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29/04/2019 Business Trends

BUSINESS TRENDS
Capítulo 1 - A indústria 4.0
José Carlos Junqueira

INICIAR

1. Introdução
Neste estudo, você explorará alguns conceitos da Quarta Revolução Industrial,
iniciada em 2011. Talvez alguns destes conceitos sejam novos para você; outros já
façam parte das suas interações diárias. Neste sentido, reflita: como estes

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conhecimentos poderão impactar no seu futuro? Como deve se preparar para as


mudanças trazidas pela Quarta Revolução Industrial? Sabe como aplicar os
avanços tecnológicos na sua empresa?
Essas tecnologias já integram o dia a dia de algumas empresas, ao menos em seus
planejamentos para o futuro, e é importante que você esteja consciente e
preparado para lidar com elas. Ao aprender suas definições, as utilizações atuais e
possíveis aplicações, você estará contribuindo para uma visão mais equilibrada e
consciente da tecnologia em um futuro muito próximo.
Também, neste primeiro capítulo, serão discutidos possíveis cenários para que
você reflita sobre os conhecimentos adquiridos e de que maneira poderá utilizá-
los em sua vida profissional e pessoal.
Ao concluir este capítulo introdutório, você será capaz de sintetizar os conceitos
da Quarta Revolução Industrial, listando os possíveis macroimpactos na
economia, no mercado e na sociedade.

1.1 Histórico da Indústria 4.0


Muito se fala sobre a Indústria 4.0 e seus impactos. Para entender do que se trata e
saber como tudo começou, conheceremos seus aspectos históricos.
Até 1784, o comércio era movimentado com produtos manufaturados nas
residências, em escala artesanal, sendo que grande parte eram os tecidos
produzidos em teares manuais. A adição da tecnologia a vapor, mecanizando o
processo, proporcionou o surgimento da indústria, que motivou a Primeira
Revolução Industrial (SCHWAB, 2016; RIEPING; BATISTA JUNIOR, 2014).
A partir de 1870, a utilização da energia elétrica para acionar linhas de produção
deu início à Segunda Revolução Industrial. Esta fase foi marcada pela expansão da
produção em série, conceito utilizado na linha de montagem do automóvel Ford T
(SCHWAB, 2016; RIEPING; BATISTA JUNIOR, 2014).

VOCÊ QUER VER?


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Baseado na biografia do industrial norte-americano Henry Ford, o filme Ford: o homem e a máquina
(1987, direção de Allan Eastman) descreve a criação das linhas de montagem na indústria
automobilística, iniciativa pioneira que reduziu os custos da produção e tornou famoso o modelo Ford
T. Para assistir, cadastre-se gratuitamente no endereço: https://filmow.com/ford-o-homem-e-a-
maquina-t75680/ (https://filmow.com/ford-o-homem-e-a-maquina-t75680/).

A Terceira Revolução Industrial iniciou-se no final da década de 1960, quando o


controlador lógico programável (CLP) e a eletrônica foram integrados ao controle
das máquinas, tornando-as mais flexíveis, avançando com a utilização de robôs e
redes de comunicação nas linhas de produção.

Figura 1 – Evolução histórica da indústria durante as quatro fases da Revolução Industrial.


Fonte: Elaborada pelo autor, baseado em DELOITTE, 2014, p. 3.

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Finalmente, a Quarta Revolução Industrial, conhecida como Indústria 4.0,


começou a ser observada em 2011 devido à demanda de produtos personalizados
e ao fácil acesso a tecnologias. No tópico a seguir, você conhecerá algumas dessas
tecnologias.

1.2 Tecnologias da Indústria 4.0


A Indústria 4.0 é caracterizada pela aplicação de diversas tecnologias em áreas
distintas como indústria, comércio, logística, computação etc.; porém, de uma
forma comum em todas estas aplicações, a conectividade e o uso intensivo de
dados e algoritmos tem o objetivo de aumentar a produtividade de maneira
exponencial.
Observe as descrições das principais tecnologias e suas aplicações à Indústria 4.0.

A rastreabilidade possibilita obter informações sobre o ciclo de vida do


produto, desde a criação até o descarte.

Por meio da utilização destas tecnologias, a Indústria 4.0 traz diversos benefícios,
entre os quais:
ganho de produtividade;
manufatura enxuta;
personalização em escala;
redução de custos;
aumento dasegurança;
redução de erros;
economia de energia;
conservação ambiental;
fim do desperdício;
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aumento da qualidade.

