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Henrique Almeida dos Santos

SÍNDROME DE BURNOUT EM ATLETAS PROFISSIONAIS

GUARULHOS

2018
Henrique Almeida dos Santos

SÍNDROME DE BURNOUT EM ATLETAS PROFISSIONAIS

Trabalho especialmente redigido para


cumprimento da grade curricular, como Trabalho
de conclusão do curso de Psicologia da
Universidade
Guarulhos, sob a supervisão da Prof. Dr Paulo Felix
Macedo da Conceição.

GUARULHOS

2018
RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo evidenciar uma dinâmica holística da vida
de atletas profissionais. Estes atletas com alto nível de disciplina e performance
possuem rotinas extremamente desafiadoras, as quais se superadas, os levam
para competições que são consideradas como o maior acontecimento de suas
vidas. Porém quando o pódio não é alcançado por estes profissionais, podem
por si, desenvolver mecanismos e crenças limitantes que os impedem de
continuar sua jornada no mesmo nível. As avaliações cientificas, consideram
que estes atletas podem desenvolver a síndrome de burnout e com isto
assumir comportamentos de cultura psíquica patológica. Este trabalho por sua
vez, busca evidenciar todo o ciclo mencionado acima, ou seja, desde a
necessidade que o ser humano carrega em relação ao exercício físico, como
sua identificação com o esporte como área profissional, níveis de exigências
internos e externos, suas consequências e tratamentos.

Palavra-chave: Psicologia do Esporte, Atletas Profissionais, Síndrome de


Burnout em atletas, Comportamento dependente e patológico ao esporte,
Treinamento de Habilidades Psicológicas.

ABSTRACT

The objective of this study is to demonstrate a holistic dynamic of the life of


professional athletes. These athletes with a high level of discipline and
performance have extremely challenging routines, which, if surpassed, lead
them to competitions that are considered as the biggest event of their lives. But
when the podium is not reached by these professionals, they can themselves
develop limiting mechanisms and beliefs that prevent them from continuing their
journey at the same level. Scientific evaluations, consider that these athletes
can develop burnout syndrome and with this assume behaviors of pathological
psychic culture. This work, in turn, seeks to highlight how the whole cycle
mentioned above occurs: the human being's need for physical exercise, its
identification with sport as a professional area, levels of internal and external
demands, consequences and treatments. Key-word: Psychology of Sport,
Professional Athletes, Burnout Syndrome in Athletes, Dependent and
Pathological Behavior of Sport, Psychological Skills Training.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................05
1.1 Apresentação........................................................................................05
1.2 Problematização...................................................................................05
1.3 Justificativa...........................................................................................05
1.4 Objetivos...............................................................................................06
1.4.1 Objetivos primários ...........................................................................06
1.4.2 Objetivos secundários.......................................................................06
2. REVISÃO TEÓRICA...............................................................................07
2.1 A PREPARAÇÃO DE ATLETAS PARA COMPETIÇÕES....................07
2.2 CONTROLE DE ANSIEDADE E ESTRESSE COMPETITIVO..............09
2.2.1 Relacionando Ativação E Ansiedade Com Desempenho..................11
2.3 SÍNDROME DE BURNOUT E SUA PREVENÇÃO............................12
3.0 METODOLOGIA.....................................................................................16
1. INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação

A psicologia do esporte consiste em estudar de maneira cientifica como


se dá o comportamento de atletas durante atividades desportivas. O psicólogo
clinico do esporte trabalha com atletas e praticantes de exercícios com
transtornos emocionais graves. O psicólogo clinico pode trabalhar com
diversos fatos para a ressignificação do idealismo do atleta, pós síndrome de
burnout e, com isto, desenvolver com uma equipe multidisciplinar, o aumento
da performance do atleta como: Reabilitação, com transtornos psíquicos e
emocionais graves, Transtorno alimentares, Depressão, Ansiedade, etc.
A teoria tem como objetivo, analisar o contexto de vida que estes atletas
vivenciam, de forma sistemática, considerando a análise de variáveis e
contextualização de todos os comportamentos possíveis, com base na
cognição e emoção do atleta, afim de descrever, explicar, e prever suas futuras
ocorrências em seu desempenho desportivo.

