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QUESTÕES DEMOGRÁFICAS
parale
par ale la de I Cr 21 .1- 6, ele va m ais a som a de Isr ael , emb ora exclu a os terr itó
itó
rios não israelitas. O total mais baixo, o de II Sm, é ainda muito exagerado:
1.300.000 mobilizados representariam pelo menos 5.000.000 de habitantes, o
que eqüivaleria para a Palestina a uma densidade quase duas vezes superior à
dos países mais povoados da Europa moderna. Além disso, é contrário aos
dados explícitos do texto interpretar essas somas (ou as de Números) como
englobando mulheres e crianças. Deve-se reconhecer simplesmente seu cará
ter artific ial.
Um dado mais aceitável é oferecido por II Rs 15.19-20. No ano de 738,
para pagar um tributo de 1000 talentos de prata a Tegla t-Falasar III, Menaém
impõe aos gibbôre hail de s eu reino um imposto de cinqü enta siclos p or cabe
ça. Avaliando o talento em 3000 siclos22, isto supõe que havia então em Israel
60.000 chefes de fam ília usufr uind o de uma certa ab asta nça 23. O que eqüivale
a 300.000 ou 400.0 00 pessoas. Deve- se acre scentar o povo comum, artes ãos e
pobres (número
(números incertos,incerto, masmenores).
mas ainda menos elevado), os estran
Dessa maneira geiros
não se e os aescravos
chegaria
800.000 habitantes para todo o reino de Israel, e quase não se passaria do
milhão mesmo acrescentando o reino de Judá, três vezes menos extenso e com
regiõe s de população menos dens a.
Nessa mesma época, pelo que se refere a Judá, essa estimativa poderia
ser confirmada com infor mação extra bíblic a. Os Anais de Senaquerib e dizem
que na cam pan ha de 7 01 contra Ezequias fo ram tomadas 46 cidades e inume
ráveis aldeias e que se fez sair, contando-os como butim, a 200.150 homens,
mulheres e crianças. Se não se trata de uma d epo rtaçã o de prisioneir os, mas de
um censo dos vencidos, o númer o indicaria toda a populaç ão de Judá, e xceto
Jerusalém , que não foi tomada. Infel izmen te, é evid ente que o te xto fal a, como
nas passagens paralelas dos Anais, dos cativos que o vencedor levou, e nesse
caso o núm ero é excessivo. É provável que se trate de um erro de grafia , sendo
o número 2.150.
As “cidades” bíblicas tinham pouca extensão. Seu tamanho, revelado
pelas escavações surpreende, quase todas poderiam caber folgadamente na
praça da Concórdia de Paris e algumas delas não chegariam a encher o pátio
do Louvre. Os Anais de Teglat-Falas ar II I dão um a lista das cidades da Galiléia
conquistadas em 732; o número dos cativos varia entre 400 e 650, sendo que
esse rei deportava populações inteiras. Eram, pois, aldeias comparáveis às de
hoje, e não eram mais numerosas. Algumas aglomerações eram mais populo
sas. Segundo a estimativa do arqueólogo que fez as escavações, Tell Beit-
Mirsim, a antiga De bir, abrigava, nos tempos d e sua maior prosperidade, 2.000
a 3.000 habitantes: era uma cidade relativamente importante.
Para Samaria e Jerusalém podem -se utilizar outra s informações. Sarg ón
II diz que levou de Samaria 27.290 pessoas. A deportação afetou essencial
mente a capital e f oi massiva, m as ela deve ter atingido tam bém aos que havia m
u Cf. p. 243.
u Sobre os gi bb ôr e ha il, cf. p. 94.
Nr refugiado nela no momento do cerco. Segundo as observações dos ar queó
logos, a cidade devia ter uns 30.000 habitantes.
