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Assim, a lei determina os prazos nos quais os indivíduos devem exercer o direito de
ação, sob pena de prescrição, que fulmina a pretensão e não o direito de ação que,
em verdade, é autônomo.
A prescrição obsta que o titular da pretensão prescrita faça valer seu direito através
de ação judicial.
Por exemplo: o prazo para que o credor ingresse com ação executiva de cheque é
de 6 (seis) meses contados da data de apresentação (trinta dias para cheques da
mesma praça e sessenta dias para cheques de outras praças).
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a
estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto.
Dirão alguns que a solução é injusta. Todavia, o Direito não socorre aos que
dormem: dormientibus non sucurrit jus.
Voltando ao prazo do art. 618, do Código Civil, certo é que trata de prazo de
garantia.
Isso quer dizer que, recebida a obra, durante 5 (cinco) anos o construtor responde
por vícios de solidez ou segurança (rachaduras, infiltrações, vazamentos, etc).
Basta provar que o vício ocorreu dentro do prazo de garantia - 5 (cinco) anos - que
poderá ingressar com a ação em face do construtor e demais participantes do
empreendimento:
Acórdão n. 43262. Decisão: 14.05.1996. Recurso Especial n. 73022. Ano: 95. UF:
SP. Terceira Turma. DJ: 24.06.1996, p. 22755. Civil e processual civil - ação de
indenização - responsabilidade civil - construtor - prescrição - inteligência do art.
1.245, do Código Civil.
I - o prazo de cinco (5) anos, de que trata o art. 1.245, do Código Civil, relativo a
responsabilidade do construtor, é de garantia pela solidez e segurança da obra
executada; e não de prescrição ou decadência. O proprietário que contratou a
construção tem o prazo de 20 (vinte) anos para propor ação de ressarcimento, que
é lapso de tempo prescricional. Precedentes do STJ.
Verifica-se que no caso é a prescrição e não a decadência que deve ser alegada.
Nos comentários ao parágrafo único, do artigo 618, do Código Civil, Teresa Ancona
Lopez (Comentários ao Código Civil – Coordenador Antônio Junqueira de Azevedo –
vol.7. São Paulo: Saraiva, 2003, p. 299/300) afirma que:
A grande questão que resta comentar diz respeito aos dois prazos previstos no art.
618 e em seu parágrafo único. Resolveu o Código Civil de 2002 a celeuma criada
pelo art. 1245, ora revogado? A resposta é não, e mais uma vez se faz necessária a
análise dos conceitos de prescrição e decadência.
Segundo Nelson Nery Júnior o prazo, de cento e oitenta dias previsto no parágrafo
único do artigo em comentário, só poderá ser para o exercício de uma ação
constitutiva (positiva ou negativa), tal como a ação de rescisão contratual. Afirma o
autor categoricamente que, em se tratando de demanda condenatória, a pretensão
estará sujeita a um prazo prescricional (exemplo : ação de reparação de dano,
sujeita à prescrição de três anos) (citação de Nelson Nery Junior in Novo Código
Civil e Legislação Extravagante anotados. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003,
p. 241)
Várias inferências imediatas podem ser extraídas daquelas três proposições. Assim:
a) não há ações condenatórias perpétuas (imprescritíveis), nem sujeitas a
decadência; b) não há ações constitutivas sujeitas a prescrição; e o c) não há ações
declaratórias sujeitas a prescrição ou a decadência.
Por fim, Humberto Theodoro Júnior (Curso de Direito Processual Civil 38a ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2003, p.p. 291 e 292.), segundo o qual:
Mas, não se pode concluir que o decurso do tempo seja totalmente inócuo para as
ações declaratórias. Nenhuma ação será manejável sem que a parte demonstre
interesse por um resultado prático em sua esfera jurídica. Embora a declaratória
não se destine a impor prestações nem a criar situações jurídicas novas, é claro
que o litigante somente poderá usá-la se tiver condições de demonstrar a
existência ou inexistência de uma relação da qual lhe resulte algum proveito
efetivo. Nenhuma ação pode ser exercida apenas para deleite acadêmico. Pode
acontecer, destarte, que mesmo sendo imprescritível a ação declaratória, venha o
titular do direito material a perder o interesse no seu exercício, diante da prescrição
(não da declaratória), mas da pretensão que poderia surgir do direito material já
extinto.
Assim, caso aplicável seria o art. 206, § 3º, V: Prescreve:... §3o Em 3 (três) anos:
... V – a pretensão de reparação civil.
Por fim, resta verificar que o parágrafo único, do art. 618, do Código Civil,
estabelece que;
Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo o dono da obra que não
propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao
aparecimento do vício ou defeito.
O prazo decadencial de 180 dias, portanto, somente poderá ser aplicado a uma
ação desconstitutiva, ou seja, de resolução do contrato, jamais nas ações que
visam a indenização (condenação) pelos danos decorrentes do inadimplemento
contratual do construtor quanto à segurança e solidez da obra, que respeitam o
prazo prescricional de três anos do art. 206, § 3º, V, do Código Civil.
Todavia, resta importante observar que esse dispositivo somente se aplica se não
houver relação de consumo, o que se afirma na exata medida em que, havendo, o
prazo é de cinco anos a partir do surgimento do defeito.