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Explicar o papel do banco para CML e para o contexto histórico de modernização

conservadora do MT, sempre relacionando com as elites econômico-politicas.

No texto, Paulo Roberto Cimó Queiroz irá explicar a história do Banco Rio e Mato
Grosso (BRMT), criticando, inclusive, a negligencia historiográfica pois são poucas as
obras que tratam esse tema especificamente, e quando fazem é sempre de forma muito
breve e sintética, o autor ainda explana a importância do banco na formação da
Companhia Matte Laranjeira (CML) , tecendo comentários relevantes quanto ao
momento histórico vivido na época pela empresa, entendendo as dificuldades, desafios
e conquistas, prestando atenção nas forças econômico-políticas e como influenciam no
resultado.

Em 1890 Governo Provisório da Republica concedeu uma autorização que


permitiu a fundação do BRMT, seus incorporadores eram Francisco Moreira da Fonseca,
Francisco Murtinho e Francisco de Paula Mayrink, até 1896 a presidência foi exercida
por Joaquim Murtinho, e a partir de 1897 por Francisco Murtinho. Analisando o contexto
histórico, lembra o autor, a situação propícia a criação de bancos, pois na fundação do
banco, ainda no regime monárquico, com a escassez de formas de pagamento, também
a ideia que existia referente a necessidade de uma entidade privada bancaria para suprir
os recursos monetários provindos da economia. Processo que levou a questionamento
sobre qual era o papel dessa instituição.

Foi concedido ao BRMT 500 mil hectares de terras para fins de colonização no
Mato Grosso, dividido em 10 glebas de 50 mil hectares, através do decreto 1.149
“preferência na obtenção de favores”, concessão de terras gratuitas. A sede do banco
era situada no Rio de Janeiro e onde atuava também, porém o intuito desde o início era
no MT, uma filial localizada na cidade de Corumbá.

O BRMT era considerado um banco pequeno, inclusive o presidente do banco


confirmava isso, mas dados mostram que o capital era equivalente a dois importantes
bancos da época, que são Banco do Comercio e Industria de São Paulo e Banco de São
Paulo. Ele era dividido em 100 mil ações, uma lista de subscritores dessas ações (janeiro
de 1991) aparece 155 nomes, contendo várias famílias, inclusive outros bancos, pessoas
físicas e jurídicas, entretanto Joaquim e Francisco Murtinho não aparece nem nos 10
maiores acionistas, desmistificando a crença de que esse era “o banco dos Murtinhos”
ou de que eles exerciam controle pleno.

A influência de Joaquim não é questionada pelo autor, como revela no texto que
por conta da sua profissão de medico o próprio Deodoro da Fonseca era um de seus
pacientes, ou seja, era visto com bastante “simpatia” nos bastidores do Governo
provisório. Os Murtinhos tiveram a ideia, iniciativa e se ocuparam na alta administração
da instituição, daí a impressão de serem “donos”. Mas eles agiam com outras pessoas
bem influentes como Francisco Mayrink que foi o fundador do Banco Construtor do
Brasil, pioneiro do mercado do Rio de Janeiro e exercia grande influência sobre o
ministro Rui Barbosa, pode se questionar inclusive que talvez a própria fundação do
banco foi só mais um dos vários negócios conduzidos pelo Mayrink. Se compararmos as
ações em números, ele sozinho possuía 7.050 enquanto os Murtinhos 600 cada um.

O banco não podia ser considerado algo bastante lucrativo, era sólido, mesmo
durante a crise da virada do século ele se manteve consideravelmente bem, relatórios
afirmavam que operações industriais definiam a maior parte dos investimentos. Na
verdade, documentos da época mostram que o BRMT passou maior parte do tempo em
processo de retração por conta das crises políticas e econômicas de âmbito nacional.
Por outro lado, operações industriais cresciam cada vez mais.

No Mato Grosso o BRMT se interessou pelo ramo das extrações, primeiro pela
borracha que resultou em uma série de fracassos, aonde obteve grande sucesso foi na
extração de ervas no antigo sul de Mato Grosso, área que teve início após a abertura da
navegação brasileira pelo Rio Paraguai, facilitando o intercâmbio com a Argentina, que
era o principal comercio de erva mate da época.

