esta ideia. Mas nenhum deles faz tal afirmação ou qualquer coisa parecida
com isto. Cada uma dessas citações Católicas declara inconfundivelmente que a mudança no Sábado foi feita
não pelo papa, mas “pela igreja”, nos dias de Cristo e dos apóstolos, não várias centenas de anos depois.
Assim:
“Pergunta: Quais são os dias que a igreja ordena serem guardados como santo?
Resposta: O Domingo, nosso dia do Senhor, que observamos pela tradição apostólica, ao invés do
Sábado.” (Catholic Christian Instructed, pág. 209).
Da mesma obra, tomamos o seguinte:
“Pergunta: Que garantia você tem para guardar o Domingo preferencialmente ao antigo Sabbath, que era
no Sábado?
Resposta: “Temos por garantia a autoridade da Igreja Católica e a tradição apostólica.”
Os Católicos declaram que a sua “igreja” se originou nos dias dos apóstolos, e qualquer mudança feita
pela igreja apostólica foi feita pela igreja Católica. Consequentemente, eles declaram que a “igreja Católica”
mudou o Sábado nos dias dos apóstolos. Ao usarem essas citações dos Catecismos, os Adventistas as
interpretam dizendo que a mudança foi feita pelos papas apóstatas centenas de anos depois dos apóstolos.
Mas os Catecismos não declaram tal coisa, como é visto nas citações acima. Portanto, mesmo os Catecismos,
quando lidos honestamente, ensinam que a observância do Domingo se originou com a igreja Cristã nos dias
dos apóstolos; apenas e exatamente a verdade. O testemunho seguinte de um Sacerdote Católico mostra que
os Adventistas deturpam os ensinos dos Católicos.
“Tendo vivido durante anos entre os Adventistas do Sétimo Dia, estou familiarizado com as suas
declarações de que o Papa de Roma mudou o dia Sabático do sétimo para o primeiro dia da semana. Tais
afirmações são totalmente infundadas. Os Católicos não dizem tal cousa, mas declaram que os próprios
apóstolos estabeleceram a observância do Domingo e que a recebemos pela tradição por meio deles. Os
concílios e os Papas posteriores simplesmente confirmaram a guarda do dia conforme recebido dos
apóstolos. John Meiler, Reitor da St. John's Church, Healdsburg, Cal.”
O “Catholic Dictionary”, de Addis e Arnold, após citar Apoc. 1:10; Atos 20:7; 1 Cor. 16:1-2, diz que
estes textos “parecem indicar que o Domingo já era um dia sagrado no qual atos de amor eram especialmente
apropriados. Heb. 10:25 mostra bem isto: que os Cristãos, quando a epístola foi escrita, tinham um dia
regular de reunião. As referências Escriturais fornecidas acima mostram que a observância do Domingo
havia começado na era apostólica; mas mesmo no silêncio da Escritura, a tradição colocaria este ponto acima
de qualquer dúvida.”
87
John Ankatell, A. M., sacerdote da diocese de New York, escrevendo no Outlook, Julho, 1889, fala do
Domingo, o Dia do Senhor: “Pensamos que ele foi dado pelo nosso Senhor e os apóstolos durante os
magníficos quarenta dias após a sua ressurreição, mas não podemos comprovar.” Ele declara exatamente a
doutrina Católica, a saber, que a mudança foi feita por Cristo e os apóstolos, mas que as Escrituras não são
claras o suficiente sobre este ponto para comprová-la; e por isso temos que nos fiar sobre a autoridade
Católica que diz que ela foi feita no tempo do Novo Testamento. Todos os Católicos e todos os seus
catecismos dizem o mesmo. Mas isto é inteiramente diferente de dizer que o papa fez a mudança várias
centenas de anos depois de Cristo. Esta é uma amostra de como os Adventistas pervertem o testemunho que
usam. (Ver Apêndix E).
Apresentaremos agora evidências históricas provando que a observância do primeiro dia da semana
como um dia de adoração era universal entre os Cristãos nos dias imediatamente seguintes aos apóstolos. Se
a adoração no Domingo se originou ali, então não se originou com o papado, que surgiu várias centenas de
anos depois.
BARNABÉ, 120 D. C.
A epístola era grandemente apreciada nas igrejas primitivas, lida em algumas delas como se fosse parte
das Escrituras, e é encontrada nos manuscritos mais antigos das Escrituras, a saber o Códex Sinaiticus. Não
pode ser posto em dúvida que ela foi escrita por um homem piedoso, erudito e influente. O Ancião Andrews,
Adventista do Sétimo Dia, admite que a epístola de Barnabé “já existia no meio do segundo século e, como
as Constituições Apostólicas, possui valor para nós na medida em que nos dá uma noção das opiniões que
predominavam na região onde viveu o autor.” (Testimony of the Fathers, pág. 21).
A Schaff-Herzog Encyclopedia diz: “A epístola provavelmente foi escrita em Alexandria, no início do
segundo século e por um Cristão Gentio.” A Encyclopedia Britannica, a maior autoridade crítica, diz: “Esta
obra é unanimemente atribuída a Barnabé, o companheiro de São Paulo, pelos antigos escritores Cristãos...
Mas a grande maioria dos críticos a atribuem ao período do reinado de Adriano, em alguma data entre 119 a
126 D. C.” O Smith's Dictionary of the Bible, diz: “Acredita-se que a epístola tenha sido escrita no início do
segundo século.” A Johnson's New Universal Cyclopedia diz: “Hefele supõe que tenha sido escrita entre
88
107-120 D. C... Ela é frequentemente citada pelos Pais, e era considerada por muitos como tendo autoridade
na igreja; alguns até mesmo reivindicaram para ela um lugar no cânon sagrado.”
Este é um resumo da melhor crítica moderna quanto a data, caráter e autoridade da epístola de Barnabé.
Lida e reverenciada na igreja em cerca de 120 D. C., ou seja, dentro dos vinte e quatro anos seguintes à
morte de João. Ela mostra aquilo que os Cristãos acreditavam e praticavam imediatamente após os apóstolos.
Na epístola, lemos:
“Até o incenso é uma vã abominação para mim, e as suas luas novas e Sábados eu não posso suportar.
Ele, portanto, aboliu estas coisas.” (Capítulo II).
O Ancião Andrews admite que “naquele momento ele afirma a supressão do Sábado do Senhor.”
(Testimony, etc., pág. 22). Chegando ao primeiro dia da semana, Barnabé diz:
“Por isso também guardamos com júbilo o oitavo dia; o dia no qual Jesus ressuscitou da morte.”
(Capítulo XV).
O que o Ancião Andrews fala deste testemunho? Ele admite que o texto ensina a abolição do Sábado
Judaico e a guarda do Domingo; mas argumenta que tal doutrina é contrária à Bíblia; isto é, contrária à sua
ideia da Bíblia.
Enquanto eu ainda era um firme crente no sétimo dia, ao ler esse livro fiquei abalado com o fato de que o
Ancião Andrews por todo o seu livro teve que se opor e combater os ensinos de todos os primeiros pais! A
razão é clara: ele sustentava uma doutrina, e eles sustentavam outra. Ele acreditava no sétimo dia, e eles
acreditavam no primeiro dia. Alguns deles viveram em uma data tão antiga o suficiente para terem
conversado com os próprios apóstolos, enquanto ele viveu mil e oitocentos anos depois! Quem estaria mais
apto para saber mais?
Em seu History of the Sabbath, pág. 308, ele diz: “As razões oferecidas pelos primeiros Pais para
negligenciar a observância do Sábado mostram conclusivamente que eles não possuíam nenhuma luz
especial sobre o assunto, pela razão de viverem nos primeiros séculos, luz esta que nós, nessa última era,
possuímos” (https://archive.org/stream/historyofsabba00andr#page/308/mode/1up). Esta é a confissão vinda
do mais capacitado historiador do sétimo dia que já existiu! Ele admite que “os primeiros Pais... nos
primeiros séculos” negligenciavam “a observância do Sábado”, e ofereceram razões para isto!
Que necessidade temos de testemunhos adicionais para comprovar que o sétimo dia não era observado
nos primeiros séculos? Mas como isto se harmoniza com a teoria de que o Sábado foi mudado para o
Domingo pelo Papa várias centenas de anos depois? Suponhamos que os primeiros pais não fossem bons
teólogos, nem pensadores eruditos; não seriam eles capazes de testemunhar um simples fato? Não teriam
condições de determinar se guardavam ou não guardavam o Sábado? Certamente que sabiam o suficiente
para dizer, e isto é tudo o que desejamos perguntar.
Nós não citamos os Pais para comprovar a doutrina, pois para isso vamos apenas à Bíblia. Nós os
citamos para provar um simples fato histórico, a saber, que os Cristãos primitivos guardavam o Domingo, e
por isso a prática não poderia ter começado séculos depois com os Papas.
89
O capítulo quatorze do Ensino dos Apóstolos, diz: “Mas, a cada Dia do Senhor, reuni-vos, para partirdes
o pão e dardes graças”, etc. Neste testemunho está claro e decisivo que naqueles dias primevos o Dia do
Senhor era o dia estabelecido de adoração.
90
o primeiro dia no qual Deus, tendo operado uma mudança nas trevas e na matéria, fez o mundo; e Jesus
Cristo, nosso Salvador, no mesmo dia ressuscitou dos mortos; pois ele foi crucificado no dia anterior ao de
Saturno (Saturday, Sábado); e no dia posterior ao de Saturno, que é o dia do Sol, tendo aparecido aos seus
apóstolos e discípulos, ele ensinou-os essas coisas, as quais também nós entregamos para vossa
consideração.” (A Primeira Apologia de Justino, cap. 66-67).
O Ancião Andrews questiona a genuinidade deste documento? Obviamente, não. Que resposta dá para
ele? Simplesmente que Justino não chama o Domingo de Sábado, nem de Dia do Senhor! Isto é rapidamente
explicado pelo fato de Justino ter escrito para um imperador pagão que era totalmente ignorante quanto ao
significado de ambos os termos, mas que estava familiarizado com o termo “dia do sol” (Domingo). Logo,
por necessidade Justino usou este termo. Mas ali permanece o fato puro, claro, positivo e inegável, que,
dentro dos quarenta anos depois que o livro de Apocalipse ser escrito, os Cristãos não guardavam o sétimo
dia, mas mantinham suas assembleias no Domingo. E Justino diz que Jesus ensinou estas coisas aos
apóstolos.
Com tais fatos inegáveis diante de si, é espantoso como um homem possa dizer que o Sábado foi mudado
para o Domingo três ou quatro centenas de anos depois disso por papas apóstatas. De minha contento-me em
ver que tais alegações sejam contrárias a todos os fatos mais evidentes da história, como pode ser visto pelas
declarações incontestáveis de Justino Mártir.
É impossível que a guarda do Domingo tivesse sido introduzida universalmente dessa forma em todas as
igrejas sem uma palavra de objeção, a menos que ela tenha começado no manancial, com os próprios
apóstolos. Considere bem a força deste fato: desde os primeiros dias, retrocedendo quase aos próprios
apóstolos, a igreja foi dividida em denominações opostas, e a controvérsia entre elas sempre foi muito forte;
mesmo assim todas concordavam em guardar o Domingo. Semelhantemente a hoje: vá para qualquer parte
do globo, e onde quer que encontre Cristãos de qualquer denominação ou nação, lá você os encontrará
guardando o Domingo. Uns poucos Sabatistas de origem recente são as únicas exceções a isto. Como
prosperou este costume, se não tivesse começado na própria fundação da igreja, pelos próprios apóstolos?
91
Edessa, na Mesopotâmia, 4.500 quilômetros a leste de Roma, em outro continente, em outra nação. 2. Esta
seita já era numerosa no leste em cerca de 150 D. C., ou cinquenta e cinco anos após a morte de João.
Portanto, nós temos a guarda do Domingo não apenas em Roma, mas por todo o leste em cerda de 150 D. C.,
centenas de anos antes de o papa ter qualquer partícula de influência por lá.
ORÍGENES, 225 D. C.
92
Orígenes (cerca de 225 D. C.) era um homem de imensa erudição, e seus escritos são numerosos.
“Orígenes pode ser perfeitamente indicado como um dos mais capazes e excelentes Pais da Igreja”
(Encyclopedia, McClintock and Strong). Ele diz: “Se for objetado contra nós sobre esse assunto, que nós
mesmos estamos acostumados a observar certos dias, como, por exemplo, o Dia do Senhor, a preparação, a
Páscoa ou o Pentecoste.” (Orígenes Contra Celso, Livro VIII, Cap. XXII). Isto mostra plenamente que ele
observava o Dia do Senhor. O lar de Orígenes era no Egito, mas ele viajou por todo o Leste e morreu em
Tiro. Note que o testemunho para o Domingo vinha de todas as partes do mundo, não de Roma.
93
PEDRO, BISPO DE ALEXANDRIA, 306 D. C.
“Mas nós celebramos o Dia do Senhor como um dia de regozijo, porque neste dia ele ressuscitou; dia que
recebemos não só para um costume de dobrar os joelhos.” (Cânon 15). Há 1.581 anos antes ele dá a mesma
razão para guardar o Dia do Senhor que os Cristãos dão hoje. Isso foi há mais de duzentos anos antes de o
Papa vir a ter poder. Observe que os testemunhos a respeito do Domingo vêm de todas as partes do mundo:
da África, Ásia e Europa, e não simplesmente de Roma, como dizem mentirosamente os Adventistas do
Sétimo Dia. Os testemunhos mostram que a guarda do Domingo era tão difundida quanto a própria Igreja
Cristã, e isto desde os primeiros dias.
EUSÉBIO, 324 D. C.
Eusébio nasceu na Palestina, lar do próprio Cristo, dos apóstolos e berço da Igreja primitiva. Ele foi Bipo
de Cesareia, onde Paulo residiu por dois anos (Atos 23:33; 24:27). Estudou em Antioquia, onde Paulo
trabalhou por alguns anos (Atos 15:1). Viajou para o Egito e pela Ásia Menor. Era um dos homens mais
notáveis de sua época. Escreveu a primeira história da Igreja Cristã e ostentou o título de “Pai da História da
Igreja.” A Schaff-Herzog Encyclopedia diz: “Como uma coletânea de fatos e documentos, sua obra é
inestimável.” A Cyclopedia, de Johnson, diz: “Ele era extremamente destacado em erudição, como também
em talentos.” O Introduction, de Hume, diz: “Um homem de extraordinária erudição, diligência e
julgamento; excepcionalmente estudioso das Escrituras... Sua obra principal é a 'História Eclesiástica', na
qual registra a história do Cristianismo, desde o início até a sua própria época... Ele divulgou não só a sua
opinião particular, mas a opinião da Igreja, a soma daquilo que encontrou nos escritos dos primeiros
Cristãos.” (Vol. I Cap. XI, Sec. 2, pág. 42).
Ele teve todas as oportunidades possíveis para saber o que os Cristãos faziam através do mundo. Dele
fala Justin Edwards, D. D.: “Ele viveu no terceiro século; era um homem de vasto saber e estava bem
familiarizado com a história da Igreja desde o dia dos apóstolos como nenhum outro homem de seus dias.”
Em Cesareia ficava “uma biblioteca muito extensa, na qual Eusébio tinha constante acesso. Ele era um
historiador notável e preciso, e tinha o auxílio dos melhores recursos para obter informação sobre todos os
assuntos relacionados com a Igreja Cristã.” (Sabbath Manual, pág. 124-126).
Ele viveu exatamente lá, sabia com precisão aquilo que os Cristãos faziam e escreveu cerca de cinquenta
anos antes do Concílio de Laodicéia, onde os Adventistas dizem que o Sábado foi mudado para o Domingo.
Ouçam-no falando dos patriarcas antes do dilúvio. Ele diz: “Eles, portanto, não consideravam a circuncisão
nem observavam o Sábado, assim como nós não observamos... porque coisas como estas não pertencem aos
Cristãos.” (Ecclesiastical History, Livro I, Capítulo 4). Isto é decisivo. Em 324 D. C., os Cristãos não
guardavam o Sábado.
Na verdade existia uma pequena seita herética que guardava o Sábado, tal como os Judaizantes fazem
agora. A respeito destes, ele diz que “são os que nutrem opiniões deficientes e pobres a respeito de Cristo...
Para eles a observância da lei é completamente necessária (exatamente como para os Adventistas do Sétimo
Dia), como se não pudessem ser salvos apenas pela fé em Cristo e com uma vida correspondente... Eles
também observam o Sábado e outras disciplinas dos Judeus da mesma forma que estes, mas, por outro lado,
também celebram fielmente o Dia do Senhor, como nós, em comemoração à sua ressurreição.”
(Ecclesiastical History, pág. 112-113). Mesmo os Judaizantes guardavam o Domingo.
Sobre o Salmo noventa e dois, ele diz: “A palavra pela nova aliança mudou e transferiu a festa do Sábado
para a luz da manhã e nos deu o verdadeiro descanso, a saber, a guarda do Dia do Senhor... Neste dia, que é o
primeiro da luz e do Sol verdadeiros, nos reunimos após um intervalo de seis dias, e celebramos Sábados
santos e espirituais; e também todas as nações através do mundo por ele redimidas, e fizemos aquilo de
acordo com a lei espiritual que foi decretada para os sacerdotes fazerem no Sábado”. Novamente: “E todas as
coisas que eram dever fazer no Sábado, estas nós transferimos para o Dia do Senhor como dia mais
honorável do que o Sábado Judaico.” (Citado em Sabbath Manual, de Justin Edwards, pág. 126-127).
O testemunho do maior historiador da Igreja primitiva é decisivo. Ele coloca além de qualquer dúvida
que os Cristãos em geral, em todo o mundo de então, guardavam o Domingo, o Dia do Senhor, e não
guardavam o Sábado Judaico. É uma causa desesperada aquela que está obrigada a negar um testemunho
como este.
94
RESUMO DOS TESTEMUNHOS DAS ENCICLOPÉDIAS.
Como uma declaração honesta, imparcial e clara a respeito dos ensinos dos pais Cristãos primitivos
relacionados com a observância do Domingo, indicamos ao leitor ao artigo “Lord's Day” (Dia do Senhor),
extraído do Smith's Dictionary of the Bible. Aqui temos um livro de fácil acesso a todos, não-sectário,
contendo os resultados dos exames mais abrangentes e eruditos de cada passagem em que todos os pais
tenham se referido à questão do Domingo. Qualquer um que tenha lido os pais é obrigado a confessar que
suas declarações são honestas e verdadeiras. Tenho lugar para apenas uma citação: “Os resultados dos nossos
exames quanto às normas dos escritores dos dois séculos posteriores à morte de São João, são os seguintes:
O Dia do Senhor existia durante estes dois séculos como uma parte e parcela apostólica, e assim do
Cristianismo Escritural. Ele nunca foi defendido, pois nunca foi contestado, ou ao menos apenas contestado
como foram outras coisas recebidas dos apóstolos. Ele nunca foi confundido com o Sábado, mas
cuidadosamente distinguido deste... Ele não era uma instituição de caráter Sabático severa, mas um dia de
regozijo, prazer e alegria; encorajando o relaxamento (descanso), ao invés de proibi-lo.
Religiosamente considerado, ele era um dia de encontro solene para a santa eucaristia, para oração em
conjunto, para instrução, para ações de graças; e embora sendo uma instituição sob a lei da liberdade, o
trabalho não parece ter sido formalmente proibido ou o descanso formalmente imposto. Tertuliano parece
indicar que o caráter do dia era oposto aos negócios mundanos. Finalmente, seja qual for a analogia que
pudesse supostamente existir entre o Dia do Senhor e o Sábado, nada chegou até nós semelhante a uma
obrigação de observar o Dia do Senhor com fundamento no quarto mandamento.”
Do mesmo modo a Johnson's New Universal Cyclopedia, art. Sabbath (Sábado), diz: “Por um tempo os
Judeus convertidos observaram tanto o sétimo dia, para o qual o nome Sabbath continuou a ser dado de
forma exclusiva, e o primeiro dia, que veio a ser chamado de Dia do Senhor... Dentro do período de um
século após a morte do último dos apóstolos encontramos a observância do primeiro dia da semana sob o
nome de Dia do Senhor estabelecido como um costume universal da Igreja... Ele não era considerado uma
continuação do Sábado Judaico (que era condenado juntamente com a circuncisão e outras práticas Judaicas
e anticristãs), mas sim como um substituto para ele, e a sua observância estava baseada na ressurreição de
Cristo, ao invés do dia de descanso da criação, ou Sábado do Decálogo.”
Nenhuma autoridade mais elevada do que esta poderia ser citada. Ela coloca a verdade de forma exata.
Igualmente a Schaff-Herzog Encyclopedia, art. Sunday (Domingo), diz: “No segundo século a sua
observância era universal... Os Judeus Cristãos pararam de observar o Sábado após a destruição de
Jerusalém.”
Não existe maior autoridade viva do que o Dr. Schaff. Ele diz: “A universal e inquestionável observância
do Domingo no segundo século só pode ser explicada pelo fato de possuir suas raízes na prática apostólica.”
(History of the Christian Church, vol. I, pág. 478).”
O homem que fechar seus olhos para toda essa massa de testemunhos, e continuar insistindo que a
guarda do Domingo é apenas uma instituição dos Papas de séculos depois, está simplesmente apoiando-se
numa teoria que é obrigado a sustentar a todo custo. Eu tive a mesma triste experiência nesta questão, e sei
exatamente como se sente um adventista do sétimo dia quando lê sobre esses fatos históricos. Quando os li,
há vinte anos, eles me deixaram perplexos, mas superei-os pela minha forte fé em nossas doutrinas e por
acreditar que a maioria eram falsificações. Posteriormente, na medida em que lia mais, vi que esses
testemunhos eram confiáveis e decididamente contrários à nossa teoria do Domingo do Papa. Isto me
perturbou consideravelmente, mas superei-os simplesmente parando de pensar sobre eles e apoiando-me em
outros argumentos que me inspiravam total confiança. Nos debates eu sempre ficava ansioso para deixá-los
fora da discussão. Sei que os ministros Adventistas do Sétimo Dia geralmente se sentem como eu me sentia,
pois frequentemente fazíamos alusão aos testemunhos dos Pais e aos efeitos que eles promoviam nos
debates. É óbvio que o grande corpo dos membros nunca leu essas coisas e estão em feliz ignorância com
respeito a elas; ou, se já leram, foi em seus próprios livros, onde são explicadas superficialmente. Sua fé
ilimitada na “mensagem” e em seus líderes leva-os para longe dos fatos, como se fossem questões sem
nenhuma consequência.
Quanto a mim, uma vez que decidi encarar diretamente os fatos históricos e permiti que exercessem a
força de que são merecedores, logo vi a completa falsidade da alegação de que 'o Papa mudou o Sábado'. O
95
antigo sentimento de inquietação quanto a este ponto desapareceu completamente. Senti que estando a
evidência histórica em causa, os meus pés estão em terreno sólido.
96
CAPÍTULO XII
Quais as contestações que os Sabatistas fazem a respeito de todos os testemunhos precedentes? Estas:
1. “A Bíblia, a Bíblia somente, é a nossa regra. Nós não vamos pela história.” Resposta: Por que, então,
eles mesmos apelam para a história? Nenhum povo depende tanto da história, nem recorre a ela com tanta
frequência, nem faz tão grandes declarações a respeito dela como os Adventistas do Sétimo Dia. Por isso o
livro de Andrews sobre o Sábado possui 512 páginas. Destas, 192 são a respeito da Bíblia e 320 sobre
história. E ainda dizem que não vão pela história! Onde quer que possam encontrar um fragmento em seu
favor, eles o utilizam ao máximo. Da sua confiança na história, o Ancião Smith diz: “Um dos maiores fatos
que temos a apresentar é que Deus sempre tem tido testemunhas para o seu santo Sábado desde os dias de
Adão até hoje.” (Replies to Canright, pág. 41-42). Assinale: Um dos maiores fatos que eles têm a apresentar
em favor do Sábado vem de onde? Testemunho da Bíblia? Não, mas sim testemunho da história. E ainda
assim eles não vão pela história! O fato é que eles citam a história sempre que lhes seja possível. Por que,
então, gritar contra a história quando a seguimos neste assunto? Porque ela está contra eles.
2. Eles dizem que “os primeiros pais não são confiáveis; são tolos, apóstatas, falsificadores e
fraudadores.” Ouçam o que o Ancião Smith fala sobre um dos pais: “Uma fraude, um impostor, um
falsificador... um antigo falsificador do segundo século que escreveu coisas tolas demais para serem
repetidas e vergonhosas demais para serem citadas.” (Replies to Canright, pág. 39). Ouça o Ancião
Waggoner: “Seguramente a insanidade não seria capaz de produzir um disparate mais sem sentido do que
este.” “Tal criancice sem sentido é frequentemente vista sob o título de razão.” “Teria sido uma bênção para
o mundo se todos eles se perdessem.” (Fathers of the Catholic Church, pág. 206, 209, 217). Este é o modo
como eles descartam todos os pais Cristãos que disseram alguma palavra em favor do Domingo. Sem dúvida
teria sido melhor para aqueles que guardam o Sábado Judaico se todos os pais Cristãos se perdessem, e,
melhor ainda, se o Novo Testamento também se perdesse, pois ambos são contra eles. Por que tal esforço
para demolir o testemunho dos escritores Cristãos primitivos? Porque eles estão contra os Sabatistas, eles
sabem disso. Quaisquer que sejam as noções rudes que os primeiros pais possam ter tido, eles teriam
condições de estabelecer um simples fato de seus próprios dias, quanto a se guardavam ou não o Domingo.
Todos eles são unânimes em dizer que guardavam, e seu testemunho é decisivo.
Mas o quanto existe para a sua acusação de fraude, falsificação, etc.? Apenas isto: Naqueles dias o nome
do autor nem sempre estava assinalado em seu livro; consequentemente, algumas vezes parecia que um livro
era atribuído ao autor errado por engano. Nenhuma fraude ou falsificação era planejada ou praticada por
ninguém Veja o livro de Hebreus. Nenhum nome é atribuído a ele. Ainda é um ponto controverso sobre
quem o escreveu; Paulo, Barnabé ou algum outro apóstolo. Por causa disso deveríamos chamá-lo de “fraude”
e tirá-lo fora da Bíblia? Não. Assim acontece com a epístola de Barnabé, por exemplo. Nenhum nome foi
atribuído a ela, ainda que fosse geralmente atribuída ao apóstolo Barnabé e fosse lida em todas as igrejas
como autoridade já em cerca de 120 D. C. Alguns a atribuíam a outros, mas todos concordam que foi escrita
perto de 120 D. C. por algum Cristão, e que retratava a opinião e os costumes da igreja naquela época.
“Fraude, fraude”, gritam os Sabatistas; “Barnabé nunca a escreveu.” Bem, e daí? Algum Cristão a escreveu
dentro do período de vinte e cinco anos após a morte de João, e ela diz que os Cristãos da época guardavam o
Domingo.
97
3. “Nenhum dos pais chama o Domingo de Sábado.” Assim falam os Sabatistas. Isto é correto. A igreja
primitiva disse juntamente com Paulo (Col. 2:16) que o Sábado foi abolido com outros ritos Judaicos. O
primeiro dia não era o Sábado, mas “o Dia do Senhor”, “o oitavo dia”, “dia da ressurreição”, etc.
4. Os Sabatistas dizem que os Cristãos trabalhavam no Domingo durante o primeiro século ou mais. Sua
evidência quanto a isto é muito questionável, como veremos em breve. Mesmo assim é possível que no
princípio o dia possa não ter sido observado tão rigidamente quanto depois; mas ele ainda era o dia no qual
os Cristãos se encontravam para a sua adoração, de acordo com o costume dos apóstolos. É isto o que
declaramos ter provado abundantemente.
5. Os Sabatistas dizem: “Os Cristãos guardavam o Sábado durante séculos depois de Cristo.” Resposta:
Toda a história mostra abundantemente que os Judeus Cristãos observavam o Sábado, a circuncisão, Páscoa,
etc., por um longo tempo. Em algumas igrejas, onde predominava o componente Judaico, os Gentios podem
ter também guardado o Sábado, mas todas as facções guardavam o Domingo ao mesmo tempo. Estes são os
fatos sobre a guarda do Sábado na igreja primitiva, como provado acima.
6. Os Adventistas do Sétimo Dia citam os assim chamados “eminentes historiadores” para provar suas
afirmações. Com esses autores eles enganam as pessoas e enganam a si mesmos. Eles os citam como
“historiadores confiáveis”, “altas autoridades”, “teólogos eminentes”, “todos amigos do Domingo”, etc. Mas
quem são eles? Veja o History of Sabbath (História do Sábado), de Andrews, a obra de referência
Adventista. Todas as outras relacionadas com a história do Sábado são apenas novos arranjos dela. Ela é
utilizada em todas as ocasiões, e os autores mencionados são citados vezes sem conta por escritores e
pregadores. Mas o grande volume das suas citações provêm de homens tais como Heylyn, Domville, Morer,
Cox, Brerewood, White, etc., que eram clérigos Episcopais da Inglaterra e implacáveis opositores da
sacralidade do Domingo.
6.1. Brerewood, no décimo sétimo século, era apenas um professor de colégio, sem destaque para ao
menos ser mencionado em qualquer enciclopédia que eu tenha visto, e consultei muitas. Ele era um errático
ardente e argumentava que a lei do Sábado foi dada apenas para o mestre (ver The Sabbath, de Gilfillin, pág.
122-123).
6.2. Coleman, um escritor Americano dos nossos próprios dias, raramente mencionado em alguma
enciclopédia.
6.3. Dr. Cox, um escritor Escocês anti-Domingo do século passado, nem ao menos mencionado em
qualquer enciclopédia (ver Gilfillin, pág. 168). Ainda assim Andrews o menciona vinte e duas vezes; longas
citações, como se fosse um amigo do Domingo! Ele bem poderia citar um da sua própria seita como amigo
do Domingo. Como prova disso leia o seguinte, da parte do Dr. Lewis, Batista do Sétimo Dia, em seu
“History of Sabbath and Sunday”: “Um pastor da Igreja Batista do Sétimo Dia Mill Yard, em Londres,
Robert Cornthwaite, publicou cinco obras sobre a questão do Sábado.” Do seu último livro, Lewis diz:
“Robert Cox cita amplamente da sua obra.” (pág. 337-339). Exatamente, e depois Andrews diz que este
homem é amigo do Domingo!
6.4. Domville, outro escritor anti-Domingo do décimo nono século, não mencionado em qualquer
enciclopédia. Ele nega que exista alguma autoridade na Bíblia para observar o Domingo até mesmo como
um dia para reuniões (Gilfillin, pág. 143). Apesar disso Andrews o menciona treze vezes como uma
autoridade de referência do Domingo!
6.5. Heylyn era amigo do infâmio Laud da Inglaterra (William Laud, 1573-1645). Em 1618, Charles I da
Inglaterra emitiu um “Livro dos Esportes” para o Domingo, permitindo dançar, lutar e vários jogos no
Domingo (ver Gilfillin, pág. 168). As pessoas piedosas se opuseram à declaração por considerá-la uma
profanação do Domingo. Laud, por ordem do Rei, alugou a Heylyn e o Dr. White para escreverem contra a
sacralidade do Domingo e em favor do livro do Rei. Em quatro meses um grande volume foi escrito,
impresso e distribuído de acordo com o decreto, para provar o que se queria contra o Domingo. A
Cyclopedia of Universal Knowledge diz de Heylyn: “Ele era um escritor muito produtivo e controverso, mas
suas obras não possuem valor na atualidade.” Deste homem Andrews faz trinta e seis citações, muitas delas
extensas, usando-as como sua principal evidência sobre os pontos principais!
6.6. White, o homem associado com Heylyn como mercenário de Laud para escrever o livro acima, é
citado onze vezes por Andrews como um confiável defensor do Domingo! Ele poderia citar também o
Ancião Waggoner como um defensor do Domingo.
98
6.7. Morer é um escritor do décimo oitavo século sem nenhuma menção em enciclopédias. Ele escreveu
para contestar a origem divina da observância do Domingo (ver Gilfillin, pág. 142). Sobre uma de suas
declarações que aconteceu de favorecer o Domingo, o Ancião Waggoner diz: “Desonesto, como
manifestamente é”, etc. (Replies to Elder Canright, pág. 146). Deste homem “desonesto” o Ancião Andrews
faz não menos do que quarenta e sete citações, muitas delas extensas!
6.8. Jeremy Taylor, do décimo sétimo século, o amigo e capelão do vil Laud, escreveu contra a
autoridade divina do Domingo, e mesmo assim é citado por Andrews como amigo do Domingo!
Estas são amostras dos seus autores. A maioria deles era membro da Igreja da Inglaterra, e isto, também,
durante o pior período daquela igreja; uma igreja que admite a mais vasta gama de opiniões teológicas, tais
como o Unitarismo, Universalismo, provação futura, aniquilação, racionalismo, alta igreja, baixa igreja, etc.
Quanto, então, isso pesa quanto à solidez da opinião de alguém para determinar que ele é um ministro
daquela igreja?
Retire da parte histórica de Andrews as suas citações e argumentos dos autores acima, e dificilmente
você terá algo mais do que um esqueleto. E mesmo as citações deles são unilaterais. Waggoner, Smith,
Butler e todas as luzes menores entre os Adventistas do Sétimo Dia que chegaram depois de Andrews
simplesmente utilizam as citações que ele agrupou para eles. Mas eles poderiam citar também Gingerol e
Tom Aine tanto como “amigos da Bíblia” quanto como “amigos do Domingo Sabático”. Cada um deles
escreveu com o propósito de refutar as reivindicações do Domingo como sendo um Sábado de autoridade
divina. Milhares de leitores ignorantes da história são enganados, como uma vez eu fui, por essas citações
usadas pelos Adventistas. Se eles tivessem a verdade, não seriam obrigados a depender de tais autores.
99
CONSTANTINO NÃO MUDOU O SÁBADO.
Tem sido comum para os Sabatistas apontarem para a lei de Constantino como sendo o principal fator na
mudança do Sábado para o Domingo. Nunca existiu qualquer verdade na colocação; mas o Ancião
Waggoner agora assume isto e confessa que a lei não tem nada a ver com a mudança do Sábado.
“Constantino em seus decretos não disse uma só palavra, seja a favor ou contra guardar o Sábado da Bíblia.”
“É seguro afirmar que nada foi feito no tempo de Constantino, seja por ele mesmo ou por qualquer outro, que
tenha a mínima aparência de mudar o Sábado.” (Replies to Elder Canright, pág. 150). Isto é verdadeiro e
uma boa confissão, embora ela contradiga tudo o que eles têm dito até agora. Agora deixe-os revisar todos os
seus livros para harmonizá-los com esta verdade, e estes ficarão bem mais finos.
100
decretada foi a pedido da Igreja, em favor da Igreja e expressamente para ajudar a Igreja.” Exatamente, e isso
prova que a igreja guardava o Domingo antes de a lei ter sido feita.
É um absurdo dizer que os pagãos sempre guardaram o Domingo e ainda assim nunca tinham feito uma
lei concernente a isto. Como concordam todos os Adventistas, a primeira lei do Domingo foi feita para
favorecer os Cristãos. Isso mostra que a observância do Domingo era na época considerada como uma parte
essencial do Cristianismo. Desta lei, Mosheim diz: “O primeiro dia da semana, que era o tempo regular e
estabelecido para as reuniões públicas dos Cristãos era, em consequência de uma lei peculiar promulgada por
Constantino, observado com maior solenidade do que antigamente.” (Mosheim, século 4, parte 2, capítulo 4,
seção 5).
101
1. Laodicéia não é Roma. Ela está situada na Ásia Menor, cerca de 1.600 quilômetros a leste de Roma.
Ela ficava na Ásia, não na Europa. Era uma cidade Oriental, não Ocidental; não era uma cidade Latina.
2. Ela era uma cidade Grega, não uma cidade Romana.
3. O Papa de Roma não compareceu ao concílio em Laodicéia (364 D. C.). Waggoner afirma que ele
compareceu? Não, porque ele sabe que o Papa não compareceu.
4. O Papa não compareceu nem enviou um emissário, ou um delegado, ou qualquer outro para
representá-lo. Na verdade, nem a Igreja Católica nem o Papa tiveram algo a ver com qualquer coisa do
concílio, seja na formação ou na condução. Ele se realizou independentemente do seu conhecimento ou
consentimento.
5. Naquela data antiga, 364 D. C., os Papas, ou melhor, os Bispos de Roma, não tinham autoridade sobre
outros bispos. O concílio realizou-se duzentos anos antes de eles serem investidos com autoridade sobre as
Igrejas Ocidentais. Nem o Papa nem o Papado jamais tiveram alguma autoridade, seja de que tipo fosse,
sobre as Igrejas do Oriente, onde esse pequeno concílio foi realizado (ver History of the Popes, de Bower, ou
qualquer livro sobre história da igreja). Falando de Silvestre I, que foi Bispo de Roma em 314 a 336 D. C.,
apenas vinte e oito anos antes do concílio em Laodicéia, o Ancião Waggoner diz: “O Bispo de Roma não
tinha ainda obtido, na época, qualquer tipo de autoridade sobre os outros bispos.” (Replies to Canright, pág.
143). Isto é correto. Teriam eles, nos vinte e oito seguintes, ganhado autoridade para mudar a guarda do
Sábado de um dia para o outro, e isto em todo o mundo? Irracional!
6. Libério era Bispo de Roma na época do concílio em Laodicéia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Lib
%C3%A9rio). Ele foi degradado do seu ofício, banido e tratado com o máximo desprezo. Bower diz que, de
modo a terminar seu exílio, Libério “escreveu da forma mais submissa e chorosa aos bispos Orientais.”
(History of the Popes, Vol. I, pág. 64). E este foi o Papa que mudou o Sábado, num concílio destes mesmos
bispos Orientais, distante 1.600 quilômetros, ao qual ele não compareceu!
7. O Concílio de Laodicéia foi apenas um concílio local, um acontecimento de importância reduzida e
não um concílio geral. O Ancião Waggoner o magnifica transformando-o em um grande “concílio [geral]
Católico”, uma afirmação que é completamente falsa. Os concílios gerais foram: 1. o de Nicéia, 325 D. C.;
2. o de Constantinopla, 381 D. C.; 3. o de Éfeso, 431 D. C.; etc. (ver Capítulo VIII deste livro. Ver também
a lista na Cyclopedia, de Johnson, ou qualquer história eclesiástica). Bower, em sua extensa obra, History of
the Popes (História dos Papas), dá um relato de todos os concílios gerais; dos concílios locais importantes e
de todos nos quais Roma ou os Papas estavam relacionados, mas ele nem ao menos menciona o de
Laodicéia. Ele diz: “Diversos outros concílios foram realizados do ano 363 a 368, dos quais não temos
comentários em particular.” (Vol. I pág. 79). Eu pesquisei em um grande número de enciclopédias e livros de
história da igreja, e na maioria deles não encontrei absolutamente qualquer menção ao concílio de Laodicéia;
apenas uma poucas linhas em alguns. O Rev. Armstrong, um erudito de Canton, Pa., diz: “Este concílio não
é mencionado por Mosheim, Milner, Euter, Reeves, Socrates (Scholasticus), Sozomen, nem por quatro
outros historiadores que estão sobre a minha mesa.” A Cyclopedia, de McClintock e Strong, diz desse
concílio: “Estavam presentes trinta e dois bispos de diferentes províncias da Ásia.” Todos bispos da Igreja
Oriental, nem um único da Igreja Romana! E ainda assim este foi o tempo e o lugar, quando e onde, de
acordo com os pontos de vista Adventistas, a Igreja Romana e os Papas mudaram o Sábado!
8. Agora pense sobre isto: esse pequeno concílio local de trinta e dois bispos revoluciona o mundo inteiro
mudando a guarda do Sábado!
9. O fato é que o concílio simplesmente regulamentou naquela localidade uma instituição já há muito
estabelecida, o Dia do Senhor, do mesmo modo que também o fizeram concílio após concílio posteriores. Se
isso mudou o Sábado para o Domingo, então ele foi mudado uma centena de vezes desde então! Os
Sabatistas apontam para essas diferentes resoluções como sendo muitos atos na mudança do Sábado, quando
as mesmas não têm a mais remota relação com tal coisa. E em analogia, não são mais do que as resoluções
relacionadas com guarda do Domingo que são passadas atualmente, de ano em ano, em todas as nossas
assembleias religiosas. O Ancião E. J. Waggoner faz esta declaração verdadeira: “Os decretos dos concílios
não tiveram, como regra geral, o objetivo de serem leis arbitrárias ditando o que deveria ser, mas eram
formulações das opiniões e práticas amplamente dominantes de seu tempo... A infalibilidade foi atribuída ao
Papa centenas de anos antes de se tornar dogma da Igreja.” (Fathers of the Catholic Church, pág. 333).
