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Centro Universitário Facex

Curso de Arquitetura e Urbanismo


Trabalho de Conclusão de Curso

“DOS OLHOS À PELE: MUSEU SENSORIAL INTERATIVO PARA A CIDADE


DE NATAL/RN”

ORIENTANDO: Thayse Meyre de Oliveira Alves Costa


ORIENTADORA: Prof. Ma. Marcela Germano da Silva Jankovic

NATAL/ RN
JUNHO – 2019
ORIENTANDO: THAYSE MEYRE DE OLIVEIRA ALVES COSTA

“DOS OLHOS À PELE: MUSEU SENSORIAL INTERATIVO PARA A CIDADE DE


NATAL/RN”

Monografia apresentada à disciplina


Trabalho de Conclusão de Curso II, como
requisito para conclusão do curso de
Arquitetura e Urbanismo do Centro
Universitário FACEX

NATAL
JUNHO – 2019
COSTA, Thayse Meyre de Oliveira Alves.
Dos olhos à pele: Museu sensorial interativo para a cidade de Natal/RN / Thayse Meyre de Oliveira Alves
Costa. – Natal, RN, 2019.
92 f (número de páginas).

Orientadora: Prof. Ma. Marcela Germano da Silva Jankovic.

Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Centro Universitário Unifacex. Curso de Graduação em


Arquitetura e Urbanismo.

1. Palavra chave 01 – Museu. 2. Palavra chave 02 – Interatividade. 3. Palavra chave 03 – Arquitetura sensorial. I.
JANKOVIC, Marcela Germano da Silva. II. Centro Universitário Unifacex. III. Título.
.
Thayse Meyre de Oliveira Alves Costa

“DOS OLHOS À PELE: MUSEU SENSORIAL INTERATIVO PARA A CIDADE


DE NATAL/RN”

Monografia apresentada ao Curso Graduação em Arquitetura e Urbanismo do


Centro Universitário Unifacex, como requisito para conclusão do curso.

APROVADA EM: / /2019

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________
Prof. Ma. Marcela Germano da Silva Jankovic (UNIFACEX)
(ORIENTADORA)

______________________________________________________________
Prof. Me. Francisco da Rocha Bezerra Junior (UNIFACEX)
(MEMBRO INTERNO)

______________________________________________________________
Prof. Me. Monique Lessa Vieira Olímpio (Instituição UFERSA)
(MEMBRO EXTERNO)
A Deus, aos meus familiares e amigos, pelo amor e apoio
incondicional em todas as etapas da minha vida.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me guiado durante todo o caminhar e


desenvolvimento, por ter me mantido de pé nas lutas diárias para essa conquista.
Aos meus pais, por ter me encorajado nos momentos que pareciam não ter soluções,
onde foi com muito amor e carinho que me fortaleceram.
Aos meus mestres, que sem eles não teria conquistado tanto conhecimento e
determinação para desenvolver os trabalhos. E grandiosamente a minha querida
orientadora por ter desenvolvido comigo algo tão importante a minha formação
acadêmica e pelo suporte no pouco tempo que lhe coube.
Agradeço especialmente aos meus amigos que fizeram parte dessa caminhada durante
esses cinco anos, amigos esses que dividimos momentos felizes, momentos de conquistas
e experiências, principalmente aqueles que tentaram me encorajar de alguma forma, como
os meus amigos Antônio, Meire e Yandra, que estiveram presentes a todo o momento.
Hoje só tenho a agradecer a todas essas pessoas, por contribuírem para o meu sucesso
e crescimento como pessoa. Sou resultado da confiança e da força que recebi de cada um.
Que todos os nossos esforços estejam sempre focados no
desafio à impossibilidade. Todas as grandes conquistas humanas
vieram daquilo que parecia impossível.
Charles Chaplin
RESUMO

O presente Trabalho Final de Graduação - Intitulado Dos olhos à pele: Museu


sensorial interativo para a cidade de Natal, Rio Grande do Norte - discorre sobre a
arquitetura de espaços, suas emoções e memória. O objetivo principal do trabalho consiste
em elaborar uma proposta arquitetônica de um museu para a cidade de Natal/RN, cuja
temática é a evolução de sua história. A escolha do tema decorreu da problemática
referente a carência de inovação no cenário atual dos museus existentes na cidade. A
elaboração do projeto foi subsidiada através de estudos sobre a temática, análises das
características do local, análises de pesquisas bibliográficas, artigos e apresentações
científicas. A pesquisa permitiu identificar de modo eficaz a necessidade da elaboração
de um projeto que possa contribuir na vida das pessoas.

Palavras-chave: Museu; Interatividade; Arquitetura sensorial.

Número de páginas: 92.


ABSTRACTi

The present final graduation paper - titled From the eyes to the skin: interactive
sensorial museum for the of city Natal / RN - discusses the architecture of spaces, their
emotions and memory. The purpose of works is to design a museum project located in
Natal / RN, focuses on its history The choice of the theme of the problem regarding the
lack of innovation does not currently exist in the museums oresented in the city. The
production of projects was supported through studies on the structure and analysis of site
characteristics, bibliographical research, articles and scientific articles. The research was
effectively developed of the project aiming to contribute in people's lives.

Key words: Museum; Interactivity; Sensory architecture.

Number of pages: 92.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa de localização da cidade de Natal em meio ao Estado do Rio Grande do


Norte e o bairro Lagoa Nova na cidade de Natal. .......................................................... 18

Figura 2 - Museus encontrados na parte antiga da cidade de Natal/RN ......................... 23

Figura 3 - Localização dos Museus em estudo ............................................................... 24

Figura 4 - Localização dos Museus em estudo ............................................................... 24

Figura 5 - Museu Câmara Cascudo ................................................................................ 25

Figura 6 - Memorial Câmara Cascudo ........................................................................... 26

Figura 7 – Parte interna do Memorial Câmara Cascudo ................................................ 26

Figura 8 - Pinacoteca do Estado ..................................................................................... 27

Figura 9 – Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão ............................................... 27

Figura 10 - Localização do Museu Câmara Cascudo ..................................................... 31

Figura 11 - Fachada no Museu Câmara Cascudo ........................................................... 32

Figura 12 - Planta baixa do Museu Câmara Cascudo (Primeiro piso) ........................... 33

Figura 13 - Planta baixa do Museu Câmara Cascudo (Segundo piso) ........................... 33

Figura 14 - Átrio central ................................................................................................. 34


Figura 15 - Átrio central com exposições....................................................................... 34

Figura 16 - Póstumos: arqueologia do descaso .............................................................. 34


Figura 17- Póstumos: arqueologia do descaso ............................................................... 34

Figura 18 - Póstumos: arqueologia do descaso .............................................................. 35


Figura 19 - Póstumos: arqueologia do descaso .............................................................. 35

Figura 20 - Aves e Evolução - Uma perspectiva histórica ............................................. 36


Figura 21 - Aves e Evolução - Uma perspectiva histórica ............................................. 36

Figura 22 - Anatomia comparada ................................................................................... 37


Figura 23 - Anatomia comparada ................................................................................... 37

Figura 24 - Sala Engenhos Tradição do Açúcar ............................................................. 37


Figura 25 - Sala Engenhos Tradição do Açúcar ............................................................. 37

Figura 26 - Sala Engenhos Tradição do Açúcar ............................................................. 38


Figura 27 – Sala Engenhos Tradição do Açúcar ............................................................ 38

Figura 28 - Interior das cavernas ................................................................................... 38

Figura 29 - Estado de conservação do piso – Museu Câmara Cascudo ......................... 39

Figura 30 - Recursos tecnológicos quebrados - Museu Câmara Cascudo ...................... 39

Figura 31 - Maçaneta quebrada - Museu Câmara Cascudo ............................................ 40

Figura 32 - Plataforma acessível em manutenção - Museu Câmara Cascudo ................ 40

Figura 33 - Acervos sem identificação - Museu Câmara Cascudo................................. 41

Figura 34 - Localização do SESI museu digital de Campina Grande ............................ 42

Figura 35 - Zoneamento interno do SESI museu digital de Campina Grande ............... 43

Figura 36 - Fachada do SESI Museu digital de Campina Grande/PB ............................ 44

Figura 37 - Parte interna do banheiro feminino .............................................................. 45

Figura 38 - Tropel ........................................................................................................... 46

Figura 39 - Tropeiros da borborema ............................................................................... 46

Figura 40 - Ciclos socioeconômicos ............................................................................... 47


Figura 41 - Ciclos socioeconomicos ............................................................................... 47

Figura 42 - Campina 360º e Mapa digital ....................................................................... 47

Figura 43 - Campina Grande acolhedora ........................................................................ 48


Figura 44 - Cidade industrial .......................................................................................... 48

Figura 45 - Cidade industrial .......................................................................................... 49

Figura 46 - Karaokê - Campina Grande em canções ...................................................... 49

Figura 47 - Tela para fotografias .................................................................................... 50

Figura 48 - Cidade da grandeza ...................................................................................... 50

Figura 49 - Localização do Museu Cais do Sertão - Recife/PE ..................................... 51

Figura 50 - Plantas baixas do Museu Cais do Sertão – Recife/PE ................................. 52

Figura 51 - Cobogós usados nas fachadas do Museu Cais do Sertão – Recife/PE......... 53

Figura 52 - Localização do Museu Judaico de Berlim, Alemanha ................................. 54

Figura 53 - Vista aérea do Museu Judaico de Berlim..................................................... 54

Figura 54 - Tipologias das plantas baixas. ..................................................................... 55

Figura 55 - Elementos da fachada - Museu Judaíco de Berlim ...................................... 56

Figura 56- Concreto aparente - Museu Judaíco de Berlim ............................................. 56

Figura 57 - Localização dos principais pontos do entorno ............................................. 59

Figura 58 - Topografia do terreno em estudo ................................................................. 60

Figura 59 - Vegetação existente no terreno .................................................................... 60


Figura 60 - Vegetação existente no terreno .................................................................... 60

Figura 61 - Análise fachadas pela Carta Solar - Natal/RN. ............................................ 61

Figura 62 - ROSA DOS VENTOS - NATAL/RN ......................................................... 62

Figura 63 - Coeficientes máximos de aproveitamento por bairro .................................. 64

Figura 64 - Quadro com recuos necessários ................................................................... 65


Figura 65 - Áreas para manobras de cadeiras de rodas sem deslocamento .................... 67

Figura 66 - Símbolo internacional de acesso – Forma A ............................................... 67

Figura 67 - Sinalização direcional de sanitário feminino acessível à direita .................. 68

Figura 68 - Sinalização direcional de elevador à esquerda ............................................ 68

Figura 69 - Fluxograma do pavimento térreo (museu) ................................................... 74

Figura 70 - Fluxograma do pavimento superior (museu) ............................................... 74

Figura 71 - Fluxograma do bloco administrativo ........................................................... 75

Figura 66 -Fluxograma do bloco de serviço/apoio ......................................................... 75

Figura 73 - Zoneamento da implantação ........................................................................ 77

Figura 74 - Croqui da proposta inicial ............................................................................ 78

Figura 75 - Primeira proposta de implantação................................................................ 79

Figura 76 - Croqui prosposta de fachada ........................................................................ 80

Figura 77 - Proposta final de implantação ...................................................................... 80

Figura 78 - Volumetria final ........................................................................................... 82

Figura 79 - Alvenaria estrutural ..................................................................................... 83

Figura 80 - Porcelanato polido Champagne. .................................................................. 84

Figura 81 - Telha metálica termoacústica....................................................................... 85

Figura 82 - Laje impermeabilizada. ................................................................................ 85

Figura 83 - Gesso acartonado. ........................................................................................ 86

Figura 84 - Piso drenante. ............................................................................................... 86

Figura 85 - Piso intertravado. ......................................................................................... 86