VOCÊ QUER LER?


Para ter uma ideia da evolução tecnológica e suas aplicações nos próximos anos, leia a reportagem 10
tecnologias que iremos usar até 2025, produzida pela equipe Caminhos para o Futuro e publicada no
site da Época Negócios (GLOBO.COM, 2016), a partir das projeções apontadas pelo Fórum Econômico
Mundial. Para ler, acesse o endereço: http://epocanegocios.globo.com/Caminhos-para-o-
futuro/Desenvolvimento/noticia/2016/02/10-tecnologias-que-iremos-usar-ate-2025.html
(http://epocanegocios.globo.com/Caminhos-para-o-futuro/Desenvolvimento/noticia/2016/02/10-
tecnologias-que-iremos-usar-ate-2025.html).

De acordo com as projeções do Fórum Econômico Mundial, em 2025 novas


tecnologias já estarão integradas à rotina de parte da população mundial. Clique
nos botões a seguir e confira.

Figura 2 – Projeções do Fórum Econômico Mundialpara o uso de tecnologias até 2025.


Fonte: Elaborada pelo autor, baseado em GLOBO.COM, 2016.

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No tópico a seguir, você conhecerá os principais aspectos da digitalização e saberá


de que forma podem contribuir para que as empresas ativas na Indústria 4.0
encontrem benefícios ao ampliarem seu alcance digital.

1.3 A web das tecnologias

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À medida que a empresa se torna ativa na Indústria 4.0, encontra benefícios para
além de ampliar seu alcance digital ou vender novos tipos de produtos e serviços.
A Indústria 4.0 estabelece a empresa, seus funcionários e todo o seu ecossistema
de fornecedores, parceiros, distribuidores e clientes como uma rede digital
totalmente integrada e interligada a outras redes ao redor do mundo.
De acordo com Geissbauer, Vedsø e Schrauf (2016), três aspectos da digitalização
formam o coração de uma abordagem da Indústria 4.0:

1) A digitalização completa das operações de uma empresa, integrada


verticalmente (para incluir todas as funções e toda a hierarquia) e
horizontalmente (vinculando os fornecedores, parceiros e distribuidores na
cadeia de valor e transferindo dados entre eles de forma transparente). Como
exemplo podemos citar os sistemas de gerenciamento de inventário de ponta,
que conectam varejistas, centros de distribuição, transportadores, fabricantes e
fornecedores. Cada um recebe dados de forma transparente sobre os níveis de
fornecimento dos outros, coloca e cumpre as ordens automaticamente,
desencadeando a manutenção e atualização dos dados em tempo real. Isso
suaviza as quebras de uma cadeia de suprimentos típica, permitindo que a
cadeia compense interrupções repentinas (como as de desastres naturais) ou
teste facilmente novos produtos e serviços em locais geográficos específicos.

Um exemplo avançado é o design de instalações flexíveis de fabricação, que usam


robôs programáveis para executar a maioria das operações, os quais representam
a virtualização do mundo físico. Novos produtos – e, de fato, linhas de montagem
inteiramente novas – podem ser prototipados no so ware antes de serem postos
em prática. É quase sem esforço simular um novo projeto de planta, testá-lo para
falhas e investir na maquinaria física somente quando estiver claro que funcionará
bem. Esses avanços tornam muito mais fácil e econômico trazer novos produtos
para o mercado, o que, por sua vez, facilita e torna menos dispendioso testar
novas ofertas sem um lançamento completo.

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Clique para inicializar a animação

Figura 3 – Representação das integrações horizontal e vertical entre organizações.


Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.

2) O redesenho de produtos e serviços que devem ter incorporados so wares


customizados, para torná-los sensíveis e interativos, rastreando sua própria
atividade e seus resultados, juntamente com a atividade de outros produtos ao
seu redor. Quando capturados e analisados, os dados gerados por esses
produtos e serviços fornecem indicações sobre seu funcionamento e utilização.
Por exemplo, um equipamento usado em um porto ou em uma construção,
como uma ponte rolante, pode agora detectar uma quebra mecânica iminente e
evitá-la. A próxima geração deste equipamento será capaz de comparar a
eficiência de várias máquinas e sugerir uma implantação mais eficiente.