102
Exatamente, e da mesma forma o Dia do Senhor tinha sido guardado pela Igreja há centenas de anos antes de
o Concílio de Laodicéia tê-lo mencionado.
10. A Igreja de Laodicéia, onde o concílio foi realizado, foi fortalecida pelo próprio Paulo (Col. 4: 13,
16; 1 Tim. 6, até o fim da epístola). Ela era uma das sete Igrejas para as quais João escreveu (Apoc. 3:14).
Consequentemente, é certo que ela era bem instruída e fundamentada nas doutrinas dos apóstolos. Entre
Paulo e o concílio, isto é, em 270 D. C., Anatólio foi bispo de Laodicéia. Ele escreveu: “Nossa consideração
pela ressurreição do Senhor, que se deu no Dia do Senhor, nos conduzirá a celebrá-lo sobre o mesmo
princípio.” (Cânon 16). Aqui temos que a Igreja guardava o Domingo cem anos antes do concílio.
12. Finalmente, se o Concílio de Laodicéia mudou o Sábado, como dizem os Adventistas, então ele foi
mudado pela Igreja Grega, ao invés da Igreja Romana; mudado pelas Igrejas Orientais sobre as quais Roma
não tinha autoridade; mudado antes de o Papado ser estabelecido; antes do papa ter qualquer autoridade
sobre o leste; mudado por um pequeno concílio local ao qual nem o Papa ou algum dos seus servidores
compareceu. O absurdo desta declaração está manifesto sem maiores argumentos.
Por muitos anos eu aceitei essas falsas declarações dos escritores Sabatistas considerando-as verdades
incontestáveis, como fazem todos os seus convertidos. Eu não tinha meios de conhecer a realidade. Pregava
enfaticamente aquilo que lia em seus livros e levei milhares ainda mais ignorantes do que eu a acreditarem
nisso. Gradualmente foi ficando claro para mim que eu estava sendo enganado, mas foram necessários anos
para que eu pudesse conhecer os fatos verdadeiros do caso e conseguir me libertar da superstição que me
amarrava. Agora posso dizer que investiguei a matéria plenamente ao ponto de me contentar em saber que
para sustentar suas teorias falsas eles têm feito grande violência contra os fatos mais límpidos da história. A
afirmação de que o papa mudou o Sábado é uma clara amostra da falsidade.
103
CAPÍTULO XIII
O SÁBADO EM GÊNESIS.
O Sábado não é mencionado pelo nome no livro de Gênesis, não até o tempo de Moisés. Gên. 2:1-3
declara que Deus terminou a criação em seis dias e descansou no sétimo dia; e que ele abençoou e santificou
o sétimo dia “porque nele descansou.” Sobre isto, observamos:
1. O dia não era santo em si mesmo.
2) O descanso de Deus no dia não o tornou santo.
3) Deus santificou ou tornou santo o sétimo dia porque nele ele descansou. Seu descanso havia terminado
e passado antes de ele ter abençoado o dia.
4) Quanto a exatamente quando Deus abençoou o dia, o registro não estabelece claramente. Alguns
argumentam que ele santificou o dia ali e no Éden; outros dizem que isso não foi feito até o êxodo.
Argumentos plausíveis são usados em ambos os lados; mas o simples fato de que os homens mais piedosos e
instruídos sempre discordaram sobre a instituição do Sábado no Éden, deveria nos transmitir cautela quando
construímos uma teoria fundamentada em textos controversos tão escassos e em declarações tão distantes no
tempo. Com toda a justiça, deve-se admitir que o tempo específico quando o Sábado foi santificado não pode
ser seguramente determinado a partir do texto.
O Smith's Dictionary of the Bible, diz corretamente: “É em Êx. 16:23-29 que encontramos a primeira
constituição incontestável do dia.” (art. Sábado). Sobre o argumento em Gên. 2:1-3 para a instituição do
Sábado no Éden, ele diz: “Todo o argumento é muito precário.”
Não existe ordem em Gên. 2 para guardar o Sábado. Somos obrigados a olhar em algum outro lugar para
deduzir isto. A santificação do sétimo dia ali mencionada é entendida por alguns como tendo sido uma
antecipação. Como Moisés escreveu seus livros depois de chegar ao Sinai, depois de o Sábado ter sido dado
no deserto, ele ali mencionou uma razão pelas quais Deus deu-lhes o sétimo dia, a saber, porque o próprio
Deus havia dado o exemplo na criação; tinha trabalhado seis dias e descansado no sétimo. Tal uso de
linguagem é comum. Dizemos que o General Grant nasceu em certo tempo. Não queremos dizer com isso
que ele era general quando nasceu, mas falamos assim por antecipação, usando um título que ele receberia
mais tarde. Igualmente em Gên. 3:20, “E chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de
todos os viventes.” Aqui está um fato futuro declarado como se já tivesse ocorrido. Igualmente 1 Sam. 4:1,
os Judeus “acamparam-se junto a Ebenézer.” Mas o lugar não era chamado Ebenézer até anos depois (1 Sam.
7:12). “E Judas Iscariotes... que foi o traidor.” (Luc. 6:16). Aqui um fato futuro relacionado a Judas é
mencionado quando se fala dele pela primeira vez, embora o ato de traição só fosse ocorrer anos depois.
Exatamente assim, quando o sétimo dia é mencionado pela primeira vez a sua santificação é referida a ele,
embora esta só fosse ocorrer mais tarde. Temos que reconhecer a verdade de que pode ter sido desta forma.
Êx. 20:8 diz: “Lembra-te do dia do Sábado”, etc. Os Sabatistas dizem que o texto mostra que o Sábado
existia desde a criação. Ele não prova isto, porque o Sábado havia sido dado algumas semanas antes de o
decálogo ser dado. Logo, o texto pode apenas se referir a Êx. 16, quando o Sábado é nomeado pela primeira
vez; ou, o que é evidentemente a real verdade dobre isso, o texto pode se referir à guarda do Sábado na
medida em que vem semana após semana. “Lembra-te”, não te esqueças, de guardar o dia de Sábado.
Nos dias atuais é sustentado por estudiosos Cristãos capacitados que os dias da criação foram períodos
indefinidos de tempo. Existe bastante fundamento para sustentar tal ideia. Os próprios Sabatistas a admitem.
104
Assim o Rev. A. H. Lewis, D.D., Batista do Sétimo Dia, editor e autor de vários trabalhos críticos sobre o
Sábado, diz: “Percebemos a semana da criação indefinidamente mais longa do que a nossa semana de sete
dias de vinte e quatro horas.” (Sabbath and Sunday, pág. 8). Mas este fato é fatal para a sua teoria específica
do sétimo dia; pois se os dias de Deus não fossem dias de vinte e quatro horas, como os nossos, então não
podemos e não descansamos no mesmo dia definido que Deus descansou. Por consequência, só podemos
usar a semana de Deus como um modelo – seis dias de trabalho, o sétimo de descanso.
Os Sabatistas pensam que o quarto mandamento indica o dia idêntico no qual o próprio Deus descansou.
Mas isso não está tão evidente quanto eles declaram. “O Sétimo dia é o Sábado do Senhor teu Deus.” (Êx.
20:10). “Isto é, o dia do descanso do Senhor; então é o dia no qual ele próprio descansou”, eles dizem. Mas a
dedução não é necessariamente esta. A linguagem simplesmente declara o dia como pertencendo a Deus.
Tome o dia da páscoa: “No mês primeiro, aos catorze dias do mês, é a páscoa do Senhor.” (Núm. 28:16). O
Senhor guardou a páscoa naquele dia? Dificilmente. Novamente: “Estas são as festas do Senhor.” (Lev.
23:4). O Senhor festejou naqueles dias? Seguramente, não. A linguagem simplesmente declara que aqueles
dias eram sagrados para Deus e isso é tudo o que Êx. 20:10 declara para o sétimo dia. A edição revisada
apresenta a ideia claramente: “O sétimo dia é um Sábado ao Senhor teu Deus.”
Para o tempo longínquo de um passado remoto, onde os eventos de toda uma era são relatados em apenas
uma linha na Bíblia, é impossível agora determinar exatamente como tudo se passou. As eras antes de Cristo
são comparadas às sombras (Col. 2:17), e à luz da lua (Apoc. 12:1), enquanto o Evangelho é comparado ao
sol (Apoc. 12:1). Não é mais seguro para nós andarmos na luz do sol do que tatear o nosso caminho sob a luz
da lua e as sombras do passado? Mas a principal confiança dos Sabatistas se baseia em argumentos retirados
daqueles tempos remotos de escuridão, enquanto no Novo Testamento eles encontram pouco para sustentar
suas teorias, mas muito para refutá-las.
Não existe nenhuma declaração de que qualquer um dos patriarcas tenha guardado o Sábado ou soubesse
qualquer coisa sobre ele. Os Sabatistas dizem que os registros são tão curtos, que isto foi omitido. Sua prova,
portanto, é aquilo que foi deixado de fora!
Embora os registros de Adão até Moisés cubram um período de 2.500 anos; embora aparentemente
tenhamos um relato completo dos costumes religiosos e adoração dos patriarcas, tais como Noé, Abraão,
Isaque, Jacó, José, etc.; embora tenhamos sido informados a respeito da circuncisão, o altar, os sacrifícios, os
sacerdotes, o dízimo, o juramento, casamento, dias de festa, etc., ainda assim nunca foi dita uma palavra
sobre qualquer um deles guardando o Sábado. Isto não prova de forma categórica que eles não o guardavam,
mas mostra uma forte probabilidade contra a guarda.
Isto é a soma do que pode ser dito de forma honesta sobre o Sábado em Gênesis. Quando os homens se
voltam ao Gênesis para encontrar seu principal argumento para o Sábado, não é isto percorrer um longo
caminho para encontrar pouco que venha a estabelecer um dever Cristão? Não seria mais sábio e seguro
construir a nossa fé sobre as exigências claras do Novo Testamento?
105
algo semelhante foi dado antes da queda do homem.” (A Treatise on Christian Doctrine, Vol. I, pág. 299).
John Bunyan, diz: “Agora sobre a imposição do sétimo dia (Sábado) sobre os homens, desde Adão até
Moisés, disto não encontramos nada nos escritos sagrados, seja por preceito ou exemplo.” (Complete Works,
pág. 892).
Portanto, muitas das melhores mentes não foram capazes de encontrar provas claras de que o Sábado foi
guardado antes de Moisés. Outros como Clarke, Barnes, Scott, Lange, etc., pensam que foi. A melhor
solução é deixar o assunto como uma questão não resolvida.
Admitindo-se que o Sábado tenha sido dado à Adão no Éden, não se conclui que todos os homens agora
devam guardá-lo. Olhe para o que Adão teve que fazer: 1. A Adão se permitiu comer apenas dos frutos das
árvores e plantas (Gên. 1:29). A primeira permissão para comer carne foi dada a Noé. (Gên. 9:3). 2. Adão
deveria cuidar do jardim (Gên. 2:15). 3. A ele foi proibida a árvore do conhecimento (Gên. 2:17). 4. Foi-lhe
dado acesso à árvore da vida (Gên. 2:16). 5. Adão estava nu (Gên. 2:25). Tudo isso estava no Éden antes da
queda, Deveriam todos os homens agora comer, trabalhar, se vestir e fazer exatamente o que Adão fazia no
Éden? Ninguém acredita desta forma. Assim, não se segue que devamos guardar o sétimo dia, ainda que
Adão o fizesse. Este fato simples arruína o argumento de maior confiança dos Sabatistas.
O SÁBADO EM ÊXODO.
A primeira menção da observância do Sábado está em Êx. 16. Muitos estudiosos eminentes entendem
que Deus ali mudou o dia de descanso do sétimo dia original para o sexto dia da semana da criação. Outros
sustentam que os Judeus, durante a sua longa escravidão no Egito, perderam o Sábado e ali ele foi
restaurado; ao passo que outros dizem que ali ele foi dado pela primeira vez. Qualquer que seja a posição
correta, está claro que a guarda do Sábado era uma coisa nova para os Judeus. Os fatos são evidentes. A
libertação de Israel do Egito marcou uma nova era na história da igreja e de Israel. Isto está presente através
de toda a Bíblia. Ali Deus lhes deu um novo ano e um novo começo para os meses. “Este mesmo mês vos
será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano.” (Êx. 12:2). Assim, é muito provável
que ele tivesse dado a eles um novo dia de Sábado pela primeira vez. O relato da primeira guarda do Sábado
pelo povo de Israel mostra claramente que eles não estavam acostumados a fazer isso antes.
Dr. H. C. Benson, o eminente M. E. Editor, estudioso e autor, diz de Êx. 16: “Está tão explícito que não
somos deixados em dúvida quanto ao fato de que o Sábado, como observado no deserto, não foi um dia
consagrado pelo Senhor em tempo anterior àquele.” (Citado e aprovado pelo Dr. Potts e Bispo Harris em The
Lord's Day Our Sabbath, pág. 15).
John Milton, há cerca de 200 anos, disse: “Parece ser confirmado por diversas passagens dos profetas
que antes os Israelitas jamais tinham ouvido algo a respeito do Sábado.” (Treatise on Christian Doctrine,
Vol. I, livro 2 capítulo 7).
John Bunyan também disse: “O Sábado do sétimo dia, portanto, não vem do paraíso, da natureza ou dos
patriarcas, mas sim do deserto e do Sinai.” (Complete Works, pág. 895).
O Sábado era novo para eles. Leia: “Amanhã é descanso, o santo Sábado do Senhor.” O último verso
fornece a conclusão para toda a questão. “Assim o povo descansou no sétimo dia”, isto é, assim e por essa
razão o povo ali começou a descansar no sétimo dia. A linguagem não tem sentido se este não for o
significado. Diversos textos se harmonizam bem com esta ideia. Assim Nee. 9:13-14, “E sobre o monte
Sinai... e fez conhecido a eles o teu santo Sábado.” Isto implica em que ele não era conhecido antes. Em
harmonia com isso, Ez. 20:10-12, diz: “E os tirei da terra do Egito, e os levei ao deserto... e também lhes dei
os meus Sábados, para que servissem de entre mim e eles.” Quando Deus lhes deu o Sábado? Quando ele os
tirou da terra do Egito? Onde ele deu o Sábado a eles? No deserto. Para quê? Para sinal entre ele mesmo e
eles.
O texto não diz que Deus restaurou o Sábado, mas que ele deu a eles o Sábado. “Lhes dei os meus
Sábados” implica no ato de entregá-los a eles, mostrando que eles não os tinham antes. Seguramente todos
esses fatos estão claramente estabelecidos. Eles mostram que a guarda desse dia era uma coisa nova para
eles, e apenas para eles.
Deut. 5:15 declara que o Sábado deveria ser guardado como um memorial do Egito. “Lembra-te que
fostes servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali... por isso o Senhor teu Deus te ordenou
106
que guardasses o dia de Sábado.” Isto indica que o Sábado era uma instituição Judaica. Uma razão dada para
que ele fosse guardado era porque eles haviam sido libertos do Egito. É claro que eles não o guardavam até o
acontecimento que os fez guardá-lo.
As leis que regulavam como ele deveria ser guardado mostram que o Sábado era uma instituição local,
adaptada apenas para a adoração Judaica e para um clima ameno. 1) Não acender fogo no dia de Sábado
(Êx. 35:3). 2) Eles não podiam assar ou cozinhar no dia (Êx. 16:23). 3). Eles não podiam sair de casa (Êx.
16:29). 4) Os sacerdotes deveriam oferecer dois cordeiros no dia (Núm. 28:9). 5) Eles deveriam obrigar a
todos os que viviam entre eles, em sua terra, a guardá-lo (Êx. 20:10). 6) Eles tinham que apedrejar todo
aquele que o quebrasse (Êx. 31:14). 7) O Sábado deveria ser guardado de pôr do sol a pôr do sol (Lev.
23:32). 8) Seu gado deveria descansar (Êx. 20:10). Nenhum encontro era indicado para o dia. Ele deveria ser
totalmente um dia de descanso.
Os Adventistas do Sétimo Dia não observam nenhuma destas coisas. Na verdade, seria impossível para
eles fazerem a maioria delas. Eles congelariam sem o fogo e padeceriam sem comida quente. Eles andam
muitas milhas no Sábado e dirigem seus grupos; não oferecem cordeiros; não podem obrigar ninguém a
guardá-lo, nem apedrejam aqueles que o quebram. No extremo norte e em viagem ao redor da terra eles não
se guiam pelo pôr do sol, pois não conseguem. A sua guarda do Sábado não é mais semelhante àquela do
Velho Testamento, tal como a lei exigia, de modo que fazem das trevas luz. Isso mostra a tolice do seu
esforço para guardar um obsoleto dia Judaico. A nenhum dos Gentios é exigido guardar o Sábado, exceto os
que habitavam entre os Judeus. A eles era exigido também que guardassem os outros dias de festa (Lev.
16:29).
Por todo o Velho Testamento os Gentios são acusados vezes e mais vezes por todos os outros pecados,
mas nem uma única vez por quebrar o Sábado, ainda que nenhum deles o guardasse. A razão para isto é a de
que não era vinculativo sobre eles. John Bunyan diz: “Lemos que Deus não o deu para ninguém que não
fosse à semente de Jacó.” (Complete Works, pág. 895).
107
(Êx. 31:13). A quem foi dito para guardar o Sábado? Aos filhos de Israel, os Judeus. “Será um sinal entre
mim e os filhos de Israel”, os Judeus (verso 17).
6. O próprio Deus chama o Sábado de “seus Sábados.” (Os. 2:11). “E farei cessar todo o seu gozo, as
suas festas, as suas luas novas, e os seus Sábados.” Não é, então, o Sábado Judaico?
7. O Sábado nunca foi dado a nenhuma outra nação.
8. “Os filhos de Israel guardarão o Sábado através de suas gerações.” (Êx. 31:16). A quem ele foi
restrito? Às gerações dos Judeus.
9. “É um sinal entre mim e os filhos de Israel.” (Êx. 31:17). Era exclusivamente dos Judeus.
10. O Sábado está arrolado juntamente com outros dias Judaicos de festas e sacrifícios (ver Lev. 23:1-44;
Num. 28:2, 16; 1 Crôn. 23:29-31; 2 Crôn. 2:4, 8:13).
11. Ele foi abolido com elas (Col. 2:14-17).
12. Os Judeus abrangem praticamente todos os que guardam o sétimo dia; por isso “Sábado Judaico” é
uma designação natural e coerente para o dia.
13. Os Cristãos, de forma quase unânime, guardam o primeiro dia em distinção ao dia dos Judeus, que
compreendem quase todos aqueles que guardam o sétimo dia. Assim, novamente o Sábado Judaico é um
termo apropriado e coerente.
14. Os poucos Cristãos que guardam um dia diferente do grande corpo da igreja, guardam o Sábado que
os Judeus guardam. Portanto, novamente é uma designação significativa e adequada para designar aqueles
que guardam o Sábado Judaico.
15. Mas os Sabatistas dizem que o sétimo dia é chamado “o Sábado do Senhor teu Deus” (Êx. 20:10), e
“meu santo dia” (Isa. 58:10); portanto não é adequado chamá-lo de “o Sábado Judaico.” Resposta: Cada
festividade, lugar, pessoa ou objeto santos eram mencionados como sendo do Senhor, como “a páscoa do
Senhor” (Êx. 12:11). Não obstante lemos “A páscoa, uma festa dos Judeus.” (João 6:4). Igualmente é “o
Sábado do Senhor” em um lugar e “seus Sábados” em outro (Ose. 2:11). Por isso é correto e escritural
chamar o sétimo dia de “o Sábado Judaico.”
108
gerações”; “estatuto perpétuo será que não roubarás”; “Não terás outros deuses diante de mim é estatuto para
sempre?” Esse texto, então, prova que o Sábado iria terminar junto com as outras cerimônias Judaicas.
“Cristãos Gentios deveriam se tornar Judeus, Israelitas, e assim ficar sob a obrigação de guardar o
Sábado, pois o Sábado foi dado a Israel para sempre através das suas gerações.” Este é um argumento
Adventista favorito para a lei e o Sábado. Mas observe a sua total falácia: As ofertas queimadas, incenso,
lavar das mãos e pés, franjas, sacerdócio, circuncisão, páscoa e toda a lei Judaica foram também dados para
Israel guardar para sempre através das suas gerações (ver acima). Consequentemente, o argumento prova
que devemos guardar tudo isso, como também o Sábado! Os Adventistas guardam alguma destas coisas?
Não.
Argumenta-se que o Sábado deve ser de obrigação perpétua porque está associado no decálogo com
mandamentos da natureza. Mas ele também está associado muitas vezes com os ritos cerimoniais, tipos e
sombras que eram peculiares aos Judeus. Assim: “Guardareis os meus Sábados, e o meu santuário
reverenciareis.” (Lev. 19:30). “O Sétimo dia é o Sábado.” (Lev. 23:3). “Pela tarde, é a Páscoa do Senhor.”
(verso 5). “A festa dos pães ázimos.” (verso 6). No verso 38, o Sábado é chamado de “dom”, “votos” e
“ofertas”. Em Lev. 24:1-8, o Sábado é nomeado com as ofertas de óleo, pão e incenso. Em Núm. 28:9-10, ele
está listado com as ofertas de cordeiro, de alimentos e libações, ofertas queimadas, etc. Em 1 Cro. 23:29-31,
o Sábado está listado com as ofertas de alimentos, sacrifícios, luas novas, festas, etc. Estes fatos distorcem
todo o argumento extraído do seu lugar no decálogo.
109
Na nova terra “será que desde uma lua nova até a outra, e desde um Sábado até ao outro, virá toda a
carne a adorar perante mim, diz o Senhor.” Isso mostra que o Sábado será guardado no próximo mundo;
consequentemente, é perpétuo e deve ser guardado agora. Mas o texto diz exatamente o mesmo para as luas
novas e lugares deles colocados antes do Sábado. Logo, se o texto prova que deveríamos guardar o Sábado,
ele prova que também deveríamos guardar as luas novas. Os Adventistas guardam as luas novas?
Ez. 22;26. “Os seus sacerdotes violentam a minha lei, e profanam as minhas coisas santas; não fazem
diferença entre o santo e o profano, nem discernem o impuro do puro; e de meus Sábados escondem os seus
olhos, e assim sou profanado no meio deles.” Eles também aplicam este texto para a sua obra atual e para os
ministros que se opõem ao Sábado Judaico. Mas não existe uma única palavra em todo o capítulo que sequer
indique que ele é aplicável até os dias atuais do Evangelho e para os Gentios, ao passo que o próprio Deus o
aplica à nação Judaica, quando eles foram levados cativos por Babilônia centenas de anos antes de Cristo.
Leia todo o capítulo e compare-o com Nee. 13:17-18, versos 2, 6, 18, 19, etc. “Julgarás a cidade
sanguinária”, etc. “Observai, príncipes de Israel.” “A casa de Israel se tornou para mim em escórias.” “Por
isso eis que eu vos ajuntarei no meio de Jerusalém.” É clara a evidência de que isso se aplica ao contexto
dali, enquanto nenhuma prova pode ser dada para mostrar que tem validade até aqui, onde os Adventistas o
aplicam.
Tornei-me plenamente convencido de que a teoria do sétimo dia só é sustentada com tais suposições
desprovidas de fundamento; por argumentos com rodeios de palavras e artificiais. Quando você procura por
toda a Bíblia uma declaração direta exigindo que os gentios guardem o Sábado, ela não pode ser encontrada.
Ela tem que ser deduzida disso; argumentada daquilo e concluída de outra parte – tudo suposição, nada
direto. Portanto, o Velho Testamento não fornece evidência para que os Cristãos devam guardar o Sábado.
Se tal prova fosse encontrada, ela deveria estar no próprio Novo Testamento.
110
CAPÍTULO XIV
1. Não terás outros deuses diante de mim (Êx. 1. Vos anunciamos que vos convertais dessas
20:3). vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, a terra e o mar
(Atos 14:15).
2. Não farás para ti imagem de escultura; não te 2. Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. (1 João
encurvarás a elas nem as servirás (Êx. 20:4, 5). 5:21)
111
3. Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em 3. Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem
vão (Êx. 20:7). pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer outro
juramento (Tiago 5:12).
4. Lembra-te do dia de Sábado, para o santificar 4. Não existe mandamento em todo o Novo Tes-
(Êx. 20:8). tamento para guardar o sétimo dia.
5. Honra a teu pai e a tua mãe (Êx. 20:12). 5. Vós, filhos, sedes obedientes a vossos pais no
Senhor, porque isto é justo (Efé. 6:1).
7. Não adulterarás (Êx. 20: 14). 7. Nem fornicadores, nem os idólatras, nem os
adúlteros... herdarão o reino de Deus (1 Cor. 6:9-10).
8. Não roubarás (Êx. 20: 15). 8. Não furte mais (Efé. 4:28).
9. Não dirás falso testemunho (Êx. 20:16). 9. Não mintais (Col. 3:9).
10. Não cobiçarás (Êx. 20:17). 10. A avareza, nem ainda se nomeie entre nós
(Efé. 5:3).
O dever dos homens de adorar unicamente ao Senhor Deus, tal como ensinado no primeiro mandamento,
é encontrado não menos do que cinquenta vezes no Novo Testamento. A idolatria, que é o segundo
mandamento, é condenada doze vezes. Blasfêmia, o terceiro mandamento, é mencionada expressamente
quatro vezes. Honrar teu pai e mãe, que é o quinto mandamento, é ensinado pelo menos seis vezes. Matar,
que é a sexta proibição, é condenado doze vezes. Roubar, o oitavo, seis vezes. Falso testemunho, o nono,
quatro vezes. Cobiça, o décimo, nove vezes.
Agora, com estes fatos diante de nós, como pode haver qualquer perigo de que a lei de Deus possa
tornar-se vã? Outro fato notável é que o quarto mandamento não está repetido no Novo Testamento; nunca
foi ordenado a um Cristão que o observasse; nenhum Cristão jamais foi exortado pela quebra do Sábado.
Repetidamente por todo o Novo Testamento longas listas de pecados abrangendo cada sombra possível de
iniquidade nos são apresentadas, mas a desconsideração do sétimo dia nunca foi incluída. Assim: Marcos,
7:21-22, treze pecados; Rom. 1:29-31, dezenove pecados; Gál. 5:19-21, dezessete pecados; 2 Tim. 3:1-4,
dezoito pecados, etc. Como é isto? Os Sabatistas teriam deixado o Novo Testamento assim?
Por mais estranho que pareça, o dever de guardar o sétimo dia não é mencionado nenhuma vez em todo o
Novo Testamento. Não existe uma única ordem vinda de Cristo ou de algum dos apóstolos para guardar este
dia. Nenhuma vez é mencionado que é errado trabalhar no sétimo dia ou que Deus abençoará qualquer um
por observá-lo. Não existe promessa por guardá-lo, nem ameaça por não guardá-lo. Ninguém jamais é
reprovado por trabalhar no sétimo dia, nem aprovado por não trabalhar. Se desconsiderar o sétimo dia é uma
transgressão tão grande como defendem os Adventistas, é inexplicável que nem uma única vez tenha sido
dado algum alerta em todo o Novo Testamento. Todo este silêncio é meramente acidental? Os Adventistas
são obrigados a crer deste modo, mas a suposição é absurda. Evidentemente o Sábado foi deixado de fora
propositalmente da mesma forma que o pentecostes, páscoa, luas novas, sacrifícios e coisas semelhantes.
Paulo, em todas as suas quatorze epístolas, nunca menciona o Sábado, a não ser uma vez, e esta apenas para
mostrar a sua abolição (Col. 2:16). Que contraste com a literatura Adventista!
A resposta usual é que os Judeus já estavam guardando o Sábado de forma bem rigorosa, e por isso os
Cristãos Judeus não precisavam de instruções sobre este ponto. Mas esta resposta não é satisfatória. Os
Judeus eram igualmente bem rígidos na oposição aos falsos deuses e imagens, e ainda assim os Cristãos são
alertados diversas vezes contra tais coisas. Assim Paulo diz: “Não vos façais, pois, idólatras”, e “Fugi da
idolatria” (1 Cor. 10:7, 14). Mas onde está dito: “Guardai o sétimo dia” ou “Fugi da quebra do Sábado”?
Além disso, o grande corpo dos Cristãos convertidos nos anos posteriores do Evangelho era composto de
Gentios que jamais haviam guardado o sétimo dia de alguma forma. Por que eles não deveriam ser instruídos
sobre como guardá-lo? Por que eles tiveram de ser alertados repetidamente contra todas as outras práticas
112
pecaminosas da sua vida antiga, mas nunca foram alertados contra quebrar o Sábado, como eles certamente
faziam antes de se converterem? Esta era uma questão que eu nunca fui capaz de responder satisfatoriamente
para mim mesmo enquanto guardava o sétimo dia. O fato simples e claro é que não era a intenção impor o
Sábado Judaico sobre a igreja Cristã. Consequentemente, deixou-se que ele fosse lentamente abandonado
juntamente com os outros dias sagrados e instituições da antiga aliança.
Os argumentos retirados do Novo Testamento para a observância do sétimo dia são poucos e não difíceis
de replicar. Vamos examinar os principais.
113
2) “Os sacerdotes no templo violam o Sábado e ficam sem culpa” (verso 5). Eles matavam o gado todo o
dia de Sábado. Seu serviço era superior ao Sábado.
3) Se uma ovelha caía numa cova no Sábado, eles iriam se esforçar muito para retirá-la. A preservação
da vida animal era superior ao Sábado. Eu já vi Adventistas trabalharem arduamente durante o Sábado, no
caso de um incêndio, para salvar apenas bens materiais, embora a lei diga, “Nele não farás trabalho algum.”
Eles ousariam violar a letra de qualquer outro mandamento deste modo? Não. Certamente, então, com o
próprio Jesus sendo juiz, a observância da letra estrita da lei do Sábado não é uma questão da maior
importância. Esta é a lição claramente ensinada aqui por Cristo, o Senhor do Sábado. Ela condena justamente
a interpretação rígida dos Sabatistas, que fazem o Sábado ser mais importante do que o próprio homem, para
quem o mesmo foi feito.
4) O Sábado foi feito para o homem, e assim as necessidades do homem estão acima da lei do Sábado.
Portanto, este texto, quando lido honestamente, não fornece suporte para a sacralidade do Sábado Judaico
sob o Evangelho.
MATEUS 24:20.
Como este é um dos seus textos favoritos, iremos examiná-lo.
Predizendo a queda de Jerusalém, que ocorreu quarenta anos após sua morte, Jesus disse que quando eles
vissem os exércitos circundarem a cidade deveriam fugir imediatamente ou seriam capturados na cidade e
pereceriam com os outros. Por isso ele disse “E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa
da sua casa; e quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. Mas ai das grávidas e das que
amamentam naqueles dias! E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no Sábado. Porque
haverá então grande tribulação.” (Mat. 24: 17-21).
A partir disto é argumentado que o Sábado continuaria a ser um dia sagrado após a ressurreição. Os
Adventistas admitem que não seria uma violação do Sábado fugir naquele dia em caso de necessidade. Então
onde está o argumento no texto? Se a fuga para salvar suas vidas ocorresse no Sábado, isto profanaria o dia?
Eles reconhecem que não. Por conseguinte, não era a sacralidade do dia aquilo o que Jesus tinha em vista.
O contexto mostra de forma clara que era sobre a segurança que ele estava ministrando, não sobre
guardar o dia. A observância apropriada do Sábado não é de forma alguma o assunto. Os perigos e
tribulações daquele tempo eram o assunto. Observe quatro pontos: 1. Aqueles com crianças. 2) Aqueles
com bebês de colo. 3) Fugindo no inverno. 4) Fugindo no Sábado. Se eles tivessem que fugir
repentinamente – com pressa e sem preparação, até mesmo sem suas roupas habituais, mulheres com
crianças ou com bebês ou pessoas no frio do inverno – seriam capaz de sofrer ou morrer. Logo, em todos
estes três casos Jesus se refere à inconveniência e ao perigo da sua fuga; e é exatamente por isso que ele
menciona o Sábado. Naquele dia os portões da cidade estariam fechados e assim ficariam impedidos de
retornar. Os portões de todas as vilas através das quais eles teriam de passar estariam fechados. Os Judeus
suspeitariam deles e os prenderiam como traidores. Assim seria perigoso, quase impossível, fugir naquele
dia. Uma pessoa sincera pode ver que isso é tudo o que existe para o texto. Disto eu me tornei convencido
algum tempo antes de desistir do Sábado, e assim parei de usar o texto.
114
Tome três exemplos: “E cumprindo-se o dia de Pentecostes”, (Atos 2:1). “E eram os dias dos pães
ázimos”, (Atos 12:3). “Entrando na sinagoga, num dia de Sábado”, (Atos 13:14). Aqui, muito depois da cruz,
nós temos os mesmos nomes antigos para três dos dias santos Judaicos, a saber, Pentecostes, Dias dos Pães
Ázimos e Dia de Sábado. Todos estes dias ainda eram dias santos pelo fato de ainda serem chamados por
seus antigos nomes? Se fosse assim, então deveríamos observar o Pentecostes, os dias dos pães ázimos,
como também guardar o Sábado. Portanto, não existe força no argumento do uso da palavra Sábado depois
da cruz. O dia da ressurreição não era chamado de Sábado no Novo Testamento e tampouco pelos Cristãos
por centenas de anos após Cristo. Ele era chamado de “Dia do Senhor” (Apoc. 1:10).
“O Sábado” era o nome do dia de descanso Judaico, “que era uma sombra das coisas futuras” (Col. 2:16-
17); mas o dia da ressurreição é outro dia inteiramente diferente. Ele é chamado “o primeiro dia da semana”,
“o oitavo dia” ou o “Dia do Senhor.” É apenas num sentido adaptado que ele agora é chamado Sábado, tal
como usamos as palavras “altar”, “santuário”, “templo”, “sacrifício”, “Israel”, etc.
115
distintivamente Cristão sob estas circunstâncias. Eles tinham que se reunir para adorarem a Jesus e
participarem da ceia do Senhor, e é exatamente isso que os encontramos fazendo no primeiro dia da semana
(Atos 20:7). Não existe registro de uma única reunião de Cristãos Gentios no sétimo dia, nem de Cristãos
Judeus, exceto na adoração Judaica.
Considere uns poucos fatos quanto ao por que de os Judeus Cristãos não desistirem imediatamente da
observância da lei Mosaica, e sobre a forma como Jesus desvendou gradualmente suas novas doutrinas até
mesmo para os apóstolos escolhidos. Às multidões ele falou apenas por parábolas “segundo o que podiam
compreender” (Marc. 4:33). Houvesse Jesus falado tudo de uma vez e dito expressamente ao povo a
mudança radical que iria trazer e fazer no sistema Judaico de adoração, eles o teriam matado imediatamente.
Sem dúvida até mesmo os apóstolos o teriam deixado.
Durante todo o ministério do nosso Senhor, nada ficou mais evidente do que o fato de que ele estava
gradualmente, mas cautelosamente, preparando as mentes de seus discípulos para a grande mudança que o
seu Evangelho estava destinado a fazer na adoração a Deus. Os grandes obstáculos que ele haveria de
encontrar eram suas visões estreitas, suas obstinações pelas formas, cerimônias, a letra da lei e concepções
Judaicas do reino de Deus. Estabelecer o trono de Davi, subjugar o mundo a Israel e levar adiante o modo
Judaico de adoração com o culto no templo – esta ideia estava tão firmemente enraizada, até na mente dos
apóstolos, que eles não podiam compreender a Jesus mesmo quando este lhes falava abertamente o contrário.
Por isso o Salvador simplesmente deixou que eles superassem essas ideias à medida que assimilassem a
natureza plena do seu Evangelho, a qual lhes estava oculta e que se desvendou após a sua ressurreição,
ascensão e a descida do Espírito Santo. Pouco antes de morrer, Jesus disse: “Ainda tenho muito que vos
dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em
toda a verdade.” (João 16:12-13). Quantas vezes ele teve que dizer a eles, “Ó néscios, e tardos de coração
para crer.” (Luc. 24:25). “Até vós mesmos estais sem entender?” (Mat. 15:16).
Durante todo o ministério de Cristo ele nenhuma vez declarou diretamente que algum dos ritos Judaicos
seria abolido, nem mesmo os sacrifícios, o culto do templo, circuncisão, os dias de festa ou nada. Contudo,
ele sabia muito bem que tudo isto terminaria em breve e planejou para que assim fosse. Na época nem o
povo ou seus discípulos estavam preparados para tal anúncio. Por isso ele deixou estas coisas para que eles
aprendessem mais tarde. São nas epístolas de Paulo que essas mudanças são declaradas mais distintamente,
justamente onde encontramos o Sábado Judaico revogado.
Quarenta dias após a ressurreição ainda encontramos os discípulos se apegando à antiga ideia Judaica de
um reino temporal de Jesus em Jerusalém. “Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?” (Atos. 1:16).
Sabendo que era impossível corrigir suas noções erradas por uma mera declaração, Jesus deixou que
superassem esses erros na medida em que aprendiam mais do Evangelho. Agora siga-os pelo livro de Atos e
observe quão longa e tenazmente eles persistiam em todas as observâncias da antiga lei Judaica, não apenas
no Sábado, mas em todo o culto do templo e cerimônias da lei Mosaica. No Pentecostes encontramo-los
guardando o dia sagrado com outros Judeus (Atos 2). Cerca de dez anos após a ressurreição, eles estavam
“pregando a palavra apenas para os Judeus.” (Atos 11:19). Eles não cogitaram em pregar algum sermão para
um Gentio até que Deus, por um milagre especial, enviasse Pedro a Cornélio (Atos 10). Nesta mesma época
tardia Pedro observava escrupulosamente a lei Mosaica de alimentos. Ele disse, “nunca comi coisa alguma
comum e imunda.” (verso 14), e tinha a intenção de continuar observando-a. E quando o Espírito Santo veio
sobre os Gentios, os discípulos ficaram atônitos “porque sobre os Gentios também foi derramado o dom do
Espírito Santo.” (verso 45). Quando ele retornou à Jerusalém, toda a igreja estava em tumulto por causa
disso. “E quando Pedro subiu à Jerusalém, aqueles que eram da circuncisão contenderam com ele, dizendo:
Entraste em casa de homens incircuncisos e comeste com eles.” (Atos 11:2-3).
Até este tempo, então, encontramos a igreja em Jerusalém com Pedro como seu cabeça ainda guardando
a lei Judaica relativa aos alimentos e recusando-se a comer com os Gentios. Agora estude o grande concílio
de Jerusalém, realizado cerca de vinte anos após a ressurreição (Atos 15). Não apenas toda a igreja na Judeia
guardava inteiramente a lei Mosaica em todos os seus ritos, incluindo a circuncisão, mas alguns deles se
empenhavam para impô-la também aos Gentios convertidos (versos 1-19). Mas através da influência de
Paulo, este movimento foi derrotado. Se não tivesse sido assim, na providência de Deus com Paulo sendo
levantado para se opor a ele, toda a igreja Cristã teria sido colocada sob a escravidão da lei Mosaica.
Conforme decidido, o concílio liberou apenas os gentios convertidos da obediência da lei de Moisés (Atos
15:19, 23; 2125). Todos os Judeus Cristão continuaram guardando-a.
116
Por volta de 60 D. C., ou cerca de trinta anos depois da cruz, nós ainda encontramos toda a igreja Judaica
na Judeia guardando estritamente a lei de Moisés quanto a circuncisão, ofertas, votos, raspar a cabeça, etc.
Não apenas eles observavam todos esses ritos da antiga lei, mas exigiam que todos os Cristãos Judeus
através do mundo fizessem o mesmo. Quando Paulo subiu à Jerusalém apenas uns poucos anos antes de sua
morte, eles exigiram dele um testemunho de que também guardava todos esses ritos. Leia atenciosamente
Atos 21:20-26.
Estas palavras mostram conclusivamente que os Judeus Cristãos observavam todos os ritos da lei de
Moisés naquela época, poucos anos antes da queda de Jerusalém. Todos os historiadores da igreja concordam
que os Judeus Cristãos continuaram a observar o sétimo dia até algum tempo depois da queda de Jerusalém,
como temos visto.
Philip Schaff, o maior dos autores vivos, em seu History of the Apostolical Church, pág. 118, diz: “Tanto
quanto sabemos os Judeus Cristãos da primeira geração, ao menos na Palestina, observavam escrituralmente
o Sábado, as festas Judaicas anuais e todo o ritual Mosaico; e celebravam em adição a tudo isso o Domingo
Cristão, a morte e ressurreição do Senhor e a santa ceia. Mas esta união foi gradualmente enfraquecendo, e
ao final foi inteiramente quebrada pela destruição do templo... O Sábado Judaico tornou-se em Domingo
Cristão.” O Ancião Waggoner, Adventista, diz: “Dr. Schaff é com justiça considerado um homem de elevada
erudição, e cujo testemunho com relação aos fatos ninguém iria pôr em dúvida.” (Replies to Canright, pág.