Figura 86 - Textura em concreto aparente ...................................................................... 87

Figura 87 - Painel em aço corten .................................................................................... 87

Figura 88 - Tinta Suvinil na cor Terracota. .................................................................... 88


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Localização dos principais museus de Natal/RN………... 57

Tabela 2- Análise de fachadas pelo programa Carta Solar…………. 62

Tabela 3 - Aplicação e formas de comunicação e sinalização………. 68

Tabela 4 - Dimensionamento de rampas……………………………… 69


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 18

1 REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL ....................................................... 20

1.1 Museu.............................................................................................................. 20

1.1.1 Breve relato dos museus do centro histórico de Natal ............................. 25

1.2 Interatividade .................................................................................................. 28

1.3 ARQUITETURA SENSORIAL ..................................................................... 29

2 ESTUDOS DE REFERÊNCIA ............................................................................. 30

2.1 Estudos de referência direta ............................................................................ 31

2.1.1 Museu Câmara Cascudo – Natal/RN ....................................................... 31

2.1.2 SESI Museu Digital de Campina Grande/PB ........................................... 41

2.2 Estudos de referência indireta ......................................................................... 51

2.2.1 Museu cais do sertão, Recife/PE.................................................................. 51

2.2.2 Museu Judaico de Berlim – Alemanha .................................................... 53

3 CONDICIONANTES DO PROJETO ................................................................... 57

3.1 Área de intervenção ........................................................................................ 57

3.2 Terreno – dimensões, topografia, vegetação, condicionantes climáticos ....... 58

3.2.1 Dimensões ................................................................................................ 59

3.2.1 Topografia ................................................................................................ 59

3.2.3 Vegetação existente .................................................................................. 60

3.2.4 Condicionantes climáticos........................................................................ 61

3.3 Condicionantes urbanísticas/ legislativas ....................................................... 63

3.3.1 Plano Diretor de Natal .............................................................................. 63

3.3.2 Código de Obras do Município de Natal/RN ........................................... 65

3.3.3 Norma de Acessibilidade – ABNT NBR 9050 ........................................ 66


3.3.4 Código de Segurança e Prevenção Contra Incêndio e Pânico do RN ...... 69

4 ESTUDOS PRELIMINARES ............................................................................... 71

4.1 Definição do conceito ..................................................................................... 71

4.2 Programa de necessidades e pré-dimensionamento ........................................ 71

4.3 Fluxograma ..................................................................................................... 73

4.4 Zoneamento .................................................................................................... 76

4.6 Processo de criação ......................................................................................... 77

5 A PROPOSTA ....................................................................................................... 81

5.1 Conceito e partido arquitetônico ..................................................................... 81

5.2 Imagens computacionais da proposta final ..................................................... 81

5.3 Memorial descritivo ........................................................................................ 82

5.4.1 Descrição do projeto................................................................................. 82

5.4.2 Vedações .................................................................................................. 83

5.4.3 Cobertura .................................................................................................. 84

5.4.4. Forro ........................................................................................................ 85

5.4.5 Pavimentação ........................................................................................... 86

5.4.6. Pintura ..................................................................................................... 87

5.4.7. Revestimentos ......................................................................................... 87

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 89

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 90

APÊNDICE A – PERSPECTIVAS .......................................................................... 94


18

INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata-se do resultado desenvolvido nas disciplinas Trabalho de


Conclusão de Curso I e II, ao longo dos semestres 2018.2 e 2019.1, cujo produto final é
esta monografia, como requisito para conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo.
Configurando-se em uma proposta de projeto arquitetônico de um Museu sensorial
interativo que envolve a área de concentração Projeto de Arquitetura, cujo tema é
arquitetura institucional, intitulado como: Dos olhos à pele: Museu sensorial interativo
para a cidade de Natal, Rio Grande do Norte (RN), no bairro de Lagoa Nova. (figura 1)

Figura 1 - Mapa de localização da cidade de Natal em meio ao Estado do Rio Grande do Norte e o
bairro Lagoa Nova na cidade de Natal.

Fonte: Wikipédia, 2019.


O ponto de partida para o desenvolvimento da proposta deste trabalho foi um breve
mapeamento dos museus existentes na cidade, com destaque para a primeira unidade
fundada, que se encontra em atividade, o museu Câmara Cascudo, fundado na década de
1973.
Os museus existentes na cidade apresentam modelos tradicionais, com ênfase no
objeto como produto cultural, com parte de suas exposições estáticas, desta forma
tornando o visitante com o papel de observador. Com isso, a opção feita em relação à
temática se desenvolveu a partir das análises das necessidades atuais desses espaços,
partindo dessa observação quanto a falta de inovação nas formas de expor seus conteúdos,
tendo em vista que a nova museologia recriou os espaços dentro dessas instituições,
apresentando-se de forma mais lúdica, incentivando o público a interagir e participar.
19

Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo geral desenvolver uma proposta
arquitetônica de um museu interativo para a cidade de Natal/RN, voltado para história da
cidade e como objetivos específicos está a elaboração de uma proposta arquitetônica
harmônica mediante os aspectos legais e ambientais do local, e buscar oferecer uma
programação arquitetônica coerente e coesa com as atividades ligadas aos aspectos de um
museu interativo.
O elemento motivador para a realização do projeto com esta temática, deu-se a partir
de uma experiência pessoal com relação aos museus existentes na cidade, onde foi
observado que há uma necessidade de um espaço mais dinâmico que possibilite resgatar
a sua história, e com isso haja uma atenção maior em sua divulgação. A intenção é criar
um espaço para todos, oferecendo áreas de convivência e de exposições, com atividades
que atraiam artistas para expor suas obras e público interessado em arte e cultura. Além
disso uma proposta como essa pode influenciar nas atividades turísticas e possibilitar um
crescimento na economia da cidade.
A escolha pelo bairro de Lagoa Nova deu-se por estar localizado na zona sul da
cidade, o que o torna distante do centro histórico (onde encontra-se a maior concentração
de museus), com o intuito de fugir dessa concentração e ofertar estrutura cultural para
outras partes da cidade. E ainda por oferecer uma localização de fácil acesso.
Visto isso, foi necessária a realização de coleta de dados através de pesquisas e
levantamentos fotográficos, estudos das condicionantes ambientais e das legislações
vigentes, para desta forma dar suporte posteriormente a elaboração projetual. E ainda a
realização de visitação in loco nos museus existentes na cidade afim de colaborar no
processo criativo, entendendo melhor como se dará o zoneamento e os fluxos desses
espaços.
O trabalho está organizado em três partes. A primeira apresenta o referencial teórico
que deu embasamento conceitual à elaboração da proposta, discorrendo aspectos gerais
dos museus (conceito e suas transformações), incluindo um breve relato sobre os museus
existentes na cidade, interatividade e arquitetura sensorial, realizado com base em análise
de pesquisas bibliográficas, artigos e livros. Na segunda parte estão descritas as análises
dos estudos de referências diretas e indiretas. Na terceira são destacados os
condicionantes do projeto, ambientais e legislativos considerados para a concepção
projetual, e a etapa de metaprojeto, onde são apresentados: o programa de necessidades e
20

suas relações programáticas, além de ser apresentado o memorial descritivo/justificativo


da proposta arquitetônica.

1 REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL

Este capítulo apresenta a base conceitual para o desenvolvimento e compreensão


do tema escolhido, explanando considerações acerca do uso proposto – museu –
interatividade – arquitetura sensorial.
Pretende-se neste item elucidar, em um primeiro momento, os conceitos de cultura,
identidade e patrimônio, destacando o papel dos museus na preservação, valorização e
difusão dos mesmos.
Em seguida, propõe-se uma análise dos espaços museais, apresentando as possíveis
definições, isso devido a amplitude em que pode ser classificado, e ainda, as suas
transformações ao longo dos séculos. Baseando-se nisso, serão mencionadas as tipologias
principais presentes atualmente, e as adaptações feitas com as novas tecnologias. No final,
é descrito sobre espaços museais que estão conectados a história da cidade, com foco na
preservação e difusão desta, tornando um espaço de ensino e valorização da identidade
de um lugar.

1.1 Museu
Suano (1986) fala sobre as origens dos museus, destacando a preocupação das
sociedades humanas com a preservação do passado: testemunhos materiais de épocas
anteriores sempre serviram como constante ponto de referência para reflexões e análises.
Para esse autor, a palavra museu é de origem grega e significa “templo das musas”. Na
Grécia antiga, o mouseion, ou “casa das musas”, era uma mistura de templo com
instituição de pesquisa, voltado especificamente ao saber filosófico. A princípio, as obras
de arte expostas no mouseion não se destinavam à contemplação humana, existiam mais
em função de agradar as divindades.
Conforme Suano (1986), foi durante a dinastia dos Ptolomeus, no Egito, no século II
a.C., que Alexandria formou o seu grande mouseion, que tinha como foco principal o
conhecimento enciclopédico. Buscava-se ali ensinar e discutir todos os saberes
conhecidos até então, concernentes à religião, mitologia, astronomia, filosofia, medicina,
zoologia, geografia, etc. Apesar das particularidades típicas da nossa época e da
21

materialidade do virtual/digital, entendemos que os museus virtuais analisados mantêm a


essência do que era entendido como museu desde suas origens.
Segundo Julião, o conceito de museu surgiu na Grécia Antiga, advindo do termo
mouseion, que significava um espaço destinado à contemplação e ao estudo nas áreas das
ciências, das artes e da literatura. Durante a Idade Média, esses espaços não foram muito
utilizados, mas voltaram à cena quando se popularizou o colecionismo na Europa.
Posteriormente, passaram a ser organizados de forma mais sistemática, servindo-se dos
avanços científicos dos séculos XVII e XVIII e se aproximando da concepção de museu
de hoje (JULIÃO, 2006).
A compreensão atual do conceito de museu, segundo Choay, estabeleceu-se durante
a Revolução Francesa, quando, na tentativa de preservação do patrimônio cultural
francês, foram elaborados procedimentos com esse fim. O objetivo era inventariar e
proteger esses bens, de modo que, a partir da seleção de diversos objetos e monumentos,
se construísse uma ideia de nação francesa (CHOAY, 2001).
Essa concepção espalhou-se por outros países europeus, e aos museus foi atribuída
uma “ambição pedagógica – formar o cidadão, através do conhecimento do passado [...]
legitimando os Estados nacionais emergentes” (JULIÃO, 2006).
Julião aponta que os museus brasileiros até a década de 1930 eram
predominantemente enciclopédicos, destinados às diversas ciências e aspectos do país.
Apenas em 1922 é que a ideia de nação passou a ser mais central nos museus brasileiros.
A partir da metade do século XX, a discussão sobre o papel educativo dos museus surgiu
no Brasil e no mundo, fazendo com que o próprio conceito de museu se modificasse. Por
outro lado, a ampliação do conceito de cultura, efetuada a partir das contribuições da
antropologia, repercutiu na definição do papel das instituições museais (JULIÃO, 2006).
Mais recentemente, em 2009, houve dois acontecimentos relevantes para o cenário
museal brasileiro: a fundação do Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM. E a
promulgação do Estatuto de Museus, que em seu artigo primeiro define museu como:
[...] instituições sem fins lucrativos que conservam, investigam,
comunicam, interpretam e expõem, para fins de preservação, estudo,
pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos e coleções de
valor histórico, artístico, científico, técnico ou de qualquer outra natureza
cultural, abertas ao público, a serviço da sociedade e de seu
desenvolvimento. (BRASIL, 2009b, p. 01).
Um amplo levantamento publicado pelo IBRAM que analisou 1500 dos mais de 3000
museus brasileiros, traçou um panorama dos museus brasileiros nos dias atuais.
22