Os produtos industriais que rastreiam sua própria atividade também fornecem


informações importantes sobre aqueles que os usam: como eles operam, onde
eles enfrentam atrasos e como eles trabalham em torno de problemas. Os
fabricantes podem, então, usar esses dados para desenvolver novos produtos e
serviços, buscando uma melhor parceria e, consequente, serviços mais lucrativos.
Por exemplo, os fabricantes de impressoras tradicionalmente obtinham a maior
parte de suas receitas por meio da venda e manutenção. Quando as impressoras
passaram a gerar dados de uso, os fabricantes puderam se tornar fornecedores de
serviço, pois tinham conhecimento do aumento da demanda dos seus clientes,
negociando os preços de impressão de acordo.

3) Estes novos processos, produtos e serviços possibilitam uma interação mais


próxima com os clientes. A Indústria 4.0 torna a cadeia de valor mais
responsiva, permitindo que os fabricantes se aproximem dos clientes finais de
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forma mais direta e possam adaptar seus modelos de negócio. Produtos tão
diversos quanto os motores e so ware de aeronaves são cada vez mais
oferecidos como serviços, muitas vezes por assinatura. Um dos muitos
exemplos é o Atlas Copco, um fabricante de compressores de ar com sede em
Nacka, na Suécia, que vem se afastando da venda direta de seus equipamentos
para, em vez disso, cobrar apenas pelo ar comprimido que é usado. As
máquinas dispostas para funcionar nas instalações dos clientes podem
monitorar o fluxo de ar comprimido e ajustar a saída, de acordo com a
necessidade do usuário.

A Indústria 4.0 também permite modelos de negócios que aproveitam a economia


da personalização – ou customização – em massa, pela qual cada produto é, de
fato, criado como um lote único. Atualmente, a fabricação digital é usada
principalmente para prototipagem, mas à medida que se este processo se torna
mais sofisticado, e à medida que o so ware e a robótica sãointegrados a novos
tipos de linhas de montagem, altos níveis de especificação se tornarão a norma.

Deslize sobre a imagem para Zoom

Figura 4 – Na economia da customização em massa, cada produto é criado como lote único.
Fonte: Lisa S., Shutterstock.

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De acordo com o que informa o Home Appliances World (2017), o fabricante de


eletrodomésticos chinês Haier, por exemplo, já faz sob encomenda suas máquinas
de lavar e refrigeradores; os clientes especificam os recursos que esperam obter
por meioda internet, ou em quiosques nas lojas de varejo da Haier, e essas
especificações são transmitidas diretamente para a linha de montagem.
Mudar para a Indústria 4.0 requer alterações importantes nas práticas e estruturas
organizacionais. Essas mudanças incluem novas formas de arquitetura de
tecnologia da informação (TI) e gerenciamento de dados; novas abordagens para
conformidade regulatória e fiscal, novas estruturas organizacionais e, o mais
importante, uma nova cultura orientada ao digital, que deve abranger a análise de
dados como uma capacidade corporativa central.
Para entender por que as análises de dados são tão importantes para a Indústria
4.0, considere a última grande revolução operacional, a qualidade e a abordagem
da produção enxuta que começou na indústria automobilística japonesa e se
espalhou pelo mundo. As análises estatísticas ensinaram engenheiros de
fabricação – e pessoas na linha de montagem – para monitorar a variação em seus
esforços, buscar oportunidades de melhoria e sintonizar o fluxo do trabalho, o que
resultou em níveis de qualidade e confiabilidade sem precedentes.
A Indústria 4.0 traz essa mesma consciência fina embutida nas próprias máquinas;
isso torna a cadeia de valor, de certa forma, autoconsciente. As máquinas podem
ser programadas, por exemplo, para detectar quando estão desperdiçando
material, tomando uma rota ineficiente de cadeia de suprimento ou errando de
alguma outra forma. As máquinas podem transmitir alertas à atenção dos
gestores, da mesma maneira que um navegador GPS pode transmitir alertas sobre
congestionamento de trânsito, ajudando um motorista a mudar o curso em rota.

Deslize sobre a imagem para Zoom

Figura 5 – As máquinas podem ser programadas, por exemplo, para detectar falhas de eficiência na
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cadeia de suprimentos.
Fonte: KAMONRAT, Shutterstock.

No estudo da PricewaterhouseCoopers (PwC) sobre a Indústria 4.0, a dificuldade


mais comumente citada para a construção de uma capacidade analítica na
empresa foi a falta de pessoas com experiência para realizar as análises. Outras
preocupações proeminentes – má qualidade dos dados, falta de acesso aos dados
certos e falta de suporte de alto nível – reforçam o que há muito é conhecido: fazer
análises de dados é difícil (PWC, 2016).

