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3o Encontro Luso-Brasileiro de Degradação em Estruturas de Concreto Armado

São Carlos, São Paulo, Brasil


22 a 24 de agosto de 2018

Substituição de armadura metálica por barras de


GFRP (armadura não metálica)
Replacement of steel reinforcement by GFRP bars (non-
metallic reinforcement)

MAZZÚ, A. D. E. *; DALFRÉ, G. M.

PPGECIV, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)


Rodovia Washington Luís, s/n, São Carlos – SP, Brasil
* amandadescobal@hotmail.com

Resumo
Este trabalho baseia-se na substituição de barras de aço por barras de GFRP (fibras de vidro) em
estruturas de concreto armado. Para isso, foram dimensionadas vigas de concreto armadas com barras
de aço e vigas de concreto armadas com barras de GFRP, a fim de se estudar, comparativamente, a
capacidade de carga e o modo de ruptura das vigas. Foi possível concluir que as vigas armadas com
barras de GFRP apresentam maior capacidade de carga do que as vigas armadas com barras de aço.
Além disso, tendo em vista a durabilidade, a utilização de barras de GFRP é vantajosa quando aplicadas
em ambientes agressivos e onde a neutralidade magnética é necessária.

Palavras-chave: armadura, FRP, concreto, aço, GFRP.

Abstract
This work is based on the replacement of steel bars by GFRP bars (glass fibers) for reinforced concrete
structures. For this, concrete beams reinforced with steel bars and concrete beams reinforced with
GFRP bars were designed in order to study, comparatively, the load carrying capacity and the failure
mode of the elements. In this way, it was verified that the beams reinforced with GFRP bars presents a
higher load capacity when compared to the ones with the equivalent steel ratio. Furthermore, with
regard to durability, the use of GFRP bars is advantageous when applied in agressive environments and
where magnetic neutrality is required.

Keywords: reinforcement, FRP, concrete, steel, GFRP.

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1 Introdução
A indústria da construção civil no Brasil é adepta do uso de estruturas em concreto armado
com barras metálicas, sendo que a maioria das estruturas executadas no País faz uso deste
sistema construtivo. Entretanto, vários são os problemas encontrados nestas tradicionais
estruturas de concreto armado, principalmente os relacionados à corrosão de armaduras
devido ao ataque de cloretos ou à carbonatação, gerando, assim, a necessidade de se estudar a
aplicação de novas tecnologias.

Diante disso e visando principalmente a melhoria do desempenho, materiais alternativos


começaram a ser estudados, dentre os quais uma maior atenção é dada à utilização de
polímeros (ou compósitos) reforçados com fibras (de sigla internacional FRP – Fiber Reinforced
Polymer), que são materiais com elevada resistência mecânica, que apresentam boa resistência a
agentes de agressividade ambiental e que podem substituir, com vantagens técnicas e
econômicas, o aço utilizado como armadura em estruturas de concreto armado. Estes
materiais, que são utilizados desde várias décadas na indústria automobilítica, eletrônica e
aeroespacial, encontram-se agora disponíveis no mercado da indústria da construção civil
(HOLLAWAY [1]). As fibras mais utilizadas em armaduras não metálicas são as fibras de
carbono (CFRP), vidro (GFRP) e aramida (AFRP).

De acordo com ACI 440.1R [2], as barras de FRP atingem a resistência última sem apresentar
patamar de escoamento, apresentando comportamento elástico linear e ruptura brusca.
Pilakoutas et al. [3] afirmam que, em geral, as barras de FRP podem desenvolver uma
resistência à tração muito maior do que o aço, embora o material seja menos rígido. Wang e
Belarbi [4] afirmam que, devido ao comportamento elástico linear das barras de FRP, o
comportamento à flexão de elementos armados com FRP não apresenta ductilidade como no
caso de elementos de concreto armados com barras de aço. Desta forma, por serem materiais
de comportamento frágil e entrarem em colapso sem indicação de ruptura, sua escolha como
material estrutural por parte de projetistas é condicionada (JOSÉ [5]).

