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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA xxxx VARA DA JUSTIÇA FEDERAL DE

xxxxxx

PROCESSO Nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
(Execução Fiscal)
xxxxxxxxxxxxxxxxx, brasileiro, maior, portador da cédula de
identidade RG nº xxxxxxxxxxxx e devidamente inscrito no CPF/MF xxxxxxxxxxxxxxx, residente
e domiciliado na xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, em xxxxxxxxxxxxx/xxxxxxxxxxxxx, nos
autos do processo em epígrafe, vem, mui respeitosamente, por intermédio de seus
advogados abaixo assinados, perante Vossa Excelência, apresentar OBJEÇÃO DE PRÉ–
EXECUTIVIDADE com lastro no artigo 5º, nos. XXXV, LIV e LV da Constituição Federal,
registrando o seguinte:

Medida Processual Adequada:


É sabido que a objeção de pré-executividade, é uma excepcional
possibilidade do executado em promover a defesa de seus direitos e interesses, na hipótese
anterior a garantir a execução para interpor embargos de devedor.
Entende-se, de sobremaneira, impor ao executado uma constrição de
seus bens quando os vícios do título são evidentes, além de uma injustiça para com o
executado é um grande entrave ao próprio processo executivo.
Por estarmos defronte de nulidades que estigmam o processo
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executório, a oposição dos Embargos se mostra despicienda, à vista da matéria que pode ser
conhecida e declarada de ofício pelo juiz, podendo o executado arguí-las em sede de
exceção de pré-executividade, sem necessidade de segurança do juízo, a fim de se contrapor
aos efeitos nefastos de uma execução viciada. Acerca do tema, vale gizar as palavras de
Raphael Madeira Abad:

“(...) a exceção de pré-executividade pode ser defendida como uma mera petição através da qual o
executado aponta (e prova) as nulidades do processo executivo ao qual está sujeito e, por
independerem de provocação, podem ser reconhecidas de ofício. Assim, não há como impedir que o
magistrado tenha acesso a tais informações e, uma vez ciente dos vícios, mesmo que através de meio
informal, não há como impedir que tome providências no sentido de regularizar ou extinguir o
processo, conforme o caso. (ABAD, Raphael Madeira. et al. Execução Fiscal. Belo Horizonte: Del Rey,
2003, p. 351)”.
Conforme entendimento doutrinário e jurisprudencial, o instituto da
Exceção ou Objeção de Pré-Executividade, pode ser arguido em qualquer fase processual,
por simples petição, independente de segurança do Juízo, que o Juiz deverá apreciar.

DO VALOR ATRIBUÍDO A CAUSA


Conforme Certidão de Dívida Ativa que embasa a presente
execução, verifica-se que a dívida foi inscrita em xx de xxxxx de xxxxx, sendo a mesma data
que consta na petição inicial.
A CDA informa que a dívida inscrita em xx de xxxxx de xxxxx
perfaz a quantia de R$ xxxxxxx
Entretanto, a União atribui à causa o valor de R$ xxxxx, dizendo
na inicial ser este o valor da dívida.
Ora Excelência, se não houve erro, a correção monetária, bem
como aplicação de juros e multa no presente caso, é excessiva e abusiva.
Como é cediço, o paragrafo quarto do artigo 6º da Lei 6830/80,
assevera:
“Art. 6º - A petição inicial indicará apenas:

(...)
§ 4º - O valor da causa será o da dívida constante da certidão, com os encargos
legais” .