Constatou-se que há um crescimento do campo museal brasileiro, acompanhado do


aumento da visitação, sendo a maioria das instituições atuais de fundação recente.
Percebe-se ainda a predominância do caráter público dos museus e com acesso
gratuito, havendo cobrança de entrada em apenas 21% das instituições (IBRAM, 2011a;
IBRAM, 2011b).
Pelos números disponibilizados pelo IBRAM, percebe-se que a distribuição dos
museus pelo território brasileiro obedece a alguns critérios: o maior número de museus
localiza-se nas capitais dos Estados e nas regiões com maior densidade populacional
(sudeste, sul e nordeste concentram 88% dos museus brasileiros); as áreas com grande
densidade de museus são aquelas com maior concentração de renda; nas regiões em que
existem órgãos responsáveis pela formulação e aplicação de políticas específicas de
incentivo à cultura, há também um número elevado de instituições museológicas
(IBRAM, 2011a).
Segundo Gonçalves (2009), os museus nos dias de hoje transitam entre duas variáveis:
de um lado, vem buscando atender às expectativas do público e do mercado,
aproximando-se do papel dos meios de comunicação; por outro lado, procuram também
estabelecer uma relação de proximidade com os objetos, de modo a contar por meio deles
uma história. Sendo assim, afirma que: “Sem seguir o primeiro caminho, ele [o museu]
se isola e possibilita o fracasso de seu empreendimento no contexto contemporâneo de
uma grande cidade. Abandonando o segundo, ele perde sua identidade” (GONÇALVES,
2009, p. 184). Esse é o grande dilema dos museus hoje: compatibilizar a utilização de
recursos modernos com seu papel; tornar-se atrativo, porém sem perder seu conteúdo
simbólico.
Desta forma o desenvolvimento da proposta arquitetônica do Museu Sensorial
Interativo trará para a cidade de Natal/RN um novo conceito para os espaços museais,
mais atratividade através da tecnologia e de espaços sensoriais, aspectos que quando
somados resultam não apenas na participação do visitante, como também memórias e
sentimentos, que só será possível adquirir visitando o espaço.
Em Natal/RN a instituição pioneira foi o Museu de História do Estado, criado em
1966 com o objetivo de divulgar a cultura norte-rio-grandense. Contudo, ele foi
desativado e hoje no local está instalado o Museu Café Filho (SOUZA, 1999). O mais
antigo espaço museal natalense em funcionamento é o Museu Câmara Cascudo, fundado
em 1973, mas que desde 1960 funcionava como o Instituto de Antropologia. Seu foco são
23

os aspectos físicos e culturais do homem e o acervo pré-histórico potiguar, tendo sido


desenvolvidas diversas pesquisas de campo nas regiões do litoral e Seridó norte-rio-
grandenses, com a reunião de diversos artefatos (PESSOA, 2009). Ao longo das décadas
seguintes, diversos espaços museais vão sendo fundados no interior e na capital potiguar,
contando hoje o Rio Grande do Norte com 65 museus, distribuídos em 30 municípios
(IBRAM, 2011a).
Segundo dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), atualmente
existem 11 museus na cidade de Natal/RN, conforme se observa, grande parte destes
ficam localizados na região administrativa leste, na parte mais antiga da cidade, entre os
bairros da Ribeira, Cidade Alta, Petrópolis e Tirol (Figura 2). Cada um possuindo
abordagens distintas, sendo grande parte com tipologia tradicional ou clássica voltados a
enfoques de artefatos históricos.
Figura 2 - Museus encontrados na parte antiga da cidade de Natal/RN

Fonte: IBRAM, 2018.

Alguns dados do IBRAM, especificados por Estado, permitem traçar um perfil dos
museus potiguares cadastrados. Verifica-se que, sobre o acervo, os mais comuns são os
de Antropologia e Etnografia, Artes Visuais e História. Quanto à forma de administração,
50% são de gestão federal, 25% de associação e 25% de outra modalidade (organizações
religiosas, partidos políticos, entidades sem fins lucrativos e museus particulares). No que
tange ao tipo de edificação, 83,3% tinham outro uso anteriormente (IBRAM, 2011b).
Entre os museus presentes no levantamento do IBRAM, foram destacados para esse
estudo 4 unidades, das quais estão localizadas na cidade de Natal/RN da seguinte forma:
Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão, localizado no bairro da Ribeira, Pinacoteca
24

do Estado e o Museu Câmara Cascudo no bairro Cidade Alta (Figura 3). Já o Museu
Câmara Cascudo está localizado no bairro Tirol, como mostra a Figura 4.
Figura 3 - Localização dos Museus em estudo

Fonte: Elaborado pela autora (2019).


Figura 4 - Localização dos Museus em estudo

Fonte: Elaborado pela autora (2019).


25

1.1.1 Breve relato dos museus do centro histórico de Natal

Museu Câmara Cascudo - A sua criação está intimamente relacionada com a


descontinuidade do Instituto de Antropologia (IA), o primeiro centro de pesquisa da
UFRN. Apesar do Museu Câmara Cascudo ter sido criado em 1973, com a finalidade de
manter o acervo do Instituto de Antropologia, que seria extinto, ele reconhece a sua
origem no próprio IA, criado no ano de 1960. No museu são realizadas: Exposição Xico
Santeiro, uma Escola de Arte Popular; Póstumos: arqueologia do descaso; Anatomia
comparada; Caverna; Engenhos: Tradição do Açúcar (Figura 5).
Figura 5 - Museu Câmara Cascudo

Fonte: TRIBUNA DO NORTE, 2017.


Memorial Câmara Cascudo - Funciona desde 1987 como local de homenagem à
Câmara Cascudo, com objetos que abordam aspectos estudados pelo folclorista potiguar
em sua vasta obra. Em seu interior podem ser vistos artefatos que remetem à arte popular,
como mamulengos e peças feitas por artesãos, bem como ao sincretismo religioso e às
crendices populares, porém não foi possível fazer registro, a unidade encontra-se em
reforma (Figura 6 e Figura 7).
26

Figura 6 - Memorial Câmara Cascudo

Fonte: Acervo da autora (2019).

Figura 7 – Parte interna do Memorial Câmara Cascudo

Fonte: Acervo da autora (2019).

Pinacoteca do Estado - Instalado em prédio que abrigou no início do século XX o


governo estadual da província, em 1999 recebeu o nome de Palácio da Cultura, passando
a abrigar a Pinacoteca do Estado. Possui mobiliário antigo, acervo permanente de obras
de artistas potiguares; lá também são realizadas exposições temporárias de produções de
artes visuais, porém não foi possível fazer registro, a unidade encontra-se fechada
temporariamente para reforma.
27

Figura 8).
Figura 8 - Pinacoteca do Estado

Fonte: Acervo da autora (2019).

Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão - Desde 2008 funciona na edificação


que abrigou a rodoviária da cidade até a década de 1980. O Museu busca retratar a cultura
do povo potiguar, com acervo organizado em quatro eixos temáticos: folguedos e danças
tradicionais do RN; bonecos João Redondo; saberes e fazeres potiguares; e arte e
religiosidade do RN, não foi possível realizar a visita a parte interna do museu, com isso,
não foram realizados os registros dos ambientes (Figura 9).

Figura 9 – Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão


28

Fonte: Acervo da autora (2019).

Com relação ao funcionamento, 100% dos espaços pesquisados informaram que


fazem visitas guiadas. Contudo, percebe-se em visitas in loco realizadas a esses espaços
que isso não ocorre na prática. Outra problemática refere-se ao fato de que menos de 40%
abre durante os finais de semana, o que compromete a visitação a esses locais (IBRAM,
2011a). E o que é notável ao visitar esses espaços é que falta um caráter mais dinâmico,
e interativo com o público. Todos se encontram com a tradicional função de conservação
e exibição de acervos, o que os deixam pouco aprazível.

1.2 Interatividade

De acordo com GUIMARÃES e LIMA (2011) a interatividade é um ato de interação


entre pessoa-pessoa, pessoa-objeto, é a relação entre dois ou mais. Vendo pelo prisma dos
museus, a interatividade está relacionada a essa relação pessoa-objeto, o poder tocar,
sentir, experimentar, ver de outra forma.
A todo tempo no mundo surgem novas mudanças tecnológicas, pode-se dizer que já
somos dependentes da interatividade. É notório a sua abrangência no mundo, grandes
exemplos estão relacionados com as atividades habituais que realizamos diariamente,
incluindo ir ao supermercado e pagar a conta, onde interage-se com a máquina através de
simples ato de digitar a senha, precisando desta forma “tocar”. Com isso pode-se dizer
que já somos dependentes da interatividade.
Quanto ao museu, a interatividade se realiza pelo fato de que as pessoas não só vêem
as exposições, mas de alguma maneira são instigadas a experimentar outras sensações
além do visual, com disponibilidades variadas de recursos que podem ser utilizados.
Museus interativos são modelos alternativos, pois apresentam
características distintas dos museus convencionais. A interatividade permite
que os visitantes possam experienciar, sentir, provar, aprender mais com o
acervo, exposição. Como exemplos brasileiros de museus considerados
interativos tecnológicos tem-se o Catavento Educacional e Cultural, Museu da
Língua Portuguesa, Museu das Telecomunicações todos em são Paulo, que
foram produzidos por Marcelo Dantas, da empresa Magnetoscópio, localizada
no Rio de Janeiro, e que trabalham com planejamento e softwares para produzir
a interatividade tecnológica. É importante lembrar, que os museus citados
possuem um apoio financeiro governamental, por estarem localizados nos
maiores centros populacionais do Brasil, pois a interatividade tecnológica tem
um custo elevado, devido ao material utilizado e a necessidade de manutenção
diária. (GUIMARÕES; LIMA, 2011, p. 07).
29

A interatividade dos museus incide pelo fato das pessoas não apenas observarem o
acervo, mas serem instigadas a participar da exposição, experimentar outras sensações,
se permitindo sentir, provar e aprender mais com o que está sendo exposto. As pessoas
podem visitar as exposições, participar de palestras, cursos e interagir com experimentos.
Por se tratar de um processo lúdico de aprendizagem as exposições se tornam um atrativo
principalmente para as crianças já que estas são atraídas por sons, cores e movimentos.
O visitante busca a “singularidade do lugar, seus símbolos e significados mais
marcantes”, e o museu interativo procura justamente isso. Cativar o olhar do visitante
para uma experiência nova, “estimular o olhar, provocar curiosidade e levar o turista a
descobrir toda a magia do lugar”. (ALBANO; MURTA, 2002)

1.3 ARQUITETURA SENSORIAL


A arquitetura faz parte da vida humana desde sua primeira experiência com o mundo.
Acreditando que a arquitetura é o agente que transforma e influencia o mundo e
praticamente tudo que o compõe, o homem está exposto a conhecer e a descobrir novos
edifícios, seus papéis enquanto obra de arquitetura, as possibilidades sensoriais e suas
relações de memórias históricas e culturais. (DIAS; ANJOS, 2017)
De acordo com Pallasmaa (2011) uma edificação além de cumprir suas funções de
usos, deve intensificar a vida de seus usuários, estimulando seus sentidos. Portanto
através da obra a arquitetura é capaz de explorar a sensação de realidade e identidade
pessoal, reforçando-a por meio da integração entre espaços vivenciados, pessoas e suas
experiências de mundo.
De acordo com o problema, tem-se a seguinte hipótese: os elementos e manifestações
sensoriais da psicologia atingem os sentidos humanos através da arquitetura, e permitem
que cada indivíduo faça uma leitura própria do espaço. Uma obra de arquitetura deve
revelar ambientes e espaços que surpreendem e instigam os sentidos humanos, trazendo
as pessoas mais próximas a si mesmas e aos outros, firmando uma relação de
complemento.
Considerando a arquitetura multissensorial como eixo principal da pesquisa,
Pallasmaa (2011, pg. 39) cita:
Toda experiência comovente com arquitetura é multissensorial; as
características de espaço, matéria escala são medidas igualmente por nossos
olhos, ouvidos, nariz, pele, língua, esqueleto e músculos. A arquitetura reforça
a experiência existencial, Nossa sensação de pertencer ao mundo, e essa é
essencialmente uma experiência de reforço da identidade pessoal. Em vez da
mera visão, ou dos 5 sentidos clássicos, arquitetura envolve diversas esferas da
30

experiência sensorial que interagem e fundem entre si. (PALLASMAA, 2011,


pg. 39)

