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Resumo
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Me. Em Engenharia de Materiais – PPGEM/UFRGS.
2
Professor – Departamento de Metalurgia – DEMET/UFRGS.
3
Pesquisador – The Welding Institute (TWI).
1. Introdução
Equipamentos em aço carbono C-Mn, por muitos anos, foram a base para transporte e
armazenamento de fluídos industriais. Porém, esses materiais tem o inconveniente de sofrem
por corrosão. Com isso, diversas alternativas foram testadas ao longo do tempo; desde o uso
de inibidores químicos de corrosão, peças sólidas construídas com ligas resistentes á corrosão
(CRA) entre outras. Contudo, essas alternativas demonstraram-se inviáveis, uma vez que, no
caso das primeiras, contaminavam o produto e o meio-ambiente, enquanto a outra apresentava
elevado custo, visto que ligas CRA não apresentam a mesma performance em resistência
mecânica que o aço C-Mn. Com isso, a indústria encontrou nos aços C-Mn cladeados com
CRA a alternativa de baixo custo para esse fim. Uma vez que utilizam apenas uma camada de
poucos milímetros de liga CRA, eles aliam a resistência mecânica do aço carbono ás
propriedades anticorrosivas do CRA (BAI e BAI, 2005).
Essas características dos revestimentos cladeados fazem com que sua inspeção por
NDT ainda seja um desafio, pois a interação do feixe sônico com a microestrutura do material
tende a defletir e atenuar o feixe. Esses fenômenos de atenuação e deflexão são especialmente
críticos para ondas compressivas (P) e ondas transversais verticais (SV), tipicamente
empregadas na inspeção por métodos ultrassônicos, devido ao acoplamento de sua
componente vertical de deslocamento com as constantes elásticas do material orientadas nessa
direção. Contudo, pelo mesmo motivo, as ondas transversais horizontalmente polarizadas
(SH) sofrem menor influência que as demais, fazendo com que sejam potenciais candidatas
para a inspeção desses materiais. Todavia, em virtude do baixo coeficiente de Poisson de
fluidos, ondas SH não propagam em meios fluídos como ar, ou acoplantes, transdutores com
piezelétricos não geram ondas SH eficientemente (HUDGELL, 1994).
Transdutores de imãs periódicos são construídos com uma bobina de alta frequência
montada abaixo de um arranjo de imãs com polaridade alternada em relação ao próximo. Esse
arranjo garante que as forças de Lorentz sejam orientadas tangencialmente á superfície do
material, gerando ondas elásticas no material com comprimento de onda (λ) igual à distância
entre os centros de cada par de imãs. Como a indução de forças de Lorentz é dependente da
corrente elétrica passante no fio e, essa varia alternadamente à uma frequência 𝑓, o vetor 𝐹⃗
será defletido de acordo com a frequência através da relação da Eq. 1. Uma consequência
dessa interdependência faz com que EMATs periódicos sejam hábeis à geração de ondas SH
planas com o ângulo de entrada do feixe controlável através do controle adequado da
frequência do sinal. Para um melhor entendimento do fenômeno associado à transdução, um
PPM-EMAT encontra-se representado na parte a da Figura 2, enquanto seu mecanismo de
transdução é descrito na parte b.
𝑐
sin 𝜃 = ± (1)
𝑓𝜆
S N Imãs S N
Bobina N S Superfície N S
. . . . Correntes . . .
x x x x x x
parasitas
x x x x ....