Como se pode observar o valor constante na CDA de fls. xx,


indica como valor total R$ xxxxxxx, em data de xxx de xxxx de xxxx, data esta, da lavratura da
certidão.
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A petição inicial esta com data idêntica a da lavratura da certidão,
isto é, xxxx de xxxx de xxxx, não podendo ser aplicado juros e correção monetária, diversos
do que constam nos demonstrativos de débitos anexos a CDA.
Na execução fiscal o valor atribuído à causa é o valor da dívida e
o valor a ser cobrado do contribuinte, suposto devedor.
No entanto, o valor atribuído à causa da execução fiscal não
pode ser simplesmente entendido como mero erro material, mas sim, como erro fatal que
pode levar ao indeferimento da inicial.
Pelo principio da boa fé objetiva, a exequente litiga de má-fé ao
executar valores indevidos, podendo levar o contribuinte executado a erro.
Como exemplo, pode-se citar o caso em tela, onde o
requerente/executado, fora até a Receita Federal pedindo informações a cerca da ação
judicial que acabara de receber, sendo que em nenhum momento fora orientado sobre o erro
do valor cobrado, mas sim apenas para efetuar o parcelamento do débito tributário.
Ora, o valor supostamente executado seria o valor de R$ xxxxx e
não R$ xxxxx, como quer a exequente.
Existe a incompatibilidade entre o valor da causa, e aquele
especificado na CDA que não pode decorrer da incidência de encargos, ante a ausência de
previsão legal, devendo ser a inicial ser indeferida, extinguindo-se o feito, sem resolução de
mérito, nos termos do artigo 485 inciso I do CPC/2015.

Apenas na hipótese de Vossa Excelência entender que o


direito invocado acima, trata-se apenas de erro material, vale aqui discorrer sobre a
ausência de procedimento administrativo e da ilegalidade e abusividade na aplicação
da multa de ofício.

DA AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DO EXECUTADO NO


PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

A Constituição Federal de 1988 prevê, entre os direitos e


garantias fundamentais, uma série de dispositivos de natureza processual que encontram-se
consagradas nos incisos XXXV, LIV e LV do artigo 5º, entre elas o contraditório e ampla
defesa que devem ser assegurados em todos os processos, inclusive administrativos, desde
que nele haja litigantes ou acusados.

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A Administração Pública, ao promover o controle interno da
legalidade de seus atos, por meio de um processo administrativo, deve necessariamente
observar os princípios inerentes ao devido processo legal.
O devido processo legal é considerado o princípio fundamental
do processo por ser a base sobre o qual os outros se sustentam. Representa, dentre outras,
garantia inerente ao Estado Democrático de Direito de que ninguém será condenado sem
que lhe seja assegurado o direito de defesa.
Portanto, na esfera dos processos administrativos litigiosos é que
se enquadra o processo administrativo-tributário, que pode ser conceituado como aquele
que tem por objeto a decisão de um conflito, em matéria tributária, suscitado por iniciativa
do particular e cuja decisão é da competência de órgãos judicantes da Administração.
Há que se observar, este conflito só se instaura com a
interposição de impugnação pelo contribuinte contra o ato praticado pela Administração,
sendo as etapas anteriores uma atividade procedimental, configurada pela investigação fiscal
e por todas as medidas preparatórias dela decorrentes, com o objetivo de constituir a
pretensão da Fazenda Pública por meio do lançamento.
Dessa forma, somente após a constituição do crédito tributário é
que se abre a oportunidade ao contribuinte de contestação da exigência fiscal, ocasião em
que, se oferecida impugnação ao lançamento, instaura-se a fase contenciosa que deve ser
informada pelos princípios processuais constitucionais.
Seja no processo administrativo seja no processo judicial,
ninguém pode ser atingido por uma decisão administrativa na sua esfera de interesses sem
ter tido ampla possibilidade de influir eficazmente na sua formação.
O posicionamento do STF de que o devido processo legal é
extensível ao processo administrativo e, portanto, são aplicáveis em sua plenitude as
garantias processuais da ampla defesa e do contraditório, pode ser ilustrado pelo julgamento
do MS 26358 MC/DF, de relatoria do Ministro Celso de Mello, conforme ementa:
21 CÂMARA, 1999, p.46 17 MS 26358 MC/DF
RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO EMENTA: TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO.
PROCEDIMENTO DE CARÁTER ADMINISTRATIVO. SITUAÇÃO DE CONFLITUOSIDADE
EXISTENTE ENTRE OS INTERESSES DO ESTADO E OS DO PARTICULAR. NECESSÁRIA
OBSERVÂNCIA, PELO PODER PÚBLICO, DA FÓRMULA CONSTITUCIONAL DO “DUE
PROCESS OF LAW”. PRERROGATIVAS QUE COMPÕEM A GARANTIA CONSTITUCIONAL
DO DEVIDO PROCESSO. O DIREITO À PROVA COMO UMA DAS PROJEÇÕES
CONCRETIZADORAS DESSA GARANTIA CONSTITUCIONAL. MEDIDA CAUTELAR
DEFERIDA. - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem reafirmado a
essencialidade do princípio que consagra o “due process of law”, nele reconhecendo
uma insuprimível garantia, que, instituída em favor de qualquer pessoa ou entidade,
rege e condiciona o exercício, pelo Poder Público, de sua atividade, ainda que em sede
materialmente administrativa, sob pena de nulidade do próprio ato punitivo ou da
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medida restritiva de direitos. Precedentes. Doutrina. - Assiste, ao interessado, mesmo
em procedimentos de índole administrativa, como direta emanação da própria
garantia constitucional do “due process of law” (CF, artigo 5º, LIV) -
independentemente, portanto, de haver previsão normativa nos estatutos que regem
a atuação dos órgãos do Estado -, a prerrogativa indisponível do contraditório e da
plenitude de defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (CF, artigo 5º, LV),
inclusive o direito à prova.”