132). Bom. Agora deixe-os aceitarem a declaração do Dr. Schaff e que parem com suas negações.
O Ancião Butler, Adventista, diz corretamente: “Na verdade, pode ser colocado em dúvida se uma ampla
parcela da igreja primitiva, que eram Judeus antes da conversão, tenha em algum momento compreendido
plenamente o escopo e extensão do Evangelho, para pôr de lado as leis particularmente Judaicas. Eles
estavam apegados a elas e foram zelosos por elas durante muito tempo depois de serem abolidas na cruz.”
Com Paulo estamos em dívida, por meio da bênção de Deus, pela única explanação completa da relação
adequada destas leis para a plena salvação.” (Law in Galatians, pág. 8).
Quanto, então, existe de prova em favor do Sábado Judaico pelo fato de o encontrarmos ainda sendo
chamado de “o Sábado”, ou porque ainda era guardado pelos Judeus Cristãos, ou mesmo pelo próprio Paulo?
Exatamente nada, pois pelo mesmo argumento, como vimos, teríamos que observar a páscoa, o pentecostes,
oferecer oferendas, fazer votos, raspar as cabeças, circuncidar e guardar todos os ritos da lei Mosaica da
mesma forma que os discípulos fizeram durante anos.
117
embora dissesse que “a circuncisão não é nada.” (1 Cor. 7:19). Pela mesma razão ele guardou o Pentecostes
(Atos 18:21; 20:16); raspou sua cabeça (Atos 18:8); fez ofertas (Atos 21:20-26) e viveu o mesmo que os
Judeus viviam, embora soubesse e ensinasse que todas essas coisas haviam passado.
Agora suponha que pudesse ser demonstrado que Paulo sempre guardou o Sábado. Iria isto provar que
ele considerava a prática como sendo obrigatória para todos os Cristãos, especialmente para os Gentios
Cristãos? Certamente que não. Para estes ele escreveu mui claramente que eles não deveriam guardar a lei
concernente aos alimentos, bebidas, dias de festa, luas novas e dias de Sábado (ver Col. 2:14-17; Rom. 14:1-
5; Gál. 4:10). Ele ensinou com relação a tudo isso exatamente como o fez sobre a circuncisão (Gál. 5:2) –
que nada disso era necessário, embora ele mesmo tenha circuncidado Timóteo.
Examinaremos agora cada texto onde é dito que Paulo guardou o Sábado.
Atos 13: 14-15. “E entrando na sinagoga, num dia de Sábado, assentaram-se. E após a leitura da lei e dos
profetas” ele foi convidado a pregar para eles, o que fez. Isso aconteceu com os Judeus, na adoração Judaica,
na sinagoga Judaica, no Sábado Judaico. Paulo, como um Judeu, juntou-se a eles nisto, de modo a pregar o
Evangelho para eles. Logo, versos 42-46, no próximo Sábado e se encontrou novamente com eles no mesmo
lugar e para o mesmo propósito. Estes foram dois Sábados que Paulo guardou.
Atos 16:13. “E no dia de Sábado saímos fora das portas, para a beira do rio, onde se costumava fazer
orações”, ou melhor, onde existia uma proseuche, uma casa Judaica de oração. Desta forma temos no siríaco
e no grego. Ali ele encontrou mulheres Judias em adoração e pregou de Jesus para elas. Este foi o terceiro
Sábado que ele guardou.
Atos 17:1-2. Paulo “chegou a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de Judeus... e por três Sábados
disputou com eles.” Aqui novamente ele estava na adoração Judaica, entre os Judeus, em sua sinagoga, em
seu Sábado. Mais três Sábados aqui; seis até agora.
Atos 18:1-4. Paulo está novamente entre os Judeus “E todos os Sábados disputava na sinagoga, e
convencia a Judeus e Gregos.” O mesmo de antes; na sua guarda do Sábado em cada situação ele está entre
os Judeus em sua adoração no Sábado. Mas, quantos Sábados ele se encontrou com eles ali? O verso 11 diz:
Paulo permaneceu em Corinto “um ano e seis meses”, o que seriam 78 semanas. Por isso os Adventistas
dizem que ele guardou 78 Sábado ali. Estes, somando-se aos seis anteriores, totalizam 84. Mas os versos 6 e
7 mostram um quadro diferente sobre a matéria. Em vez de disputar na sinagora em cada Sábado todo esse
tempo, ele se retirou dos Judeus e disse, “Desde agora parto para os Gentios.” Então ele foi para a casa de
Justo, perto da sinagoga. Portanto, não existe evidência de que ele tenha pregado na sinagoga mais do que
uns poucos Sábados. Logo, seus 84 Sábados que Paulo guardou reduzem-se para dez ou uma dúzia, e todos
estes foram com os Judeus na adoração Judaica. E isso ele mesmo explica, dizendo: “E fiz-me como Judeu
para que pudesse ganhar os Judeus.” (1 Cor. 9:20).
Nem um único caso pode ser encontrado onde Paulo guardasse o Sábado numa assembleia Cristã, nem
isto é mencionado de alguma forma em conexão com encontros Cristãos, ao mesmo tempo em que é dito que
os discípulos se reuniam no primeiro dia da semana. Marque isto: “Onde quer que os apóstolos tenham
entrado em sinagogas Judaicas no Sábado para pregar, isso foi antes de a igreja Cristã ser plantada em tais
lugares.”
PAULO NÃO FEZ NADA CONTRA OS COSTUMES DOS JUDEUS; POR ISSO ELE
GUARDOU O SÁBADO.
Em Atos 25:8, Paulo diz que não havia feito nada “contra a lei dos Judeus”, e em Atos 28:17 diz que não
havia “cometido nada contra o povo ou os costumes de nossos pais.” A partir disto é afirmado que ele deve
ter guardado o Sábado, pois este estava na lei e costumes dos pais. Verdade, mas igualmente era costume dos
pais circuncidar, oferecer sacrifícios, guardar as luas novas, festas anuais, etc. Consequentemente, Paulo
deve ter feito tudo isso. Deveríamos nós, então, fazer todas essas coisas pelo fato de Paulo tê-las feito como
um Judeu fazia? Dificilmente. Observe que quase todos os argumentos se aplicam igualmente para toda a lei
Judaica e imporiam todo o sistema sobre os Cristãos!
118
CAPÍTULO XV
1. Nós agora vamos para a declaração direta de Paulo de que o Sábado foi abolido (Col. 2:14, 16, 17).
“Havendo riscado a cédula que era contra nós, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio
de nós, cravando-a na cruz... Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias
de festa, ou da lua nova, ou dos Sábados; que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.”
Juntamente com outras ordenanças Judaicas, o Sábado foi riscado e cravado na cruz; por isso nenhum
homem pode julgar sobre guardar “os dias de Sábado.” A declaração é positiva e clara. Quando eu guardava
o sétimo dia, este texto sempre me deixava perplexo, como acontece com meus irmãos do Advento agora,
digam o que quiserem. Paulo nomeia diretamente “o Sábado” ou “os dias de Sábado”, pois não existe
diferença, como entre as sombras que passaram.
2. É dito por alguns que “os dias de Sábado”, número plural, não é o mesmo que “o Sábado”, número
singular, e por isso não se trata do Sábado semanal. Esta é uma objeção sem fundamento, pois ambos, os
números singular e o plural, são usados indiferentemente para o Sábado semanal. Assim, o Greenfield's
Greek N. T. Lexicon, diz: “Sabbaton, O Sábado... ambos no singular e plural.” Bagster's Greek Lexicon, diz:
“O Sábado Judaico, ambos no singular e plural.” Tão claro é este fato que mesmo o Ancião Smith,
Adventista, é obrigado a admiti-lo, embora tente salvar sua teoria excluindo Col. 2 e Atos 17:2, mas sem
razão. Ele diz: “Quando ele [Sabbaton] é usado na forma plural [excetuando Atos 17:2 e Col. 2:16], significa
exatamente o mesmo como se tivesse sido escrito no singular.” (Greek Falsehood, pág. 8). Col. 2:16 não é
uma exceção à regra. Em Atos 17:2, a palavra três é o que caracteriza o plural. A Revised Version apresenta
corretamente Col. 2:16 no singular, assim: “Ninguém vos julgue com respeito ao dia de Sábado”, número
singular. A tradução de Sawyer, diz: “Com respeito a uma festa, ou lua nova, ou Sábado”, singular. A Bible
Union, diz: “De um dia de festa, ou de uma lua nova, ou de um Sábado”, singular.
Umas poucas citações mostrarão que ambos os números, singular e plural, são usados para o Sábado
semanal. “Certamente guardareis meus Sábados [plural]; porquanto ele [singular] é um sinal entre mim e
vós.” (Êx. 31:13). Este é o Sábado semanal. “Guardará meus Sábados.” (Lev. 19:3). “Além dos Sábados do
Senhor.” (Lev. 23:38). Os Adventistas dizem que este é o Sábado semanal. “Abençoado é o homem que...
guarda o Sábado”, “os eunucos que guardam os meus Sábados.” (Isa. 56:2-4). Tanto no singular como no
plural, nenhuma diferença. “E lhes dei os meus Sábados, para que servissem de sinal.” (Ez. 20:12). Este é o
Sábado semanal, como os Adventistas bem sabem. “Aos Sábados [plural] os sacerdotes no templo violam o
Sábado [singular].” (Mat. 12:5). Aqui temos no mesmo verso tanto o plural quanto o singular usados para o
Sábado semanal. “É lícito curar nos Sábados?” (Mat. 12:10). “E os ensinava nos Sábados.” (Lucas 4:31).
“Por três Sábados disputou com eles.” (Atos 17:2). “Ninguém vos julgue... por causa dos Sábados.” (Col.
2:16).
Quem pode ler esta lista de textos e não ficar profundamente impressionado que, por “dias de Sábados”
de Col. 2:16, Paulo se refere exatamente à mesma linguagem usada em todos os outros casos? É claro que ele
usou, e nenhuma outra aplicação coerente pode ser feita do texto.
3. No grego, no qual Paulo escreveu Col. 2:16, ele não apenas usa a mesma palavra que é sempre usada
para o Sábado semanal, mas exatamente a mesma forma da palavra usada no próprio quarto mandamento!
Darei a palavra grega para “dias de Sábados” em Col. 2:16 e outros textos onde a mesma palavra e a mesma
forma da palavra, letra por letra, é usada para o Sábado semanal (Col. 2:16). “Ninguém vos julgue por causa
dos Sábados”, grego, sabbatown, Sabbaton, genitivo plural.
119
Êx. 20:8, 10, quarto mandamento, “Lembra-te do dia de Sábado [grego, sabbatown, Sabbaton, genitivo
plural], para o santificar.” “Mas o sétimo dia é o Sábado [grego, sabbata, Sabbata, acusativo plural] do
Senhor.” Vemos aqui que Paulo usa a mesma palavra grega, letra por letra, que é usada no decálogo.
Portanto, seguramente ele se referiu ao próprio dia de Sábado. Observe ainda que em cada caso no quarto
mandamento onde a palavra “Sábado” ocorre, ela está em plural no grego.
Logo, se o uso do plural em Col. 2 mostra alguma coisa, ele mostra que significa o Sábado do decálogo.
Além disso, a Revised Version traduz Êx. 20:10 e Col. 2:16 exatamente do mesmo modo. Assim: “O sétimo
dia é um Sábado do Senhor.” “Nenhum homem julgue a ti com respeito a 'um Sábado.'” Claramente, então,
Col. 2:16 se refere ao Sábado de Êx. 20:8-11.
Além disso, sabbatown, Sabbaton, genitivo plural, a forma da palavra usada em Col. 2:16, é a única
usada com frequência em outros textos para o Sábado semanal. Assim:
Êx. 35:3 - “Não acendereis fogo... no dia do Sábado [ sabbatown].”
Lev. 23:38 - “Além dos Sábados [sabbatown ] do Senhor.”
Lev. 24:8 - “Em cada dia de Sábado [sabbatown], isto se porá em ordem.”
Núm. 15:32 - “apanhando lenha no dia de Sábado [sabbatown].”
Núm. 28:9 - “No dia de Sábado [sabbatown], dois cordeiros.”
Deut. 5:12, quarto mandamento novamente, “Guarda o dia de Sábado [ sabbatown].”
Mat. 28:1 - “E, no fim do Sábado [sabbatown ].”
Luc. 4:16 - “Entrou na sinagoga num dia de Sábado [ sabbatown].”
Atos 13:14 - “Entrando na sinagoga num dia de Sábado [sabbatown].”
Col. 2:16 - “nenhum homem te julgue... com respeito aos dias de Sábados [ sabbatown ].”
A menos que um homem esteja cego por uma teoria de estimação, ele tem de ver que Col. 2:16
seguramente significa o Sábado semanal, como em todos os outros textos onde a mesma palavra ocorre.
4. A única palavra utilizada na Bíblia para o Sábado semanal é a própria palavra que Paulo usou,
Sabbaton. Portanto, se ele quisesse indicar este Sábado, que outra palavra poderia ter dito que não fosse a
mesma que ele disse, Sábados? Por que, então, negar que ele quis dar a entender exatamente o que falou,
quando não poderia ter dito nada mais além do que disse para o Sábado?
5. A palavra Sábado ocorre 60 vezes no Novo Testamento. Os Adventistas do Sétimo Dia admitem que
em 59 destes 60 casos ela significa o Sábado semanal; mas no sexagésimo caso, onde exatamente a mesma
palavra é usada tanto no grego quanto no inglês, como temos visto, eles dizem que ela significa uma outra
coisa. Não é isto espantoso? Ouçam-nos: “No Novo Testamento, o Sábado do Senhor é mencionado 59
vezes; e os Sábados locais, os que expiraram pela limitação e cessaram na cruz, é mencionado uma vez.”
(Scripture References, pág. 9). É estranho que o Sábado signifique Sábado 59 vezes e na sexagésima não
signifique! “As festas Judaicas são mencionadas com frequência no Novo Testamento, mas em nenhuma
parte alguma delas é chamada um Sábado ou revestida com a natureza de um Sábado.” (The Sabbath for
Man, pág. 544).
6. “Os dias de festa e luas novas” de Col. 2:16 incluem todos os dias santos dos Judeus, exceto o Sábado
semanal; por isso não resta nada mais a que se possa aplicar que não seja ao Sábado. A lista inteira é dada em
Núm. 28 e 29.
7. Mas o que estabelece além de qualquer dúvida coerente o fato de Col. 2:16 se referir aos Sábados
semanais, é que exatamente a mesma lista de dias santos fornecida por Paulo ali é dada cerca de doze vezes
no Velho Testamento, onde sabemos que significa o sétimo dia.
Volte para Núm. 28 e 29, e você tem uma lei detalhada quanto a quais ofertas deveriam ser feitas em
cada dia durante todo o ano. A primeira era as ofertas diárias de “dois cordeiros”, dia a dia, para uma oferta
queimada contínua. “O cordeiro deves oferecer pela manhã, e o outro cordeiro oferecerás ao entardecer.”
(versos 3 e 4). A segunda era as ofertas no Sábado. “E no dia de Sábado dois cordeiros de um ano sem
mácula.” (versos 9 e 10). Ninguém irá negar este era o sábado semanal. Terceira, no próximo verso vêm as
120
luas novas. “E no começo dos seus meses oferecerás uma oferta queimada ao Senhor.” (versos 11-15). A
quarta se refere aos dias de festa anuais. “E no décimo quarto dia do primeiro mês é a páscoa do Senhor.”
(verso 16). Então segue-se uma lista completa de todos os dias de festa anuais, terminando com estas
palavras, “Estas coisas fareis ao Senhor nas vossas solenidades.” (Núm 29:39).
Temos aqui a lei para as ofertas diária, semanal, mensal e anual; ou, aquelas em cada dia, nos Sábados
semanais, nas luas novas e nos dias de festa anuais. Agora leia os textos seguintes e observe como essa lista
de ofertas diárias, ofertas nos Sábados, nas luas novas e no conjunto de festas, como declarada na lei de
Moisés, é repetidamente mencionada de forma quase exata nas palavras de Col. 2:16.
1 Crôn. 23:30-31: “E para estarem cada manhã em pé para louvarem e celebrarem ao Senhor; e
semelhantemente à tarde; e para oferecerem os sacrifícios do Senhor, aos Sábados, nas luas novas, e nas
solenidades, segundo o seu número e costume, continuamente perante o Senhor.” Aqui está uma referência
direta às ofertas diárias, ofertas nos Sábados semanais, luas novas e conjunto de festas, tal como ordenado
em Núm. 28 e 29. Poderia alguém duvidar que “Sábados” aqui são os Sábados semanais, o mesmo que lá?
Certamente não.
2 Crôn. 2:4: “Eis que estou para edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus, para lhe consagrar,
para queimar perante ele incenso aromático, e para a apresentação contínua do pão da proposição, para as
ofertas queimadas da manhã e da tarde [diária], nos Sábados [semanal] e nas luas novas [mensal], e nas
festividades solenes [anual] do Senhor.” Precisamente a mesma lista novamente e na mesma ordem, e, por
consequência, os Sábados semanais são os nomeados. Além disso, seria absurdo supor que Salomão
mencionaria todos os outros dias santos menores, mas não dissesse nada sobre o principal de todos os dias,
os Sábados semanais. Qualquer homem sincero admitirá que “Sábados” aqui são os Sábados semanais, e
assim eles são em todas as passagens seguintes.
2 Crôn. 8:13: “E isto seguindo a ordem de cada dia [diário, novamente], fazendo ofertas conforme o
mandamento de Moisés, nos Sábados [semanal] e nas luas novas [mensal], e nas festas solenes [anual], três
vezes no ano.” A mesma lista e ordem como antes.
2 Crôn. 31:3: “Holocaustos da manhã e da tarde, e para os holocaustos dos Sábados, e das luas novas, e
das festas solenes; como está escrito na lei do Senhor.” A mesma lista novamente; ofertas diária, semanal,
mensal e anual, exatamente na ordem como viriam naturalmente, e exatamente com dado “na lei do Senhor.”
(Núm. 28 e 29). Mas, se os “Sábados” não são os Sábados semanais, então o Senhor indica as ofertas diária,
mensal e anual, mas omite as ofertas semanais. Qualquer homem pensante sabe que tal interpretação é falsa.
Mas este é o único modo para que a interpretação dos Sábados de festa possam ser salvos da lista de Paulo
em Col. 2:16, pois estes Sábados, aos quais ele se refere, são os mesmos que todos mencionados – semanais.
Como o objetivo nessas passagens é fazer menção ao culto a Deus, que deveria ser executado em cada um
dos dias santos, seria absurdo supor que todos os outros dias sagrados de todo o ano seriam cuidadosamente
mencionados repetidamente, ao passo que nenhuma referência de qualquer tipo seria feita para os Sábados
semanais, os mais importantes e mais numerosos de todos os dias sagrados.
Nee. 10:33: “Para os pães da proposição, para a contínua oferta de alimentos, e para o contínuo
holocausto dos Sábados, das luas novas, para as festas solenes.” A mesma lista novamente – diário, semanal,
mensal e anual. Ou aqui está se referindo aos Sábados semanais, ou então a referência a adoração a Deus no
Sábado é sempre estudadamente evitada, enquanto todo o resto é cuidadosamente mencionado. A evidência é
clara demais para se enganar.
Ez. 45:17: “As libações, nas festas, e nas luas novas, e nos Sábados.” Aqui estão nomeados exatamente
os mesmos dias que Paulo dá em Col. 2:16, e na mesma ordem; anual, mensal, semanal.
Osé. 2:11: “E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus Sábados, e todas
as festas solenes.” A mesma lista de dias santos que temos vezes e mais vezes, onde sabemos que o Sábado
significa o sétimo dia.
Col. 2:16: “Portanto, não deixe nenhum homem julgar você em comer ou em beber, ou em respeito a um
dia de festa (Rev. Version), ou de lua nova, ou de dias de Sábado.” Aqui, como antes, estão os dias santos
anuais, mensais e semanais, exatamente como estabelecido na lei onde sabemos que se menciona os Sábados
semanais. É evidente que Paulo tinha em sua mente a lista dos dias santos tão frequentemente dada no Velho
Testamento, onde o Sábado está incluído.
121
As palavras “os dias de Sábado” certamente abrangem os Sábados semanais, a menos que eles fossem
especialmente nomeados como exceção. Mas não é feita nenhuma exceção. Consequentemente, temos que
aplicar o temo como ele é usado na lei, para o sétimo dia.
Osé. 2:11 é uma profecia clara de que todos esses dias santos terminariam exatamente como sabemos que
aconteceu de fato; e em Col. 2:16 está comprovado que eles foram cravados na cruz.
8. Testemunho de outros sobre Col. 2:14-17.
Bunyan: Sobre este texto, John Bunyan, homem que ninguém superou no estudo da sua própria Bíblia,
diz: “Aqui também como ele [Paulo], que serviu outros dias santos como serviu ao Sábado, dá uma liberdade
para os crentes recusarem a observância deste. Tampouco o apóstolo (desde que ele disse, ou do Sábado),
alguém poderia pensar, deixou de fora qualquer buraco no qual a invenção dos homens poderia começar a
cavucar.” Novamente: “O antigo Sábado do sétimo dia está abolido e aniquilado.” (Complete Works, de
Bunyan, pág. 899, 900).
Dr. Scott diz: “Sem dúvida alguma este último está relacionado principalmente com o Sábado semanal, o
qual, como observado no sétimo dia, agora se tornou uma parte da lei Judaica abrogada.”
The Pulpit Commentary diz sobre o texto: “Os dias de Sábado, relacionados com o Sábado Judaico que
era sempre observado no sétimo dia. Se a ordenança do Sábado fosse em qualquer sentido ou forma
obrigatória para a igreja Cristã, teria sido praticamente impossível para o apóstolo ter usado esta linguagem.”
John Wesley: “Com respeito à festa anual, a lua nova ou ao Sábado Judaico semanal.”
Dr. Lee, Metodista: “O apóstolo se refere ao Sábado do sétimo dia e faz com que eles entendam
claramente que não é mais moralmente obrigatório observá-lo... Em 'dia santo' e 'lua nova' ele inclui todas as
outras festas e descansos que poderiam ser chamados de Sábado, não restando nada para ser mencionado por
'dias de Sábado' que não fosse o Sábado do sétimo dia.” (Lee's Theology, pág. 375).
9. Do que dependem os Adventistas do Sétimo Dia, para salvar esse texto da aplicação aos Sábados, é a
afirmação de que havia diversos dias de sábado periódicos ou anuais, e que a linguagem de Paulo deve se
aplicar a estes, ao invés dos Sábados semanais. O Ancião Andrews, em seu “History of the Sabbath”, diz
assim: “Existiam sete sábados anuais”, e então ele nomeia todos os dias de festa Judaicos, como o
pentecostes, o dia da expiação, etc., e cita Lev. 23. É verdade que na nossa versão Inglesa a palavra sábado é
aplicada para quatro destes dias de festa; mas nos voltamos para o grego, no qual Paulo escreveu, e
encontramos que a palavra para “sábado” é sabbaton. É este o termo usado onde a palavra sábado é aplicada
aos dias de festa anuais? Não, exceto em apenas uma situação. O dia da expiação é chamado de sábado
(sabbaton) no grego (Lev. 23:32). “No Velho Testamento nenhum desses dias de festa é alguma vez
denominado Sábado, salvo o dia da expiação.” (Sabbath for Man, pág. 544).
A palavra hebraica para sábado é shabbath. Em apenas esse único exemplo ela é aplicada a um dos
festivais anuais. Mas a palavra “sábado” na versão Inglesa, quando aplicado às festas anuais, vem do termo
grego anapausis, e no hebraico, de shabbathon. Estas palavras não deveriam ser traduzidas para “sábado”,
mas deveriam significar “descanso”, com estão na Revised Version. Assim estão todos os textos lidos na
New Version: “No sétimo mês, no primeiro dia do mês, será um solene descanso para vós.” (Lev. 23:24).
“No primeiro dia será um descanso solene, e no oitavo dia será um descanso.” (verso 39). Analogamente,
também na versão Inglesa do hebraico usado pelos Judeus, estas palavras são traduzidas por descanso, e não
sábado. Assim: “No sétimo mês, no primeiro dia do mês, terás descanso”, não sábado (verso 24). “No
primeiro dia haverá descanso, e no oitavo dia haverá descanso” (verso 39).
Portanto, excetuando os sábados semanais entre todos os dias de festa e dias santos do Velho
Testamento, apenas um único dia em todo o ano é sempre chamado de sábado. Logo não é correto falar de
“os sábados anuais”, e muito menos dizer que existiam sete deles. Havia apenas um, e não mais, e este um
estava incluído nos dias de festa anuais. Mesmo o Ancião Andrews confessa que “os sábados anuais eram
parte e parcela destas festas e não poderiam ter existência até depois que as festas às quais pertenciam terem
sido instituídas. Assim, o primeiro e segundo desses Sábados eram os primeiro e sétimo dias da festa pascal.
O terceiro sábado anual era coincidente com a festa de pentecostes.” (History of the Sabbath, pág, 86). Por
sua própria confissão os dias que ele chama de sábados anuais estavam todos incluídos nas festas anuais e
não poderiam ter existência separada delas. Dias de festa (heortes) é o termo que abrange todos aqueles dias,
como temos visto. Logo “os dias de sábado” (sabbaton) deve ser aplicado apenas aos sábados semanais. Ou,
122
para dizer o mínimo, este termo, sendo primordialmente e quase exclusivamente aplicado aos sábados
semanais, deve incluí-los de qualquer maneira, seja ele aplicado a algo mais ou não.
10. Os Adventistas do Sétimo Dia tentam fazer uma diferença entre “os Sábados do Senhor”, (Lev.
23:38; Êx. 20:10), e “seus Sábados”, (Osé. 2:11). Eles dizem que “seus Sábados” eram os Sábados Judaicos,
dias de festa anuais; mas que o Sábado do Senhor nunca é chamado de seus Sábados. A afirmação é contrária
aos fatos.
Por que os dias santos anuais eram seus dias? Foram os Judeus que os indicaram? Não, o Senhor os
indicou do mesmo modo como fez com o Sábado, e os deu a Israel para os guardarem exatamente como deu-
lhes o Sábado para guardar. Por isso, de um ponto de vista eles são do Senhor, mas de outro eles são seus
dias. São de Deus, porque ele os ordenou; seus, porque foi dado a eles. “Eu lhes dei meus Sábados.” Assim
lemos sobre quase todas as instituições sagradas da Bíblia. Em um lugar é “do Senhor”, e no próximo é
“deles”, “seus” ou “vossos”, mas a mesma instituição todo o tempo. Assim lemos:
Sobre o templo: “Minha casa” (Isa. 56:7); “vossa casa” (Mat. 23:38).
Dos sacrifícios: “Os sacrifícios do Senhor” (Lev. 10:13); “minha oferta, e meu pão para meus sacrifícios”
(Núm. 28:2); “vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos” (Deut. 12:6).
Da lei: “Minha lei” (Jer. 6:19); “vossa lei” (João 10:34).
Agora observe particularmente que os dias de festa são mencionados exatamente da mesma maneira que
o Sábado; isto é, “minhas festas” e “suas festas”, “meus sábados” e “seus sábados.” Assim: “A páscoa do
Senhor” (Êx. 12:11); “a festa do Senhor” (Lev. 23:4); “os sábados do Senhor” (verso 38); “minhas festas”
(verso 2); “meus sábados” (Êx. 31:13); “uma festa ao Senhor” (Lev. 23:41); “o santo Sábado do Senhor”
(Êx. 16:23); “seus dias de festa, suas luas novas e seus Sábados” (Osé. 2:11).
Estas citações são suficientes para mostrar a falácia de tentar fazer uma distinção entre “meus sábados” e
“seus sábados.” O mesmo argumento provaria que “minhas festas” e “suas festas”, “meus sacrifícios” e “seus
sacrifícios”, “minha casa” e “sua casa”, etc., eram inteiramente diferentes. Mas todos sabem o correto. Estas
experiências se aplicam às mesmas coisas sob diferentes pontos de vista; os Sábados do Senhor, indicados
por ele; seus Sábados (dos Judeus), guardados por eles; e isso é tudo sobre o assunto.
11. Paulo representa essas coisas como tendo sido “riscadas”, “cravadas na cruz” (Col. 2:14). Diz-se que
isto não poderia se aplicar ao Sábado que foi gravado em pedras no decálogo, como se você não pudesse
riscá-lo dali nem cravá-lo.
A resposta é fácil. Riscar e cravar só são usados como uma ilustração. Antigamente um documento que
tivesse sido cancelado, ou abolido, era apagado, riscado, ou um prego era fincado nele, tal como agora um
condutor perfura um bilhete para mostrar que ele foi usado. Como ilustração isso poderia ser aplicado às leis
escritas de qualquer maneira, não importa qual. Para um homem sincero, tais objeções são injustificadas.
Paulo diz que essas coisas eram contra nós. Mas diz-se que o Sábado não era contra nós; logo não pode estar
se referindo a ele. Resposta: 1. Paulo diz que era; que devia terminar. 2. O Sábado Judaico era o grande
sinal do Judaísmo (Ez. 20:10-13; Deut. 5:15). Como tal ele carregava consigo todo aquele sistema, e por isso
era contra os Cristãos.
12. É dito que o Sábado semanal nunca estava associado com alimentos, bebidas, dias de festa, etc.,
como em Col. 2:16. Isto é um grande erro, como já temos visto. Ele está associado com isso dezenas de
vezes. Ver Lev. 23:2-6; Núm. 28:3-11; 1 Cr. 2:29-31, etc.
13. Argumenta-se que, como “os dias de sábados” de Col. 2:16 “eram sombras das coisas futuras” (verso
17), e o Sábado semanal é um memorial da criação, apontando para o princípio, eles não podem ser os
mesmos, pois o sábado não poderia apontar para ambas as direções. Mas isso não é uma mera afirmativa sem
qualquer prova? Como nós sabemos que ele não pode apontar para ambas as direções? A páscoa era um
memorial da sua libertação do Egito, e sempre apontava para aquele evento passado (Êx. 12:11-17). Mesmo
assim ela também era uma sombra de Cristo (Col. 2:16-17). “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por
nós.” (1 Cor. 5:7). Assim, todas essas festas anuais eram de algum modo tipos de Cristo, e ainda assim todas
são também memoriais de eventos passados, como todos sabem. Mas quem haveria de pensar a respeito
disso, se o apóstolo não tivesse dito nada assim? Se, então, esses dias de festa podiam ser tanto memoriais
quanto tipos, apontando para ambas as direções, também o pode ser o Sábado. Paulo diz claramente que os
dias de Sábado eram sombras de coisas por vir; e uma declaração cristalina da inspiração tem mais valor do
123
que milhares dos nossos raciocínios vãos. Isso está em harmonia com o argumento de Paulo em Hebreus 4:1-
11, de que o sétimo dia era um tipo. Por quarenta anos eles têm tentado explicar este texto e mostrar que ele
realmente não significa o que está dizendo; mas ele permanece e zomba de todas as suas teorias. O Sábado é
um tipo, pois assim diz a inspiração. Novamente, diz-se que o Sábado foi instituído antes da queda, mas tipos
não poderiam ter sido instituídos até depois da queda. Como você sabe que não poderiam? Onde a Bíblia diz
isso? Pedro fala de Cristo: “O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do
mundo, mas manifesto nestes últimos tempos por amor de vós.” (1 Ped. 1:20). O que revela diz, “O Cordeiro
que foi morto desde a fundação do mundo.” (Apoc. 13:8). Se, pois, Cristo foi ordenado para morrer antes da
fundação do mundo, então o Sábado poderia ter sido designado antes da criação da terra, como um tipo de
Cristo.
Dr. Watson diz: “Ele é usado como um expressivo tipo de descanso celestial e íntimo.” (Theol. Inst. Vol.
II, pág. 509). The Pulpit Commentary diz: “O Sábado dos Judeus era uma tipificação.” Sobre Col. 2:17, Dr.
Adam Clarke diz: “A verdade é: o Sábado é considerado como um tipo.” (sobre Êx. 20:8). Até mesmo o
Ancião Andrews, Adventista do Sétimo Dia, diz: “Quando o Criador deu existência ao nosso mundo, não
previu ele a queda do homem? E, em prevendo esta queda, não cogitou o propósito de redimir o homem? E
não se segue disso que o propósito da redenção fosse cogitado no propósito da criação?” (History of the
Sabbath, pág. 151). Exatamente, e assim o Sábado, como um tipo dessa redenção, poderia ter sido dado no
Éden, de acordo com a sua própria demonstração. Portanto, numa inspeção mais detalhada, cada argumento
dos nossos irmãos do Sétimo Dia sobre Col. 2, segue lhes desapontando.
14. Por meio de uma construção falsa e antigramatical do pronome relativo “quais”, em Col. 2:17, os
Adventistas tentam excluir o Sábado Judaico semanal do texto. Eles fazer com que o pronome “ quais” se
refira apenas a “dias de Sábados”, fazendo com que se leia assim: “Aqueles dias de Sábados os quais são
uma sombra.” Isto que dizem implica em que existem outros Sábados que não são uma sombra, isto é, o
sétimo dia. Mas a palavra grega para “dias de Sábados” é sabbatown, Sabbaton, genitivo plural, enquanto
a palavra para “quais” é ha, nominativo plural, neutro. Portanto, “quais” não pode concordar com dias de
Sábados, como sabem muitos estudiosos. “Que são uma sombra” se relaciona com toda a lista dada no verso
16, a saber, comer, beber, dias de festa, luas novas e Sábados. A versão revisada traduz “um dia de festa, ou
uma lua nova, ou um dia de Sábado, que são uma sombra.” Não simplesmente apenas o Sábado, mas tudo
isso junto era uma sombra. Consequentemente, a frase “que são uma sombra” se aplica a cada item do verso
16. Acaso Paulo, então, pretendia dizer que apenas certos dias de festa, certas luas novas e certos Sábados
eram sombra, enquanto existiam outros dias de festa, outras luas novas e outros Sábados que não eram
sombra e assim estavam excluídos da sua lista? Não, ele não fez exceções de qualquer espécie; nem de
festas, luas ou Sábados. Todos estavam incluídos, nenhum foi excetuado. Portanto, como Paulo incluiu cada
dia de festa e cada lua nova, assim ele também incluiu cada Sábado do Velho Testamento; e, para dizer o
mínimo, isso tornou o Sábado semanal como o principal de todos. Deste modo desfaz-se o último pretexto no
qual se pendura o Sábado Judaico.
Professor A. M. Weston, Presidente do Eureka College, III., diz de forma correta: “Se o Sábado não
aponta para Cristo em seu princípio subjacente, então ele é a única observância importante do Velho e Novo
Testamentos que falhou em cumprir tal desígnio.” (The Evolution of a Shadow, pág. 16). Nós sabemos que
existia no Éden um tipo de Cristo, que era Adão, pois a Bíblia assim o diz (Rom. 5:14). “Adão... o qual é a
figura daquele que havia de vir.” Figura vem do termo grego tupos, tupos, tipo. “O qual era o tipo daquele
que havia de vir.” (Siríaco, Diaglott, Sawer, Living Oracles e Bible Union Translations). Logo, tipos foram
instituídos no Éden. Portanto o Sábado não pode ser excluído dos tipos sobre este fundamento.
Em Gál. 4:10, 11, Paulo deixa de lado a guarda do Sábado Judaico e todos os dias santos da lei.
“Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós.” A sua menção da antiga lei, tanto nos versículos
anteriores quanto nos posteriores, prova que ele se refere aos dias santos desta. Assim: “A lei nos serviu de
aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não
estamos debaixo de aio.” (Gál. 3:24, 25). A lei findou na cruz, como disse Paulo em Col. 2:14:17.
Novamente: “Dizei-me, os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei?” (Gál. 4:21). “Não estais
debaixo da lei.” (Gál. 5:18). Por conseguinte, ele se refere aos dias santos da lei, e estes incluindo o Sábado
como o principal de todos. Olhe para a lista: Dias (dias de Sábado, semanais), meses (luas novas), tempos
(festas anuais) e anos (anos Sabáticos). Esta é exatamente a lista dos tempos santos Judaicos.
124
Para os Romanos, Paulo ensinou a mesma doutrina: a observância dos dias santos Judaicos não devia ser
considerada. “Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja
inteiramente seguro em sua própria mente.” (Rom. 14:5).
Dr. Potts, Metodista, diz: “Por Rom. 14:1-6 é evidente que a questão do Sábado entrou no raciocínio de
Paulo na ocasião.” (The Lord's Day Our Sabbath, pág. 27). Estes eram os dias prescritos na lei, pois é a lei
que é tratada por todo o livro de Romanos. Ele não faz nenhuma exceção para o dia de Sábado, mas diz
claramente “todos os dias.” Há apenas alguns versos antes ele havia citado cinco dos dez mandamentos
(13:9), mostrando que incluiu os dias do decálogo. É inútil dizer que Paulo pretendeu se referir apenas aos
Sábados anuais, pelo fato de mencionar comer carne e legumes. Eu já provei que o Sábado semanal estava
associado com esse tempo.
O que prova que Paulo tencionava pôr de lado o Sábado, como suas palavras naturalmente querem dizer,
é o fato de que em parte alguma, de todas as suas instruções para as igrejas, ele diz uma única palavra em
favor de guardar o Sábado. Repetidamente ele ordena cada outro dever, mas jamais uma palavra sobre
guardar o Sábado em todas as suas quatorze epístolas. A maioria daqueles para os quais escreveu eram
Gentios que nunca haviam guardado o Sábado, e por isso precisavam de instrução, se tivessem de guardá-lo.
Mas ele não diz uma única palavra sobre ele, embora tenha dado-lhes ordens a respeito do primeiro dia da
semana (1 Cor. 1, 2).
Mas, diz-se que este entendimento da linguagem de Paulo abole todos os dias santos e deixa a igreja sem
nenhum dia de descanso. A resposta é fácil e óbvia. Paulo estava tratando das antigas instituições que haviam
sido cravadas na cruz (Col. 2:14). Portanto, sua linguagem não tem correlação com as novas instituições do
Evangelho, o qual poderia ter inúmeros dias santos, na medida em que esses textos são considerados.
125
CAPÍTULO XVI
126
Os Sabatistas começaram na Inglaterra no tempo da Reforma, há cerca de trezentos anos. Eles tiveram
muitos homens, ministros e escritores capacitados; publicaram muitos livros; discutiram amplamente o
assunto e fizeram muitos convertidos. Ali eles tiveram uma terra fértil e um início auspicioso. O que a
guarda do Sábado conseguiu? O que eles realizaram na Inglaterra? Trezentos anos deveria ser tempo
suficiente para dizer se ele é um sucesso ou não. Deixe o Ancião Andrews contar a triste história: “No século
dezessete, onze igrejas dos Sabatistas floresceram na Inglaterra, ao mesmo tempo em havia muitos que
guardavam o Sábado espalhados em várias partes do reino. Atualmente apenas três dessas igrejas ainda
existem! E nestas, apenas uns poucos restaram!” (Hist. Sabbath, pág. 491;
https://archive.org/stream/historyofsabba00andr#page/491/mode/1up). Desde que ele escreveu isso, mais
duas daquelas três, creio eu, acabaram, e apenas um pequeno grupo de menos de dez membros sobrevive! O
Ancião Andrews pergunta melancolicamente, “A que causa devemos atribuir este triste fato?” A causa é
evidente: Deus não está nisto. Não leva a nada toda vez que é tentado. Trezentos anos daqui a mesma cantiga
fúnebre será cantada sobre a sepultura do Adventismo do Sétimo Dia.
LUTERO E O SÁBADO.
127
Até mesmo os Adventistas reconhecem a grandeza de Lutero em piedade e em profundo conhecimento
da palavra de Deus. A Sra. White fala dele: “Zeloso, ardente e dedicado, não conhecendo outro temor senão
o de Deus, e não reconhecendo outro fundamento para a fé religiosa além das Escrituras sagradas.” (Great
Controversy, pág. 94; O Grande Conflito, pág. 120; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=120). “Anjos
celestiais estavam a seu lado, e raios de luz procedentes do trono de Deus traziam-lhe à compreensão os
tesouros da verdade.” (Great Controversy, pág. 97; O Grande Conflito, pág. 122;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=122).
