VALOR: 10,0
NOTA:
IFMA/Campus Açailândia
Disciplina: Língua Portuguesa 6
Professor: Saulo Lopes de Sousa
Aluno(a): _______________________________________________
PROVA FINAL
As questões de 1 a 7 referem-se ao conto Tentação, de Clarice Lispector
1. Nos dois primeiros parágrafos do conto, o
narrador:
a) caracteriza física e psicologicamente a menina.
b) estabelece uma relação de causa e efeito entre a
presença da pessoa “no ponto do bonde” e o estado da
menina.
c) prioriza a caracterização do espaço, pondo, em
segundo plano, a personagem-protagonista.
d) justifica a situação da menina com a de todas as
mulheres.
e) expõe a condição de segurança da menina, sozinha,
sentada à porta de sua casa.
2. Conforme o texto, é possível dizer que:
a) o processo de identificação entre a menina e o cão se
dá pelo físico e pela ausência de liberdade.
b) a mulher que conduzia o cão simbolizou, para a
garota, a barreira na comunicação.
c) o encontro entre a menina e o cão foi um
acontecimento previsível.
d) a realidade configurada tem conotação social.
e) após troca de olhares com o cão, a menina
permaneceu na mesma condição existencial.
3. A partir da leitura do conoto, julgue os itens
abaixo.
I. Um dos aspectos mais destacados no conto é a
sensação inicial de desconforto da menina protagonista
por não encontrar identificação com outros ao seu
redor. Isso faz pensar nas temáticas da solidão
ontológica e da “experiência” do estrangeiro,
recorrentes nas reflexões da ficção da autora.
II. A menina do conto “Tentação” sente-se atraída pela
transgressão, que vem de sua condição de desajustada,
carente da companhia e da referência de familiares. O
fascínio que o cachorro lhe provoca a leva a pensar em
possuí-lo, a fim de aplacar a solidão que sente. Há de
sua parte a intenção inicial de roubo do cão, logo
repensada e abandonada devido a um súbito sentimento
de culpa, que torna o final da narrativa melancólico.
III. A condição da menina diante do cachorro é alvo de
uma densa análise feita pelo narrador. É comum na
ficção de Clarice Lispector a indagação das motivações
dos personagens, bem como os conflitos que perpassam
as tomadas de decisão. A menina do conto, depois da
experiência inicial de incômodo provocado pela
“diferença” (real ou meramente percebida por ela),
sente-se feliz por saber que há “outros” iguais a ela no
mundo. Contudo, embora deseje, ela sabe que não
Turma: __________________
poderá ficar com o cachorro. Trata-se de outro
aprendizado: o das impossibilidades com que devemos
aprender a conviver.
Estão corretas as afirmativas:
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas II e III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
4. No conto, há vários elementos de identificação
entre “Ela (a menina)” e o basset ruivo. Uma
afirmação, entretanto, que não apresenta essa
relação encontra-se em:
a) “Foi quando se aproximou a sua outra metade neste
mundo (...0”.
b) “(...) um irmão em Grajaú”.
c) “Eles se fitavam profundos, entregues, (...)”.
d) “A dona esperava impaciente sob o guarda-sol.”.
e) “(...) – lá estava uma menina, como se fora carne de
sua ruiva carne”.
5. O conto apresenta várias figuras de linguagem,
inclusive a prosopopeia, que consta na seguinte
alternativa:
a) “(...) – a cabeça da menina flamejava”.
b) “Na rua vazia as pedras vibravam de calor (...)”
c) “Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta
involuntária”.
d) “Segurava-a com um amor conjugal já habituado”.
e) “Ela com sua infância impossível”.
6. A simbiose entre a menina e o cão se dá, no conto,
através de vários recursos, sobretudo o de
zoomorfização da menina, presente em:
a) “Mas ambos era comprometidos”.
b) “Mas ele foi mais forte que ela”.
c) “Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos”.
d) “A dona esperava impaciente sob o guarda-sol”.
e) “O basset ruivo afinal despregou-se da menina”.
