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História e cultura do Maranhão

Maranhão antes dos europeus


Os primeiros habitantes do Maranhão faziam parte de dois grupos indígenas: os tupis e os jês. Os tupis
habitavam o litoral. Já os jês habitavam o interior. Os dois povos indígenas que pertencem ao grupo tupi são os
guajajaras e os urubus. Os guajajaras e os urubus apenas foram pacificados em pleno século XX. Os Guajajara são
um dos povos indígenas mais numerosos do Brasil. Habitam mais de 10 Terras Indígenas na margem oriental da
Amazônia, todas situadas no Maranhão. Sua história de mais de 380 anos de contato foi marcada tanto por
aproximações com os brancos como por recusas totais, submissões, revoltas e grandes tragédias. A revolta de 1901
contra os missionários capuchinhos teve como resposta a última "guerra contra os índios" na história do Brasil
Domínio francês
Denomina-se França Equinocial aos esforços franceses de colonização da América do Sul, em torno da
linha do Equador (antigamente denominada de linha Equinocial), no século XVII. O mais significativo legado
desse empreendimento colonial é a cidade de São Luís, atual capital do Maranhão, originalmente uma feitoria
francesa. O estabelecimento da chamada França Equinocial iniciou-se em Março de 1612, quando uma expedição
francesa partiu do porto de Cancale, na Bretanha, sob o comando de Daniel de La Touche, Senhor de la Ravardière.
Este nobre, que em 1604 havia explorado as costas da Guiana com o navegador Jean Mocquet, havia tido
os seus planos de colonização do Novo Mundo adiados devido à morte de Henrique IV de França em 1610. Agora,
com cerca de quinhentos colonos a bordo de três navios – "Régente", "Charlote" e "Saint-Anne" -, dirigia-se à
costa norte do atual estado brasileiro do Maranhão. Para facilitar a defesa, os colonos estabeleceram-se numa ilha,
onde fundaram um povoado denominado de "Saint Louis" (atual São Luís), em homenagem ao soberano, Luís
XIII de França (1610-1643). No dia 8 de Setembro de 1612, frades capuchinhos rezaram a primeira missa, tendo
os colonos iniciado a construção do "Fort Saint Louis".
Cientes da presença francesa na região, os portugueses reuniram tropas a partir da Capitania de
Pernambuco, sob ordem de Alexandre de Moura e comando de Jerônimo de Albuquerque. As operações militares
culminaram com a capitulação francesa em 4 de novembro de 1615. Poucos anos mais tarde, a partir de 1620,
iniciou-se o afluxo de colonos oriundos da Capitania de Pernambuco e do Reino de Portugal, tendo a povoação de
São Luís começado a crescer, com uma economia baseada principalmente na agro-manufatura açucareira.
Batalha de Guaxenduba
Conflito entre portugueses e franceses, liderada por Daniel de La Touche objetivando o domínio do
território maranhense. Os nativos consideravam os franceses menos hostis, por isso se alinharam a eles na batalha.
Em meio ao ataque violento e grandes perdas, os franceses tiveram que fugir. Alguns franceses ficaram no
Maranhão, como Charles Des Vaux, que ajudava na comunicação com os nativos; os que permaneceram eram em
sua maioria ferreiros. Em janeiro de 1616, Daniel de La Touche foi levado à força para Pernambuco, onde recebeu
uma indenização e perdão do governador-geral, para evitar que se juntasse a outros corsários franceses e os
liderasse novamente. Em 1619, ao exigir o aumento da pensão estipulada pela Coroa portuguesa, foi preso em
Lisboa, permanecendo encarcerado por três anos na Torre de Belém.
A ação jesuíta no Maranhão
Os jesuítas tiveram um papel importante no mundo colonial, sobretudo, nas terras da coroa portuguesa.
Com a lei de 1° de abril de 1680, D. Pedro II dava aos jesuítas o poder dos descimentos, isto é, do domínio sobre
os nativos. A provisão autorizava a repartição dos índios em três partes: uma para ficar nas aldeias trabalhando
para o próprio sustento, a segunda para serem distribuídas aos moradores e a útima para seres usados na exploração
da floresta. Os moradores e autoridades ficaram insatisfeitos com as práticas dos padres da Companhia de Jesus,
pois costumavam tirar os índios do trabalho doméstico e da extração das “drogas do sertão” (cacau, tabaco,
castanha e etc). Por conta disso, foi criada Companhia do Comércio do Estado do Maranhão, que objetivava, por
meio do estanco, a introdução de escravos africanos, pela necessidade da mão de obra.
O descumprimento do estanco ocasionou o movimento conhecido como Revolta dos Beckman, liderado
pelos irmãos Manoel Beckman, essa revolta tinha como principal reclamação o estado de pobreza do Maranhão e
Grão-Pará, relacionadas diretamente com a atuação dos jesuítas nas missões e aldeamentos. Essa revolta foi contida
e seus líderes enforcados. Contudo, a mão de obra indígena continuou a ser utilizada em larga escala.
Maranhão e a independência do Brasil
A Capitania do Maranhão teve como último governador o Marechal do Exército de Portugal Bernardo da
Silveira Pinto da Fonseca. A qualidade desse político foi a de um excelente administrador. O militar português
imprimiu o jornal mais antigo já publicado no estado, O Conciliador do Maranhão, fato que marca a chegada da
tipografia em território maranhense. Mas naquela época, a independência já era prevista pelo sentimento de
nativismo. As duas forças que concorreram para a independência foram: uma decisiva e outra circunstancial. A
força decisiva era a rebelião local. Apoiavam a rebelião local os cidadãos do Piauí e os sertanejos cearenses. Foi
repetido pelos cidadãos do Piauí e sertanejos cearenses o s mesmos caminhos que os índios andaram 300 anos
antes na Serra da Ibiapaba. A segunda força foi circunstancial, quando estiveram presentes os navios de Lord
Thomas Cochrane. Em 1823, o imperador Pedro I do Brasil contratou Lord Thomas Cochrane para ser o
comandante da esquadra brasileira em combate com os colonizadores vindos de Portugal. Quando o almirante
inglês esteve presente no Brasil, foi desencorajado por ele qualquer resistência tentada por parte dos colonizadores
vindos de Portugal que moravam em São Luís.
Os separatistas já haviam feito o domínio das terras em direção ao litoral. Foi completada a vitória por
