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Escola
Escola é lugar para ser feliz.
2011
NAPSI – Núcleo de Atenção Psicossocial à Infância
Rua Juvelina Sales Barbosa, 212, Bairro Manoel Pinheiro, Sarzedo/MG.
Telefone: (31)3522-9917
Prezados educadores,
Este ano, nas escolas de Sarzedo, estamos iniciando um programa que visa por fim a um mal
que acomete os ambientes escolares, cujas consequências maléficas vão para além dos muros
da escola e podem trazer sérios prejuízos ao desenvolvimento emocional e social de nossas
crianças e adolescentes. O bullying, uma prática que até pouco tempo atrás era tida como
uma série de “brincadeiras maldosas” cometida por algumas crianças e adolescentes a outras,
passou a causar preocupações a especialistas do mundo inteiro, quando estudos revelaram
seus efeitos em muitos adultos com sérios transtornos psíquicos. É, portanto, um grave
problema de saúde pública, que traz consequências negativas para toda sociedade.
Dessa forma, temos um importante desafio: o de permitir que, para cada um de nossos
alunos, o ambiente escolar seja um espaço positivo na construção de suas relações sociais.
Nesse sentido, o Programa de Prevenção ao Bullying na Escola, tem como objetivo ser um
passo a mais na transformação das relações escolares, de forma que elas permitam que cada
aluno possa construir uma boa autoimagem, bem como saber conviver com as diferenças
pessoais, que fazem da humanidade essa fabulosa obra de arte universal. A proposta do
programa é de formar alunos com maior senso de justiça, cidadãos capazes de compreender e
valorizar os outros indivíduos em suas singularidades.
Abraços,
Equipe do NAPSI.
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POR UMA SOCIEDADE DA PAZ...
Para que esses dias melhores possam advir, é preciso dar os passos certos. Precisamos que
uma nova cultura faça parte de nossa vida: a cultura da pacificação. Precisamos formar um
mundo onde os seres humanos saibam conviver uns com os outros, com base em valores
fundamentais para a felicidade: acolhimento ao outro, respeito às diferenças, tolerância,
compreensão, empatia!
Alguém muito importante preconizou há, aproximadamente, 2.000 anos atrás, que precisamos
aprender a amar aos outros como a nós mesmos. Talvez, seja esse o maior desafio de cada
educador: ensinar a criança a amar a si e a amar ao outro.
Para amar a si é preciso que essa criança esteja investida de valores positivos sobre sua
identidade no mundo.
Para amar ao outro é preciso que essa criança esteja, igualmente, investida dos valores
positivos que advém das diferenças que cada ser humano carrega em si e que nos fazem tão
especial quanto todos os outros...
É pelo desenvolvimento dessa cultura de Paz, que neste ano de 2011, tomamos como desafio
primordial o de garantirmos para cada um dos alunos que o ambiente escolar seja um espaço
positivo na construção de suas relações socioafetivas.
Para tanto, precisamos plantar, também, em cada um de nós, adultos, essa semente da
tolerância, respeito e fraternidade. Lutar contra preconceitos e valores deturpados por uma
cultura competitiva e mercantilista que há tanto nos assolou. Mudar nossos referenciais e nos
permitir amar sem fronteiras. Precisamos das boas ações, das boas ideias e dos ideais pela
Paz: é assim que começaremos este Programa!
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ENTÃO VIRÁ A PAZ
(poema retirado da obra: Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a
paz, de Cleo Fante, p.128)
“A regra de ouro consiste em sermos amigos do mundo e em considerarmos como uma toda a família
humana.” (Gandhi).
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Prefeitura de Sarzedo
Secretaria Municipal de Educação
Núcleo de Atenção Psicossocial à Infância - NAPSI
PROGRAMA DE PREVENÇÃO AO BULLYING NA ESCOLA
“Todos os dias, alunos do mundo todo sofrem com um tipo de violência que vem
mascarada na forma de “brincadeira”. Estudos recentes revelam que esse
comportamento, que até bem pouco tempo era considerado inofensivo e que recebe o
nome de bullying, pode acarretar sérias consequências ao desenvolvimento psíquico
dos alunos, gerando desde queda na auto-estima até, em casos mais extremos o
suicídio e outras tragédias”. (Diogo Dreyer)
O que é bullying?
