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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
LOUISE MAIA ABBEHUSEN ALVES
LUCAS DE OLIVEIRA FREDIANI
PATOLOGIAS DAS CANTARIAS
Salvador
2016
LOUISE MAIA ABBEHUSEN ALVES
LUCAS DE OLIVEIRA FREDIANI
PATOLOGIAS DAS CANTARIAS
Este relatório, realizado através dos estudos em
Técnicas Retrospectivas do curso de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Federal da Bahia, tem
o intuito de apresentar a forma como as patologias
se manifestam em pedras de cantaria e como é
possível identificálas, segundo o ponto de vista
técnico.
Orientador: Antônio Carlos Barbosa.
Salvador
2016
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 4
2 OBJETIVO 4
3 A CANTARIA 4
4 TIPOS DE ROCHA 5
4.1 CALCÁRIO 5
4.2 PEDRA LIOZ 5
4.3 MÁRMORE 6
4.4 PEDRASABÃO 6
4.5 GNAISSE 6
4.6 GRANITO 7
4.7 ARENITO 7
5 TIPOS DE FIXAÇÃO 7
5.1 ARGAMASSA 7
5.2 SECA 7
5.3 GRAMPOS METÁLICOS 8
6 ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS 8
6.1 COLUNAS E PILARES 8
6.2 CUNHAIS 8
6.3 ARCOS 9
6.4 CIMALHAS 9
6.5 CERCADURAS 9
6.6 CACHORROS 10
6.7 ESCADAS E DEGRAUS 11
6.8 MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTOS URBANOS 11
7 PATOLOGIAS 11
7.1 ESTRESSES EXTERNOS 11
7.1.1 Carga 12
7.1.2 Expansão térmica 12
7.1.3 Expansão devido umidade 12
7.2 ESTRESSES INTERNOS 13
7.2.1 Congelamento 13
7.2.2 Cristalização de sais 13
7.2.3 Erosão alveolar 14
2
7.2.4 Eflorescência 14
7.2.5 Corrosão de grampos de ferro 15
7.3 AGENTES FÍSICOS INTERNOS 15
7.3.1 Capilaridade 15
7.3.2 Condensação 16
7.3.3 Ataque da chuva 16
7.3.4 Poluição atmosférica 17
7.4 ATAQUE BIOLÓGICO 17
7.4.1 Bactérias e fungos 17
7.4.2 Algas 17
7.4.3 Líquenes 18
7.4.4 Plantas 18
8 RECONHECIMENTO DAS PATOLOGIAS 19
9 CONCLUSÃO 21
REFERÊNCIAS 22
ANEXOS 23
3
1 INTRODUÇÃO
Na medida em que os povoados brasileiros foram se consolidando, as
construções em madeira, mais frágeis e versáteis, foram sendo substituídas por
estruturas feitas de materiais mais sólidos, como a pedra. Devido a sua firmeza,
este material também foi muito utilizado para o reforço das alvenarias dos fortes
marítimos, anteriormente feitas em terra.
Seguindo o padrão europeu, além de ser empregada nas alvenarias e nos
elementos estruturais, a pedra também passou a ser utilizada na decoração das
fachadas e de interiores, dando início ao trabalho de cantaria. Esta técnica alcançou
tal prestígio, que quanto maior era a riqueza ornamental em pedra, mais importante
e majestoso se tornava o edifício.
2 OBJETIVO
A intenção primordial deste trabalho é apresentar e explicar as patologias
encontradas nas cantarias. Para a compreensão do processo de degradação na
pedra trabalhada, é essencial, primeiramente, conhecer as rochas mais utilizadas
neste ofício, de que forma se comportam e suas características físicas. E, a fim de
saber identificar e localizar as patologias em um edifício, é importante conhecer as
diversas formas arquitetônicas onde a cantaria é empregada.
3 A CANTARIA
Cantaria é o nome que se dá às pedras lavradas, esquadrejadas e
aparelhadas, este trabalho é chamado de cantel, e referese a arte de esculpir a
pedra e deixála com uma aparência diferenciada, demonstrando o seu poder
estético. A etimologia da palavra vem do latim canthus , que significa arestas . Tal
denominação justifica o amplo uso das cantarias na elaboração dos cunhais, que
são os encontros entre duas fachadas, formando assim as esquinas de um edifício.
Uma das técnicas mais utilizadas neste ofício é a estereotomia. Referese a
um estudo cuidadoso do formato da pedra e as possibilidades de entalhes a serem
trabalhados.
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4 TIPOS DE ROCHA
Conhecendo os tipos de rocha é possível entender de que forma as suas
características físicas (ANEXO 1) estão relacionadas ao comportamento das
patologias e, consequentemente, saber como identificálas e tratálas.
A escolha do tipo de rocha a ser empregada depende das suas
características, da intenção do uso e do local onde será feito o trabalho, sendo que
a demanda da pedra e o clima naquela região são contribuintes significativos.