Segundo Tavares [6], no ano de 1996 foram iniciados, nos EUA, os trabalhos dos comitês ACI
440 do Instituto Americano de Concreto (ACI – American Concrete Institute), os quais deram
origem a duas normas, uma que apresenta o Estado da Arte em FRP (ACI 440.R [7]) e outra

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que apresenta procedimentos para dimensionamento de estruturas utilizando-se FRP (ACI


440.1R [2]).

1.1 Justificativa

A substituição das armaduras de aço por barras de FRP traz algumas vantagens como a maior
durabilidade, menor massa, e a não existência de campo eletromagnético (TAVARES [6]).
Além disso, segundo José [5], estes materiais não sofrem corrosão pela ação de CO2 e cloretos.
De acordo com Camacho [8], a adoção de materiais tradicionais em estruturas complexas ou
excepcionais, como em um reservatório sujeito a ambiente de grande agressividade ou uma
instalação hospitalar com uma unidade de ressonância magnética, pode afetar a durabilidade e a
funcionalidade da estrutura em si. Além disso, muitas das cidades do Brasil estão localizadas
em zonas litorâneas, onde a ação do ambiente mais agressivo causa maiores índices de
corrosão de armaduras metálicas. Assim, a aplicação de barras não metálicas em estruturas de
concreto pode minimizar e até evitar estes problemas.

1.2 Objetivos

O presente trabalho teve como seu principal objetivo estudar a substituição de armadura
metálica por barras de fibra de vidro (GFRP), suas vantagens e desvantagens mecânicas e
econômicas. Para isso, apresenta-se o incremento de capacidade de carga de vigas armadas
com barras de GFRP e vigas armadas com barras de aço convencionais. Por fim, um
levantamento simplificado de custos das barras de aço e de GFRP no mercado regional foi
realizado e também será apresentado, possibilitando a comparação e análise da viabilidade
econômica da aplicação de barras de GFRP em estruturas de concreto armado.

2 Materiais e métodos

Foram analisadas vigas biapoiadas de concreto, as quais possuem vão livre de 3 m e seção
transversal de 25 x 30 cm. Sabe-se que as estruturas de concreto armado com barras de GFRP
tem potencial para serem utilizadas em ambientes de grande agressividade ambiental (classe de
agressividade ambiental IV), o que exigiria uma resistência do concreto de, no mínimo, 40
MPa, conforme apresentado na Tabela 1. Entretanto, apenas para efeitos de cálculo, foi

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adotada uma resistência do concreto de 20 MPa. Como as barras de GFRP são menos
suscetíveis à agressividade do ambiente, foi adotado um cobrimento de 1,5 cm, inferior aos
cobrimentos preconizados pela NBR 6118 [9] para estruturas de concreto armadas com barras
de aço.

Tabela 1 - Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto (NBR 6118 [9])
Classe de agressividade
Concreto Tipo
I II III IV
Relação água/cimento CA ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45
em massa CP ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,50 ≤ 0,45
CA ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40
Classe de concreto
CP ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40

25,00
Para a análise do incremento25,00
de capacidade de carga de estruturas de concreto armado frente à
variação da sua taxa de armadura foram consideradas vigas armadas com 2 a 5 barras de aço
27,55
30,00

27,55
30,00

com diâmetro de 6,3mm (VA1, VA2, VA3 e VA4) e, também, vigas armadas com 2 a 5 barras
de GFRP com diâmetro de VA1
6,3 mm (VG1,VA2
VG2, VG3 e VG4)
VA3 e 2 a 5 barras
VA4 de GFRP com
1,501,50

VA1
diâmetro de 12,7 mm (VG5, VG6, VG7 eVA2 VA3
VG8), respectivamente. VA4
A Figura 1 apresenta o
25,00
esquema estático, enquanto a25,00
Figura 2 apresenta um resumo das seções transversais analisadas.
27,23
30,00