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O bullying, termo inglês que não tem tradução exata em nossa língua, caracteriza uma situação em que
uma pessoa é intimidada, humilhada ou agredida por um indivíduo ou por um grupo. Essas atitudes
agressivas podem ser físicas ou não, mas são cruéis e causam dor, angústia e sofrimento às suas
vítimas.
“Aportuguesando”, podemos associar à palavra “bulir”, que, também, significa “implicar com, caçoar
de, mexer com”... Exemplo da expressão: “Vive bulindo com os colegas da escola.” O “viver
bulindo...” pode caracterizar o bullying.
Discussões ou brigas ocasionais não são bullying. O bullying é caracterizado pelos seguintes critérios:
- A intencionalidade do comportamento, ou seja, quem pratica o bullying tem o objetivo consciente e
deliberado de maltratar uma pessoa, colocando-a sob tensão, para manter o controle sobre a mesma.
- O comportamento é conduzido repetidamente, ao longo do tempo, isto é, não é um fato isolado:
torna-se uma prática regular.
- Há uma relação desigual de poder, na qual o agressor vê sua vítima como um alvo fácil. Os atos de
abuso e intimidação de quem pratica o bullying têm relação a uma forma de afirmação de poder
interpessoal.
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Quais ações caracterizam o bullying?
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São várias as situações que configuram a prática do bullying, podendo envolver ações físicas, verbais,
materiais, morais, psicológicas, sexuais, virtuais, dentre outras.
Autores, testemunhas e toda a sociedade também são atingidos com a prática do bullying. Seus
reflexos atingem os relacionamentos humanos, causam danos a relações socioafetivas que sem a
prática do bullying poderiam desenvolver-se de forma saudável. O bullying é um mal, um vírus danoso a
uma sociedade que clama por uma cultura de paz e fraternidade. Por isso, é extremamente
significativo que sua prática não seja mais admitida: é preciso incentivar a tolerância, o respeito, a
admiração pelas diferenças humanas. Cada um de nós somos um fio especial que compõe o novelo da
humanidade. Uma identidade que nos iguala: todos nós somos um fio, de uma matéria em comum. E
uma diversidade que torna esse novelo tão fantástico: cada fio tem suas singularidades que o torna
único. Todos os fios: nenhum mais, nenhum menos. Um só novelo.
O bullying escolar.
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Estão equivocados aqueles que consideram que o bullying no período escolar é algo perfeitamente
normal, uma atitude típica da idade. Alguns chegam a afirmar que o bullying escolar é um rito de
passagem, necessário para preparar o infante para a vida adulta.
É importante, para todos, que fique bem claro que não há nada de positivo no bullying: essa prática é
maléfica para todos os envolvidos!
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Os envolvidos no bullying escolar.
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Dentre os alunos envolvidos com o bullying definimos 4 perfis:
- Alunos agressores: são aqueles que praticam o bullying com os outros. Alguns textos os denominam
“bullies”, mas optamos por não nos referirmos a eles pela referida expressão, para evitar termos
estigmatizantes.
- Alunos agressores/alvos: praticam e sofrem o bullying.
- Alunos alvos: são os alunos que sofrem o bullying.
- Testemunhas: não praticam, nem sofrem o bullying, mas presenciam o fato. Muitas vezes, silenciam-
se, sem ajudar a vítima.
Os alvos do bullying.
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Para vítima, a prática do bullying é uma tortura cruel e sutil. Algumas pessoas que sofrem com esse
tipo de violência sentem as consequências por toda vida: o bullying deixa cicatrizes!
Geralmente, os alvos do bullying sofrem discriminação. São escolhidas por características que a
diferencie de seus agressores. O alvo costuma ser quem o grupo considera diferente, seja por sua
situação socioeconômica, idade, características físicas, características de personalidade (tímidas,
introspectivas, intelectuais...), etnia, religião, orientação sexual, etc. Quem sofre o bullying é
perseguido, humilhado, intimidado, ignorado ou excluído.
A vítima do bullying sofre por não se ajustar aos estereótipos impostos pelo grupo. Sentem o peso da
rejeição, do isolamento, da humilhação. São privadas de seus direitos, tolhidas em sua liberdade.