VOCÊ SABIA?
A PricewaterhouseCoopers (PwC) está entre as maiores empresas que prestam
serviços em auditoria e consultoria profissional. Foi criada a partir da fusão das
empresas londrinas Price Waterhouse e Coopers & Lybrand. Para o estudo Industry
4.0: building the digital enterprise, a PwC pesquisou dados em 26 países. Os dados da
pesquisa estão disponíveis em: https://www.pwc.com/gx/en/industries/industries-
4.0/landing-page/industry-4.0-building-your-digital-enterprise-april-2016.pdf
(https://www.pwc.com/gx/en/industries/industries-4.0/landing-page/industry-4.0-
building-your-digital-enterprise-april-2016.pdf). Para conhecer a página da PwC
Brasil, acesse o endereço: https://www.pwc.com.br/ (https://www.pwc.com.br/).

Os processos da Indústria 4.0 fornecem inúmeros dados sobre as demandas dos


clientes e sobre logística de cadeia de valor. Mas se não há compreensão de
análise destes dados e de como usá-los para aumentar a eficiência, aproximando
os parceiros da cadeia de suprimentos e desenvolvendo produtos e serviços que
os clientes realmente desejam, grande parte do esforço é desperdiçada.
A análise de dados pode fornecer informações que ajudam a remodelar os
projetos operacionais. Clique nas informações a seguir para ver alguns exemplos.

Horários de
produção

Déficits de
talentos

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Tempo ocioso

A análise de dados também pode ajudar a alcançar aspirações que pareciam


quase impossíveis anteriormente às tecnologias de análise preditiva. Por exemplo:

Sustentabilidad
e

Reutilização e
aproveitamento

Novos
mercados e
oportunidades

1.4 Pioneiros (firstmovers) e plataformas


Existem, é claro, muitos desafios associados à Indústria 4.0. A implantação exige a
aberturae colaboração de dados, em uma medida desconfortável para muitas
empresas. Esse “desconforto” pode ocorrer, por exemplo, porque as capacidades
tecnológicas necessárias e as habilidades humanas geralmente são escassas. Além
disso, a implantação envolve formas novas e desconhecidas de organização da
produção. E, talvez o mais assustador, representa também um salto de fé: os
investimentos devem ser feitos no presente, enquanto muitos dos produtos e
processos envolvidos na abordagem ainda são desconhecidos, pois estão no
futuro.
No entanto, as empresas que se refrearem, esperando para ver como será o futuro
antes de investir, ficarão para trás. Conforme o fundador do Fórum Econômico
Mundial, Klaus Schwab, declarou em seu livro A Quarta Revolução Industrial (The
Fourth Industrial Revolution): “Ao contrário das revoluções industriais anteriores,

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esta está evoluindo em um ritmo exponencial e não linear […] Não só mudando o
‘o quê’ e o ‘como’ de fazer as coisas, mas também ‘quem somos’.” (SCHWAB, 2016,
p. 14).

VOCÊ O CONHECE?
Nascido na Alemanha (1938), em 1971 o engenheiro e economista Klaus Schwab fundou o Fórum
Econômico Mundial, a primeira das muitas organizações econômico-sociais que criou desde então.
Tornou-se a principal referência em Indústria 4.0 ao publicar o livro A Quarta Revolução Industrial, em
2016. Para saber mais sobre a vida e a obra de Schwab, acesse o endereço:
http://www.edipro.com.br/produto/a-quarta-revolucao-industrial/
(http://www.edipro.com.br/produto/a-quarta-revolucao-industrial/).

Na pesquisa mundial sobre a Indústria 4.0, da PwC, mencionada anteriormente


(PWC, 2016), um pequeno grupo de empresas – 71 dos entrevistados na pesquisa,
representando apenas 4% do total – optaram por liderar o caminho. Esses
firstmovers dizem que investiram 6% ou mais de suas receitas desde 2013 em
recursos na Indústria 4.0 e também declaram altos níveis de digitalização e
vantagem competitiva. Eles aparentam encontrar ganhos rápidos em eficiência,
economia de custos e oportunidades de inovação; mais da metade está entre o
grupo que espera ver retornos de investimento rapidamente em negócio.
Navegue na interação a seguir e acompanhe algumas vantagens dos firstmovers:

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 

Uma das vantagens é a de que os firstmovers relacionam-


se com o círculo virtuoso que lançam ao se moverem
mais rapidamente do que os concorrentes, ou seja,
quanto mais se esforçam em ser pioneiros, mais
benefícios alcançam e, com estes benefícios, continuam
com o processo de serem pioneiros.

