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CURITIBA
2014
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
CONGETA BRUNIERE XAVIER FADEL
CURITIBA
2014
RESUMO
1 INTRODUÇÃO............................................................................... ................5
2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................... ..............7
2.1 AFINAÇÃO VOCAL....................................... .................................................7
2.2 PROCESSAMENTO AUDITIVO TEMPORAL.............................................10
2.2.1 Teste Padrão de Frequência (TPF) .............................……………....……...13
2.2.2 Teste Random Gap Detection Test (RGDT) ............................... ……….....14
3 METODOLOGIA. ........................................................................................16
3.1 CASUÍSTICA....................................................................................... .........16
3.2 MÉTODO................................................................................. .....................17
3.2.1 Seleção da Amostra...................................................................... ...............17
3.2.2 Triagem, de Afinação Vocal........................................................... ..............17
3.2.3 Avaliação do Processamento Auditivo Temporal.........................................19
3.3 LOCAL DA COLETA DE DADOS................................................................19
3.4 ANÁLISES DOS DADOS.......................................... ...................................20
4 RESULTADOS............................................................................................21
5 DISCUSSÃO ..............................................................................................25
6 CONCLUSÃO.............................................................................................30
REFERÊNCIAS........................................................................................................31
APÊNDICES.............................................................................................................36
ANEXOS...................................................................................... .............................37
5
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
da tonalidade e do timbre (ou qualidade vocal) da voz, pelo qual o indivíduo ajustaria
a dimensão/forma do trato vocal1 conforme a necessidade oriunda da percepção do
feedback auditivo. Desta forma, o indivíduo seria capaz de comparar sua emissão
vocal como o modelo sonoro original a ser reproduzido.
Moore et al. (2008) referem que, possivelmente, indivíduos que possuam
uma boa afinação vocal utilizem de seu feedback auditivo com mais eficiência
quando comparados a indivíduos desafinados ou, ainda, tenham desenvolvido
diferentes estratégias para o monitoramento de sua produção vocal.
Para os autores supracitados, a correspondência exata da tonalidade
envolve a concepção de uma representação interna do estímulo ouvido na chamada
memória de pitch2, além de uma coordenação do mecanismo vocal para a produção
do estímulo-modelo.
Desde o final da década de 1960, a literatura vem estabelecendo propostas
quanto à possibilidade de classificação da desafinação vocal em níveis e/ou
tipologias, tendo por objetivo a sistematização da prática docente e a busca de um
maior entendimento sobre os aspectos fisiológicos envolvidos na técnica do canto
(SOBREIRA, 2003).
Uma proposta encontrada na literatura é a de Samuel L. Forcucci de 1975,
que apresenta um modelo de classificação do desempenho vocal do cantor em
quatro níveis: 1) “Cantores Monotônicos” – indivíduos que não conseguem
reproduzir o som sugerido e com pouca flexibilidade na produção de contornos
melódicos; 2) “Cantores Desafinados” – indivíduos que também não conseguem
reproduzir o som sugerido, porém apresentam maior flexibilidade na produção vocal
de tonalidades quando comparado ao tipo anterior; 3) “Cantores Dependentes” –
indivíduos que necessitam de apoio instrumental ou vocal para reproduzirem de
forma correta um modelo sugerido; e 4) “Cantores Independentes” – cantores que
conseguem reproduzir o modelo proposto de forma precisa e sem apoio instrumental
ou vocal (SOBREIRA, 2003).
Price (2000) realizou um estudo tendo por objetivo a comparação do
desempenho da reprodução vocal entre indivíduos não músicos. Tal pesquisa
permitiu ao autor a caracterização de três diferentes níveis de performance de
1
O termo trato vocal, de acordo com Pinho e Pontes, 2008, refere-se às cavidades supraglóticas –
região anatômica delimitada, inferiormente, pelas pregas vocais e, superiormente, pelos lábios e
nariz.
2
Pitch, segundo Pinho, 1998, é uma sensação psicoacústica de altura (grave/agudo) de um tom.
9
3
O termo “centro tonal”, de acordo com Price, 2000, foi utilizado para indicar a possibilidade de
manutenção da tonalidade durante a entoação de uma música ou trecho musical.
4
Tessitura vocal, segundo Pinho, 1998, refere-se à extensão de notas, da mais grave até a mais
aguda, que o indivíduo consegue produzir com maior qualidade vocal e facilidade de emissão.
10
5
Siglas referentes aos testes do processamento auditivo temporal denominados Teste Padrão de
Frequência (TPF) e Teste de Detecção de Gap ou Random Gap Detection Test (RGDT), ambos serão
abordados posteriormente.
6
Sigla referente a um teste do processamento auditivo temporal denominado Teste Padrão de
Duração (TPD).
11
3 METODOLOGIA
3.1 CASUÍSTICA
3.2 MÉTODO
4 RESULTADOS
conclusão
COEFICIENTE DE
CORRELAÇÃO P
CORRELAÇÃO - R
RGDT
Fonte: a autora
Nota: N = número de participantes; OD = orelha direita; OE = orelha esquerda; Teste de
Correlação de Spearman.