Infelizmente, o bullying é muito comum nas escolas e suas vítimas, muitas vezes, silenciam-se,
envergonhadas e constrangidas. Apresentam baixa autoestima. Não pedem ajuda e são o principal alvo
dos apelidos, gozações e exposição ao ridículo. Algumas chegam a concordar com a agressão, achando-
se merecedoras, por causa de seu sentimento de “menor valia”. Calam-se frente ao sofrimento, que
passa, muitas vezes, despercebido pelo professor. Por isso, é importante que a equipe escolar esteja
preparada para identificar os indícios que o bullying esteja ocorrendo entre seus alunos.
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Consequências para os alvos do bullying.
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Para a vítima do bullying, as consequências podem ser diversas, entre elas:
• baixo autoestima;
• tristeza;
• ansiedade;
• dificuldade no relacionamento escolar, timidez, isolamento;
• dificuldade de aprendizagem, diminuição do rendimento escolar;
• absenteísmo e evasão escolar;
• depressão;
• agressividade;
• apatia;
• medo;
• angústia, sensação de aperto no coração;
• autodestruição;
• choro constante;
• perturbações no apetite, como falta de apetite, apetite voraz, anorexia e bulimia;
• vômitos;
• dores constantes, como dores de cabeça, dores de estômago e dores não-especificadas;
• episódios de pânico;
• perturbações no sono, como insônia, pesadelos, medo do escuro, terror noturno;
• aumento do pedido de dinheiro aos familiares;
• dificuldade de concentração;
• nervosismo;
• dificuldade de memorização;
• enurese;
• mudanças súbitas de humor;
• estresse;
• sentimentos negativos;
• problemas interpessoais;
• sentimento de vingança;
• tornarem-se autores do bullying;
• ideações suicidas.
Os problemas que a vítima do bullying pode enfrentar são variados e dependem muito de cada
indivíduo: de sua estrutura psíquica, suas vivências, seu meio de apoio, etc. No entanto, todas (em
maior ou menor intensidade) sofrem os efeitos do bullying e muitas levarão para sua vida adulta, as
marcas das agressões vivenciadas. As vítimas de bullying podem recorrer ao abuso de álcool e drogas,
provocar automutilação e, de forma extrema, chegar ao suicídio ou a atos de violência contra outras
pessoas.
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Sinais que podem indicar a vitimização pelo bullying.
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São indícios de que uma criança ou um adolescente está sofrendo o bullying:
• resistência em ir à escola;
• inventar desculpas para faltar às aulas;
• pedir para trocar de escola constantemente;
• sentir-se mal na hora de sair de casa para a escola;
• apresentar postura retraída na sala de aula;
• excesso de timidez, sentir-se, constantemente, envergonhado;
• apresentar-se, constantemente, triste, deprimido, ansioso ou aflito;
• ficar isolado no recreio;
• não participar dos jogos e brincadeiras ou serem, frequentemente, os últimos a serem escolhidos
pelas outras crianças/adolescentes;
• ter poucos amigos (ou nenhum);
• não gostar de si mesmo, não se valorizar;
• não ser convidado ou não querer participar das festas escolares, viagens com a turma;
• voltar da escola com roupas e/ou materiais danificados;
• apresentar, constantemente, hematomas, arranhões, machucados;
• desaparecimento de material escolar;
• furtar objetos de casa;
• atos deliberados de autoagressão;
• ficar assustado, nervoso ou agressivo sem motivo aparente.
Para praticar o bullying, essas crianças e adolescentes adotam uma série de estratégias, entre as quais:
Os estudos indicam nos meninos que praticam o bullying uma maior predominância das ações físicas,
verbais e materiais. As ações dos meninos que praticam o bullying costumam ser mais físicas e, por
esse motivo, mais visíveis. Eles batem, xingam, gritam, empurram, chutam... Já as meninas utilizam
mais as ações morais. O problema, dessa forma, apresenta-se de forma mais velada. Uma das táticas
mais comuns para infernizar a vida das colegas é a exclusão social: isolam a vítima de todas as
atividades sociais que elas participam, não conversam com ela, fingem não conhecê-la. Além disso, é
muito comum entre as meninas a tática de constranger suas vítimas pela depreciação: fofocam, fazem
intrigas, inventam mentiras, ridicularizam, trocam olhares depreciativos, contam seus segredos aos
outros.