27,23
30,00

3,00 m
VA5 VA6 VA7 VA8
1,501,50

FiguraVA5
1 – Esquema estático
VA6 das vigas VA7
dimensionadas VA8
25,00
25,00
27,55
30,00
Ø 6,3 mm

27,55
30,00
Barras de GFRP

VG1 VG2 VG3 VG4


1,50

VG1 VG2 VG3 VG4


1,50

25,00
25,00
Ø 12,7 mm

27,23
30,00

27,23
30,00

VG5 VG6 VG7 VG8


1,50

VG5 VG6 VG7 VG8


1,50

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25,00
Barras de aço

Ø 6,3 mm

27,55
30,00
VA1 VA2 VA3 VA4

1,50
Figura 2 – Seções transversais analisadas
25,00

Para a escolha do diâmetro das barras de aço CA-50 a serem utilizadas, primeiramente
27,23
30,00

realizou-se o cálculo da área de aço equivalente ( As ,eq ) à área de uma barra de GFRP ( A f ) com

diâmetro de 12,7 mm. Assim, considerando o módulo de elasticidade do aço ( Es ) igual a 210
VA5 VA6 VA7 VA8
1,50

GPa e o módulo de elasticidade do GFRP ( E f ) igual a 46 GPa, tem-se o apresentado na


25,00
Equação 1:
27,55
30,00

  . f 2    .12, 7 2 
  .E f   .46
Af .E f  4   4 
As ,eq   
VG1 VG2 27, 75mmVG3
2
VG4 Equação 1
1,50

Es Es 210
25,00
Desta forma, obteve-se um diâmetro de aço equivalente ao apresentado na Equação 2.
27,23
30,00

 .s ,eq 2 4. As ,eq 4.27, 75


As ,eq   s ,eq    5,94mm Equação 2
4  
VG5 VG6 VG7 VG8
1,50

Portanto, foi adotado o maior diâmetro comercial de aço mais próximo ao valor de 5,94 mm
encontrado, sendo utilizado o diâmetro de 6,3 mm para o dimensionamento da armadura
longitudinal.

Com relação às barras não metálicas, foram consideradas barras de GFRP do tipo Aslan 100
(Figura 3), as quais apresentam diâmetro de 6,3 mm (diâmetro nominal de 6 mm) e de
diâmetro de 12,7 mm (diâmetro nominal de 13 mm). Para estas barras, o fabricante Hughes
Brothers fornece as propriedades apresentadas na Tabela 2. Para os estribos, em ambos os
casos, foram consideradas barras de aço CA-50 com diâmetro de 6,3 mm.

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Figura 3 – Barras de GFRP do tipo Aslan 100 (HUGHES BROTHERS [10])

Tabela 2 - Propriedades das barras de GFRP Aslan 100 (HUGHES BROTHERS [10])
Diâmetro nominal Área ffu* Ef εu
Tamanho mm mm² MPa GPa %
2 6 31,67 896 46 1,94
3 10 71,26 827 46 1,79
4 13 126,70 758 46 1,64
5 16 197,90 724 46 1,57
6 19 285,00 690 46 1,49
7 22 387,90 655 46 1,42
8 25 506,70 620 46 1,34
9 29 641,30 586 46 1,27
10 32 791,70 551 46 1,19
11 35 958,10 482 46 1,04
12 38 1160,00 448 46 0,97
13 41 1338,00 413 46 0,90

O dimensionamento das vigas de concreto armadas com barras de aço seguiu as


recomendações da NBR 6118 [9] e ACI 318 [11], enquanto o dimensionamento com barras de
GFRP foi realizado segundo a ACI 440.1R [2]. Note-se que para o dimensionamento das
barras de GFRP consideraram-se vigas localizadas em região interna, sem contato com solo ou
ambientes agressivos, sendo utilizado um coeficiente de redução devido à agressividade
ambiental ( CE ) igual a 0,8.