Em Hegel, a experiência é o movimento dialético que a consciência exercita em si


mesma, “tanto em seu saber como em seu objeto, enquanto dele surge o novo objeto
verdadeiro para a consciência” (HEGEL, 2007, p. 80). Nesse processo, a partir do
adequado, fica determinado para a consciência como é que o seu perceber está
constituído, ou seja, não se trata de um puro apreender simples, “mas em ser seu apreender
ao mesmo tempo refletido em si a partir do verdadeiro” (HEGEL, 2007, p. 100, grifos do
autor). Em outras palavras, a percepção do real pelo indivíduo humano implica a
percepção de si mesmo, inserido nesse real percebido. Essa relação, que constitui a
experiência, é determinada pelo próprio agente que experimenta. Quando usamos um
museu, portanto, estamos usando a nós mesmos no Museu que nos envolve e com o qual
nos relacionamos.
Através dos sentidos é possível captar as informações sensoriais presentes no espaço.
Após receber um estímulo, o corpo absorve-o e interpreta-o. Este processo é chamado de
percepção e se manifesta de forma diferente para cada pessoa (GAMBOIAS, 2013). As
características do espaço arquitetônico, tais como a escala, a materialidade, o programa e
a formalidade, promovem intencional ou inconscientemente a fruição sensorial do
usuário, condicionando a percepção do espaço. Analisando isto, entende-se que a
sensação é a resposta imediata dos órgãos sensoriais perante um estímulo, sendo os
receptores sensoriais os olhos, os ouvidos, o nariz, a boca e a pele. Entretanto, as reações
físicas despertam também as reações psicológicas, onde a arquitetura, neste caso passa a
funcionar como o estímulo de todas as sensações (CRUNELLE, 2001, apud
LOURENÇO, 2016).

2 ESTUDOS DE REFERÊNCIA

Neste capítulo foram analisados projetos arquitetônicos com temas similares ao


proposto nesse estudo. O intuito dessa análise é o de obter uma melhor compreensão
acerca do tema, bem como a relação com o contexto urbano e os seus aspectos formais e
funcionais. Dessa maneira o capítulo será subdividido em dois subitens, o primeiro
direcionado ao referencial direto do qual o procedimento de análise se deu no Sesi Museu
Digital de Campina Grande, Paraíba e no Museu Câmara Cascudo - Natal/RN, sendo o
31

segundo subitem destinado ao estudo de referência indireta que correspondente a análise


do museu Cais do Sertão – Recife, Pernambuco e o Museu Judaico de Berlim – Alemanha.

2.1 Estudos de referência direta

2.1.1 Museu Câmara Cascudo – Natal/RN

O Museu Câmara Cascudo está localizado na Avenida Hermes da Fonseca, na cidade


de Natal/RN, conforme Figura 10.
Figura 10 - Localização do Museu Câmara Cascudo

Fonte: Google Maps, adaptado pela autora (2019).

O edifício teve sua construção iniciada em 1964, coordenada pelo engenheiro Malef
de Carvalho e pelo arquiteto Manoel Coelho. Apresenta uma área construída total de
aproximadamente 11.700m² e possui um estilo arquitetônico contemporâneo, com a
utilização do concreto armado como principal material construtivo (Figura 11).
32

Figura 11 - Fachada no Museu Câmara Cascudo

Fonte: TRIBUNA DO NORTE, 2017.

A visita ao Museu ocorreu no dia 27 de outubro de 2018 durante o período da tarde,


e inicialmente já foram constatados pontos insatisfatórios. Na recepção não tinha
funcionário e consequentemente a visita não foi guiada, e o museu encontrava-se
totalmente vazio. Devido a este primeiro ponto observado, foi constatada a necessidade
de retornar ao museu em um outro momento e horário, com isso no dia 10 de março de
2019 foi realizada uma nova visita para analisar melhor esse aspecto em específico, que
diferentemente da primeira visita tinha funcionários na recepção. O guia fez um resumo
breve sobre as exposições e em seguida a visitação foi iniciada novamente, porém
considera-se bem mais proveitoso o acompanhamento durante as exposições, visto isso,
esse segundo momento não foi satisfatório, esperava-se mais instruções relevantes no
acompanhamento.
Com relação a divisão espacial interna, se da seguinte forma: Primeiro pavimento
com recepção, sala de exposições temporárias I, banheiros, exposição de paleontologia,
caverna, circulação vertical e saída de emergência (Figura 12).
33

Figura 12 - Planta baixa do Museu Câmara Cascudo (Primeiro piso)

Fonte: Acervo da autora (2019).


O segundo pavimento conta com sala de exposições (Anatomia comparada), escadas,
sala de exposições temporárias II, banheiros, sala de exposições engenhos, sala educativa
e sala de exposições tecnologia (Figura 13).

Figura 13 - Planta baixa do Museu Câmara Cascudo (Segundo piso)

Fonte: Acervo da autora (2019).

As salas expositivas e os banheiros acessíveis são acessados através do átrio central


do edifício, em que também ficam expostas algumas exposições (figura 14 e 15). Outro
34

ponto bem marcante do átrio central é a sua cobertura, que é translúcida, permitindo assim
a passagem da iluminação natural em seu interior.

Figura 14 - Átrio central Figura 15 - Átrio central com exposições

Fonte: Acervo da autora (2019). Fonte: Acervo da autora (2019).

O museu conta com exposições permanentes e temporárias, atualmente um dos


espaços temporários abriga o Póstumos Arqueologia do Descaso, obra do fotógrafo
paraibano Nuno Rama, que acompanhou e registrou o cotidiano dos detentos da antiga
penitenciária João Chaves (figuras 16 e 17).

Figura 16 - Póstumos: arqueologia do descaso Figura 17- Póstumos: arqueologia do descaso


35

Fonte: Acervo da autora (2019). Fonte: Acervo da autora (2019).

O ambiente dispões também de vídeos introdutórios, trilhas musicais, ruídos de


fundo, e cores escuras, predominam todo o agrupamento do projeto, aliando-se às
fotografias e objetos simbólicos que guiam à desordem e conturbação da realidade
retratada pelo artista. (figuras 18 e 19)
Figura 18 - Póstumos: arqueologia do descaso Figura 19 - Póstumos: arqueologia do descaso

Fonte: Acervo da autora (2019). Fonte: Acervo da autora (2019).


36

O museu dispõe de um vasto acervo em suas exposições, uma das que atrai
bastante a atenção do visitante em relação a sua diversificação é a sala da Evolução das
Aves, cujo enfoque é nas espécies e o seu estado fisiológico atual. O ambiente foi todo
recriado com o intuito de simular habitats. (Figuras 20 e 21) A exposição conta também
com recursos audiovisuais, como vídeos e sons das aves.

Figura 20 - Aves e Evolução - Uma perspectiva histórica

Fonte: Acervo da autora (2019).


Figura 21 - Aves e Evolução - Uma perspectiva histórica
37

Fonte: Acervo da autora (2019).

Na sala de Anatomia Comparada o enfoque é a evolução dos mamíferos e de suas


características ancestrais e atuais, sendo parte da exposição elementos como esqueletos e
fragmentos. (Figuras 22 e 23)

Figura 22 - Anatomia comparada Figura 23 - Anatomia comparada

Fonte: Acervo da autora (2019). Fonte: Acervo da autora (2019).


38

O museu conta ainda com uma sala de exposição relacionada a cultura do cultivo
de cana-de-açúçar, característica atribuída ao estado do Rio Grande do Norte, que
produziu significantemente essa matéria-prima, que contribuiu diretamente para o
desenvolvimento socioeconômico dos municípios.
Na sala são recriadas as atmosferas de engenhos através do uso de equipamentos
moedores de cana e equipamentos de apoio da produção. (figuras 24, 25, 26 e 27)
Figura 24 - Sala Engenhos Tradição do Açúcar Figura 25 - Sala Engenhos Tradição do Açúcar

Fonte: Acervo da autora (2019). Fonte: Acervo da autora (2019).


Figura 26 - Sala Engenhos Tradição do Açúcar Figura 27 – Sala Engenhos Tradição do Açúcar
39

Fonte: Acervo da autora (2019). Fonte: Acervo da autora (2019).


O edifício possui uma área mais baixa com relação as áreas de exposições, um dos acessos
que fazem parte do percurso é através das cavernas recriadas em uma das salas. O ambiente
reproduz bem o interior de uma mina, possuindo elevações íngremes e aberturas estreitas.
(figura 28)
Figura 28 - Interior das cavernas

Fonte: Acervo da autora (2019).


Com relação ao estado de conservação nos espaços de exposições, de uma forma
geral apresenta-se bastante satisfatório, porém vale destacar alguns pontos observados,
entre eles: o piso danificado (figura 29), Recursos tecnológicos quebrados (figura 30),
maçanetas quebradas (figura 31) e plataforma acessível em manutenção (figura 32). O
museu é conhecido pela quantidade significativa de acervos, entretanto, alguns não
possuem identificação (figura 33).

Figura 29 - Estado de conservação do piso – Museu Câmara Cascudo


40

.
Fonte: Acervo da autora (2019).
Figura 30 - Recursos tecnológicos quebrados - Museu Câmara Cascudo

Fonte: Acervo da autora (2019).


Figura 31 - Maçaneta quebrada - Museu Câmara Cascudo
41

Fonte: Acervo da autora (2019).

Figura 32 - Plataforma acessível em manutenção - Museu Câmara Cascudo

Fonte: Acervo da autora (2019).


Figura 33 - Acervos sem identificação - Museu Câmara Cascudo
42

Fonte: Acervo da autora (2019).

2.1.2 SESI Museu Digital de Campina Grande/PB


O museu digital de Campina Grande, foi inaugurado em 07 de novembro de 2017,
projeto do arquiteto Argemiro Brito Monteiro da Franca, no qual foi desenvolvido para
dar uso ao prédio construído anos atrás, que até então não tinha, era apenas um memorial
em homenagem aos 150 anos da cidade. O museu fica localizado na orla do açude velho
da cidade de Campina Grande/PB, conforme observa-se na figura 35.
A visita ao Sesi Museu Digital ocorreu no dia 22 de dezembro de 2018 durante o
período da tarde. A intenção foi aproveitar ao máximo tudo que o espaço tinha a oferecer.
Com relação ao acesso ao museu, é possível através das ruas Miguel Couto, Dr.
Severino Cruz e da Paulo de Frontim. A orla conta com estacionamentos em seu entorno,
o que facilita para os visitantes.
43

Figura 34 - Localização do SESI museu digital de Campina Grande

Fonte: Google Maps, adaptado pela autora.

O museu conta com modernos recursos interativos e audiovisuais. Os espaços


desenvolvidos possibilitam ao visitante contato com o desenvolvimento social da cidade,
econômico e humano. Na figura 35 é possível entendem a divisão interna do museu, que
conta com: tropel, tropeiros da borborema, ciclos socioeconômicos, cidade da cultura,
campina 360°, signos do moderno, mapa digital, Campina Grande acolhedora, cidade
industrial, dois espaços de karaokê e por último, cidade da grandeza. Porém entre as
exposições existentes não foi possível conhecer o mapa digital, devido a problemas
técnicos.

Figura 35 - Zoneamento interno do SESI museu digital de Campina Grande


44

Fonte: SESI MUSEU DIGITAL, 2019.