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Essas crianças e adolescentes que praticam o bullying, geralmente, apresentam em suas histórias
individuais, vivências de situações de violência física e/ou psicológica ou de excesso de
permissividade/falta de limites. Em algumas, nota-se a ausência de modelos positivos, com ações
solidárias e fraternais: essas crianças associam as ações egoístas e maldosas a um meio de adquirir
poder e status social. Muitas vezes, quem pratica a agressão vivencia problemas diversos nas relações
familiares. Uma minoria revela traços que apontam para a transgressão como base de sua
personalidade estrutural, do tipo perversa, cuja empatia, sentimento essencial para o exercício do
altruísmo, está ausente.
Essas crianças e jovens têm grande probabilidade de apresentar desajustes em suas vivências sociais
quando adultos e repetir padrões de comportamentos antissociais e violentos.
A realidade é que tanto vítimas, quanto os agressores necessitam de auxílio. Aos autores devem ser
propostas ações que visem desenvolver comportamentos mais altruístas, evitando o uso de ações
exclusivamente punitivas, tais como suspensões, expulsões, castigos etc, que acabam por rotular tais
alunos - “os bullies” - e marginalizá-los.
As testemunhas do bullying.
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Há também os alunos que não praticam nem sofrem o bullying, mas presenciam os atos cometidos
pelos alunos agressores de forma passiva e omissa. Não saem em defesa da vítima nem se juntam aos
autores. Silenciam-se e tornam-se cúmplices da situação. São as testemunhas do bullying:
representadas pelos alunos que sabem tudo, mas nada fazem, por medo e insegurança. Temem que se
delatarem o autor, tornar-se-ão as próximas vítimas. Sentem-se confortáveis por serem vistas de forma
não depreciativa pelos seus agressores.
O que fazer?
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A escola deve ter uma atitude preventiva contra o bullying. Um programa de combate ao bullying no
ambiente escolar deve ser trabalhado com todos envolvidos na instituição, começando pela
conscientização e preparação de professores, funcionários, pais e alunos. Os melhores resultados
advêm dessas ações preventivas, quando os próprios alunos participam ativamente de seu
desenvolvimento.
Em sala de aula deve ser desenvolvido um ambiente favorável ao diálogo e à resolução dos conflitos
que surgem no cotidiano escolar. Os alunos devem ser estimulados a informar os casos de bullying. Os
educadores devem escutar atentamente às reclamações e sugestões, interferindo o quanto antes no
grupo de forma a quebrar a dinâmica do bullying. É preciso deixar claro para os alunos que o bullying é
um problema inaceitável e que a escola não admitirá a sua prática. É importante que os educadores
criem com os estudantes regras de disciplina e convivência na escola em coerência com o regimento
interno da instituição.
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As ações dos alunos no combate ao bullying e as lideranças positivas, que reforçam laços de amizade,
cooperação e solidariedade devem ser reconhecidas e valorizadas pela equipe da escola. Para criar
uma atmosfera de Paz Social é importante que toda a escola regue as sementes das boas ações.
Quando constar casos extremos de bullying, Um espaço para o diálogo deve ser criado. Os educadores
devem conversar com os pais de todos os alunos envolvidos no conflito (vítimas, agressores e
testemunhas), conscientizando-os do que está acontecendo, bem como orientando-os a conversar com
seus filhos sobre a questão da tolerância ao diferente e da necessidade de respeito a todos.
A escola poderá comunicar aos pais sobre o Programa de Combate ao Bullying, implantado no ano de
2011, pela Prefeitura de Sarzedo, informando os serviços oferecidos pela equipe do Núcleo de Atenção
Psicossocial à Infância – NAPSI, com foco neste problema, quais sejam:
- orientação psicológica às crianças envolvidas e aos seus familiares;
- oficinas psicossociais;
- psicoterapia, caso necessário.
O Conselho Tutelar e o Ministério Público também deve ser comunicado sempre quando houver
negligência por parte da família dos alunos, bem como, quando os atos envolveram práticas
infracionais.
Orientações:
Os tópicos abaixo não têm a pretensão de ser um “manual de conduta”. São orientações no norte ético,
fundamentadas na “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, bem como no “Estatuto da Criança e do
Adolescente”, que compreende a criança como sujeito em processo de desenvolvimento, a qual devemos
empreender todos os recursos, de forma a assegurar-lhe condições ideais para seu pleno desenvolvimento físico e
mental.
Nesse norte, é importante ressaltar, que cada contexto abre campo para novas formas de agir. A criatividade do
educador, pautada nos princípios acima mencionados, pode oferecer novos caminhos, novas escadas que permitam
alcançar os alunos envolvidos no bullying e fazer aflorar os valores humanos que nossa sociedade tanto clama.