25
5 DISCUSSÃO
Foi estabelecido como limiar de normalidade para este teste valores médios
de detecção que variam de 4,77 milissegundos a 11, 69 milissegundos (ZAIDAN et
al., 2008; AZZOLINI e FERREIRA, 2010). Considerando-se tais valores como
referência, os dois grupos se encontram dentro do padrão de normalidade, tendo
como valores GA = 6,5 milissegundos e GD = 8,1 milissegundos.
Diante deste achado, confirmado pelas pesquisas de Ishii, Arashiro e Pereira
(2006) e Moura (2008), foi possível verificar que o teste RGDT não se mostra
sensível para a identificação de déficit de afinação vocal.
No entanto, quanto às análises que correlacionaram os resultados dos dois
testes do processamento auditivo ao desempenho obtido pelos participantes na
triagem de afinação vocal, o teste TPF mostrou uma correlação positiva com o
número de acertos da triagem. Isto indica uma relação direta entre o número de
acertos nos procedimentos, ou seja, conforme aumenta a porcentagem de acertos
no TPF, o resultado da triagem também melhora.
Este resultado demonstra a possibilidade de que, nesta população estudada
(jovens estudantes, sem treinamento musical), a desafinação vocal esteja
relacionada ao processo de discriminação dos tons/pitchs, e não à falta de controle
dos mecanismos fonoarticulatórios e/ou monitoramento auditivo.
Um detalhe que reforça tal afirmativa é que o tipo de resposta solicitada
pelos participantes durante a realização do teste TPF foi por nomeação verbalizada
dos estímulos (ex., fino, fino, grosso), e não por imitação. A reposta verbal exclui as
possibilidades de erro na nomeação da sequência do teste pela falta de controle na
reprodução do tom (já que não se trata de cantores), ou seja, caso a resposta fosse
pelo tipo “imitação” (humming), o resultado do teste poderia ter sido influenciado
negativamente em função da falta de treino dos participantes quanto ao processo de
reprodução vocal de estímulos sonoros. Deste modo, o grupo de desafinados
demonstrou uma discriminação tonal inferior ao grupo de afinados.
Os autores Watts, Moore e McCaghren (2005) investigaram a relação entre
habilidades de controle da frequência fundamental e habilidades de discriminação de
pitch em cantores precisos e imprecisos não treinados. A amostra foi submetida a
dois testes de reprodução vocal e um teste de discriminação de pitch. Os resultados
mostraram uma relação significativa entre as habilidades de discriminação de pitch e
reprodução precisa do pitch correspondente.
29
A relação discriminação vs. afinação vocal também foi estudada por Moore,
Keaton e Watts (2007). Os autores investigaram o papel da memória de pitch nesta
correspondência e concluíram que esta relação é significativa, além de sugerirem
um possível papel da memória de pitch em ambas as tarefas.
No entanto, os resultados do estudo de Bradshaw e Mchenry (2005) quanto
a esta correspondência não foram significativos. Os autores observaram em sua
amostra dois tipos de categorias de cantores desafinados: os que discriminam as
frequências com precisão, mas reproduzem de forma imprecisa; e os que não são
aptos tanto na discriminação quanto na reprodução.
A partir da exposição dos achados da presente pesquisa, conjuntamente ao
cenário científico aqui parcialmente colecionado, verifica-se que ainda existem
questões atinentes ao tema que devem ser investigadas, no sentido de se poder
evidenciar com mais fundamento o que se observa na prática entre os profissionais
da voz. Ressalta-se a importância do trabalho multidisciplinar que o professor de
canto deve exercer, principalmente quanto aos estudos de fonoaudiologia, pois não
é do conhecimento do professor de canto qualquer possibilidade de alteração do
processamento auditivo como uma possível causa de desafinação vocal. Como se
percebe, a questão da afinação vai muito além do discurso simplista do “ter talento
ou não”.
30
6 CONCLUSÃO
A partir das análises dos resultados dos testes de PAT obtidos pelos
voluntários da amostra, pode-se concluir a existência de uma relação significativa
entre processamento auditivo temporal e afinação vocal. O teste TPF revelou-se
sensível para a detecção de possível disfunção e/ou alteração na habilidade de
discriminação auditiva de frequências sonoras em indivíduos desafinados.
31
REFERÊNCIAS
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Without APD. Trabalho apresentado no 17th American Academy of Audiology -
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WATTS, C.; MOORE, R.; MCCAGHREN, K. The Relationship Between Vocal Pitch-
Matching Skills and Pitch Discrimination Skills in Untrained Accurate and Inaccurate
Singers, Journal of Voice, V.19, 4, P. 534-543, Dec, 2005.
QUESTIONÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO
1 - NOME:_______________________________________________________
2 - IDADE:________________________DATA DE NASC.:_____/_____/_____
SIM NÃO
SIM NÃO
SIM NÃO
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