Fator ainda mais atraente são as plataformas que os firstmovers criam.


Uma plataforma é um centro de trocas e de tecnologia interoperável que
permite que uma ampla gama de fornecedores e clientes interajam de
forma transparente.

Ainda de acordo com a pesquisa da PwC, os firstmovers mais bem-sucedidos das


indústrias de so ware e internet – Amazon, Apple, eBay, Facebook, Google e
Microso , entre outras – cimentaram sua posição com plataformas poderosas e
distintivas. A Apple e o Google, por exemplo, têm 30% da receita de aplicativos
vendidos em suas plataformas de aplicativos (PWC, 2016).

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Nesse sentido, os firstmovers da Indústria 4.0 buscarão uma vantagem semelhante.


A GE e a Siemens já estão se movendo para solidificar suas posições como
provedores de plataformas. Cada uma desenvolveu um sistema baseado na
nuvem para conectar máquinas, dispositivos e sistemas – como sistemas de
planejamento de recursos empresariais (ERPs) de uma variedade de empresas –
facilitando as transações, operações e logística transparentemente entre elas,
coletando e analisando dados para uso de todos.
Em uma plataforma industrial deste tipo, informações de inteligência de mercado,
obtidas das máquinas e do comportamento das pessoas com o sistema, movem-
se suavemente para o desenvolvimento e a fabricação de produtos. Equipamentos
e so ware de vários fornecedores estão conectados; são conexões que se
estendem além das próprias paredes da empresa à cadeia de valor, para
distribuidores e fornecedores externos. O resultado líquido é a aproximação dos
clientes nas operações, analisando seus dados para melhor prever suas
necessidades, aprimorar produtos e desenvolver novas ofertas, muitas vezes
personalizadas individualmente.
A pesquisa da PwC também detectou que pequenas empresas também puderam
se estabelecer através do conceito de plataforma. Alguns fabricantes de painéis
solares, por exemplo, criaram modelos de receita inovadores que são precursores
dos modelos da Indústria 4.0. Em vez de vender diretamente painéis para seus
clientes, eles vendem a energia elétrica que esses painéis geram. O fabricante
instala os painéis (financiando os elevados custos iniciais), os mantêm e os
atualizam a um preço atraente. Em troca, o cliente assina um contrato de 20 ou 30
anos. Dessa maneira, o fabricante assume que, não importa o que aconteça
durante as décadassubsequentes, sua perícia analítica – incorporando dados
meteorológicos, financeiros e operacionais – permitirá que incorpore mudanças
tecnológicas,fornecendo energia a baixo custo. Manterá os painéis limpos, usará
sensores para detectar avarias de equipamentos (os painéis solares têm poucas
peças móveis, de modo que as quebras são relativamente raras) e atualizará os
painéis quando as tecnologias fotovoltaicas evoluírem (PWC, 2016).

As plataformas são bem-sucedidas no contexto da Indústria 4.0 devido a


um fenômeno conhecido pelos economistas como lock-in. Uma vez que
um cliente se compromete com uma plataforma tecnologicamente
abrangente – especialmente aquela que oferece vários serviços, com

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custos que continuam diminuindo e uma rede de usuários em expansão


– fica cada vez mais difícil mudar de plataforma. Todo cliente espera
poder se conectar à sua própria rede de negócios, de modo que novos
clientes se inscrevam também. Esse efeito de rede, como é chamado,
reforça ainda mais o lock-in.

Por exemplo, ao longo de 20 ou 30 anos, a plataforma de um fabricante de painéis


solares provavelmente será vinculada,através de relacionamentos da Indústria 4.0,
com as plataformas de algumas outras empresas. Estas, por sua vez, irão
influenciar outras opções feitas pelos clientes dos painéis solares. À medida que
esses clientes adicionam tecnologias inter-relacionadas, provavelmente
encontrarão suas operações trancadas nesse ecossistema – enquanto os clientes
dos competidores podem ser bloqueados em um ecossistema diferente. Em
última análise, de acordo com a pesquisa (PWC, 2016), duas ou três plataformas
provavelmente irão cobrir a maior parte do setor, assim como o IOS da Apple e o
Android do Google atualmente dividem o setor de smartphones. Na Indústria 4.0,
como em outros campos tecnológicos, quem possui uma plataforma tem acesso
ao cliente, e pode colocar sua própria marca no trabalho agregado de muitas
outras empresas.