Portanto, o princípio da ampla defesa, que não significa defesa


ilimitada, deve ser observado no processo administrativo, sob pena de nulidade e manifesta-
se pela oportunidade concedida ao sujeito passivo de opor-se à pretensão, fazendo serem
conhecidas e apreciadas todas as suas alegações de caráter processual e material, bem como
as provas com que pretenda provar as suas alegações.
No caso em tela, o executado em nenhum momento fora
intimado sobre qualquer lançamento fiscal de débito tributário.
Tratando-se processo administrativo-fiscal, o art. 23 do Decreto
n.º 70.235/72, regula as formas de intimação e basta que a intimação feita pelo correio com
Aviso de Recebimento – AR seja entregue no domicílio fiscal do sujeito passivo, não sendo
necessária a colheita da assinatura do responsável.
Posteriormente, o AR deve ser juntado aos autos do processo
administrativo-fiscal. Tal formalidade é essencial para a validade do procedimento, uma vez
que tem por finalidade comprovar que efetivamente a Autoridade Administrativa enviou a
intimação para o endereço do sujeito passivo.
Embora os atos administrativos estejam revestidos da presunção
de veracidade e legitimidade, incumbe a União demonstrar que realizou regularmente a
notificação por via postal, o que não ocorreu no caso e tela, ensejando assim a nulidade do
processo judicial, eis que foi suprimida do excipiente o direito de exercer a ampla defesa e o
contraditório no processo administrativo.
CONTUDO, REQUER SEJA A EXEQUENTE COMPELIDA A
JUNTAR NOS PRESENTES AUTOS O PROCESSO ADMINISTRATIVO QUE DEU ORIGEM A
CONSTITUIÇÃO DO DÉBITO TRIBUTÁRIO ATRAVÉS DA CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA,
COMO TAMBÉM, A PROVA DE QUE O EXECUTADO FORA DEVIDAMENTE INTIMADO
PARA RESPONDER REFERIDO PROCESSO ADMINISTRATIVO.
Este procedimento se faz necessário, pois tiraria a presunção de
certeza e liquidez da Certidão de Dívida Ativa ora cobrada.
“PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. FATO NEGATIVO. AUSÊNCIA DE
NOTIFICAÇÃO DO DEVEDOR NO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO EMBASADOR DA
EXTRAÇÃO DOS TÍTULOS EXECUTIVOS. NULIDADE. PRESUNÇÃO DE LIQUIDEZ E CERTEZA DA
CDA AFASTADA. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO PESSOAL DA FAZENDA. 1. A Certidão de Dívida

