Em possíveis abordagens comunitárias é imprescindível chamar atenção para a
responsabilidade da população envolvida, através do envolvimento do controle social,
realizando reuniões, palestras para discutir os problemas da população e o seu enfrentamento. - Educação permanente da EMSI; - Orientação de Conselheiros Distritais de Saúde frente ao perfil epidemiológico local; - Aproximação do trabalho dos professores indígenas, enquanto potenciais multiplicadores e parceiros de trabalho; - Reuniões comunitárias, levantando os problemas da mudança de hábitos alimentares e da dieta, com valorização das práticas tradicionais, além do ensino do manejo adequado de alimentos "estrangeiros"; - Oficinas de culinária, com incentivo à retomada/redescoberta de alimentos tradicionais, que vêm sendo paulatinamente abandonados; - Orientação do uso correto de alimentos não tradicionais, no sentido de diminuir o abuso destes (balas, doces, etc.); - Ações interinstitucionais para garantir o manejo sustentável dos recursos naturais, no intuito de garantir a manutenção de práticas tradicionais de cultivo e produção de alimentos, oferecendo ainda alternativas saudáveis, de maneira sustentável, para a substituição de alimentos sazonais ou que estão se tornando escassos em função do aumento populacional; - Estímulo à produção e consumo de alimentos tradicionais em detrimento dos "importados". Para isto, a equipe de saúde deve atribuir poder para a população através de informações sobre problemas que estão ocorrendo e seus determinantes e junto com a comunidade, as lideranças, mulheres, pajés, AIS (Agentes Indígenas de Saúde), buscando soluções conjuntas para o enfrentamento dos problemas. O cuidado integral para qualquer comunidade é um desafio para as equipes de saúde, uma vez que o adoecimento está ligado ao estilo de vida e, para o seu adequado controle, são necessárias mudanças no modo de viver, o que, no caso de populações indígenas, envolve a retomada de hábitos alimentares tradicionais que estão diretamente ligados ao cotidiano da comunidade. Além disso, enquanto estratégia de prevenção e controle dos agravos, é necessária a articulação dos diferentes setores envolvidos neste contato, incluindo as próprias comunidades indígenas, suas representações legítimas (lideranças tradicionais, Associações Indígenas, Conselheiros de Saúde, etc.), os órgãos indigenistas (FUNAI e ONGs), os órgãos de Saúde (SESAI e parceiras/prestadoras de serviços, Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde), órgãos da educação (escolas indígenas, secretarias de educação) e ainda outros órgãos públicos dos diferentes setores envolvidos.