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E.E.E.

P Júlia Giffoni
Geografia PREPARATÓRIO PARA O ENEM

ASSUNTO: O BRASIL RURAL OFICIALMENTE

1. CONCEITOS São as formas,


materialização no espaço
produto das relações
CIDADE CAMPO sociais, econômicas,
políticas, culturais
transformando o espaço.

Modo de vida; relações


sociais, econômicas,
URBANO RURAL
políticas, culturais que
produzem ou são
produzidos pelo espaço.
Não foi respeitado - Tamanho do território e difícil
controle
2. ESTRUTURA AGRÁRIA BRASILEIRA Domínio (Governo Português) – tem o poder de dispor
sobre a terra (vender, doar, usar, etc.).
Definição: Forma de acesso e exploração da terra, ≠
indicando a relação entre proprietários e não POSSE (Donatário) – não tem o poder de dispor sobre
proprietários, a forma como as culturas se distribuem a área (ex: venda-lá)
pela superfície (morfologia agrária) e como a
Grandes glebas (nobres e burguesias)
população se distribui e se relaciona com os meios de
transporte e comunicação.
Estrutura Fundiária – é o modo como as Distribuição desigual
Posse ilegal (sujeitos sem recursos) –
propriedades ou estabelecimentos rurais estão terras menos valorizadas, mas que
socialmente distribuídos. sofriam assédio da expansão das
sesmarias.

3. CONCENTRAÇÃO DE TERRAS NO BRASIL

1530 – 1820 – REGIME DAS SESMARIAS


Duas alternativas
Eram lotes de terra menor, que eram doadas a LATIFÚNDIO –
um sesmeiro com o intuito de principalmente tornar a
terra produtiva. O sesmeiro tinha então a partir do
BASE DO
recebimento do lote, a obrigação de cultivar a terra por
um prazo de cinco anos, tornando-a produtiva e pagando SISTEMA COLONIAL
os devidos impostos à Coroa. Migrarem para outras
áreas
Tornarem FOREIROS1 do
BRASIL COLONIAL ----> CAPITANIAS HEREDITÁRIAS senhor
(sistema político-
administrativo)

1
CONCEITO ---> FORAR- significa alugar a Terra ==>
FOREIRO = ARRENDATÁRIO - pessoa que faz um contrato
para ter o direito de seu uso e sua exploração durante certo
tempo. O pagamento é feito em dinheiro, em produto ou em
trabalho, ou as duas ou três juntas.
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1820 - FIM DAS SESMARIAS --> REGIME DA 5. SISTEMAS OU MODOS DE PRODUÇÃO


POSSE LIVRE (sem legislação fundiária) - AUGE AGRÍCOLA
DOS POSSEIROS

1850 - LEI DAS TERRAS


 Extinguia o regime de acesso à terra através da posse
(ocupação pura e simples)
 A terra adquirida através da COMPRA - nos leilões
(hastas públicas e pagamento a vista).
 O dinheiro obtido serviu para o custeio de viagem dos
colonos estrangeiros (transição da mão-de-obra).

CONSTITUIÇÃO DE 1891 - LEGISLAÇÃO DAS


TERRAS PÚBLICAS ===>PASSA PARA OS
ESTADOS

+ FÁCIL A EXPANSÃO DOS LATIFÚNDIOS


=
MANIPULAÇÃO DO PODER POLÍTICO - REDE
DE RELAÇÕES

CORONELISMO
OLIGARQUIAS

4. 4. SISTEMAS AGRÁRIOS OU AGROSSISTEMAS

Agropecuária extensiva – é praticada em grandes áreas


(a terra é o fator decisivo) com pouco capital, 5.1 Agricultura Tradicional
geralmente utilizando mão-de-obra reduzida ou pouca
especializada. 5.1.1 - Agricultura de subsistência: atende as
necessidades básicas de consumo alimentar dos
Agropecuária intensiva – utiliza grande mecanização e agricultores e suas famílias, ainda é praticada em
mão-de-obra qualificada com domínio do capital. regiões muito pobres do planeta (principalmente na
África e na América Latina), onde os agricultores não
têm capitais nem meios técnicos disponíveis (adubos,

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máquinas, etc.). O excedente da produção pode resultantes de pesquisa genéticas –irrigação, quando
abastecer centros urbanos. necessária (usando técnicas mais avançadas).
5.1.2 Agricultura itinerante: o agricultor ateia fogo à •Existem vários tipos de agricultura moderna –
mata (queimada – técnica chamada coivara) para agricultura de precisão (usa técnicas de
limpar o terreno e proceder a semeadura da terra. O geoprocessamento – chip para controlar o gado, SIG e
não emprego de adubos e de outros recursos técnicos, implantação de GPS nas colheitadeiras para monitorar
bem como a ação das chuvas (enxurradas), acarreta o as necessidades específicas de cada parcela do solo);
esgotamento precoce do solo e o seu conseqüente adubos, sementes.
abandono em busca de outra área, no qual todo o
processo se repete (rotação de terras). Caracterizada
pelo cultivo de alguns produtos de subsistência, como
a mandioca, o milho, o inhame etc., a agricultura
intinerante ocorre atualmente na América Latina e
África.