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Ativa é título que contém os requisitos da certeza e liquidez, conforme presunção estabelecida
no art. 204 do CTN, mas admite prova em contrário, sendo afastada tal presunção se
comprovado que o processo fiscal que lhe deu origem padece de algum vício. 2. Na espécie, o
vício verificou-se anteriormente à própria inscrição, porquanto não realizada a notificação do
lançamento, ato de importância fundamental na configuração da obrigação tributária. A sua
ausência contaminou, por inteiro, o surgimento do crédito tributário executado. 3. A tese do
exequente de que competiria ao contribuinte o ônus de comprovar as suas alegações não
merece êxito por tratar-se de prova de fato negativo, não devendo ser exigido do contribuinte
que demonstre em juízo que não foi devidamente notificado para se defender no processo
administrativo, que se encontra em poder do exequente. No caso, caberia à Fazenda
diligenciar e provar a efetiva notificação do contribuinte para se defender. 4. O aresto recorrido
entendeu não procedente a arguição de nulidade invocada pela ausência de intimação pessoal
do representante da Fazenda considerando diversas particularidades ocorridas no trâmite do
processo. A Fazenda, atendendo a comunicação veiculada no diário oficial, compareceu
inúmeras vezes nos autos, inclusive para dispensar a produção de provas e requerer o
julgamento antecipado da lide, sem haver suscitado a nulidade. Agravo regimental não-
provido”.

“PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. PROCESSO ADMINISTRATIVO.


AUSÊNCIA DE PROVA QUANTO À NOTIFICAÇÃO DO CONTRIBUINTE. INTIMAÇÃO DA
FAZENDA PÚBLICA. NÃO DEMONSTRAÇÃO. PRESUNÇÃO DE LIQUIDEZ E CERTEZA DA CDA
AFASTADA.- A formação unilateral da CDA como título executivo, presume a existência dos
requisitos de liquidez e certeza, sendo afastada, contudo, tal presunção se restar comprovado
que o processo fiscal que lhe deu origem padece de algum vício.- No caso, o Juízo da
Execução, por entender que o processo administrativo trazido aos autos não demonstrava a
efetiva notificação do contribuinte acerca do lançamento, determinou à embargada que
apresentasse a prova de intimação do devedor. Esta, apesar de intimada, não se desincumbiu
do ônus que lhe cabia, mostrando-se, assim, correta a extinção do feito executivo.- Embora a
apelante alegue que houve a efetiva notificação do contribuinte, os elementos coligidos aos
autos, quando muito, evidenciam que apenas foi expedida a notificação por AR, mas não
provam que houve o recebimento da intimação no domicílio tributário eleito pelo sujeito
passivo, conforme exige o art. 23, II do Dec. nº 70.235/72.- A presunção que ostenta a CDA
não implica exigir-se do contribuinte que faça prova negativa de seu direito, ou seja, de que
não recebeu a notificação expedida pelo Fisco, quando este é que tem o dever de juntar ao
processo administrativo esse documento.- Apelação improvida”.

Além disso, tal exigência se fundamenta na teoria dinâmica do


ônus da prova, que permite que as cargas probatórias se desloquem do autor para o réu ou
vice-versa, atendendo-se as circunstâncias do caso concreto. Ainda de acordo com essa
teoria, o encargo probatório deve recair sobre quem está em melhores condições técnicas,
profissionais ou fáticas para dele se desincumbir.