1.2 TEMA / PROBLEMATIZAÇÃO: Como a síndrome de burnout ocorre na


vida de atletas profissionais?

1.3 JUSTIFICATIVA

Este estudo parte do pressuposto que a exaustão física e emocial,


redução do senso de realização e desvalorização esportiva de um atleta,
fazendo com este, sinta uma perda progressiva do seu ideal, em alguns casos
mais graves, o burnout pode levar ao alcoolismo, uso de drogas e deterioração
de relacionamentos interpessoais ( De Meris et al., apud. Brandão et al., 2011).
Assim, este estudo poderá ser relevante, na medida em que poderá
apontar quais os fatores que podem influenciar na falta de interesse e
motivação à prática desportiva. E com esses dados, estimular uma
conscientização de preparadores (subjetivos e concretos), como por exemplo:
treinadores, psicólogos do esporte e ou familiares a rever suas formas de
desenvolver os atletas de alto rendimento.

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo primário

Identificar as possíveis causas que impactam o rendimento de atletas


profissionais

1.4.2 Objetivo secundário

Revisar conteúdos referentes à síndrome no ambiente esportivo a partir


dos seus modelos representativos teóricos

Avaliar a partir do conceito cognitivo comportamental, o nível de


aprimoramento e concentração da performance esportiva.
2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 A PREPARAÇÃO DE ATLETAS PARA COMPETIÇÕES