Para a comparação de custos, foi realizado um levantamento simplificado de preços no


mercado regional. Desta forma, primeiramente foi realizada uma pesquisa para identificar
possíveis fornecedores das barras de GFRP na região de São Carlos/SP. Por meio do
levantamento de preços foi realizada a comparação de custos de execução das vigas de
concreto armadas com barras de aço e GFRP, considerando-se apenas os custos em curto

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prazo. Desta forma, foi possível avaliar a viabilidade econômica da aplicação das barras de
GFRP como armadura em vigas de concreto.

3 Resultados e discussões

A seguir são apresentados os resultados do dimensionamento para dois cenários: o primeiro


composto por vigas armadas com barras de GFRP com diâmetros de 6,3 mm (VG1, VG2,
VG3 e VG4) e vigas armadas com barras de GFRP com diâmetro de 12,7 mm (VG5, VG6,
VG7 e VG8), o qual foi realizado segundo as recomendações da ACI 440.1R [2]; no segundo,
foi considerada a utilização de barras de aço CA-50 (VA1, VA2, VA3 e VA4) com diâmetro de
6,3 mm, o qual foi realizado segundo as normas ACI 318 [11] e NBR 6118 [9]. Por fim,
apresenta-se uma análise de custos sobre as barras de GFRP e armadura convencional de aço.

3.1 Comparativo entre barras de GFRP e armadura convencional de aço

A Tabela 3 e a Figura 4 apresentam os valores do momento resistente ( M u ) das vigas, cujo


cálculo foi baseado nas disposições do ACI 440.1R [2] para as vigas armadas com barras de
GFRP e baseado nas normas NBR 6118 [9] e ACI 318 [11] para as vigas armadas com barras
de aço convencionais. Nesta tabela, Ø é o diâmetro das barras analisadas,  s ,eq é a taxa de

armadura equivalente à de aço ( s,eq  Af .E f b.d.Es ), onde A f é a área das barras de GFRP,

E f é o módulo de elasticidade das barras de GFRP, b é a largura da seção transversal, d é a

altura útil e Es é o módulo de elasticidade das barras de aço. Para além disso, também se
apresenta o modo de ruptura das vigas.

Pela análise da Tabela 3 e Figura 4 percebe-se que as vigas de concreto armadas com aço
apresentam modos de rupturas similares, baseados no escoamento da armadura longitudinal.
Pela análise da capacidade resistente da seção transversal analisada, verifica-se que o
dimensionamento de vigas de concreto armado com barras de aço pelo ACI 318 [11] e pela
NBR 6118 [9] resulta em valores próximos, mas esta última fornece uma análise um pouco
mais conservadora.

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Tabela 3 - Resultados de momento resistente ( M u ) e modo de ruptura das vigas de concreto armadas
com barras de GFRP e aço
Ø nº  s ,eq (%) Mu
ID Material Modo de ruptura
(mm) barras (kN.m)
VG1 GFRP 6,3 2 0,02 Esmagamento do concreto 4,80
VG2 GFRP 6,3 3 0,03 Esmagamento do concreto 7,20
VG3 GFRP 6,3 4 0,04 Esmagamento do concreto 9,59
ACI 440.2R

VG4 GFRP 6,3 5 0,04 Esmagamento do concreto 11,99


VG5 GFRP 12,7 2 0,08 Ruptura do FRP 21,20
VG6 GFRP 12,7 3 0,12 Dimensionamento balanceado 28,18
VG7 GFRP 12,7 4 0,16 Esmagamento do concreto 36,61
VG8 GFRP 12,7 5 0,20 Esmagamento do concreto 39,85
VA1 CA-50 6,3 2 0,09 Escoamento do aço 7,63
ACI 318

VA2 CA-50 6,3 3 0,14 Escoamento do aço 11,36


VA3 CA-50 6,3 4 0,18 Escoamento do aço 15,05
VA4 CA-50 6,3 5 0,23 Escoamento do aço 18,68
VA1 CA-50 6,3 2 0,09 Escoamento do aço 7,35
NBR 6118

