Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Abstract: The present work tries to analyze how the contents of Musical Perception
are being developed in the Possidônio de Queiroz State Music School (Teresina-PI),
in view of the strong traditionalist approach given to the discipline at the national level
in the universities and conservatories, besides presenting points for future
discussions and the development of new approaches in creative teaching of music
using mainly the concepts of the analytical method for popular music by Philip Tagg
and the informal music teaching tools described by Lucy Green.
Ainda nos falta desenvolver meios para compreender como toda essa
música na mídia afeta as pessoas de fato, como ela interfere no comportamento,
que sensações cria, que gatilhos emocionais ele pode disparar e etc, ou seja,
devemos trabalhar o processo da percepção ou recepção do som por fora de uma
esfera que englobe apenas a memorização temporária de fragmentos soltos para a
reprodução imediata ou a identificação de padrões sonoros pré-definidos no
contexto da música tonal europeia.
São valorizadas competências práticas na formação de um músico tais
como, tocar, compor e arranjar e se esquece que lembrar, sugerir, reconhecer,
distinguir sons musicais e suas conotações também são tão importantes quanto para
a sua formação. Não propomos aqui o total abandono da visão tradicional do ensino
de percepção musical por compreender que na formação de músicos profissionais
ela é imprescindível para o desenvolvimento das competências que o mercado de
trabalho exigirá, mas sim um complemento na formação de um cidadão consciente
quanto ao ambiente sonoro a que está exposto.
Por outro lado há de se levar em consideração que diversos alunos de
cursos livres não estão em busca da profissionalização mas sim de um hobby, assim
um ensino que leve em conta subjetividades passa a englobar mais um item na lista
de benefícios que a música traz para o desenvolvimento humano.
Além disso uma proposta mais ampla pode ser facilmente abordada
também nas escolas de ensino básico por não exigir necessariamente o uso da
escrita musical tradicional, buscando novas formas de escrita, gerando discussões,
análises empíricas, composições temáticas, e reflexões
Assim a pergunta central que motiva esta pesquisa é: De que forma
podemos atualizar os conteúdos e métodos do ensino de percepção musical de
maneira com que os alunos desenvolvam sua consciência sonora e musical como
um todo? Tendo por objetivo investigar a abordagem existente na Escola Estadual
de Música Possidônio Queiroz para o ensino de percepção musical em turmas
ingressantes (1° nível) e, a partir dos resultados, propor uma alternativa que aponte
caminhos para responder esta pergunta.
1Texto retirado de Glossário do artigo de Tagg (2011), estruturado e traduzido por Fausto Borém.
musical”. Parâmetros como timbres, texturas, ritmos, andamentos, acentuações,
escalas, instrumentação, tratamentos acústicos, efeitos como reverb, phasing, fade
in ou fade out dentre diversos outros aspectos observáveis2.
Esta lista de parâmetros pode também ser útil na descrição detalhada dos
“musemas”, unidades mínimas de expressão musical em qualquer estilo dado, e
podem ser estabelecidos através do procedimento de comparação entre objetos do
qual falaremos mais adiante.
Já o PMFC abarca as significações conotativas do discurso musical,
sentimentos, imagens, gestos, contextos e demais associações ligadas ao objeto
sônico. O autor dá exemplos de expressões usadas por seus alunos que se referem
a cada um destes campos de associação:
Os alunos são […] capazes de sugerir descritores estésicos 3 bastante
relevantes, seja com base em gestos, tato, movimento, sons paramusicais e
conotações (por exemplo, “avassalador”, “pontiagudo”, “áspero”, “delicado”,
“louco”, “tenso”, “bem anos 80”, “tipo detetive”, ou seja, PMFCs) ou em
relação as músicas que eles já conhecem (por exemplo, “sons como Bach”,
“bem Per Shop Boys” [sic], “como o tema de James Bond”, “meio industrial”,
ou seja, IOCMs). (TAGG, 2011, p.13).