Com relação a Jerusalém, é dif ícil esta belece r e interpretar as som as das
deportações de Nabuc odonosor, posto que os textos conservaram diver sas tra
dições. Segundo II Rs 24.14, no ano 597 foram exilados 10.000 dignitários e
nohrcs e todos os serralheiros, ferreiros e chaveiros, mas o texto paralelo de
II Rs 24.16 enumera só 7.000 pessoas de condição e 1.000 serralheiros e
ferreiros. Finalmente, segundo Jr 52.28-30, Nabucodonosor deportou 3.023
"judeus” no ano 597, 832 habitantes de Jerusalém no ano 587, e 745 “judeus”
»n ano 583, ou seja, no tot al, 4.600 pessoas. Ess a últim a lista , que é inde pende n
te. concerne sem dúvida a categorias especiais de cativos. As indicações de
II Rs 24.14 e 16 não devem ser somadas e são mais ou menos equivalentes:
uns dez mi l foram deportados. M as estes representava m apenas um a part e da
população e, pelo contrário, compreendiam talvez forasteiros que haviam se
«brigado dentro dos muros de Jerusalém. Isto torna toda a avaliação precária.
Não se pode levar em conta II Mb 5.14, segundo o qual Antíoco Epífano
hiiveria feito 80.0 00 vítimas e m Jerusal ém, dos quais 4 0.00 0 massacra dos e o s
outr os vendidos como escravos. Os núm eros da popula ção de Jerusalém cita
dos pelo o Pseudo-Hecateu de Abdera e por Josefo, são ainda mais exagera
dos. Segundo uma estimativa razoável, a cidade, no tempo de Jesus, tinha de
25.000 a 30.000 habitantes. Essa era também, há alguns anos, a população da
cidade velha no interior das muralhas, para uma superfície mais ou menos
Igual. O número de habitantes não pode ter sido muito mais elevado na época
do Antigo Testamento.
A situação demográfica pode ter variado com o tempo. É certo que o
reino de Davi, com as conquistas territoriais e a assimilação dos enclaves
eimaneus, e sobretudo o reinado de Salomão com uma economia próspera,
estimularam um crescimento populacional que continuou durante os dois
séculos seguintes, graças ao desenvolvimento do comércio, da indústria e da
ngricultura. Entretanto, até na época mais favorável para os dois reinos, na
primeira metade do século VIII a.C., a população total não devia ser superior
u um milhão. A título de comparação pode-se destacar que, segundo o censo
inglês d e J9 3 1, antes da grand e imig ração sionista, a Palestina tinha 1.01 4.00 0
habitantes. Na antigüidade, sem os recursos em parte artificiais da economia
moderna, é muito duvidoso que o país jam ais tenha podido alimentar um núm e
ro muito mais elevado de pessoas.
OS ELEMENTOS DA POPULAÇÃO LIVRE
MCf. p. 169.
"nt)hrcs e pleb eus” , “capitalistas” e “pro letários ”. Na realidade, em Israel nunca
houve classes sociais em sentido moderno, isto é, grupos conscientes de seus
Inter esse s particulares e opostos e ntre si. Para evitar paralelos enganosos, pre
ferimos falar aqui de “elementos da população”. Além disso, não é fácil
ileierminá-los pela variedade e incerteza do vocabulário.
2 .OS NOTÁVEIS
” Cf. p. 149.
Em Nm 21.18 e em Pv 8.16 , sarim alterna com nedíbím, os homens “exce
lentes”. Estes têm um lugar de honra nas reuniões, I Sm 2.8; SI 113.8; são
poderosos e ricos, SI 118.9; 146.3; Pv 19.6.
Em Is 34.12 e em Ec 10.17, os sarim estão em paralelo com os horim, e em
Jr 27.20 horim substitui a sarím do texto correspondente de II Rs 24.14. A pala
vra, empreg ada sempre no plural, é citada jun to c om z eqenim em I Rs 21.8,11,
e junto com gibbôre hail (v. acima) em II Rs 24.14. Segundo a raiz e seus
derivados nas línguas afins do hebraico, são homens “livres, de boa família”.
Essas palavras são, pois, mais ou menos sinônimas e designam a classe
dirig ente da época monárquica, funcionários e chefes das famílias influen tes,
em uma palavra, os notáveis. São os “grandes”, os gedolim , como são cha ma
dos em outros textos, II Rs 20.6,11; Jr 5.5; Jn 3.7.