Outro ponto analisado foi com relação ao estacionamento, o museu não conta com
um estacionamento exclusivo, tornando este um ponto insatisfatório. Em contrapartida, a
sua boa localização dispõe de paradas de ônibus próximas.
O Museu possui uma fachada no estilo moderno, com esculturas que evidenciam um
momento marcante da cidade, que foi a chegança dos tropeiros, algo visto e relatado
também em sua parte interna (Figura 36).

Figura 36 - Fachada do SESI Museu digital de Campina Grande/PB


45

Fonte: Acervo da autora (2019).


O edifício conta com uma recepção no pavimento térreo e as suas exposições ficam
no pavimento superior, com acessos através de escadas e elevador. No pavimento das
exposições, nas laterais da entrada principal, encontram-se os banheiros femininos e
masculinos individuais e ainda os respectivos banheiros acessíveis, em perfeito estado de
conservação.
Na figura 37 podemos ver o banheiro feminino, torna-se um banheiro bem marcante
e diferenciado por ter em sua porta uma película vermelha, que ao receber a luz do sol,
reflete inteiramente para a parte interna do mesmo, lhe conferindo tal característica.

Figura 37 - Parte interna do banheiro feminino


46

Fonte: acervo da autora, 2019.

Com relação as exposições existentes no museu, observa-se que o visitante faz parte
da mesma, só sendo possível a sua compreensão ou entendimento através da sua
participação, tornando assim o espaço mais interativo.
A visitação ao museu se inicia no tropel com a reprodução de um vídeo contando a
história dos tropeiros, trabalhadores responsáveis por conduzir tropas de burros em serras,
construindo assim parte da história do algodão na cidade de Campina Grande. Nesse
primeiro momento o vídeo é reproduzido simultaneamente em 4 telas diferentes, e em um
determinado momento começa um verdadeiro espetáculo de sons e imagens (Figura 38).
47

Figura 38 - Tropel

Fonte: acervo da autora, 2019.


Figura 39 - Tropeiros da borborema

Fonte: acervo da autora, 2019.


48

No espaço ciclos socioeconômicos são utilizados jogos interativos, que dão alusão ao
desenvolvimento econômico e social da cidade de Campina Grande em diversos setores.
(Figuras 40 e 41)
Figura 40 - Ciclos socioeconômicos Figura 41 - Ciclos socioeconomicos

Fonte: acervo da autora, 2019. Fonte: acervo da autora, 2019.


Nos espaços Campina 360º e Mapa digital (figura 42) estão presentes os recursos
tecnológicos de imagens. O espaço Campina 360º conta com a tecnologia de realidade
virtual, onde o visitante coloca óculos de realidade virtual e fones de ouvido, e assistem
a um espetáculo da dança característica da cidade, que é a quadrilha junina. Já o Mapa
digital possui um recurso totalmente interativo, permitindo que o visitante conheça mais
da história da cidade apenas caminhando sobre a projeção do mapa, que ao pisar, informa
sobre cada parte dessa história.
Figura 42 - Campina 360º e Mapa digital

Fonte: SESI MUSEU DIGITAL, 2019.


49

Campina Grande acolhedora é um espaço destinado a apresentar aos visitantes


histórias de pessoas que foram acolhidas pela cidade e que se tornaram parte de sua
história. A exposição é feita através uma tela com fotos dessas pessoas e ao clicar em uma
delas é feita a reprodução automática de um vídeo. (figura 43)

Figura 43 - Campina Grande acolhedora

Fonte: SESI MUSEU DIGITAL, 2019.


A exposição Cidade industrial conta com recursos audiovisuais, e para expor o
conteúdo foram utilizadas caixas móveis em acrílico com imagens e textos referentes a
história da indústria em seus mais variados setores. (Figuras 44 e 45).
Figura 44 - Cidade industrial

Fonte: acervo da autora, 2019.


50

Figura 45 - Cidade industrial

Fonte: acervo da autora, 2019.

O museu conta ainda com espaços de karaokê com canções de grandes artistas do
estado da paraíba (figura 46), uma tela que tira fotografias e envia diretamente para o e-
mail do visitante (figura 47), e ainda uma sala intitulada como Cidade da grandeza, onde
os moradores da cidade protagonizam um vídeo sobre costumes e momentos importantes
da cidade. (Figura 48)
Figura 46 - Karaokê - Campina Grande em canções

Fonte: acervo da autora, 2019.


51

Figura 47 - Tela para fotografias

Fonte: acervo da autora, 2019.

Figura 48 - Cidade da grandeza

Fonte: acervo da autora, 2019.


52

2.2 Estudos de referência indireta

2.2.1 Museu cais do sertão, Recife/PE

O Museu Cais do Sertão fica localizado na zona portuária e de interesse histórico


da cidade do Recife/PE conforme observa-se na figura 49. Projetado pelos arquitetos do
escritório Brasil Arquitetura, o museu surgiu para dar novas funções ao antigo galpão que
existia anteriormente.
Figura 49 - Localização do Museu Cais do Sertão - Recife/PE

Fonte: GOOGLE MAPS, 2019.

Ao observar as plantas baixas do museu (Figura 50), percebe-se as disposições de


seus espaços e funções. O museu conta com espaço para acolhimento, guarda-volumes,
espaços destinado a espetáculos multimídia, galpão de exposições permanentes, vão livre,
loja e outros. Um ponto característico do museu é que ele reúne alta tecnologia construtiva
e expositiva, objetos variados, obras de arte e diferentes suportes especialmente criadas
para o museu, documentos, filmes e fotográficas.
53

Figura 50 - Plantas baixas do Museu Cais do Sertão – Recife/PE

Fonte: ARCHDAILY, 2018.

O Museu é bastante expressivo, através das suas formas e materiais fica notável a sua
própria logomarca. Foram desenvolvidos especialmente para o museu, elementos
vazados, que são os cobogos gigantes que compõem a sua fachada, e este é um elemento
próprio das construções do Recife. Os cobogós criam um filtro de luz para amenizar a
relação dos espaços interno/externos. Tais cobogós, foram executados em concreto
54

geopolimérico, onde funciona como uma grande renda branca bem alva sobre o concreto
estrutural amarelo, lembrando a galhada da caatinga, ou as rachaduras de solo seco, outro
(Figura 51).
Figura 51 - Cobogós usados nas fachadas do Museu Cais do Sertão – Recife/PE.

Fonte: NELSON KON, 2018.

2.2.2 Museu Judaico de Berlim – Alemanha

O Museu Judaico de Berlim, localizado na Alemanha (Figura 52), consiste em um


equipamento arquitetônico que serve como exemplos de espaço de exibição que explora
a relação triádica observador-obra-espaço de modo inovador. Projetado pelo arquiteto
polonês Daniel Libeskind, o museu é carregado de simbolismo, exibe a história social,
política e cultural dos judeus em Berlim, desde o século IV até o presente.
55

Figura 52 - Localização do Museu Judaico de Berlim, Alemanha

Fonte: GOOGLE MAPS, 2019.


Na Figura 53 é evidenciado que sua forma se apresenta de maneira contrastante em
relação a antiga construção barroca que antes abrigava o museu de Berlim, da qual foi
preservada, e passou a ser destinada à parte de serviços e ao acesso ao novo museu.

Figura 53 - Vista aérea do Museu Judaico de Berlim

Fonte: BITTER BREDT, 2015.


56

Analisando as plantas baixas do projeto (figura 54) foi possível observar que o
arquiteto desenvolveu o projeto em três eixos principais, o primeiro e mais longo deles se
inicia na construção antiga de estilo barroco e segue até a escadaria principal do museu,
esse eixo é denominado como "Eixo da Continuidade", representando a continuidade
histórica de Berlim, daquele tempo até a atualidade e ao futuro incerto.
Em seguida surge a bifurcação, uma possibilidade de desvio causada pelo cruzamento
com um segundo eixo, conduzindo o visitante ao jardim que fica na parte externa do
museu, representando o exílio e a imigração dos judeus da Alemanha. Já o terceiro eixo,
que é sem saída, corta os dois anteriores, e o seu extremo é a Torre do Holocausto.
As exposições do acervo do Museu ficam organizadas nos três pavimentos superiores,
composto por obras de arte, peças antigas, objetos relacionados à história judaica, retratos
de cidadãos importantes, mapas e outras memórias.

Figura 54 - Tipologias das plantas baixas.

Fonte: ARCHDAILY, 2016.


57

O edifício é revestido em zinco, um material que tem uma larga tradição na história
arquitetônica berlinense. Com isso, quando este material não recebe um tratamento fica
sujeito a mudanças e oxidações ao longo dos anos, assim conferindo novas características
na fachada. A figura 55 apresenta elementos marcantes da edificação, que são os recortes
em formatos mais retilíneos, refletindo em seu interior lampejos de luz em todas as
direções. Já o seu interior fica marcado pelo uso do concreto aparente (figura 56).

Figura 55 - Elementos da fachada - Museu Judaíco de Berlim

Fonte: ARCHDAILY, 2016.


Figura 56- Concreto aparente - Museu Judaíco de Berlim

Fonte: ARCHDAILY, 2016.


58

3 CONDICIONANTES DO PROJETO

Neste capítulo serão analisados os condicionantes projetuais e principais aspectos que


influenciaram o processo de concepção, de forma a desenvolver uma proposta
arquitetônica adequada ao ambiente na qual se insere, tanto no que concerne a aspectos
físico-ambientais quanto a aspectos legislativos e de normatização. Inicialmente será
apresentado um estudo da área de intervenção, destacando suas características, seus
componentes e seu entorno. A análise prossegue descrevendo os principais aspectos
legais, ambientais, climáticos e normativos que envolvem o terreno em questão e o uso
proposto.

3.1 Área de intervenção


A escolha da área para o desenvolvimento do projeto partiu de uma série de pré-
requisitos, baseados no uso proposto e nas características do lote. Por constituir-se em um
museu sobre a formação urbana e a história da cidade de Natal/RN definiu-se,
inicialmente, a capital do estado como universo de estudo. Nesse sentido, foi realizado
um levantamento dos principais museus existentes na cidade, de forma a identificar a área
de concentração. A tabela 1 demonstra, por exemplo, que há uma concentração de museus
em bairros da zona leste, principalmente em Cidade Alta. Levando em consideração os
levantamentos realizados, optou-se pela implantação do equipamento proposto na Zona
Administrativa Sul da cidade, que possui 166.491 habitantes, sendo 20,71% da população
residente de Natal (IBGE, 2010), entretanto apresenta uma carência de equipamentos
urbanos para fins culturais e artísticos.
Tabela 1 - Localização dos principais museus de Natal/RN.

MUSEUS LOCALIZAÇÃO
Forte dos Reis Magos Areia Preta
Museu Câmara Cascudo Tirol
Parque das Dunas Tirol
Casa de Câmara Cascudo Cidade Alta
Memorial Câmara Cascudo Cidade Alta
Palácio do Potengi (Pinacoteca) Cidade Alta
Instituto Histórico e Geográfico do RN Cidade Alta
Museu de Arte Sacra Cidade Alta
59

Museu da Cultura Popular Djalma Maranhão Ribeira


Solar Bela Vista Ribeira
Fonte: Elaborado pela autora (2019).

A Zona Sul caracteriza-se por apresentar uma população com renda média de 3,45
salários mínimos, a mais alta da cidade comparada às demais zonas.
Partindo-se de uma análise mais abrangente foram definidos, posteriormente, alguns
critérios para a escolha do lote de projeto, sendo estes:
 A localização - de forma a segregar a concentração de atrativos museais do
centro histórico da cidade.
 O local - com facilidade de acesso por meio de transportes variados – a pé,
automóvel e transporte coletivo;
 Local com boa visibilidade e integração com o entorno;
 Proximidade com vias de maiores fluxos viários e de pedestres, de forma que
o projeto possa configurar-se como um atrativo visual;
 Terreno com grandes dimensões, adequadas ao equipamento proposto.