Coakley (1994) definiu competição como “um processo social que ocorre
quando são dadas recompensas às pessoas com base em seu
desempenho comparado ao de outros indivíduos, realizando a mesma
tarefa ou participando do mesmo evento”. O esporte competitivo pode afetar
as pessoas de diversos modos, e são os fatores internos e as condições
externas que fazem esta variação acontecer. A competição pode ser
considerada como um fator de desenvolvimento e de crescimento pessoal,
por outro lado pode ser considerada o oposto, ou seja, o atleta profissional
vive em uma eterna necessidade de apreciação e quanto mais a possui,
mais dificultoso se torna o processo de aceitar a realidade da vida.
De acordo com (FESTINGER apud WEINBERG e GOULD, pág 99
2016), o processo competitivo pode ser medido, por meio de quatro pilares:
situação competitiva objetiva, situação competitiva subjetiva, resposta e
consequência.
O primeiro item pode ser considerado por meio de um objetivo
estabelecido entre dois atletas, em uma determinada modalidade e, então,
comparado o melhor resultado, como por exemplo menor tempo no
cumprimento de uma tarefa. O segundo está relacionado em como os atletas
envolvidos nesta competição, percebem, aceitam e avaliam a primeira
situação. Neste sentido, os fatores como personalidade, reação de
comportamento, contexto social e preparação à exposição competitiva, podem
interferir diretamente no resultado final do atleta. Um dos pontos mais
relevantes neste sentido é a competitividade: característica que melhor prevê
como as pessoas avaliam a situação competitiva objetiva. O terceiro é a
resposta que o atleta tem em relação ao enfrentamento da competição. Podem
ser considerados como pontos qualitativos da resposta: aspectos
comportamentais, fisiológicos e psicológicos. O quarto é, como as
consequências desta vivência esportiva, são percebidas pelo atleta. A
qualidade desta percepção, dependerá inteiramente, dos três fatores
anteriores. (GILL e DEETER apud WEINBERG E GOULD, pág 54, 2016).
Como estas observações são variáveis de um processo relacional entre
homem e espaço, foi identificada uma forma de conseguir avaliar o quanto a
participação e envolvimento em uma competição coletiva é saudável. Neste
caso (SHIELDS AND BREDEMEIER, 2009), dissertam que, a verdadeira
competição ou experiência positiva, é realizada quando os atletas, entregam o
seu melhor condicionamento físico e psicológico, esperando o mesmo nível de
esforço de seus componentes, e neste sentido, estes componentes, tornam-se
facilitadores ou elemento de desenvolvimento pessoal. O comportamento
respondente (estímulo-resposta), do atleta, em uma competição, pode ser
avaliado pelo seu nível de socialização (relacionamento interpessoal) e
orientação (foco em resultados).
A preparação de um atleta para uma competição, em suma, dependerá
do quanto ele foi treinado para lidar com sua parte subjetiva e objetiva,
principalmente com suas crenças pessoais. Para isto o psicólogo do esporte,
deve ser capaz de identificar fatores que limitem ou potencializem a ação do
indivíduo em direção a determinado objetivo. Neste sentido, programas
utilizados para o aumento do rendimento do atleta podem ser assertivos, como
por exemplo, o uso da auto-fala, técnica que propicia ao atleta a
autoconservação durante sua atividade física. (SCALA, pág 53, 2001).
Ainda com o foco na preparação do atleta para competições, (PATRICK
e HRYCAIKO apud SCALA, pág 55, 2001), validaram outras três técnicas para
aumentar o rendimento do atleta: prática encoberta, o relaxamento e o
estabelecimento de metas.
A prática encoberta: é a técnica utilizada para o atleta utilizar a sua
imaginação voltada para o contexto competitivo, ou seja, pode-se imaginar
situações positivas ou negativas e trabalhar ocultamente as consequências.
Desta forma o atleta pode remodelar seu comportamento, caso estas
consequências nãos sejam reforçadoras. (SKINNER apud SCALA, pág 55,
2001).
O relaxamento: esta técnica tem uma relação direta com o sistema
nervoso central (SNC), o qual é responsável por todo o comando do
comportamento humano frente ao ambiente. Quando o atleta está relaxado,
pode ser capaz de controlar de forma consciente os comandos respondentes,
como sua respiração, emoções e autocontrole. (WEINBERG E GOULD apud.
SCALA, pág 57, 2001).
Planejamento de metas: esta técnica é responsável pela aprendizagem
de novas metodologias e estratégias para o aumento de rendimento do atleta.
Ela pode ser baseada em fatores ambientais e possibilidades contingenciais, e,
definidas temporariamente, pois são capazes de dar insights de
comportamentos efetivos, diminuindo o tempo com atividades ineficazes.
(MARTIN apud. SCALA, pág 54, 2001).
É importante ressaltar que o profissional responsável pelo
desenvolvimento do atleta, poderá trabalhá-las de maneira isolada ou
colegiada, devendo adaptar as técnicas, de acordo com a demanda
apresentada.

2.2 CONTROLE DA ANSIEDADE E PREVENÇÃO DO ESTRESSE


COMPETITIVO

A ansiedade pode ser considerada como um estado negativo, gerado


por uma preocupação com ações futuras, nervosismo e falta de concentração
no presente. Em primeiro momento, a ansiedade deve ser considerada como
um estado de humor que sofre variações, de acordo com o ambiente. Na
literatura da psicologia aplicada ao esporte, a ansiedade é vista como uma
das principais variáveis que interferem no desempenho dos atletas
(Figueiredo, 2000).
Em resumo, a ansiedade é traçada pelo seguinte fluxo: ansiedade-traço,
ativação, ansiedade-estado, tipo de estado afetado e percepção do controle do
estado.
Segundo Gonçalves e Belo apud. Spielberg (2007), a ansiedade pode ser
classificada como traço e estado. Ansiedade-traço se refere ao repertório
psicológico, deste indivíduo, ou seja, se de acordo com suas experiências
anteriores, considerar uma situação perigosa ou ameaçadora, poderá ter um
alto estado de ansiedade. Neste sentido, espera-se que um indivíduo com
elevada ansiedade-traço apresente maior ansiedade-estado do que um sujeito
com baixa ansiedade-traço, quando submetidos às situações realmente
ameaçadoras. Em outro momento, temos a ansiedade-estado.
Segundo SILVA et al., apud. Spielberg (2015):