5.1.4 - Agricultura de Jardinagem: É praticada no


sudeste da Ásia (Ásia das Monções), uma região
superpovoada caracterizada por verões quente e
superúmidos. Outras características:
 Predomínio de técnicas de adubação e de irrigação.
É utilizada também a técnica de terraceamento: são AGRONEGÓCIO OU AGROBUSINESS (negócios
feitos terraços artificiais (aplainamento em degraus agrícolas)
de superfícies inclinadas, interrompendo um O agronegócio é formado por um conjunto de
declive) para que ocorra a retenção de água e de atividades interdependentes que têm em seu centro
sedimentos (evita a erosão laminar). a agropecuária.
 Intenso trabalho manual (braçal) nas fases de
adubação, plantio e colheita, bem como na --> O agronegócio deve ser entendido como um
construção de diques, terraços, canais de irrigação, processo, na produção agropecuária intensiva é
etc. utilizado uma série de tecnologias e biotecnologias
 Inundação natural ou artificial das áreas; para alcançar níveis elevados de produtividade, para
 Utilização intensiva do solo; isso é necessário que alguém ou uma empresa forneça
 Grande emprego de adubos orgânicos e reduzido tais elementos
uso de máquinas. ---> Diante disso, podemos citar vários setores da
 Produção de arroz e alguns vegetais. economia que faz parte do agronegócio, como bancos
 que fornecem créditos, indústria de insumos agrícolas
5.1.5 – Transumante: Criação de animais em áreas (fertilizantes, herbicidas, inseticidas, sementes
áridas e semi-áridas, cujo pastoreiro é nômade na selecionadas para plantio entre outros), indústria de
busca de água para o rebanho. tratores e peças, lojas veterinárias e laboratórios que
fornecem vacinas e rações para a pecuária de corte e
5.1.6 - Agricultura mediterrânea: Uma prática leiteira, isso na primeira etapa produtiva.
milenar que se concentra ao redor do mar ---> Posteriormente a esse processo são agregados
Mediterrâneo para a produção de azeite, cereais, novos integrantes do agronegócio que correspondem
especiaria e vinho. às agroindústrias responsáveis pelo processamento da
matéria-prima oriunda da agropecuária.
5.2 AGRICULTURA MODERNA Dessa forma, estão articulados três setores de atividade
econômica: primário (agropecuária e extração vegetal);
Tecnologia avançada, com o emprego de tratores e secundário (indústria); terciário (distribuição e
máquinas variadas, adubos químicos (fertilizantes) e comercialização).
agrotóxicos (defensivos agrícolas), técnicas para
corrigir os solos, sementes e animais selecionados –

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AGROINDÚSTRIA Como impactos ambientais com o uso dos


insumos químicos, agrotóxico e transgênicos
A agroindústria faz parte do agronegócio, sendo podem citar: novos fungos, bactérias, perda da
basicamente o setor que transforma ou processa
biodiversidade, bem como são ambientes
matérias -primas agropecuárias em produtos
elaborados, adicionando valor ao produto. Juntamente frágeis pouco estáveis por isso o permanente
com o setor de distribuição da produção para o controle. Os impactos sociais: concentração de
consumidor final constitui o agregado III do terras e não fixação do homem no campo (o
agronegócio. que a jusante provocará impactos na cidade).
Designa toda uma cadeia ou sistema integrado de Além disso, a agricultura moderna tende a ser
produções – adubos, fertilizantes, cereais, máquinas direta ou indiretamente por empresas
agrícolas, criações – que dependem umas das outras.
multinacionais (investem em pesquisas para
Referem-se especificamente às indústrias cuja
produção tem por base um produto agrícola – criar novas modalidades de plantas,
indústrias de cigarros, baseados no cultivo do fumo; agrotóxicos, sementes transgênicas – o que
indústria de bebidas, que utiliza a cana-de-açúcar, uva, gera monopólio na produção, somado a
cevada; indústrias de óleos comestíveis (oliva, soja); finalidade que é a exportação, acaba resultando
indústrias de lacticínios (leite) na elevação de preços dos alimentos.

REVOLUÇÃO VERDE
Modernização nasceu com a Revolução Industrial – CONFLITOS NO CAMPO
aplicação dos métodos industriais, em particular a
mecanização e a produção em grande escala, no
campo. Após a 2°GM entre 1966-1967 foi aplicada a
revolução verde que reduziu o problema da fome na
Índia, Paquistão e China. Consistiu no
desenvolvimento de variedades de cereais de porte
baixo, de alta produtividade com baixa relação entre
palha e grãos (cruzamentos e plantas – plantas
híbridas); uso de química na agricultura – nitrogênio,
fósforo, potássio incorporadas na adubação do solo)

1) A Revolução Verde tinha o objetivo de acabar com NORDESTE – CONTEXTO


a fome do mundo pós-2ºGM, ela conseguiu alcançar
isso? Baixa dos preços do açúcar FORAR a Terra
(Engenhos)
A Revolução Verde, não eliminou a fome e até
aumentou em algumas regiões. A verdade é que
houve uma sensível diminuição da fome e da
subnutrição nas áreas da revolução verde, como no Expulsão de 1945 – pós guerra o
sul, sudeste e leste da Ásia. A fome aumentou apenas
muitos foreiros preço do açúcar sobe
onde as regiões do globo onde essa revolução não foi
Pernambuco – Engenho da Galiléia (Zezé da Galiléia)
adotada: África e na América Latina

FOME é um problema das condicionantes


Resistência – não sair da Terra
econômicas e sociais (alimentos são mercadorias),
não são problemas técnicos.