Segue, então, abaixo, uma forma de olhar rumo ao mundo de valores mais humanos...
- Acredite em tudo que a criança lhe falar e valorize sua atitude por ter conseguido contar o que está
acontecendo.
- Diga à criança que a culpa pelo o que está lhe ocorrendo não é dela e que você irá apoiá-la na resolução do
problema.
- Os pais das crianças envolvidas no conflito devem ser informados e convidados a comparecer em uma
reunião para discutir o problema.
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- Nessa reunião, deve ser enfatizada a importância de todos se unirem para resolução do conflito de forma
pacífica, bem como estimularem o diálogo como forma de resolução de problemas e o respeito às diferenças
de valores pessoais e familiares.
- A escola deve criar um espaço para o diálogo, tranquilo e seguro para que as crianças envolvidas no
conflito conversem entre si, mediadas por um adulto capacitado.
- Os envolvidos devem ser esclarecidos sobre o que está acontecendo e por que a escola não tolera
determinado tipo de conduta.
- É necessário que fique bem claro para todos que o bullying não é aceito na escola e sua prática não será de
forma nenhuma admitida.
- É importante ressaltar que a conversa a ser feita com todos os envolvidos não pode ter o tom de acusação.
A escola tem que tomar cuidado para não estigmatizar o aluno que está cometendo o bullying, rotulando-o
com termos como “o bullie”, “o agressor”, etc. O que é importante construir nesse espaço para o diálogo é
a percepção por parte de todos em relação ao sofrimento que a criança que está sendo alvo do bullying está
vivendo. É orientar o aluno que está cometendo o bullying à percepção de que todos na escola são
reconhecidos e valorizados, independentemente de diferenças pessoais. Deixar claro que as diferenças entre
as pessoas são uma característica sábia da humanidade e isso torna o mundo ainda mais interessante.
Conscientizar que quem não sabe lidar com as diferenças precisa de ajuda e que a criança terá o apoio da
escola para tentar compreender porque está lidando de uma forma tão negativa com as diferenças.
- Deve ser feita uma tentativa de apoiar a criança que comete o bullying na alteração de seu
comportamento.
- É importante transmitir a todos os envolvidos, que, nós, humanos, independentemente de nossas idades,
somos responsáveis por nossos atos, e que nossas escolhas geram consequências. A prática do bullying não
será de forma nenhuma admitida, pois fere os direitos dos outros. A infração dos direitos implica em sanção,
por isso os responsáveis legais, bem como as autoridades judiciais competentes para garantir os direitos das
crianças, ou seja, o Conselho Tutelar e o Ministério Público, serão informados quanto à ocorrência de casos
de bullying na escola.
- É importante deixar claro que os esforços de toda equipe da instituição são para que os direitos de todos os
alunos sejam respeitados para que todos possam vivenciar o tempo da escola como um tempo feliz.
Em nosso país, uma pesquisa sobre o tema foi desenvolvida pela Associação Brasileira Multiprofissional
de proteção a infância e adolescência (ABRAPIA), nos anos de 2002 e 2003, envolvendo 5.875
estudantes de 5ª a 8ª séries de onze escolas do Rio de Janeiro. Os resultados desta pesquisa revelou
que 40,5% desses alunos admitiram que naquele período estavam diretamente envolvidos em atos de
bullying. Destes alunos, 16,9% declararam estar na posição vítima de bullying; 10,9% alvos e autores de
bullying (ou seja, sofriam e praticavam os atos que caracterizam a situação de bullying) e 12,7%
afirmaram estar na posição de autores de bullying (ou seja, de agressores). 60,2% dos alunos, nesse
mesmo estudo, revelaram que o bullying ocorre mais frequentemente dentro das salas de aula. 41,6%
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dos que admitiram ser alvo de bullying declararam que não buscaram ajuda dos professores, colegas
nem familiares. 51,8% dos alunos autores de bullying disseram que não receberam nenhuma
advertência nem orientação sobre a incorreção de seus atos.
Mesmo que não haja, ainda, muitos estudos estatísticos sobre a situação do bullying nos cenários
brasileiros, seus efeitos nocivos já despertam os olhares de autarquias judiciais, escolas, dentre outros.
Os Ministérios Públicos e Tribunais de Justiças de diversos estados brasileiros criaram programas de
ações contra o bullying a ser desenvolvidos em parcerias com as escolas do país.
