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Explique o que são tais dados da existência.

Explique como a forma de


relacionamento com os dados da existência relacionam-se ao desenvolvimento de
patologias

O que caracteriza a existência individual é que o indivíduo escolhe e constrói


seu próprio destino, através de nossa consciência somos completamente capazes de fazer
escolhas, as quais darão sentindo a nossa existência. As escolhas do indivíduo podem ser
consequências de experiências passadas, para assim projetar um novo futuro. Segundo
Teixeira (2018, slide 4), “escolher o futuro envolve ansiedade (associada ao medo do
desconhecido) e escolher o passado envolve a culpabilidade (associada à consciência das
possibilidades perdidas). ” Em outras palavras podemos dizer que o futuro sendo como
incerto nos causa medo, pois o desconhecido pode ser algo bom ou ruim,
independentemente de nossas escolhas nunca teremos a certeza do que o futuro nos
reserva, por mais que nos planejemos e sigamos este planejamento, como diz o ditado “o
futuro a Deus pertence”, pois só Ele é capaz de saber de todas as coisas.
O desenvolvimento do indivíduo depende de como ele interage com os outros,
isto pode causar um confronto de dados da existência, na qual o indivíduo desenvolve
ansiedades. Teixeira (2018, slide 13) afirma que o ato da existência envolve
a consciência da tragédia perante a condição humana, construída por
insegurança, frustração e pelas perdas irreparáveis e, por outro lado,
pela consciência da esperança que resulta da liberdade de escolha, de
autor realização, da dignidade individual, do amor e da criatividade.

Assim, esses dois eixos norteiam o indivíduo na construção de sua personalidade


e como essa personalidade se insere na existência do indivíduo. Conforme Gonçalves, os
dados da existência podem ser resumidos da seguinte maneira:

Consciência da morte: trata-se da possibilidade do fim de todas as


possibilidades (polaridade existência/finitude), o que gera ansiedade e
medo.
Consciência da liberdade: implica a experiência de responsabilidade
e autonomia no sentido das escolhas concretas e situadas que envolvem
medo do incerto e do desconhecido.
Consciência da solidão: implica a experiência de isolamento, com
medo da separação. A ansiedade emerge do conflito
solidão/sociabilidade.
Consciência da falta de sentido: implica a experiência do vazio e o
desespero associado ao absurdo do existir. A ansiedade emerge do
conflito entre falta de sentido/projeto e a coragem, que é a capacidade
para continuar em direção ao futuro apesar do desespero. (TEIXEIRA,
2018, slide 14).
Ao confrontarmos os dados da existência com o desenvolvimento das patologias,
faremos um comentário a respeito de cada um deles.
Com relação à psicoterapia existencial pode se interpretar como a maneira de o
indivíduo tornar consciente a existência de um sofrimento, ter contato com o real e de
uma certa forma aprender a lidar com a dor criando uma base e estrutura para continuar
sua vivência dentro do meio em que está inserido. Importante ressaltar que ao se tornar
consciente o indivíduo da existência de um sentido para determinados sofrimentos, de
fato não elimina a dor e angustia do sujeito presente, no entanto, obtém acesso a uma
vasta amplificação de escolhas, modificando-as para melhor enfrentá-las.
Na psicoterapia existencial enfatizam-se as dimensões histórica e de projeto e a
responsabilidade individual na construção do seu-mundo. Visa a mudança e a autonomia
pessoal (TEIXEIRA, 2006). Desse modo, tem como finalidade colocar o indivíduo frente
a suas relações interpessoais viabilizando uma compreensão de si próprio, um
conhecimento de si próprio para responsabilizar-se de sua própria existência.

Na medida em que o indivíduo cuida da sua existência procurando


conhecer-se e compreender-se, descobrindo-se na relação com o outro,
constrói o seu mundo dando sentido à sua existência e escolhendo viver
de acordo com os seus valores (o que confere um carácter único e
singular) e responsabiliza-se por si próprio na realização do seu projeto
(TEIXEIRA, 2006, p.3).

Desta maneira, os dados da existência estão para nos lembrar do cuidado de si, a
busca da auto-compreensão, o autoconhecimento e o livre arbítrio para decidir quais
escolhas faremos, o que dirá respeito à nossa existência, em termos de sujeitos livres ou
alienados.
Considerando o aforismo sartreano “não somos aquilo que fizeram de nós, mas o
que fazemos com o que fizeram de nós”, de um modo geral, poderíamos afirmar que o
grau de liberdade de um indivíduo, em termos de escolhas individuais conscientes, está
relacionado com a formação das patologias no relacionamento desse indivíduo com os
dados da existência.
Quanto maior a liberdade de nos livrarmos do que fizeram de nós e passar a agir
no terreno de o que que eu faço para modelar aquilo que fizeram de mim, menor será a
possibilidade de formação de patologias. Dos dados da existência, a consciência da
liberdade provavelmente seja o que mais se relaciona com a angústia do sujeito. A partir
de uma livre escolha, em que se coloca em jogo conscientemente o temor da incerteza do
resultado e a responsabilidade pela ação que se produz, passa-se a operar uma
descompressão do sentimento angustiante a instâncias de uma vitalidade existencial. Se,
de maneira contrária, são outras instâncias as que tomam as decisões por nós (pais,
família, amigos, sociedade, religiões etc.), o sentimento de impotência diante da falta
dessa vitalidade existencial irá (ou poderá) consumir o sujeito em um círculo vicioso
patológico.
Quanto aos dados da existência, podemos ter medo da morte, mas assumirmos que
somos seres finitos. Embora a morte física seja uma constatação (e veja-se que
constatamos isso em outros e não em nós), não é possível falar da morte em si, da qual
nada sabemos, e sim da finitude da vida, de que somos cientes. Falar da morte é possível
sob uma perspectiva exterior, pois ela não é apreensível à experiência humana: nada
sabemos dela, sabemos do deixar de existir, sabemos da finitude da vida, da saudade do
que não mais está, mas o conceito per se escapa a toda ordenação humana. Ao assumirmos
nossa finitude podemos evitar cair em uma hipocondria crônica, por exemplo.
No que tange ao sentido da vida, podemos mencionar o psiquiatra austríaco Viktor
Emil Frankl, fundador da logoterapia, um dos primeiros cientistas a se preocupar e
investigar o sentido existencial do indivíduo e a dimensão espiritual da existência. Na
teoria acima mencionada, Frankl procura constatar o grau de importância da questão do
sentido da vida como o principal fator de sobrevivência do ser humano. Conforme o autor,
as pessoas que têm definido um “sentido” para a existência, um “por que” ou “para que”
viver a vida têm mais possibilidades de suportar os fatos adversos e os problemas
decorrentes do existir. Diz ele:

A busca do indivíduo por um sentido é a motivação primária em sua


vida, e não uma "racionalização secundária" de impulsos instintivos.
Esse sentido é exclusivo e específico, uma vez que precisa e pode ser
cumprido somente por aquela determinada pessoa. Somente então esse
sentido assume uma importância que satisfará sua própria vontade de
sentido. Alguns autores sustentam que sentidos e valores são "nada
mais que mecanismos de defesa, formações reativas e sublimações".
Mas, pelo que toca a mim, eu não estaria disposto a viver em função
dos meus "mecanismos de defesa". Nem tampouco estaria pronto a
morrer simplesmente por amor às minhas "formações reativas". O que
acontece, porém, é que o ser humano é capaz de viver e até de morrer
por seus ideais e valores! (FRANKL, 1987, p.58).
Assim, o enfrentamento desse dado da existência que diz respeito à falta de sentido
a partir de uma livre escolha muito provavelmente ajudará na evitação da formação de,
por exemplo, uma depressão.
Para a solidão, podemos fazer uma breve digressão. Na sociedade (pós moderna)
em que vivemos, as causas da solidão correspondem a diversos fatores: “aludem a uma
atomização da sociedade, a uma incapacidade de comunicação, a uma certa falência da
linguagem, a um regime de atos compulsivos, sexuais ou outras adições” (TANIS, 2005,
p. 276). Todos esses fatores são passíveis de intervir na origem da falta (do objeto de
desejo, conforme Sigmund Freud) que deriva na solidão, mas vê-se que há, ao mesmo
tempo, uma interligação entre eles, circunstância que vai servir de base para a solidão do
sujeito: o desagregamento do grupo que torna os indivíduos isolados em uma
pseudocomunidade está dado pela falta de comunicação, originada justamente por essa
“falência” da linguagem, significantes que já não mais são, ou não mais se encontram ou
se correspondem como quando fomos constituídos como sujeitos. A compulsão à
utilização do whatsapp, por exemplo, pode ser um sintoma do pavor de o indivíduo não
pertencer, ficar excluído. Porém, se essa escolha nos é imposta desde fora, a própria falta
de liberdade do escolher promoverá ou poderá promover um sentimento de impotência,
ao que poderão seguir diversas neuroses, angústia como mínimo.
Para o existencialismo, as perturbações mentais não são dados isolados que podem
ser classificados conforme algum manual de psiquiatria, mas correspondem ao processo
de construção do indivíduo inserido no mundo. Nesse processo podem ser feitas escolhas
livres e escolhas superficiais, falsas escolhas; a quantidade e qualidade dessas escolhas
vai determinar o montante de angústia que será desenvolvido com o correlativo
surgimento de uma ansiedade neurótica.
O existencialismo, conforme Jolivet apud Figueiredo (2017, p. 187), é o “ato de
uma liberdade que se constitui afirmando-se e que tem unicamente como gênese ou
fundamento esta afirmação de si”. Ou como propõe Teixeira (2018, slide 15), “negando
sua liberdade de escolha e sua responsabilidade, o indivíduo nega a possibilidade de
escolher livremente seu futuro”. O nosso relacionamento com os dados da existência, se
construído sobre o alicerce da liberdade de escolhas, evitará a formação das patologias
que tanto afetam o indivíduo em sociedade nos tempos de hoje.

REFERÊNCIAS
FIGUEIREDO, L. C. M. Matrizes do pensamento psicológico. Petrópolis: Vozes,
2017.

FRANKL, Viktor Emil. Em busca de sentido. Porto Alegre: Sulina, 1987.

TANIS, Bernardo. Solidão: clínica e cultura. In: BARONE, Leda Maria Codeço. A
Psicanálise e a Clínica Extensa: II Encontro Psicanalítico da Teoria dos Campos por
Escrito. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.

TEIXEIRA, José A Carvalho. Introdução à psicoterapia existencial. 2018. 26 slides.

________ Introdução à psicoterapia existencial. Revista Análise Psicológica, Lisboa, v.


24, n. 3, p. 289-309, jul. 2006.

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