7. Uma das bases estilísticas para confecção do conto
é o cromatismo. Em todos os excertos, há alusão a
cor da paixão, exceto em:
a) “nem uma só vez olhou para trás”.
b) Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos”.
c) “(...) como se fora carne de sua ruiva carne”.
d) “(...) - cabeça da menina flamejava”.
e) “(...) ela estava sentada num degrau faiscante da
porta, (...)”.
As questões de 8 a 10 referem-se ao poema Tecendo a manhã, de João Cabral De Melo Neto
 Tecendo a manhã
1 2
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
MELO NETO, João Cabral de. Educação pela pedra. Obra
completa. 3ª ed. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1994. p. 345.
8. Sobre o poema d) Somente II e IV desencontro entre os de linguagem
Tecendo a Manhã, estão corretas. seres. figurada, em
de João Cabral de e) Somente III e IV decorrência da
Melo Neto, e o estão corretas. 10. Sobre o texto opção temática por
modernismo acima e seu autor, um fenômeno típico
brasileiro, analise 9. Observe a analise as do Nordeste e por
as afirmativas uma escolha formal
abaixo e, em que consagra um
seguida, assinale a estilo contraposto ao
alternativa que do Romantismo.
apresenta a IV. O poema tem
sequência correta. como fonte
inspiradora um
I. O poema, fenômeno da
pertencente ao livro natureza, cuja
A Educação pela descrição ocupa toda
Pedra, de João sua extensão,
Cabral de Melo desentranhado
Neto, revela a face metaforicamente
mais lírica e menos suas características e
objetiva do poeta o modo como ele se
modernista, na produz, desde seu
evocação da início até sua
concepção mágica e consecução plena.
propiciatória dos V. O autor é o
cantos dos galos. primeiro grande
II. É possível imagem. afirmações poeta do movimento
assegurar que o A leitura da seguintes. pós-modernista
poeta João Cabral de pintura e do poema I. O autor, nesse brasileiro, e o traço
Melo Neto realiza permite que se poema, como crítico temático que o
plenamente, em entreveja a atento e observador caracteriza é a
“Tecendo a Manhã", importância da: da realidade, revela abordagem da
o seu projeto de a) expectativa de uma de suas faces solidão e do
impessoalidade da pessoas poéticas, a de crítica desencantamento
poesia modernista e animais que social, provocados pelo
na supressão do tom anseiam especialmente mundo moderno,
lírico tradicional. pela construção de voltada para o onde predominam
III. As metáforas da um mundo melhor. Nordeste e as guerras e injustiças
“manhã" e da “luz adversidades sociais.
balão" representam b) solidariedade e vivenciadas pelas A alternativa em
o próprio poema da comunicação par populações dessa que todas as
(sinônimos ainda de a a construção de região. afirmativas
“tela", “tecido", vínculos e de novas II. O autor é situado indicadas estão
“tenda", “toldo"), do realidades. na geração de 45, ou corretas é:
que se conclui ser o c) ênfase a sentidos 3ª fase do a) I e II.
poema que se estabelecem Modernismo b) II e IV.
metalinguístico. por meio do brasileiro, sendo sua c) IV e V.
IV. Há no poema isolamento característica d) I, III e V.
referência direta ao individual. principal a e) II, III e V.
ditado popular “uma d) indiferença e contenção, a
andorinha só não faz da informação para objetividade e o
verão", cujo tema é constituir narrativas rigor formal no uso
a solidariedade. ficcionais de caráter da linguagem, que
a) Somente I e III social. se apresenta precisa,
estão corretas. e) caracterização econômica, reduzida
b) Somente II e III literal de figuras ao essencial.
estão corretas. cujo retrato III. O poema não
c) Somente I e II metaforiza o apresenta metáforas
estão corretas. ou outros exemplos