Depois do Exílio aparecem outras palavras para designar o mesmo gru
po. Em Jó 29.9-10, os negidim são colocados paralelamente com os sarím, e
em I e II Cr tfgidim é praticamente o equival ente de sarím. Mas os textos pré-
exílicos só usa vam o singular nagid e aplic ava m-no ao rei designado por Iahv é,
I Sm 9.16; 10.1; II Sm 5.2; 7.8; I Rs 14.7; 16.2; II Rs 20.5. Por outro lado, em
Ne 2.16; 4.8,13, são mencionados os stganim ao lado dos horim, e em Ed 9.2
ao lado dos sarim, e a palavra é freqüente nas Memórias de Neemias para
designar aos notáveis do povo; tem-se a impressão de que no vocabulário de
Neemias essa palavra substitua z'quenim , os Anciãos, palavra que ele não
empre ga nunca. Mas nos textos anteriores a palavra significa “governador” e
é um empréstimo babilônico.
A esses notáveis ou dignitários pode-se, sem dúvida, chamar “nobres”
em uma acepção ampla. Mas eles não constituem uma nobreza em sentido
estrito
to, que, goza
ou seja
de ,certos
um a classe fec hada
privilégios a quagrande
e possui l se pertence p or
parte das direito de nasc ime n
terras.
Alguns autores quiser am reconhece r nos gibbôre hail uma classe de gran
des proprietários de terras, uma espécie de nobreza rural. Fundam-se sobretudo
em II Rs 15.20, em que Me na ém op rime com impo stos aos gibbôre hail de se u
reino para pagar o tribu to devid o aos assírios. Parece, contudo, que a expr es
são designou no início, e designa com freqüência em Crônicas, os homens
valent es, os guerreiros corajosos , os paladinos, como simples gibbôrim, mes
mo que não possuam propriedades, Js 8.3; Jz 11.1. O termo foi aplicado em
seguid a aos que eram sujeitos ao serviço mil ita r e que eram pessoa s de posses,
já que deviam fornecer seu equipamento militar. Esse é o sentido que convém
a II Rs 15.20, onde são 60.000, a II Rs 24.14, o nde são contrapost os à pop ula
ção mais pobre do país, e a Rt 2.1, em que Boaz é só um homem de posses,
como o pai de Saul, I Sm 9.1.
3, () “POVO DA TER RA”
«acerdotes
classe e aos profetas, Ez 22.24-29. Nunca é contraposta a nenhuma outra
do povo.
Segundo II Rs 24.14, Nabucodonosor deixa em Jerusalém só “os mais
pobres do povo da terra”, e esta precisão indica que a expressão em si mesma
nflo designa a classe pobre, cf. também Ez 22.29. Isto resulta igualmente das
enumerações a que acabamos de nos referir, por exemplo, Jr 1.18: “...contra
lodo o país, contra os reis de Judá, contra os seus líderes (sarim), contra os
ncus sacerdotes e contra o seu povo”. A lei de Lv 4 distingue os sacrifícios
pelo pecado que devem ser oferecidos: v. 3, pelo sumo sacerdote, v. 13, por
Ioda a com uni dad e de Israe l, v. 22, por um ch efe, v. 27, por qualq uer pessoa do
“povo da terra”. É todo o “povo da terra” que deve ser castigado por certas
fultas religiosas, Lv 20.2-4.
Assim pois, o “povo da terra” representa o conjunto dos cidadãos. Por
Inso, a exp ress ão ap licada ao reino de Jud á alterna com “povo de Judá” , comp.
