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Quarto Dia

Não enterre o seu talento


Em Mateus 25:14-30 temos o registro da Parábola dos Talentos. Esta
parábola é direcionada para os que conhecem ao Senhor, ou seja, os
crentes. Muitas pessoas, ao lerem o verso trinta – que trata do servo
inútil que será lançado para fora, nas trevas, com choro e ranger de
dentes –, logo pensam: “Esta parábola é para os ímpios”. Entretanto, o
fato é que esta parábola é para os filhos, para os servos.
A palavra servo no grego significa escravo, alguém que foi comprado.
Nós não fomos contratados, fomos comprados. Fomos comprados pelo
alto preço do sangue do Senhor Jesus. Por isso, somos escravos. Aleluia!
Temos um dono, pertencemos àquele que nos comprou. Nós
pertencemos a Ele, ao Senhor que nos comprou e colocou sobre nós o
Seu selo, Sua marca.
A Bíblia nos mostra que há dois tipos de escravos. O Senhor, na verdade,
nos comprou para nos fazer livres. No Velho Testamento, havia uma lei
sobre os escravos. Segundo a lei a cada cinquenta anos era celebrado o
ano do jubileu e nessa ocasião todos os escravos eram libertos. A
lei,porém, determinava que, se um escravo não quisesse ir embora, ou
seja, se mesmo tendo o direito de ser liberto, ele escolhesse, por amar ao
seu senhor, permanecer sendo escravo, ele receberia uma marca (Êx
21.6). Um furo seria feito em sua orelha com uma sovela. A partir
daquele dia nunca mais ele poderia ser forro, ou seja, liberto. Seu destino
seria servir para sempre o seu senhor.
Nós somos como esse escravo. Um dia o Senhor nos libertou, dando a
nós uma carta de alforria, apagando com Seu precioso sangue o escrito
de dívida que pesava contra nós (Cl 2.14). E Ele nos disse: “Agora você
está livre; pode ir”. Não temos para onde ir, só o Senhor tem as palavras
da vida eterna. (Jo 6.68). Não queremos ir embora, só queremos
permanecer com Ele.
A Epístola de Paulo aos Efésios diz que nós fomos selados com o Espírito
da promessa (Ef 1.13). O selo era feito através de um anel que funcionava
como se fosse um carimbo. Este selo se equipara a uma marca. Nós
somos rebanho do Senhor. E, como num rebanho, o Senhor nos marcou
e fomos feitos propriedade exclusiva de Deus. Quando o diabo vê o
rebanho do Senhor, ele pode até tentar destruí-lo. Mas há algo que ele
não pode fazer: roubá-lo, pois uma vez que fomos marcados, não há
quem possa nos arrebatar das mãos do Pai (Jo 10.28). Nós somos
escravos que voluntariamente desejamos servir o Senhor porque O
amamos.
A ênfase da Parábola dos Talentos é a nossa fidelidade com relação aos
dons do Espírito, em como usaremos e multiplicaremos o que o Senhor
nos confiou como servos. Todos compareceremos perante o Tribunal de
Cristo para prestar contas do que fizemos com os dons que recebemos.
Eu sei que falar de julgamento parece não combinar com o nosso
relacionamento de filhos. Filhos serão julgados? Para responder isso
precisamos entender que a nossa relação com Deus ten dois lados. Por
um lado, somos filhos de Deus. Fomos gerados de Sua semente (1Pe
1.23), fazemos parte da família de Deus. Assim sendo, somos herdeiros
do Senhor, juntamente com Cristo (Cl 3.3). Somos co-herdeiros com
Jesus, por sermos filhos de Deus (Rm 8.17).
Mas por outro lado nós somos também servos. Nesse sentido temos um
Senhor a quem temos de prestar contas. Deus é o nosso pai, mas Jesus é
o nosso Senhor. Para com o Deus Pai somos filhos, mas para com o
Senhor Jesus somos servos. Com o Deus Pai nossa relação é de graça,
mas para com o Senhor Jesus nossa relação é de obras, de
responsabilidade.