Bom, agora ouça Lutero. Carlstadt, um Sabatista zeloso e erudito, apresentou seus argumentos para o
sétimo dia diante de Lutero, que examinou-os. Aqui está a decisão de Lutero em suas próprias palavras: “Na
verdade, se Carlstadt fosse escrever mais sobre o Sabbath, o Domingo teria que dar-lhe lugar, e o Sabbath,
ou seja, Sábado, deveria ser guardado como santo – ele verdadeiramente nos tornaria Judeus em todas as
coisas e deveríamos ser circuncidados; pois isto é verdade e não pode ser negado, que aquele que considerar
necessário guardar um item da lei de Moisés, e guardá-lo como a lei de Moisés, deverá necessariamente
guardar toda ela.” (Hist. Sabbath, pág. 457).
Portanto, a “luz” sobre a questão do Sábado foi dada a Lutero e ele a rejeitou, do mesmo modo como
todo o grande corpo dos Cristãos atuais. Os outros líderes da reforma igualmente estavam familiarizados
com os argumentos para o sétimo dia, mas, como confessa o Ancião Andrews, eles “como um corpo não
foram amigáveis a tais visões.” (Hist. Sabbath, pág. 460).
Estes fatos mostram quão inverídico é dizer que antes o povo não estava familiarizado com a questão do
Sábado.
JOHN BUNYAN.
128
Ouça a Sra. White a respeito de Bunyan: “John Bunyan respirava a própria atmosfera do Céu.” (Great
Controversy, pág. 174; O Grande Conflito, pág. 252; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=252).
Bem, agora ouçam Bunyan: “Quanto ao sétimo dia, Sábado, o qual, como vemos, foi para o seu túmulo
juntamente com os sinais e sombras do Velho Testamento; sim, e tem um tal risco deixado sobre si por
autoridade apostólica, que é suficiente para fazer um Cristão fugir dele para sempre (2 Cor. 3).” “Novamente
os apóstolos batem nos mestres da lei com sua boca, dizendo, 'eles não entendem nem o que dizem nem o
que afirmam.'” (Complete Works, pág. 915).
Se algum homem deste lado dos apóstolos viveu perto de Deus, mergulhou em seu espírito e conhecia o
verdadeiro propósito da Bíblia, este homem foi Bunyan, autor da obra imortal Pilgrim's Progress. Ele
conheceu os Sabatistas de sua época, bem como a sua obra. Estudou profundamente o assunto e escreveu um
livro contra eles, do qual retirei a citação. Ele os considerou exatamente como o são agora – legalistas, cegos
zelosos e perturbadores da igreja.
Portanto, toda essa conversa de que a Igreja não tinha tido a luz sobre a questão do Sábado até que os
Adventistas se levantassem para proclamar, é contrária aos fatos, como comprovado acima. É simplesmente
uma repetição dos velhos argumentos de 200 anos atrás.
129
CAPÍTULO XVII
A LEI.
O fundamento do erro Sabatista, creio eu, é a ideia de que “a lei”, em todo o rigor da velha letra, é
obrigatória para os Cristãos. Consequentemente, o seu tema constante é a lei, lei, lei. Eles pregam sobre ela
dez vezes mais do que pregam a Cristo. Infelizmente uma falsa teoria da lei ensinada por algumas outras
igrejas os têm feito cair neste triste erro. Por vinte e oito anos eu estive preso por essa “escravidão.” Agora
encontrei meu caminho de libertação; se puder ajudar a outros, me alegrarei.
Os simples fatos seguintes relacionados com a lei me ajudaram a sair do Adventismo, e eu jamais
conheci alguém que saísse de qualquer outra forma. Acredito ser isto a resposta correta para o erro do
Sábado sabático. Escrevo para leitores sinceros. Eles examinarão meus argumentos de forma imparcial e
permitirão que outros façam o mesmo, ainda que não venham a concordar plenamente com cada posição.
Como resultado da atual agitação sobre a questão do Sábado, podemos esperar uma melhor compreensão de
todo o assunto do que havia antigamente. Quarenta anos de investigação e discussão da questão me
alicerçaram firmemente nas proposições seguintes. Elas estão em harmonia com os homens e teólogos mais
capacitados da atualidade e dos tempos passados. Portanto, nada é original de minha parte.
ANTINOMIANISMO.
Antinomiano, de anti, contra, e nomos, lei – contra a lei – é um termo aplicado àqueles que sustentam
que os Cristãos não estão sob obrigação de guardar a lei de Deus ou de fazer qualquer boa obra. Se eles
cometem qualquer espécie de pecado, isso não impedirá a sua salvação de forma alguma, se apenas
acreditarem em Jesus. A salvação é totalmente pela fé, sem qualquer consideração pelos deveres do homem
(ver qualquer enciclopédia).
Esta é uma doutrina abominável, destruidora do Evangelho. Os Adventistas, contudo, taxam de
Antinomianos todos aqueles que não concordam com eles quanto ao que é a lei de Deus. Eu me oponho ao
Antinomianismo tanto quanto eles. Creio tão fortemente quanto eles na estrita obediência à lei, em guardar
os mandamentos de Deus e na necessidade de boas obras. Lutero se opôs veementemente ao
Antinomianismo, e ainda assim ensinou a abolição da lei Mosaica. É incorreto e injusto os Adventistas
chamarem de Antinomianos as pessoas que abominam sua doutrina. Nós defendemos uma vida pura, boas
obras e obediência a Deus como necessárias para a salvação. Logo, é uma falsidade e calúnia nos representar
como Antinomianos. Homens conscientes de estar no direito podem se dar ao luxo de exprimir a posição de
seus oponentes de maneira mais imparcial. Bunyan, Judson e uma hoste de homens do mesmo quilate
repudiaram a visão Sabatista da lei, e ainda assim foram homens santos. Eu não receio me posicionar junto a
eles.
O próprio Ancião Waggoner diz: “Quanto a se o Salvador aboliu os dez mandamentos e com eles o
Sábado, é uma questão teológica; isso é apenas uma matéria de interpretação da Escritura.” (Replies to Elder
Canright, pág. 164). Muito bem; então os homens podem discordar sobre esta questão e ainda serem Cristãos
honestos. Vou declarar agora algumas proposições relacionadas à lei que me parecem ser bastante claras e
respaldadas pela Bíblia, e que todos concordarão com elas.
PROPOSIÇÃO 1. “A Lei” abrange toda a lei Mosaica – Moral, Civil e Cerimonial.
O termo “a lei”, quando usado com o artigo definido e sem palavas qualificadoras, se refere “em nove
entre dez casos à lei Mosaica, ou ao Pentateuco.” (Smith's Bible Dictionary, artigo Lei). Os Adventistas
utilizam amplamente o termo “a lei” somente para os dez mandamentos. Ele penduram um quadro do
130
decálogo e constantemente apontam para ele como “a lei” (Mat. 5:17); “a lei do Senhor” (Sal. 19:7); “a lei de
Deus” (Rom. 7:22). Este é o seu erro fundamental sobre a lei. Eu afirmo que “a lei” incluía todo o sistema da
lei dada aos Judeus no Sinai, abrangendo todas as exigências, seja moral, civil ou cerimonial, decálogo e
tudo o mais. Olhe para o termo “lei” em uma concordância ou em qualquer léxico, dicionário ou
enciclopédia Bíblica. “A lei” geralmente incluía a totalidade dos cinco livros de Moisés. Até o Ancião Butler
é obrigado a fazer esta confissão: “O termo 'a lei' entre os Judeus geralmente abrangia os cinco livros de
Moisés, incluindo assim todo o sistema; moral, ritual, típica [simbólica] e civil.” (Law in Galatians, pág. 70).
Esta é exatamente a verdade. O Dr. John Kitto, em sua Cyclopedia of Religious Literature, artigo Lei, diz:
“A palavra 'lei' isolada, quase invariavelmente é usada como equivalente à lei de Moisés.” “A lei está
especialmente incluída nos quatro últimos livros do Pentateuco.”
Agora tenha em mente este simples fato onde quer que encontre o termo “a lei”, e você não terá
problemas com os argumentos Sabatistas sobre “a lei.”
Tome uns poucos exemplos do uso do termo “a lei.” 1 Cor. 14:34. As mulheres “devem estar sujeitas
conforme ordena a lei.” Onde a lei diz isso? Gên. 3:16. Portanto, o Gênesis está na lei. Novamente: “A lei
disse, não cobiçarás.” (Rom. 7:7). Onde? Êx. 20:17. Logo Êxodo está na lei. Mais uma vez: “Mestre, qual é o
grande mandamento na lei?” (Mat. 22:36). Jesus então faz duas citações da lei; a primeira, “Amarás o Senhor
teu Deus de todo o teu coração.” Isto foi tirado de Deut. 6:5. Logo, Deuteronômio está na lei. Segundo,
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Este vem de Lev. 19:18. Logo, Levítico é uma parte da lei. E
isto: “Não tendes lido na lei que, aos Sábados, os sacerdotes no templo violam o Sábado, e ficam sem
culpa?” (Mat. 12:5). Isso é de Núm. 28:9. Estes, então, abrangem todos os cinco livros de Moisés como “ a
lei.” Observe um pouco onde a lei é mencionada, e você logo verá que a referência cai indiscriminadamente
em cada um e todos os livros de Moisés como sendo “a lei.” É óbvio que qualquer verso em qualquer desses
livros é citado como “a lei” pelo fato de ser uma parte da lei. Portanto, os dez mandamentos são citados
como a lei porque eles são uma parte da lei.
Novamente, “a lei” abrange todas as partes da lei – moral, civil ou cerimonial. Assim, os preceitos
cerimoniais: “Os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o costume da lei.” (Luc.
2:27). Isto é, oferecer um sacrifício (verso 24). Preceitos morais: “A lei não é feita para um homem justo,
mas para os sem lei e desobedientes, para os ímpios e profanos, para os homicidas.” (1 Tim. 1:9). Isto é o
decálogo. Preceitos civis: “Ordenas me ferir contra a lei?” (Atos 23:3). Note que em todo tempo é
simplesmente a lei. “Gamaliel, um doutor da lei.” (Atos 5:34). De qual lei? Era ele simplesmente um doutor
de alguma parte da lei, como a de preceitos moral, civil ou cerimonial? Qualquer homem esclarecido sabe
que “a lei” da qual ele era doutor ou mestre era todo o Pentateuco, decálogo incluído. A lei, então, é toda a
lei Judaica, em todas as suas partes. Este único ponto, claramente estabelecido, destrói nove décimos de todo
o argumento Adventista do Sétimo Dia para o Sábado Judaico.
AS DUAS LEIS.
PROPOSIÇÃO 2. Não existe tal coisa como duas leis separadas, dadas aos Judeus.
Para sustentar sua doutrina, os Sabatistas inventaram uma teoria de duas leis dadas no Sinai: uma a lei
moral, a outra a cerimonial.
Os Adventistas atribuem uma importância extrema para a sua teoria das duas leis e a defendem com
rigor, pois, se ela estiver errada, sua causa está perdida. O Ancião Smith diz: “Nenhuma questão, portanto,
mais vital para os interesses dos que guardam o Sábado, pode ser proposta.” (Synopsis of Present Truth, pág.
258). Mas é facilmente demonstrado que eles estão errados nesta questão vital.
1. “Lei moral”, “lei cerimonial.” Os Adventistas utilizam estes termos muito à vontade, como se a Bíblia
estivesse cheia deles. Todavia, é estranho dizer, as Escrituras não fazem tal distinção; nunca fala de uma lei
como “moral” e outra como “cerimonial.” Os Adventistas criticam severamente aqueles que se utilizam de
palavras ou frases não escriturais; mas eles fazem a mesma coisa frequentemente, como neste caso. Seria
cômico ouvir um deles tentar pregar sobre as “duas leis” limitando-se à linguagem Bíblica! Ele não
conseguiria fazer isso.
Se existissem duas leis distintas dadas a Israel, tão opostas em sua natureza, é estranho que não haja
registro disto; nenhuma referência a isto na Bíblia. Se uma foi abolida e a outra não foi, é estranho que Paulo
131
não tenha feito a distinção quando teve tanto o que dizer sobre a lei. Por que ele não disse, “nós
estabelecemos a lei moral”? Ou, “a lei cerimonial foi o nosso aio”? Não, ele apenas diz “a lei” e deixa a coisa
como está. Parece que ele não era tão esclarecido neste ponto quanto são os Adventistas! Sobre esta questão,
a Kitto's Cyclopedia of Biblical Literature, artigo Law (Lei), diz: “Nem Cristo ou os Apóstolos jamais
fizeram distinção entre lei moral, cerimonial ou civil, quando falam do seu estabelecimento ou da sua
abolição.”
2. As duas leis contrastadas. Os Adventistas elaboraram uma longa lista de coisas que afirmam ser
verdadeiramente da lei “moral”, e uma lista oposta que só pode ser aplicada à lei “cerimonial.” Estas duas
eles diferenciam e fazem com que existam duas leis. Diz o Ancião Smith: “Lei moral: Foi falada no Sinai
pela própria voz de Deus e duas vezes escritas em tábuas de pedra pelo seu próprio dedo... Foi depositada na
arca de ouro... Relacionada apenas com deveres morais.” (Synopsis of Present Truth, pág. 266). É óbvio que
estes são os dez mandamentos, nada mais, nada menos. Portanto, aqui temos a sua “lei moral.” Agora aqui
está a outra: “A lei cerimonial: Foi comunicada a Moisés privativamente e por Moisés escrita com tinta em
um livro (Deut. 31:9)... Foi colocada num receptáculo ao lado da arca (Deut. 31:26... Era totalmente
cerimonial.” (mesma página).
Consequentemente, tudo o que não for encontrado no decálogo pertence à lei cerimonial, e tudo o que o
próprio Moisés escreveu no livro da lei colocado ao lado da arca é “totalmente cerimonial.” Lemos em Deut.
31:26: “Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado da arca da aliança.” O decálogo estava na arca; o livro da
lei estava ao lado da arca. Nós perguntamos, então, quanto “o livro da lei” continha. A resposta é fácil: ele
continha todos os cinco livros de Moisés – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Desse
modo, 2 Reis 14:6 diz: “está escrito no livro da lei de Moisés”, e então cita Deut. 24:16, como o livro da lei.
2 Crôn. 35:12, diz: “como está escrito no livro de Moisés”, e faz menção a Lev. 3:3. Esdras 6:18, diz:
“conforme ao que está escrito no livro de Moisés”, e menciona Núm. 3:6. Josué 8:31 cita Êx. 20:25, como o
que “está escrito no livro da lei.” 1 Cor. 14:34 se reporta à Gên. 3:16, como “a lei.” O Dr. Scott, sobre Deut.
31:26, diz “Este (livro) parece ter sido uma cópia autêntica e correta dos cinco livros de Moisés.”
Portanto, aquilo que eles chamam de lei cerimonial contém dezenas de preceitos tão puramente morais
quanto os do decálogo. Leia estes: “O estrangeiro não afligirás.” “A nenhuma viúva nem órfãos afligireis.”
(Êx. 22:21, 22). “Não seguirás a multidão para fazeres o mal.” (Êx. 23:2). “Sereis santos.” “Não andarás
como mexeriqueiro entre o teu povo.” “Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas
amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Lev. 19:2, 16, 18). “Não farás acepção de pessoas”, “Perfeito
serás.” (Deut. 16:19; 18:13). Esses preceitos, e dezenas iguais a eles, deveriam ser classificados como
cerimoniais porque Deus não os escreveu numa pedra, mas deu-os a Moisés para que escrevesse num livro?
Certamente que não. Portanto, a natureza de um preceito não era determinada pelo modo no qual foi dado.
Deus os deu em tempos diferentes e da forma como lhe aprouve.
Como vimos, “a lei” abrange “toda a lei” (Gál. 5:3). É óbvio que na lei alguns preceitos se referem a
deveres morais, outros a civis e outros a cerimoniais, mas todos são apenas partes diferentes da mesma lei,
chamada como um todo de “a lei.” Assim Jesus cita Lev. 19 como “a lei” (ver Mateus 22:36-40). Agora leia
todo o capítulo de Lev. 19, e você encontra preceitos morais, civis e cerimoniais, todos misturados e muitas
vezes no mesmo verso. Para sustentar sua teoria os Adventistas têm de ir através deste capítulo, como vão
através de toda a Bíblia, cortando e esculpindo, perdendo-se em minúcias e rotulando uma sentença como “a
lei moral”; outra como “a lei cerimonial”, etc. Isto é o que se chama apropriadamente de “sistema de
dissecação.” Ele faz grande violência com as Escrituras, distorcendo o seu significado mais evidente.
Em nenhum lugar eles podem encontrar a sua lei cerimonial dada por si mesma. Eles são obrigados a
buscá-la aqui e ali em pedaços. O “livro da lei”, que foi colocado ao lado da arca (Deut. 31:24-26), é
apontado como a lei cerimonial. Mas esse “livro da lei”, como vimos, abrange todos os cinco livros de
Moisés. Ele contém tudo dos dez mandamentos, palavra por palavra, repetidas duas vezes (Êx. 20 e Deut. 5).
O próprio Ancião G. I. Butler faz esta confissão: “O 'livro da lei', que foi colocado no lado da arca, ou ao
lado dela, continha as leis moral e cerimonial.” (Law in Galatians, pág. 39;
http://centrowhite.org.br/files/ebooks/apl/all/Butler/The%20Law%20in%20the%20Book%20of
%20Galatians.pdf). Isto derruba ao chão a teoria de que a lei moral estava “na arca, e a lei cerimonial ao lado
da arca”, como eles costumam declarar. Logo, num exame mais detalhado, cada texto no qual eles contam
para distinguir as duas leis, vai lhes desapontando.
132
Gál. 3:10 estabelece que o “livro da lei” continha preceitos morais. “Está escrito: Maldito todo aquele
que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.” Onde está escrito
isso no livro da lei? Em Deut. 27:26. Voltando um pouco, temos uma maldição contra imagens (verso 15);
desobediência aos pais (verso 16); adultério (verso 20); assassinato (verso 24); suborno (verso 25); e depois
vem o verso citado como “o livro da lei.” Portanto, se o decálogo contém lei moral, então o livro da lei
também contém. Isso mostra a total falácia da sua teoria das duas leis.
A passagem seguinte por si só arruína a teoria das duas leis dos Adventistas: “Mestre, qual é o grande
mandamento da lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua
alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este,
é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.”
(Mat. 22:36-40).
1. Estes dois grandes mandamentos estavam “na lei.” 2. Mas nenhum deles é encontrado no decálogo.
3. Ambos estão naquilo que os Adventistas chamam de lei cerimonial. 4. Nenhum deles foi falado por Deus,
nem escrito por ele, nem gravado sobre pedras, nem colocado na arca. Ambos foram dados por Deus a
Moisés particularmente, e este os escreveu com tinta no livro da lei que foi colocado ao lado da arca. E ainda
assim esses dois preceitos são os maiores de todos. Jesus disse a respeito do primeiro que ele é “o primeiro
de todos os mandamentos.” Do segundo, ele disse “Não existe outro mandamento maior do que esses.”
(Marc. 12:29, 31). E sobre esses se pendura toda a lei. Deste modo, os maiores mandamentos estão no livro
da lei, não sobre tábuas de pedra. Como isso aniquila totalmente seu argumento das duas leis! Mostra-se que
o mero fato de os dez mandamentos terem sido pronunciados por Deus, escritos na pedra e colocados na
arca, não é prova de que eles eram superiores àqueles dados através de Moisés no livro da lei.
Iremos agora examinar um pouco mais dos seus contrastes das duas leis, da forma como eles os
organizam. Assim:
“1. Moral: Existia no Éden antes da queda. Cerimonial: Foi dado depois da queda.
2. Moral: Era perfeita (Sal. 19:7). Cerimonial: Não tornava nada perfeito (Heb. 7:19).
3. Moral: Contém todo o dever do Homem (Ecl. 12:13). Cerimonial: 'Consistia apenas em comidas, e
bebidas, e várias abluções e justificações da carne.' (Heb. 9:10).”
1. Onde eles leem que o decálogo foi dado no Éden? Em parte alguma. Isto eles presumem não apenas
sem prova, mas indo contra o claro registro de Êx. 19 e 20, que afirma que o decálogo foi dado no Sinai.
Portanto, a sua primeira comparação é um fracasso.
2. A lei é perfeita (Sal. 19:7), e, novamente, a lei não tornou nada perfeito (Heb. 7:19). Isso eles
consideram como uma das suas provas mais claras das duas leis. Mas onde está a prova? Daí segue-se que,
se a lei é perfeita, ela irá ou pode tornar os pecadores perfeitos? Se ela pudesse, então, como Paulo diz, “a
justiça, na verdade, teria sido pela lei” (Gál. 3:21), e “então Cristo morreu em vão” (Gál. 2:21). A lei podia
ser perfeita e mesmo assim fracassar em tornar qualquer um perfeito. Logo, aqui também não existe prova
alguma de duas leis.
3. Ecl. 12:13 é citado como se referindo apenas aos dez mandamentos e então é afirmado que eles
contêm cada dever do homem. Mas as declarações são falaciosas. Existem dezenas de deveres que temos
para com Deus e os homens que nem sequer são insinuados no decálogo. Portanto, não existe uma partícula
de evidência de que Ecl. 12:13 se refira somente ao decálogo. Os mandamentos do texto manifestamente
abrangem todos os mandamentos de Deus sobre todos os assuntos. Olhe para a segunda citação (Heb. 9:10);
ela não se refere a qualquer tipo de lei, mas está falando dos serviços dos sacerdotes no templo, cujo serviço
“consistia somente em comidas e bebidas”, etc.. Leia-o.
Portanto, as suas “duas leis” são estabelecidas: 1. Por pura suposição. 2. Pela aplicação equivocada das
Escrituras. 3. Por frases destacadas daqui e dali, retiradas do seu sentido apropriado. Assim eu poderia ir por
toda a lista e mostrar que ela não prova tal contraste que eles afirmam.
Mas eles dizem que existem coisas tão opostas ditas sobre “a lei”, que ela não pode ser a mesma o tempo
todo. Este método de comprovar a existência de duas leis por meio de expressões específicas contrastantes da
lei, quando mencionada sob diferentes pontos de vista, traria um mau resultado para a Bíblia, se aplicada em
outros assuntos. Paulo disse que ele era “um Judeu” (Atos 21:39), e novamente que era “um Romano” (Atos
22:25); dois Paulos. Igualmente Cristo é “um Leão” e “um Cordeiro” (Apoc. 5:5, 6); “O Pai eterno” (Isa.
133
9:6), e nascido de uma mulher (Lucas 2:7); “Príncipe da Vida” (Atos 3:15), embora “morto por fraqueza” (2
Cor. 13:4); uma criança (Isa. 9:6), e ainda assim Deus (Heb. 1:1-8); dois Cristos. Seria muito mais difícil
reconciliar as coisas aparentemente opostas ditas sobre Cristo, do que as coisas diferentes ditas sobre a lei.
Existiam dois aspectos diferentes para a natureza de Cristo, ainda que fosse uma única pessoa.
Semelhantemente, existiam diferentes aspectos para a lei, mas ela era apenas uma lei para todo o conteúdo.
Vista sob a luz de seu desígnio último, a saber, preparar o caminho para Cristo (Rom. 10:4; Gál. 3:23-
25); em seu espírito (Rom. 7:6); em sua justiça (Rom. 8:3, 4); ela era “santa, justa e boa.” (Rom. 7:12). Mas,
vista sob o aspecto da sua mera letra (Rom. 2:29; 7:6; 2 Cor. 3:6, 7); seus numerosos ritos, cerimônias,
punições e exigências rigorosas, ela era “a ministração da morte” (2 Cor. 3:7) e um “jugo de escravidão”
(Gál. 5:1-3; Atos 15:1-10). Esta é a verdadeira explicação das suas “duas leis.” Ademais, não é verdade que
não existia nada de cerimonial no decálogo. O Sábado semanal era o principal cerimonial de toda a adoração
Judaica. Ver isto provado na primeira parte do capítulo nove. Ver também o capítulo oito sobre o decálogo.
No Capítulo XXI examinei cada texto que eles usam para as duas leis.
PROPOSIÇÃO 3. Os dez mandamentos sozinhos nunca são chamados de “a lei do Senhor”, nem de “a
lei de Deus.”
Os Sabatistas constantemente usam estes dois termos, aplicando-os ao decálogo sozinho. Para eles, “a lei
de Deus” e “a lei do Senhor” são apenas o decálogo e nada mais. Eles são os únicos que guardam a lei de
Deus, já que todos os outros quebram o Sábado, o sétimo dia. Mas agora note este fato que eu sei ser
verdadeiro, depois de uma análise aprofundada. A palavra lei aparece na Bíblia cerca de 400 vezes, mas em
nenhum caso o decálogo, como um todo e sozinho, é chamado de “a lei”. Nunca, em nenhuma situação, ele é
chamado de “a lei do Senhor”, ou “a lei de Deus.” É óbvio que os dez mandamentos são uma parte da lei de
Deus, mas apenas uma parte, não o todo.
Examine uns poucos textos: Lucas 2:22, “os dias da purificação de acordo com a lei de Moisés;” verso
23, “está escrito na lei do Senhor: Todo macho primogênito”; verso 24, “segundo o disposto na lei do
Senhor: Um par de rolas”; verso 27, “para fazer com ele segundo o costume da lei.” Aqui “a lei”, “a lei do
Senhor” e “a lei de Moisés”, todas significam a mesma coisa, a saber, a lei no tocante ao nascimento de um
filho. Novamente, sacrifícios, ofertas, Sábados, luas novas e festas são exigidas “na lei do Senhor.” Assim:
“Também estabeleceu a parte da fazenda do rei para os holocaustos; para os holocaustos da manhã e da
tarde, e para os holocaustos dos Sábados, e das luas novas, e das solenidades; como está escrito na lei do
Senhor.” (2 Crô. 31:3). Dezenas de textos como estes poderiam ser citados, mostrando que “a lei do Senhor”
inclui sacrifícios, circuncisão, dias de festa e toda a lei Judaica. Igualmente “a lei de Deus” não é
simplesmente o decálogo, mas toda a lei de Moisés. Leia Nee. 8:1, 2, 3, 7, 8, 14, 18. “O livro da lei de
Moisés”, “a lei”, “o livro da lei”, “eles leram no livro da lei de Deus”, “a lei que o Senhor ordenou por
Moisés”, “no livro da lei de Deus.” A lei de Deus, então, inclui toda a lei de Moisés.
Nenhum Sabatista, portanto, guarda “a lei”, “a lei de Deus” ou “a lei do Senhor”, pois se guardasse
ofereceria sacrifícios, seria circuncidado e viveria exatamente como os Judeus viviam. Portanto, toda a sua
conversa de “guardar a lei” se reduz a nada, pois nenhum deles faz nada disso. Além do mais, na sua
tentativa de guardar uma parte da lei eles se colocam sob a obrigação de “guardar toda a lei”, como Paulo
declara em Gál. 5:3. Mas como nenhum deles guarda toda a lei, trazem sobre si mesmos a maldição da lei
por violarem continuamente uma parte, enquanto tentam guardar a outra. É exatamente este ponto que Paulo
enfatizou contra os Judaizantes legalistas de seus dias. “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão
debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que
estão escritas no livro da lei, para fazê-las.” (Gál. 3:10). Isto é, a pessoa que guarda um preceito da lei pelo
fato de a lei assim dizer, por conta disso reconhece que a lei é obrigatória sobre ele. Portanto, se ele
negligencia alguma outra parte da lei, torna-se assim um transgressor da própria lei que professa guardar.
Isto é exatamente o que os Sabatistas fazem. Eles guardam o Sábado porque a lei diz assim, e por isso se
tornam “devedores para com toda a lei.” (Gál. 5:3). Depois eles negligenciam muitas coisas da mesma lei, e
assim ficam sob a condenação da lei (Gál. 3:10). Mas Cristãos não fazem isso ou aquilo porque a lei diz
assim, mas porque assim diz o Novo Testamento.
PROPOSIÇÃO 4. “A lei” foi dada por Moisés, e a “lei de Moisés” inclui o decálogo.
Não que Moisés seja o autor dela, mas foi através dele que Deus a deu a Israel. Isto é estabelecido de
forma tão clara e tantas vezes que é inútil tentar negar. Assim: “Porque a lei foi dada por Moisés.” (João
1:17). “Não vos deu Moisés a lei?” (João 7:19). “A lei que foi dada por Moisés.” (Nee. 8:14). “a lei de Deus
134
que foi dada por Moisés.” (Nee. 10:29). Isto inclui o decálogo. “Moisés disse. Honra teu pai e tua mãe”,
(Marc. 7:10). Este é o quinto mandamento. Novamente: “Não vos deu Moisés a lei? E nenhum de vós
observa a lei. Por que procurais matar-me?” (João 7:19) A lei contra matar é chamada aqui de a lei de
Moisés.
Em Heb. 8:30-31, é dito que “aquele que desprezar a lei de Moisés morre sem misericórdia sob a palavra
de duas ou três testemunhas.” Pessoas eram condenadas à morte por violar o decálogo (ver Deut.17:6). Elas
eram condenadas à morte por quebrar o Sábado (Êx. 31:14), blasfêmia, roubo e os demais.
Consequentemente, o decálogo está incluído na “lei de Moisés.” Mas em Deut. 17:19, eles devem “guardar a
lei.” Portanto, num verso ela é “a lei de Moisés” e em outro verso é simplesmente “a lei”; portanto, não
existe diferença entre “a lei” e “a lei de Moisés.”
Em Josué 8:30-31, lemos: “Então Josué edificou um altar ao Senhor Deus de Israel, no monte Ebal;
como Moisés, o servo do Senhor, ordenara aos filhos de Israel, conforme o que está escrito no livro da lei de
Moisés, a saber, um altar de pedras inteiras, sobre o qual não se moverá instrumento de ferro.” É dito que
isto a respeito do altar estava escrito no “livro da lei de Moisés.” Agora volte a Êx. 20:25, o mesmo capítulo
onde se encontra o decálogo, e lá está o texto de referência mencionado. “E se me fizeres um altar de pedras,
não o farás de pedras lavradas; se sobre ele levantares o seu buril, profana-lo-ás.” Isto prova além de
qualquer dúvida que os dez mandamentos estão na lei de Moisés.
PROPOSIÇÃO 5. “A lei” não foi dada até o tempo de Moisés no Sinai.
Os textos citados acima provam isto. Assim: “A lei foi dada por Moisés.” (João 1:17). “Não vos deu
Moisés a lei?” (João 7:19). “Porque até a lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não
havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés.” (Rom. 5:13-14). A entrada da lei é aqui
situada em Moisés.
Novamente ela é situada sob o sacerdócio Levítico. “Se a perfeição fosse pelo sacerdócio Levítico, pois
sob ele o povo recebeu a lei.” (Heb. 7:11). Logo, a entrega da lei está situada em “quatrocentos e trinta anos
depois da aliança com Abraão.” “E isso eu digo, que tendo sido a aliança anteriormente confirmada por Deus
em Cristo, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a invalida.” (Gál. 3:17). Isso nos traz ao
mesmo ano em que os Judeus saíram do Egito e chegaram ao Sinai. “E aconteceu que, passados os
quatrocentos e trinta anos, naquele mesmo dia, todos os exércitos do Senhor saíram da terra do Egito.” (Êx.
12:41). Além de qualquer questionamento, então, aquilo que a Bíblia chama de “a lei” não foi dada até
Moisés, 2.500 anos depois de Adão, ou quase a metade da história do mundo.
PROPOSIÇÃO 6. A lei não é encontrada em parte alguma até Moisés.
Nenhuma cópia da lei nem qualquer referência a ela pode ser encontrada até Moisés. É claro que a
grande lei moral e espiritual de Deus condenando todo o pecado e exigindo atos justos existia desde Adão,
quiçá desde a eternidade. Mas aquilo que em todas as Escrituras Judaicas é conhecido como “a lei”, da forma
como compilada em um código no Sinai, seja em um livro ou sobre tábuas de pedra, isto certamente não
existia até Moisés. Toda a disputa entre Paulo e os Judaizantes de seus dias era sobre esta lei. Ver Romanos,
Gálatas e Atos 15 e 21. A questão era se “a lei”, aquela que foi escrita no “livro da lei” (Gál. 3:10), e
“gravada em pedras” (2 Cor. 3:7), deveria ser guardada sob o Evangelho. Paulo disse, Não; eles disseram,
Sim.
Os Sabatistas atuais se atêm à lei do Sinai do mesmo modo como os judaizantes do passado. Dizer que os
princípios da lei existiam antes do Sinai, não prova que a lei existia. Estes princípios poderiam ter sido
ensinados para Adão e os seus descendentes num modo diferente daquele que foi dado na forma de lei no
Sinai. Mas onde você encontra a lei ou mesmo algum dos dez mandamentos, da forma como ordenados no
Sinai, antes deste tempo? Em parte alguma.
Os diversos princípios e preceitos – moral, cerimonial e simbólico – que haviam sido ensinado
previamente e de formas diferentes, foram agora reunidos em um código e redigidos de modo a adaptá-los
aos tempos que viriam, para as circunstâncias da nação Judaica. Da forma como foram redigidos, certamente
a lei nunca tinha sido dada antes.
PROPOSIÇÃO 7. Seus pais não tinham o decálogo da forma como foram redigidos sobre as tábuas.
Isto moisés afirma claramente. Deut. 4:12, 13 diz que Deus lhes falou desde os céus, e declarou a eles a
“sua aliança”, “os dez mandamentos.” Capítulo 5:2, 3, diz: “O Senhor nosso Deus fez conosco aliança em
135
Horebe. Não com nossos pais fez o Senhor esta aliança, mas conosco.” Então ele repete os dez mandamentos
como falado do céu (versos 4-22). Ninguém pode duvidar que os principais princípios e exigências desse
código foram ensinados aos pais de algum modo; mas, que os pais tinham a lei da forma como redigida e
organizada no Sinai, é diretamente negado por Moisés, como visto acima.
PROPOSIÇÃO 8. A lei foi dada apenas aos Judeus.
Isto está tão manifesto em cada item da lei, que não necessita de argumento para prová-lo. Moisés diz
(Deut. 4:8) que nenhuma nação tinha uma lei tão boa “e juízos tão justos como toda esta lei que hoje ponho
perante vós.” Então ele nomeia os dez mandamentos como uma parte dela (versos 10:13). “Esta é, pois, a lei
que Moisés propôs aos filhos de Israel.” (verso 44). Perante quem? Israel, não os Gentios. Portanto,
novamente (cap. 5:1), “Ouve, ó Israel, os estatutos e juízos que hoje vos falo aos ouvidos.” Então segue-se o
decálogo; e assim acontece uma centena de casos por toda a lei. Ela é endereçada aos Judeus e apenas a eles.
A própria redação da lei mostra que ela foi elaborada apenas para eles. O decálogo é introduzido assim: “Eu
sou o Senhor teu Deus que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.” (Êx. 20:2). Para quem ela é
aplicável? Apenas para a nação Judaica. Nem anjos, Adão ou Cristãos gentios jamais estiveram sob
escravidão Egípcia. Portanto, a lei não é endereçada a eles. Para quem a lei foi dada? Deixe Paulo responder.
“Quem são Israelitas; dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei.” (Rom. 9:4). Ela foi
dada para Israel. “Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, que lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a
saber, estatutos e juízos.” (Mal. 4:4). A lei foi dada “para todo o Israel”, e apenas para eles.
Todas essas coisas mostram que ela era uma lei nacional, redigida de modo adequado para a condição
dos Judeus daquele tempo.
PROPOSIÇÃO 9. Os Gentios não tinham a lei.
Isto já foi provado anteriormente; mas Paulo declara diretamente, assim. Rom. 2:14 - “Porque, quanto
aos Gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos
são lei.” Isso é tão claro que não precisa ser provado. Os Gentios não tinham a lei. Paulo diz de forma tão
direta que deveria decidir a questão, e o faz. Entender e obedecer os grandes princípios morais da lei é uma
coisa; estar sob a letra, a exata redação da lei como dada em detalhes no Sinai, é outra totalmente diferente,
como veremos mais adiante.
PROPOSIÇÃO 10. As recompensas e punições da lei eram todas temporais.
Em toda a lei Mosaica não existiam promessas de recompensas futuras nem ameaças de punições futuras.
O erudito Bispo Warburton demonstrou plenamente isto em seu “Divine Legation of Moses”
(https://archive.org/details/divinelegationof176501warb). Todo estudante cuidadoso da lei deve estar
consciente desta característica dela. A razão é evidente: ela era uma lei nacional, temporal, dada para um
propósito nacional e temporal. Como um exemplo de tudo, ver Deut. 28:1-19. Se eles guardassem a lei, iriam
ser abençoados em filhos, em bens, em gado, em saúde, etc. Se eles desobedecessem, seriam amaldiçoados
em tudo isso. Apedrejamento até a morte era a punição por roubo, assassinato, etc. Portanto, isto era a
“ministração da morte escrita e gravada em pedras” (2 Cor. 3:7), e “acabou” (verso 11).
Paulo declara que a promessa de Cristo e a herança futura foi feita para Abraão quatrocentos e trinta anos
antes de a lei ter sido dada. A partir disto ele argumenta, e de forma enfática, que a guarda dessa lei não era
necessária de modo a obter Cristo e a herança (versos 16-18). “Agora para Abraão e à sua descendência as
promessas foram feitas. Ele não disse dos seus descendentes, como se fossem muitos, mas apenas de um, e
para tua descendência, que é Cristo. E isso eu digo, que tendo sido a aliança anteriormente confirmada por
Deus em Cristo, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a invalida, de forma a abolir a
promessa. Porque, se a herança provém da lei, jã não provém da promessa; mas Deus pela promessa a deu
gratuitamente a Abraão.” (Gál. 3:16-18). Igualmente para os Romanos, ele escreveu: “Porque a promessa de
que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela justiça da
fé. Porque, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é aniquilada.” (Rom. 4:13-14).
Isso ensina claramente que a lei não foi dada com referência à herança futura. Certamente Abraão não
guardou a lei que não haveria de ser dada até centenas de anos depois da sua morte. Mas Abraão é o pai de
todos os crentes e não simplesmente daqueles que eram “da lei.” (Rom. 4:13-16). Este ponto sozinho deveria
abrir os olhos daqueles que contendem tão seriamente pela guarda da lei como necessária para a salvação.
Somos os filhos de Abraão (Gál. 3:29), e “andamos nas pisadas de nosso pai Abraão”, o qual nunca esteve
136
sob a lei (Rom. 4:12-16). Nós estamos sob a aliança da promessa feita a Abraão 430 anos antes da lei (Gál.
2:15-19), e não sob a aliança da lei do Sinai, que é escravidão (Gál. 4:21-26).
PROPOSIÇÃO 11. A lei eterna da justiça de Deus existia antes de a lei do Sinai ter sido dada.
Esta proposição é autoevidente. Certamente Deus tinha uma lei pela qual governa suas criaturas, tanto
anjos quanto homens, muito antes do Sinai. Mas “a lei”, como redigida no decálogo e no “livro da lei”, não
foi dada até Moisés, 2.500 anos depois da criação. Portanto, a obrigação moral não começou com a lei, nem
cessará se a lei tiver sido abolida.
“Toda a iniquidade é pecado.” (1 João 5:17). E “pecado é a transgressão da lei.” (3:4). Este texto é usado
pelos Sabatistas para provar que todo pecado possível é sempre uma violação dos dez mandamentos. Mas, 1.
“A lei” é toda a lei Mosaica; não meramente o decálogo. 2. Uma tradução correta estraga inteiramente esse
texto para eles. A palavra lei não está no texto original. A versão revisada o dá corretamente. “Pecado é
iniquidade.” Este é o verdadeiro significado do texto. Pecado é iniquidade, uma negligência para com
alguma lei, mas não necessariamente sempre a mesma lei. Assim: “Os anjos pecaram.” (2 Ped. 2:4). Mas eles
não violaram a lei do Sinai, pois ela não seria dada até milhares de anos depois que caíram, e eles não
estavam sob esta lei de forma alguma.
Adão “pecou” muito antes de a lei ter sido dada. Assim diz Paulo em Rom. 5:12-14. Caim pecou (Gên.
4:7); os Sodomitas eram “pecadores” (Gên. 13:13), e escandalizavam a Ló com suas “obras injustas” (2 Ped.
2:8). Seguramente nenhum destes violaram “a lei”, que seria dada a Moisés centenas de anos depois. Dizer
que eles violaram os princípios da lei não é o caso.