A ansiedade-estado é uma emoção transitória, marcada por


sentimentos de apreensão e aumento da atividade do sistema
nervoso autônomo (podendo levar o indivíduo a apresentar os
seguintes sinais: sudorese, aumento do ritmo cardíaco, elevação da
pressão arterial, respiração mais rápida e profunda, tensão muscular,
distúrbios gastrintestinais, náuseas, vômitos, dificuldade de
concentração, entre outros). (SILVA et al., apud SPIELBERG, pág 1,
2015).

Quando a ansiedade altera o estado cognitivo, o atleta pode ser afetado


com pensamentos negativos e preocupações. No estado somático, pode afetar
a ativação fisiológica percebida, o que pode variar desde um sono profundo à
intensa excitação.
A ansiedade pode na maioria de seus casos, ser controlada, de acordo com
os recursos internos e capacidade que o atleta tem de perceber este seu
estado. A sua autoconfiança, pode ser considerada como fator base, para o
enfrentamento dos desafios e mudança de estado. (CHENG apud.,
WEINBERG E GOULD, pág 72, 2016).
(MCGRATH apud WEINBERG e GOULD, pág, 76, 2016) refere que O
estresse pode ser classificado como uma reação comportamental de um
indivíduo perante à uma demanda externa, esta reação, porém, apresenta um
desiquilibro físico e psicológico. O estresse ocorre em um ciclo de quatro
etapas, das quais são: demanda ambiental, preparação da demanda, resposta
do estresse, consequências comportamentais
A primeira etapa diz respeito à demanda propriamente dita, colocada
frente ao atleta, como por exemplo, a reprodução de um movimento recém
aprendido na frente de uma plateia, ou a pressão psicológica feita à um jovem
atleta pelos seus pais, para uma alta performance. A segunda etapa, tem a ver
com a percepção deste atleta à demanda, ou seja, como ele considera esta
demanda, caso seja percebida como ameaçadora, pode causar alterações
diretas em seu nível cognitivo comportamental. Esta percepção está
diretamente relacionada com o traço de ansiedade que o individuo possui,
conforme contextualizado mais a cima. A terceira etapa, é a reação
demonstrada à demanda e quarta, são as consequências (MCGRATH apud
WEINBERG e GOULD, pág, 76, 2016).
Os psicólogos do esporte, são reconhecidos pela sua forma de análise
holística dentro dos casos clínicos esportivos. Em sua abordagem pode
considerar que o desempenho do atleta está diretamente ligado com seus
hábitos (nível físico), mas como também com suas emoções e sociabilidade
(nível mental) (BERGER et al., apud. WEINBERG e GOULD, 2016).
Segundo Mckay et al. apud Weinberg e Gould (2016):

Os atletas passam por um grupo central de estresse ou fontes


de tensão que incluem preocupações competitivas, pressão para o
desempenho, demandas do estilo de vida e aspectos negativos de
relacionamentos interpessoais (MCKAY et al., apud WEINBERG E
GOULD, 2016).

Em perspectiva complementar ao contexto acima, podemos considerar


que as incertezas afora do contexto esportivo, são as principais fontes
geradoras de estresse. Assim, como alguns fatores são decisivos quanto à
performance do atleta no meio competitivo, um deles pode estar relacionado
com o grau de autoestima do atleta. Atletas com baixa autoestima, podem ter
estado de ansiedade elevado, e como consequência, uma performance ineficaz
ao teu propósito de ganhar a competição, em contrapartida, atletas com
autoestima, tendem a trabalhar de forma positiva o estado de ansiedade e por
isto, conseguem controlar melhor suas emoções e ações em direção ao seu
objetivo. Este e os outros fatores, devem ser analisados em suma, pelos
profissionais correspondentes: professores, técnicos, psicólogos, médicos do
esporte e do exercício. (MCKAY et al., apud WEINBERG E GOULD, 2016).