É importante entendermos esses dois aspectos, pois muitos enfatizam
apenas a graça de sermos e outros apenas a responsabilidade de servos.
Temos compartilhado muito a respeito da graça, mas essa parábola fala
de responsabilidade. Todos nós prestaremos contas acerca da obra que
estamos realizando (1Co 3.10-15).
Ninguém terá recompensa pela graça, assim como ninguém será salvo
por meio de obras. Cada qual tem o seu lugar. Pela graça, somos salvos;
pelas obras, seremos recompensados ou não.

1. O Senhor distribui os talentos


Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus
servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro, dois
e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então,
partiu. (Mt 25.14-15)
O país aponta para este mundo. O homem é o Senhor Jesus. O fato desse
homem se ausentar do país representa o Senhor que esteve entre nós em
carne e hoje está em Espírito. Ele esteve presente e se ausentou. O
ausentar aqui fala da Sua ascensão (1Pe 3.22).

2. Os talentos
Ao se ausentar, o senhor chamou os seus servos. Quem são esses servos?
Muitos mestres da Palavra afirmam que os servos aqui descritos são os
judeus. Entretanto não são. Escravos e servos somos nós, que fomos
comprados por preço. O Senhor Jesus possui bens e os confiou aos Seus
servos. Por acaso, o Senhor confiaria os Seus bens para os que não são
servos, para um incrédulo, um ímpio, para os que zombam do Seu nome,
para os que não são mordomos? Não. O Senhor confiou os Seus bens
para nós, Sua Igreja. Essa parábola, portanto, é para nós.
Que bens são esses? O que o Senhor tem que nos foi dado? Os dons. O
versículo quinze nos fala que o Senhor deu talentos aos Seus servos. O
que é um talento? A interpretação comum das pessoas é que talento
constitui os bens, posição, estudo, inteligência, diplomas, status etc. Mas
o Talento não pode ser essas coisas. Deus permite que qualquer pessoa
tenha tudo isso. Até o ímpio as possui e, muitas vezes, em quantidade
maior do que os crentes. Talento não aponta para algo natural. Talentos
são os bens do Senhor, ou seja, os dons espirituais.
A Palavra diz que o Senhor deu cinco talentos para um; a outro, dois e a
outro, um; cada um segundo a sua capacidade (v. 15). Desses versículos,
podemos tirar algumas conclusões práticas:
Em primeiro lugar o talento é algo que somente o crente tem, porque os
talentos são os bens que o senhor deixou somente para os Seus servos,
os nascidos de novo.
Em segundo lugar o talento não é dado indiscriminadamente, mas
segundo a capacidade de cada um. De fato, isso é algo misterioso. Deus
olha e dá o talento de acordo com a capacidade para usá-lo. A capacidade
não é o talento, é algo que nos ajuda, mas não nos habilita a negociar
com o talento, a multiplicá-lo. Precisamos ter a capacidade e o talento.
Certamente existe uma relação entre os nossos dons naturais e os dons
do Espírito. Quando Jesus chamou Pedro, ele estava pescando e depois
o Senhor fez dele um pesacdor de homens. Quando João foi chamado,
ele estava consertando redes e também o seu ministério teve esta
característica: trazer a igreja de volta ao rumo certo. Quando Paulo foi
chamado, ele era um fabricante de tendas e o mesmo aconteceu com seu
ministério: ele foi o maior edificador das bases da Igreja como edifício
de Deus.
A terceira conclusão que tiramos é que o talento pode ser aumentado.
Quem recebeu cinco, ganhou mais cinco, assim como o que recebeu dois,
ganhou mais dois. Disso concluirmos que o talento não é algo fixo e
acabado, mas pode ser incrementado, aumentado. A Palavra demonstra
claramente que cada talento deve ser desenvolvido, o que nos fala de
algo espiritual. Quanto ao que é natural, chega-se a um ponto em que
acaba a nossa capacidade de nos desenvolver, pois temos limites
naturais.