2) Quais os impactos socioambientais a Revolução


Verde provocou?

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FORMAÇÃO DAS
LIGAS
CAMPONESAS
- Luta contra o monopólio da terra e a exploração da
força de trabalho. Redemocratização do Brasil José Sarney e o
Plano Nacional de
Atuação da Igreja Católica TEOLOGIA DA Reforma Agrária
LIBERTAÇÃO Meta – 1,4 milhão de assentamento (famílias)

Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s) Realidade ===>82.690 (6%)

Comissão Pastoral da Terra - (CNBB)


- Aumenta a politização e as lutas, no campo e na
cidade por uma sociedade mais justa.

- Atua na luta dos posseiros, dos peões, dos boias-frias


e acompanhando os conflitos no campo, denunciando-
os e pressionando os governos e resolvê-los a contento.
JOÃO GOULART ---> Reformas de Base Reforma Agrária

Atuação do MST  Luta pelo uso social da terra


 Reforma Agrária
 Assistência Técnica a produção
(incentivo as unidades familiares produtoras

GOVERNOFERNANDO HENRIQUE CARDOSO


(FHC)
- Descentralizou o processo de condução da
Reforma Agrária (Governo Federal para os
Consequência Estados)
- Criminalizou as ocupações no campo
- Reforma agrária “amiga do mercado” –
recebendo os financiamentos externos.
REFORMA AGRÁRIA
GOLPE DE 1964
Transformou os sindicatos em órgãos assistencialistas Podemos chamar de Reforma Agrária a
reestruturação da distribuição de terras. Hoje o principal
Ligas camponesas – considerada subversivas – problema da questão agrária é a grande concentração de
PROIBIDAS DE EXISTIR terra nas mãos de latifundiários ou "oligarcas" que são
pessoas influentes, poderosas e ricas que dominam a
Reforma agrária era um crime – contra o modelo de maior parte de um território. A desigualdade na distribuição
sociedade brasileira que defendia das terras também no Brasil é antes de tudo um processo
histórico. Atualmente observamos um grande agravante, no
decorrer dos tempos cada vez mais os grandes
proprietários expulsam os pequenos proprietários e
posseiros de forma violenta, faz com que o conflito pela
terra ganhe proporções catastróficas como as várias
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tragédias que podemos citar aqui no Brasil, o massacre de vezes falsificadas, transformando a terra em objeto de
Corumbiara e Eldorado dos Carajás. Geralmente os meios especulação imobiliária ou instrumento de negócios.
usados para estas expulsões são fraudulentos, como a Os litígios pela posse da terra têm gerado uma
prática da "grilagem", que consiste em um documento de verdadeira guerra no campo, palco de acentuada violência,
posse da terra falso, onde os verdadeiros proprietários por causando a morte de muitas pessoas: índios, posseiros,
desconhecimento das leis não reivindicaram o uso-capião religiosos, advogados, líderes sindicais, etc. Grande parte
de suas terras. E quando esta valorizada terra chega num dos crimes são praticados por jagunços e assassinos de
grande latifundiário amparado por políticos e pessoas aluguel, contratados pelos grileiros, fazendeiros e grandes
influentes de grande poder aquisitivo reclamando a posse empresas e também por policiais a serviço dos
da terra com documento forjado em cartório. latifundiários
A política governamental não atende a necessidade
de reforma agrária, promete sempre novas saídas, QUADRO RURAL DO BRASIL
desapropriações, fazem muitas propagandas mais até
agora o problema só tem sido resolvido na base do
enfrentamento e resistência dos grupos como Sem-Terra. AGRICULTURA FAMILIAR E AGRONEGÓCIO
A reforma agrária é vista por vários segmentos da
sociedade brasileira como uma necessidade, face aos
vários problemas socioeconômicos do campo e da cidade.
Entretanto, esse problema encontra-se fortemente
interligado ao conjunto econômico, político e social do país
e de suas relações com o mercado externo; nenhuma
alteração pode ser pensada isoladamente. Torna-se
necessária a consideração das variáveis que afetam o
conjunto da organização socioeconômica brasileira.
Qualquer proposta para o problema agrário deve ser
colocada em termos globais, considerando suas
repercussões em outros campos.
A reforma agrária visa a aumentar a produtividade do
solo e do trabalho nas atividades rurais, garantindo ao
homem do campo um padrão de vida decente. Além da
distribuição de terras, várias outras medidas devem ser
tomadas, como assistência técnica, educação,
financiamento do custeio e do equipamento, política de
preços mínimos, infraestrutura de transporte,
armazenagem, telefonia e eletrificação rural.