2.2.1 Relacionando Ativação E Ansiedade Com Desempenho


O objetivo principal do psicólogo do esporte é a compreensão entre
ansiedade e desempenho, e à partir deste interesse foram desenvolvidas
várias teorias como por exemplo, teoria do impulso: uma plateia pode
influenciar positiva ou negativamente, dependendo do nível que o atleta possui
em determinada modalidade, quando a atividade é complexa e pouco
aprendida, a plateia reforça negativamente a aprendizagem, pelo contrário,
quando a atividade é domínio do atleta e bem aprendida, a plateia possui um
papel de reforçar e condicionar determinado comportamento, hipótese do u
invertido, que nada mais é, do que, uma escala representativamente
estabelecida pelo nível de ativação fisiológico (ansiedade) versus desempenho,
que segundo Hanin apud Weinberg e Gould (2016), os técnicos devem ser
capazes de ajustar a receita ideal de emoções necessárias para o melhor
desempenho do atleta, ou seja, deve-se estabelecer níveis personalizados
desta escala, considerando variáveis como traço de ansiedade, contexto social,
exigência da modalidade esportiva, assim como o nível de aprendizagem e
domínio que este atleta possui.
Podemos concluir por fim, que o esporte produz um alto grau emocional e
uma variedade de processos emocionais, dependendo da intensidade com que
a emoção é aflorada, pode caracterizar um quadro normal ou anormal, que
pode ou não comprometer a performance deste atleta. O que irá definir, o que
realmente está se passando com este atleta é o nível de intensidade e logo, as
mudanças do organismo que ele aplica em suas demandas cotidianas.
(FOGIEL, apud GOULD et al, pág 39, 2016).