O talento nesta parábola não é natural, mas espiritual. Há um limite em
nosso talento ou habilidade natural enquanto que o talento espiritual
pode ser multiplicado, porque no depósito de Deus não há limites.
O talento é algo espiritual e não algo natural como tocar, falar bem, ser
bom de futebol, ser estudioso etc. Essas coisas evidentemente podem e
devem ser consagradas ao Senhor, mas os talentos são os bens do Senhor
dados unicamente aos Seus servos.
Também precisamos dizer que os talentos podem ser requeridos de
volta. A Bíblia diz que aquele que ganhou um talento o enterrou e, ao
final, o Senhor o tomou de volta e deu ao que tinha ganhado dez.
Mais uma vez, chegamos à conclusão de que não pode ser algo natural,
pois uma vez que eu aprendi a tocar violão, nada pode me tirar o saber
tocar. A não ser que eu perca as mãos, eu vou continuar tocando violão
e mesmo sem elas eu continuarei sabendo tocá-lo. Na parábola, o talento
foi tirado. Portanto este talento não é natural, mas espiritual.
Os dons de Deus são irrevogáveis (Rm 11.29). Mas chegará o Dia, no
Tribunal de Cristo, quando o Senhor requererá o que fizemos com os
talentos que nos foram confiados (Rm 14.12). Se não tivermos
multiplicado estes talentos, seremos disciplinados no Milênio. Aqueles
que forem achados fiéis receberão ainda mais talentos das mãos do
Senhor.
Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem,
até o que tem lhe será tirado. (Mt 13.12)
Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez. (Mt 25.28)
O Senhor subiu aos céus e concedeu dons aos seus servos. Portanto,
talentos são coisas espirituais dadas somente aos Seus servos.
Todos os servos receberam pelo menos um talento. Se você é uma pessoa
regenerada, comprada pelo sangue, se você é filho de Deus, você tem
talento, nem que seja apena um. Todos nós temos algum talento
confiado pelo Senhor;
Infelizmente o talento pode ser enterrado. O dom do Espírito é algo que
pode ser inutilizado. Uma pessoa pode ter o dom e não utilizá-lo, ter e
deixá-lo de lado, enterrando-o, como o servo fez.

3. Como os servos lidam com o talento


O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e
ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou
outros dois. (Mt 25.16-17)
O Senhor distribuiu os Seus talentos. Os servos que receberam cinco e
dois talentos, recebendo-os, imediatamente saíram a negociá-los. O
Senhor mandou que eles negociassem os seus talentos? Não, eles
concluíram que deveriam fazer isso. Por que então eles agiram dessa
forma? Porque eles perceberam a intenção do seu senhor. Eles eram
servos que conheciam a mente do seu senhor. Por isso, eles saíram logo
a negociar.
Conhecer a mente do Senhor é algo fundamental para todos que querem
cumprir o propósito de Deus e serem achados vencedores. Conhecer o
Senhor é coisa muito séria. O verso dezoito diz que o servo que recebeu
um talento abriu uma cova e escondeu o dinheiro. O servo escondeu seu
talento porque não conhecia o Senhor.
Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo
que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não
espalhaste, receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
(Mt 25.24-25)
Ele teve medo do Senhor. Ele via o seu senhor como alguém cruel que
queria colher o que não tinha semeado. Será que Deus é assim? Como
Deus poderia colher o que Ele não plantou, ou ajuntar o que Ele não
espalhou? Deus não tem esta severidade injusta, Ele não requererá de
alguém algo que Ele não deu. Esse servo possuia uma visão distorcida
do seu senhor. Ele pensou que o Senhor era alguém severo, legalista,
autoritário e punitivo. Os dois servos que negociaram o talento,
multiplicando-o, foram sem serem mandados. Fizeram porque
perceberam a mente do seu senhor. Aquele que enterrou o talento, o fez
porque teve medo, por não conhecer o seu senhor. Ter uma imagem
apropriada de Deus é vital para o nosso crescimento espiritual.