Conflitos pela Posse da Terra


Nas duas últimas décadas, ocorreu uma
intensificação nos conflitos pela posse da terra e a violência
no campo. Essa violência é bem mais grave nas áreas de
fronteiras agrícolas, isto é, áreas que estão sendo
incorporadas ao sistema de produção agrícola do país
(Amazônia, por exemplo).
Os trabalhadores rurais, expulsos das antigas áreas
agrícolas pelo grande capital, instalam-se como posseiros
ou pequenos proprietários nas fronteiras agrícolas, áreas
onde a terra é abundante, praticando uma agricultura de
subsistência.
Posseiros X Grileiros
O maior número de conflitos pela posse da terra
envolve os posseiros e grileiros. Posseiros são
trabalhadores rurais que ocupam um pedaço de terra sem
possuir o título de propriedade, onde passam a praticar
uma agricultura de subsistência utilizando o trabalho da
própria família. Os grileiros são, geralmente, grandes
empresas ou fazendeiros que se utilizam da força e da
violência para se apropriar de terras devolutas ou terras
trabalhadas por posseiros. Contratam jagunços (capangas)
para "limpar" o terreno, ou seja, expulsar índios e posseiros
que por ventura estejam ali fixados. Conseguem a
documentação do imóvel (títulos de propriedade), muitas

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MODELO PATRONAL
Completa separação entre gestão e trabalho.
Organização centralizada.
Ênfase na especialização.
Ênfase em práticas agrícolas padronizáveis.
Tecnolocias dirigidas a eliminação das decisões de
“momento” e “terreno”
Gera empregos, renda excedente, exportáveis.

MODELO FAMILIAR
Trabalho e gestão intimamente relacionados.
Direção do processo produtivo assegurada diretamente
pelos proprietários.
Ênfase na diversificação.
Ênfase na durabilidade dos recursos e na qualidade de
vida.
Decisões imediatas, adequadas ao alto grau de
imprevisibilidade do processo produtivo.
Alimentos básicos, ocupação soberana do território,
preserva as tradicionais culturas do país.
Fonte: FAO/INCRA – In: Informe Agronegócio. Brasília: Instituto
Interamericano de cooperação para a agricultura, 2006, p. 72.

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LEITURA COMPLEMENTAR educação, cultura, lazer, energia etc). “Não aceitamos que
a agricultura familiar seja tratada como braço social do
agronegócio. A reforma agrária faz parte de uma política de
TEXTO 1 desenvolvimento”, sustenta Fábio Pereira, assessor
especial do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel
APOIO À AGRICULTURA FAMILIAR DÁ NOVO Rossetto.
RUMO À POLÍTICA AGRÁRIA
Essa concepção, sustentada no programa de campanha do
Os conflitos fundiários e as dificuldades do poder público candidato Lula, orienta as ações do MDA desde o início do
para fazer uma verdadeira reforma agrária no País e governo petista. Mas, só agora o objetivo da política agrária
transformar todos os acampamentos de sem-terras em foi ratificado na prática, ao ser amparado pela proposta
assentamentos rurais sustentáveis, têm deixado em orçamentária para o ano que vem. Os programas e
segundo plano do noticiário nacional um processo que atividades supervisionados pelo MDA deixaram de ser
poderá promover uma verdadeira revolução no meio rural considerados parte das políticas sociais do governo e
brasileiro. Intervenções importantes do Ministério do passaram a integrar a área de produção. Tendo em vista
Desenvolvimento Agrário (MDA) para alterar a política que é no orçamento que um governo revela sua orientação
agrícola do País, aumentando o peso da agricultura familiar e suas prioridades, essa alteração mostra que, para o
no sistema produtivo nacional, estão sendo subestimadas governo Lula, a política agrária voltada para os pequenos
ou focalizadas de maneira fragmentada, tornando difícil agricultores tem a mesma dimensão que a política
entender onde o governo Lula quer chegar. industrial e a de ciência e tecnologia.

