Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
1. Preliminares europeias
Os mais antigos habitantes da Península Ibérica, dos quais se tem notícia, foram
os lígures e os iberos. Os iberos conheceram a escrita, deixando numerosas inscrições
que ainda não foram decifradas. Com os iberos devem ter-se misturado os celtas,
resultando daí os celtiberos. Muitas palavras de origem celta, como chaminé, clã,
caminho, passaram à língua portuguesa através do latim.
Os fenícios devem ter-se estabelecido na Península por volta do século XII a.C.;
supõe-se que Cádis e Málaga sejam de origem fenícia.
Durante a dominação árabe, começou a se organizar aquele que mais tarde seria
o Reino de Portugal. Em fins do século XI, estavam unidos os territórios de Leão e
Castela, sob o cetro de Afonso VI. Para combater os árabes, este rei recorreu a outros
nobres cristãos, inclusive franceses. Foi nessa época que muito se distinguiram
Raimundo e Henrique de Borgonha, condes franceses. Tão valorosamente lutaram que
Afonso VI lhes deu como recompensa, além da mão de suas filhas, pequeno condado
para governarem. A D. Raimundo coube a mão de D. Urraca, filha legítima do rei, e
ainda o Condado da Galícia; a D. Henrique coube a mão de D. Teresa, filha ilegítima
do rei, e ainda o Condado Portucalense, situado entre o Minho e o Douro, tendo
Guimarães como capital.
Mas Portugal era um país pobre no setor agrícola, já que possuía regiões de
muita pedra e sujeitas às secas; tinha terras de vindima, mas que não eram suficientes
para a vida inteira. O território português transformara-se num retângulo paralelo ao
Oceano Atlântico, onde os estuários dos rios ofereciam bons abrigos. A pobreza do solo
e a posição geográfica do país levariam os portugueses a recorrerem à pesca para sua
alimentação; e é nessa pesca que vamos encontrar as origens das navegações
portuguesas.
2 – Achamento do Brasil
Até a primeira metade do século XIX, acreditava-se que o Brasil havia sido
descoberto casualmente por Cabral; este, afastando-se demais da costa africana a fim de
evitar as calmarias, veio ao Brasil trazido pela corrente sul equatorial. Em 1850,
Joaquim Norberto de Souza e Silva levantou no Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro a tese da intencionalidade.
Com que intuito, pergunta a tese da intencionalidade, teria sido Cabral, tão
inexperiente, nomeado para dirigir semelhante empresa? Por que não foi ela entregue ao
próprio Bartolomeu Dias ou a Vasco da Gama, que já conheciam a rota do caminho
marítimo para as Índias? O Rei D. Manuel tinha interesse em que todos soubessem,
principalmente o papa, que o Brasil fora descoberto por acaso; um erro de tal monta não
ficaria bem para um grande navegador. Por que esse interesse do rei português? É que,
pelas diversas bulas expedidas por vários Papas, doando terras que os portugueses
descobrissem ou viessem a descobrir, o Governo português prontificava-se, em troca, a
cristianizar os pagãos. Se Portugal confessasse, na época, que já tinha conhecimento do
Brasil anteriormente a 1500, incorreria no crime de não haver iniciado logo os índios na
prática do cristianismo, desrespeitando, portanto, o compromisso que assumira com os
Papas. Daí o sigilo sobre o Brasil naquela época e a atitude de casualidade no seu
descobrimento.
O Brasil não oferecia interesses imediatos a Portugal naquela época. Aqui se
encontrava o pau-brasil, mas eram as especiarias do Oriente que davam maiores lucros
ao comércio português. A prova do desinteresse de Portugal por nosso território é que,
descoberto em 1500, só trinta anos depois (1530) começaria a colonização propriamente
dita, com o envio para cá da frota de Martim Afonso de Souza. Que motivos levariam
Portugal a iniciar a colonização em 1530? Porque o próprio Critóvão Jacques, que aqui
estivera por duas vezes em expedições policiadoras (1516 e 1526), viu a
impossibilidade de impedir a visita de contrabandistas em costa tão extensa como a
nossa, e que só a povoando poderia Portugal manter sua soberania sobre o território
brasileiro.