Por se tratar de terras devolutas, desde o começo obteve-se uma estreita relação
entre o público e o privado, pois era necessária autorização governamental para
explorar as terras desejadas, Tomás Laranjeira, um empresário que já se destacava
décadas anteriormente nessa área, obteve em 1890 direitos exclusivos sobre uma vasta
área envolvendo quase toda região ervateira do estado. No ano seguinte foi criado a
Companhia Matte Laranjeira, das 15.000 ações que distribuía seu capital, 14.540 foram
subscritas pelo BRMT, daí em diante, fica registrado nos relatórios que a cada ano os
bons resultados da empresa levava a grandes benefícios aos acionistas do banco.

Outra estratégia do banco foi a abertura de um porto, no médio Paraguai,


visando a intensificação do comercio no extremo sul de Mato Grosso, observando que
a CML teria que utilizá-lo e como ficou acordado pelo decreto do Governo Provisório
que o banco tinha legitimidade para abertura de núcleos coloniais a ideia parecia
vantajosa. Pensando também que com o fim da guerra do Paraguai o sul do MT estava
em acelerado crescimento, ganhando imigrantes de vários estados e da Republica do
Paraguai, em 1894 já estavam em andamento as obras para a realização do projeto, e
em contrapartida a empresa ervateira inicia a abertura de uma nova estrada O autor vai
dizer no texto que o BRMT cria uma “frente pioneira”, o lugar, uma antiga fazenda, passa
a ser chamado de “Porto Murtinho”.

Houve alguns imprevistos, como a demora para oficialização do porto, que


somente em 1898 foi autorizado, enquanto isso vencia o prazo para fundação do
primeiro núcleo, o banco com uma nova negociação teve que renunciar as 9 glebas de
terras, incluindo os privilégios na concessão de favores, reivindicando apenas uma gleba
alegando o dinheiro investido nela, com isso consegue adquirir pleno controle sobre a
gleba já colonizada. O objetivo nessa época já era a criação de uma nova cidade.

A relação do BRMT com a CML foi de grande sucesso, foi de fato uma ideia
interessante, a criação do banco possibilitou a acumulação de capital, que pode ser
investido na empresa obtendo bastante lucro para ambos, e ocasionando crescimento
regional, por meio das atividades exportadoras. O contexto histórico mostra que o
mundo nesse período estava em processo de aceleração na capitalização dos países,
consequentemente no estímulo de industrias de caráter extrativo em países pobres para
suprir a demanda dos países industrializados.

O autor cita Ianni para lembrar que estamos tratando da conhecida


“modernização conservadora“, diz que apesar do país se modernizar em ritmo
constante e crescente, ele dirá que a sociedade se moderniza pouco, que traços
oligárquicos e patrimoniais estão vinculados nas relações sociais, sobretudo, no
governo, nossas relações sociais e políticas tem grandes dificuldades para se
desenvolver. Zephyr Frank dirá que apesar da renda per capita mato-grossense ter
notável crescimento, acima da média, consequentemente gera um grande aumento na
desigualdade, isso podemos ver claramente no monopólio da CML, sem os capitais
investidos pelo banco dificilmenteo uma empresa sozinha dominaria os ervais, podemos
imaginar que ao invés disso poderia ser dividido em pequenos proprietários, como
aconteceu nos estados do sul do país.

A situação fica muito complicada em 1901 quando ocorre uma revolta armada
por desavenças políticas, que acabou repercutiu de forma negativa para o BRMT, perdeu
vínculo com os irmãos Corrêa da Costa dois grandes colaboradores em Mato Grosso,
acredite-se em conspiração, baixa rentabilidade ou mesmo entenda como jogos
políticos, em 1902 o banco entra em processo de liquidação amigável.

Queiroz confirma de que o banco foi importante na história do Mato Grosso e


em seu crescimento econômico, a ruptura foi duvidosa e é possível pensar em diversas
teorias, porém é interessante refletirmos que o BRMT significou mais do que apenas um
banco para o estado, mesmo que investindo no ramo ervateiro, consistiu em um grande
plano que resultou em um crescimento regional e com isso trouxe algumas
características excludentes como ele diz no texto: aumento da desigualdade, produziu
novos latifundiários, proporcionou a acumulação de capital fora da região. O fim desse
estabelecimento foi ocasionado por disputas internas pelo poder.

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