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PROCESSO Nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
(Execução Fiscal)
xxxxxxxxxxxxxxxxx, brasileiro, maior, portador da cédula de
identidade RG nº xxxxxxxxxxxx e devidamente inscrito no CPF/MF xxxxxxxxxxxxxxx, residente
e domiciliado na xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, em xxxxxxxxxxxxx/xxxxxxxxxxxxx, nos
autos do processo em epígrafe, vem, mui respeitosamente, por intermédio de seus
advogados abaixo assinados, perante Vossa Excelência, apresentar OBJEÇÃO DE PRÉ–
EXECUTIVIDADE com lastro no artigo 5º, nos. XXXV, LIV e LV da Constituição Federal,
registrando o seguinte:
“(...) a exceção de pré-executividade pode ser defendida como uma mera petição através da qual o
executado aponta (e prova) as nulidades do processo executivo ao qual está sujeito e, por
independerem de provocação, podem ser reconhecidas de ofício. Assim, não há como impedir que o
magistrado tenha acesso a tais informações e, uma vez ciente dos vícios, mesmo que através de meio
informal, não há como impedir que tome providências no sentido de regularizar ou extinguir o
processo, conforme o caso. (ABAD, Raphael Madeira. et al. Execução Fiscal. Belo Horizonte: Del Rey,
2003, p. 351)”.
Conforme entendimento doutrinário e jurisprudencial, o instituto da
Exceção ou Objeção de Pré-Executividade, pode ser arguido em qualquer fase processual,
por simples petição, independente de segurança do Juízo, que o Juiz deverá apreciar.
(...)
§ 4º - O valor da causa será o da dívida constante da certidão, com os encargos
legais” .
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A Administração Pública, ao promover o controle interno da
legalidade de seus atos, por meio de um processo administrativo, deve necessariamente
observar os princípios inerentes ao devido processo legal.
O devido processo legal é considerado o princípio fundamental
do processo por ser a base sobre o qual os outros se sustentam. Representa, dentre outras,
garantia inerente ao Estado Democrático de Direito de que ninguém será condenado sem
que lhe seja assegurado o direito de defesa.
Portanto, na esfera dos processos administrativos litigiosos é que
se enquadra o processo administrativo-tributário, que pode ser conceituado como aquele
que tem por objeto a decisão de um conflito, em matéria tributária, suscitado por iniciativa
do particular e cuja decisão é da competência de órgãos judicantes da Administração.
Há que se observar, este conflito só se instaura com a
interposição de impugnação pelo contribuinte contra o ato praticado pela Administração,
sendo as etapas anteriores uma atividade procedimental, configurada pela investigação fiscal
e por todas as medidas preparatórias dela decorrentes, com o objetivo de constituir a
pretensão da Fazenda Pública por meio do lançamento.
Dessa forma, somente após a constituição do crédito tributário é
que se abre a oportunidade ao contribuinte de contestação da exigência fiscal, ocasião em
que, se oferecida impugnação ao lançamento, instaura-se a fase contenciosa que deve ser
informada pelos princípios processuais constitucionais.
Seja no processo administrativo seja no processo judicial,
ninguém pode ser atingido por uma decisão administrativa na sua esfera de interesses sem
ter tido ampla possibilidade de influir eficazmente na sua formação.
O posicionamento do STF de que o devido processo legal é
extensível ao processo administrativo e, portanto, são aplicáveis em sua plenitude as
garantias processuais da ampla defesa e do contraditório, pode ser ilustrado pelo julgamento
do MS 26358 MC/DF, de relatoria do Ministro Celso de Mello, conforme ementa:
21 CÂMARA, 1999, p.46 17 MS 26358 MC/DF
RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO EMENTA: TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO.
PROCEDIMENTO DE CARÁTER ADMINISTRATIVO. SITUAÇÃO DE CONFLITUOSIDADE
EXISTENTE ENTRE OS INTERESSES DO ESTADO E OS DO PARTICULAR. NECESSÁRIA
OBSERVÂNCIA, PELO PODER PÚBLICO, DA FÓRMULA CONSTITUCIONAL DO “DUE
PROCESS OF LAW”. PRERROGATIVAS QUE COMPÕEM A GARANTIA CONSTITUCIONAL
DO DEVIDO PROCESSO. O DIREITO À PROVA COMO UMA DAS PROJEÇÕES
CONCRETIZADORAS DESSA GARANTIA CONSTITUCIONAL. MEDIDA CAUTELAR
DEFERIDA. - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem reafirmado a
essencialidade do princípio que consagra o “due process of law”, nele reconhecendo
uma insuprimível garantia, que, instituída em favor de qualquer pessoa ou entidade,
rege e condiciona o exercício, pelo Poder Público, de sua atividade, ainda que em sede
materialmente administrativa, sob pena de nulidade do próprio ato punitivo ou da
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medida restritiva de direitos. Precedentes. Doutrina. - Assiste, ao interessado, mesmo
em procedimentos de índole administrativa, como direta emanação da própria
garantia constitucional do “due process of law” (CF, artigo 5º, LIV) -
independentemente, portanto, de haver previsão normativa nos estatutos que regem
a atuação dos órgãos do Estado -, a prerrogativa indisponível do contraditório e da
plenitude de defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (CF, artigo 5º, LV),
inclusive o direito à prova.”