MULTA DE OFÍCIO CARÁTER CONFISCATÓRIO


Conforme pode ser verificado pelos documentos que embasam o
presente processo executivo fiscal, o valor supostamente devido a título de imposto perfaz
o valor de R$xxxxx

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Com aplicação da multa ex-officio no equivalente a 75% do valor
se tem a quantia de R$xxx, onde somados, se obtém o valor da inscrição da CDA no valor de
R$ xxxx.
Entretanto, as multas ex-officio ora aplicadas no presente caso se
mostram excessivamente onerosa ao Excipiente.
Em recentíssimo julgado proferido pelo Supremo Tribunal
Federal de lavra da IL. MIN. CÁRMEN LÚCIA, relatora nos autos do RECURSO
EXTRAORDINÁRIO sob nº 804.692 PERNAMBUCO, asseverou pela redução da multa de oficio
de 75% para 20%, pois fere o principio da vedação do confisco, previsto no artigo 150,
inciso IV da Constitucional Federal, vale a transcrição:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA PESSOA


JURIDICA. MULTA. PRINCÍPIOS DO NÃO CONFISCO E DA RAZOABILIDADE. ANÁLISE PELO
TRIBUNAL DE ORIGEM. INEXISTÊNCIA DE CONTRARIEDADE AO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AOS ARTS. 2º E 5º, INC. XXXV, DA CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO: SÚMULAS NS. 282 E 356 DO
SUPREMO TRIBUNAL. INOBSERVÂNCIA DO ART. 5º, INC. LV, DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO: SÚMULA N. 279 DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. Relatório 1.
Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da
República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 5ª Região:
“ TRIBUTÁRIO. MULTA DE 75%. CARÁTER CONFISCATÓRIO. REDUÇÃO PARA 20%. SELIC.
DÉBITOS TRIBUTÁRIOS. APLICABILIDADE. 1. A exigência de multa em razão do não
recolhimento do tributo, fixada no montante de 75%, fere o princípio da vedação do
confisco, previsto no art. 150, IV, da Lei Fundamental, sendo razoável a sua redução
para 20%. 2. É majoritária a jurisprudência no tocante à aplicabilidade da taxa SELIC como
critério de atualização monetária e juros dos débitos tributários. 3. Apelação parcialmente
provida. ( ) Nesse sentido, vale conferir os seguintes precedentes desta Corte:
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. EMBARGOS INFRINGENTES. IHT. IMPOSTO DE RENDA.
MORA. MULTA. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO. INAPLICABILIDADE. - Divergência
que se limita à aplicação integral ou não da multa pelo atraso no cumprimento da obrigação
tributária. - Percentual da multa originariamente imposta (75%) que se reconhece como
excessivo e atentatório ao princípio da razoabilidade. Infringência, ademais, ao princípio da
vedação ao confisco, inserido no ordenamento pelo comando do art. 150, IV, da Constituição
Federal. Redução da multa para patamar razoável (20%) que se mantém. - Embargos
infringentes a que se nega provimento."(TRF - 5ª R., Pleno, AC 338116/RN, rel. Des. Federal
José Maria Lucena, j. 29/11/06, DJ 30/01/07, p. 618). “ TRIBUTÁRIO. EMBARGOS
INFRINGENTES. MULTA. REDUÇÃO DE 75% PARA 20%. VOTO VENCIDO: 75%. MULTA DE 20%
MANTIDA EM RESPEITO AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA VEDAÇÃO DO CONFISCO.
CF/88, ART. 150, IV. EMBARGOS INFRINGENTES AOS QUAIS SE NEGA PROVIMENTO. - A
fixação de multa é, com efeito, tarefa do poder legislativo. - Todavia, incumbe ao Judiciário
apreciar lesão a direitos, entre os quais o dos contribuintes. - A Constituição Federal/88
proíbe a utilização de tributo com efeito confiscatório (artigo 150, inciso IV), princípio no
qual está inserta também a proibição de se utilizar a multa com idênticos efeitos. - Multa de
75% (setenta e cinco por cento). Natureza confiscatória. Redução para 20% (vinte por cento)