3.2 Terreno – dimensões, topografia, vegetação, condicionantes climáticos

O terreno considerado para a implantação do Museu está localizado no bairro de


Lagoa Nova, na Zona Administrativa Sul de Natal/RN.
Atualmente, a principal via de acesso ao terreno é a marginal da Av. Senador Salgado
Filho, caracterizada pelo Código de Obras da cidade como Via Arterial. A outra forma de
acesso, seria através das vias existentes dentro do centro administrativo.
Com relação aos principais pontos do entorno do terreno, encontra-se o estádio de
futebol Arena das Dunas e a ZPA - 02, conforme figura 57. E ainda, o Centro
Administrativo e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.
60

Figura 57 - Localização dos principais pontos do entorno

Fonte: Elaborado pela autora com bases nos dados do Google Maps (2019).

3.2.1 Dimensões
A área livre situada na porção urbana delimitada para esse estudo, apresenta uma área
total de 10.945,34m², o terreno apresenta ainda um formato com quatro lados cujas
dimensões são diferentes. A fachada norte possui 66,97m, fachada sul com 96,36m,
fachada leste com frente para as margens da Av. Senador Salgado Filho com 24,40m e a
fachada oeste possuindo limite com o terreno do Centro Administrativo, com 138,22m.
3.2.1 Topografia
A topografia do terreno caracteriza-se por possuir um desnível acentuado devido a
alguns fatores, entre eles possíveis remoções de terra. O desnível presente encontra-se
com uma variação entre essas elevações. Como o ponto com mais desnível fica na fachada
sul do terreno, será feito em aterramento para aproveitar melhor o espaço. (Figura 58)
61

Figura 58 - Topografia do terreno em estudo

Fonte: GOOGLE EARTH PRO, 2019.

3.2.3 Vegetação existente


Através dos levantamentos realizados in loco, observa-se a presença da vegetação
rasteira em todo o terreno, formada por gramíneas e espécies de crescimento espontâneo,
tudo isso devido a falta de manutenção no terreno (figura 59 e 60).
Figura 59 - Vegetação existente no terreno Figura 60 - Vegetação existente no terreno

Fonte: Acervo da autora, 2019. Fonte: Acervo da autora, 2019.


62

3.2.4 Condicionantes climáticos


- Análise Bioclimática e diretrizes projetuais
Neste item serão abordados e analisados pontos acerca do conforto ambiental na
arquitetura, consequentemente, estabelecidas estratégias que garantam o conforto térmico
interno nas edificações.
Com isso, serão citadas algumas das estratégias bioclimáticas indicadas para a cidade
de Natal/RN, na qual encontra-se situada na zona bioclimática 8. Sendo entre estas,
destacadas: A iluminação natural, ventilação natural e sombreamento.

Figura 61 - Análise fachadas pela Carta Solar - Natal/RN.

Fonte: SOL-AR 6.2

A tabela 2, apresenta os dados colhidos após a realização da análise da carta solar da


cidade de Natal com relação a sua disposição no terreno em estudo. Baseando-se nisso,
nota-se que as faces com orientação leste e oeste, recebem maior incidência solar, visto
63

isso, deverão ser cegas ou receber proteção para reduzir a incidência solar. Já as faces
dispostas para norte e sul, também receberão barreiras de proteção, consequentemente
resultará em um melhor conforto ambiental da edificação.

Tabela 2- Análise de fachadas pelo programa Carta Solar.

SOLSTÍCIO SOLSTÍCIO
FACHADAS EQUINÓCIO
DE VERÃO DE INVERNO
LESTE 6h às 12h30 6h às 11h30 6h às 12h
OESTE 12h30 às 18h 12h às18h 12h às 18h
Nenhuma Insolação
NORTE 11h às 18h
insolação durante todo o dia
Insolação
SUL 16h10 às 18h 14h às 18h
durante todo o dia
Fonte: desenvolvido pelo autor, 2019.

Para uma análise mais completa acerca dos condicionantes ambientais, também foram
observados a intensidade dos ventos e a sua frequência, a fim de garantir o uso correto da
ventilação natural. Com isso, foram colhidos dados fornecidos pelo Software SOL-AR
6.2 apresentados na imagem 62, visto isso, podemos concluir que a ventilação
predominante é de origem sudeste.

Figura 62 - ROSA DOS VENTOS - NATAL/RN

Fonte: SOL-AR 6.2


64

Ao observar o diagrama dos ventos predominantes em Natal (figura 62), notamos que
é caracterizado como sudeste, e já no terreno em estudo, percebemos que a ventilação
ocorre da mesma forma, sendo a Av. Senador Salgado Filho (fachada leste) e a fachada
sul, as que mais recebem essa ventilação natural, da qual segue em direção as fachadas
oeste e norte.
Visto isso, nota-se que as faces (ou fachadas) são favoráveis para dispor espaços e
ambientes com uso prolongado, por apresentar melhor aproveitamento da ventilação
natural.

3.3 Condicionantes urbanísticas/ legislativas


3.3.1 Plano Diretor de Natal
Segundo o Plano Diretor da cidade de Natal (Lei Complementar n° 082, de 21 de
junho de 2007), o terreno em estudo está inserido em uma Zona Adensável, parte
integrante do macrozoneamento de toda a extensão territorial do município. Estando
classificada no Art. 11 - Zona Adensável “é aquela onde as condições do meio físico, a
disponibilidade de infraestrutura e a necessidade de diversificação de uso, possibilitem
um adensamento maior do que aquele correspondente aos parâmetros básicos de
coeficiente de aproveitamento”.
O coeficiente de aproveitamento básico para zonas urbanas da cidade de Natal é de
1,2, porém por se tratar de uma zona adensável, é aplicado coeficiente de aproveitamento
máximo, que consiste em até 3,0 para o bairro de Lagoa Nova, sendo este considerado
para todos os usos, conforme observa-se na figura 48. Isso significa que a área construída
total, considerando-se todos os pavimentos propostos, equivale à área do terreno
multiplicada pelo valor de 3,0. Além disso, de acordo com o Art. 31, exige uma Taxa de
Impermeabilização máxima de 80% da área total do lote, para todas as regiões do
município.
65

Figura 63 - Coeficientes máximos de aproveitamento por bairro

Fonte: PLANO DIRETOR DE NATAL/RN, 2007.

Segundo o Plano Diretor de Natal (2010) o bairro Lagoa Nova fica próximo a ZPA –
02. Estando entre os limites com os bairros: Candelária, Nova Descoberta e Capim Macio.
Com relação ao gabarito estabelecido para a área, segue da seguinte forma: Tratando
das Prescrições Urbanísticas Adicionais, presentes no Art. 29, que garante a ocupação do
solo de forma adequada às características do meio físico, bem como o equilíbrio climático
da cidade, serão observadas as seguintes normas urbanísticas adicionais: taxa de
ocupação, recuos e gabarito. E no §2º, determina que o gabarito máximo de altura
permitido para toda a cidade será de 65m, exceto para as zonas adensáveis onde poderá
ser permitido até 90m. Com isso, o bairro de Lagoa Nova apresenta controle de gabarito,
porém não na área de estudo. A taxa de ocupação máxima permitida para todos os
terrenos do Município, resguardadas as regulamentações especiais são: para subsolo,
66

térreo e 2º pavimento é de 80%, acima do 2º pavimento, a taxa de ocupação será em


função da área resultante da aplicação dos recuos previstos abaixo, estabelecido em Lei.
O Plano Diretor estabelece ainda recuos mínimos para os terrenos do município de
uma forma geral, visto isso, serão determinados, respeitando o Quadro 3 do Anexo I da
lei. (figura 64)
Figura 64 - Quadro com recuos necessários

Fonte: PLANO DIRETOR DE NATAL/RN, 2007.

3.3.2 Código de Obras do Município de Natal/RN


O Código de Obras e Edificações do Município de Natal (Lei Complementar Nº 055,
de 27 de janeiro de 2004), apresenta questões que devem ser levadas em consideração no
desenvolvimento de um projeto. Em virtude disso, serão apresentados aqui todos os itens
aplicados ao projeto do museu.
O primeiro item elencado, foi o do cálculo do número de vagas para estacionamento,
que fica estabelecido de acordo com o tipo de uso e da classificação das vias de acesso ao
terreno. Com isso, por tratar de um museu, enquadra-se no item 17, onde caracteriza-se
como: local de reuniões, igreja, cinema, teatro, auditório e similares, exigindo assim a
proporção de 1 vaga/30m² para Vias Arteriais (como é o caso da Av. Senador Salgado
Filho). Além disso, devem ser previstas para o uso proposto área de embarque e
desembarque, e ainda depósito de lixo.
67

Ainda com relação as áreas de estacionamento, devem ser atendidas as dimensões


mínimas previstas no código de obras para as vagas de automóveis, que são de (2,40m x
4,50m) e ainda, o posicionamento dos acessos, de forma a não impactar tanto o tráfico da
via de acesso.
As áreas destinadas a pedestres devem ter uma largura mínima de 1,20m para a
circulação, excluindo-se as áreas para locação do mobiliário urbano. Deve-se ainda prever
a acessibilidade aos portadores de deficiência ou mobilidade reduzida, tanto para a
circulação como para a utilização dos ambientes propostos.
O Código de Obras prevê também o correto dimensionamento das aberturas e áreas
translúcidas de um edifício, de forma a garantir condições mínimas de conforto no que
concerne à ventilação e iluminação natural. As superfícies de abertura devem apresentar
área igual ou superior a 1/6 da área do ambiente, para espaços de permanência
prolongada, e 1/8 da área de ambientes de permanência transitória.

3.3.3 Norma de Acessibilidade – ABNT NBR 9050

A NBR 9050/2015 estabelece critérios e parâmetros técnicos que necessitam serem


observados e considerados em projetos, desde construção, instalação e adaptação de
edificações, assim como o mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, atendendo as
condições de acessibilidade. Para que desta forma, os indivíduos com mobilidade
reduzida ou com qualquer outro tipo de deficiência, tenha o direito de estar utilizando os
espaços de maneira segura e autônoma.
Para esse estudo, foram destacados alguns dos critérios estabelecidos pela norma,
sendo eles:
1. Adoção de espaços de circulação com largura mínima de 90cm;
2. As áreas e suas respectivas medidas necessárias para manobras de cadeirantes
sem deslocamento, são estabelecidas conforme observa-se na figura 65, sendo
estas: a) para rotação de 90° = 1,20 m x 1,20 m; b) para rotação de 180° = 1,50
m x 1,20 m; c) para rotação de 360° = diâmetro de 1,50 m.
68

Figura 65 - Áreas para manobras de cadeiras de rodas sem deslocamento

Fonte: ABNT 9050 (2015).

3. Aplicação da sinalização internacional de acesso adequada, para indicar a


acessibilidade aos serviços e identificar os elementos acessíveis, conforme
figura 66.

Figura 66 - Símbolo internacional de acesso – Forma A

Fonte: ABNT 9050 (2015).

 Aplicação da sinalização visual, tátil e sonora.


 De acordo com a tabela 3, a aplicação de cada tipo de sinalização, será exigida
conforme o que será proposto a cada espaço da edificação, seus equipamentos
e mobiliário.
69

Tabela 3 - Aplicação e formas de comunicação e sinalização

Fonte: ABNT 9050 (2015).

Exemplo 01 – SINALIZAÇÕES VISUAIS


As figuras 67 e 68 exemplificam composições de sinalização visual. Com relação a
sinalização tátil em braille, devem ser posicionadas abaixo de cada figura.