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Ativa é título que contém os requisitos da certeza e liquidez, conforme presunção estabelecida
no art. 204 do CTN, mas admite prova em contrário, sendo afastada tal presunção se
comprovado que o processo fiscal que lhe deu origem padece de algum vício. 2. Na espécie, o
vício verificou-se anteriormente à própria inscrição, porquanto não realizada a notificação do
lançamento, ato de importância fundamental na configuração da obrigação tributária. A sua
ausência contaminou, por inteiro, o surgimento do crédito tributário executado. 3. A tese do
exequente de que competiria ao contribuinte o ônus de comprovar as suas alegações não
merece êxito por tratar-se de prova de fato negativo, não devendo ser exigido do contribuinte
que demonstre em juízo que não foi devidamente notificado para se defender no processo
administrativo, que se encontra em poder do exequente. No caso, caberia à Fazenda
diligenciar e provar a efetiva notificação do contribuinte para se defender. 4. O aresto recorrido
entendeu não procedente a arguição de nulidade invocada pela ausência de intimação pessoal
do representante da Fazenda considerando diversas particularidades ocorridas no trâmite do
processo. A Fazenda, atendendo a comunicação veiculada no diário oficial, compareceu
inúmeras vezes nos autos, inclusive para dispensar a produção de provas e requerer o
julgamento antecipado da lide, sem haver suscitado a nulidade. Agravo regimental não-
provido”.
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Com aplicação da multa ex-officio no equivalente a 75% do valor
se tem a quantia de R$xxx, onde somados, se obtém o valor da inscrição da CDA no valor de
R$ xxxx.
Entretanto, as multas ex-officio ora aplicadas no presente caso se
mostram excessivamente onerosa ao Excipiente.
Em recentíssimo julgado proferido pelo Supremo Tribunal
Federal de lavra da IL. MIN. CÁRMEN LÚCIA, relatora nos autos do RECURSO
EXTRAORDINÁRIO sob nº 804.692 PERNAMBUCO, asseverou pela redução da multa de oficio
de 75% para 20%, pois fere o principio da vedação do confisco, previsto no artigo 150,
inciso IV da Constitucional Federal, vale a transcrição:
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mantida. - Embargos infringentes aos quais se nega provimento. (TRF - 5ª R., Pleno, AC
312451/RN, rel. Des. Federal José Baptista de Almeida Filho, j. 08/11/06, DJ 08/12/06, p.
113)” (grifos nossos). Os embargos de declaração opostos pela Recorrente foram rejeitados.
2. A Recorrente alega que o Tribunal de origem teria contrariado os arts. 2º, 5º, incs. XXXV e
LV, 93, inc. IX, 97 e 150, inc. IV, da Constituição da República. Aduz que a multa de 75% do
art. 44 da Lei n. 9.430/1996 não teria natureza confiscatória. Examinados os elementos
havidos no processo, DECIDO. 4. Razão jurídica não assiste à Recorrente. (...)
(...)Aplica-se ao presente caso o que decidido no Recurso Extraordinário n. 582.461-RG, pois,
na esteira da conclusão adotada por este Supremo Tribunal, independente do
percentual aplicado, a multa terá natureza confiscatória se contrariar o princípio da
razoabilidade, o que há de ser analisado em cada caso. Tal exame deu-se na espécie
vertente, não podendo incorrer em novo exame a matéria por depender dos dados fático-
probatórios: “ (...)
(...) Multa moratória. Patamar de 20%. Razoabilidade. Inexistência de efeito confiscatório.
Precedentes. A aplicação da multa moratória tem o objetivo de sancionar o contribuinte que
não cumpre suas obrigações tributárias, prestigiando a conduta daqueles que pagam em dia
seus tributos aos cofres públicos. Assim, para que a multa moratória cumpra sua função de
desencorajar a elisão fiscal, de um lado não pode ser pífia, mas, de outro, não pode ter um
importe que lhe confira característica confiscatória, inviabilizando inclusive o recolhimento
de futuros tributos. O acórdão recorrido encontra amparo na jurisprudência desta Suprema
Corte, segundo a qual não é confiscatória a multa moratória no importe de 20% (vinte por
cento). 5. Recurso extraordinário a que se nega provimento” (RE 582.461-RG, Relator o
Ministro Gilmar Mendes, Plenário, DJe 18.8.2011, grifos nossos). (...)
(...) Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art. 557, caput , do Código de
Processo Civil e arts. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Publique-
se. Brasília, 14 de abril de 2014. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora (STF - RE: 804692 PE ,
Relator: Min. CÁRMEN LÚCIA, Data de Julgamento: 14/04/2014, Data de Publicação: DJe-081
DIVULG 29/04/2014 PUBLIC 30/04/2014).(G.N.)
DOS REQUERIMENTOS:
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Diante de todo o exposto, respeitosa e recatadamente requer o
recebimento desta exceção de pré-executividade, para os fins de:
Termos em que;
Pede deferimento
xxxx, xx de xxxxx de xxxx.
Nome do advogado
OAB/xx Nº xxxxxx