II Rs 14.21: “Todo o povo de Jud á esc olh eu a Uz ias ”, e II Rs 23.30: “O povo
da terra escolheu a Joacaz.” Da mesma maneira o “povo da terra” castiga os
assassinos de Amom e proclama rei a Josias, II Rs 21.24. Em II Rs 11.14,18
“todo o povo da terra acla ma a Joá s e derriba o templo de Ba al ” : é uma rev olu
ção nacional, dirigida contra Atalia e sua corte estrangeira. Sem dúvida, o v. 20
contrapõe esse “ povo da terra” e a cidad e, Jerusalém. Mas é porque em Jeru
salém residia a corte, os funcionários, todos os que apoiavam ao regime derri-
bado. Essa expressão significa apenas a distinção entre o povo de Judá e os
habitan tes de Jerusalém em Jr 25.2 . Em nen hum a parte ela designa um part ido
ou uma classe social.
Na volta do Exílio, a express ão continua sendo empregada nesse sentido
gera l por Ag 2.4; Zc 7.5 , e encontra-se tam bém em Dn 9.6 , em que a enum era
ção “nossos reis, nossos líderes, nossos pais, todo o povo da terra” lembra as
de Jeremias e Ezequiel. Mas o sentido muda e m Esdras e Neemias. A expre s
são é empre gad a no plu ral, “os povos da terra” , ou “das terras ”, Ed 3.3; 9.1,2,11;
10.2,11; Ne 9.30; 10.29,31,32. Ela designa então os habitantes da Palestina
seus vizinhos.
no mesmo sítio:É onotável o contraste
quarteirão quando
das casas ricas, se passa eaomelhor
maiores nível do século VIII
construídas, é
separado do quarteirão em que as casas dos pobres estão aglomeradas.
Na realidade, durante esses dois séculos se produziu uma revolução social.
Como já vimos, as instituições monárquica s fizera m surgir um a classe de fun
cionários que tiravam proveito de sua administração e dos favores que o rei
llies concedia. Outros, por sorte ou por habilidade, obtiveram grandes lucros
com suas terras. Reinava a prosperidade. Os 12.9 põe estas palavras na boca
ile Efraim (Israel): "Sim, me enriqueci, e adquiri muitos bens", e Is 2.7 diz:
"O país está cheio de prata e de ouro e de imensos tesouros.” Os profetas
condenavam então o luxo das residências, Os 8.14; Am 3.15; 5.11, dos ban
quetes, Is 5.11,12; Am 6.4, das roupas, Is 3.16-24, a monopolização das terras
por aqueles “Que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo até que se
«poderem de toda terra”, Is 5.8. Efetivamente, essas riquezas eram mal distri
buídas e com freqüência haviam sido mal adquiridas: “Cobiçam campos e os
arrebatam, e casas, e as tomam”, Mq 2.2. Os ricos proprietários especulam e
cometem fraudes, Os 12.8; Am 8.5; Mq 2.15, os juizes se deixam corromper
Is 1.23; Jr 5.28; Mq 3.11; 7.3, os credores são impiedosos, Am 2.6-8; 8.6.
£elQ.£QntfárÍQ, existem os fracos, os pequenos, os pobres, que sofrem
com essas cobranças injustas, ps profetas saem em sua defesa. Is 3.14,15;
10.2; 11.4; Am 4.1; 5.12; cf. SI 82.3-4, e também a lei os protege, começando
já por Êx 22: 24-26; 23.6, mas, sobretudo o Deuteronômio, que reflete a situa
ção social desse período: ele promulga o preceito da esmola, Dt 15: 7-11,
obriga a dar ao devedor pobre seu penhor antes do pôr-do-sol, Dt 24.12-13
(ampliando a lei de Êx 22.25,26), protege ao diarista, Dt 24.14,15.
Sabia-se muito bem que sempre haveria pobres, Dt 15.11, cf. Mt 26.11,
mas mediante regulamentações, das quais é difícil dizer até que ponto foram
realmente praticadas26, procurou-se lutar contra o pauperismo e restabelecer
certa igualdade entre os israelitas. A cada ano sabático deixava-se aos indi
gentes o produto da terra, Êx 23.11, perdoavam-se as dívidas, Dt 15.1, “Para
que não haja nenhum pobre entre vocês”, Dt 15.4. No ano do jubileu devia
proclamar-se u ma anistia geral e cada um recuperava seu patrimônio, Lv 25.10,
com os comentários que seguem no capítulo.