Figura 67 - Sinalização direcional de sanitário feminino acessível à direita

Fonte: ABNT 9050 (2015).

Figura 68 - Sinalização direcional de elevador à esquerda

Fonte: ABNT 9050 (2015).


Com relação as sinalizações táteis, serão adotadas todas as considerações pertinentes,
entre elas: Sinalizações táteis em portas, planos e mapas táteis, corrimãos e piso. E ainda,
sinalizações sonoras, que conforme observou-se na tabela 3, haverá casos em que a
sinalização sonora deverá ser associada à sinalização visual.
Quando houver equipamentos de informações e sistemas de tradução simultânea em
espaços como salas de espetáculos, devem ser permitidos os controles individuais de
volume, e ainda, possuir recursos para evitar interferências.
70

 Adotar rotas acessíveis de locomoção do estacionamento até os acessos


principais da edificação, ou seja, prever vagas de estacionamento
exclusivas para pessoas com deficiência, que estejam interligadas à(s)
entrada(s) de forma acessível.
 As rampas devem ter o mínimo admissível de 1,20m em sua largura, e a
sua inclinação de acordo com os limites estabelecidos na tabela 4. E com
isso, a adoção de corrimãos em ambos os lados, já em relação as áreas de
descanso nos patamares, devem ser estabelecidos a cada 50m de percurso.

Tabela 4 - Dimensionamento de rampas

Fonte: ABNT 9050 (2015).

As demais recomendações relativas ao projeto acessível podem ser consultadas


através da norma ABNT/NBR 9050.

3.3.4 Código de Segurança e Prevenção Contra Incêndio e Pânico do RN

A Lei complementar n° 601 de 07/08/2017, estabelece o Código de Segurança e


Prevenção contra Incêndio e Pânico do Estado do Rio Grande do Norte, determina uma
série de critérios que visam garantir os meios necessários ao combate a incêndio, evitar
ou minimizar a propagação do fogo, facilitar as ações de socorro e assegurar a evacuação
segura dos ocupantes das edificações.
As exigências são indicadas conforme o uso da edificação. O edifício proposto por se
constituir em um museu está inserido, de acordo com o Art. 6° inciso VIII, como espaço
de “reunião pública”. Para tanto, devem atender as exigências de dispositivos de proteção
contra incêndio, de acordo com a área construída e altura da edificação, conforme
71

disposto no Art. 8º destas especificações, devendo, ainda, atender aos seguintes


requisitos:
I - os espetáculos deverão ter a presença de pessoal habilitado nas técnicas de prevenção
e combate a incêndio e controle de pânico, devidamente reconhecido pelo Corpo de
Bombeiros Militar;
II - todas as peças de decoração confeccionadas em material de fácil combustão, deverão
ser tratadas com proteção retardante à ação do calor (ignifugação);
III - deverá dispor de renovação de ar ambiente através de ventilação natural;
IV - deverá dispor de sistema de iluminação de emergência;
V - as portas de saída de emergência deverão ter abertura no sentido de saída e
destravamento por barra anti-pânico;
VI - ambientes com mais de 100 lugares, além das aberturas normais de entrada, deverão
dispor de saídas de emergência com largura mínima de dois metros e vinte centímetros
(2,20m), acrescendo-se uma unidade de passagem (cinquenta e cinco centímetros) para
excedentes de 100 pessoas;
VII - edificações com mais de um pavimento terão escadas com largura mínima de um
metro e sessenta centímetros (1,60m), para público de até 200 pessoas, acrescendo-se uma
unidade de passagem de cinquenta e cinco centímetros (0,55m), para excedentes de 200
pessoas;
VIII - nos cinemas, auditórios e demais locais onde as cadeiras estejam dispostas em
fileiras e colunas, os assentos obedecerão aos seguintes requisitos:
a) distância mínima de 90cm (noventa centímetros) de encosto a encosto;
b) número máximo de 15 assentos por fila e de 20 assentos por coluna;
c) distância mínima de 1,20 m entre séries de assentos;
d) Não é permitido assentos junto à parede, devendo-se distanciar-se desta de, no
mínimo, um metro e vinte centímetros (1,20m).
IV - deverão dispor de locais de espera com área obedecendo à proporção de doze metros
quadrados (12 m²) para público de 200 pessoas, acrescendo-se dois metros quadrados
(2m²) para excedentes de 100 pessoas;
V - é obrigatória a utilização de rampa em estabelecimentos com lotação superior a cinco
mil (5000) pessoas; considerando a largura de um metro e meio (1,50m) para cada 1000
pessoas, não podendo ser a rampa de largura inferior a três metros (3,0m);
72

VI - é obrigatória a utilização de guarda-corpo nas sacadas, rampas e escadas, em material


resistente, evitando-se quedas acidentais;
VII - A lotação máxima será calculada de acordo com a tabela constante do Anexo “A”
do presente código, seguindo ainda os seguintes parâmetros:
a) pessoas sentadas: uma pessoa para cada 0,70 m²;
b) pessoas em pé: uma pessoa para cada 0,50 m²;
c) nas arquibancadas: para cada 1m², duas pessoas sentadas ou três pessoas em
pé;
d) não serão considerados no cálculo a área de circulação e “halls”.
Além disso, as exigências de dispositivos de proteção contra incêndio são
determinadas a partir da altura total e área construída da edificação (Art. 8°).
Considerando que a edificação proposta possui uma altura entre 6 e 15m e área construída
superior a 750m², deve-se prever equipamentos como: hidrantes (prevenção fixa);
extintores de incêndio (prevenção móvel); sprinkler nas circulações, espaços comuns e
áreas de risco “C”; iluminação de emergência; sinalização, escada convencional e
instalação de hidrante público.
Ainda considerando o uso proposto, classificado como de Risco “C”, é também
determinado o uso de extintores para as classes A, B e C para cada 150m² ou pavimento,
devendo atender à distância máxima de 10m a ser percorrida pelo operador.

4 ESTUDOS PRELIMINARES

4.1 Definição do conceito


A definição do conceito do projeto surgiu da necessidade de inserir uma palavra capaz
de transmitir a essência da proposta, surgindo assim “sentidos”, partindo da ideia de
oferecer um espaço capaz de transmitir sensações, tornando desta forma uma arquitetura
com emoções e consequentemente com memórias, possíveis através de texturas, sons,
cores, cheiros e formas.

4.2 Programa de necessidades e pré-dimensionamento


Neste item será apresentado o programa de necessidades e pré-dimensionamento
desenvolvido para o projeto por meio da listagem dos seus ambientes principais. Estes
ambientes foram subdivididos a partir das principais zonas que integram o projeto, sendo
73

então: setor público/visita, administração/pesquisa e apoio/serviços (quadro 1). A


formação do programa de necessidades se fundamentou de acordo com estudo de
considerações funcionais e legais, dos estudos de referência diretos e indiretos, e de outros
projetos e edificações com uso análogo, explorado através de sites e revistas do meio. O
desenvolvimento desse programa de necessidades contribui na estrutura do zoneamento
e fluxograma do projeto.

Quadro 1 – Programa de necessidades

EDIFICAÇÃO - MUSEU

AMBIENTE QUANT. ÁREA


FOYER 1 143,02m²
RECEPÇÃO 1 95,52m²
GUARDA-VOLUMES 1 25,37m²
CAFÉ (BALCÃO+MESAS) 1 185,92m²
COZINHA 1 19,98m²
ÁREA PARA EXPOSIÇÕES PERMANENTES 1 688,53m²
146,28m²
ÁREA PARA EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIA 2
382,00m²
DEPÓSITO 2 21,00m²
BWC ACESSÍVEIS MASCULINO E FEMININO 4 4,30m²
BWC MASCULINO 2 17,15m²
BWC FEMININO 2 17,15m²
COPA BABY 2 9,11m²
FOYER AUDITÓRIO 1 139,07m²
AUDITÓRIO 1 240,71m²
PALCO 1 50,53m²
CABINE TÉCNICA 1 8,22m²
ANTECÂMARA 1 23,80m²
SALA DE APOIO 1 37,12m²

BLOCO ADMINISTRATIVO

AMBIENTE QUANT. ÁREA


RECEPÇÃO 1 22,31m²
ALMOXARIFADO 1 17,50m²
MANUTENÇÃO 1 12,60m²
DML 1 8,05m²
74

COPA 1 11,81m²
VESTIÁRIO MASCULINO 1 34,12m²
VESTIÁRIO FEMININO 1 33,97m²
CURADORIA 1 8,82m²
CONSERVAÇÃO E RESTAURO 1 8,82m²
CENTRAL DE SEGURANÇA 1 16,45m²
DIRETORIA 1 13,63m²
SALA TÉCNICA 1 16,45m²
SALA DE EDIÇÃO 1 16,45m²

BLOCO DE SERVIÇO/APOIO

AMBIENTE QUANT. ÁREA


CASA DE LIXO/COLETA SELETIVA 1 13,35m²
GUARITA 1 12,49m²
CASA DE BOMBAS 1 33,37m²
DEPÓSITO 1 16,45m²
GERADOR/SUBESTAÇÃO 1 50,52m²
ESTACIONAMENTO 1 1389,78m²
Fonte: Elaborado pela autora (2019).

4.3 Fluxograma
Será apresentado como foi o processo evolutivo deste desenvolvimento até se chegar
à configuração final.
Para a elaboração do projeto arquitetônico foi necessário à elaboração do fluxograma
que auxiliou na divisão e na relação existente entre cada ambiente e cada bloco dentro do
terreno. Os blocos foram divididos da seguinte forma: bloco principal com dois
pavimentos (figuras 69 e 70), bloco administrativo (figura 71) e bloco de serviço e apoio
(figura 72), como descrito graficamente abaixo.
75

Figura 69 - Fluxograma do pavimento térreo (museu)

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Figura 70 - Fluxograma do pavimento superior (museu)

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.


76

Figura 71 - Fluxograma do bloco administrativo

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.


Figura 72 -Fluxograma do bloco de serviço/apoio
77

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

4.4 Zoneamento
Neste item será apresentada a distribuição dos blocos a partir de um zoneamento
gráfico.
Ao longo do processo de criação foi levado em consideração todas as
condicionantes que iriam refletir na proposta, os blocos foram dispostos de modo a
possuir uma relação entre todos os blocos, com o intuito de criar uma relação funcional
interna e externamente.
Na Figura 73 temos o zoneamento de todos os blocos distribuidos no terreno, entre
eles: o bloco principal, jardim sensorial, espaço para eventos, bloco adminitrativo e bloco
de serviço/apoio.
78

Figura 73 - Zoneamento da implantação

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

4.6 Processo de criação


Neste item são apresentados o desenvolvimento e a descrição do processo de criação
até chegar o resultado final; foram necessários vários estudos de formas, com isso analisar
e posicionar os blocos, para melhor aproveitar a ventilação e iluminação. Para isso foram
realizados alguns estudos de plantas baixas em croqui, que serão apresentados a seguir.
Inicialmente foi pensado em blocos separados e com um traçado mais retilíneo para
a implantação, um único acesso a edificação bem como ao estacionamento. (Figura 74)
79

Figura 74 - Croqui da proposta inicial

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

A figura 75 mostra o resultado da compilação das ideias iniciais, com traçados mais
retilíneos e pouca vegetação. A distribuição das edificações ao longo do terreno se deu a
partir da necessidade de enfatizar as atividades do museu, deixando-as em blocos
separados, resultando em: bloco museu (edificação principal), bloco administrativo e
blocos de serviço/apoio (guarita, coleta seletiva, casa de bombas e subestação).
Percebe-se que a proposta inicial conteve bastante áreas permeáveis e ainda uma falta
de relação dos espaços externo com a edificação principal (museu). Partindo desse
resultado, buscou-se constantemente solucionar tais pontos observados.
80

Figura 75 - Primeira proposta de implantação

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Ao longo do processo de criação percebeu-se a necessidade de solucionar as


fachadas do museu, com isso a ideia foi trazer um elemento que oferecesse não apenas a
proteção das fachadas, mas que pudesse complementar as experiências sensoriais na parte
interna do museu. Com isso, chegou-se ao painel em aço corten, inicialmente seguindo o
mesmo traçado da implantação, com o intuito de proporcionar jogo de luz e sombra na
parte interna. (figura 76)
81

Figura 76 - Croqui prosposta de fachada

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Ao final do processo criativo surgiu a necessidade de acrescentar formas diferentes,


visto que o próprio percurso oferece ao visitante uma experiência diferenciada, com isso,
toda a implantação recebeu formas curvas e sinuosas. (Figura 77)
Figura 77 - Proposta final de implantação

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.