VA2 CA-50 6,3 3 0,14 Escoamento do aço 10,93


VA3 CA-50 6,3 4 0,18 Escoamento do aço 14,45
VA4 CA-50 6,3 5 0,23 Escoamento do aço 17,92

60
55 ACI 318 (Aço - 6,3mm)
NBR 6118 (Aço - 6,3mm)
50
Momento resistente (kN.m)

ACI 440.1R (GFRP - 6,3mm)


45 ACI 440,1R (GFRP - 12,7mm)
40
35
30
25
20
15
10
5
0
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25
s,eq(%)

Figura 4 – Gráfico do momento resistente ( M u ) em função da taxa de armadura equivalente

Pela análise das vigas armadas com barras de diâmetro 6,3mm percebe-se que as vigas com
armadura metálica apresentam capacidade resistente superior às com barras de GFRP. Para

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além disso, verifica-se alteração no modo de ruptura, os quais são baseados em esmagamento
do concreto ou escoamento da armadura para as vigas armadas com barras de GFRP e aço,
respectivamente.

Tendo em vista taxas de armadura equivalente similares (diâmetro de 12,7mm para GFRP e
6,3mm para o aço), tal como apresentado na Tabela 3, verifica-se um aumento de capacidade
de carga superior com o uso de barras de GFRP ao uso de barras convencionais de aço.
Entretanto, devido ao módulo de elasticidade do aço (210 GPa) ser muito superior ao do
GFRP (46 GPa), espera-se maior flecha para as vigas armadas com barras de GFRP.

É possível afirmar que o peso de uma estrutura armada com barras de GFRP pode ser inferior
ao de uma estrutura armada com barras de aço, uma vez que a densidade do GFRP (1200 –
2100 kg/m³) é inferior à densidade do aço (7800 kg/m³).

3.2 Análise de custo

Para o levantamento de custos das barras de aço e GFRP, primeiramente foi realizada uma
pesquisa de fornecedores na região de São Carlos/SP. Selecionou-se, para esta análise, o
fabricante Axfiber, o qual possui sede em Rio Claro/SP e com o qual foram cotados os preços
das barras de GFRP. Com relação às barras de aço, os preços foram cotados com o fornecedor
Udiaço, o qual possui sede na própria cidade de São Carlos, sendo que este fornece barras de
aço avulsas ou a armadura já montada, pronta para ser utilizada na estrutura. Para esta análise
levou-se em conta o diâmetro de 12,7 mm para as barras de GFRP e de 6,3 mm para as barras
de aço.

As barras de aço CA-50 são fornecidas com comprimento de 12 m e, levando-se em conta o


diâmetro de 6,3 mm, foi possível chegar a um custo unitário de R$ 13,30, perfazendo, deste
modo, um total de R$ 1,11 por metro.

Com relação às barras de GFRP, as barras com diâmetro de 12,7 mm apresentaram custo de
R$ 3,20 + 5% IPI por metro (valor estimado para pedidos de 20000 m de barras). É
importante ressaltar que, segundo informado durante contato com o fornecedor, a Axfiber

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pode reduzir o custo da barra em função do pedido de uma quantidade maior de barras de
GFRP.

Comparando-se os custos por metro informados pelos fornecedores, as barras de GFRP


apresentam custo 3 vezes superior ao custo das barras de aço convencionais. Desta maneira,
considerando-se apenas os custos em curto prazo, uma estrutura de concreto armada com
barras de GFRP apresenta custo inicial superior ao de uma estrutura de concreto armado com
barras de aço convencionais. Por outro lado, deve-se levar em conta que uma estrutura armada
com barras de GFRP, em longo prazo, apresenta menores custos de manutenção, uma vez que
as barras utilizadas são mais resistentes às condições de agressividade do ambiente. Além disso,
soma-se a redução do peso total da estrutura com a utilização de armaduras não metálicas,
dada a menor densidade do material.