Os ricos encontravam-se, geralmente, entre os notáveis e muitos textos
proféticos unem uns aos outros na mesma condenação. Contudo, os pobres
não constituíam diante deles outra classe socia l: eram unicam ente indiv íduo s,
que se encontravam indefesos precisamente por estarem isolados.
O termos “rico ” e “pobre ” não implica m em si mesmo s nenhuma quali
cação moral ou relig iosa. Entretanto, car regam -se de ta l qualificação ao entrar
em duas linhas contraditórias de pensamento. Segundo a tese da retribuição
temporal, a riqueza é uma recompensa da virtude e a pobreza é castigo, tal
como dizem textos como SI 1.3; 112.1-3; Pv 10.15-16; 15.6, contra o que
protestará Jó. Outra linha de pensamento parte de uma experiê ncia muito fre
qüente e de fatos estigmatizados pelos profetas: há ricos malvados, ímpios,
que oprime m os pobres, mas estes são amados por Deus, Dt 10.18; Pv 22.22-23,
e seu Messia s lhes fará justi ça, Is 11.4. A ssim ia-se prep aran do a transposição
espiritual do vocabulário, que se insinua em Sofonias: “Buscai a Iahvé, vós
todos os mansos da terra”, Sf 2.3; cf. 3.12-13. A espiritualidade dos “pobres”
se desenvolverá na segunda parte de Isaías e no saltério pós-exílico, mas os
termos relativos à pobreza perdem, nesse caso, suas conexões sociológicas:
nem antes nem depois do Exílio os indigentes foram um partido religioso nem
uma classe social.
ile Reerote hav iam se refugiado em Gitaim, onde viviam co mo gerim, II Sm 4.3.
Quando os israelitas, estabelecidos em Canaã, consideraram-se como os
possuidores legítimos da terra, como o “povo da terra”, então os antigos habi-
limlcs, não assimilados por casamentos nem reduzidos à servidão, tornaram-
se os gerim, aos quais se acrescentaram os imigrantes. Dado o caráter indivi
dualista da s tribos e sua divisão territ orial, os antigos textos cons ideram como
ger um israelita que v ai residir em outra trib o: u m homem de Efraim é um ger
em Gibeá, on de vivem os benjamit as, Jz 19.16. É o caso geral dos levita s, que
não têm território próprio, Jz 17.7-9; 19.1, e as leis de proteção social compa-
rmn levitas a gerim, Dt 12.12; 14.29; 26.12.
Do ponto de vista social , esses estra ngeiros residentes são homens livres,
c se opõem, portanto, aos escravos, mas não têm todos os direitos cívicos, de
modo que se contrapõem também aos cidadãos israelitas. Pode-se compará-
los com os perioikoi de Esparta, os ant igos habitantes do Pelopone so que con
servavam sua liberdade, podiam ter posses, mas não tinham direitos políticos.
Contudo, os gerim de Isr ael eram, primitivamente, menos favorecidos. A pro
priedade imobiliária ficava em poder dos israelitas, os gerim eram forçados a
«rrendar seus serviços, Dt 24.14, como o faziam os levitas com a sua especia
lidade, Jz 17.8-10. Eram geralmente pobres e são assimilados aos indigentes,
üs viúvas, aos órfãos, a todos os “economicamente fracos”, os quais são reco
mendados à caridade dos israelitas: deve-se permitir-lhes recolher os frutos
Cilídos, as azei tonas e sque cida s nas árvores, r ebus car as vinhas, respigar após
a colhei ta, Lv 19.10; 23.22; Dt 24.19-21 etc., cf. Jr 7 .6; 22.3; Ez 22.7; Zc 7.10.
Como os outros pobres, estão sob a proteção de Deus, Dt 10.18; SI 146.9;
Ml 3.5. Os israelitas ao assisti-los, devem recordar que eles também foram
gerim no Egito,
ve amá-los comoÊxa 22.20; 23.9; Lv
si mesmos, Dt 24.18,22,
19.34; Dt e,10.19.
por essa
Elesrazão, devemnoinclusi
têm parte dízimo
Irienal, Dt 14.29, e nos produtos do ano sabát ico, Lv 25.6, as cidades de refúgio
tes como
de pur ezaaos
,Lvisraelitas.