Cochrane e assegurada a independência durante a entrada no porto e foram obrigados a se render os reforços
portugueses que chegaram nos dias anteriores. Foi iniciada uma fase de disputas pelo governo. Marcou esta fase
de disputas políticas o contraste entre o nativismo exaltado e o conservadorismo moderado. As disputas políticas
foram redundantes em violências contrárias aos portugueses. A linha radical teve como principal representante o
profissional do direito provisionado Miguel Inácio dos Santos Freire Bruce. O advogado provisionado expulsou
todos os colonizadores vindos de Portugal. A redução da expulsão foi para os portugueses que não tivessem
propriedade ou não fossem profissionais. Enquanto ocupava o cargo de primeiro presidente provincial, Lord
Cochrane acusou Bruce por causa da veiculação das ideias pró-república, pelo que foi preso e deposto pelo oficial
da marinha britânica. O almirante inglês mandou o infrator ao Rio de Janeiro, onde foi julgado inocente. O
principal expoente da tendência moderada foi José Félix Pereira de Burgos. Nomeou-se ainda primeiro comandante
de armas na vila de Itapecuru (atual Itapecuru-Mirim). Foi passado então o comandante para o lado em que se
encontravam os independentes. Foi assegurado a eles que o vale fosse dominado totalmente. Em troca desse favor,
a ação dos portugueses foi limitada.
Os reis Dom João VI de Portugal e Dom Pedro I do Brasil tiveram como amigo pessoal o bispo D.
Joaquim de Nazareth. Foi defendido por Sua Excelência Reverendíssima que o Brasil fosse unido diretamente com
Portugal e que fossem desmembradas as que se chamavam "províncias austrais". O então religioso era amigo
pessoal de João VI de Portugal e de Pedro I do Brasil. A força da exaltação nativista era maior que a do
nacionalismo liberal de Bruce. Bruce era um nacionalista liberal e a exaltação nativista tinha estreita relação com
o desejo de república. As principais pessoas que representavam o nacionalismo exaltado foram o boiadeiro baiano
Salvador Cardoso de Oliveira, Domingos da Silva e o capitão-do-mato João Ferreira do Couto. O boiadeiro baiano
Salvador Cardoso de Oliveira foi o primeiro defensor da independência e que fez a sua junção com os cidadãos do
Piauí e do Ceará, na margem oriental do rio Parnaíba. Domingos da Silva era conhecido pelo apelido de Matrauá
e foi um dos participantes do movimento revolucionário da Balaiada. O capitão-do-mato João Ferreira do Couto
esteve à frente de uma guerrilha formada por quarenta homens. Manga do Iguará foi invadida e o comandante do
contingente local morreu assassinado.
Houve uma reunião entre Salvador Cardoso de Oliveira e os independentes do Piauí no dia 12 de março
de 1823. No dia seguinte, a primeira tropa que lutou pela independência do Brasil, que era formada por oitenta
homens, foi o contingente militar que teve a participação na batalha do Jenipapo. No final de março, no arraial de
São João dos Matões, piauienses e maranhenses, que vieram da margem oriental do rio Parnaíba, saudaram o
imperador e a independência foi jurada. No dia 17 de abril, o brigadeiro português João José da Cunha Fidié veio
do Piauí para invadir Caxias. No dia 18 de junho, o tenente-coronel José Félix Pereira de Burgos foi passado para
os independentes e o resto da tropa se rendeu. O tenente-coronel José Félix Pereira de Burgos era comandante-
geral de Itapecuru-Mirim. Entre 18 e 20 de julho, ou seja, num período de três dias, Burgos, através de uma câmara
geral, fez quatro membros eleitos para a direção do governo civil, e deixou que o povo da capital indicasse mais
três pessoas. Escolheram a própria pessoa cujo sobrenome era Burgos para ser o governador das armas. No dia 23
de julho, a junta de São Luís foi intimada pelo novo governo para a independência a ser proclamada. E, no dia 10
de agosto, em Caxias, Fidié foi demitido a si mesmo e o tenente-coronel Luís Manuel de Mesquita rendeu-se.
Naquela época, em São Luís, a junta provisória reuniu um conselho e foi pronunciada por ela a
independência. Por parte da tropa foi tentada a proclamação, mas receberam a tiros, nas imediações do palácio do
governo, os soldados que juravam fidelidade ao comandante português marechal Agostinho de Faria. Durante o
dia 14, no porto de Itaqui foram atracados sete navios com tropas vindas de Portugal, que escapavam da derrota
em território baiano. A junta dissolveu a câmara e a tropa que era contra a independência foi comunicada, no
momento em que foi deliberado o envio de emissários aos chefes independentes para a negociação de armistício,
até a solução do caso pelos monarcas Pedro I do Brasil e João VI de Portugal. No dia 26 de junho, o porto de São
Luís recebeu a entrada do almirante Cochrane. Dois dias depois, Cochrane proclamou a independência.
Pelos interesses conflituosos, mas especialmente os sentimentais, entre brasileiros que nasceram no Brasil
e brasileiros naturalizados foi tomada a época compreendida entre as décadas de 1800 e 1850 do século XIX. A
radicalidade foi do nativismo. A agitação invadiu São Luís, ao sabor dos acontecimentos do governo. A grande
classe baixa, os mestiços de brancos com índios e os trabalhadores braçais da escravidão, não tinham limitação em
estar presente nos acontecimentos, porém muitos deles eram tomados em parte dessa multidão oprimida. Entre
1838 e 1840, houve o susto da sociedade no terrível movimento revolucionário da balaiada. Depois de vencer os
balaios, foi estabilizado o domínio dos caucasianos e reafirmada a estrutura da sociedade. Desde 1771 teve início
a escravidão. Geralmente, a atividade econômica dos imigrantes vindos de Portugal era o comércio. Houve a
continuidade da chegada dos imigrantes portugueses pelo porto de São Luís. Era feita domesticação dos indígenas
como caboclos. A profissão dos indígenas nas fazendas era a de agregados ou vaqueiros e na capital a de artífices.
Em São Luís, era sofrida pelos indígenas a habilidade dos pretos concorrentes, escravos ou na maioria das vezes
alforriados, e dos economicamente desprivilegiados vindos da Europa. Pelas famílias europeias de baixa renda era
trazida de Portugal dos outros países europeus a ciência artesanal que não precisa de capital.
Cultura maranhense
Bumba-Meu-Boi