Qual imagem você tem de Deus? Talvez a sua imagem a respeito do
Senhor seja a de um Deus punitivo, implacável e inquisitivo. Ou quem
sabe a sua imagem seja de um Deus que nunca seria capaz de disciplinar
Seus servos. Precisamos conhecer a Palavra para que tenhamos em
nossa mente uma imagem correta a respeito do nosso Deus. A verdade é
que o Senhor é um Deus amoroso, que olha para os Seus servos e filhos
com olhos de amor. Contudo, a Palavra também afirma que o pai
disciplina os filhos que ama (Hb 12.5-6) e que horrível coisa é cair nas
mãos do Deus vivo (Hb 10.31).
A ênfase de toda esta parábola está no servo que ganhou e enterrou o
talento. Por que este servo enterrou este talento?
Em primeiro lugar ele considerou um talento algo insignificante. Na sua
mentalidade, aquele talento não acrescentaria e nem prejudicaria em
nada a obra total. Muitos irmãos pensam: “Este meu talento não ajuda e
nem atrapalha em nada nesta igreja, o que eu faço é tão pouco, é tão
pequeno perto de tudo o que tem sido realizado neste lugar”.
Quem acumula mais talentos, normalmente é mais fiel. Muitos pensam
que, na igreja, os mais pobres sejam os mais fiéis na entrega dos seus
dízimos. Geralmente estão enganados. Muitas vezes as pessoas menos
abastadas pensam que por ganharem menos, por ter um dízimo tão
pequeno (em valor), não afetarão em nada na arrecadação da igreja.
Pensam que a quantia é tão irrelevante que não ajudará em nada. A visão
equivocada deles é de “ajudar” a igreja. Para eles, o que está em questão
é o valor absoluto. Entretanto, Deus não vê o valor absoluto que Lhe está
sendo devolvido, mas sim a medida de fidelidade de cada um.
Hipoteticamente, um irmão que ganha R$ 10.000,00 e dizima R$
1.000,00 é tão fiel quanto um que ganha R$ 300,00 e dizima R$ 30,00.
É o que aconteceu na parábola: o que recebeu cinco foi e transformou
seu talento em mais cinco; o que ganhou dois, multiplicou seu talento
em outros dois. Ambos ganharam igualmente, pois aumentaram 100%
seus talentos, sendo fiéis naquilo que lhes foi confiado.
As pessoas que têm apenas um talento são as que correm o maior risco
de serem infiéis. Consideram que apenas vir à igreja nos finais de
semana, cantar alguns corinhos e dar o seu dízimo é o bastante. Muitos
chegam a afirmar que o envolvimento na obra de Deus, para a conquista
do reino, é coisa para o pastor, que recebeu mais talentos. Mas o Senhor
cobrará de cada um a medida proporcional do que lhe foi confiado. Não
seremos julgados apenas pelo que fizemos, mas também pelo que não
fizemos. O problema do servo que enterrou o talento não foi o que ele
fez, mas o que deixou de fazer.
Deus está interessado é na nossa fidelidade. Em Mateus vinte, na
Parábola dos Trabalhadores da Vinha, vemos o critério pelo qual Deus
irá nos recompensar. A recompensa não será pelo quanto fizemos, mas
pelo quanto fomos fiéis ao Senhor. Há uma diferença. Alguns poderão
fazer mais do que outros e ter a mesma recompensa, porque tiveram o
mesmo grau de fidelidade. Nesta parábola, a dos trabalhadores na vinha,
todos os trabalhadores ganharam o mesmo salário independente do
tempo trabalhado. Algumas pessoas, ao ler esta parábola, afirmam:
“Não haverá diferença de recompensa, não haverá distinção!”
