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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Número do 1.0024.14.054547-6/001 Númeração 0545476-


Relator: Des.(a) Audebert Delage
Relator do Acordão: Des.(a) Audebert Delage
Data do Julgamento: 17/04/2018
Data da Publicação: 27/04/2018

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ORDINÁRIA - SERVIDOR MILITAR -


SOLDADO - CONCURSO PÚBLICO PARA CURSO DE FORMAÇÃO DE
OFICIAIS - CONTRAINDICAÇÃO EM AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA -
OFENSA AO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE - NOTAS MERITÓRIAS E
ELOGIOS EM SUA PASTA FUNCIONAL - PROVA PERICIAL PRODUZIDA -
CAPACIDADE DO CANDIDATO RECONHECIDA - ATO ADMINISTRATIVO
DECLARDO NULO - RECURSO PROVIDO.

1. A contraindicação da parte autora, em exame psicológico, para o


exercício de atividade policial (Oficial), não deve prevalecer, quando é
infirmada pelos elementos probatórios produzidos nos autos.

2. Segundo a orientação do Superior Tribunal de Justiça, ofende o


princípio da razoabilidade a exigência de novo exame quando o candidato já
ocupa função que exige um perfil psicológico de policial.

3. Recurso provido.

APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0024.14.054547-6/001 - COMARCA DE BELO


HORIZONTE - APELANTE(S): FLÁVIO ALVES DOS SANTOS -
APELADO(A)(S): ESTADO DE MINAS GERAIS

ACÓRDÃO

Vistos etc., acorda, em Turma, a 6ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de


Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos,
em DAR PROVIMENTO À APELAÇÃO.

DES. AUDEBERT DELAGE

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

RELATOR.

DES. AUDEBERT DELAGE (RELATOR)

VOTO

Trata-se de apelação interposta contra a sentença de fls. 213/215v, a


qual julgou improcedente o pedido inicial, cujo objeto é declarar a nulidade do
ato administrativo que contraindicou o autor no exame psicológico do
concurso público para admissão ao Curso de Formação de Oficiais da Polícia
Militar de Minas Gerais.

Nas razões recursais de fls. 224/229, o apelante sustenta que exerce


desde 2005 a atividade de policial militar, onde sempre demonstrou ter
aptidão para o exercício da função, possuindo atualmente em seu registro
funcional 50 notas meritórias. Alega que a prova pericial produzida concluiu
que tem capacidade para as atividades policiais.

Contrarrazões às fls. 267/271.

Atendidos os requisitos legais, CONHEÇO DO RECURSO.

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Extrai-se dos elementos dos autos que se trata de ação ordinária


promovida por Flávio Alves dos Santos contra o Estado de Minas Gerais,
cujo objeto é declarar a nulidade do ato administrativo que o contraindicou no
exame psicológico do concurso público para admissão ao Curso de
Formação de Oficiais da Polícia Militar de Minas Gerais, nos termos do Edital
DRH/CRS nº 08/2013.

Pois bem.

A meu ver, a tese recursal merece provimento.

De início, registro que o art. 6º da Lei Estadual 14.445/02, que previa a


avaliação psicológica como requisito obrigatório para a admissão e mudança
de quadro na PMMG, foi revogado pelo art. 10, I, da Lei Estadual nº
21.976/16:

"Art. 10 - Ficam revogados:

I - a Lei nº 14.445, de 26 de novembro de 2002;"

Assim, em razão dessa alteração legislativa, tenho que apenas em


relação aos candidatos que pretendem ingressar originariamente nos
quadros da Polícia Militar de Minas Gerais se mostra indispensável a
aprovação em avaliação psicológica, nos termos da regra do art. 5º, VIII, da
Lei Estadual nº 5.301/69.

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Observo que o requerente, há mais de 12 anos, já faz parte dos quadros


da Polícia Militar de Minas Gerais, com vários elogios e notas meritórias em
sua pasta funcional (fl. 255), tratando-se assim de indício de que o exame
oficial que o contraindicou para o exercício da função de oficial pode ter
adotado um resultado equivocado.

Ora, não se mostra razoável a exigência de novo exame quando o


candidato já ocupa atividade que exige um perfil psicológico de policial.

Sobre o tema, a orientação do Superior Tribunal de Justiça:

"ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO


FEDERAL.

- Exame psicotécnico. Desnecessidade quando atendida a exigência pela


submissão e aprovação em exame anterior da mesma natureza." (REsp
24.558/DF, relator o Ministro Américo Luz, DJ de 07/11/1994)

Saliento, também, que a prova pericial produzida concluiu que "o autor
tem condição de exercer suas atividades de policial militar. Os resultados dos
testes aplicados estão dentro do padrão esperado para pessoas da mesma
faixa etária e nível social. Não foi observada nenhuma alteração significativa
nas análises dos resultados." (fl. 200)

Nesse sentido cito o Relatório Psicológico de fl. 130, subscrito

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pela própria Polícia Militar de Minas Gerais.

Portanto, a contraindicação do autor, em exame psicológico, para o


exercício da atividade policial (Oficial), não deve prevalecer, uma vez que foi
contrariada por outros elementos probatórios.

No julgamento da Apelação Cível nº 1.0024.12.250074-5/002 (TJMG), o


em. Desembargador Corrêa Júnior anotou que:

"Não deve ser mantida a conclusão restritiva alcançada pelo exame


clínico psicológico efetivado pela Administração no âmbito do concurso
público, pois afastada a sua presunção de legitimidade a partir da
contundente constatação de aptidão presente não somente no trabalho
pericial produzido em juízo, como, primordialmente, na verificação do já
efetivo exercício da função pelo candidato-autor." (DJ de 30/01/18)

DOU PROVIMENTO À APELAÇÃO para:

1º - declarar a nulidade do ato administrativo que contraindicou o


recorrente no exame psicológico do concurso público para admissão ao
Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar de Minas Gerais (Edital
DRH/CRS nº 08/2013), reconhecendo válida sua participação nas demais
etapas do concurso público; e

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2º - inverter os ônus da sucumbência fixados à fl. 215v.

DES. EDILSON OLÍMPIO FERNANDES - De acordo com o(a) Relator(a).

DESA. SANDRA FONSECA - De acordo com o(a) Relator(a).

"S Ú M U L A: Deram provimento à apelação."

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