2.3 SÍNDROME DE BURNOUT E SUA PREVENÇÃO

De acordo com (MICHAELLIS, apud , PIRES et al. pág 148, 2009), a


síndrome de burnout, é traduzida a princípio como “burn” = queimar, e, “out”=
queimar, em uma forma conjunta, pode-se dizer: queimar para fora, porém sua
tradução pode ser tropicalizada pela palavra esgotamento. Esta síndrome é
relativamente mais conhecida e trabalhada em áreas corporativas, ou seja,
institucionais em geral.
Esta síndrome ocorre devido a uma alta carga ou intensidade de
treinamento, valor exagerado, além do que o atleta pode suportar. Vale
ressaltar que todo atleta para desenvolver sua performance deve ter o
treinamento gradualmente intensificado, conhecido como treinamento
excessivo, porém, este por sua vez, deverá ser planejado, de acordo, com o
objetivo e nível de preparação de cada atleta e modalidade desportiva, ou seja,
o treinamento excessivo para um determinado atleta pode ser o regime de
treinamento ideal para outro. (U.S. OLYMPIC COMMITTEE, apud GOULD et al,
pág 470, 2016). A grande diferenciação entre o treinamento excessivo e
treinamento exagerado, se dá pelos resultados emocionais e fisiológicos
atingidos. De acordo com Kentta apud WEINBERG e GOULD et al. 2016, o
primeiro pode ser considerado como um treinamento positivo, resultante em
aumento de performance, já em contrapartida, o segundo, ocorre quando há
uma insatisfação do desempenho, isto pode ocorrer diretamente pela
capacidade que o atleta têm de se recuperar entre um treino e outro, caso não
seja feito de forma adaptada, pode ocasionar em estafa e em casos mais
graves ao burnout.
No contexto do esporte, a síndrome de burnout pode ser considerada
como um desiquilíbrio entre a capacidade atual do atleta referente ao
treinamento estipulado à ele, seguido de esgotamento. Esta síndrome pode ser
avaliada em três fatores: Exaustão física e emocional, Reduzida Realização
pessoal e desvalorização esportiva (MASLACH E JACKSON, PIRES et al. pág
148, 2009). É importante ressaltar que, estes fatores podem sofrer alterações
de acordo com as variáveis que o atleta está inserido, como por exemplo, suas
relações sociais, capacidades emocionais, cognitivas e aptidões físicas, ou
seja, estes fatores podem intensificar ou equilibrar as reações de
comportamento.
A seguir, iremos abranger de forma mais detalhada cada um destes fatores
Exaustão Física e Emocional: Esta demanda está associada às intensas
demandas dos treinos e competições (RAEDEKE E SMITH, apud. PIRES et al.
pág 140, 2009). Este subfator do burnout, quando não trabalhado, pode afetar
diretamente a forma com a qual o atleta reage aos seus estímulos externos, as
suas reações podem ser as mais variadas possíveis, mas dentro deste
contexto de esgotamento pode-se citar as mais comuns, como por exemplo:
perda de energia, interesse e confiança.
Reduzida Realização Pessoal: A realização pessoal segundo (MASLACH E
JACKSON, PIRES et al. pág 149, 2009), pode ser considerada como um
sentimento de competência e conquista de sucesso com outras pessoas, que o
atleta sente ao realizar uma atividade desportiva. Por esta razão outros autores
como Lee e Ashfort apud BRANDAO et al (2008), desenvolveram a teoria de
reduzida realização pessoal, que logo, no meio esportivo, foi adaptado para
reduzido senso de realização esportiva. Pontos que podem ser avaliados como
consequências negativas neste subfator são: percepção de falta de sucesso,
falta de talento ou nenhum ganho conquistado por meio da prática desportiva.
Desvalorização Esportiva: Este subfator é considerado o qual abordar-se a
despersonalização do atleta em relação ao meio esportivo. Ou seja, sua reação
as demandas exigidas passam de um ponto de preocupação em fazer o melhor
e superar-se para uma grande falta de interesse pelo esporte, falta de desejo, e
falta de preocupação em relação ao esporte ( RAEKEDE E SMITH apud.
PIRES et al. pág 120, 2009). Segundo Lee e Ashfort apud. Pires et al. 2009:

“ A despersonalização é associada à estafa psicológica e à fuga


como método de enfrentamento, ou seja um sujeito decidiria por se
manter afastado e indiferente em relação às pessoas para as quais
ele exerce sua profissão, como pacientes ou clientes, na tentativa de
não sofrer de modo mais intenso as consequências do burnout” (LEE
E ASHFORT apud. PIRES et al. 2009).

Como consequência desta síndrome, os comportamentos variam desde


à ansiedade até a depressão em casos mais complexos. O papel do psicólogo
do esporte nestes casos, deve ser entender qual a relação criada com o
esporte e o quanto está relação pode estar prejudicada. Caso a relação esteja
prejudicada, podemos considerar que esta causa, ameaças diretas ao ego do
individuo, e por isto, deve-se trabalhar primeiro com alguns pontos, para depois
então fortalecer este ego e diminuir o nível de ameaça que o ambiente
esportivo pode causar. De acordo com Taylor ( 1991 ), como prevenção e
controle desta síndrome foram desenvolvidas etapas capazes de mapear o
cenário do atleta e com isto, prestar insights e planos de ações direcionados à
retomada de seus objetivos e fortalecimento de sua motivação no esporte.
Abaixo as etapas de prevenção e controle e recuperação da síndrome de
burnout em atletas:

1) Entender a natureza do estresse e burnout;


2) Identificar e avaliar as demandas recebidas;
3) Identificar e avaliar as capacidades para realizar com eficiência tais
demandas;
4) Aprender uma técnica de relaxamento;
5) Estabelecer planos e objetivos para o desenvolvimento das
habilidades físicas e psicológicas necessárias para aumentar a
habilidade de enfrentar as demandas;
6) Estabelecer objetivos para a vida toda;
7) Adotar ou manter um estilo de vida saudável;
O foco do trabalho do psicólogo nesses casos, é totalmente direcionado e
objetivo, entender as demandas subjetivas (emocionais e cognitivas), é
essencial, mas conseguir traçar planos de ação como metas e rotina do atleta
torna o trabalho simples e extremamente assertivo.