A análise detalhada da proposta orçamentária para 2005 e Algumas informações sobre metas e aporte recursos
do projeto de revisão do Plano Plurianual de Investimentos garimpadas no PPA 2004/2007 e na proposta orçamentária
(PPA 2004/2007), que estão no Congresso, permite de 2005 confirmam essa orientação. A começar pelo
visualizar mais nitidamente essa direção. O governo está Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o
voltado para melhorar as condições de vida no campo, com Pronaf, carro-chefe do MDA. O objetivo do governo é
investimentos que elevem a qualidade e produtividade da expandir as linhas de crédito para beneficiar o maior
agricultura familiar, para aumentar a renda e criar ocupação número possível de produtores. No caso dos assentados
massiva no meio rural, reduzindo o êxodo dos últimos 50 da reforma agrária, a meta é elevar, até 2007, a taxa de
anos, de modo a evitar a pressão sobre o mercado trabalho beneficiados de 50% para 77% do total de produtores
urbano. enquadrados nas condições exigidas pelo programa. O
financiamento para os agricultores familiares mais pobres,
com renda anual de até R$ 2 mil, atende hoje 17% da
O caminho para isso é ampliar a produção de alimentos
clientela. O PPA estima dobrar o índice nos próximos três
com uma política agrícola que integre a agricultura familiar
anos. No caso dos produtores com renda familiar acima de
e a agricultura organizada em bases empresarias,
R$ 40 mil anual, o objetivo é aumentar o atendimento de
conhecida como agronegócio. Essa integração era
44% para 50%.
considerada impossível pelo governo anterior, que
apostava em uma política voltada exclusivamente para o
agronegócio, tal como fazem os países desenvolvidos. O Mais crédito para os pequenos produtores
financiamento da agricultura familiar era visto como política Para alcançar essas metas, o governo tem ampliado
social compensatória, pois não se acreditava na integração significativamente a oferta de crédito aos agricultores
dos pequenos produtores à economia de mercado. familiares. Na safra 2002/2003, foram disponibilizados R$ 4
bilhões, mas só R$ 2,2 bilhões chegaram aos produtores.
No ano passado, as linhas de crédito do Pronaf foram
O governo petista tenta provar que essa integração é
ampliadas para R$ 5,4 bilhões e o volume de empréstimos
possível e necessária. Pois, ao contrário dos países
aumentou para R$ 4,5 bilhões. Para a safra que começou
industrializados, que possuem entre 2% e 5% da população
agora, já estão assegurados R$ 7 bilhões, o suficiente para
ocupada no campo, o Brasil ainda tem cerca de 20% de
sua mão-de-obra no meio rural – dos quais 70% atender 1,8 milhão de famílias (450 mil a mais que na safra
anterior) - e o presidente Lula avisou que não faltará
trabalhando na agricultura familiar. E a criação de
dinheiro se a demanda for maior. Uma das dificuldades
empregos no campo sai muito mais barata que na cidade.
para que os recursos cheguem aos produtores é a inibição
Além disso, os pequenos produtores são responsáveis por
decorrente da falta de instrução para apresentar um projeto
40% da produção agropecuária nacional, sendo os
ao banco, que também não estava preparado para atender
principais abastecedores de alimentos do País.
pequenos produtores, pois a orientação anterior era dar
preferência aos agropecuaristas de grande porte.
Reforma agrária não é política social
No entanto, o fortalecimento da agricultura familiar depende
O programa de abastecimento agroalimentar é outro
de políticas de crédito estáveis, assistência técnica, infra-
exemplo da nova orientação política. O objetivo desse
estrutura, escoamento, seguro, garantia de mercado e
programa é dar condições aos produtores para elevar a
preço e políticas sociais voltadas para aproximar a
produção nacional de alimentos. No PPA 2004/2007, a
qualidade de vida no campo à das cidades (saúde,
meta é aumentar a produção de grãos de 123 para 153
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milhões de toneladas por ano. Para isso, o governo substancialmente maiores. O pequeno produtor foi
mantém estoques reguladores que promovem o equilíbrio abandonado pelas políticas públicas com a progressiva
de preços, de modo a não deixar os produtores na mão modernização do campo. Além da falta de crédito,
perversa dos atravessadores, que aproveitam os períodos negaram-lhe a assistência técnica e a capacitação para
de excesso ou falta de produtos para lucrar ás custas de poder aumentar sua produtividade. Até as escolas de
quem produz e quem consome. Apenas 0,5% das agronomia voltaram-se para o agronegócio, formando
aquisições do governo vinha sendo adquirido da agricultura majoritariamente engenheiros especializados na
familiar. A meta do PPA é elevar essa participação para monocultura ou vendedores de adubos e insumos para os
8,4%. Em 2005, 100 mil famílias deverão ser beneficiadas grandes produtores.
com a compra de R$ 200 milhões em alimentos para
abastecer programas sociais como o Fome Zero. O grande sinal de mudança desse modelo foi a vitória do
MDA sobre o Ministério da Agricultura na disputa pelas
No caso da reforma agrária, houve ajustes nas metas do verbas da assistência técnica e extensão rural, que estava
PPA para que fossem compatibilizadas com o Plano decidida no processo de transição de governo, mas
Nacional de Reforma Agrária (PNRA) aprovado pelo demorou para ser sacramentada. Com a mudança na
presidente no fim do ano passado. A previsão de recursos supervisão dos programas relacionados, o volume de
para a implantação de projetos de assentamentos rurais foi recursos para a assistência técnica teve aumentos
reforçada para acolher o aumento da estimativa de famílias substanciais. Mesmo com o ajuste fiscal do ano passado,
assentadas de 195.818 para 391.522, beneficiando 90% foram gastos R$ 127 milhões, em 2003. Este ano, a
dos trabalhadores sem-terra acampados hoje. O orçamento previsão é de aplicar R$ 198 milhões e a estimativa para
global do MDA proposto para 2005 (R$ 4,3 bilhões) é 63% 2005 é de R$ 270 milhões na soma das ações voltadas
maior que a previsão de gastos deste ano (R$ 2,6 bilhões). para assistência técnica e extensão rural.