4.1 CALCÁRIO
Devido a sua alta porosidade, baixa dureza e, consequentemente, pouca
resistência aos fenômenos físicos, o calcário não é muito utilizado nas cantarias
presentes em fachadas. A maciez deste tipo de rocha é o principal facilitador para o
trabalho de corte, entalhe e esquadrejamento, sendo a sua maior aplicação nos
elementos decorativos e esculturais.
Fig. 01 Igreja Nossa Senhora da Guia, Paraíba. Fachada em calcário.
4.2 PEDRA LIOZ
Apesar de existir rocha em abundância no Brasil, a pedra lioz é exportada de
Portugal. Muito encontrada, principalmente em Recife, nos revestimentos de pisos e
paredes e em elementos decorativos.
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Fig. 02 Igreja Boa Vista, Recife. Pilares em pedra lioz.
4.3 MÁRMORE
Graças a influência italiana, o mármore decorativo passou a ser utilizado no
Brasil. Mesmo seu uso não sendo tão frequente, o mármore é aplicado em muitos
monumentos, em pinturas marmorizadas e em toda arte decorativa no geral.
4.4 PEDRASABÃO
Por ser um material macio de textura lisa e polida, a pedrasabão é
empregada na cantaria decorativa e em esculturas. Sendo a matéria prima principal
das obras de Aleijadinho , o seu auge foi durante o estilo barroco.
Fig. 03 Esculturas de Aleijadinho . Bom Jesus de Matosinhos.
4.5 GNAISSE
A Gnaisse é caracterizada como uma pedra semigranítica. É empregada em
sua forma natural nas alvenarias ordinárias.
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4.6 GRANITO
Semelhante a gnaisse, o granito possui características físicas parecidas,
portanto, também é muito aplicado em alvenarias ordinárias. Seu diferencial é que
pode ser encontrado com mica e em tons de cinza brilhante.
4.7 ARENITO
Extraído de arrecifes marinhos ou de rios, o arenito é usado nos elementos
arquitetônicos e decorativos das fachadas das edificações. Por oferecer maior
resistência, foi substituindo o calcário neste uso.
5 TIPOS DE FIXAÇÃO
5.1 ARGAMASSA
A cal aérea é usada nesse tipo de alvenaria como ligante, recorrendose a
argila quando a cal não está disponível. Por vezes, eram utilizados também aditivos,
como sebo, sangue de animais, pozolanas naturais, ou tijolo cerâmico moído para
melhorar as características das argamassas, obtendo resultados variáveis.
5.2 SECA
Quando não há necessidade de utilização da argamassa, as pedras são
assentadas umas sobre as outras, intercalando com pedras menores para melhor
acomodação e estabilidade da construção.
Fig. 04 Alvenaria ordinária.
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5.3 GRAMPOS METÁLICOS
Podese utilizar também grampos metálicos entre as pedras. Às vezes o óleo
de baleia é usado como adesivo para auxiliar na vedação.
6 ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS
A cantaria é empregada em diversos tipos de elementos estruturais e
decorativos. Normalmente, funcionam como ornamento e acabamento,
proporcionando uma integração harmônica de elementos ao edifício.
6.1 COLUNAS E PILARES
A pedra era o material mais utilizado na execução dessas estruturas.
Utilizavamse as rochas de melhor qualidade, aliando textura, cor e forma ao
produto final, esculpido ao gosto e ao estilo arquitetônico da época.
6.2 CUNHAIS
Elemento estrutural fundamental na construção das antigas edificações. São
constituídos por blocos regulares e aparelhados para permanecer aparente. As
faces das pedras podem apresentar decoração pontual de trabalho de cantel , em
baixo ou alto relevo.
Fig. 05 Fachada com símbolos maçônicos. Cunhais de
cantaria, Paraty.
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6.3 ARCOS
Possibilitaram a criação de vãos maiores. Quando em pedra, as aduelas que
constituem são cortadas em cunha, que juntamente com o fecho, geralmente,
apresentam decoração em relevo.
6.4 CIMALHAS
Elementos decorativos de acabamento. Ornamentam o topo das paredes,
e/ou o beiral. Quando são feitas em pedra, os blocos são engastados nas paredes,
ficando uma parte em balaço. As cimalhas são bem trabalhadas em cantaria,
criando uma sensação de recortes em continuidade.
Fig. 06 Beirais de Olinda. Foto: Frederico Almeida.
6.5 CERCADURAS
Elementos de moldura das portas e janelas. Suas partes são feitas
separadamente e recebem um refinado tratamento de cantel . Preparadas para
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ficarem aparentes, as cercaduras são elaboradas para causar um efeito de cheios e
vazios, enriquecendo e valorizando a leitura arquitetônica.
Fig. 07 Igreja de Mucugê.
Foto: Lucas Frediani, arquivo pessoal.
6.6 CACHORROS
Os cachorros são estruturas de sustentação para balanço. Feitos a partir de
blocos regulares, a sua face aparente recebe o trabalho da cantaria, aparecendo
recortado conforme o desejado. Quando colocados lado a lado, seu conjunto é
chamado de cachorrada .
Fig. 08 Cachorrada sustentando sacada. Foto: Frederico Almeida.