Quando os Judeus mataram Estêvão (Atos 7:59), eles violaram os princípios da lei de Michigan, que
proíbe o assassinato; mas eles violaram a “lei de Michigan”? Não, pois ela só seria dada 1.800 anos depois, e
eles não estavam em nenhum aspecto sob esta lei. Igualmente nem anjos nem Adão nem os Sodomitas
poderiam ter transgredido a lei do Sinai, pois ela ainda não havia sido dada. Do mesmo modo Abraão
guardou as leis de Deus (Gên. 26:5), mas seguramente não “a lei que veio quatrocentos e trinta anos depois.”
(Gál. 3:17). Tudo isso mostra claramente que Deus tinha uma lei antes de o código do Sinai ter sido dado.
Jesus, sob o Evangelho 1.500 anos depois, ao nomear os mandamentos, não os apresenta nas mesmas
palavras nem na mesma ordem em que são encontrados no decálogo. Ademais, ele mistura com eles alguns
preceitos do livro da lei dando uma importância igual aos dos dez mandamentos. Assim: Não adulterarás;
não matarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; não defraudarás alguém; honra a teu e tua mãe (Mar.
10:19). Isso mostra que a mera forma e ordem dos mandamentos não é de nenhuma relevância, desde que a
ideia seja dada. Logo, as duas edições do decálogo, em Êx. 20 e Deut. 5, variam muito na redação, embora
uma seja tão boa quanto a outra. Isso mostra que a redação exata não é essencial.
Seja qual for a forma ou maneira que Deus tivesse escolhido para comunicar sua vontade aos homens,
isso seria os “seus mandamentos, seus estatutos e suas leis.” Paulo diz: “Havendo Deus antigamente falado
muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho.”
(Heb. 1:1-2). Uma desconsideração da sua vontade revelada seria iniquidade – pecado. Mas, declarar que
Deus deu aos patriarcas a sua lei na forma e palavras exatas dos dez mandamentos é uma presunção isenta de
prova, contrária à razão e a todos os fatos ligados ao caso.
PROPOSIÇÃO 12. A lei original é superior à lei do Sinai.
Quando perguntado sobre “Qual é o grande mandamento na lei?”, Jesus disse: “Amarás o Senhor teu
Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande
mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois
mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” (Mat. 22:37-40). Nenhum destes está no decálogo, mas a
lei se pendura nesta lei maior, e portanto é inferior a ela. Estes princípios, vestidos com a armadura da
imutabilidade eterna, estavam depositados na lei Mosaica e existiram por toda aquela dispensação, como já
existiam antes e existem agora.
Em sua própria natureza essa grande lei do supremo amor a Deus, e amor igual pelas criaturas
semelhantes, é tão eterna e infindável como o próprio Deus. Essa lei governa os anjos; governou Adão, os
patriarcas, os Judeus piedosos enquanto sob “a lei”, e agora os Cristãos Gentios. Ela é aplicável a todas as
criaturas de Deus em todas as eras e em todos os mundos. Idolatria, assassinato, roubo, egoísmo e “toda a
injustiça” (1 João 5:17) são e sempre foram violações dessa lei suprema de Deus. Essa grande lei seria
137
redigida de diferentes modos em diferentes épocas, embora a mesma ideia essencial fosse preservada. Assim
Jesus estabeleceu o segundo mandamento de uma outra forma. “Portanto, tudo o que vós quereis que os
homens vos façam, fazei-lhe também vós, porque esta é a lei e os profetas.” (Mat. 7:12). A ideia é a mesma
de “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” As palavras ou formas exatas na qual essa lei é estabelecida
não é o fundamental, na medida em que a ideia fique clara. Evidentemente essa lei suprema foi tornada
conhecida para Adão e para os patriarcas, mas não nos foi informado em qual forma exata. Dizer que ela era
as palavras exatas do decálogo é afirmar o que de modo algum pode ser provado.
PROPOSIÇÃO 13. A lei Mosaica foi fundada sobre uma lei mais elevada e original.
Jesus afirma isso diretamente, Mat. 22:40 - “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os
profetas.” Os princípios dessa grande lei estavam entrelaçados por toda a lei do Sinai, sendo a vida, “o
espírito”, ou “a justiça da lei.” (Rom. 2:26-29; 8:4). Como exemplo, examine Lev. 19. Aqui você tem o
segundo grande mandamento, verso 8, e os princípios de cada um dos dez mandamentos. Assim: 1°
mandamento, verso 32; 2°, verso 4; 3°, verso 12; 4°, verso 30; 5°, verso 3; 6°, verso 17; 7°, verso 29; 8°,
verso 13; 9°, verso 11; 10°, verso 35. Misturado entre estes estão mandamentos sobre sacrifícios, verso 5;
colheita, verso 9; vestimenta, verso 19; sacerdotes, verso 22; primeiros frutos, verso 23; adivinhadores, verso
31; Gentios, verso 34, etc. Todos estão fundamentados sobre uma lei maior e podem ser mudados para se
adequarem às circunstâncias sem afetar a lei suprema, que é sempre a mesma.
A redação particular da lei, da forma como adaptada para a era Judaica, era “a letra” ou “forma” da lei
para o tempo existente. Enquanto o espírito da lei jamais pode mudar, a letra desta muda para se adequar às
mudanças de circunstâncias do povo de Deus. Se um Judeu amava a Deus com todo o seu coração, ele
circuncidaria seus filhos, ofereceria sacrifícios de ofertas queimadas, pagaria dízimos, guardaria a páscoa, as
luas novas, o Sábado e participaria da adoração no templo, pois isso era “a lei do Senhor.” (2 Crô. 31:3; Luc.
2:22-27). Mas se um Cristão ama a Deus, ele se batizará (Atos 2:38), participará da Ceia do Senhor (1 Cor.
11:24), irá à igreja (Heb. 10:25), guardará “o Dia do Senhor” (Apoc. 1:10) e fará muitas coisas bastante
diferentes dos Judeus. Consequentemente, “necessariamente se faz também mudança de lei.” (Heb. 7:12).
Isso faz sentido tanto comum quanto Bíblico. Aqueles que fazem da mera letra da lei Judaica uma regra
rígida, e contendem pela redação exata sob todas as circunstâncias e em todas as eras, perdem o espírito do
Evangelho e estão em escravidão sob um sistema desatualizado (Gál. 3:19-25; 4:21-25; 5:1-3, 13, 14; 2 Cor.
3:3-15).
PROPOSIÇÃO 14. “A lei” do Sinai foi dada para reprimir violadores que só obedeceriam a Deus por
meio do medo.
Considere bem esta proposição. Uma deficiência em compreender este simples fato é a causa de todas as
contendas dos Sabatistas e legalistas em suas menções extravagantes e não-escriturais do “ministério da
morte gravado com letras em pedras.” (2 Cor. 3:7). Com relação a este ponto ouça a declaração de Paulo
sobre a razão de a lei ter sido feita, e observe que é a respeito dos preceitos morais que ele fala. “Sabendo
isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os
profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, para os devassos, para os
sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros e para o que for contrário à sã
doutrina.” (1 Tim. 1:9-10).
Não pode haver dúvida de que isso se refere ao código do Sinai, o qual proibia assassinato, roubo, etc.
Esta lei ele diz que não foi feita para um homem justo, mas para os iníquos. Desta lei Paulo fala em outro
lugar: “Logo, para que serve a lei? Foi ordenada por causa das transgressões.” (Gál. 3:19). Novamente,
“Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse.” (Rom. 5:20), e, “até à lei estava o pecado no mundo.”
(verso 13). Por isso está manifesto que pecado, ofensa e transgressão existiam antes de “a lei” ser dada, e que
ela foi dada para proibir delitos já existentes. Evidentemente Deus colocou a raça à prova desde Adão até
Moisés sob a mesma lei eterna do direito e amor que governou os anjos e homens santos; mas a humanidade
falhou vergonhosamente. Eles não viveram por esta regra; eles se tornaram sem lei. A desconsideração para
com Deus e a violência aberta em direção aos homens estavam crescendo; até a vida e a propriedade
tornaram-se inseguras. Então Deus selecionou uma nação, os Hebreus, e entregou os demais aos seus
próprios caminhos (Rom. 1:20-28).
Até aquele tempo o povo de Deus não havia sido uma nação por si mesmos, mas tinham habitado entre
outras nações e estavam sujeitos às suas leis civis que proibiam a violência aberta e protegiam a vida e a
propriedade. Mas tão logo se tornaram uma nação independente, foi absolutamente necessário ter uma lei
138
nacional que lhes regesse, a qual iria proibir e punir os crimes abertos, tais como assassinado, roubo,
adultério, etc. A vida e a propriedade não poderiam ser garantidas sem ela, porque muitos dentre eles eram
homens ímpios e sem lei, “dura cerviz e rebeldes.” Se todos fossem justos, se todos amassem a Deus e ao seu
próximo, não haveria necessidade de uma lei proibitiva com a pena de morte. Rapidamente podemos ver a
razão porque Paulo diz “a lei não foi feita para os justos, mas para os iníquos.” Estes iníquos teriam roubado
e matado os justos, caso não houvesse uma lei nacional e temporal para protegê-los; pois estes homens
iníquos teriam pouco cuidado com a lei maior de Deus, a qual diz respeito ao julgamento futuro. Mas como o
governo Judaico era uma teocracia, na qual o próprio Deus é o legislador, a lei requeria e regulava o culto a
ele, como também os deveres entre eles.
Portanto, para essa nação Deus deu a lei do Sinai (Êx. 20:2). Teria ela sido dada se os homens tivessem
obedecido a Deus incondicionalmente? Paulo estabelece o ponto. “A lei não é feita para o justo, mas para os
injustos e desobedientes.” (1 Tim. 1:9). Portanto, a lei não foi feita até que o homem tivessem pecado (Rom.
5:13), ofendido (verso 20), transgredido (Gál. 3:19) e se tornado iníquo. Esta, portanto, não é a lei original de
Deus pela qual ele preferiria governar os homens. Ela era uma lei repleta de proibições, ameaças, castigos e
punições. Seu objetivo era reprimir o crime aberto, proteger os homens em seus direitos naturais e preservar
o conhecimento de Deus na terra até que Cristo viesse (Gál. 3:19-25). De modo a guardar a nação separada
de todas as outras, muitos ritos penosos foram incorporados na lei, o que a tornou um jugo de escravidão
(Atos 15:10; Gál. 5:1, 3).
Quando Cristo veio, e a nação Judaica foi rejeitada e dispersada, e sua lei nacional foi derrubada, e o
Evangelho foi para todas as nações, esta lei cumpriu o seu propósito e assim findou como um sistema (Mat.
5:17-18; Rom. 10:4; Gál. 3:24; Heb. 7:12-19). Agora os Cristãos não estão sob o sacerdócio Aarônico, nem
sob a lei Judaica (Heb. 7:11, 12); mas sob o sacerdócio de Melquisedeque (versos 14-19), como estava
Abraão, nosso pai (Gên. 14:18-20), que nunca teve “a lei” do Sinai (Gál. 3:17), mas andou segundo a lei
maior que governa anjos e homens santos (Gên. 26:5). Com a lei Judaica sendo removida, nós agora nos
submetemos à mesma lei pela qual Enoque e Abraão “andaram com Deus.” O sermão da montanha é uma
bela elucidação desta lei, a regra pela qual todos os Cristãos devem viver, e pela qual todos os pecadores
serão avaliados no julgamento.
Nos dias anteriores a Moisés o povo de Deus não era uma nação independente, mas estava disperso entre
todas as nações onde eram governados e protegidos pela lei civil destas nações. Portanto, o Novo Testamento
não fornece uma lei civil para o governo dos Cristãos, nenhuma punição temporal para os criminosos. Seria
contrário à própria natureza do Evangelho se fosse deste modo. Tudo isso é deixado para os legisladores das
nações onde quer que os Cristãos possam estar. Criminosos declarados que não obedecerão por princípios a
lei maior, estão agora sujeitos aos magistrados civis. Paulo torna bem claro esta matéria e coloca a questão
além da disputa; assim: “Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que
não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade
resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados
não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e
terás louvor dela, porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz
debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal. Portanto é necessário
que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência. Por esta razão também
pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo.” (Rom. 13:1-6).
Existe lugar onde você pode encontrar lei proibitória para os “sem-lei”: é na lei civil da terra onde eles
vivem. Esta pune seus crimes contra a sociedade. Suas ofensas contra a grande lei de Deus será
recompensada no julgamento; mas os santos de Deus devem ser governados pela lei superior, a lei do
supremo amor a Deus e amor igual pelos semelhantes. Tal obediência só pode vir de um coração regenerado
pelo Espírito de Deus (2 Cor. 3:3), e “se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.” (Gál. 5:18).
Um Cristão se exime de matar, roubar e adulterar simplesmente porque a lei diz, “Não farás”? Não; na
verdade ele evita fazer estas coisas por um motivo mais elevado do que este. Então certamente ele é
governado por uma lei maior do que o decálogo. “O cumprimento da lei é o amor.” (Rom. 13:10). A disputa
entre Paulo e os Judaizantes, então, era sobre a natureza e obrigação da lei Judaica. A disputa agora, relativa
ao Sábado Judaico, envolve o mesmo ponto: a obrigação da letra da lei Judaica.
PROPOSIÇÃO 15. A letra da lei não é obrigatória sobre os Cristãos como um código coercitivo. Seria
necessário pouco argumento para provar isto, pois se a letra da lei é obrigatória, então devemos ser
139
circuncidados; oferecer sacrifícios, guardar o sétimo dia e todo o ritual Judaico, pois “a lei” incluía toda a lei
(Gál. 3:10; 5:3).
Observe no texto seguinte que “a justiça da lei” e o espírito da lei é uma coisa só, enquanto “a letra” e o
serviço exterior são outra coisa. Observe ainda que um homem pode “cumprir a lei” sem guardar a letra
desta, e assim reprovar o formalista que guarda a letra da lei, mas não o espírito dela. Paulo diz: “Se, pois, a
incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura a incircuncisão não será reputada como circuncisão? E a
incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará porventura a ti, que pela letra e circuncisão
és transgressor da lei? Porque não é Judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é
exteriormente na carne. Mas é Judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não
na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.” (Rom. 2:26-29).
Paulo argumenta que os Cristãos devem ser circuncidados, mas não “exteriormente na carne”, como
antigamente, mas “interiormente no espírito, não na letra.” Por isso ele ilustra a diferença entre guardar a lei
agora e antigamente. Assim, indo adiante: “pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.” (Rom.
6:14). A seguir, no próximo capítulo, ele diz: “Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para
aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra .”
(Rom. 7:6).
Como pode alguém não compreender linguagem tão clara? Agora, sob Cristo, estamos libertos da lei; a
lei está morta, e nós servimos a Cristo em espírito, “não na velha letra.” Assim alguém pode dizer, insistindo
neste ponto: “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo
o Espírito.” (Rom. 8:4). Paulo usa a palavra “carne” para as “obras da lei” exteriores (ver Gál. 3:2, 3). Nós
não andamos de acordo com a forma externa da lei, mas obedecemos a intenção e o espírito da mesma, ou
sua “justiça”, como ele aqui a chama.
A lei maior de Deus, supremo amor a Deus e igual amor ao próximo, sob a qual a lei Judaica pendia, era
o “espírito”, “justiça”, ou a real intenção de “a lei.” Esta “primeira e grande” lei os Cristãos guardam, ao
mesmo tempo em que estão livres da mera letra da lei, que era escravidão. Portanto, para os Gálatas, que
estavam sendo molestados pelos Judaizantes legalistas, Paulo escreveu: “Porque vós, irmãos, fostes
chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros
pelo amor. Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo...
Mas se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.” (Gál. 5:13, 14, 18).
Ele reitera a verdade com todas as letras – que os Cristãos não estão sob a lei; que são chamados para
uma liberdade que os Judeus nunca desfrutaram. Note como ele declara repetidamente que toda a lei está
cumprida nisto: Ame seu próximo como a ti mesmo. “Porque quem ama aos outros cumpriu a lei.” (Rom.
13:8, 10). Esta não é uma liberdade para a licenciosidade e autoindulgência, mas é uma liberdade das formas
e cerimônias da lei que escravizava os Judeus.
Em Jer. 31:3-34, foi profetizado que o Senhor faria uma “nova aliança” com Israel, “não conforme”
aquela que ele fez no Sinai; pois ele colocaria suas leis em seus corações e mentes. Isso indica claramente
uma mudança do modo anterior formal de governo do povo de Deus. Paulo assim menciona esta profecia:
“não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração... O qual nos fez também capazes de ser
ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.” (2
Cor. 3:3, 6).
A lei dos Cristãos agora não é aquela escrita no livro ou sobre as tábuas de pedra. Não foi a letra, mas o
espírito da lei, o que os apóstolos ensinaram. Assim Paulo fala. Depois ele diz que “o ministério da morte,
gravado com letras em pedras... foi-se” (versos 7, 11). Seguramente, então, os Cristãos estão livres da letra
da lei; mas ela ainda é estudada com reverência, e seu espírito levado adiante nos deveres Cristãos, embora
na forma estes difiram dos deveres Judaicos. A observância do Dia do Senhor vai ao encontro do espírito do
quarto mandamento. Somos circuncidados no coração, não na carne (Rom. 2:26-29).
O Rev. W. P. Harrison, D.D., editor de livro da M. E. Church, Sul, afirma corretamente: “A vinda de
Cristo não repeliu qualquer lei moral, e a lei cerimonial não foi repelida, mas cumprida. Tudo o que era
permanente, útil ou espiritual na economia Mosaica permanece, não na letra de estatutos, mas no
cumprimento e dispensação concluída da graça.” (The Christian Sabbath, pág. 30). Igualmente o Rev. J. H.
Potts, D.D., Metodista, diz: “A lei na dispensação Mosaica foi formulada em nove preceitos morais, com um
mandamento (do Sábado) adicionado, formando dez ao todo. Esta mesma lei sob a dispensação Cristã é
140
sumarizada sob dois grandes títulos – amor a Deus e amor ao homem. Contudo, nem um jota ou um til da
essência da lei moral é mitigada. Quando Paulo, referindo-se ao término da dispensação da lei, disse: 'Pois,
se aquilo que passou era glorioso, muito mais aquilo que permanece é glorioso', ele indicou a situação
correta da lei. A essência da lei moral 'permaneceu'.” Isso é exatamente o que eu creio.
O texto seguinte de Pedro é uma ilustração correta da aplicação espiritual da antiga lei que os apóstolos
fizeram por todo o Evangelho: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio
santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” (1 Ped. 2:5). O antigo templo,
o sacerdócio e sacrifícios da lei agora têm um significado espiritual como encontrado na Igreja e em seu
culto.
PROPOSIÇÃO 16. A lei foi mudada. Jeremias predisse que sob a nova aliança a lei de Deus seria escrita
no coração, e não como era antes. “Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração.” (Jer.
31:33). Paulo menciona isto quando diz que a nossa epístola é “escrita não com tinta, mas com o Espírito do
Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.” (2 Cor. 3:3). Portanto, a lei de
Deus não está agora escrita em tábuas de pedra como as do Sinai. Isto é uma completa contradição ao que os
Adventistas ensinam. Eles afirmam que a lei de Deus está ainda sobre tábuas no céu, como as de
antigamente. Paulo diz que não, ela está escrita pelo Espírito sobre o coração.
Isso implica numa mudança radical na forma da lei e no modo que ela deveria ser ensinada. Em Heb.
7:12, é expressamente declarado que “necessariamente se faz também mudança da lei.” A letra da lei Judaica
é totalmente imprópria para a condição da igreja Cristã. Ela pode ser apenas um guia para nós na medida em
que seja modificada e interpretada pelo Evangelho. Mas no Evangelho não existe determinação para guardar
o sétimo dia. Consequentemente, a letra deste comando não nos diz respeito.
PROPOSIÇÃO 17. Todo o sistema Judaico terminou na cruz. Seguramente isso é ensinado tão
nitidamente por todo o Novo Testamento, que ninguém deveria negá-lo. Mas nós provamos claramente que
“a lei” incluía todo o código de leis dado a Israel no Sinai – preceitos morais, civis e cerimoniais, o decálogo
e tudo o mais.
Este sistema completo de lei foi moldado para se adequar à era Judaica e não poderia ser aplicado aos
Cristãos gentios em todas as partes do mundo. Logo, um “novo caminho” (Heb. 10:20), uma “nova aliança”
(Heb. 8:13), uma nova “ministração” (2 Cor. 3:8) foram apresentados, e assim “necessariamente se faz
também mudança da lei.” (Heb. 7:12).
Examine cuidadosamente uns poucos textos aos quais irei me referir. “A lei foi dada por Moisés; a graça
e a verdade vieram por Jesus Cristo.” (João 1:17). Isso implica uma mudança. “Não estais debaixo da lei,
mas debaixo da graça.” (Rom. 6:14). “Sob a misericordiosa dispensação do Evangelho.” (John Wesley). “De
maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. Mas,
depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio.” (Gál. 3:24-25). “Vós estais mortos para a lei pelo corpo
de Cristo.” (Rom. 7:4). “Mas agora temos sido libertados da lei.” (verso 6). “Cristo é o fim lei.” (Rom. 10:4).
“o ministério da morte, gravado com letras em pedras era glorioso... o que passou era glorioso.” (2 Cor. 3:7,
10). Isso termina o decálogo.
“Tendo abolido na sua carne a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças.”
(Efé. 2:15). “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira
nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou
pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados.” (Col. 2:14-16). “Porque,
mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei... Porque o precedente
mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade, pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou e
desta sorte é introduzida uma melhor esperança.” (Heb. 7:12, 18, 19).
Leia Atos 15:1-29 e veja toda essa questão da “lei” discutida pelos apóstolos e estabelecida nestas
palavras: “Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e
transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado
mandamento.” (verso 24). O veredito é enfático e claro: os apóstolos não deram mandamento para “guardar a
lei.” Não foi dito a “lei cerimonial”, ou uma parte da lei, mas simplesmente “a lei.” Os Adventistas dizem
que devemos guardar a lei ou “não podemos ser salvos”, exatamente aquilo que os Judaizantes disseram
(verso 1), e exatamente aquilo que o concílio condenou. A circuncisão foi especialmente mencionada porque
ela era o rito iniciatório, o sinal que representava toda a lei. Assim, quando um Gentio fosse compartilhar dos
141
privilégios da nação, ele tinha que ser circuncidado (Êx. 12:48). Ser incircunciso era ser um pagão, impuro e
perdido; ser circuncidado era ser um Israelita, um membro da nação santa. Consequentemente, a circuncisão
representava toda a lei de Moisés em todas as suas partes. O Ancião Butler, líder Adventista, teve que
confessar isso. Ele diz: “O termo 'a lei' para os Judeus geralmente incluía os cinco livros de Moisés,
incluindo assim todo o sistema – moral, ritual típico (simbólico) e civil. Isto, como um sistema, esses mestres
Judaizantes desejavam manter. A circuncisão era um sinal do todo.” (Law in Galatians, pág. 70).
Nunca houve uma declaração mais verdadeira. A circuncisão era o sinal de todo o sistema Mosaico –
moral, típico, civil; tudo o que estava escrito nos cinco livros de Moisés, do qual o decálogo era uma parte
principal. Os apóstolos decidiram que os crentes gentios estavam livres de todo o sistema da lei. Junte a
declaração de Butler com esta do Ancião Smith, outro líder Adventista, e você terá toda a verdade: “O que
foi abolido na cruz era um sistema inteiro. Deus não selecionou e aboliu porções e pedaços de algum arranjo
ou sistema, e deixou outras artes remanescentes.” (Synopsis of Present Thruth, pág. 259). Correto; todo o
sistema terminou na cruz.
PROPOSIÇÃO 18. Nenhuma parte da grande lei espiritual de Deus foi abolida, reordenada ou mudada
na cruz. Os Adventistas fazem um grande alvoroço sobre o absurdo da ideia de que Deus abolira a sua lei na
cruz e depois reordenou imediatamente nove décimos dela. O que eles dizem é como se você cortasse seus
dez dedos para se livrar de um mal, e depois implantasse nove outra vez. Igualmente eles seguem adiante
com toda uma mistura de absurdos envolvidos na posição de que a lei moral de Deus foi abolida na cruz e
dada uma nova. Mas isso é apenas um espantalho da sua própria maquinação, e por isso facilmente
demolido. Nós não sustentamos tal posição absurda. A grande lei moral de Deus é imutável; mas a lei
Mosaica era apenas uma lei nacional fundada sobre os princípios da lei moral de Deus. Mesmo quando
existia ela não substituía a lei maior de Deus; e quando terminou de modo algum afetou a lei de Deus, que
continuou da mesma forma inalterada e inalterável.
Para ilustrar: “O estado de Michigan proíbe assassinato, roubo e adultério. Nesse aspecto ela está
fundada sobre a lei moral de Deus. Agora, se a lei de Michigan for abolida, isso faz abolir a lei de Deus?”
Não. Da mesma forma com a lei estatal de Israel. Nem seu estabelecimento no Sinai ou sua abolição na cruz
mudaram de algum modo a grande lei moral de Deus pela qual ele julgará o mundo. Os absurdos Adventistas
cresceram a partir da sua própria teoria falsa, e isso é tudo.
Os Adventistas concordam conosco quanto à lei de Moisés (Atos 15:5) ter sido abolida. Bem, esta lei
continha muitos preceitos tão puramente morais quanto qualquer coisa no decálogo. Aqui estão alguns:
“Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração.” (Deut. 6:5). “Ame teu próximo como a ti mesmo.”
“Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo.” (Lev. 19:11, 18).
Dezenas de preceitos semelhantes estão por toda a lei que eles admitem ter sido abolida. Eles são tão morais,
espirituais e necessários quanto qualquer coisa nos dez mandamentos, e mesmo assim toda essa lei foi
abolida, como eles admitem. Mas o dever intimado nestes preceitos foram abolidos? Não, porque eles eram
inerentes a uma lei maior. Exatamente assim cada princípio moral envolvido no decálogo existia numa lei
mais elevada antes de este documento ser dado, e por isso não cessaram quando a lei expirou. O próprio
Ancião White faz esta confissão: “Os dez mandamentos são adaptados para seres caídos. Como redigido na
sagrada Escritura eles não estão adaptados para a condição de anjos santos, nem para o homem em seu
estado santo no Éden... Mas os dois grandes princípios do governo moral de Deus existiam antes da queda,
na forma de lei... Esses dois grandes mandamentos abrangem tudo o que é exigido pelos dez preceitos do
decálogo.” (Law and Gospel, pág. 4, 5). Bom e verdadeiro. Portanto, os dez mandamentos não são a lei
primária de Deus. Eles são apenas temporários, ao passo que todo o conteúdo moral que estão neles, e muito
mais, sempre continua.
“Os ensinamentos do Cristianismo são fatos e princípios, não proposições e restrições; suas instituições
são simples esboços, não cerimônias meticulosas; e suas leis são sentimentos morais, não protocolos
mecânicos de direcionamentos.” (Pulpit Commentary sobre 2 Cor. 3:6). Esta é a verdade bem colocada.
Assim, o ímpio que não vive por esses princípios, que não ama a Deus nem seus semelhantes, mas vive
egoisticamente uma vida corrupta, será julgado e condenado pelos princípios da lei eterna de Deus, como
ensinado no Novo Testamento.
142
CAPÍTULO XVIII
O DECÁLOGO EXAMINADO.
Para os Adventistas do Sétimo Dia o decálogo é a única lei suprema moral e espiritual de Deus, de modo
que não existe nada superior. Ele é a lei que governa os anjos no céu. Assim diz a Sra. White: “A lei de Deus
existia antes de o homem ser criado. Os anjos eram governados por ela. Depois de Adão e Eva terem sido
criados, Deus tornou conhecido a eles sua lei.” (Spirit of Prophecy, Vol. I, pág. 261;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=152&p=261). Ele governa todos os homens em todas as eras e no
mundo por vir. Os dez mandamentos abrangem todo o dever do homem, de modo que não existe pecado
cometido que não seja uma violação dessa lei, ao mesmo tempo em que neles residem toda a virtude.
“Nenhuma virtude conhecida para o mundo moral aqui contida escapa de sua aprovação e louvor; nenhum
vício ou delito dos quais o homem possa ser culpado escapa da condenação.” (Perfection of the Ten
Commandments, pág. 4).
Mas estas declarações são exageradas e sem fundamento. Um desejo de sustentar o Sábado do sétimo dia
levou a esta falsa posição sobre o decálogo. Dois mil e quinhentos anos, quase a metade de toda a história do
mundo, se passaram antes de o decálogo ter sido dado de alguma forma, como provamos. Isto é estranho, se
o decálogo é algo tão sumamente importante.
Vamos examiná-lo. Moisés diz claramente que todas as palavras que o Senhor falou foram escritas sobre
as tábuas de pedra: “E o Senhor me deu as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus; e nelas estava
escrito conforme a todas aquelas palavras que o Senhor tinha falado convosco no monte, do meio do fogo.”
(Deut. 9:10). Este texto é conclusivo demais para ser manipulado. Tudo o que Deus falou foi escrito sobre as
tábuas e era uma parte do decálogo. Aqui estão as primeiras destas palavras: “Então falou Deus todas estas
palavras, dizendo: Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás
outros deuses diante de mim”, etc. (Êx. 20:1-3).
Estas palavras fazem parte do Decálogo tanto quanto qualquer outra do restante dele. Elas foram ditas
por Deus desde o céu, escritas com Seu dedo, foram gravadas sobre a pedra e colocadas na arca. Agora
olhem para o quadro que os Adventistas penduram como sendo a “Lei de Deus.” Aquelas palavras estão lá?
Verdadeiramente, não. Por que elas são deixadas de fora? Porque se colocadas arruinariam toda a sua teoria
da lei.
Eles afirmam que essa lei é obrigatória para anjos. Mas como isso soaria para os anjos: “Eu sou o Senhor
teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”? Os anjos estiveram em escravidão no Egito?
Não soaria um tanto estranho para Gabriel e os serafins dizer-lhes que estiveram em escravidão no Egito?
Faça a leitura para Adão. Seria novidade para ele aprender que estivera em escravidão no Egito! Faça a
leitura para um americano livre de nascimento; faça a leitura para todas as hostes redimidas no céu. Para
quem essas palavras são aplicáveis? Apenas para a nação Judaica e a ninguém mais. Para eles o decálogo foi
estruturado e para eles foi dado. Durante anos eu pesquisei tentando encontrar um único texto declarando que
essa lei havia sido dada para algum outro povo além dos Judeus – jamais o encontrei. Estas primeiras
palavras mostram nitidamente que o decálogo foi endereçado apenas para eles.
Os Adventistas do Sétimo Dia afirmam que o preceito do Sábado é a única coisa no Decálogo que diz
quem o deu. Assim: “Afora este preceito [o Sábado], nada há no Decálogo para mostrar por que autoridade a
lei é dada.” (Sra. White, em Great Controversy, pág. 284; O Grande Conflito, pág. 452
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=452). Isto não é verdade. As palavras introdutórias dizem
claramente quem o deu. Foi o Deus que os tirou do Egito. Aqui estão o nome, assinatura e selo desta lei nas
primeiras palavras dela. Aqui Deus se coloca diante deles como seu Libertador, em vez de seu Criador. Sua
143
obediência a estes mandamentos está baseada sobre este fato. Veja como isso está claro. Eu sou o Senhor teu
Deus que te tirei da terra do Egito; portanto tu deves fazer assim e assim. O Egito, não o Éden, é apontado.
Na cópia do decálogo, como é dada em Deut. 5:6-21, nem sequer existe referência à criação, ao passo em
que a libertação do Egito é indicada de forma proeminente. “Estendê-lo mais longe do que o seu próprio
prefácio é violar as regras da crítica.”
Que coisa inatural e estranha seria, ao se redigir um documento importante, indicar o nome do autor no
meio dele, como os Sabatistas dizem que o Senhor fez ao dar o decálogo! Em nosso tempo o nome é
indicado ao final do documento; mas antigamente, especialmente entre os Judeus, o nome do autor era
sempre dado primeiro, na primeira frase do documento. Assim: “Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote
Esdras” (Esd. 7:12); “Visão de Isaías” (Isa. 1:1); “Palavras de Jeremias” (Jer. 1:1); “Paulo, servo de Jesus
Cristo” (Rom. 1:1); “Tiago, servo de Deus” (Tiago 1:1); “Pedro, apóstolo” (1 Ped. 1:1). Assim é por toda a
Bíblia; o nome e autoridade são dados primeiro e depois segue o corpo do documento. O Senhor fez
exatamente assim, de acordo com o costume antigo da época em uso e familiar a todos, ao dar o decálogo
anunciando primeiro o seu nome, “o Senhor teu Deus”, e seu poder, “que te tirei do Egito.”
Isso ele fez nas palavras de abertura da lei. Aqui, então, bem nas palavras iniciais do decálogo, e não no
preceito do Sábado no meio da lei, está o nome, assinatura e selo do legislador, Jeová, que os tirou do Egito.
Isto define que a lei não havia sido dada até então; que foi dada apenas para os Judeus e não foi projetada
para ninguém mais.
Para ilustrar: Abrindo uma lei promulgada pela legislatura de Michigan, de 16 de fevereiro de 1882, leio:
“É decretado pelo senado e a casa dos representantes do estado de Michigan”, etc. Agora suponha que
alguém viesse dizer que essa lei foi editada mil anos atrás e foi projetada para o mundo inteiro. Estas
palavras iniciais não mostrariam que essa lei não havia sido promulgada até que Michigan se tornasse um
estado, e que havia sido elaborada para o povo de Michigan? Sem dúvida alguma. Da mesma forma as
palavras de abertura do decálogo mostram que a lei não foi dada até que Deus tirou Israel do Egito; que foi
dada a eles e para nenhum outro povo. Se alguém encontrar uma cópia do decálogo anterior a este tempo,
desistiremos do caso. Em todos os aspectos existem evidências de que ele foi formulado para atender
somente à nação Judaica em suas circunstâncias peculiares.
Tome o mandamento do Sábado: “Teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu
animal, nem o estrangeiro, que está dentro das tuas portas.” (Êx. 20:10). Pense sobre este mandamento sendo
dado para anjos no Céu! “Filhos”, “filhas” e “a mulher do teu próximo” (verso 17), quando eles não se casam
e nem se dão em casamento! Novamente: “gado”, “boi”, “jumento”, etc. Acaso os anjos possuem gado e
trabalham com bois e jumentos no Céu? Igualmente “servos e servas.” Isto significa servos cativos ou
escravos, tais como os Hebreus possuíam naqueles dias. Isso é mostrado pelo décimo mandamento (verso
17). “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a
sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento.” Estes eram sua propriedade, servos ou escravos, jumentos,
bois, etc. Mas os anjos possuem escravos? Adão teve servos no Éden? Irão os redimidos possuí-los
futuramente? Quão sem sentido é aplicar esta lei para os anjos, para o Éden e para o Céu! A redação foi
especialmente adaptada para a condição social dos Judeus como uma nação na terra de Canaã, e para
ninguém mais.
Uma vez mais: “Teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas.” (verso 10). Como todos sabem, “o
estrangeiro” era o Gentio. “Dentro das tuas portas” era uma expressão comum significando dentro das suas
cidades ou habitando em sua terra. Isso não se refere a viver na sua fazenda ou dentro dos portões que
fecham a sua fazenda, como os Adventistas sempre explicam. As cidades eram muradas e a entrada era
através de portões. Ali era onde os juízes sentavam e onde todos os negócios eram feitos. Assim: “Todos os
que entravam pela porta da sua cidade.” (Gên. 23:10). “Juízes e oficiais porás em todos os teus portões.”
(Deut. 16:18). É para este costume dos Judeus que o mandamento do Sábado está se referindo. Todos os
Gentios habitando entre eles em suas cidades deveriam guardar o Sábado. Isso mostra que se trata de uma lei
nacional, redigida em todas as suas partes para se adaptar às circunstâncias dos Judeus daquela época.
Este mandamento, então, não poderia ser aplicado a ninguém mais, a não ser aos Judeus dali.
Novamente, o quinto mandamento: “A terra que o Senhor teu Deus te dá” (Êx. 20:12), claramente se refere a
Canaã, que Deus lhes deu. O nono preceito: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.” Isto não está
relacionado à mentira em geral, mas apenas a um falso juramento contra o próximo num tribunal (ver Deut.
19:15-19). Um homem poderia dizer uma centena de mentiras, as quais não seriam falso testemunho contra o
144
próximo. A ordem contra a mentira é encontrada em Lev. 19:11: “Nem mentireis... cada um com o seu
próximo.” Este é um preceito moral muito mais abrangente do que o nono mandamento.
Cada princípio contido no decálogo é também encontrado várias vezes descrito na lei de Moisés, seja
com as mesmas palavras ou com similares. Por exemplo, Lev. 19 reitera cada princípio encontrado nos dez
mandamentos, com muito mais além. Quão errôneo, então, é chamar uma lei de moral e outra de cerimonial,
quando ambas são da mesma natureza; o decálogo simplesmente sendo preceitos representativos da lei de
Moisés.
Mas o principal argumento usado para provar a natureza superior dos dez mandamentos é que eles foram
ditos pela voz de Deus, escritos por seu dedo sobre a pedra e colocados na arca, ao passo que o restante da lei
foi escrito pela mão de Moisés num livro. Por que estes mandamentos seriam assim selecionados e
apresentados de tal maneira, se não fosse para exaltá-los sobre todos os outros? A resposta é fácil: De acordo
com o costume daqueles tempos, qualquer contrato solene ou aliança eram celebrados escolhendo-se algum
objeto como testemunha ou testemunho destes. Assim: Jacó erigiu uma coluna como testemunha do seu voto
a Deus (Gên. 28:18). Jacó e Labão fizeram um montão de pedras como testemunha da sua aliança (Gên.
31:48). Abraão separou sete cordeiras como “um testemunho” da sua aliança com Abimeleque (Gên. 21:27-
30).
Da mesma forma quando a aliança solene foi feita entre Deus e Israel no Sinai, o Senhor deu-lhes as
tábuas de pedra para serem sempre guardadas como uma testemunha ou “testemunho” daquele acordo.
Consequentemente, elas são chamadas “as tábuas do testemunho”, isto é, testemunha (Êx. 31:18).
Igualmente o tabernáculo era “o tabernáculo do testemunho” (Núm. 1:53), ou “a tenda do testemunho”
(Núm. 17:7). As tábuas de pedra, então, contendo alguns dos principais itens da lei, deveriam ser sempre
guardadas como “testemunho” da aliança que Israel fez de guardar a lei. Evidentemente esta é a razão pela
qual o decálogo foi dado como foi, e não porque ele era uma lei perfeita e eterna em si mesma.
Obviamente seria impossível transportar toda a lei, se estivesse escrita sobre pedras; portanto, apenas
umas poucas amostras da lei poderiam ser selecionadas e colocadas sobre pedras para serem guardadas como
um testemunho da aliança. Logo, a razão pela qual Deus falou essas palavras não foi pelo fato de ser uma lei
perfeita, mas para impressionar suas mentes de modo que jamais a esquecessem. Isto é exatamente o que
Deus diz de si mesmo: “E os farei ouvir as minhas palavras, e aprendê-las-ão, para me temerem todos os dias
que na terra viverem.” (Deut. 4:10). Quão muito mais simples e óbvias são estas razões, do que o imaginário
inventado pelos Sabatistas.
Que o decálogo era meramente, em suas obrigações, a lei nacional e temporal para os Judeus, é
comprovado pelo fato de que o apedrejamento até a morte era a penalidade por sua violação. Quando a morte
era assim infringida sobre um homem ele teria pago a penalidade desta lei, e toda a penalidade possível. Mas,
o apedrejamento até a morte é a punição para a lei moral de Deus? Não, esta é a morte eterna no julgamento.
Um homem que é enforcado por assassinato pagou a penalidade da lei de nossa terra, do mesmo modo que o
Judeu que foi apedrejado pagou a penalidade da lei da sua terra. Irá Deus julgar um homem segunda vez no
julgamento pela lei da nossa terra, depois de ele ter pago uma vez sua punição por enforcamento? Não, mas
ele será julgado por uma outra lei maior – a grande lei espiritual de Deus. E assim será com os Judeus. Eles
nunca serão julgados a segunda vez pelo decálogo, pois este era apenas nacional, mas sim por uma lei maior,
aquela que exige supremo amor a Deus e amor ao próximo como a si mesmo. Uma lei sem penalidade é uma
nulidade; mas o apedrejamento, a penalidade ligada ao decálogo, foi abolido na cruz; consequentemente, a
lei cessou ali também.
Os Adventistas do Sétimo Dia declaram que os dez mandamentos são uma lei perfeita, condenando cada
pecado possível e exigindo cada virtude possível. Mas isto é tudo suposição e contrário à verdade manifesta.