Em resumo, podemos considerar que o processo de burnout ocorre


quando há uma estafa do atleta decorrente de um treino e outro, ou seja, a
recuperação biopsicossocial do atleta é incompatível com o a carga de
treinamento exigida, e por isto, ele deposita uma sobrecarga para cumprir as
metas do seu esporte, o que resulta em uma despersonalização, o atleta vai
perdendo-se de si mesmo, em busca de objetivos em desiquilíbrio com o que é
realmente capaz de fazer. Quando o atleta se dá conta ele perdeu-se de seus
objetivos, metas, relaxamento e lazer e com isto aderiu comportamentos
negativos primeiro em relação à si mesmo como por exemplo, perda de
energia, auto confiança, perda do senso de capacidade física e psicológica e
como consequência final perda de interesse pelo esporte e todas as suas
ramificações. Como parte do trabalho do técnico, é conseguir adaptar o
treinamento ao atleta, sendo gradualmente intensificado, para que com isto, o
atleta desenvolva sua autoconfiança, assumindo todos os deveres e metas
estipuladas para si mesmo, de forma positiva e feliz.
Pode-se destacar pontos preventivos para lidar com os diversos
comportamentos negativos em relação à prática desportiva. O psicólogo por
sua vez pode trabalhar em pontos essenciais para a recuperação da motivação
do atleta, como por exemplo: autoconfiança/auto eficácia, estabelecimento de
metas e concentração.
No primeiro quesito, a autoconfiança quando trabalhada pode ajudar o
indivíduo a despertar emoções positivas, facilitar a concentração, estabelecer
metas, aumentar o esforço e concentrar suas estratégias de jogo. Segundo
(JONES E SWAIN apud WEINBERG e GOULD, 2016, pág 370, 2016): revelou
que atletas com alto nível de confiança interpretam seus níveis de ansiedade
mais positivamente do que atletas com menos confiança. Isso propicia um
sistema de crenças mais produtivo, no qual a pessoa pode reestruturar as
emoções como facilitadoras do desempenho.
No segundo quesito, ao estabelecer metas realistas, o atleta pode ser
capaz de desenhar um plano de ação para atingi-la e, então direcionar todo o
seu foco e motivação para o cumprimento desta meta. Neste caso trabalha-se
três sub quesitos, os quais são: meta de resultado: foca no atingimento literal
do resultado final, meta de desempenho: são metas pessoais, estipuladas
como forma de medir performance e superar limites e metas de processo:
trabalham as tarefas envolvidas no processo, ou seja, a cada dificuldade
superada, o processo pode gradualmente ficar mais complexo afim de
desenvolver novos caminhos e formas para o atleta se conhecer e conseguir
atingir novos resultados (BURTON et al; HARDY et al. apud WEINBERG e
GOULD, 2016).
No terceiro quesito, deve ser desenvolvida a concentração deste atleta,
ou seja, o foco e atenção que ele tem nas atividades desportivas para alcançar
os resultados pertinentes. Entre vários aspectos internos e externos para
avaliar o nível de concentração do indivíduo, existe o diálogo interior, que
basicamente é o intermediador entre uma situação e a reação de
comportamento do indivíduo. Neste caso, o psicólogo pode fornecer técnicas
que amplie esta dinâmica do atleta consigo mesmo, trabalhando desta forma,
aumentar a concentração, incluindo interromper maus hábitos, iniciar a ação,
manter o esforço e adquirir habilidades. Entre as variadas formas que o
indivíduo tem de conversar consigo mesmo, foram estas classificadas em três
subfatores: diálogo motivador: o qual faz a pessoa aumentar sua produtividade
e performance, o dialogo negativo: o qual é contra produtivo, fazendo com que
o indivíduo paralise em relação aos estímulos do ambiente ou que a partir de
uma crença limitante, acabe sendo tomado pela ansiedade. Segundo (HARDY
et al., APUD. WEINBERG e GOULD, 2016):