Elevado a Patrimônio Imaterial do povo brasileiro, a manifestação tem origens indefinidas, mas elementos
culturais africanos e europeus, introduzidos principalmente por meio da religiosidade, são evidentes. Nas
comunidades que fazem a brincadeira, as celebrações e o trabalho em torno da festa duram praticamente o ano
inteiro. Um dos desafios é preparar o couro do boi, revestimento de camurça belamente decorado com canutilhos
que recobrem o corpo do animal, pois é de bom tom que este seja renovado a cada temporada. Mas é durante os
festejos juninos que ele reina absoluto, arrastando multidões e encantando quem assiste pela primeira vez suas
apresentações. No Bumba-Meu-Boi do Maranhão a variedade de sotaques e ritmos, faz a diferença.

São basicamente cinco:

Sotaque de Zabumba
Ritmo original do Bumba-meu-boi, marca a forte influência africana na manifestação. São utilizados instrumentos
como pandeirinhos, maracás e tantãs, além das zabumbas. No vestuário destacam-se golas e saiotas bordadas e
chapéus com fitas coloridas. Pertencem a esse grupo bois como o Boi Fé em Deus e Boi de Leonardo.
Sotaque de Orquestra
Ao incorporar outras influências, o Bumba-meu-boi ganha o acompanhamento de diversos instrumentos de sopro
e cordas. O vestuário é bem elaborado e diferenciado dos demais ritmos. Dentre os mais conhecidos, estão Bois
de Axixá, Boi de Sonhos e Boi de Nina Rodrigues.