No Estado de Minas Gerais, algumas ações têm revelado a importância do tema nos debates atuais. No
segundo semestre de 2010, o Ministério Público de Minas Gerais entregará, gratuitamente, às escolas
da rede pública, mais de 4.500 cartilhas sobre como prevenir, identificar e combater o bullying. A
publicação com título “Vigilantes do Bullying” é um jogo educativo, no qual pais e educadores irão
interagir com crianças de até 12 anos de idade, na identificação e conscientização sobre a agressão. O
material foi desenvolvido pelo promotor de justiça de Governador Valadares, Lélio Braga Calhau, que
cita dados da pesquisa desenvolvida pela ABRAPIA, que aponta que mais 60% dos casos de bullying
acontecem dentro das salas de aula.
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Para adolescentes:
Título Sinopse
Bullying – Provocações sem limites Após ficar órfão de pai, Jordi, junto à sua mãe, muda de cidade para
começar uma nova vida. Porém ao entrar na nova escola, tem início, na
vida do adolescente, uma etapa de terríveis provações.
Meninas malvadas Criada na selva africana, somente aos 16 anos, Cady Heron entra numa
escola. Os primeiros amigos que faz não são populares, mas ela começa
a andar com um grupo de garotas populares, que adoram esnobar os
outros. Após apaixonar-se pelo ex-namorado de uma delas, que arma um
plano e volta a namorá-lo, Candy resolve se vingar e passa a agir da
mesma forma.
Bang Bang você morreu! Trevor Adams era um estudante exemplar. Mas, após ser vítima
perseguição, ele ameaça cometer atos terroristas. O professor de teatro,
Sr. Duncan, tenta montar uma peça sobre a violência nas escolas e
convida Trevor para o papel principal, o lado da bela Jenny Dahlquist. O
professor e a garota tentam ajudá-lo a manter-se na linha. Mas, o
enredo sobre assassinos em um playground, combinado com o passado
problemático de Trevor, cria resistências à peça e muitos se unem para
vetar o espetáculo.
Nunca fui beijada Josie Geller é uma jornalista que tem a tarefa de fazer uma reportagem
sobre o comportamento dos adolescentes na escola e para escrever o
artigo se faz passar por uma aluna. Só que sua volta ao colégio e os
deboches dos colegas vão trazer amargas recordações de sua época na
escola.
Tiros em Columbine O filme narra a história dos jovens Eric Harris e Dylan Klebold, que
estudavam na escola Columbine High School e mataram seus colegas.
Um grande garoto Will resolve inventar que tem um filho só para poder ir a reuniões de
pais solteiros. Ele usa isso como estratégia para conhecer mães solteiras,
viver um rápido romance e pular fora assim que surgir a palavra
compromisso. Porém, ele conhece Marcus, um garoto de 12 anos com
muitos problemas na escola e em casa. Com o tempo, Marcus e Will
descobrirão que têm muito a aprender um com o outro.
Querido Frankie Comovente história sobre a vida de um rapaz surdo e mudo, que sofre
perseguições, e vive na companhia da mãe, Lizzie, sem nunca ter visto o
pai. Para proteger o filho da verdade, Lizzie inventa uma história que o
pai de Frankie trabalha num navio e viaja por terras distantes e
exóticas. Ela escreve cartas para o filho, fazendo-se passar pelo pai de
Frankie e narrando suas supostas passagens pelo mundo.
Te pego lá fora Ao entrevistar um novo aluno para o jornal do colégio, um colegial
pacífico e simpático, encosta no colega. O que ele não imaginava é que
o cara, um brutamontes, é psicopata, que não suporta ser tocado. O
adolescente é desafiado para uma luta logo após a aula, no
estacionamento e passa a tentar de tudo para evitar sua 'execução' com
hora marcada.
Kes Para abstrair a dura realidade da violência que sofre em casa e na
escola, um menino passa suas horas livres treinando um falcão, o Kes. A
experiência, repleta de lições de vida, traz sentido para sua existência.
Cuidado com meu guarda-costas Garoto pacífico se vê em dificuldades para adaptar-se à nova escola,
onde um valentão costuma extorquir os colegas por dinheiro. Para
defender-se, ele contrata um grandalhão desajustado, de quem até os
professores tem medo, mas logo a relação dos dois se desenvolve em
amizade.