O maior reforço foi na concessão de crédito para instalação Para apoiar a política de desenvolvimento sustentado dos
das famílias assentadas. Passou de R$ 322,4 milhões para territórios rurais, serão capacitados 18 mil agentes no ano
R$ 1,4 bilhão. Parte desses recursos (R$ 888,1 milhões) que vem. Mais 66 mil agricultores familiares deverão ser
vão para financiar despesas iniciais das 115 mil famílias treinados para planejar e preparar melhor suas lavouras.
que o MDA espera assentar este ano. A outra parte (R$ Um novo programa foi criado para melhorar a qualificação
549,3 milhões) vai para 71.130 famílias colocadas em dos agricultores e seus familiares. Estão previstos R$ 44,3
assentamentos recuperados. O crédito fundiário para milhões para a Educação no Campo (Pronera). Não é só
aquisição de imóveis rurais e investimentos básicos teve um programa de alfabetização e educação fundamental,
também ampliação significativa – de R$ 340,5 milhões para como vinha sendo feito. Além de proporcionar educação
R$ 427,2 milhões. Esses recursos do Fundo de Terras e da básica para 74 mil jovens e adultos, o programa ajudará na
Reforma Agrária (Banco da Terra) serão usados para formação, no ano que vem, de 6 mil profissionais de nível
financiar 27.188 famílias que queiram comprar terras nas médio e 4 mil profissionais de nível superior para atender a
regiões onde já não existem mais latifúndios improdutivos reforma agrária e a agricultura familiar.
ou o tamanho da propriedade não se enquadra nos limites
passíveis de desapropriação. Ao mesmo tempo em que investe na qualificação do
pequeno produtor, o governo está procurando apoiar
Nas regiões onde ainda existem terras improdutivas, a projetos de integração produtiva, que possibilitem a
previsão para o ano que vem é preparar a vistoria em 4,6 redução de custos e agregação de valor aos produtos. O
milhões de hectares (ha) e concluir o processo de obtenção estímulo a esses projetos vai desde o apoio a 10 projetos
de 1,3 milhão de ha. Para essas aquisições serão emitidos para inovação tecnológica no semi-árido ao fomento de 100
títulos da dívida agrária (TDAs) no valor de R$ 567 milhões. projetos de diversificação econômica e agregação de valor
Outros R$ 188 milhões deverão ser gastos para indenizar na agricultura familiar. Incluindo também ajuda financeira
as benfeitorias da propriedade das propriedades de R$ 9,8 milhões para estimular a agroindustrialização,
desapropriadas. Do total de desapropriações, 105 mil ha comercialização e formação de arranjos produtivos
são áreas remanescentes de 60 quilombos, onde serão solidários, que beneficiarão quase 28 mil famílias
assentados os descendentes dos escravos que fundaram assentadas. É a partir dessas iniciativas de inclusão dos
aquelas comunidades. Também está prevista a pequenos produtores no mercado, somado ao crédito, à
regularização fundiária de 111.379 imóveis rurais. preservação da terra e às condições para melhorar a
produção, que o governo Lula acredita estar começando
Assistência técnica e capacitação uma verdadeira revolução no campo brasileiro.
A maior dificuldade para a integração da agricultura familiar
ao sistema produtivo, hoje, é a incapacidade dos pequenos Nelson Breve - 20/9/2004
produtores competirem com o agronegócio. Equipado com Agência Carta Maior
máquinas modernas, sementes de qualidade e estudos
técnicos que lhe garantem produtividade crescente, o
grande produtor consegue entregar os alimentos na mesa
do consumidor mais baratos do que os pequenos, mesmo
que as distâncias a serem percorridas sejam
E.E.E.P JÚLIA GIFFONI – PREPARAÇÃO PARA O ENEM 9
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TEXTO 2 justiça social. O agronegócio concentra. Leva para fora as