“Os pesquisadores encontraram duas funções importantes do diálogo


interior: cognitiva (como a relativa a desenvolvimento da habilidade e
execução da habilidade) e motivadora (como a relativa a autoconfiança,
regulação de ativação, prontidão mental, enfrentamento de situações
difíceis e motivação) (HARDY et al., APUD. WEINBERG e GOULD,
2016)”.

No caso de pensamentos negativos, pode-se usar algumas técnicas de


quebra de pensamento, como por exemplo, focalizar no pensamento negativo e
dizer a si mesmo algo que o faça parar e então, focalizar seus pensamentos na
tarefa e na sua autoconfiança. Esta tarefa pode parecer difícil, porém quando
há uma listagem dos pensamentos negativos, pode-se revertê-lo em
pensamentos positivos e, então, podem ser praticados sempre que houver
necessidade. O acréscimo de um diálogo instrutivo ou autofeedback, pode
reforçar os pensamentos positivos e melhorar significativamente o desempenho
do atleta. (LATINJAK, TORREGROSA e RENOM apud. WEINBERG e GOULD, PÁG
362, 2016).

3.0 METODOLOGIA

O presente estudo teve como principal objetivo revisitar conteúdos


referentes à psicologia do esporte em suas principais vertentes e correlacionar
este conteúdo com a síndrome de burnout.
O método utilizado neste trabalho, foi a pesquisa explicativa: este
método tem como objetivo, identificar os fatores que determinam ou que
contribuem para a ocorrência dos fenômenos (GIL, 2007 apud GERHARDT e
SILVEIRA, pág 35, 2009). Ou seja, este trabalho buscou detalhar de forma
objetiva como se dá a síndrome de burnout desde seus estímulos até suas
consequências e prevenção.
O trabalho foi baseado em pesquisas em livros, revistas online e
artigos referente à psicologia do esporte e as variáveis nela abordada,
possibilitando levantar possíveis eventos e consequências em diversas
modalidades esportivas, e, com isto, evidenciar os eventos cognitivos e
comportamentais do atleta. Segundo este autor, a pesquisa científica é o
resultado de um inquérito ou exame minucioso, realizado com o objetivo de
resolver um problema, recorrendo a procedimentos científicos (FONSECA apud
GERHARDT e SILVEIRA, pág 36, 2009).
Segundo PIRES et al, 2005:
“Os devidos reconhecimento e tratamento, aliados à prevenção do
quadro sintomático de burnout, promovem benefícios não somente de
ordem profissional, com a redução dos índices de abandono ou
desistência esportiva, mas também de ordem biopsicossocial,
cooperando para a aquisição de ganhos na qualidade de vida do
profissional esportivo quando o mesmo se encontra fora de seu
ambiente de trabalho” (PIRES et al, pág, 6, 2005)”.

Em suma, é possível afirmar que a síndrome de burnout no meio esportivo


constitui-se por meio de aspectos cognitivos, e é, evidenciada por reações de
comportamentos, que podem variar de acordo com cada contexto. Neste
aspecto, podemos considerar que este tema é holístico e pode ser trabalhado
pelos profissionais devidamente especializados no tema.
REFERÊNCIAS

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Weinberg and Gould. Fundamentos da Psicologia do Esporte e do Exercício. 6ª


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