Qual dos dez mandamentos condena o orgulho, ostentação, embriaguez, ingratidão, amor pelo prazer, ira,
conversa impura, impaciência, contradição, egoísmo e coisa semelhante? Qual dos dez mandamentos exige
de nós alimentar o pobre, visitar o órfão e a viúva, ser longânimo e tranquilo, ser gentil, submisso, sóbrio,
orar, arrepender-se, ir ao culto, perdoar e coisa semelhante? Não, o decálogo não faz tal coisa, porque ele não
foi feito para tal propósito. Ele era meramente proibitório em sua natureza. O homem que meramente não faz
nada, que simplesmente evita o delito, guardou esta lei. Mas a lei de Deus, pela qual um Cristão deve viver,
exige que ele faça, e faça muito. Ele deve amar a Deus, amar seu próximo, amar seus inimigos, visitar a
viúva e o necessitado, sofrer a injustiça, ser paciente, hospedar os estrangeiros e ser ativo em toda boa obra.
145
Ela exige atividade crescente e a consagração de todas as nossas energias para as boas obras; mas o
decálogo não exige nada a não ser evitar o delito aberto. O decálogo sozinho nunca é chamado de “a lei de
Deus”, nem de “a lei do Senhor”, nem de lei perfeita, nem é dito que alguém será julgado por ele, ou que ele
é impositivo sobre os Cristãos.
1. Eu sou o Senhor, etc. (v. 2) 1. Contra ídolos (v. 3) 1. Contra ídolos e imagens (v. 3-6)
2. Contra ídolos e imagens (v. 3-6) 2. Contra imagens (v. 4-6) 2. Blasfêmia
Pode ser visto aqui que os Católicos nisto simplesmente seguiram os primeiros Pais, enquanto nós
seguimos os Gregos. O papa não teve nada a ver com a elaboração desta divisão dos mandamentos. De
acordo com a divisão Talmúdica (Judaica), que é a mais antiga de todas, o primeiro mandamento começa
com as palavras “Eu sou o Senhor teu Deus que te tirei da terra do Egito”, etc. Os Judeus, os Católicos e os
Luteranos incluem em seu primeiro mandamento as palavras introdutórias “Eu sou o Senhor teu Deus”, etc.,
exatamente como tudo deveria ser, pois estas são as palavras mais importantes de todas, pois elas falam
quem deu a lei. Os Adventistas as expurgam para salvar a sua teoria.
Deste modo, na medida em que eu aprendia mais comecei a ver um a um como os argumentos dos
Adventistas eram falaciosos e contrários à história e aos fatos.
146
AUTORES EMINENTES SOBRE O DECÁLOGO.
Muitos dos homens dos mais eminentes, devotados e eruditos da Igreja sustentaram que o decálogo
estava abolido, embora estivessem longe de serem Antinomianos. Entre esses estavam os pais apostólicos,
Lutero, Calvino, Milton, Baxter, Bunyan, Doddridge, Whately, Grotius, Locke, Sherlock, Watts, Hassey,
Judson, George Dana Boardman e uma hoste de homens semelhantes.
Justino Mártir, 140 D. C., diz: “A lei promulgada em Horebe é agora velha e pertence apenas a vós
(Judeus); mas a outra pertence a todos. Uma lei colocada contra a outra lei anula a primeira.” (Diálogo com
Trifão, Cap. 11;
http://www.abralic.org.br/anais/cong2008/AnaisOnline/simposios/pdf/018/MARTA_MARCZYK.pdf).
Sobre isto, o Ancião Andrews diz: “Também está manifesto que Justino sustentou a revogação dos dez
mandamentos.” (Testimony of the Fathers, pág. 43).
Tertuliano, 200 D. C., diz: “Nós admitimos plenamente a abolição da antiga lei.” (Contra Marcion, Livro
5 Cap. 2). Sobre a lei ele cita Col. 2:16, e diz: “O apóstolo aqui ensina claramente como ele tinha sido
abolido.” (Ibid. Cap. 19).
Lutero, diz: “Os dez mandamentos não se aplicam a nós Gentios e Cristãos, mas apenas aos Judeus. Se
um pregador deseja forçá-lo de volta a Moisés, pergunte a ele se você foi tirado por Moisés do Egito. Se ele
disser não, então diga: 'Como, então, Moisés me interessa, já que ele fala (nas dez palavras) para o povo que
foi tirado do Egito?' No Novo Testamento Moisés chega a um fim, e sua lei perde as suas forças.” (ver
Kitto's Cyclopedia, artigo Lei).
Kitto's Cyclopedia of Biblical Literature, artigo Lei, diz: “Eles [Cristo e os apóstolos] indicaram
claramente que a lei moral não é de forma alguma excluída quando falam da abolição da lei em geral.”
O recente comentário popular de Jamison, Faussett e Brown, diz: “A lei (incluindo especialmente a lei
moral onde estava a principal dificuldade em obedecer) é revogada para os crentes, na medida em que era um
código obrigatório e acusatório.” (sobre Col. 2:16).
A Encyclopedia Britannica diz: “Os dez mandamentos não se aplicam a nós, Gentios e Cristãos, mas
apenas aos Judeus.” (sobre os Dez Mandamentos).
Diz o Dr. Dobbs, Batista: “Isso não é 'ensino novo e perigoso.' Era a doutrina dos reformadores
Protestantes do décimo sexto século. Calvino argumenta neste tom em suas Institutas. O eminente e
estudioso comentarista Batista John Gill diz escrevendo sobre Êx. 20:1-2: 'O verso 2 mostra que esse corpo
de leis foi entregue para o povo de Israel e primariamente pertence a eles; pois de nenhum outro povo pode
as coisas acima terem sido ditas'. Sobre Mat: 5:17 e 2 Cor. 3:7-11, Gill é enfático em conclusão similar. Leia
isto, sobre a última passagem: 'A lei é aquilo que foi feito; não meramente a lei cerimonial, ou a lei judicial;
mas todo o ministério de Moisés, e particularmente a lei do decálogo.' Termino citando um incidente relatado
pela Sra. Emily C. Judson, na Life of Adoniram Judson, escrito por seu filho, Dr. Edward Judson. A Sra.
Judson diz que certa vez seu marido a repreendeu por apresentar algumas lições do Velho Testamento nas
suas classes Bíblicas, 'comparando-a às apalpadelas entre as sombras, quando ela poderia muito bem ter o sol
do meio-dia.' Ao relatar este incidente, a Sra. Judson diz: 'Minha impressão, obtida através de muitas e
longas conversas, é a de que ele considerava o Velho Testamento como as Escrituras dadas especialmente
para os Judeus, e apenas para eles. Ele não gostava das distinções comumente extraídas entre a lei moral e
cerimonial, e algumas vezes censurava com gravidade as colocações dos dez mandamentos feitas pelos
Cristãos. Ele pensava que o Velho Testamento era muito importante como uma explanação e confirmação do
Novo – como uma porção da inspiração que veio de Deus, etc., mas vinculante para os Cristãos apenas na
medida em que repetia o Novo Testamento. Ele costumava falar da lei de Moisés como tendo sido cumprida
em Cristo, a assim não tendo mais qualquer poder adicional; e a outra como cerimonial e não mais exigindo
obediência. Praticamente nós não temos nada a ver com a lei do Velho Testamento.” (Life of Judson, pág.
411, 412).
Rev. George Dana Boardman, D.D., o eminente teólogo Batista, em seu recente livro The Ten
Commandments, diz: “Embora o decálogo, em seu espírito, seja para todas as terras e épocas, ainda assim
em sua letra ele era evidentemente para os Judeus. O próprio preâmbulo prova a afirmação: 'Deus falou todas
estas palavras, dizendo: Eu sou Jeová, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da escravidão.' Então,
segue-se os dez mandamentos, fundamentados no único fato de que Jeová era o Deus da aliança de Israel.”
(pág. 127-130).
147
John Milton diz: “Com relação à doutrina daqueles que consideram o decálogo como um código de
moralidade universal, não consigo compreender como poderia prevalecer tal opinião; com estes
mandamentos sendo evidentemente nada mais do que um resumo de toda a lei Mosaica, como o quarto
mandamento o é de toda a lei cerimonial; o qual, portanto, não pode conter nada aplicável à adoração do
Evangelho.” (Treatise on Christian Doctrine, Vol. 1, Livro 2, Cap. 7).
148
CAPÍTULO XIX
AS DUAS ALIANÇAS.
Nenhum outro assunto confunde os Adventistas tanto quanto as alianças. Eles temem se defrontar com
ele. Eles têm tentado vários meios para explicá-las, mas estes não são satisfatórios nem para eles mesmos. Eu
estive lá e sei. “A abolição da aliança Sinaítica carrega consigo a abolição do Sábado Judaico tão
completamente, que nenhum traço autoritativo pode ser encontrado deste lado do sepulcro do nosso Senhor
ressurreto.”
O Ancião Smith, diz: “Se os dez mandamentos constituem a velha aliança, então eles se foram para
sempre... Isto, portanto, se torna uma questão crucial.” (Two Covenants, pág. 5). Logo veremos a força disto.
Jer. 31:31, 32, diz: “Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e
com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os
tirar da terra do Egito.”
Aqui aprendemos os seguintes fatos sobre a primeira, ou velha aliança: 1. Ela foi feita entre Deus e
Israel. 2. Ele foi feita quando ele os tirou do Egito. 3. Uma nova aliança seria feita. 4. Ela não será de
acordo com a velha.
Adventistas e todos concordam que essa velha aliança é encontrada em Êx. 19 a 24. Todos nós sabemos
que os dez mandamentos, como e por que foram dados, são as coisas destacadas naqueles cinco capítulos.
Nós sabemos também que eles são chamados “a aliança”, que foi dada no Sinai ou Horebe. Assim: “Então o
Senhor vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes figura
alguma. Então vos anunciou ele a sua aliança que vos ordenou cumprir, os dez mandamentos, e os escreveu
em duas tábuas de pedra.” “O Senhor nosso Deus fez conosco aliança em Horebe. Não com nossos pais fez o
Senhor esta aliança, mas conosco, todos os que hoje aqui estamos vivos.” (Deut. 4:12; 5:2-3). Então segue-se
os dez mandamentos como a aliança nomeada. Novamente: “As tábuas de pedra, as tábuas da aliança que o
Senhor fizera convosco.” (Deut. 9:9). Da mesma forma, “E escreveu nas tábuas as palavras da aliança, os dez
mandamentos.” (Êx. 34:28).
Seguramente isso está claro o suficiente para um homem comum. O que é uma aliança? Webster diz:
“Um consentimento mútuo ou acordo de duas ou mais pessoas para fazer ou se abster de algum ato ou coisa;
um contrato.” Como o decálogo sozinho não é um acordo mútuo, ele se torna uma parte de um acordo para
ser chamado de aliança, da forma como é com tanta frequência. Examinando-o, descobrimos que o decálogo
era a própria base da aliança do Sinai; a principal coisa na aliança entre Deus e Israel. Isso até mesmo o
Ancião Smith reconhece: “Ele era a base de todo o arranjo.” (The Two Covenants, pág. 10). Sendo a coisa
principal na aliança, ele é assim colocado como representativo do todo, e assim chamado “a aliança.”
Analisando Êx. 19, lemos: “Ao terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no mesmo dia
chegaram ao deserto de Sinai.” (verso 1). Foi no Sinai, assim que saíram do Egito. Moisés era o mediador
(verso 3). O Senhor o enviou para dizer a Israel “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e
guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a
terra é minha.” (verso 5). Moisés vai e repete esta oferta aos Judeus. Eles dizem: “Tudo o que o Senhor tem
falado, faremos.” (verso 8). Aqui firmou-se um acordo, uma aliança, entre Deus e Israel. Eles concordam em
obedecer a sua voz. Ele concorda em abençoá-los.
A seguir, eles se preparam para ouvir a sua voz (versos 9-25). No capítulo 20, Deus fala os dez
mandamentos e acrescenta depois deles vários preceitos através de Moisés até o fim do capítulo 23,
terminando com uma promessa de abençoar-lhes o seu pão e água, remover a enfermidade de entre eles,
expulsar os Cananitas e dar-lhes a terra. Capítulo 24:1-8, relata como Moisés depois repetiu para o povo
149
“todas as palavras do Senhor e todos os estatutos.” Novamente eles concordam em obedecer (verso 3). Então
“Moisés escreveu todas as palavras do Senhor” num livro (verso 4). Reunindo novamente o povo, ele lê “o
livro da aliança” para eles, e pela terceira vez eles dizem “Tudo o que o Senhor tem falado faremos.” (verso
7). “Então tomou Moisés aquele sangue, e aspergiu-o sobre o povo, e disse: 'Eis aqui o sangue da aliança que
o Senhor tem feito convosco sobre todas estas palavras.'” (verso 8). Isto fechou a aliança. Nós sabemos que
esta foi a primeira, ou velha, aliança, pois Paulo, citando este mesmo verso, diz que era ela (Heb. 9:18-20).
Isto a define.
O quanto abrangia a velha aliança? Somente uma resposta verdadeira pode ser dada, a saber, tudo o que
está incluído nos registros de Êx. 19:1 a Êx. 24:8, pois esta é a aliança escrita em detalhe. O decálogo está
incluído nela? Negar é como dizer que o sol não brilha, pois ali ele está escrito por completo no próprio
coração da aliança (Êx. 20:1-17). Como Smith disse acima, “ele era a base de todo o arranjo.” Ele era uma
parte tão proeminente da aliança que sozinho é colocado como toda a aliança; como frequentemente falamos
de ver um barco, uma casa ou um rio, quando vemos apenas uma parte deles. Consequentemente, as pedras
nas quais o decálogo foi escrito são chamadas “as tábuas da aliança.” (Deut. 9:9); o livro no qual ele foi
escrito era chamado “o livro da aliança” (Êx. 24:7); a arca na qual ele foi depositado era chamada “a arca da
aliança” (Deut. 31:26). Mas Êx. 19-24 é apenas um epítome da aliança; pois todos os ensinos subsequentes
de Moisés são apenas uma explanação adicional dele e pertencem a ele. Na verdade, ele deu seu nome para
todo o Velho Testamento, isto é, a Velha Aliança.
Essa aliança era apenas nacional e temporal, dada apenas para os Judeus e referente apenas a bênçãos
terrenas. Ela não faz menção da vida futura. Dr. Scott diz: “A aliança nacional com Israel foi aqui definida.
Era um compromisso de Deus, para dar a Israel a posse de Canaã”, etc. “Ela não se referia à salvação dos
indivíduos.” (sobre Êx. 19:5).
Agora observe quão claramente e quão repetidamente os dez mandamentos são chamados de “a aliança”
que Deus deu no Sinai para Israel quando os tirou do Egito.
“Então vos anunciou ele a sua aliança que vos ordenou cumprir, os dez mandamentos, e os escreveu em
duas tábuas de pedra.” (Deut. 4:13).
“Subindo eu ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas da aliança que o Senhor fizera convosco.”
(Deut. 9:9). Que aliança estava em tábuas de pedras? A que o Senhor fizera com eles. Novamente ele fala
quando ela foi feita, e o que ela era: “O Senhor nosso Deus fez conosco aliança em Horebe. Não com nossos
pais fez o Senhor esta aliança, mas conosco, todos os que hoje aqui estamos vivos. Face a face o Senhor
falou conosco no monte, do meio do fogo (naquele tempo eu estava em pé entre o Senhor e vós, para vos
notificar a palavra do Senhor; porque temestes o fogo e não subistes ao monte), dizendo: Eu sou o Senhor teu
Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim.” (Deut. 5:2-
7). Assim ele vai adiante dando os dez mandamentos. Isto o estabeleceria. “Disse mais o Senhor a Moisés:
Escreve estas palavras; porque conforme ao teor destas palavras tenho feito aliança contigo e com Israel. E
esteve ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas
tábuas as palavras da aliança, os dez mandamentos.” (Êx. 34:27, 28). Se isto não está claro o suficiente, o
que poderia estar?
“Na arca nada havia, senão só as duas tábuas de pedra que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o
Senhor fez a aliança com os filhos de Israel, saindo eles da terra do Egito.” “E constituí ali lugar para a arca
em que está a aliança do Senhor, a qual fez com nossos pais, quando os tirou da terra do Egito.” (1 Reis 8:9,
21). “E pus nela a arca, em que está a aliança que o Senhor fez com os filhos de Israel.” (2 Crôn. 6:11).
Isso exclui toda a possibilidade de dúvida quanto ao quer era a aliança. 1) Não havia nada na arca,
exceto as tábuas de pedra. 2) Contudo, na arca estava “a aliança do Senhor que Ele fez com Israel quando os
tirou do Egito.” Isto certamente era os dez mandamentos. O Ancião Smith diz: “Se os dez mandamentos
constituem a velha aliança, então eles se foram para sempre.” (Two Covenants, pág. 5). Logo,
verdadeiramente são eles, como veremos agora.
A ALIANÇA ABOLIDA.
Como vimos, Jeremias 31:31-34 predisse que o Senhor faria uma nova aliança, não de acordo com a
velha. Paulo cita isso claramente e diz que foi cumprido no Evangelho, assim:
150
“Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que
está confirmada em melhores promessas. Porque, se aquela primeira fora irrepreensível, nunca se teria
buscado lugar para a segunda. Porque, repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, Em que
com a casa de Israel e com a casa de Judá estabelecerei uma nova aliança, não segundo a aliança que fiz com
seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; como não permaneceram naquela
minha aliança, eu para eles não atentei, diz o Senhor. Porque esta é a aliança que depois daqueles dias farei
com a casa de Israel, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei;
e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo; e não ensinará cada um a seu próximo, nem cada um ao
seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.
Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, e de seus pecados e de suas prevaricações não me
lembrarei mais. Dizendo nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece,
perto está de acabar. (Heb. 8:6-13).
Note esses pontos. 1. Jesus é mediador de uma melhor aliança do que a velha (verso 6). Então temos
algo melhor do que o decálogo. 2. A nova está estabelecida sobre melhores promessas do que a velha, a
qual, como vimos, era totalmente temporal (ver Êx. 23:22-33).
Mas as promessas da nova aliança são totalmente espirituais. Elas são (1) leis de Deus que estariam em
seus corações. (2) Todos conheceriam o Senhor e apenas almas convertidas seriam admitidas, ao passo que
sob a velha todo membro da nação, bom ou mau, era um cidadão. (3) Deus perdoaria e esqueceria todos os
seus pecados, e assim todos eles serão santos e herdeiros do céu. (4) Paulo diz que se a primeira aliança
fosse irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para uma segunda. Isso mostra que a primeira aliança
sempre foi imperfeita. Consequentemente, o Senhor diz que fará uma nova, não de acordo com a velha.
Portanto, não podemos ter o velho decálogo novamente imutável. Finalmente, Paulo diz que a primeira é
tornada velha e está pronta para desaparecer. Isto termina a velha aliança, a do Sinai, os dez mandamentos,
como temos comprovado.
Em 2 Cor. 3, Paulo torna ainda mais claro que o decálogo foi removido.
Verso 3. “Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com
tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.” 6. “O
qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento [aliança], não da letra, mas do espírito;
porque a letra mata e o espírito vivifica.” 7. “E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio
em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória
do seu rosto, a qual era transitória.” 8. “Como não será de maior glória o ministério do Espírito?” 9. “Porque,
se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça.” 11.
“Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece.” 13. “E não somos
como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para
o fim daquilo que era transitório.” 14. “Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo
véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido.”
Observe os seguintes pontos:
1. O verso 3 faz referência à profecia de Jeremias de que uma nova aliança substituiria a velha gravada
sobre pedras. Agora Paulo diz que ela não é escrita com tinta como a lei de Moisés foi escrita em um livro,
nem sobre pedras como foi o decálogo, mas pelo espírito no coração. Ambas as leis, no livro e sobre pedras,
se foram.
2. Verso 6: ele diz que os apóstolos não ministram a letra, mas o espírito. “A letra se refere
exclusivamente à lei.” “O contexto mostra que pela carta ele se refere à velha aliança, e, pelo espírito, a
nova.” (Pulpit Commentary, pág. 58-80).
3. Para colocar isso além de qualquer dúvida, quanto ao que ele se refere, Paulo, no verso 7, especifica “a
ministração da morte, escrito e gravado com letras em pedras.” Seguramente sabemos que este era o
decálogo. A este ele chama de “ministração da morte.”
4. Nos versos 8 e 9 ele chama o Evangelho de “ministração do espírito” e “ministração da justiça”, e diz
que ele excede em glória o velho ministério da morte.
151
5. Para colocar além de qualquer dúvida que se refere ao decálogo, ele faz menção do véu que Moisés
colocava sobre sua face quando desceu com as tábuas de pedra em suas mãos. Compare o verso 13 com Êx.
34:27-35.
6. Duas vezes Paulo nomeia diretamente aquilo que foi “gravado com letras na pedra”, versos 3 e 7; uma
vez ele diz que não somos ministros da letra, verso 6; ele diz que aquilo que foi gravado em pedras era a
ministração da morte, verso 7, e o “ministério da condenação”, verso 9; depois ele diz que o mesmo foi
“abolido”, verso 14, e três vezes diz que era “transitório”, versos 7, 11, 14.
7. Compare os versos 7 e 11. “A ministração da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória” e
“o que era transitório foi para a glória”; da própria coisa que foi escrita em pedras no verso 7, diz-se que “se
foi” no verso 11.
8. No verso 7, os dez mandamentos são evidentemente tomados para representar toda a dispensação
Mosaica. Se estes, o alicerce de todo o sistema, são removidos, então é claro que todo o sistema deve ir com
eles. “Os dez mandamentos descritos desta forma aqui, representam toda a economia Mosaica.” (Notas da
Am. Tract Society sobre o verso 7).
Os Adventistas têm tentado salvar sua teoria aqui, dizendo que no verso 7 “ministração” não era o que
foi “gravado” em pedras, mas a “morte” é o que estava escrito ali. Isto não se faz. No grego a palavra para
“gravado” concorda exatamente com “ministração”, mas não concorda com “morte”, e assim o decálogo é o
que é chamado “a ministração”, e o que se foi. Dr. Clarke diz sobre o verso: “Aqui o apóstolo evidentemente
tem em mente a lei.” “Essa ministração da morte, os dez mandamentos, escritos em pedras, uma parte da
instituição Mosaica, sendo colocado para o todo, era glorioso.”
O Pulpit Commentary diz sobre o verso: “Literalmente, 'gravado em' letras na pedra (Êx. 31:18). A
referência mostra que, ao falar de 'a letra', São Paulo estava pensando apenas na Lei Mosaica, e, na verdade,
especificamente sobre o decálogo.” “A ministração da morte foi escrita e gravada na pedra, na forma de dez
mandamentos.” Leia com o verso 7 o texto de Êx. 31:18; 32:16. “Tábuas de pedra 'escritas' com o dedo de
Deus.” “A escrita de Deus, gravada sobre as pedras.” Como um homem sincero pode negar que Paulo se
referiu a estas pedras, o decálogo?
Para os Gálatas Paulo também escreve que a aliança do Sinai se foi. Vemos que ele usa “aliança” e “lei”
como sinônimos, mostrando que a lei era a aliança.
“Dizei-me, os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei? Porque está escrito que Abraão teve
dois filhos, um da escrava, e outro da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o
que era da livre, por promessa, o que se entende por alegoria; porque estas são as duas alianças; uma, do
monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar.” (Gál. 4:21-24). Aqui a velha aliança do Sinai é dita
ser “escravidão”, e ele fala “Não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da escravidão." (cap. 5:1).
Semelhantemente, em Hebreus 12:18-24, Paulo diz claramente que os Cristãos não vão ao Sinai e aos
trovões da lei, mas vêm para Jesus e à nova aliança. Leia o texto todo. Aqui estão algumas poucas frases:
“Porque não chegastes ao monte palpável, aceso em fogo, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade... e tão
terrível era a visão, que Moisés disse: Estou todo assombrado, e tremendo... mas chegastes ao monte Sião... e
a Jesus, o Mediador de uma nova aliança.”
Os Adventistas estão sempre habitando nas terríveis cenas do Sinai durante entrega da lei e apontando
aos outros para ali; mas Paulo diz: Não, não vão para lá, mas para o Monte Sião, para Jesus e a nova aliança.
Igualmente Jeremias predisse a rejeição da aliança que estava na arca, e, ao invés dela, os homens
buscariam o nome do Senhor em Jerusalém, onde o Evangelho foi adiante.
“Naqueles dias, diz o Senhor, nunca mais se dirá: A arca da aliança do Senhor, nem lhes virá ao coração;
nem dela se lembrarão, nem a visitarão; nem se fará outra. Naquele tempo chamarão a Jerusalém o trono do
Senhor, e todas as nações se ajuntarão a ela, em nome do Senhor, em Jerusalém.” (Jer. 3:16, 17).
Os Adventistas estão tentando reviver a mesma coisa que o Senhor disse que deveria ser esquecida, “a
arca da aliança.” Todo o seu estudo e adoração são centrados em volta dela, tal como era antigamente com os
Judeus. Mas o esforço é em vão. Deus disse isto. Desde a cruz, Jesus e Jerusalém têm sido para onde todos
os olhos se voltam, enquanto a arca e a velha aliança são esquecidas, exatamente como o Senhor disse que
152
seria. Igualmente Jer. 2:3 - “de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor.” Lá é o lugar onde
vamos agora para a lei, não para a arca ou para o Sinai.
153
CAPÍTULO XX
Quando Deus fala, não é pecado desobedecer? Certamente que é. Paulo diz: “Havendo Deus antigamente
falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo
Filho.” (Heb. 1:1-2). Isso diz que Deus falou aos homens de várias maneiras em épocas diferentes. Não
importa em qual modo a vontade de Deus tenha sido expressada, teria sido pecado desobedecer.
“Se a lei do Sinai se foi, então não existe lei nem pecado”, dizem os Adventistas. Sendo assim, então é
impossível para Deus revelar sua vontade aos homens, exceto naquelas palavras exatas, letra por letra! Quem
acreditaria em tal absurdo?
Toda a controvérsia é reduzida a simplesmente isto: “Deus, no Novo Testamento, revelou clara e
plenamente sua vontade aos homens e falou a eles o que é certo e o que é errado? A vontade de Deus
revelada através de seu Filho no Novo Testamento é de maior autoridade do que o Velho Testamento, ou não
é? Os ensinos do Novo Testamento devem ser modificados para se harmonizarem com a letra da lei no
Velho Testamento, ou os preceitos do Velho Testamento serem modificados para se harmonizarem com o
Evangelho? O último, certamente. Mas o Evangelho em parte alguma ordena o sétimo dia.
Então, não é a palavra do Senhor Jesus Cristo, lei? Poderia existir qualquer lei maior? Disse Jesus “Eu e
o Pai somos um” (João 10:30), e “Todos os homens devem honrar o Filho, como honram o Pai” (João 5:23).
Portanto, as palavras de Cristo devem ser honradas de forma tão exaltada quanto as palavras de Deus. Elas
são lei do mesmo modo como são as palavras de Deus. Deus prometeu exaltar a Cristo e pôr as suas palavras
na boca dele, e ele falaria como Deus lhe ordenou (Deut. 18:18).
Jesus disse que o Pai o enviou e ordenou a ele o que dizer (João 12:49-50). “A palavra que tenho
pregado, essa o há de julgar no último dia.” (verso 48). Portanto, seremos julgados pelos ensinos de Cristo,
não pela velha lei. Os Cristãos serão julgados pelo Evangelho. “No dia em que Deus há de julgar os segredos
dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu Evangelho.” (Rom. 2:16). Deus disse, “Escutai-o,” (Mat.
17:5). Toda autoridade no céu e na terra é dada a ele (Mat. 28:18). “Ele os ensinava como tendo autoridade”,
(Mat. 7:19). Ele tem uma lei (Gál. 6:2). “Cumprir a lei de Cristo.” “As ilhas aguardarão a sua lei.” (Isa.
42:4). Estamos debaixo da sua lei (1 Cor. 9:21). “Sob lei para Cristo.” (Revised Version). “Sob a lei de
Cristo” (Diaglott). “Sob a lei do Messias” (Siríaco). O maior resumo da verdade moral e religiosa do mundo
já ouvido foi o sermão do Monte (Mat. 5-7). Ele é tão mais superior ao decálogo quanto o Evangelho é
superior ao Judaísmo. Ali Cristo proíbe assassinato (versos 21, 22); adultério (versos 27, 28); jurar (verso
34); hipocrisia (6:1-5); cobiça (6:19-34) e todo ato errado (7:12). Não seria pecado desobedecer os preceitos
de Cristo?
Jesus deu mandamentos aos seus discípulos (Atos 1:2), e ordenou-lhes que os ensinassem a todas as
nações (Mat. 28:18-20). Devemos guardar seus mandamentos (João 14:15, 21; 15:10). Então, não seria
pecado quebrá-los? Quem se atreveria negar isto? “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus”
(Efé. 1:1), disse “Deixai a mentira”, “não pequeis”, e “não furte mais” (Efé. 4:25-28), e “as coisas que vos
escrevo são mandamentos do Senhor.” (1 Cor. 14:37).
E ainda assim os Adventistas dirão que se a velha lei se foi, não existem mandamentos contra mentir,
roubar, etc. Nós conhecemos algo melhor, como nos ensina o que foi escrito acima. Na verdade, Paulo diz
“Nada, que útil seja, deixei de vos anunciar”, “Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de
Deus.” (Atos 20:20, 27). Todo pecado do qual o coração humano é culpado é claramente proibido no Novo
Testamento muitas vezes pela autoridade de Cristo e seus apóstolos, como todos sabem. E ainda assim, nada
condena o pecado, a não ser o decálogo!
154
O espírito da lei Mosaica, cada princípio moral nela, é reiterado muitas vezes no Evangelho com toda a
autoridade do Filho de Deus. Nenhum dever Cristão pode ser nomeado que não seja ensinado no Novo
Testamento. Não existe uma única coisa proibida pelo Velho Testamento, que seria errada para um Cristão
fazer, que não esteja também de alguma forma proibida no Novo. Com exceção do Sábado, os outros nove
mandamentos estão no Novo Testamento, seja nas mesmas palavras ou em substância.
Então, o Velho Testamento deve ser descartado? Deus proíbe. Ele deve ser recebido como palavra
inspirada de Deus, uma mina de verdade preciosa, mas deve ser estudado à luz do Novo Testamento e
modificado por ele. Nada deveria ser exigido dos Cristãos simplesmente porque é encontrado na lei do Velho
Testamento. Para obrigar nossa consciência, é preciso ser exigido pelo Novo Testamento. Aqui o sétimo dia
falha inteiramente, pois não existe exigência em todo o Novo Testamento para guardá-lo, mas a sua
revogação é claramente ensinada.
155
deram mandamentos pela autoridade do Senhor Jesus. Pedro produz um testemunho similar, “Para que vos
lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas, e do nosso mandamento, como
apóstolos do Senhor e Salvador.” (2 Ped. 3:2).
Entole, a palavra grega para mandamento, aparece sessenta e oito vezes no Novo Testamento em suas
formas singular e plural. Em pelo menos quarenta e oito desses casos ela não pode significar o decálogo, e
em cerca da metade das outras ela é usada num modo geral. Em nem um único caso é certo que ela
signifique todos os dez mandamentos e nada mais. Não existe nenhuma indicação que ela signifique o
decálogo em qualquer uma das três passagens nas quais aparece no Apocalipse. Dizer que ela significa é
presumir sem evidência o próprio ponto a ser comprovado. João, que escreveu o livro do Apocalipse,
também escreveu o evangelho de João e as três epístolas de João. Ele usa a palavra “mandamentos”, nas
formas plural e singular, vinte e oito vezes, e em nem um único caso a palavra se refere aos dez
mandamentos; mas praticamente em cada caso, senão em todos, ela se refere aos mandamentos de Jesus (ver
João 14:15, 21; 15:10; 1 João 2:1-5; 3:22-24; 4:21; 5:1-3). E naturalmente suporíamos que com isto ele quis
dar a entender a mesma coisa ao mencionar “mandamentos” em Apoc. 14:12.
Como Cristo é o nosso “Senhor e Mestre” (João 13:13), e o “Cabeça” da Igreja (Efé. 1:22); “Tudo em
todos” (Col. 3:11); tendo “todo o poder no céu e na terra” (Mat. 28:18); e há de julgar o mundo (João 5:22)
ante o seu tribunal (Rom. 14:10); quão razoável é que ele tenha dado leis para esta Igreja. Isso é exatamente
o que ele fez (Mat. 28:18-20; Atos 1:1, 2). Se alguém obedecer os ensinamentos de Cristo não precisa ter
receio quanto à sua salvação.
156
CAPÍTULO XXI
Para a conveniência do leitor, planejamos aqui em ordem um exame de todos os principais textos
utilizados pelos Adventistas do Sétimo Dia sobre o Sábado ou a lei. Onde o texto foi plenamente examinado
no corpo da obra, faremos referência ao capítulo onde será encontrado.
Gên. 26:5. Abraão guardou o Sábado. Abraão guardou “mandamentos e leis” de Deus. Isto era os dez
mandamentos, e, portanto, ele guardou o Sábado.
Resposta:
1. Eles presumem a própria coisa a ser provada, a saber, que isto era os dez mandamentos.
2. Isto foi 430 anos antes de o decálogo ser dado (Gál. 3:16, 17). Como ele poderia guardar o que ainda
não havia sido dado?
3. Qualquer coisa que Deus ordenou em qualquer época seria “seus mandamentos”, e isso variou com as
circunstâncias. O que Moisés exige é chamado “mandamentos de Deus” (Deut. 28:1, 15). Paulo diz “As
coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.” (1 Cor. 14:37). “Sacrificar ao Senhor nosso Deus
como ele nos ordenou.” (Êx. 8:27). As instruções do Senhor a Noé sobre a arca eram mandamentos de Deus
(Gên. 6:22). Circuncidar era um dos mandamentos de Deus a Abraão, o qual ele guardou (Gên. 21:4). Assim
Abraão obedeceu tudo o que Deus falou para ele fazer. Portanto, este texto não tem relação com os dez
mandamentos, nem com o Sábado.
157
dareis ao Senhor.” Não apenas o Sábado, mas dons, votos e ofertas são também excetuados com o Sábado no
mesmo verso. A ideia é esta: o Sábado, os dons, votos e ofertas são de ocorrência regular semanal ou diária,
considerando que os outros dias santos e ofertas especiais ocorriam apenas uma vez ao ano em determinadas
estações. Quando estas ofertas e dias santos anuais vinham ao mesmo tempo do serviço regular diário ou
semanal, eles não tomariam o lugar dos serviços regulares diário e semanal, mas tinham de ser observados
além de todos estes. Qualquer um pode ver que este é o simples significado das palavras “além dos Sábados
do Senhor, e além de seus dons”, etc. A ideia não é distinguir o Sábado acima das outras festas, mas dizer
que estas deveriam ser guardadas em adição ao serviço regular do Sábado e das ofertas diárias.
Deut. 31: 24-26. Duas leis, uma na arca e outra ao lado dela. Ver Capítulo XVII.
2 Reis 21:8. Duas leis. “Se fizer conforme tudo o que lhes tenho ordenado, e conforme toda a lei que
Moisés, meu servo, lhes ordenou.”
É afirmado que isto mostra duas leis; uma dada por Deus, a lei moral, o decálogo; a outra por Moisés, a
cerimonial, a escrita no livro. Bem, Moisés no livro deu a lei, “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu
coração.” (Deut. 6:5), e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Lev. 19:18). Estes, então, devem ser
cerimoniais! Não, não existe diferença feita entre o que Deus deu de si mesmo ou o que deu por Moisés. Na
verdade, o maior mandamento de todos, que ele deu por Moisés (Mat. 22:36-40; 2 Reis 21:8), é vagamente
formulado; e isto é tudo. Leia o mesmo texto em 2 Crôn. 33:8: “Contanto que tenham cuidado de fazer tudo
o que eu lhes ordenei, conforme a toda a lei, e estatutos, e juízos, dados pela mão de Moisés.” (Versão
Revisada). O texto torna isso claro. Deus deu todos eles pela mão de Moisés (ver também Nee. 8:14).
Nee. 9:13, 14. Duas leis. Deus mesmo deu a eles um conjunto de leis, e depois deu a eles outro conjunto
de leis por Moisés. Leia o texto.
Resposta: É verdade que uma parte da lei foi dada de um modo e outra parte de outro modo. Mas isso
não quer dizer, e nem obriga, que por causa disso elas eram leis diferentes e de uma natureza diferente (ver
observações sobre 2 Reis 21:8).
Sl. 19:7. A lei perfeita. Os Adventistas citam constantemente este texto como prova de que os dez
mandamentos são uma lei perfeita, e por conta disso não pode ser mudada.
158
Resposta: Um exame deste texto responderá nove décimos de todos os seus textos de lei na Bíblia. Logo,
faremos uma resposta aqui e a aplicaremos para os outros textos.
A grande falácia de todos os seus argumentos é a suposição de que “a lei” é exatamente os dez
mandamentos, nada mais nada menos. Consequentemente, eles retinem sem fim sobre “a lei”, “a lei”. Mas
lembre-se que “a lei” significa todo o sistema de lei dada aos Judeus no Sinai, incluindo moral, civil e
cerimonial, preceitos, sacrifícios, sacerdócio, circuncisão, festas, etc. Smith's Bible Dictionary, art. Lei, diz
que a lei se refere “em nove casos entre dez à lei Mosaica, ou ao Pentateuco.” O Ancião Butler confessa, “O
termo 'a lei' entre os Judeus geralmente incluíam os cinco livros de Moisés.” (Law in Galatians, pág. 70).
Não se esqueça deste fato, e você terá poucos problemas com os argumentos Adventistas sobre “a lei”.
“A lei”, “a lei do Senhor” e “a lei de Moisés” são todos o mesmo e incluem circuncisão e sacrifícios.
Prova: Lucas 2:22, 23, 24, 27; 2 Crôn. 31:3. Novamente: “A lei”, “a lei de Moisés”, “o livro da lei” e “a lei
de Deus” são todos o mesmo. Prova: Nee. 8:2, 3, 8, 14, 18.
Agora, o que se quer dizer com “a lei” e “a lei do Senhor” nos Salmos? Significa toda a lei que Deus deu
a Israel, aquilo que foi escrito no “livro da lei.” Prova: Davi, que escreveu os Salmos, era rei de Israel. Deus
exigia que o rei sempre guardasse uma cópia do “livro da lei” e a lesse cada dia da sua vida (Deut. 17:15-19).
O primeiro Salmo se refere a isto: Seu “deleite está na lei do Senhor; e na Sua lei medita dia e noite.” (verso
2). Davi como rei lia a lei do Senhor todos os dias, e é a isto que ele se refere por todos os Salmos. Os
Adventistas estão constantemente citando Salmo 119 como significando apenas os dez mandamentos. Mas
“a lei” aqui inclui toda a lei que Deus deu a Israel: moral, civil, cerimonial, tudo. Prova: Verso 128, “Estimo
todos os teus preceitos acerca de todas as coisas, como retos.” Davi considerava os preceitos de Deus
relacionados ao dízimo, sacrifícios, festas, adoração pública, deveres morais, etc., como sendo tudo certo.
Nove décimos de “a lei do Senhor” os Adventistas do Sétimo Dia não pretendem guardar mais do que
aqueles que guardam o Domingo. Se, então, somos violadores da lei, assim também são eles.
É provável que Sl. 19:7 tenha um significado mais amplo do que até mesmo a lei de Moisés. A leitura
marginal é “A doutrina do Senhor é perfeita.” O Dr. Scott fala sobre este verso: “A palavra aqui traduzida
por 'lei' pode tomada como doutrina, e ser entendida como um nome geral para a revelação divina como
existente na época; a lei de Moisés sendo a parte principal.” Dr. Clarke, o Eclectic Commentary e tudo o que
eu consultei dão a mesma interpretação. Quão estreita e não-autorizada, então, é a interpretação que confina
este texto a simplesmente o decálogo. São por tais métodos não-naturais que o sétimo dia é sustentado.
Sl. 40:8. A lei no coração de Jesus. “A tua lei está dentro do meu coração.” Isto se refere a Cristo. Os
Adventistas dizem que Jesus guardou a lei, os dez mandamentos, e, portanto, nós deveríamos guardar.
Resposta:
1. Veja como eles sempre presumem que “a lei” é apenas o decálogo. Ver o argumento respondido
acima, sobre Sl. 19:7.
2. Jesus guardou toda a lei de Moisés exatamente como os outros Judeus faziam. Os Adventistas fazem
isto? Eles guardam a lei como Jesus fazia? Não. Então o seu argumento é um fracasso.