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mantida. - Embargos infringentes aos quais se nega provimento. (TRF - 5ª R., Pleno, AC
312451/RN, rel. Des. Federal José Baptista de Almeida Filho, j. 08/11/06, DJ 08/12/06, p.
113)” (grifos nossos). Os embargos de declaração opostos pela Recorrente foram rejeitados.
2. A Recorrente alega que o Tribunal de origem teria contrariado os arts. 2º, 5º, incs. XXXV e
LV, 93, inc. IX, 97 e 150, inc. IV, da Constituição da República. Aduz que a multa de 75% do
art. 44 da Lei n. 9.430/1996 não teria natureza confiscatória. Examinados os elementos
havidos no processo, DECIDO. 4. Razão jurídica não assiste à Recorrente. (...)
(...)Aplica-se ao presente caso o que decidido no Recurso Extraordinário n. 582.461-RG, pois,
na esteira da conclusão adotada por este Supremo Tribunal, independente do
percentual aplicado, a multa terá natureza confiscatória se contrariar o princípio da
razoabilidade, o que há de ser analisado em cada caso. Tal exame deu-se na espécie
vertente, não podendo incorrer em novo exame a matéria por depender dos dados fático-
probatórios: “ (...)
(...) Multa moratória. Patamar de 20%. Razoabilidade. Inexistência de efeito confiscatório.
Precedentes. A aplicação da multa moratória tem o objetivo de sancionar o contribuinte que
não cumpre suas obrigações tributárias, prestigiando a conduta daqueles que pagam em dia
seus tributos aos cofres públicos. Assim, para que a multa moratória cumpra sua função de
desencorajar a elisão fiscal, de um lado não pode ser pífia, mas, de outro, não pode ter um
importe que lhe confira característica confiscatória, inviabilizando inclusive o recolhimento
de futuros tributos. O acórdão recorrido encontra amparo na jurisprudência desta Suprema
Corte, segundo a qual não é confiscatória a multa moratória no importe de 20% (vinte por
cento). 5. Recurso extraordinário a que se nega provimento” (RE 582.461-RG, Relator o
Ministro Gilmar Mendes, Plenário, DJe 18.8.2011, grifos nossos). (...)
(...) Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art. 557, caput , do Código de
Processo Civil e arts. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Publique-
se. Brasília, 14 de abril de 2014. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora (STF - RE: 804692 PE ,
Relator: Min. CÁRMEN LÚCIA, Data de Julgamento: 14/04/2014, Data de Publicação: DJe-081
DIVULG 29/04/2014 PUBLIC 30/04/2014).(G.N.)

Não é o fato de a multa estar prevista em lei que dispensa a


análise da validade do dispositivo.
A Constituição, no artigo 150, IV, faz referência apenas ao tributo
quando proíbe sua cobrança com efeito confiscatório. Todavia, a jurisprudência e a doutrina
entendem perfeitamente aplicável às multas a mesma limitação. Nesse sentido é a decisão
do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (DJU de 20/8/99, página 341):

“A multa, a pretexto de desestimular a reiteração de condutas infracionais,


não pode atingir o direito de propriedade, cabendo ao Poder Legislativo,
com base no princípio da proporcionalidade, a fixação dos limites à sua
imposição. Havendo margem na sua dosagem, a jurisprudência, com base
no mesmo princípio, tem, no entanto, admitido a intervenção da
autoridade judicial”.

DOS REQUERIMENTOS:

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Diante de todo o exposto, respeitosa e recatadamente requer o
recebimento desta exceção de pré-executividade, para os fins de:

a) requerer a suspensão da execução, até decisão final do incidente


ora suscitado, vez que, se trata de matérias de ordem pública e pressupostos processuais
com relação ao executado;
b) Seja determinado à juntada do procedimento administrativo que
deu origem a constituição do suposto crédito tributário inscrito na Certidão da Dívida ativa,
sob pena de nulidade processual;
c) e ao final, requer a procedência do presente incidente, extinguindo-
se o feito e condenando a Exequente, nas custas e honorários de sucumbência na forma da
lei.

Requer a intimação da exequente na pessoa de seu procurador


devidamente constituído nos presentes autos, para que apresente a manifestação pertinente
no prazo legal, sob pena de confissão e efeitos da revelia.

Termos em que;
Pede deferimento
xxxx, xx de xxxxx de xxxx.

Nome do advogado
OAB/xx Nº xxxxxx

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