17.8-13;Por
18.outro
26;N lado, estãoDe
m 19.10. sujeitos às mesmas
vem observar prescrições
o sábad o, Êx 2 0.10;
Dt 5.14, o jejum do Dia da Expiação, Lv 16.29. Eles podem oferecer sacrifí
cios, Lv 17.8; 22.18; Nm 15.15,16 e 29, e tomam parte nas festas religiosas,
Dt 16.11-14. Eles até podem celebrar a Páscoa com os israelitas, desde que
sejam circuncidados, Êx 12.48,49; cf. Nm 9.14.
É notável que quase todos esses textos tenham sido redigidos pouco antes
do Exílio: Dt e Jr, e o Código de Santidade de Levítico. Parece então que ao
final da monarquia havia se multiplicado em Judá o número dos gerim e era
preciso ocupar-se
cedentes deles.
do antigo reino do Provavelm entea houve
norte. Era fácil um afluxo
assimilação desses de refugiados pro
gerim paren
tes de raça e partidári os da me sm a fé e deve ter contrib uído para acelerar a d os
gerim de srcem estrangeira. Assim se preparava o estatuto dos prosélitos, e
os Setenta traduzem ger por esta palavra grega.
Às vezes, jun to ao ger se menciona tam bém o tôshâb , Gn 23. 4; Lv 25.23,35;
I Cr 29.15; SI 39.13. O tôshâb aparece também junto ao trabalhador assala
riado em Êx 12.45; Lv 22.10; 25.40, e com os escravos, os trabalhadores
e “todos os que residem em teu território” em Lv 25.6. Desses textos resulta
que a situação do tôshâb é parecida à do ger, sem ser precisamente idêntica.
Ele parece es tai' meno s assimil ado, social e religi osamen te, Êx 12.45; cf. Lv 22.10,
menos fixado ao país e também menos independente: não tem teto, é o tôshâb
de alguém , Lv 22.10; 25.6 . É u m termo mai s recente, que apare ce, sobre tudo,
em textos de redação pós-exílica.
6. OS A SSAL ARIA DO S
Além dos escravos, dos quais trataremos no capítulo seguinte, havia tra
balhadores assalariados, homens livres que eram contratados para um traba
lho determinado, por certo tempo e com um a retribuição combinada. Os estran
geiros residentes ou de passagem ofereciam assim seus serviços, Êx 12.45;
Lv 22.10; Dt 24.14, como Jacó o havia feito na casa de Labão, Gn 29.15;
.10.28; 31.7. Mas o empobrecimento de algumas famílias e a perda de suas
Icitus forçaram um número crescente de israelitas a trabalhar por salário,
cf. Dt 24.14. Em época anti ga contr atavam -se, sobretudo, a trabalhador es agrí
colas. Trabalha vam com o pastores, A m 3.12, como segadores ou vindima dores,
Inlvez Rt 2.3s; II Rs 4.18; cf. Mt 20.Is. Podiam ser contratados por um dia,
como “diarista”, Lv 19.13; Dt 24.15; cf. Mt 20.8, ou ao ano, Lv 25.50-53;
Is 16.14; 21.16; Eclo 37.11.
O Antigo Testamento não dá informaçõ es diret as sobre o valo r do salá
rio. Na Mesopotâm
ro. Segundo ia,de
o Código os Hamurabi
trabalhadores
eleseram pagosum
recebiam em siclo
espécie
de ou emao
prata dinhei
mês
durante a estação de muitos serviços e um pouco menos o resto do ano, mas
alguns contratos estipulam valores muito inferiores. Com o Código de
I lumurabi, qu e pre vê dez siclos co mo salár io anual, se co mp ara rá Jz 17.10 e o
difícil texto de Dt 15.18, que pode ser interpretado assim: um escravo que
serviu seis anos produziu a seu dono o dobro de seu valor, conforme a tarifa
ilc um assalariado; o valor de um escravo era, efetivamente, de trinta siclos,
fíx 21.32. Os trabalhadores do Evangelho, Mt 20.2, recebiam um denário, o
que representa muito mais, mas seria ilusório comparar os preços entre duas
épocas tão distantes.