3. Jesus amou toda a lei e veio para cumpri-la (Mat. 5:17; Luc. 24:44), e a cumpriu totalmente na cruz
(Atos 13:29). Consequentemente, “Cristo é o fim da lei.” (Rom. 10:4).
Sl. 89:27-36. Deus não altera a sua aliança. Os Adventistas do Sétimo Dia reivindicam ter um forte
argumento aqui. A profecia se refere a Cristo. Se os discípulos quebrassem a lei, estatutos ou mandamentos
de Deus, este iria puni-los. Deus não quebrará sua aliança e nem alterará aquilo que saiu de seus lábios, o
decálogo.
Resposta: Suposições são fáceis de fazer e de elaborar para os desinformados. A lei de Deus é toda a lei
(ver acima sobre Sl. 19:7). A aliança e o que saiu dos lábios de Deus não possuem relação com o decálogo,
mas se referem à aliança com Davi para dar a ele um filho que se assentasse sobre seu trono (ver versos 3, 4,
19, 33-35). Isto está claro demais para ser negado. Assim se desvanece outro dos seus grandes textos de
prova.
159
Sl. 119. A lei exaltada. Cada verso neste longo Salmo ensina a sacralidade e perpetuidade da lei.
Resposta: Mas a lei é toda a lei Mosaica, que o rei estudava diariamente e que Israel deveria guardar (ver
minhas notas sobre Sl. 19:7). Os Cristãos devem guardar esta lei? Não. Nem mesmo os Adventistas do
Sétimo Dia a guardam.
Prov. 28:9. Não se deve desviar da lei. Aquele que se desvia da lei, a sua oração será abominável.
Aqueles que quebram o Sábado fazem isto, e Deus não escuta as suas orações.
Resposta: Os Adventistas voltam seus ouvidos para nove décimos da lei, pois ela abrange sacrifícios,
festas, circuncisão, etc., nenhum dos quais eles praticam (ver minhas notas sobre Sl. 19:7, para prova).
Portanto, este texto não lhes favorece de forma alguma.
Ecl. 12:13, 14. Os dez mandamentos cobrem todos os deveres do homem. “Guardar os mandamentos de
Deus, pois isto é dever de todo o homem.” Estes são exatamente os dez mandamentos. Logo, eles são
perfeitos. Não precisamos de outra lei. Sendo perfeitos, não podem ser abolidos ou mudados. Todos serão
julgados por eles (verso 14). Assim falam os Adventistas do Sétimo Dia.
Resposta: Isto é uma bolha de sabão que desaparece com um toque.
1. O texto diz que eles são os dez mandamentos, nada mais, nada menos? Não. Eles presumem isto, pois
não têm prova para tal (ver minhas notas sobre Gên. 26:5 e Sl. 19:7). Os mandamentos são qualquer coisa
que Deus tenha ordenado sobre qualquer assunto.
2. Salomão, um rei de Israel escreveu isto para Israel 1.000 anos antes de Cristo. O decálogo cobria todos
os deveres do homem de então? Não era dever pagar dízimos, guardar festas, oferecer sacrifícios, ser
circuncidado e uma centena de outras coisas sobre as quais os dez mandamentos são silentes? Certamente
que era. Portanto, eles não cobrem todo o dever do homem, e este texto é mal aplicado pelos Adventistas. Os
dez mandamentos não cobrem todo o dever do homem e tampouco o dízimo deste. Onde ele exige que
visitemos o enfermo, o pobre, a viúva e os órfãos, sermos sóbrios, pacientes e amorosos? Em parte alguma.
Está bem claro, então, que os mandamentos aqui mencionados, que cobrem todo o dever do homem, abrange
tudo o que Deus ordenou sobre todos os assuntos – moral, civil ou religioso.
3. Esta lei foi cumprida e terminada na cruz (Efé. 2:15; Gál. 3:19-25). Os próprios Adventistas não a
guardam.
Isa. 42:21. Jesus engrandece a lei. “Ele engrandecerá a lei e a fará honrosa.” Este é o decálogo. Se Jesus
o engrandeceu, ele não poderia tê-lo abolido; se ele o tivesse colocado de lado, não estaria honrando-o.
Resposta: Veja novamente a imediata suposição de que “a lei” é exatamente o decálogo. O texto diz
assim? Não. Se o leitor tiver em mente de uma vez por todas que “a lei” é todo o código Mosaico, irá
facilmente descartar todos os seus textos de prova. Jesus engrandeceu a lei; primeiro, observando
cuidadosamente cada preceito da lei, moral e cerimonial; segundo, cumprindo todas as suas profecias e tipos,
cumprindo assim todos os objetivos para os quais foi dada. Os próprios Adventistas do Sétimo Dia declaram
que Cristo aboliu a lei cerimonial. Bem, neste caso ele menosprezou e desonrou a lei? Eles não se atrevem a
dizer que sim. Não, ele a engrandeceu e a honrou, como são obrigados a admitir. Portanto, uma lei pode ser
honrada, engrandecida e ainda assim ser posta de lado após ter cumprido o seu propósito. Isto é exatamente o
que Cristo fez quanto a lei como um todo (ver minha nota sobre Rom. 3:31).
160
Isa. 66:22, 23. O Sábado na Nova Terra. Ver Capítulo XIII.
Dan. 7:25. O papa mudar o Sábado. “Ele mudará tempos e leis.” Isto de refere ao papa. Ele mudaria a lei
de Deus, o decálogo. Ele mudou o Sábado e assim mudou tempos.
Resposta:
1. O texto não diz que se refere ao decálogo; isto eles presumem.
2. Mudar o quarto mandamento e o Sábado seria mudar apenas uma lei e um tempo; mas a profecia diz
leis e tempos, ambos plural. Isto mostra que a profecia é de escopo muito maior do que eles atribuem.
3. Não existe uma única palavra de verdade na afirmação de que o papa mudou o Sábado (ver Capítulo
XI deste livro). Portanto, esta aplicação é falsa.
4. A velha lei foi mudada por Cristo, não pelo papa. Paulo diz: “Porque, mudando-se o sacerdócio,
necessariamente se faz também mudança da lei.” (Heb. 7:12). Muitas outras escrituras declaram claramente
que Jesus cumpriu a lei e a terminou na cruz (Gál. 3:19-25; Rom. 10:4; Col. 2:14-17). Esta profecia se
cumpre durante a era apostólica e assim se refere à lei de Cristo, não à velha lei do Sinai que findou na cruz.
Portanto, a teoria dos Adventistas é totalmente falsa.
5. Em uma centena de modos o papa cumpriu esta predição afora o Sábado, legislando para a igreja em
muitas coisas contrárias às leis de Cristo. A tradução dos Judeus diz que ele iria “mudar as festas e a lei.” Ver
os diversos dias de festa que o papa criou, como a Quarta-Feira de Cinzas, Quinta-Feira da Paixão, Sexta-
Feira Santa, Dia de São Patrício, Dia de Todos os Santos, etc. Isto é o que a profecia se refere. Scott diz: “Ele
não multiplicou seus dias santos até que praticamente apenas quatro dos seis dias de trabalho foram
deixados?” Clarke diz: “Indicando festas e festas... novos modos de adoração... novos artigos de fé.” Isto é o
que predisse a profecia. Ela não possui relação com o decálogo.
Mat. 5:17-19. Até que o céu e a terra passem. Jesus disse que não veio destruir a lei, mas para cumpri-la.
“Até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.” Quem
quer que quebre um desses mandamentos é culpado. Esta lei é o decálogo. Jesus disse que cada jota ou um til
permanecerão até que passem céu e terra. Isso mostra que esta lei é imutável e ainda obrigatória. O Sábado é
uma parte dela, e, portanto, o sétimo dia ainda deve ser guardado.
Resposta: Os Adventistas do Sétimo Dia consideram este o texto mais forte no Novo Testamento para a
lei. Eles estão constantemente citando-o. Se ele falhar, eles não têm uma fortaleza mais forte. Eu estou
seguro de que o texto não ensina aquilo que eles declaram.
1. Os próprios Adventistas do Sétimo Dia admitem que Jesus cumpriu e terminou aquilo que eles
chamam de lei cerimonial. Ele a aboliu na cruz. Bem, ele veio para destruir esta lei? Certamente que não, e
mesmo assim ele a colocou de lado. Portanto, uma coisa é destruir a lei, e outra completamente diferente é
trazê-la para um fechamento através do seu cumprimento. Ele diz que veio para cumprir a lei.
2. O texto não diz que cada jota e til da lei permanecerão até que passem céu e terra, mas diz que não
passarão até que tudo seja cumprido. Isso ensina que tudo seria cumprido e passaria em algum tempo. A
ideia é que céu e terra passarão mais rápido do que uma letra da lei deixar de ser cumprida. As palavras de
Lucas tornam esta questão muito mais clara; “E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei.”
(Luc. 16:17). Aqui não podemos nos enganar quanto ao significado; a ideia não é a extensão do tempo da lei,
mas a certeza de que ela não falhará em ser cumprida. “Cumprida” é definida assim pelo Webster:
“completar, tornar cheio ou completo; realizar.” A palavra grega é plarosai, e é definida por Greenfield,
entre outras coisas, “cumprir, completar, trazer a um fechamento, terminar, fim, concluir.” Portanto Jesus
não veio para destruir a lei, mas para terminá-la. A tradução de Campbell, Macknight e Doddridge, traduz:
“É mais certo que céu e terra passarão do que um jota ou um til da lei perecer sem atingir sua finalidade.”
Esta é exatamente a ideia. A tradução de Sawyer, diz: “Eu não vim para destruir, mas para completar.” No
início de seu ministério Jesus disse que veio para cumprir a lei. Depois da sua ressurreição, ele disse: “E
161
disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo
o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.” (Luc. 24:44). E depois Paulo diz:
“E, havendo eles cumprido todas as coisas que dele estavam escritas, tirando-o do madeiro.” (Atos 13:29).
Portanto, tudo foi cumprido na cruz. Consequentemente, Paulo diz que a lei foi cravada na cruz (Col. 2:14-
16). “O fim da lei é Cristo.” (Rom. 10:4). “A lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela
fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio.” (Gál. 3:24, 25). O que
poderia estar mai claro do que a lei ter terminado na cruz?
3. A lei da qual se fala aqui não é simplesmente o decálogo, mas toda a lei de Moisés. Nenhum homem
sincero negará isto. Todos os comentaristas e estudiosos admitem isto. A prova é abundante. Assim: “A lei e
os profetas eram uma expressão costumeira para todo o Velho Testamento.” (Whedon's Commentary,
Metodista, sobre Mat. 5:17). “Por lei e os profetas entende-se os escritos do Velho Testamento, incluindo os
cinco livros de Moisés chamado de lei e os escritos dos profetas do resto do Velho Testamento.” (Notas
sobre Mat. 5:17, por George W. Clarke). “Como em todas as demais partes, da mesma forma aqui a palavra
nomos (lei) se refere a toda a lei, e não meramente ao decálogo.” (Lange's Comentário sobre Mat. 5:17). “Por
ton nomos (a lei) deve ser entendido, em algum sentido, a lei de Moisés.” (Bloomfield's Notes sobre Mat.
5:17). “Resumidamente a lei e os profetas denotam toda a revelação do Velho Testamento.” (Meyer's
Commentary sobre Mat. 5:17). “Pela lei e os profetas está aqui indicado o Velho Testamento em geral.”
(Bible Commentary). Dr. Albert Barnes diz sobre este texto: “A lei – os cinco livros de Moisés chamados de
a lei. Os profetas – os livros que os profetas escreveram. Estas duas divisões aqui parece compreender todo o
Velho Testamento.” É deste modo com todos os comentaristas.
As Escrituras Judaicas eram divididas em o “livro da lei”, que incluía os cinco livros de Moisés, e o
“livro dos profetas”, que incluía os livros escritos pelos profetas, como os livros históricos, etc. Algumas
vezes era reconhecida uma terceira divisão, a saber, os Salmos, ou livros poéticos. Tenho diante de mim a
Bíblia dos Judeus, a qual está dividida desta forma. Porções do livro da lei e também dos profetas eram lidas
nas sinagogas a cada Sábado. Esta divisão do Velho Testamento é frequentemente mencionada no Novo
Testamento. Paulo diz: “Todas as coisas que estão escritas no livro da lei.” (Gál. 3:10). Novamente: “Está
escrito no livro dos profetas.” (Atos 7:42). Uma vez mais: “Após a leitura da lei e dos profetas.” (Atos
13:15). Portanto, “a lei e os profetas” tornou-se um termo comum para todo o Velho Testamento.
A lei era os cinco livros de Moisés. Leia uns poucos textos: “Esta é a lei e os profetas.” (Mat. 7:12).
“Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João.” (Mat. 11:13). Aqui a lei não pode significar
exatamente o decálogo, pois a lei profetizou. “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.”
(Mat 22:40). “A lei e os profetas duraram até João.” “Eles têm Moisés e os profetas.” “Se não ouvem a
Moisés e aos profetas.” (Luc. 16:16, 29, 31). Aqui a lei e os profetas é o mesmo que Moisés e os profetas.
“Aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas.” (João 1:45). “o que foi escrito na lei de Moisés, e
nos profetas, e nos Salmos concernente a mim.” “tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos
profetas e nos Salmos.” (Luc. 24:27, 44). “tudo quanto está escrito na lei e nos profetas.” (Atos 24:14). “o
que os profetas e Moisés disseram.” (Atos 26:22). Paulo pregava “tanto pela lei de Moisés como pelos
profetas.” (Atos 28:23). “testemunho da lei e dos profetas.” (Rom. 3:21). Veja quão comum, na época, era
esta frase significando todo o Velho Testamento. Por isso Jesus disse: “Não vim destruir a lei ou os
profetas.” (Mat. 5:17). À luz dos fatos acima, qualquer um pode ver que Jesus aqui se referiu a todo o Velho
Testamento da mesma forma que os outros textos. Como prova disso, observe que ele menciona várias partes
da lei – assassinato, altar, dom, adultério, juramento, olho por olho, divórcio, amor aos inimigos, etc. (versos
21-43). Está tudo isso no decálogo? Não; está no livro da lei.
É absurdo dizer que ele se referiu apenas ao decálogo e aos profetas. Isso deixaria inteiramente de fora os
livros de Moisés. Logo, a lei aqui é toda a lei de Moisés. Agora, se cada jota ou til desta lei é obrigatório até
o fim do mundo, então temos toda a lei Judaica para guardar, como também o Sábado. Isso mostra a falácia
da posição dos Adventistas do Sétimo Dia. A simples verdade é que Cristo cumpriu a lei, e esta findou após
realizar o seu propósito.
Mat. 19:16:22. Os mandamentos devem ser guardados. O jovem perguntou o que deveria fazer para ter a
vida eterna. Jesus disse, “Guarda os mandamentos.” Quando perguntado sobre quais, ele disse, não matar,
não cometer adultério, não roubar, não dizer falso testemunho, honrar pai e mãe e amar o próximo como a si
mesmo. Aqui Jesus ensina que devemos guardar os mandamentos para ter vida. Ele, então, cita cinco dos
162
dez, mostrando que estava se referindo à lei. O Sábado é uma parte da lei, e, consequentemente, devemos
guardá-lo.
Resposta:
1. É visível que Jesus omite o Sábado não apenas aqui, mas em todas as outras ocasiões semelhantes a
esta.
2. É óbvio que ninguém poderia ganhar a vida eterna e quebrar os mandamentos que Jesus mencionou.
3. E está manifesto que ele não mencionou todos os mandamentos que deveriam ser guardados.
4. Se for dito que ao citar uma parte do decálogo ele, por causa disso, indicou e defendeu a sua totalidade
como sendo obrigatória, então replicamos que ao citar a lei de Moisés ele, por causa disso, tornou obrigatório
para nós também todo o restante da lei. A ordem para amar o nosso próximo não está no decálogo, mas sim
no “livro da lei.” Igualmente em Marcos 10:19, ele cita “não defraudarás” de Lev. 19:13, a lei de Moisés. É,
então, toda a lei Levítica obrigatória para nós, pelo fato de Jesus ter citado uma parte dela? Não. Então, de
maneira alguma segue-se que a totalidade de uma lei é obrigatória para nós pelo fato de Jesus ter citado uma
parte dela para um jovem que ainda estava sob esta lei. Nos recusamos a engolir todo um boi, porque nos
dizem que um pedaço da carne é boa.
Deveríamos nos lembrar que naquele tempo, tanto Jesus quanto o jovem estavam sob a lei. Jesus
frequentemente adaptava suas instruções ao tempo e às circunstâncias. Ao leproso curado, Jesus disse “Vai,
mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou.” (Mat. 8:4). Deveríamos aplicar isso aos
Cristãos atuais e concluir que eles devem oferecer ofertas de acordo com Moisés? É claro que não. Ele ainda
estava sob a lei, e nós não estamos. Novamente, Cristo disse: “Dizendo: Na cadeira de Moisés estão
assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as.” (Mat.
23: 2, 3). Aqui eles são orientados a observar cada item da lei Mosaica exatamente como os Fariseus
ensinavam. Por que os Adventistas não citam isso para provar que devemos guardar o Sábado, já que
certamente a lei incluía o Sábado? Isso mostra que as orientações de Cristo sobre guardar a lei Judaica eram
para aqueles que ainda estavam sob a lei, e não para todo o tempo por vir. É perceptível que Jesus nunca
declarou diretamente que qualquer parte da antiga lei seria abolida, nem mesmo os sacrifícios, o culto no
templo, circuncisão, etc. O tempo não tinha chegado; o povo ainda não estava preparado para isto.
Portanto, o jovem Fariseu veio como alguém olhando para a lei e para seus próprios atos de justiça. “Que
coisa boa devo fazer para que possa herdar a vida eterna?” Jesus respondeu-lhe de acordo com o seu dever
sob a lei, a lei para a qual ele procurava por salvação. “Conheces os mandamentos”, cumpra-os, pois a lei
disse “o homem que fizer estas coisas, por elas viverá.” (Gál. 3:12). É evidente que Jesus fez assim para tirar
a vaidade dele e mostrar a sua necessidade por algo melhor. Ele obteve sucesso, pois o jovem foi embora
triste e humilhado.
Atos 13:14; 18:4, etc. Paulo guardou o Sábado. Ver Capítulo XIV.
Rom. 3:31. A lei estabelecida. “Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos
a lei.” A lei são os dez mandamentos. Ele não está abolido, mas estabelecido. Esta é uma declaração positiva
de que a lei ainda é obrigatória sob o Evangelho. O Sábado é uma parte da lei, e por isso deve ser guardado.
163
Resposta:
1. Uns poucos textos isolados não podem ser interpretados de modo a conflitar com a grande tendência
geral e muitas declarações diretas do Novo Testamento quando afirmam que não estamos sob a lei e que ela
terminou na cruz.
2. Não existe nada no texto ou no contexto que diga ou indique que Paulo fala apenas do decálogo.
3. Paulo argumentou através desses três capítulos que ninguém jamais guardou a lei, nem Gentios ou
Judeus. Portanto, ele conclui que ninguém pode ser justificado pela “lei das obras”, mas todos podem ser
justificados “pela lei da fé.” (3:27). Depois ele conclui “que o homem é justificado pela fé sem as obras da
lei.” (verso 28). Depois ele se antecipa em dizer que alguns irão se opor acusando-o de ser um Antinomiano,
colocando de lado a lei (verso 31). Isto ele nega. O fato de a lei Judaica ser abolida, de forma alguma segue-
se que toda a lei está abolida. Assim ele diz: “Anulamos, pois, a lei através da fé? De maneira nenhuma, mas
estabelecemos lei.” (Diaglott). Esta é uma tradução literal do grego, e transmite a ideia corretamente. Paulo
não diz a lei, mas simplesmente lei em geral. No original, o artigo definido a não é usado entes de lei.
Consequentemente, neste verso entendemos que Paulo fala da lei em geral, e não de “a lei” do Sinai. Aqui
estão outras traduções confiáveis do texto dando a mesma ideia. “Nós, então, tornamos vã lei através da fé?
Longe disso, nós estabelecemos lei.” (American Bible Union Translation). “Nós, então, tornamos lei inútil
através da fé? De forma alguma, mas estabelecemos lei.” (Campbell, Macknight e Dodridge). “Nós, então,
fazemos lei de nenhum efeito através da fé? Deus proíbe; não, estabelecemos lei.” (Revised Version, escrita
marginal). A escrita marginal nesta versão, onde difere dos textos autorizados, como faz aqui, era apoiada
por dois terços dos tradutores eruditos presentes na última redação (ver seu prefácio). Esta, então, é bem
fundamentada.
Portanto, o texto não fala do decálogo e nem mesmo da lei Mosaica, mas da lei em abstrato. Paulo afirma
que a fé em Cristo não nulifica o uso de lei. Isto é exatamente o que eu creio. A grande lei moral de Deus
permanece imutável através das eras, enquanto que expressões particulares dessa lei adaptadas às
circunstâncias locais, como era a lei Judaica, pode ser mudada.
Se for insistido que esta é a lei dada aos Judeus, então replicamos: A lei seria toda a lei Mosaica, não
somente o decálogo. Dr. Adam Clarke dá uma resposta suficiente para os Adventistas: “Por lei aqui podemos
entender toda a lei Mosaica em seus ritos e cerimônias, dos quais Jesus era o objetivo e o fim. Toda esta lei
dizia respeito a ele, e à doutrina da fé em Jesus Cristo, que a religião Cristã proclamou e estabeleceu as
próprias reivindicações e exigências da lei, ao mostrar que tudo foi realizado na paixão e morte de Cristo.”
(sobre Rom. 3:31). Portanto, o texto de forma alguma favorece a ideia Adventista, embora seja ele sua
principal esperança.
164
sua condenação, embora este não seja seu significado primário. Ele tem que dizer isto para salvar a si mesmo
em outros textos, mas eu nego que alguma vez tenha sido este o significado.
Ele continua: “Lemos em Mat. 8:9 a respeito de um homem debaixo de autoridade tendo soldados abaixo
dele, isto é, a autoridade estava sobre ele e ele estava investido de autoridade sobre os soldados, e cada um
tinha que obedecer; não que ele estivesse debaixo da condenação da autoridade, ou os soldados sob sua
condenação... A própria natureza da expressão em si significa isso, 'debaixo da lei' significando
simplesmente a lei estando acima ou tendo autoridade sobre as pessoas que estão abaixo dela. Este é o
significado primário e mais simples do termo; e a menos que puderem ser apresentadas fortes razões,
deveríamos sempre dar à expressão este significado.” “Greenfield não indica exemplo onde ela é usada no
sentido de estar sujeito à condenação da lei.” “Não estamos mais sob o pedagogo (a lei), isto é, não mais
debaixo da sua autoridade; sua autoridade já não está sobre nós, porque seu ofício divino cessou quando o
renovo veio.” Da mesma forma escreve o Ancião Butler, e ele declara a verdade; mas ele tenta limitar isto à
lei cerimonial. Aqui ele falha, pois é “a lei”, não uma parte dela.
Aqui está o que os léxicos falam sobre a palavra “debaixo”: “Em relação a algo que governa. Em um
estado de sujeição; sujeito” (Webster). Quando está na forma da palavra grega “hupo”, é assim definida:
“Em sujeição a uma lei” (Rom. 6:14). Greenfield: “expressar sujeição”; “sob seu domínio”; sob sua direção”;
“sujeito a.” Groves Gr. and Eng. Dict. “Sob sujeição a” (Rom. 14), Bagster's Gr. Lex. Portanto, todas as
autoridades que consultei definem “debaixo” como significando sob a autoridade de, sujeito a. Agora Paulo
diz, “Não estais debaixo da lei” (Rom. 6:14), isto é, não sob sua autoridade, não sujeito a ela. Isso está claro
o suficiente.
Voltando aos comentaristas, leio: “Debaixo da lei; em sujeição a ela” (Clarke sobre Gál. 4:4). “Sujeito à
lei”, “Compelido por suas exigências” (Barnes sobre Gál. 4:4). “Não sob a lei; não submisso a uma
dispensação legal” (American Tract Society, notas sobre Rom. 6:14). “Debaixo da lei, debaixo da
dispensação legal” (Scott sobre Gál. 3:23-25).
Assim todos concordam que “debaixo da lei” significa sujeito à sua autoridade. Mas nós não estamos
debaixo da lei, nem debaixo da sua autoridade. Leia uns poucos textos quanto ao seu significado. “Edom se
revoltou debaixo da mão de Judá” (2 Reis 8:20). “Israel saiu debaixo da mão dos Sírios” (2 Reis 13:5). “Vós
cuidais em sujeitar a vós os filhos de Judá” (2 Cr. 28:10). Em cada caso significa estar sob autoridade de.
Novamente: “Sou homem sob autoridade, tendo treze soldados sob mim” (Mat. 8:9). “Não estais debaixo da
lei, mas debaixo da graça” (Rom. 6:14). “E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os
que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei.” “Para os
que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de
Cristo), para ganhar os que estão sem lei” (1 Cor. 9:20-21).
Essa passagem mostra além da dúvida o que Paulo quis dizer por “debaixo da lei.” Os Judeus estavam
debaixo da lei. Quando com eles, ele fazia como eles, para ganhá-los. Ele guardou a lei como eles faziam.
Ver como prova Atos 16:3, onde ele circuncidou Timóteo; e Atos 21:20-26, onde ele raspou sua cabeça e
ofereceu oferta. Os sem lei eram os Gentios, que nunca estiveram debaixo da lei Judaica. Quando com eles,
ele vivia como eles, para ganhá-los. Ele não guardava a lei Judaica. Contudo, Paulo é cuidadoso em
acrescentar que eles estavam debaixo da lei de Cristo, ou mais corretamente, “sob a lei de Cristo” (Revised
Version). “Debaixo da lei de Cristo” (Diaglott). “Sob a lei do Messias” (Siríaca). “Sob a lei do Cristo”
(Clarke). “A lei ordenada de Cristo” (Barnes). Paulo diz que ele estava debaixo da lei de Cristo. Quis ele
dizer que estava condenado pela lei de Cristo? Certamente que não, mas ele estava sob a autoridade desta lei.
Novamente: “Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé
que se havia de manifestar. De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela
fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio.” (Gál. 3:23-25).
Quando as pessoas estavam debaixo da lei? Antes de Cristo vir. Elas estão debaixo da lei agora? Não.
Isso mostra o que Paulo quis dizer: uma mudança de dispensações mudou suas relações para com a lei. Antes
de Cristo, debaixo da lei; a partir de Cristo, não debaixo dela.
Antes de Cristo vir eles estavam debaixo da lei, como um mestre que os estava preparando para o grande
Mestre. Quando Cristo veio, eles já não estavam mais debaixo do velho aio, a lei. Prosseguindo com este
argumento, Paulo diz: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,
nascido sob a lei.” (Gál. 4:4). Novamente isto é decisivo quanto ao significado de “sob a lei.” Cristo nasceu
165
sob a lei, isto é, sujeito à lei do mesmo modo que qualquer Judeu. Ele obedeceu cuidadosamente esta lei até
que ela foi abolida na sua cruz. Ele certamente não nasceu sob a condenação da lei, pois era sem pecado.
Aos Gálatas que estavam voltando à observância da lei, Paulo diz: “Dizei-me, os que quereis estar
debaixo da lei, não ouvis vós a lei?” (Gál. 4:21). Eles desejavam estar sob a maldição da lei? Contrassenso.
Eles desejavam obedecer a lei exatamente como os Adventistas fazem agora. Finalmente, Paulo diz a eles
“Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.” (Gál. 5:18). Se eles aceitaram a Cristo, não
tinham necessidade adicional da velha lei. Portanto, os Cristãos não estão sob a autoridade da lei, pois ela foi
cravada na cruz. Sobre este ponto o Dr. Adam Clarke forçosamente diz: “Debaixo da lei; em sujeição a ela, a
qual nele todos os desígnios seriam cumpridos, e por sua morte seria integralmente abolida; a lei morrendo
quando o filho de Deus expirou sobre a cruz.” (sobre Gál. 4:4).
Que “debaixo da lei” significa sujeito à autoridade da lei, é plenamente provado por Rom. 3:19 - “Ora,
nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei.” Os Judeus prontamente admitiam que
todos os Gentios eram pecadores, mas a questão era provar que os próprios Judeus também eram pecadores.
Logo, nos versos 10-18 ele faz várias citações da sua escritura, dizendo que “Não há um justo, nem um
sequer,” etc. Agora, parafraseando o que Paulo diz, “você não pode aplicar isso aos Gentios, pois está na sua
própria lei, e nós sabemos que a lei fala para aqueles que estão sujeitos a ela, e não para aqueles que não
estão. Assim, isso significa que nenhum de vocês, Judeus, são justos. Consequentemente, como todos os
Gentios são pecadores, e ela prova que todos os Judeus também são pecadores, segue-se que todo mundo é
culpado.”
Novamente Paulo argumenta que a lei fala apenas para “aqueles que estão debaixo da lei.” Mas a lei fala
apenas para aqueles que são condenados por ela? Isto é falso e absurdo. Para cada homem em Michigan,
nossa lei diz “não roubarás”, tenham eles roubado ou não. Igualmente a lei Mosaica foi endereçada a todos
os Judeus. “Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino.” (Deut. 4:1). Quem deveria
ouvir a lei? Todo o Israel, pois ela falou para todos eles. Este fato está tão evidente, que Paulo disse “Ora,
nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz.” (Rom. 319). O que, então, ele quis
dizer com “debaixo da lei?” Ele quis dizer debaixo da autoridade da lei, sujeito à lei, e isto é o que sempre
significa. Mas Paulo diz vezes e mais vezes que os Cristãos não estão “debaixo da lei.”
Mas os Adventistas imediatamente exclamam, “Então, se não estamos debaixo da lei, podemos pecar
tudo o que quisermos; podemos roubar, mentir, matar, etc.” Parece que eles nunca percebem que isto é
exatamente o que os Judaizantes, os oponentes de Paulo, disseram contra a sua doutrina naquele momento.
Ele menciona a objeção deles, e responde a ela. “Não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Pois que?
Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum.” (Rom. 6:14, 15).
O fato de ter sido objetado contra Paulo que sua doutrina da lei dava licença para pecar, mostra que ele
colocava de lado a autoridade da lei. Se não, por que esta objeção foi feita contra a sua doutrina? Os Judeus
acreditavam no perdão do pecado tão fortemente quanto Paulo acreditava. Logo, se ele meramente ensinava
que o pecador estava perdoado pela graça, de modo que não estava mais sob a condenação da lei, os Judeus
concordariam com ele, pois todos eles acreditavam no perdão dos pecados. O fato de esta objeção ter sido
levantada contra a posição de Paulo sobre a lei – a mesma posição que é a nossa agora – mostra que temos
interpretado-o corretamente.
Rom. 7. A lei é santa. Verso 12. “E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.” Este é o
decálogo, como mostra o verso 7. Já em cerca de 60 D. C., Paulo disse que ela era santa, justa, boa e
espiritual (verso 14), e ele tem prazer nela (verso 22). Certamente, então, ela não foi abolida.
Resposta: Qualquer um que tenha acesso ao Comentário do Dr. Clarke sobre este capítulo encontrará este
argumento Adventista do Sétimo Dia respondido de forma completa e refinada. Destacarei apenas alguns
pontos.
Paulo tinha acabado de declarar que nós não estamos debaixo da lei (Rom. 6:14). Agora ele faz uma
ilustração. Uma mulher está sujeita ao seu marido enquanto ele viver. Ela está debaixo da sua lei, sua
autoridade. Se ele morre, “ela está livre da lei” (verso 3). Esta não é a lei do estado, nem a lei moral, nem a
lei de Moisés, mas é “a lei de seu marido” (verso 2), como Paulo diz distintamente. Esta lei debaixo da qual
ela estava vivendo morre com o seu marido, e ela está livre dela; não está mais obrigada a fazer a vontade do
marido, mas está livre para se dar a outro.
166
Exatamente assim os Judeus haviam sido mantidos debaixo da autoridade da lei Mosaica. Que ele
escreve isto para os crentes Judeus em Roma, está provado pelo primeiro verso. “Falo aos que conhecem a
lei.”
Mas a lei morreu e assim a conexão entre eles foi dissolvida e sua autoridade terminada. Esta é a
conclusão de Paulo como declarada por ele mesmo: “Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido
para aquilo em que estávamos retidos.”
“Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro,
daquele que ressuscitou dentre os mortos.” (versos 4 e 6). Nenhuma declaração poderia ser mais clara;
estamos libertos da lei, que está morta; e estamos mortos para a lei. Agora podemos ser desposados para
Cristo. Diz o Dr. Albert Barnes sobre o verso 4: “A ideia transmitida é que a morte dissolve uma conexão da
qual resultou a obrigação. Este é o único ponto da ilustração. É um erro fazer todas as coisas nesta ilustração
de adequarem a algum caso da igreja Romana.
Como todas as parábolas, ela tem apenas um objetivo, e este é mostrar a dissolução de uma conexão
outrora existente; o fim de uma autoridade outrora em força. Os crentes Judeus estiveram antes debaixo da
lei Mosaica. A lei está morta e eles estão libertos da sua autoridade. Agora eles podem aceitar a autoridade
de outro, o Senhor Jesus.” Diz Dr. Clarke: “Enquanto ele viver (verso 2); ou enquanto ela viver; a lei não
estende a sua influência para os mortos, nem leis revogadas impõem obrigações. É como se falássemos de
uma lei revogada que já não pode expressar ordens; ou do seu objetivo já estando morto, de modo que ela já
não tem mais nada para impor suas obrigações. Em ambos os casos a lei não possui força.” Seguramente o
assunto está claro o suficiente, se quisermos entendê-lo.
Vista sob a luz dos seus muitos excelentes preceitos, a lei era santa, justa, boa e até mesmo espiritual.
Contudo, falhando em realizar a salvação do homem, ela foi substituída por um sistema melhor que fez
aquilo que ela não poderia fazer.
1 Cor. 7:19. Os mandamentos a serem guardados. Paulo diz que devemos guardar “os mandamentos de
Deus”, que são os dez mandamentos.
Resposta: Vejam como eles sempre presumem exatamente aquilo que deveriam provar, a saber, que isto
é o decálogo. Agora deixe Paulo na mesma carta explicar o que ele pretendeu dizer com “mandamentos de
Deus.” “As coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.” (1 Cor. 14:37). Portanto, isso não tem
relação com o decálogo.
Gál. 3:19. A lei adicionada. “A lei foi ordenada por causa das transgressões.” Esta era a lei cerimonial
adicionada à lei moral. Consequentemente, a lei aniquilada em Gálatas é apenas a lei cerimonial.
Resposta: Isto é o que uma facção dos Adventistas do Sétimo Dia dizem, enquanto outra facção diz que
isto se refere a toda a lei moral, e que não foi aniquilada de forma alguma! Portanto, eles contradizem uns
aos outros acaloradamente. Mas;
1. Em todo o livro não existe nada mencionado sobre uma tal distinção entre leis moral e cerimonial.
2. Temos provado que não existe tal distinção em toda a Bíblia.
3. Por todo o livro de Gálatas, é “a” lei sem nenhuma indicação de que existia uma outra lei da qual esta
deveria ser distinguida. A lei era toda a lei. Até mesmo o Ancião Butler admite isto. Ouçam-no: “O termo 'a
lei' entre os Judeus geralmente abrangia os cinco livros de Moisés, incluindo assim todo o sistema; moral,
ritual, típica [simbólica] e civil. Esta, como um sistema, os mestres Judaizantes desejavam manter.”
Novamente: “Não há dúvidas, diversas referências à lei moral na epístola.” (Law in Galatians, pág. 15, 70).
Bom, isto termina a matéria; Gálatas trata de toda lei.
167
4. É facilmente provado que esta lei moral, com eles a chamam, está incluída em “a lei.” Gál. 3:13 inclui
“todas as coisas que estão escritas no livro da lei.” Este livro continha os dez mandamentos. Butler admite
isto. “O livro da lei... continha as leis moral e cerimonial.” (Law in Galatians, pág. 39). Novamente: “Cristo
nos resgatou da maldição da lei.” (Gál. 3:13). Esta é a lei moral, pois não existia maldição na lei cerimonial.
Este ponto é difícil para eles harmonizarem. Butler faz esta confissão: “Estamos perfeitamente dispostos a
admitir que a maldição trazida à vista no texto, no qual Cristo redime seu povo, principalmente inclui
transgressões da lei moral.” (Law in Galatians, pág. 40). Isto faz com que se desista de todo o caso. Em Gál.
5:14, Paulo cita como “a lei”, “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” Se alguma lei é moral, é esta.
5. Agora leia cuidadosamente Gál. 3:15-19, e veja que a lei foi adicionada à promessa feita a Abraão.
“Foi adicionada à promessa,” (Notas de Wesley). Portanto, toda a conversa Adventista sobre esta ser a lei
cerimonial adicionada à lei moral é uma falácia. Ela é toda a lei, e terminou em Cristo (Gál. 3:19-24).
Efé. 2:14, 15. A lei de ordenanças. Isto mostra que apenas a lei cerimonial foi abolida.
Resposta: Como os preceitos cerimoniais da lei compunham a maior parte dela, e como foi em grande
parte por sua causa que a lei foi abolida como um sistema opressivo, eles são naturalmente mencionados
como a razão pela qual ela foi abolida. Ao dar a causa da morte de um homem, nós naturalmente
mencionamos as partes enfermas, embora todo o homem tenha morrido. Dizemos que Brown morreu de
doença do coração. Então, Smith diz para todos que tudo aquilo que está morto em Brown é o seu coração!
Esta é uma ilustração simplória dos argumentos Adventistas para muitos textos. Os apóstolos dizem que a lei
está morta, morte de tipos (símbolos), sombras e ordenanças carnais; os Adventistas relatam que apenas uma
parte da lei está morta, exatamente as partes mais doentes, e estas foram amputadas. Selá!
Os Adventistas dizem que não existem “ordenanças” nos dez mandamentos, e assim isso não pode ser
aplicado a eles. Mas isto é um erro. O que é uma ordenança? Webster diz: 1. “Uma ordenação ou
estabelecimento feito por uma autoridade; compromisso. 2. Uma regra estabelecida por autoridade; um
estatuto, lei, edito, decreto.” Isto é exatamente o que o decálogo era; uma lei estabelecida por autoridade. A
Cruden's Concordance, diz: “Ordenança. 1. Qualquer decreto, estatuto ou lei feita por governadores civis. 2.
As leis, estatutos e mandamentos de Deus.” Portanto, os estatutos, leis e mandamentos de Deus são
ordenanças; e especialmente isto era verdadeiro quanto ao Sábado ser guardado no sétimo dia. Isto dependia
total e unicamente da designação de Deus; consequentemente, era seguramente uma ordenança, e assim
morreu com as demais ordenanças.
A lei no livro de Hebreus. É declarado pelos Adventistas que a lei que é mencionada aqui de forma tão
distinta como tendo sido “riscada”, “tirada”, etc., é apenas a lei cerimonial.
Resposta:
1. Nem uma palavra é dita que signifique uma lei cerimonial, ou que se trata de uma lei particular dentre
duas. Ela é simplesmente “a lei”, sem qualquer qualificação. Se esta doutrina de duas leis fosse tão clara para
os apóstolos, e tão importante como é para os Adventistas, é estranho que eles não tivessem dito isso
claramente ao menos uma vez. Mas eles não disseram; eles apenas dizem “a lei” e vão adiante.
2. Várias vezes neste livro o decálogo é referido de forma distinta, como no Cap. 8:9, “a aliança” (ver
Deut. 4:13), “as tábuas da aliança” (Cap. 9:4), e na entrega dos dez mandamentos no monte Sinai (Cap.
12:18-21). Consequentemente, o livro se refere a toda a lei.
Tiago 2:8-12. Cada ponto da lei obrigatório. Tiago cita dois preceitos dos dez, e diz que devemos guardar
toda a lei, da qual o Sábado é uma parte.
Resposta:
168
1. Novamente lembramos ao leitor que “a lei” é toda a lei dada aos Judeus, da qual o decálogo é apenas
uma parte. Logo, se “a lei” é obrigatória agora, então deveríamos guardá-la toda – sacrifícios, dias de festa,
etc.
2. Se todo o decálogo é obrigatório pelo fato de Tiago ter citado uma parte dele, então toda a lei de
Moisés é obrigatória também, porque ele também cita dela o verso 8, “Amarás a teu próximo.” Isto vem de
Lev. 19:18. Todo este capítulo é obrigatório agora?
3. Tiago cita o tanto quanto era aplicável ao seu assunto, seja do decálogo ou de outros livros, sem por
meio disto colocar obrigações sobre nós.