Entretanto, sabemos que haverá. Um dos alvos desta parábola é mostrar
que aqueles trabalhadores não serão recompensados pelo tanto que
trabalharam, mas pelo quanto foram fiéis. Da mesma forma, mostra que
a recompensa não está vinculada ao tempo de conversão. Uns se
convertem aos doze anos, outros aos trinta e outros próximos de morrer.
Isso significa que quem converteu primeiro terá uma recompensa
maior? Não necessariamente. Tudo depende da fidelidade.
Suponhamos que eu contrate alguém às 17h para trabalhar até às 18h e
ele conclui sua tarefa. Podemos dizer que ele foi fiel. Suponha ainda que
eu contrate outra pessoa às 8h e ela pára ao meio-dia, sem cumprir sua
tarefa. Ela receberá o mesmo que o outro? Não. Apesar de ter trabalhado
quatro horas (três a mais que o outro), ela não foi encontrada fiel.
Portanto não será recompensada, mas disciplinada. A questão aqui não
é ter que fazer algo para ganhar uma recompensa. Aqui, o fato é: você é
fiel àquilo que lhe foi confiado?
A mim me foi confiada a responsabilidade de ser um pastor.
Hipoteticamente, ao irmão José foi confiada a missão de ser um líder de
célula. Deus vai requerer de cada um segundo a proporção do que lhe foi
confiado.
Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas
dignas de reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito
foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito
mais lhe pedirão. (Lc 12.48)
A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo
a sua própria capacidade; e, então, partiu. (Mt 25.15)
Se o irmão José for fiel como líder de uma célula de dez membros e eu
for encontrado fiel como pastor de uma igreja de vinte mil membros,
quem receberá maior galardão? Nenhum de nós. Seremos igualmente
recompensados. É uma questão de fidelidade naquilo que fomos
chamados.
O servo mau teve uma percepção errada das coisas. Ele pensou que o seu
talento era para as pessoas, quando, na verdade, era para Deus. Nosso
encargo é fazermos de tudo para que os talentos que nos foram confiados
sejam amplamente multiplicados para o Senhor, para agradar Aquele
que nos chamou.
Creio que ele também teve vergonha do seu talento. Ele se sentiu
envergonhado de usar somente aquele talento. Quantas pessoas têm
recebido um talento da parte do Senhor, mas por reputação, têm deixado
de negociá-lo?
A Palavra de Deus deixa claro que o servo enterrou o talento. O que
significa enterrar? Enterrar na Bíblia é algo simbólico. O servo enterrou
o seu talento no chão, na terra: isso nos fala da força do mundanismo,
ou seja, do poder que as coisas desta vida têm para fazer abafar os
talentos que Deus nos deu. O amor ao mundo tem o poder de enterrar o
nosso talento. Quando envolvemos o nosso coração nas coisas deste
mundo, deixamos de desenvolver e cumprir o propósito para o qual
fomos chamados.
O ato de negociar nessa parábola está ligado ao uso do dom. Cada pessoa
recebeu ao menos um dom espiritual da parte de Deus. Nós somente
edificamos e multiplicamos os dons quando os exercitamos.
Valorizamos e enfatizamos as células por crermos que seja nelas que
cada membro irá exercitar o seu dom. As células têm o ambiente
apropriado para o fluir da cada dom espiritual liberado ao Corpo de
Cristo.
Os dons não são prerrogativas de apenas um grupo de pessoas, assim
como o louvor não é somente para quem está tocando os instrumentos.
O louvor é para todo o Corpo. Os dons que Deus confere são para a
Igreja. Tudo quanto o Senhor confia a cada um de nós tem objetivo claro
e certo: a edificação de Sua amada noiva.
Fomos chamados como reis e sacerdotes, como ministros de Deus. Todo
crente nascido de novo tem um dom para ser exercitado. Nós, como
Igreja, temos que ser usados como um corpo articulado onde cada um
desempenha o seu papel.