4 Conclusões
Este trabalho estudou a substituição das barras de aço por barras de GFRP (fibras de vidro)
em estruturas de concreto armado, suas vantagens de desvantagens mecânicas e econômicas.
Para isso, foram dimensionadas vigas de concreto armadas com barras de aço e com barras de
GFRP a fim de se estudar o modo de ruptura e o momento resistente. Cotações de preços
foram realizadas para comparação de custos de execução das estruturas (considerando-se
apenas o curto prazo).

Apresentam-se, a seguir, as conclusões deste trabalho:

- A norma NBR 6118 [9] resultou em momentos resistentes menores do que os obtidos com a
aplicação do ACI 318 [11], configurando-se como um método a favor da segurança da
estrutura;

- A utilização das vigas de concreto armadas com barras de GFRP é vantajosa com relação à
sua resistência, sendo necessário apenas avaliar as limitações de deslocamento e armadura
mínima recomendada para a seção transversal viga, dado que os deslocamentos verticais
obtidos devem ser maiores devido ao menor módulo de elasticidade do material;

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- Os custos de execução das vigas armadas com barras de GFRP, em curto prazo, são maiores
do que os custos de execução de vigas armadas com barras de aço;

- É necessário avaliar os possíveis custos com manutenção das estruturas, dado que as vigas
armadas com barras de GFRP são mais resistentes às condições de agressividade do ambiente
e apresentam menores custos de manutenção quando se leva em conta a vida útil de projeto
das estruturas de concreto armado;

- É necessário avaliar a viabilidade econômica quando da utilização de barras de GFRP, pois,


quanto maior o número de barras, menores são os custos associados à sua aquisição.

Agradecimentos
As autoras gostariam de agradecer a empresa Axfiber pelo fornecimento de informações a
respeito das barras de GFRP.

5 Referências
[1] HOLLAWAY, L. Polymer Composites for Civil and Structural Engineering. Glasgow. Chapman &
Hall, 2003.

[2] AMERICAN CONCRETE INSTITUTE. ACI COMMITTEE 440.1R. Guide for the Design and
Construction of Structural Concrete Reinforced with Fiber-Reinforced Polymer (FRP) Bars. 2015.

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for FRP reinforced concrete structures. Structures and buildings, v. 164, p. 255 – 263, Agosto
2011.

[4] WANG, H.; BELARBI, A. Flexural Behavior of Fiber-Reinforced Concrete Beams Reinforced
with FRP Rebars. In: INTERNACIONAL SYMPOSIUM OF FIBER-REINFORCED
POLYMER REINFORCEMENT FOR CONCRETE STRUCTURES, 7, v. 230, p. 895 – 914,
2005, Kansas. Anais... Kansas, 2005.

[5] JOSÉ, R. N. F. Automatização do dimensionamento de elementos estruturais em betão armado


com GFRP. Funchal, 2013. 141p. Dissertação de Mestrado, Universidade da Madeira.

[6] TAVARES, D. H. Análise teórica e experimental de vigas de concreto armadas com barras não
metálicas de GFRP. São Carlos, 2006. 128p. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo

[7] AMERICAN CONCRETE INSTITUTE. ACI COMMITTEE 440.R. Report on Fiber-


Reinforced Polymer (FRP) Reinforcement for Concrete Structures. 2007.

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[8] CAMACHO, L. F. C. A utilização de varões de GFRP nas estruturas de betão armado. Funchal,
2011. 189p. Dissertação de Mestrado, Universidade da Madeira.

[9] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118:2014 – Projeto de


estruturas de concreto armado. Rio de Janeiro, 2014.

[10] HUGHES BROTHERS. Glass Fiber Reinforced Polymer (GFRP) Rebar – Aslan 100 series.
Seward, NE. Novembro/2011.

[11] AMERICAN CONCRETE INSTITUTE. ACI 318 – Building code requirements for reinforced
concrete. Detroit, USA. 2014.

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