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nas florestas tropicais, é preciso desfazer o mito de que a Caatinga é um bioma pobre
em espécies e endemismos. A Caatinga abriga na verdade várias espécies
de mamíferos, aves, anfíbios, répteis, peixes e outros. Além disso, muitas espécies são
endêmicas desse bioma.
Quanto aos anfíbios, na Caatinga ocorrem cerca de 79 espécies, entres as quais podemos
citar o sapo-cururu (Rhinella marina) e a perereca-de-capacete (Corythomantis
greeningi).
As aves são representadas por cerca de 591 espécies. Merece destaque o soldadinho-do-
araripe (Antilophia bokermanni), que está ameaçada de extinção e é a única ave restrita
ao Ceará. O periquito-cara-suja (Pyrrhura griseipectus) e a Jacucaca (Penelope
jacucaca) são outras espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. A arara-azul-de-
lear (Anodorhynchus leari) e a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) são endêmicas da
Caatinga e se destacam pela aparência exuberante, essa última não se encontra mais na
natureza, apenas em cativeiro.
Cerca de 241 espécies de peixes são encontradas na Caatinga, entre as quais destacam-
se espécies de importância econômica nativas da bacia do Rio São Francisco, como o
dourado (Salminus brasiliensis), o pacamã (Lophiosilurus alexandri) e o curimatã–pacu
(Prochilodus argenteus). O surubim (Pseudoplatystoma corruscans) é uma das espécies
de maior importância comercial e cultural em toda a região do Vale do São Francisco.
As abelhas são representadas por 221 espécies. Os meliponíneos (abelhas sem ferrão)
são um dos grupos mais representativos. Dentro desse grupo a espécie Melipona
mandacaia, conhecida como mandaçaia, é endêmica da Caatinga. No entanto, o intenso
desmatamento na região semiárida vem trazendo consequências danosas para as
populações de M. mandacaia.
Referências
Leal, I. R., M. Tabarelli, e J. M. C. Silva. 2003. Ecologia e conservação da Caatinga.
Editora Universitária da UFPR, Brasil.
http://www.mma.gov.br/biomas/caatinga