Sotaque de Pindaré
Matracas e pandeiros pequenos dão o ritmo deste sotaque. E o personagem Cazumbá, uma mistura de homem e
bicho é o destaque que diverte os brincantes e o público. Destacam-se os bois da Baixada, o Boi de Apolônio, Boi
de Pindaré, Boi Unidos de Santa Fé.
Sotaque de Costa de Mão
Típico da região de Cururupu – Floresta dos Guarás – recebe este nome em virtude de uns pequenos pandeiros
tocados com as costas das mãos. Além de roupa em veludo bordado, os brincantes usam chapéus em forma de
cogumelo, com fitas coloridas e grinaldas de flores. O Boi de Cururupu é o mais tradicional.
Sotaque da Ilha ou de Matraca
Como são conhecidos os bois originários da ilha de São Luís e que utilizam como principais instrumentos as
matracas e os chamados pandeirões. São os mais populares e queridos, formando verdadeiras nações, a exemplo
dos bois de Maracanã, Maioba e Madre Deus.
Em todo o estado, são mais de quatrocentos grupos de Bumba-Meu-Boi encantando quem assiste a essa bela
demonstração popular.

Tambor de crioula e danças populares


Manifestação de raízes africanas que só existe no Maranhão, o Tambor de Crioula foi reconhecido em
2011 como Patrimônio Imaterial Brasileiro. Alegre, sensual e irreverente, pode ser apreciado ao ar livre, nas praças,
casas e interior de terreiros por todo o Maranhão, mas sobretudo em São Luís.
Não tem uma época fixa de apresentação, mas pode-se observar uma concentração maior nos períodos
que correspondem ao Carnaval, às festas de São João e a partir do 2° sábado de agosto, quando ocorrem também
as rodas de Bumba-Boi. Os tocadores e coureiras, como são chamadas as dançarinas do Tambor, ganham as ruas
espalhando animação e muito ritmo.
O som é extraído de tambores tradicionalmente feitos de troncos de árvores e recobertos de couro de
cabra. E o vestuário, extravagante, é composto por saias rodadas e coloridas, blusas rendadas, turbantes e uma
profusão de colares.

O Tambor de Mina

Tambor de Mina é a denominação mais difundida no Maranhão dentre as religiões de origem afro. O
culto que se originou em São Luís e a partir daí difundiu-se para outros estados, tem duas casas principais: a Casa
das Minas, mais antiga, e a Casa de Nagô, que deu origem a outros terreiros na capital. O nome Mina deriva de
Negro-Mina, como eram chamados os escravos que, em sua vinda para o Brasil, partiam da costa da Mina, na atual
Gana. Essas casas ainda são mantidas por descendentes africanos e distanciam-se das formas de cultos afros
praticados pelo Candomblé na Bahia e no Rio de Janeiro. Nelas, cultuam-se entidades chamadas voduns, que se
incorporam durante rituais discretos, às vezes só notados por pequenos detalhes da vestimenta. É comum, nos
terreiros de Mina, a realização de festas populares e religiosas, como a Festa do Divino Espírito Santo e a Festa de
São Benedito. Em dias assim, os templos abrem suas portas para convidados.

Festa do Divino

Comemorada, durante todo o mês de maio, desde os tempos coloniais, a Festa do Divino Espírito Santo
é uma curiosa mistura de devoção ao Divino com homenagens ao Império. O “imperador” e sua corte, representada
em trajes típicos, visitam as casas dos festeiros. Os cortejos populares percorrem as ruas da cidade entoando
cânticos até chegar à casa do Imperador, que recebe as homenagens com uma dança peculiar, entoando cantigas
de louvor ao Divino ao toque das caixeiras. Ao final, são servidos bebidas e doces para a população que participa
da festa. A festa do Divino é celebrada em todo o Maranhão, principalmente em Alcântara e São Luís.
Na cidade de Alcântara, os quilombolas encontravam refúgio para manter “quase que intactos” seus
hábitos e crenças. Aqui, a Festa do Divino é uma forte tradição e fica ainda mais bonita, integrada ao casario do
tempo do Império. Em São Luís, a festa também faz parte do calendário religioso de terreiros de Tambor de Mina,
como são denominadas as casas de culto afro-maranhenses, apesar de ser um ritual próprio do catolicismo. A
origem da Festa do Divino remonta às celebrações religiosas realizadas em Portugal a partir do século XIV, nas
quais a terceira pessoa da Santíssima Trindade era festejada com banquetes coletivos designados de Bodo aos
Pobres com distribuição de comida e esmolas.

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