Não devemos confundir talento com cargo. Há irmãos que querem fazer
coisas na igreja, mas pensando em ter uma posição hierárquica. O cargo
não é importante, o importante é o talento. Por exemplo, um irmão que
recebeu um dom de misericórdia. Eu pergunto: “Ele somente fluirá
nesse dom se tiver um cargo na igreja? É claro que não. Semana após
semana, ele pode orar com centenas de enfermos, ministrando a vida e
a misericórdia, sem possuir cargo na igreja. Não dependemos de cargos
para sermos servos do Senhor, precisamos reconhecer o talento que
recebemos e desenvolvê-lo. Cada um de nós foi chamado para este
propósito: ser instrumentos de Deus, salgando a terra em nosso
trabalho, família e escola.

4. O julgamento do senhor aos seus servos


Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro
do seu senhor. Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos
e ajustou contas com eles. (Mt 25.18-19)
O Senhor Jesus vem para ajustar contas. Essa verdade normalmente
não é dita nas igrejas. Entretanto, a Palavra mostra que o Senhor virá
para acertar contas com cada membro de Seu corpo.
Porque importa que todos nós compareçamos perante o Tribunal de
Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito
por meio do corpo. (2Co 5.10)
Todos iremos comparecer diante do Tribunal de Cristo para receber
segundo o bem ou o mal que fizemos por meio do Corpo. Se as nossas
obras forem boas, receberemos galardão, recompensa. Se tivermos feito
o mal, seremos disciplinados naquele Dia. Diante dessa realidade,
devemos ser temerosos com relação às obras que praticamos.
Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus. (Rm 14.12)
Talvez você esteja se questionando: “Mas e o sangue de Jesus?” Ora,
tudo o que o sangue lavou, Deus esqueceu. O que não foi confessado
diante de Deus, ou seja, o que não é fruto de um arrependimento
genuíno, está anotado diante de Deus. Para que o sangue opere em
nossas vidas, é necessário a confissão e o abandono das práticas
pecaminosas.
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os
pecados e nos purificar de toda injustiça. (1Jo 1.9)
O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as
confessa e deixa alcançará misericórdia (Pv 28.13)
Em relação ao que o Senhor nos mostra, temos que ser claros e
transparentes, colocando debaixo do sangue. Caso contrário,
passaremos pelo Tribunal e, ao invés de recebermos galardão, seremos
salvos como que através do fogo (1Co 3.15).
Há, na Palavra de Deus, uma seqüência no Julgamento de Deus em
relação aos crentes: a primeira etapa é o sangue. Se confessamos e
cremos no Senhor, somos lavados por Seu precioso sangue. Se voltamos
a cair, isso mostra escravidão em nossas vidas. Assim sendo, a cruz é o
ponto seguinte. Na cruz, o nosso velho homem foi cravado e nós somos,
então, libertos da escravidão do pecado. Entretanto, o que não foi
tratado pelo sangue e pela cruz será tratado pelo Julgamento de Cristo.
Ele irá corrigir e tratar nossas vidas.
Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entregou outros
cinco, dizendo: Senhor, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros
cinco talentos que ganhei. Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e
fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu
senhor. (Mt 25.20)
O que foi dito pelo senhor ao servo que multiplicou os cinco talentos foi
exatamente o mesmo dito ao que multiplicou dois. Deus está olhando,
nesse momento, para o nível de fidelidade.
Há pessoas que acham que o que temos feito aqui neste mundo é muito.
Particularmente, creio que o que fazemos é somente um treinamento
para o que faremos no Reino do Senhor. O que fazemos hoje é muito
pouco. Contudo, esse pouco que temos realizado nos qualificará a
sermos colocados sobre o muito, depois.