Elefante O filme narra o ataque que dois estudantes fizeram a uma escola
secundária do Oregon, matando dezenas de alunos, com um arsenal de
armas automáticas.
Evil, Raízes do Mal Um problemático adolescente de 16 anos, tratado com violência pelo
padrasto, também trata seus colegas de escola com violência e acaba
expulso da escola pública. É matriculado numa prestigiada escola
privada, onde sabe que terá uma última oportunidade de regeneração.
Contudo, na nova escola tem que se confrontar com os códigos e
humilhações dos estudantes veteranos e tem que escolher entre
submeter-se ou ser expulso.
Klass Em uma escola da Estônia, um inteligente garoto de 16 anos é
perseguido por um grupo de valentões, sob a complacência da classe.
Um colega envolve-se para defendê-lo e as reações dos adolescentes de
forma excessiva, vão num crescendo até a um trágico final.
Bully Um garoto rico e metido a valentão vive abusando fisicamente dos
colegas. Até que seu melhor amigo decide vingar-se dele junto com a
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namorada, atraindo-o para o pântano e espancando-o até a morte.
Alguns dos garotos tentam tomar o lugar dele, enquanto a comunidade
se divide entre o dilema de condenar sua execução ou acreditar que ele
teve o que merecia.
Carrie, a estranha Carrie é uma menina estranha e misteriosos poderes, que vive isolada
com a mãe e não consegue socializar-se na escola, onde é
constantemente ridicularizada pelos colegas. Sofrer uma grande
humilhação no baile de formatura faz com que ela desperte sua ira
assassina paranormal.
A maldição de Carrie Versão moderna de Carrie, a estranha. Rachel é uma colegial
desajustada que se vê no meio de uma maligna armação, preparada por
um grupo de colegas. Tal como Carrie, ao ser humilhada, vinga-se com
seus poderes paranormais.
Deixe ela entrar Num subúrbio de Estocolmo, um garoto frágil de 12 anos é
constantemente abusado pelos colegas e sonha com uma vingança.
Conhece sua vizinha, uma vampira que aparenta ter a sua idade, com a
qual se envolve.
Meu nome é Drillbit Taylor Três garotos, começando no colegial, são perseguidos, logo no primeiro
dia, pelo valentão da escola e por isso decidem contratar um guarda-
costas profissional, que, entretanto, um trapalhão e os coloca em
maiores confusões.
Em um mundo melhor Filme dinamarquês sobre o bullying na infância, conta a história de um
médico sem fronteiras, que tenta salvar meninas vítimas de todo o tipo
de violência. Ao mesmo tempo, na Dinamarca, seu filho é
constantemente humilhado por um colega de escola.
Sugestões de leitura:
Para educadores e pais:
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Brincadeiras que fazem chorar! Introdução ao fenômeno bullying.
Autora: Carolina Giannoni Camargo
Editora: All Print
Publicação: 2009
Sinopse: É um livro prático e muito interessante. Permite aos pais e aos professores conhecerem de forma
bem completa o que é o bullying, como identificar vítimas e agressores e como ajudar os envolvidos nesta
violência. Traz ainda uma reflexão sobre a educação dos nossos filhos ou alunos diante ao complexo mundo
em que vivemos e também sobre o nosso papel, como educadores, na diminuição dos casos de bullying.
Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a Paz.
Autora: Cléo Fante
Editora: Verus
Publicação: 2005
Sinopse: Você com certeza, já foi alvo do "Fenômeno Bullying" e talvez nem saiba! Esse fenômeno ocorre em
todos os locais, mas se evidencia no ambiente escolar, desde os primeiros anos. Você se lembra dos
apelidos, das ofensas, das gozações e das ameaças que recebeu, causando-lhe mágoas profundas? O bullying
é um conjunto de atitudes agressivas intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, de
forma velada ou explícita, adotado por um ou mais indivíduos contra outro(s), causando dor, angústia e
sofrimento. A autora apresenta neste livro propostas concretas para minimizar o problema da violência
especialmente no ambiente escolar, dirigindo-se aos pais, professores, aos educadores e às autoridades. É
uma leitura indispensável que realmente fará diferença em nosso meio.