1.5 O acelerador da globalização


A Quarta Revolução Industrial conecta cada vez mais empresas e países através de
cadeias de abastecimento e redes de sensores mundiais, o que contribuirá
progressivamente para a globalização. Ao mesmo tempo, promoverá a associação
de empresas locais. Isso ajuda a explicar por que os resultados da pesquisa da
PwC diferiram consideravelmente por região. As empresas asiáticas,
especialmente as que se baseiam no Japão e na China, esperavam os maiores
ganhos com a digitalização da Indústria 4.0, seguidas pelas empresas das
Américas, e depois pela Europa e Oriente Médio. As empresas japonesas já são as
mais avançadas neste campo, seguidas das baseadas nos EUA e depois na Europa.
As empresas em todas as regiões esperam recuperar o atraso em cinco anos (PWC,
2016).

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Como a Indústria 4.0 interage mundialmente, as nações emergentes


provavelmente terão os máximos benefícios para ganhar, elas podem aproveitar a
digitalização para obter eficiência em sua integração horizontal, trabalhando com
os fabricantes globais para fornecer todo tipo de matérias-primas, peças e
componentes. Quanto mais estreitamente se alinharem às plataformas da
Indústria 4.0, mais clientes potenciais poderão alcançar.
Este grande empenho pela integração está ganhando força em um momento de
fragmentação política – considerando a proteção da indústria local, os governos
podem tornar o comércio internacional mais difícil, dificultando, também, o
deslocamento de pessoas e produtos através das fronteiras. A Indústria 4.0
poderia superar essas barreiras ao permitir que as empresas transferissem apenas
sua propriedade intelectual, incluindo seu so ware, ao mesmo tempo em que
cada nação possa manter suas próprias redes de produção.
Nesse sentido, futuros avanços na impressão em 3D, por exemplo, permitirão que
praticamente qualquer empresa venda em qualquer lugar e fabrique
componentes, peças sobressalentes e (potencialmente) equipamentos industriais
sem ter de enviar as peças acabadas. Dessa forma, as operações se tornarão, ao
mesmo tempo, mais globais e mais locais.

1.6 Caminho para as empresas


As capacidades digitais são vitais para avançar na Indústria 4.0. Desenvolver estas
capacidades leva tempo e concentração, sendo importante uma abordagem passo
a passo. A mudança deve ser encarada com rapidez para não deixar a vantagem do
primeiro movimento para a concorrência.
De acordo com as empresas entrevistadas pela PwC, estes são os passos
verificados (PWC, 2016):

MAPEAR ANTES UMA ESTRATÉGIA


COMEÇAR COM PROJETOS-PILOTO
DEFINIR AS CAPACITAÇÕES NECESSÁRIAS
TORNAR-SE UM EXPERT EM ANÁLISE DE DADOS

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BUSCAR A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL DA EMPRESA


ADOTAR UMA PERSPECTIVA ECOSSISTÊMICA

Finalmente, não comprar o hype, ou seja, não se iludir com falsas promessas.
Comprar a realidade – o que está funcionando na prática. A Indústria 4.0
constituirá uma enorme vantagem para as organizaçõesque entendem o que
significa. Mudanças dessa natureza transcenderão os limites da empresa – e
provavelmente as fronteiras dos países onde faz negócios.

Síntese do capítulo
Concluímos este estudo, que nos possibilitou compreender que estamos passando
pela Quarta Revolução Industrial: a Indústria 4.0, caracterizada pela hiperconexão
dos dispositivos computacionais.
Neste capítulo você ter a oportunidade de:
entender, historicamente, por que os avanços tecnológicos atuais podem ser
considerados como impulsionadores de uma nova revolução industrial;
conhecer as principais tecnologias que caracterizam a Quarta Revolução
Industrial;
identificar os principais impactos da Quarta Revolução Industrial em uma
empresa.

Referências bibliográficas
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use of exponential Technologies, 24 out. 2014. Disponível em:
https://www2.deloitte.com/content/dam/Deloitte/ch/Documents/manufacturing/ch-
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(https://www2.deloitte.com/content/dam/Deloitte/ch/Documents/manufacturing/ch-
en-manufacturing-industry-4-0-24102014.pdf). Acesso em: 07/12/2017.

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GEISSBAUER, Reinhard; VEDSØ, Jesper; SCHRAUF, Stefan. A Strategist’s Guide to
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