Forças de
Lorentz
a) b) S-wave P-waveS-wave
Considerando um sólido com superfícies livres, quando as ondas SH são geradas sobre
um sólido, sua propagarão ocorrerá na guia de onda através de reflexões nas superfícies
superior e inferior, incidindo com o ângulo de geração determinado pela 𝑓. Porém se verifica
o fenômeno de atenuação da onda no caso desse sólido ser constituído por camadas em
virtude da diferença de densidade dos meios que faz com que, quando há interação do feixe
sônico com essa interface, ocorra à geração de ondas interfaciais que propagam junto à ela
durante a propagação. Essa dissipação de energia atuará de forma sinérgica ao espalhamento
da energia pela incidência com os contornos de grãos colunares. Ainda, a determinação
correta do ângulo de incidência do feixe no material garante a completa ausência da
componente longitudinal da onda que poderia gerar modos de vibração espúrios no material
(AULD, 1973).
Com com base nessas informações, buscou-se a correta seleção de parâmetros para o
uso de transdutores PPM-EMAT para a geração de ondas SH visando a inspeção de defeitos
subsuperficiais – como trincas de fadiga, ou defeitos de soldagem – em aços cladeados com
Inconel 625® em substrato de aço X65. Esse trabalho refere-se a primeira etapa de um
trabalho maior que visa a aplicação do método para a inspeção de tubos desse material. Sendo
assim, todos os experimentos e estudos realizados visam o entendimento da técnica e a
verificação da influência dos parâmetros de ajuste na inspeção.
2. Materiais e Métodos
Inicialmente, foi realizado um estudo analítico das curvas de dispersão e forma dos
modos de propagação no interior do material com o software Disperse® visando a seleção do
modo de propagação não dispersivo SH0 no material, bem como a verificação da faixa de
frequências que geraria ondas interfaciais no material. Para esse estudo, foram usadas
constantes elásticas do material como apresentado na Tabela 1.
Propriedade Grandeza
Com isso, foi necessária a seleção correta dos parâmetros de trabalho a fim de gerar-se
apenas o modo fundamental SH0 no material. Assim, partiu-se de um estudo das curvas de
dispersão para o material através do software DISPERSE que as calculou através do método
da matriz global que leva em conta as equações parciais em cada camada da guia de onda.
Contudo, é necessário determinar-se o espectro de frequência da fonte emissora durante a
excitação da onda. As curvas de dispersão da onda SH foram computadas considerando um
material composto de duas camadas; sendo a guia de onda composta por uma camada de
material transversalmente isotrópica, com a camada referente ao aço carbono composto por
um material isotrópico infinito. Ainda, as camadas de material foram consideradas
perfeitamente ligadas.
600 mm
300 mm
150mm
API X65
Para tanto, o transdutor foi alimentado com um sinal senoidal do tipo tone-burst com
10 ciclos, determinados com base na largura de banda do envelope do sinal apresentado na
Figura 4. O sinal de 10 ciclos empregado, sobreposto com a curva representativa do
transdutor com as características citadas resultou no ponto de excitação apresentado
sobreposto ás curvas de dispersão na Figura 5. O ponto de excitação de onda é a região
delimitada entre as retas pontilhadas com máxima intensidade sob a linha diagonal central.
500
450
400
350
Frequência [kHz]
300
250
200
150
100
50
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Número de ciclos
0.6
8.0 0.7
Vph (m/ms)
0.8
6.0 0.9
4.0 1.1
1.2
2.0 1.3
1.4
1.5
0.0
0.0
200 400
0.5
600 800 1000
1.0
1200 1400
1.5
Frequência (MHz)
4. Conclusões
AULD, B. D. Acoustic Fields and Wave in Solids. Stanford, CA: Wiley & Sons, v.
II, 1973. ISBN ISBN: 0-471-03701-x.
BAI, Y.; BAI, Q. Subsea Pipelines and Risers. [S.l.]: Elsevier, 2005.
HIRAO, M.; OGI, H. EMATs for Science and Industry, Noncontacting Ultrasonic
Measurements. [S.l.]: Springer, 2003.
J.R. DAVIS, DAVIS & ASSOCIATES. Stainless Steel Cladding and Weld Overlays.
In: INTERNATIONAL, A. ASM Specialty Handbook: Stainless Steels. [S.l.]: ASM
International, v. 06398G, 1994.