4. “A lei da liberdade”, verso 12, é a lei do Novo Testamento. Wesley diz: “Lei da liberdade – o
Evangelho.” (notas sobre o verso 12). Adam Clarke diz: “A lei da liberdade, o Evangelho de Jesus
Cristo.”(sobre o verso 12). Cada citação neste texto é tomada das palavras de Cristo nos evangelhos (ver
Mat. 19:18, 19).
169
A mesma velha suposição novamente, a saber, dizer que “os mandamentos” são sempre os dez
mandamentos. Mas o próximo verso explode este hobby, ao indicar o significado. “E o seu mandamento é
este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu
mandamento.” Isto não é de forma alguma o decálogo.
Apoc. 12:17. O remanescente guarda os mandamentos. Este texto mostra que o remanescente, o último
estado da Igreja, guardará os dez mandamentos; consequentemente, o Sábado.
Resposta:
1. Isto ocorre sob o dragão, que os Adventistas do Sétimo Dia dizem ser Roma Pagã. Mas a Roma Pagã
findou há mais de 1.300 anos, como eles admitem. Portanto, isso de aplica há eras atrás, não ao presente.
2. O texto diz que “os mandamentos” são os dez mandamentos? Não, nem existe qualquer coisa que o
indique. Eles presumem isto, como de costume.
3. Muitas das vezes, por todo Novo Testamento, outras coisas são chamadas de “os mandamentos”.
Assim é com os dois grandes “mandamentos” (Mat. 22:36-40; os preceitos de Cristo (João 14:15, 21; 15:10;
13:34; Atos 11:2); os ensinos dos apóstolos (1 Cor. 14:37; 1 Tess. 4:2; 2 Ped. 3:2), etc. É de longe mais
provável que o texto esteja se referindo a estes, ao invés da velha lei que foi abolida.
170
CAPÍTULO XXII
A NATUREZA DO HOMEM.
Sobre este assunto darei apenas uns breves argumentos simplesmente chamando a atenção para alguns
pontos principais.
Que o espírito do homem sobrevive à morte de seu corpo, e vive em um estado consciente, tem sido a
crença generalizada de todas as pessoas em todas as eras, de modo que podemos de forma justa chamá-la de
universal. Quanto a isto, as nações mais bárbaras e as mais iluminadas estão de acordo. Tampouco a
inteligência crescente das gerações que progridem têm perdido esta crença, mas, ao contrário, a confirmam.
Os pensadores mais cultos da raça sustenta essa fé. Embora este fato não seja conclusivo, ele, contudo, tem
muito peso.
Igualmente esta doutrina tem sido a fé universal da Igreja Cristã em todas as eras. As exceções a isto têm
sido poucas e sempre consideradas como heréticas. Este fato, estou autorizado a dizer com justiça, possui
grande peso. Ele não deveria ser considerado superficialmente.
Os Judeus, que por muitos séculos desfrutaram dos benefícios das revelações de Deus, também
acreditavam que o espírito vivia após a morte do corpo.
Os Apócrifos apresentam as visões dos Judeus pouco antes do tempo de Cristo. Aqui estão uns poucos
versos: O ímpio irá “suportar tortura eterna pelo fogo.” (4 Macab. 9:9;
http://pt.scribd.com/doc/106690098/Quarto-Livro-Dos-Macabeus). “A vingança divina lhe é reservada com
fogo e tormento eternos, que se apegarão a ti todo o tempo.” (Cap. 12:12). “Não vamos temer aquele que
pensa que mata; porque grande é o julgamento da alma e o perigo do tormento eterno reservado para aqueles
que transgridem.” (Cap. 13:14). A respeito dos mártires, é dito: “Através do qual também eles agora estão ao
lado do trono divino, e vivem uma vida inefável.” (Cap. 17:18). “Os filhos de Abraão, com sua vitoriosa
mãe, estão reunidos juntos ao coro de seus pais, tendo recebido almas puras e imortais da parte de Deus.”
(Cap. 18:23). “O tirano Antíoco foi punido sobre a terra e está sendo punido agora que é morto.” (verso 5).
Isso mostra claramente que os Judeus acreditavam na imortalidade da alma; o estado consciente dos
mortos e a punição eterna.
Igualmente Josefo, o historiador Judeu que viveu na mesma época de Paulo, declara nitidamente que a
sociedade dos Judeus acreditava na imortalidade das almas. Dos Fariseus, ele diz: “Eles também acreditavam
que as almas tinham nelas um vigor imortal.” (Antiguidades, Livro 18, Cap. 1). Novamente: “Eles dizem que
as almas são incorruptíveis; mas que as almas dos homens bons são apenas removidas para outros corpos;
mas que as almas dos homens maus estão sujeitas à punição eterna.” (Guerras, Livro 2, Cap. 8). De outra
seita Judaica, os Essênios, ele diz: “Eles ensinam a imortalidade das almas.” (Antiguidades, Livro 18, Cap.
1). Além disso, “Sua doutrina é que os corpos são corruptíveis e que a matéria da qual eles são feitos não é
permanente; mas que as almas são imortais e continuam para sempre; e que elas se achegam como o ar mais
sutil, e ficam unidas aos seus corpos como em prisões, sendo atraídas por uma certa sedução natural. Mas
que, quando são libertas de seus ossos e carne, ficam como que libertas de um longo cativeiro e regozijam-se
ao se elevar para cima.” (Guerras, Livro 2, Cap. 8). Dos Saduceus, ele diz: “Mas a doutrina dos Saduceus é
que as almas morrem com seus corpos.” (Antiguidades, Livro 18, Cap. 1). Novamente: “Eles também levam
a crença da duração imortal da alma e a punição e recompensa no Hades.” (Guerras, Livro 2, Cap. 8).
Josefo fala muito mais na mesma linha, de modo que não pode haver dúvida quanto à crença dos Judeus
naquele tempo, pois ele era um deles e conhecia todas as suas doutrinas. Ele diz que eles acreditavam na
imortalidade da alma, no estado consciente dos mortos e na punição eterna. Os esforços dos aniquilacionistas
para negar isto são desleais e fúteis.
171
A FÉ DA IGREJA PRIMITIVA.
A igreja Cristã primitiva sustentava a mesma doutrina. Os mártires são representados na morte como
indo imediatamente para o céu. “Eles se apressaram para Cristo”, diz Euzébio (História Eclesiástica, Livro 5,
Cap. 1). Ele diz que outro, ao morrer, “recebeu a coroa da imortalidade.” (mesmo capítulo). Novamente:
“Em paz ele partiu para Deus.” (Livro 5, Cap. 2). De um que morreu junto com outro, ele diz que “ligou-se
ao primeiro como sua companhia a caminho do céu.” (Livro dos Mártires, Cap. 11). Dos mártires que
morreram, ele diz: “Sendo transferidos para os céus e para o paraíso de gozos celestiais.” (Livro 10, Cap. 1).
Escrevendo sobre a última parte do segundo século, Eusébio diz: “Pela mesma época de que falamos,
surgiram novamente, na Arábia, outros introdutores de uma doutrina alheia à verdade, os quais diziam que as
almas humanas, enquanto durar o tempo presente, morrem no transe derradeiro juntamente com os corpos, e
com eles se corrompe, mas que um dia reviverão novamente com eles no momento da ressurreição.” (Livro
6, Cap. 37; http://pt.scribd.com/doc/6451956/HISTORIA-ECLESIASTICA-Eusebio-de-Cesareia). Vê-se que
estes heréticos sustentavam a mesma doutrina dos Adventistas. Eles foram declarados, naqueles dias
primevos, como “introdutores de uma doutrina alheia à verdade”, o mesmo que agora.
172
nos circunda por todos os lados, e ainda assim não o enxergamos. Até mesmo a água convertida em vapor
torna-se invisível. Tome o calor, eletricidade, gravitação – os agentes mais poderosos com os quais estamos
familiarizados – eles são invisíveis. Quem jamais viu a gravitação? Vemos ela puxar a maçã da árvore;
derrubar ao solo o carvalho gigante e sustentar a imensa terra em seu lugar ao redor do sol; mas, a coisa em
si, nós nunca vimos. O que é a luz? Ninguém pode dizer.
Após eras de estudo, os cientistas mais brilhantes são incapazes de dizer o que é a vida até mesmo em
sua forma mais elementar como a simples planta. Nós sabemos que ela existe, vemos seus efeitos e vemos
quando ela parte; mas, o que ela é, de onde vem e para onde vai, ninguém pode dizer. Diante desses
problemas insolúveis, as maiores mentes ficam mudas e reverentemente reconhecem a inescrutável sabedoria
de Deus.
Mas de todos os mistérios profundos da criação, o maior é o da alma humana, a parte pensante do
homem. O que é o pensamento? Ele não pode ser visto, nem ouvido, nem pesado ou mensurado. Não
podemos dizer se ele é alto, largo, comprido, circular ou quadrado. Como, então, podemos afirmar que a
mente ou o espírito não pode existir separado da carne e ossos simplesmente porque não podemos vê-lo indo
embora? Tal raciocínio é apenas uma obra de suposição superficial. Como temos visto, isso negaria a
existência de Deus, anjos, demônios e as maiores forças presentes na natureza, como o calor, eletricidade,
gravitação, os princípios da vida, etc. Somente Deus pode nos dizer algo sobre a alma e a sua natureza.
Consequentemente, esta é uma questão que só pode ser estabelecida pela Bíblia.
O maior argumento para a aniquilação é aquele que diz ser irrazoável que Deus venha a permitir que
pecado e pecadores existam para sempre como uma mancha na sua criação. Mas o mesmo argumento
provaria que um Deus Todo-Poderoso de pureza e amor jamais teria de suportar o pecado entrar em sua
criação perfeita; ou, tendo entrado, que ele iria imediatamente aniquilá-lo. Mas fatos inflexíveis refutam tal
raciocínio. Pecado e pecadores estão aqui. Eles têm estado aqui presentes desde que o mundo começou, era
após era. Deus não destruiu o pecado e nem os pecadores tão logo apareceram, nem tem manifestado pressa
em trazê-los a um fim. Ele tem suportado a vida de milhões de pecadores, não só para algum propósito, na
medida em que a sua própria salvação está em causa, tampouco como um aviso para os outros; pois, tanto
quando se pode ver, o exemplo deles endurece outros no pecado e introduz milhões a mais num mundo tão
vil quanto o deles próprios. Mesmo os anjos caídos, que não estão sob provação, cujas vidas não podem
trazer nenhum bem para eles mesmos, mas que vivem apenas para levar outros para longe de Deus, a estes
ele tem permitido viver por milhares de anos.
Quem pode afirmar que aquilo que Deus tem assim permitido por milhares de anos, desde o início da
criação, na medida em que sabemos, ele não possa permitir durante eras por vir, e para sempre? Podemos
dizer que isto não estaria de acordo com as nossas ideias de sabedoria e direto. Bem, tem o passado sido de
acordo com as nossas ideias? É o presente como nós iríamos planejá-lo? Não; então isso explode o
argumento.
Até que tenhamos sabedoria infinita, é melhor que sejamos cuidadosos em como nos sentamos para
julgar os caminhos de Deus. Poderíamos reunir e ver num único lugar todo o pecado, toda a dor, sofrimento,
aflição, angústia, lágrimas e miséria da nossa terra presente? Isto seria tão horrível quanto o próprio inferno.
Contudo, Deus vê tudo isso e permite que vá adiante. Não saberíamos que isto é um fato, e iríamos declarar
que é irreconciliável com os atributos de Deus? Nós simplesmente e piedosamente aceitamos aquilo que não
podemos explicar. A punição eterna não evidencia ser um problema maior, e por isso pode ser verdadeira,
não obstante seja contrária a todo o nosso raciocínio finito.
Os Adventistas se deleitam em retratar o inferno com todos os horrores literais do fogo, quentura, tortura,
etc., e então declaram que isto é exatamente o que as igrejas ortodoxas acreditam. Mas ninguém acredita ou
ensina tais coisas. Coisas materiais da terra são usadas para representar coisas espirituais do outro mundo.
Portanto, é fogo em um lugar, trevas exteriores em outro, etc. Não declaramos saber exatamente o que será;
apenas que será um estado terrível de punição eterna.
173
não tem carne nem ossos. Paulo diz que Deus é “o Pai dos espíritos” (Heb. 12:9), em contraste com os “pais
da nossa carne.” Se ele é o Pai dos espíritos, então, necessariamente, estes devem ser participantes da sua
natureza. Por isso Jesus disse: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.”
(João 3:6). Note o contraste distinto entre carne e espírito. Eles são de naturezas diferentes. Isaías diz: “Os
Egípcios são homens, não Deus; e seus cavalos carne e não espírito.” Como Deus é superior ao homem,
assim o espírito é superior à carne. Deus é o Pai dos nossos espíritos, mas certamente não da nossa carne.
Paulo diz, “Somos a geração de Deus.” (Atos 17:29). Nossos espíritos, então, são de uma fonte diferente e de
uma natureza maior do que os nossos corpos.
Igualmente o Espírito Santo, a terceira pessoa da Trindade, é um espírito inteligente e imortal, sem carne
ou ossos. Ele apareceu no Batismo de Jesus (Mat. 3:16), e em Pentecostes (Atos 2:2-4); ele nos ensina e guia
(João 14:26; 16:10). Aqui, então, está outro espírito imortal.
Os anjos são seres conscientes, inteligentes, embora sejam espíritos. “Faz dos seus anjos espíritos.” (Heb.
1:7). Igualmente os demônios são espíritos; ainda que sejam seres inteligentes e não morram. Ver Marc. 5:1-
13; aqui um homem com um espírito imundo encontrou Jesus e o conhecia. Ele falou com Jesus e disse que
existiam muitos deles no homem. Jesus os expulsou do homem para os porcos. Isto mostra que eles podem
subsistir em um corpo ou fora de um corpo e ainda estarem vivos e conscientes em ambos os casos. Mostra
ainda que os espíritos são pessoas inteligentes, não meramente ar, ou sopro, ou uma influência, como os
Adventistas tentam provar. Da mesma forma 2 Reis 22:21-22, “Então saiu um espírito, e se apresentou diante
do Senhor, e disse: Eu o induzirei”, Acabe. O Senhor disse para ele ir.
Vimos com Josefo que os Fariseus acreditavam na imortalidade da alma e que o espírito vivia depois da
morte do corpo. Sobre esta questão, Paulo declarou que era um Fariseu. “E Paulo, sabendo que uma parte era
de Saduceus e outra de Fariseus, clamou no conselho: Homens irmãos, eu sou Fariseu, filho de fariseu; no
tocante à esperança e ressurreição dos mortos sou julgado. E, havendo dito isto, houve dissensão entre os
Fariseus e Saduceus; e a multidão se dividiu, porque os Saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo,
nem espírito; mas os Fariseus reconhecem uma e outra coisa.” (Atos 23:6-8). Os Fariseus acreditavam na
ressurreição, nos anjos e nos espíritos, e assim também Paulo. Os Adventistas acreditam nos dois primeiros e
negam o terceiro. Paulo enumera diversas coisas no céu, como o “Monte Sião”, “a Jerusalém celestial”, os
“anjos”, “Deus o juiz”, “Jesus”, e, finalmente, “os espíritos dos justos aperfeiçoados.” (Heb. 12:22-24).
Todos estes textos, e muitos mais semelhantes a eles, provam que um espírito é um ser inteligente, sem carne
ou ossos, vivendo e agindo no corpo da mesma forma que homens.
É fácil mostrar que o homem tem um espírito como estes. Assim: “Há um espírito no homem.” “O meu
espírito me constrange.” (Jó 32:8, 18). “O Senhor forma o espírito do homem dentro dele.” (Zac. 12:1). Dele
é falado como sendo uma entidade distinta, diferenciada do corpo. Esse espírito não é dependente do corpo
para viver, mas, antes, o corpo é dependente dele. “O corpo sem o espírito está morto.” (Tiago 2:26). Em
toda parte o espírito é reconhecido como superior ao corpo. Esse espírito no homem conhece e pensa.
“Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está?” (1 Cor.
2:11). Portanto, o espírito pensa, raciocina, conhece. Novamente: “Na verdade, o espírito está pronto, mas a
carne é fraca.” (Mat. 26:41). Igualmente é o espírito que determina, “e o meu espírito esquadrinhou.” (Sal.
77:6). Então ele é a parte pensante do homem. O espírito não morre com o corpo. Nem uma vez, em toda a
Bíblia, é dito ou indicado que o espírito morre; ao passo que é claramente declarado que ele não vai para o
pó com o corpo. “E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.” (Ecl. 12:7). Isto está
claro o suficiente. Novamente: “Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos
animais vai para baixo da terra?” (Ecl. 3:21). O espírito do homem, então, se eleva para Deus. O corpo pode
ser destruído sem destruição do espírito. “Para destruição da carne, para que o espírito seja salvo.” (1 Cor.
5:5). Davi diz: “Ele passa rapidamente e nós voamos.” Sim, nós voamos.
O caso do ladrão na cruz jamais poderá ser harmonizado adequadamente com o sono da alma na morte.
“E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te
digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” (Luc 23:42, 43). Toda a sorte de esforços são feitos para se
esquivar do claro significado deste texto; mas eles são inúteis. Jesus diz claramente “hoje estarás comigo no
Paraíso.” Se ele foi para o paraíso naquele dia, então todos os Cristãos vão para lá na morte. Seu corpo não
foi para o paraíso, pois ele foi sepultado. Portanto, o seu espírito vivia e foi para lá. Imediatamente depois
disto, Jesus disse: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.” (verso 46). Seu espírito foi com o ladrão para
o paraíso naquele dia. Igualmente o agonizante Estêvão disse: “Senhor Jesus, recebe meu espírito.” (Atos
7:59). Esta doutrina da sobrevivência do espírito está por toda a Bíblia.
174
A Bíblia representa o corpo como o tabernáculo ou templo no qual o homem vive. Jesus disse: “Destruí
este templo, e em três dias o levantarei.” “Ele falava do templo do seu corpo.” (João 2:19, 21). Do mesmo
modo, Pedro disse: “Enquanto estiver neste tabernáculo.” “Hei de deixar este meu tabernáculo.” (2 Ped.
1:13, 14). Paulo ensina a mesma doutrina. “Ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior,
contudo, se renova de dia em dia.” (2 Cor. 4:16). Existe, então, um homem interior e um homem exterior. O
homem interior é o homem substancial, aquele que não perece. Paulo continua: “Porque sabemos que, se a
nossa casa terrena deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos,
eterna, nos céus; por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; se,
todavia, estando vestidos, não formos achados nus. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo,
gememos carregados... Por isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo,
vivemos ausentes do Senhor (porque andamos por fé, e não por vista). Mas temos confiança e desejamos
antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor.” (2 Cor. 5:1-8). Veja quão explícita é a declaração de
Paulo: “Nossa casa terrena”, “tabernáculo”, “no corpo”, “deixar este corpo”, etc. Os Adventistas nunca falam
desta maneira. Em casa no corpo, ausente do Senhor; mas ausente do corpo, presente com o Senhor. É
apenas fazendo violência contra as Escrituras, que este texto pode ser harmonizado com a ideia do sono da
alma.
Ouça novamente Paulo: “Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se
fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se
fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não
é lícito falar.” (2 Cor. 12:2-4). Portanto, Paulo acreditava que um homem poderia sair de seu corpo e ir ao
céu e ouvir palavras ali. Os Adventistas ridicularizam tais ideias.
O texto seguinte é tão claro sobre o assunto do estado consciente dos mortos, que os Adventistas ficam
sobremaneira perplexos diante dele. Eles têm tentado várias explicações, todas contraditórias e nenhuma
satisfatória até para eles mesmos. Eu estive lá e sei. Paulo diz: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer
é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de
ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.
Mas julgo mais necessário, por amor de vós, continuar na carne.” (Fil. 1:21-24). “Morrer é ganho”, “desejo
de partir, e estar com Cristo”, “viver na carne”, “continuar na carne” – esta era a fé de Paulo. Ele estava num
dilema entre dois; se permanecer na carne e pregar a Cristo e socorrer seus irmãos, ou partir e estar com
Cristo. Quão totalmente contrário aos Adventistas é esta ideia.
Veja a mesma doutrina definitivamente ensinada no caso do rico e Lázaro. “E aconteceu que o mendigo
morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no
inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando,
disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me
refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que
recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E,
além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para
vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à
casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também
para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, pai
Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se
não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.” (Lucas
16:1931).
1) Este é o ensino do próprio Cristo.
2) Como vimos, é aquilo que os Fariseus acreditavam com relação aos mortos.
3) Jesus aceitou e confirmou a doutrina deles.
4) Estes eventos ocorreram entre a morte e a ressurreição, enquanto os irmãos do rico ainda estavam
vivos sobre a terra.
5) Assim, imediatamente após a morte e antes da ressurreição, o rico estava no inferno e Lázaro é
recompensado.
6) Ambos estão conscientes.
175
7) Abraão está vivo por lá.
8) Ambos pensam e falam.
Portanto, os mortos certamente sabem algo. Se não tivéssemos outro texto, este sozinho já refutaria o
sono dos mortos. Novamente, Jesus disse que Deus é “o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de
Jacó. Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.” (Mat. 22:32). Então, estes patriarcas estão vivos e
não apagados da existência na morte. Uma vez mais: “E não temais os que matam o corpo e não podem
matar a alma.” (Mat. 10:28). Se o corpo é tudo, não existe homem; se a alma é simplesmente a vida do
corpo, então os homens podem matar a alma. Mas Jesus diz que eles não podem matar a alma. Ela não pode,
então, morrer com o corpo. Quão justamente ao contrário estes textos claros contradizem a fé Adventista,
embora eles declarem ir pela Bíblia. Igualmente encontramos Moisés no monte com Jesus, ainda que
houvesse sido sepultado mil e quinhentos anos antes (Deut. 32). “E eis que lhes apareceram Moisés e Elias,
falando com ele.” (Mat. 17:3). Mas, por que citar mais? Estes são decisivos.
Muitos dos textos citados para provar o sono da alma se referem apenas ao corpo. Assim, Gên. 3:19,
“Porquanto és pó e em pó te tornarás.” Isto não pode se referir ao espírito, que não tem carne nem ossos
(Luc. 24:39), mas retorna para Deus na morte (Ecl. 12:7). Leia seus textos de prova:
“E Davi dormiu com seus pais, e foi sepultado na cidade de Davi.” (1 Reis 2:10). O espírito de Davi foi
sepultado?
“Assim o homem se deita, e não se levanta... Quem dera que me escondesses na sepultura.” (Jó 14:12,
13). O espírito de Jó deitou-se na sepultura? Ficou ele escondido no pó? Dificilmente.
“Se eu esperar, a sepultura será a minha casa.” (Jó 17:13). O espírito vai para a sepultura?
“Para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” (Ecl. 9:10). “E
muitos dos que dormem no pó da terra.” (Dan. 12:2). “Lázaro dorme”, “Lázaro está morto”, “Nesta altura já
cheira mal.” (João 11: 11, 14, 39). Poderia isso ser dito do espírito? O espírito de Lázaro apodreceu?
Seguramente, não.
Tome seu texto favorito, Atos 2:34, “Porque Davi não subiu aos céus.” O contexto mostra claramente
que se fala do corpo. “Ele morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura.” “Nesta previsão,
disse da ressurreição de Cristo.” (versos 29, 31).
Igualmente em 1 Cor. 15, as diversas expressões sobre estar adormecido são todas explicadas pelo
assunto discutido – a ressurreição do corpo. 1 Tess. 4:13-16 é explicado do mesmo modo. Paulo está se
referindo à ressurreição. Toda aquele conjunto de textos se referem apenas aos corpos que vão para a
sepultura na morte. Como o espírito não vai para lá, estes textos não possuem relação com ele, e assim nada
provam com relação a ele. Um único texto explica todos eles: “E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de
santos que dormiam foram ressuscitados.” (Mat. 27:52). Sim, sepulcros, corpos, dormiam – isto é tudo
quanto ao texto. Os Adventistas deveriam ir aos nossos hinários ortodoxos e selecionar expressões sobre
nossos amigos adormecidos e em suas sepulturas, e assim provar que nós todos acreditamos no sono da alma.
Mas isto seria falso, pois, como sabemos, referem-se somente ao corpo.
Da mesma forma com muitos textos; Ecl. 9:5-10, “Os mortos não sabem coisa nenhuma”, é limitado pelo
contexto a “coisa alguma do que se faz debaixo do sol” (verso 6). Compare este com outros textos onde a
mesma expressão é usada. “Foram com Absalão duzentos homens... iam na sua simplicidade, porque nada
sabiam.” (2 Sam. 15:11). Outro: “E o moço não entendeu coisa alguma; só Jônatas e Davi sabiam deste
negócio.” (1 Sam. 20:39). De um mestre presunçoso, Paulo diz, “Ele é soberbo, e nada sabe.” (1 Tim. 6:4).
Estavam todos estes absolutamente sem pensamento ou consciência? Não. Isto simplesmente significa que
eles não sabiam nada das coisas mencionadas. Igualmente para Ecl. 9:5. O contexto o explica. “Já não têm
parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” (verso 6).
Salmos 146:3, 4, “Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há salvação. Sai-
lhe o espírito, volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos.” Seus pensamentos, seus
propósitos. A margem da Revised Version anota “propósitos”. A palavra grega para pensamentos é
dialogismo. Greenfield define-a como “raciocínio, argumentação, pensamento, cogitação, propósito.” Se nós
confiarmos nos príncipes terrenos, quando eles morrerem seus propósitos perecem e somos deixados sem
esperança. Portanto, este texto é facilmente explicado, como são também todos os poucos remanescentes
utilizados para ensinar o sono dos mortos.
176
APÊNDICES
_____________
APÊNDICE A
Battle Creek, Mich., fornece uma boa ilustração do fracasso do Adventismo, depois de um julgamento
justo. Começando em 1855, foi a sede da denominação por cerca meio século. Era a casa do Ancião White e
esposa. Por todos aqueles anos ela teve o benefício dos labores de todos os seus homens mais capacitados e a
influência das suas grandes conferências gerais. Ali foram construídos a um custo imenso suas grandes
instituições, como as suas amplas casas publicadoras, seu colégio, seu grande sanatório de renome mundial,
seu espaçoso tabernáculo, etc.
Quando me retirei, em 1887, existiam perto de dois mil que ali guardavam o Sábado, todos unidos. Com
frequência eu preguei no grande tabernáculo onde cada assento no saguão e na galeria estavam ocupados. No
colégio ministrei para uma classe com cerca de duzentos, todos homens e mulheres jovens preparando-se
para trabalhar, seja como ministros ou instrutores da Bíblia. Agora, 1914, o colégio está fechado e perdido
para a causa; o sanatório se rebelou contra a denominação e praticamente poucos administradores, médicos,
enfermeiras e ajudantes são guardadores do Sábado. As casas publicadoras incendiaram e o que sobrou foi
movido para outro lugar; a igreja decresceu cerca de quatrocentos ou quinhentos; o tabernáculo fica
praticamente vazio e é um elefante branco em suas mãos; três grupos separados de observadores do Sábado
agora se encontram a cada Sábado, não tendo relação uns com os outros. Pior ainda, um grande número se
apostatou, perdeu a fé em tudo e não se congrega em parte alguma. Tem sido como um ciclone devastador.
Há cerca de vinte anos, entre os maiores homens em seus escalões, homens dos quais toda a
denominação se orgulhava, estavam Dr. J. H. Kellog, diretor do sanatório; Ancião A. T. Jones, editor, autor,
ministro, orador; Ancião E. J. Waggoner, editor, autor, pregador; Ancião Geo. Tenney, editor, ministro,
missionário; Ancião L. McCoy, ministro, capelão do sanatório e muitas pessoas em posições importantes,
como administradores de negócios, professores de colégio, médicos, etc. Todos estes estão agora fora da
igreja e toda a sua influência é contra o corpo.
O que aconteceu aqui está constantemente acontecendo por todo o campo e em suas igrejas antigas. É
nos novos campos e em terras estrangeiras, onde a sua história é desconhecida, que seus principais ganhos
são feitos. Posso nomear um grande número de igrejas por todo o país que eram igrejas grandes e fortes há
trinta ou quarenta anos atrás. Elas agora estão ou extintas ou apenas com um pequeno grupo que se reúne no
canto de uma velha igreja. Tais são Norridgewock, Maine; Danvers, Mass., Memphis; Wright e Monteray,
Mich.; Knoxville; Sigourney; Winterset e Osceola, Iowa; com dezenas de igrejas menores em muitos
estados. A coisa não se conserva. Se o passado é algum guia, podemos concluir que vinte anos adiante
muitos de seus homens mais hábeis atualmente os deixarão e se oporão a eles; e muitas das suas melhores
igrejas decrescerão. Em 1912, segundo as últimas estatísticas disponíveis, com 4.000 obreiros no campo,
com milhões em dinheiro gasto, eles ganharam apenas 4.000 em membresia em todo o mundo, ou seja,
apenas um para cada obreiro! O Review and Herald, 23 de abril de 1914, diz: “Tome 1912 como base, e
descobriremos que isto custa à denominação praticamente $900 a $1000 por cada pessoa acrescentada à
membresia da igreja.”
Como isso se compara com a sua reivindicação de que deles é a mensagem mais maravilhosa que o
mundo já teve, e que o poder de Deus está com eles como em nenhum outro povo? Fatos gélidos são contra
eles.
177
APÊNDICE B
O sistema do Adventismo do Sétimo Dia alicerça sua fundação sobre as teorias insubsistentes de um
velho fazendeiro iletrado em seus últimos dias e nos devaneios de uma jovem totalmente sem instrução,
iletrada, doente e emotiva.
William Miller, o fundador do Adventismo, tinha sessenta e um anos em 1843, o ano que ele determinou
para o fim do mundo. Ele morreu seis anos depois, desapontado e confuso. Ele mal teve uma educação rural
limitada. Ele rejeitou todos os auxílios da Bíblia e dependeu unicamente das suas próprias ideias a respeito
do Bíblia (ver “Life of Miller,” de James White, pág. 46, 48, 59). Ele aceitou como infalivelmente corretas as
datas que existiam na época na margem da Bíblia. Estas foram organizadas por Usher
(http://pt.wikipedia.org/wiki/James_Ussher), de acordo com a melhor informação disponível na sua época.
Investigações posteriores mostraram que essas datas eram incorretas e com variações de muitos anos. Miller
baseou todas as suas figuras sobre essas datas antigas e por meio delas fixou um determinado ano – o início e
fim de cada período profético na Bíblia! Por meio disso ele determinou 1843 para o fim do mundo e todos os
outros períodos se encaixando nesta data, tais como as setenta semanas, os 2.300 dias, os 1.335 dias, os 1.290
dias, os 1.260 dias, as sete igrejas, sete selos, trombetas, etc. Ele disse que tudo era absolutamente correto!
Então veio a presente Sra. White, uma mera jovem totalmente não-familiarizada com história e
cronologia, e colocou o seu selo em todas as figuras e datas de Miller; disse que nenhuma deveria ser
alterada. Ouçam-na: “Tenho visto que o diagrama de 1843 foi dirigido pela mão do Senhor, e que ele não
deve ser alterado; que as figurações eram o que Ele desejava que fossem.” (Early Writings, edição de 1882,
pág. 64; Primeiros Escritos, pág. 74, http://www.ellenwhitebooks.com/?l=27&p=74). Estas datas, toda a
denominação deve sempre respeitar, estejam certas ou erradas! Portanto, todo o seu sistema profético
repousa sobre as imaginações que um velho fazendeiro e uma garota em instrução elaboraram há setenta
anos! Deus tenha piedade deles.
_____________
APÊNDICE C
As expectativas fanáticas dos Adventistas. Por cerca de setenta anos os Adventistas do Sétimo Dias têm
predito que em poucos meses, ou anos, antes do fim, o Espírito Santo seria derramado sobre eles como em
Pentecostes. Eles chamam a isto de “as últimas chuvas.” Então acontecerá que o “Alto Clamor” fechará a
obra. Agora, 1914, eles pregam e publicam que tudo isso começou e a obra está prestes a se encerrar
rapidamente! Desta obra, a Sra. White diz: “Milagres serão operados, os doentes serão curados, e sinais e
maravilhas seguirão os crentes.” (Great Controversy, pág. 430, edição de 1884; O Grande Conflito, pág. 612;
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=51&p=612). Cinco capítulos predizem as maravilhas que ocorrerão
pouco antes do fim. Leia-os. Eu só posso rascunhas uns poucos itens:
Satanás aparecerá de forma pessoal e visível para todos, em deslumbrante glória, declarando que é Cristo
de volta à terra. Todo o mundo, com exceção dos Adventistas, o aceitará como tal. Ele sorri para eles e os
abençoa. Todos gritarão “Cristo voltou”. Então Satanás lhes dirá que os Adventistas são ímpios
blasfemadores por trabalharem no Domingo, e devem ser todos mortos (pág. 442, 443; O Grande Conflito,
pág. 624, 625; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=624). Leia.
178
O Espiritualismo tomou posse de todas as igrejas (pág. 405, 422); igreja e estado se uniram (pág. 423,
424), não apenas nos Estados Unidos, mas “por toda a Cristandade” (pág. 444; O Grande Conflito, pág. 626
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=626).
Satanás, então, move todos os corpos legislativos para que emitam um edito determinando que todos os
que guardam o Sábado sejam mortos e exterminados, a menos que o reneguem por um dia determinado.
“Nenhum homem pode comprar ou vender”, a menos que guarde o Domingo (pág. 422); qualquer um que
recuse “deverá ser condenado à morte.” Os que guardam o Sábado “serão empurrados para a prisão, alguns
serão exilados, alguns tratados como escravos.” (pág. 426). “Eles serão ameaçados com destruição” (pág.
427). Os Adventistas, então, fugirão apressadamente das cidades e das vilas e se unirão em grupos, habitando
nos lugares mais inóspitos e solitários.” (pág. 445). “Muitos de todas as nações serão lançados numa
escravidão injusta e cruel, e sentenciados a serem assassinados” (pág. 445). “Em cada quarteirão grupos de
homens armados, instigados pelas hostes de anjos maus, estão se preparando para a obra de morte, com
gritos de triunfo; com zombarias e imprecações, estão prestes a cair sobre sua presa.” (pág. 452; O Grande
Conflito, pág. 635; http://www.ellenwhitebooks.com/?l=1&p=635).
Só então Cristo aparece, e 144.000 Adventistas do Sétimo Dia são apanhados rapidamente para as
nuvens e salvos. Todo o resto da humanidade – mundanos, Metodistas, Batistas e todos os que guardam o
Domingo, são totalmente destruídos!
Isto é o que os Adventistas acreditam e ensinam. Leia o livro citado acima. De todas as selvagens teorias
fanáticas já pregadas, esta é o clímax. Para que isso aconteça, as rodas do progresso teriam que rodar para
trás milhares de anos. Esta seria a revolução mais miraculosa que o mundo jamais viu, e tudo dentro de uns
poucos anos! Isto se passará ao redor do mundo, “em todas as nações” (pág. 445). Índia, China, Japão, onde
eles não têm nenhum zelo pelo Domingo, decretarão que devem morrer todos os que trabalham neste dia! A
tendência de todo o mundo é exatamente oposta; separação da igreja e estado, maior liberdade de
pensamento, maior tolerância em relação a todas as crenças e maior frouxidão na observância do Domingo.
É cego o homem que não consegue ver isto.
_____________
APÊNDICE D
A supremacia do Papa, não o Domingo, é a “Marca” do papado. A única declaração suprema do papado;
o único teste essencial de lealdade de cada Católico; a única coisa que cada Católico deve jurar quando se
une àquela igreja; a única coisa sobre todas as outras, insistidas em todos os catecismos e livros doutrinários,
é a supremacia do papa de Roma. Ninguém pode ser um Católico e negar tal reivindicação. Assine embaixo
disto, e tudo o mais acompanha.
Durante a supremacia papal dezenas de milhares foram martirizados pelo fato de não terem se curvado
ante a autoridade do papa. Foi isto o que ocasionou a grande Reforma sob Lutero e originou o nome
Protestante. É contra isto que todas as igrejas Protestantes têm alertado por trezentos anos.
O teste, a marca de lealdade de um Muçulmano, é reconhecer a suprema autoridade de Maomé como um
profeta; de um Mórmon, reconhecer J. Smith como profeta de Deus; de um Cientista Cristão, reconhecer a
autoridade da Sra. Eddy; de um Católico, reconhecer a autoridade do papa de Roma como suprema.
Nesta cidade temos diversas igrejas Católicas e dezenas de igrejas que guardam o Domingo. Alguém
pensa a respeito dessas igrejas como sendo Católicas pelo fato de elas guardarem o Domingo? Não. Os
Católicos pensam a respeito deles como Católicos por causa disso? Não. Estas próprias igrejas, alguma vez
pensaram ser Católicas porque guardam o Domingo? Não. É então a marca de um Católico guardar o
Domingo? Não, porque ninguém, seja Católico, Protestante, mundano ou alguém mais, jamais pensou disto
179
como sendo a marca de um Católico. Consequentemente, como ninguém na Igreja ou fora dela jamais
considerou uma pessoa como Católica pelo fato de ela guardar o Domingo, isto não pode ser a marca de um
papista.
Contudo, no momento em que qualquer pessoa reconhece a autoridade do papa como suprema, todos a
consideram como um Católico, um papista. E a igreja Católica assim a considera. Mas, se ela simplesmente
guarda o Domingo, e nega a autoridade do papa, irá a igreja Católica aceitá-la? Decisivamente, não. Então,
qual é o teste, a marca, de um papista? É reconhecer a supremacia do papa de Roma. Isto a marca como um
Católico.
Assim, a Johnson's New Universal Encyclopedia diz: “Igreja Católica Romana, o corpo de Cristãos que
reconhece a autoridade do Papa de Roma.” O mesmo artigo apresenta o credo ao qual todo Católico deve
jurar obediência: “Prometo e juro verdadeira obediência ao Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, Príncipe
dos Apóstolos e Vigário de Jesus Cristo.”
Aqui você tem a marca daquela igreja. Esta não é guardar o Domingo, mas a suprema autoridade do
papa. Todo catecismo ou obra doutrinária Católica possui letras em negrito com este título: “MARCAS DA
IGREJA.” A guarda do Domingo nunca é dada como uma delas, mas a supremacia do papa é sempre dada.
Marque bem este fato.
_____________
APÊNDICE E
A declaração seguinte eu redigi e li para um influente sacerdote Católico de Grand Rapids, Michigan,
que prontamente respondeu, como veremos abaixo:
“A doutrina Católica da mudança do dia Sabático é esta: Os apóstolos, pela instrução de Jesus Cristo,
mudaram o dia sabático do Sábado para o Domingo para comemorar a ressurreição de Cristo e a descida do
Espírito Santo, ambos tendo ocorrido no Domingo. A mudança foi feita pelos próprios apóstolos, e,
consequentemente, por autoridade divina, bem nos primórdios da Igreja. Existem referências para essa
mudança em Atos 20:7; 1 Cor. 16:1-2; Apoc. 1:10, etc. No entanto, os textos não estabelecem positivamente
tal mudança, e por isso os Católicos se voltam para as declarações dos primeiros Pais Cristãos, onde a
mudança promovida pelos apóstolos é confirmada e estabelecida acima de qualquer dúvida. Os Católicos
também se apoiam na tradição da Igreja, que igualmente afirma que a mudança foi feita pelos apóstolos. Os
Católicos nunca ensinam que a mudança do dia foi feita pela Igreja duzentos ou trezentos anos depois de
Cristo. Tal declaração seria contrária a todos os fatos da história e das tradições da Igreja.”
“A Santa Igreja Católica começou com os apóstolos. São Pedro foi o primeiro Papa. Consequentemente,
quando se diz que a Igreja mudou o dia Sabático, queremos dizer que isso foi feito pela Igreja nos dias dos
apóstolos. Nem a Igreja ou o Papa, duzentos ou trezentos anos depois dos apóstolos, tiveram alguma coisa a
ver com a mudança do dia Sabático, pois a mudança foi feita eras antes. Os Católicos não chamam o
primeiro dia da semana de 'dia Sabático', pois este era o Sábado; mas o chamam de Domingo (Dies
Domminicus), ou o 'Dia do Senhor.”
“A declaração acima do Rev. D. M. Canright é verdadeira e a pura doutrina Católica.
Rev. James C. Pulcher, Sacerdote da St. James Church, Grand Rapids, Mich.”
180
Meu Caro Senhor,
Em resposta à sua pergunta eu diria que o Sábado Judaico era simplesmente um preceito positivo na lei
Mosaica que caiu junto com esta. Os apóstolos e os primeiros Cristãos instituíram o Domingo como um dia
de oração especial em honra aos maiores mistérios da religião Cristã – a ressurreição e a vinda do Espírito
Santo – ambos ocorrendo no primeiro dia da semana.
Sinceramente,
John Ireland.”
181