5. A recompensa do servo fiel


O gozo é a recompensa, a alegria de ser aprovado por Deus. Você acha
pouco ser aprovado por Deus? Eu tomo por base minhas filhas. Tudo o
que elas fazem, elas querem a minha aprovação. Por isso, ao fazerem
algo, elas me mostram a obra realizada. Se eu demonstro desagrado ou
reprovação, seja com uma expressão ou gesto, elas voltam a fazer
novamente até que eu as aprove com elogios. Se eu elogiá-las, elas não
param mais de fazer. Uma vez eu estava na piscina de um hotel e minha
filha mais nova tinha aprendido a mergulhar e dar cambalhotas na
piscina. Quando a vi fazendo isso eu disse: “Minha filha, você consegue
fazer algo que eu jamais conseguiria! Parabéns!” Durante toda aquela
tarde ela ficou mergulhando incansavelmente e, cada vez que ela fazia,
uma alegria indizível tomava conta do seu ser. Se receber elogios de
homens é agradável aos filhos, imagine receber elogios da boca de Deus.
Eu fico pensando como será naquele Dia. Nós entraremos pelos portões
da glória e haverá uma multidão incontável de santos. De repente você
ouve o seu nome e o Senhor diz publicamente: “Servo bom e fiel!” Que
coisa maravilhosa será! Eu quero ouvir isso do Senhor, quero ser
aprovado. A minha vida é viver para ser reconhecido como um servo fiel
diante de Deus.
Temos tido o privilégio de ter nossos olhos abertos pelo Espírito do
Senhor. Temos recebido uma porção preciosa de Sua maravilhosa
Palavra. Sabemos que recebemos ao menos um talento do Senhor e, por
isso, somos indesculpáveis. Que haja em nós a disposição e o encargo em
trabalhar esses talentos, obedecendo ao chamado de Deus a fim de que
naquele Dia sejamos, aprovados para reinar com Cristo por todo o
Milênio.

6. A punição do servo infiel


Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo
que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não
espalhaste, receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente, sabias que
ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Cumpria, portanto,
que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia
com juros o que é meu. (Mt 25.24-27)
O servo mau ouviu o que ninguém gostaria de ouvir. Deus o chamou de
mau e negligente. Da mesma maneira que naquele Dia haverá elogio
público de Deus, também haverá disciplina da parte do Senhor. Se ser
repreendido publicamente por homens já é horrível, imagine receber a
disciplina de Deus. A repreensão de Deus não será em particular, mas
acontecerá publicamente. Assim como vimos que o elogio de Deus
acontecerá publicamente, assim também será a disciplina sobre os
servos que não forem encontrados fiéis.
O interessante é que o servo de um talento, ao ser confrontado, ficou
assustado, pois não pensava ter feito algo errado. Ele nunca pensou que
sua obra pudesse ser reprovada. Ele não falou com o senhor como se
tivesse feito alguma coisa fora do que considerava o padrão. Em sua
mentalidade, o que ele deveria ter feito era tão-somente guardar e
proteger o talento. Ao entregar seu talento, talvez até tivesse um sorriso
nos lábios. Ao responder ao seu senhor, o servo pensou que o estava
elogiando: “O senhor é severo e austero, aqui tens o que é teu”. Também
posso vislumbrar seu tremendo susto ao ouvir de seu senhor: “Servo
mau e negligente!”. O servo em questão era um crente, mas não era fiel
àquilo que Deus lhe confiara e foi julgado por suas obras.
A parábola do capítulo dezenove do Evangelho de Lucas é a mesma de
Mateus vinte e cinco. Entretanto, ela tem um detalhe a mais. Nesta
parábola, temos três tipos de pessoas: o crente fiel, ou seja, o servo bom
e fiel; o servo infiel, que escondeu o talento no lenço e aqueles que são
inimigos do rei, que o senhor mandou executar. A prova de que o servo
infiel era um crente é que ele não foi contado entre os inimigos do rei.
Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez. Porque a todo o que tem
se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem
lhe será tirado. (Mt 25.28-29)
Aqui temos um jogo de palavras. O servo que tem frutos terá mais; quem
não tem fruto, até o pouco que julgava ter lhe será tirado. O Senhor está
procurando frutos em nossas vidas. Eu quero ser encontrado fiel diante
do Senhor, por isso o meu alvo é edificar uma igreja de vencedores, ou
seja, uma igreja que desenvolve, desempenha e negocia os seus talentos,
a fim de multiplicá-los.
Há uma diferença entre servo falso e servo infiel. O servo falso nunca
nasceu de novo, mas o servo infiel é regenerado, portanto é filho.
Precisamos de admitir que existem verdadeiros servos infieis. Esse servo
infiel será disciplinado.
E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger
de dentes. (Mt 25.30)
Esse versículo fala de duas coisas: trevas e ranger de dentes. Em
primeiro lugar, gostaria de esclarecer que, ao contrário do que muitos
afirmam, essas trevas não são o inferno. Não há versículo algum na
Bíblia dizendo que o inferno seja trevas. Há, até mesmo, um componente
de luz no inferno, o fogo. Todavia, esse fogo, que não é a luz da glória,
também não é trevas. A Bíblia diz que o inferno é um lago de fogo e
enxofre, um lugar de perdição eterna, mas não o chama de trevas.
Em um segundo aspecto, temos que entender o contexto daquilo que
está acontecendo. Nesse momento, o Senhor está assentado em Seu
trono julgando os Seus servos. O Senhor está na Sua glória, ou seja, a
glória do Rei está nesse lugar. Quando o Senhor manda tirar o servo, ele
vai para um lugar de trevas porque deixa de estar no lugar onde está a
glória do Rei. Essas trevas não apontam para a perdição, mas para a
exclusão da presença do Senhor, da Sua glória, por um momento. Há
servos que serão excluídos da presença do Senhor.
Então, haverá choro e ranger de dentes. Este choro não é o choro do
inferno, mas o choro do arrependimento. Este ranger de dentes aponta
para lamentação: “Eu tive chance de fazer e não fiz, tive oportunidade
de realizar e não realizei”.
Esse texto assusta a muitos irmãos, pois é muito mais cômodo pensar
que ele se refira aos ímpios. Todavia, esse pensamento é completamente
errado. Vimos que o servo era crente, ele foi comprado; foi julgado junto
com os que foram fiéis multiplicando os seus talentos. Na Palavra não
há lugar algum em que haja julgamento de crentes junto com ímpios.
Esse julgamento refere-se ao Tribunal de Cristo, quando todos os
crentes serão julgados: os servos fiéis serão recompensados; os infiéis,
severamente repreendidos. O servo que enterrou seu talento não era um
servo falso, mas verdadeiro, e será disciplinado por sua infidelidade e
por sua negligência.
A vontade de Deus é que entremos no gozo, mas muitos têm enterrado
o talento. Muitos nem mesmo sabem qual é o seu talento, não sabem
qual é a sua função no Corpo. Não pensam como membros do Corpo.
Não há membros sem função. Que possamos mudar nossa atitude em
relação à obra de Deus, a fim de que vivamos no temor e tremor, não
sendo relaxados. Diante de tudo isso, precisamos entender que tudo em
nossas vidas precisa ser tratado hoje.
Minha intenção não é que você termine este capítulo receoso, cabisbaixo
ou com medo. Meu interesse é que, ao ler estas palavras, você tenha uma
disposição nova de ser fiel. Se você se dispor a negociar o seu talento, o
Senhor será gracioso também para multiplicá-lo em suas mãos, para
você ver o fruto de seu trabalho. Que sejamos encontrados diante de
Deus, dos anjos e dos santos que estarão naquele glorioso Dia do
Tribunal de Cristo, como servos bons e fiéis, qualificados para reinar
com o Senhor em todo o Milênio. Multiplique o seu talento!

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