Literatura infantil:
Laís, a fofinha
Autor: Walcyr Carrasco
Editora: Ática
Publicação: 2011
Sinopse: O livro aborda o tema do bullying escolar e da obesidade infantil. A obra
fala de Laís, uma menina que muda de cidade. Na nova escola, os colegas não param
de lhe dar apelidos desagradáveis. Laís se sente triste, feia e incapaz de realizar seu
grande sonho de ser atriz. Envergonhada, tenta resolver o problema sozinha. Porém,
quando resolve se abrir para o mundo, descobre a chave para felicidade.
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Bullying na escola: defeito mesmo é desrespeito.
Editora: Blu editora
Publicação: 2011
Sinopse: Fernando é um ótimo garoto. Ele nasceu sem a mão esquerda e alguns
meninos resolvem debochar dele por causa disso. Depois de certo tempo
ouvindo gracinhas, Fernando reage e conta para a sua mãe o que está
acontecendo. Assim, ela pode ajudá-lo a resolver seu problema na escola.
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Bullying na escola: verdade ou mentira?
Editora: Blu editora
Publicação: 2011
Sinopse: Verônica é uma linda simpática menina, por isso, vive rodeada de
gente. Com inveja, algumas crianças inventam mentiras sobre ela para que
todos a isolem. Verônica sofre bastante, mas consegue resolver a situação com
a ajuda dos pais.
Morango sardento
Autora: Julianne Moore
Editora: Cosac Naify
Publicação: 2010
Sinopse: O livro é um retrato autobiográfico da atriz Julianne Moore. Ruiva e
com sardas, ela era motivo de brincadeiras no colégio, onde os colegas a
chamavam de “Morango Sardento”. “A menina dessa história detesta ter os
cabelos vermelhos e, muito pior, o corpo cheios de sardas. Sem entender de
onde as sardas vieram (só ela tinha na família) e o porquê das pessoas sempre
terem algum comentário humilhante a fazer sobre elas (“você é igual a uma
girafa”), ela passa a tentar se livrar das suas marcas com todas as suas forças,
tentando vários "tratamentos" para eliminar as sardas, como esfregar a pele
com um escovão, passar tinta no rosto e tomar banho com suco de limão.
Nenhum dá certo e ela resolve começar a sair de casa com um capuz que só
deixa os olhos à mostra e muitas roupas para esconder todas as suas
“inimigas”. Só, então, os colegas de escola percebem sua ausência e a ela,
enfim, descobre como é amada. O final tem um sabor especial, já que a
menina “vive feliz para sempre”, com suas sardas e seu cabelo vermelho. No
fundo, só o que muda é a forma como ela olha para si. Como já deu para
perceber, o livro mostra mais do que uma história divertida sobre uma garota
que quer se livrar de suas sardas. Ele fala de todas as pessoas que, por um
motivo ou outro, se sentem diferentes e como ser observado por isso ou virar
chacota dos colegas pode afetar profundamente o modo como a própria
pessoa se olha. Morango Sardento trata de tolerância, de se aceitar as pessoas
como elas são e, acima de tudo, de se aceitar como você é!”
(http://nomundoanimado.blogspot.com/2010/10/literatura-morango-sardento.html)
Histórias infantis:
O Patinho Feio
O Corcunda de Notre Dame
A Bela e a Fera
Gata Borralheira
Literatura infanto-juvenil:
Jogo educativo:
Vigilantes do bullying – jogo de tabuleiro desenvolvido pelo Ministério Público de Minas Gerais (em
anexo).
Sites:
www.bullyingestoufora.blogspot.com
www.observatoriodainfancia.com.br
www.diganaoaobullying.com.br
www.bullying.pro.br
nomorebullying.zip.net
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Referências bibliográficas:
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
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http://www.observatoriodainfancia.com.br/rubrique.php3?id_rubrique=19. Acesso em 28/10/2010.
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http://imap.pt/imapwp/wp-content/uploads/2010/03/Bullying-escolar-e-justi%C3%A7a-restaurativa.pdf.
http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/minas/jogo-educativo-e-arma-no-combate-ao-bullying-
1.171784
http://www.pgj.pb.gov.br/bullying/cartilha_bullying.pdf
http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/brincadeiras_perversas_imprimir.html
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Bullying é coisa séria: o papel da comunidade escola no combate a um dos problemas mais freqüentes hoje nas
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scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-91872009000200011&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0871-9187.
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content&task=view&id=9&Itemid=2
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ANEXO
Fonte: www.mp.mg.gov.br/portal/public/interno/arquivo/id/19175
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