A verd ade é que a situação dos assalariados era po uco invejável, Jó 7 .1 -2;
14.6, e havia patrões injustos que não lhes davam nem o que era devido,
Jr 22.13; Eclo 34.22 . Pelo menos usufr uia m de certa proteção legal: Lv 19.13
c Dt 24.14- 15 pr escrevem que se pague aos diaristas ao entardecer, c f. Mt 20 .8,
c os profetas os defendem contra a opressão, Jr 22.13; Ml 3.5; Eclo 7.20.
7. OS AR TESÃ OS
H.OS CO M ERCI
ER CIAN
ANTE
TES
S
como o re i sírio
real. Assim tinhaem
sucedia emtodo
Samari a, oriente
antigo I Rs 20.34. Trata- Osse contrapartes
próximo. ainda de uma deem presa
Salo mão er am o rei de Tiro, 1 Rs 5.15-26; 9.27; 10.11 -14, e a rainha de Sabá,
I Rs 10.1-13. E a tradiç ão era antiga. No te rcei ro mil ênio ante s de nossa era, e
depo is sob Hamurabi, os reis d a Mes opot âm ia tinham suas caravanas; na épo
ca de Amarna, os reis da Babilônia, de Chipre e de outras partes tinham mer
cadores a seu serviço; no século XI a.C., a história egípcia de Wen-Amón nos
informa que o príncipe de Tanis tinha uma frota de comércio e que o rei de
Biblos tinha registro dos negócios que fazia com o faraó.
Em Israel, as pessoas do povo só se dedicavam a operações locais. Na pra
ça da cidade ou da aldeia, onde havia o mercado, II Rs 7.1, os artesãos ven
diam seus produtos e os camponeses o produto do seu campo ou do seu reba
nho. Essas trocas, de volume limitado, eram feitas diretamente do produtor ao
consumidor, sem intermediários, e não existia uma classe de comerciantes.
O verdadeiro negócio estava nas mãos de estrangeiros, especialmente os fení
cios, que eram os corretores de todo o oriente, cf. Is 23.2,8; Ez 27, e também
assírios, segundo Na 3.16. Ainda depois do Exílio, podem-se ver os judeus
levarem a Jerusalém os produtos agrícolas, mas os tírios vendiam aí as merca
dorias de importação, Ne 13.15-16. Os primeiros comerciantes israelitas da
Palestina que conhecemos são talvez os que, sob Neemias, trabalham na res
tauração das muralhas, Ne 3.32; mas ainda é possível que sejam tírios que,
segundo Ne 13.16, viviam na cidade.
Essa situação se reflete no vocabulário: “cananeus” significa “comercian
tes” em Jó 40.30; Pv 31.24; Zc 14.21. Out ros term os des igna m o comerciante
como “o que circula” ou com uma raiz que tem afinidade com “caminhar”.
São estrangeiros, caravaneiros como os midianitas de Gn 37.28, ou mercado
res ambulantes que percorriam o país oferecendo sua pacotilha importada e
comprando, para exportá-los, produtos locais.
É na diásp ora, e por necess idade, que o s jude us se tom am comerc iantes.
Na Babilônia, descendentes dos exilados que não tinham retomado figuram
como agentes ou clientes de grandes Firmas comerciais. No Egito, na época
helenística, os papiros mostram que alguns eram negociantes, banqueiros ou
corretores. Os judeus da Palestina seguiram pouco a pouco esse movimento,
mas os sábios como mais tarde os rabinos, não o viam com bons olhos.
O Eclesiástico diz, sem dúvida, que os benefícios comerciais são legítimos,
Eclo 42.5, mas destaca também que um comerciante não poderá permanecer
sem pecado, Eclo 26.29; 27.2.