riquezas produzidas aqui, em vez de distribuí-las.
A QUEM INTERESSA O MODELO AGRÍCOLA Mas queria aproveitar a paciência de vocês para mostrar
DO AGRONEGÓCIO que, mesmo do ponto de vista da lógica do capitalismo
nacional, o modelo do agronegócio é irracional, ou burro,
A imprensa endeusa o agronegócio, sem destacar que ele se quiserem. Ou seja, esse modelo só interessa ao capital
proporciona apenas 500.000 empregos internacional, e nem sequer ao desenvolvimento do
capitalismo brasileiro.
Desde que o governo Lula assumiu o mandato,
estranhamente a imprensa brasileira, de forma unânime, Vamos aos dados estatísticos, resultados desse modelo
tem se dedicado cotidianamente a pregar loas ao sucesso agrícola cantado em prosa e verso.
do agronegócio.
O Brasil tem aproximadamente 350 milhões de hectares
Por que essa campanha unificada, permanente, logo agricultáveis, que poderiam ser dedicados à lavoura. Mas,
agora? Uma das explicações pode ser a influência graças à concentração da propriedade da terra, cultivamos
crescente dos neoliberais no governo Lula, representados 50 milhões de hectares, apenas 14 por cento do que
pelos ministérios da Agricultura, ou melhor, da exportação deveríamos cultivar. E essa área cultivada permanece
agrícola, da Indústria e Sadia, e da área econômica. Outra estável desde 1985.
explicação pode ser a tentativa de impedir que o governo
se anime a fazer uma reforma agrária massiva. E, assim, As fazendas modernas do agronegócio ocupam 75 por
pregam que o único caminho para resolver os problemas cento dessa área cultivada, as melhores terras, para
da pobreza e da falta de emprego no campo seria o modelo produzir apenas soja, algodão, cacau, laranja, café, cana-
do agronegócio. de-açúcar e eucalipto. E que interessam ao mercado
externo. Imaginem se o povo brasileiro tivesse de colocar
Ora, a pobreza, o desemprego e a desigualdade social que na mesa apenas esses produtos!
existem no meio rural brasileiro são justamente frutos de
quinhentos anos de um modelo agrícola que privilegia as E existe outra parcela de estabelecimentos agrícolas, que
exportações, desde que por aqui chegaram os europeus... fazem parte desse modelo, piores ainda, pois se dedicam
e seus interesses. apenas à pecuária extensiva ou a especular com a renda
da terra. Segundo dados do INCRA, baseados em
20 milhões sem sapatos declarações dos proprietários, existem no Brasil 54.761
imóveis rurais classificados como “grandes propriedades
A imprensa brasileira, monopolizada por sete grupos e improdutivas”, portanto desapropriáveis, que somam nada
claramente vinculada aos interesses de classe dos grandes menos que 120 milhões de hectares (uma Europa inteira
proprietários e das empresas transnacionais exportadoras parada...).
de matérias-primas, faz o seu papel de propaganda. Mostra
todos os dias máquinas agrícolas novinhas, navios A falácia da modernidade
carregados e índices de exportação agrícola, como se isso
fosse sinônimo de soluções econômicas e sociais. E O Plano Nacional de Reforma Agrária aplicou a
esconde que no meio rural brasileiro temos 30 milhões que conceituação da Lei Agrária e dividiu todas as propriedades
vivem em condições de pobreza absoluta, que 20 milhões existentes entre pequenas (até 200 hectares, em média),
nunca calçaram um par de sapatos, que 50 milhões de médias (de 200 a 2.000 hectares) e grandes propriedades
brasileiros passam fome todos os dias. Que 30 milhões de (acima de 2.000 hectares). E depois analisou o
pessoas já não têm sequer seus dentes. Esquece de comportamento dos fatores de produção em relação a cada
mostrar que apenas 8 por cento da população chega à setor.
universidade, e que, no Nordeste brasileiro, 60 por cento da
população do meio rural é ainda analfabeta. Em relação ao emprego, a pequena propriedade dá
trabalho para 14 milhões de pessoas, a média para 1,8
Esquece de dizer que no país de maior fronteira agrícola do milhão e a grande propriedade do agronegócio para
mundo existem 4,5 milhões de famílias de trabalhadores apenas 500.000.
sem terra!
A famosa modernidade capitalista é uma falácia, 63 por
Quais desses problemas o modelo do agronegócio cento de toda a frota de tratores brasileiros é usado por
resolve? Nenhum. Ao contrário, é justamente esse modelo propriedades com menos de 200 hectares. E as
agrícola que gerou tanta desigualdade, pobreza e propriedades acima de 1.000 hectares possuem apenas 36
desemprego. Porque o modelo agrícola do agronegócio é por cento dos tratores. Ou seja, a tal grande propriedade
organizado para produzir dólares, e produtos que “moderna” não consegue nem ativar a indústria nacional de
interessam aos europeus, aos asiáticos, não aos tratores. Por essa razão é que faz vinte anos que a
brasileiros. E por isso não produz comida, empregos e demanda de tratores não aumenta. A indústria está

E.E.E.P JÚLIA GIFFONI – PREPARAÇÃO PARA O ENEM 10


E.E.E.P JÚLIA GIFFONI – Geografia Geral – Francisco Oliveira

vendendo em torno de 50.000 tratores por ano, enquanto povo brasileiro tivesse renda para se alimentar direito,
no início da década de 80 chegou a vender 65.000. haveria uma demanda nacional infinitamente superior ao
que hoje é exportado. A solução é dar condições para o
Mas na hora de utilizar o crédito rural, dos bancos oficiais, povo comprar comida.
com recursos públicos e taxas de juros diferenciadas,
pode-se ver também os diferentes interesses. Na última Se a política não mudar, seguiremos tendo uma minoria
safra (2003/04), a pequena propriedade teve acesso a 3 ganhando muitos dólares, a pobreza aumentando, e o
bilhões de reais, e a média e grande propriedade utilizaram governo fazendo discurso para dizer que vai aumentar a
24 bilhões de reais do Banco do Brasil. E, o que é pior, bolsa-família para atender os famintos, que continuarão
apenas dez empresas transnacionais ligadas ao aumentando.
agronegócio pegaram no Banco do Brasil 4 bilhões de Até que, um dia, o acúmulo dessas contradições gere uma
dinheiro público, brasileiro. Dez empresas transnacionais nova e verdadeira política.
acessaram mais crédito do que todos os 4 milhões de
famílias de pequenos agricultores. E ainda tem gente que João Pedro Stedile
acredita que as empresas transnacionais vêm aqui aplicar Revista Caros Amigos junho de 2004
capital estrangeiro. Ao contrário, elas vêm acessar a nossa
poupança nacional. Estamos financiando essas empresas
TAREFA DE CASA
estrangeiras, e a imprensa bate palmas!
01-(PUC 2006) Dentre os temas que são prioritários na
Em termos dos resultados da produção, segundo o IBGE, a pauta das discussões para a formalização da ALCA (Área
grande propriedade representa apenas 13,6 por cento de de Livre Comércio das Américas), alguns são muito
toda a produção, 29,6 por cento a média propriedade e polêmicos, enquanto outros são consensos entre os
56,6 por cento de toda produção agropecuária nacional Estados Unidos e os demais países do continente
vem da agricultura familiar. E, por ramos de produção, é americano. Não pode ser considerado ponto de discórdia:
ainda mais claro a que interesses cada segmento defende.
Mesmo na produção animal, a pequena propriedade a) O emprego da biotecnologia para o aumento das
representa 60 por cento de toda a produção, em função da produções agrárias.
produção de leite, de suínos e aves. b) A eliminação gradativa das barreiras alfandegárias.
c) A proteção à propriedade intelectual, relacionada às
No quesito assalariados rurais, que é o símbolo do patentes.
capitalismo, a média propriedade dá emprego para 1 d) Os subsídios da agricultura.
milhão de pessoas, a grande propriedade para apenas e) As sanções econômicas feitas a Cuba por todo o
500.000. E, mesmo sendo familiar, a pequena propriedade continente
dá emprego, além de aos seus familiares, para quase 1
milhão de assalariados rurais. 02-(Mackenzie 2005) Entre as transformações mundiais
impulsionadas pela atual Divisão Internacional do Trabalho,
Desvio vem da colônia inclui-se a:

O Brasil vem sendo vítima dessa política de estímulo às a) Modernização do setor terciário.
exportações agrícolas desde o colonialismo. E todos b) Retração tecnológica dos parques industriais.
sabem que esse modelo não desenvolveu nenhum país. c) Diminuição das áreas monocultoras de exportações.
Mesmo em termos de exportação, o país ganha quando d) Diminuição da população urbana.
exporta mercadorias, de origem industrial, com alto valor e) Aumento das estatizações em setores estratégicos
agregado. É por isso que a Embraer sozinha, com suas 03-(UFPI 2002) A utilização agrícola nas áreas de encostas
exportações de avião, representa a metade do valor de de serras requer que o plantio seja efetuado em curvas de
toda a exportação de soja! Ninguém se desenvolve nível e terraceamento. Assinale a alternativa que indica
exportando matérias-primas. E no caso brasileiro é ainda corretamente algumas finalidades dessas técnicas.
pior, pois quem está ganhando dinheiro com as
exportações agrícolas são as transnacionais, como a a) Impedir a fixação de mudas e de sementes através da
Monsanto, a Cargill, a Bunge, a ADM, que controlam o mecanização.
comércio agrícola mundial. Elas têm um lucro médio de 28 b) Reduzir o efeito da erosão e aumentar a infiltração
por cento sobre o valor exportado, sem produzir um grão hídrica
sequer. c) Implantar a irrigação e intensificar o intemperismo
físico.
Se o Brasil quiser resolver os problemas de emprego, d) Recuperar a paisagem natural e as propriedades
pobreza no meio rural e desigualdade social, certamente químicas do solo.
não será pelo caminho do agronegócio. Será pela reforma e) Intensificar o escoamento superficial e o rebaixamento
agrária, que é a democratização da propriedade da terra. do lençol freático.
Pela organização da produção agrícola através da
agricultura familiar, e orientando a produção para alimentos
destinados ao mercado interno, para o povo. Se todo o
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E.E.E.P JÚLIA GIFFONI – Geografia Geral – Francisco Oliveira

04-(UECE 2002.2) A produtividade agrícola depende da


combinação de três fatores: trabalho (capital variável), terra ANOTAÇÕES
(capital fixo) e instrumentos de trabalho (capital constante).
A partir dessa conjugação, dizemos que o sistema agrícola
é intensivo quando:

a) O fator TERRA e seus elementos naturais assumem


maior importância
b) Para ampliar a produção só as áreas de cultivo são
ampliadas.
c) Há emprego de máquinas em quantidade e qualidade.
d) Absorve mão-de-obra barata e pouco qualificada para
reduzir custos.

05-(UECE) Constituem traços característicos da agricultura


de subsistência:

a) Pequena propriedade, técnicas rudimentares, baixa


produtividade, consumo local.
b) Média propriedade, técnicas rudimentares, alta
produtividade, consumo urbano.
c) Pequena propriedade, técnicas avançadas, baixa
produtividade, consumo urbano.
d) Grande propriedade, técnicas avançadas, alta
produtividade, consumo local.

06 - (UECE) Uma região de pecuária extensiva bem


caracterizada está mais relacionada com:

a) Baixa densidade demográfica e extensas propriedades.


b) Gado criado à solta e pequena utilização de mão-de-
obra.
c) Presença de frigoríficos e curtumes
d) Todas as anteriores.

07 – (UFES) “Executados, torturados e humilhados” (...).


“(...) dez posseiros foram mortos, 125 feridos, nove estão
desaparecidos, 355 presos, 120 foram interrogados, 74
foram indiciados por desobediência e resistência.”
Esses e outros conflitos, em vários locais do país, entre
posseiros e “sem-terra”, policiais e fazendeiros têm sido
notícia e representam a violência no campo. Aponte duas
causas, ligadas à estrutura fundiária, para a violência no
campo.

Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão


uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe
faltasse uma gota.
Madre Teresa de Calcutá

E.E.E.P JÚLIA GIFFONI – PREPARAÇÃO PARA O ENEM 12

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