82

5 A PROPOSTA

Neste item será descrito os pontos da proposta do projeto, incluindo conceito, partido
arquitetônico e a evolução final. E por último, uma análise final do Museu Sensorial
Interativo com o memorial descritivo.

5.1 Conceito e partido arquitetônico


O conceito do projeto foi pensado e desenvolvido a partir de características projetuais
que desejava-se ter na proposta final. A intenção de ofertar um museu que permite a
interação edificação-pessoa levou até o conceito “sentidos”, um processo de
reconhecimento de estímulos oferecidos através do edifício.
Através das sensações exploradas durante a trajetória dentro da própria edificação,
assim como em sua implantação, se torna possível ter uma memória do edifício. Para
aguçar os sentidos, foram utilizadas soluções como: cores, luz e sombra (visão), cheiros
(olfato), texturas e formas (tato) e diferentes formas de propagação do som (audição).
Com isso, através do conceito, chegou-se ao partido arquitetônico como seu resultado
formal. Buscou-se na proposta a união de formas curvas e retilíneas, garantindo assim a
percepção sensorial. Desta forma, serão utilizados recursos audiovisuais, uso das cores,
flores, diferenciações em pisos na implantação com materiais de granulometrias
diferentes.
A percepção do espaço construído através dos sentidos pode ser utilizada por qualquer
pessoa, não se restringindo aos deficientes visuais. Essa memória resultante da associação
de planos sensoriais diferentes (tato e visão ou audição e olfato, por exemplo) é chamada
de design sinestésico e é muito utilizado em projetos comerciais. Através dessa associação
é possível absorver e fixar mais rápido as informações pela possibilidade de a memória
ser ativada de formas distintas (DESIGN CULTURE, 2014).

5.2 Imagens computacionais da proposta final


Este item apresenta a ilustração através da produção de imagens da proposta final do
projeto do Museu Sensorial Interativo.
A imagem 78 mostra uma primeira imagem da volumetria final na implantação.
83

Figura 78 - Volumetria final

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

5.3 Memorial descritivo


5.4.1 Descrição do projeto

NOME DO EMPREENDIMENTO: Museu Interativo de Natal.


ENDEREÇO: Avenida Senador Salgado Filho, Lagoa Nova, Natal - RN.
IMÓVEL: Museu
DATA DE REFERÊNCIA: Junho de 2019.

O projeto trata-se de uma Proposta arquitetônica de um espaço cultural, localizado


no bairro de Lagoa Nova, zona sul da cidade de Natal, Rio Grande do Norte.

* Área total do terreno: 10.945,34 m²

*Dimensões do terreno:

- Norte – Frente para terreno de terceiros, medindo 66,97 m.

- Sul – Frente para terreno de terceiros, medindo 96,36 m.

- Leste – Frente para Avenida Senador Salgado Filho, medindo 124,40 m.

- Oeste – Frente para o Centro Administrativo de Natal, medindo 138,22 m.


84

O Museu será composto por 01 (uma) entrada principal com guarita, 02 (dois)
acessos ao estacionamento com 125 (cento e vinte e cinco) vagas, sendo 07 (sete)
destinadas a idosos e 03 (três) a portadores de necessidades especiais, 01 (uma) vaga para
carga e descarga, 02 (duas) vagas para ônibus, a distribuição dos blocos acontecerá da
seguinte forma: 01 (um) bloco administrativo, 01 (um) bloco de serviço de apoio, 01 (um)
bloco principal exclusivo para as atividades do Museu.

O bloco administrativo contará com: recepção, almoxarifado, manutenção, DML,


copa, vestiário feminino, vestiário masculino, curadoria, conservação e restauro central
de segurança, diretoria, sala técnica, sala de edição, área de convivência. O bloco de
serviço de apoio apresenta os seguintes ambientes: casa de bombas, depósito, subestação-
gerador, guarita, coleta seletiva. E por último o bloco principal com os seguintes
ambientes: Foyer, recepção, café, cozinha, banheiro masculino, banheiro feminino,
depósito, área de exposições permanentes e área de exposições temporárias, guarda
volumes, banheiros acessíveis, auditório, sala de apoio.

5.4.2 Vedações

5.4.2.1 Alvenaria estrutural


As paredes de todos os blocos serão em alvenaria estrutural com blocos de
concreto furados com dimensões de 14,0 x 19,0 x 39,0 cm, com assentamento em
argamassa de cimento, cal e areia lavada (Figura 79).

Figura 79 - Alvenaria estrutural

Fonte: http://blog.clicdaobra.com.br/alvenaria-estrutural-como-funciona/ Acesso em 03de abril


de 2019.
85

6.4.2.2 Revestimentos

Todas as paredes serão revestidas em chapisco comum em areia e cimento no traço


1:4, tanto nas paredes internas como nas externas. Em seguida as paredes serão revestidas
com reboco paulista no traço 1:6, com massa de cimento e areia com espessuras de 1,5cm
na parte interna e externa das paredes, para a camada final com impermeabilizante
transparente, já que o projeto será em concreto aparente. As paredes do banheiro serão
revestidas em Porcelanato polido Champagne da linha Elizabeth, nas dimensões de
84x84cm, sobre argamassa indicado pelo fabricante.

Figura 80 - Porcelanato polido Champagne.

Fonte: ELIZABETH, 2019.

5.4.3 Cobertura

5.4.3.1. Telhado

A cobertura do bloco principal será de águas planas, com duas águas de telhas
metálicas termoacústicas, com inclinação de 5% (Figura 81). A guarita, a coleta seletiva,
bloco administrativo e o bloco de serviço e apoio terão em sua cobertura laje
impermeabilizada com inclinação de 2% (Figura 82).
86

Figura 81 - Telha metálica termoacústica.

Fonte: AÇO PLANO, 2019

Figura 82 - Laje impermeabilizada.

Fonte: https://souzafilho.com.br/impermeabilizacao-de-lajes. Acesso em 02 de abril de 2019.

5.4.4. Forro
O forro do bloco principal será em gesso acartonado do tipo Casoprano (Figura
83), os quais consistem em forros removíveis, que permitem contornos precisos e um
acabamento em pintura vinílica à base de látex, garantindo uma superfície altamente
reflexiva. Além dos aspectos estéticos, os produtos apresentam excelente performance
acústica, elevada refletância luminosa, alta resistência ao fogo e à umidade.
87

Figura 83 - Gesso acartonado.

Fonte: VALEFOCO, 2019.

5.4.5 Pavimentação

5.4.5.1 Piso intertravado em concreto

As vagas de estacionamento serão em piso drenante (Figura 84). Os pisos de


passeio serão em piso intertravado em concreto nas cores cinza e amarelo (Figura 85).

Figura 84 - Piso drenante.

Fonte: EMPRESAS CITY, 2019.

Figura 85 - Piso intertravado.

Fonte: PISOS EM PEDRAS, 2019.


88

5.4.6. Pintura

5.4.6.1. Paredes internas


Todos os ambientes internos do bloco principal serão em concreto aparente
(Figura 86). Os demais blocos receberão pintura Látex PVA em cores a definir, sobre
massa corrida nas paredes de alvenaria.

Figura 86 - Textura em concreto aparente

Fonte: https://3dwarehouse.sketchup.com/model/9426deac-f771-4ed9-8115-7c1d98090312/Textura-
concreto-aparente. Acesso em 02 de abril de 2019.

5.4.6.2 Esquadrias
As esquadrias serão em alumínio e vidro pintadas com tinta esmalte incolor
sintéticas em duas demãos sobre a pintura de fundo existente.

5.4.7. Revestimentos

5.4.7.1. Revestimento externo

Todas as fachadas do bloco principal serão revestidas em concreto aparente com


proteção em painéis vazados em de aço cortén (Figura 87).

Figura 87 - Painel em aço corten

Fonte: https://corten.ind.br/parede-revestida-em-aco-corten. Acesso em 02 de abril de 2019.


89

Os demais blocos receberão em seu revestimento externo pintura em PVA látex


acrílica fosca na cor Terracota da linha Suvinil (Figura 88).

Figura 88 - Tinta Suvinil na cor Terracota.

Fonte: SUVINIL, 2019.

- CÁLCULO CAIXA D’ÁGUA

Centro Cultural sem auditório: 100 (pessoas) x 50 (litros) = 5.000L/dia x 2(dias)


=10.000L · Auditório: 170 (lugares) x 2 (litros) = 340L/dia x 2 (dias) = 680L

O Código de Segurança e Proteção Contra Incêndio e Pânico do Estado do Rio Grande


do Norte determina uma fórmula para o cálculo da reserva de incêndio, onde: (R = Q.T.H)

R – Reserva mínima; Q – Vazão; T – Tempo de utilização de hidrante; H – Número de


hidrantes funcionando simultaneamente.

Ainda em análise ao código foi possível constatar que a edificação em estudo está
classificada na classe C e de risco II, onde adota-se a vazão de 250l/min, e o tempo da
utilização de dois hidrantes funcionando simultaneamente por 30 min. Desse modo,
temos:

R = 250 x 30 x 2 = 15.000L O somatório da capacidade mínima do reservatório se dá da


seguinte maneira: 10.000L (centro cultural sem o auditório) + 680L (auditório) +15.000L
(reserva de incêndio) = 25.680L.

A geometria do reservatório D’água se configura de forma horizontal apresentando uma


lâmina d’água de 1 m de altura (h) distribuída em uma área (a) de 59,80m². A capacidade
máxima do reservatório se dá = 1 (h) x 59,80 (a) = 59,80m³/59.800L.
90

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho foi um compilamento dos diversos conhecimentos adquiridos durante a


jornada acadêmica destes cinco anos do curso de arquitetura e urbanismo. A definição da
temática desse estudo partiu da percepção quanto à inexistência de museus projetados
com foco em exposições interativas na cidade de Natal/RN. A inexistência de espaços
com essa tipologia em específico dificultou inicialmente por não apresentar um suporte
para a pesquisa, em contrapartida foi impulsionada por se tratar de um novo espaço
museal com abordagens inéditas para a cidade.
A escolha do terreno partiu como uma boa estratégia para atrair e ofertar novas áreas
da cidade, uma vez que nessa pesquisa ficou evidente a concentração em massa de museus
no centro histórico da cidade. Quanto ao processo de projeto, vários obstáculos
precisaram ser solucionados, para alguns deles foi essencial consultar referências
projetuais, normas e leis. Com isso, todas as soluções foram surgindo, quanto ao partido
e a forma do museu foram essenciais, tanto para que se pudesse projetar uma obra
exequível, quanto para a definição dos espaços dentro da forma.
De uma forma geral, os objetivos traçados para esta pesquisa foram atingidos, e
através desse estudo foi possível trabalhar diversas áreas do conhecimento, habilidade em
diferentes softwares e ter contato com profissionais de outras áreas, uma experiência que
será de extrema importância na vida profissional. Desse modo, foi um exercício muito
rico e que trouxe uma maior capacitação para a entrada no mercado de trabalho.
91

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A – PERSPECTIVAS
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