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6.7 ESCADAS E DEGRAUS
Segundo Almeida (2005, p. 39):
As ecadas, quando em pedra, são feitas de modo a cada degrau formar um
batente biapoiado nas alvenarias de fechamento da caixa de escada. Os
patamares são lajes de pedra com face lisa para cima que constituem o
piso. Os bocéis são geralmente recortados, formam perfis decorativos que
dão leveza e elegância à escada. Os guardacorpos, com suas
balaustradas de pedra eram utilizados, geralmente, em entradas principais
de prédios públicos e residências. Quanto mais ricos em detalhes os
elementos em pedra, mais importante era a escada.
6.8 MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTOS URBANOS
A cantaria também foi muito utilizada nos mobiliários e ornamentos, trazendo
consigo um uso misto, com funcionalidade e estética agregadas. As peças eram
elaboradas de acordo com o desejo do escultor da época.
7 PATOLOGIAS
O processo de identificação e mapeamento das patologias é o primeiro passo
em um trabalho de conservação. Após mapeálas, requer um estudo visual, e
através deste verificase a inevitabilidade de um estudo mais aprofundado do tipo
químico e mineralógico da rocha empregada.
Durante a designação dos materiais utilizados na obra, devese investigar
dados arquivísticos e históricos, e ações antecedentes no edifício, como reforma,
limpeza, etc. Através da coleta do material e análise laboratorial, é possível ter uma
investigação mais apurada e completa.
Para facilitar o trabalho de conservação, é válida uma avaliação das
condições ambientais onde o edifício está inserido. Nesta análise considerase: a
orientação geográfica do edifício, temperatura, umidade relativa do ar, radiação
solar, fontes internas de calor e luz, fontes de ventilação, frequência de uso do
edifício e a poluição do ar em seu entorno.
7.1 ESTRESSES EXTERNOS
O sistema estrutural de um edifício está vulnerável a solicitações externas
que não estavam previstas no projeto. Este tipo de estresse apresentase de
maneira clara durante a degradação do material.
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7.1.1 Carga
Esta patologia acontece quando as estruturas de cantaria (vigas, pilares, etc)
recebem maiores ou menores tensões solicitantes, causando uma deformação no
material. Posteriormente, surgem fissuras que facilitam o processo de degradação.
Fig. 09 Croquis. Exemplos de tensões causadas nas cantarias.
7.1.2 Expansão térmica
A expansão térmica é ocasionada por variações diárias de temperatura.
Devido a contração e expansão térmica surgem estresses estruturais na cantaria.
Fig. 10 Processo de expansão térmica.
7.1.3 Expansão devido à umidade
Segundo Almeida (2005, p.47):
Em pedras que contêm argilas, como alguns arenitos, a expansão por
absorção de água e a contração provocada pela sua liberação podem causar
importante estresse, principalmente entre a superfície da pedra e sua parte
interna, quando a superfície está molhada.
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7.2 ESTRESSES INTERNOS
Os estresses internos são processos que acontecem dentro das cantarias
produzidas em rochas porosas, causando, posteriormente, indícios de degradação
na superfície da estrutura.
7.2.1 Congelamento
Fenômeno decorrente em locais de clima glacial e temperado, corresponde a
solidificação das moléculas de água que se acumulam nos poros das cantarias,
formando cristais de gelo, causando esforços internos e, posteriormente, estresse
estrutural.
7.2.2 Cristalização de sais
Ocorre quando sais solúveis instalamse nos poros das cantarias e ao
cristalizarem pelo processo de evaporação expandemse causando tensões internas
na estrutura. Quanto mais poros de menor dimensão, maiores são os estresses
causados no interior da pedra.
Fig. 11 Cristalização de halite (H) ao longo de fissuras intragranulares em cristais de plagióclase
(P). Imagens obtidas por MEV. Fonte: BEGONHA, Arlindo. Patologia da Pedra. Casos de Obra.
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7.2.3 Erosão alveolar
A erosão alveolar é uma patologia causada pela rápida cristalização dos sais
solúveis, principalmente na superfície da cantaria, que surgem a partir da interação
dos ventos e de temperaturas elevadas com a umidade. Tal ação favorece a
formação de alvéolos na camada exterior da pedra, o que favorece o processo de
degradação.
Fig. 12 Cantaria degradada por erosão alveolar.
Presença de alvéolos.
7.2.4 Eflorescência
É quando ocorre a formação de sais solúveis cristalizados na superfície de
rochas porosas. Por acontecer no exterior do material, os danos provocados pela
eflorescência são menores, porém, esta patologia pode ser um sinal de formação de
sais solúveis, também, no interior da cantaria.
Fig.13 Superfície da cantaria com alta
concentração de sais.
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7.2.5 Corrosão de grampos de ferro
Este tipo de deterioração é causado pela oxidação de metais ferrosos
cravados nas cantarias. Os metais aumentam de tamanho causando fissuras na
pedra, o que possibilita a entrada de água, favorecendo o processo de corrosão.
Fig. 12 Dobradiça enferrujada
contaminando a cercadura e
causando fissuras na estrutura.
7.3 AGENTES FÍSICOS EXTERNOS
Referese às reações químicas da água com outros compostos, como o ácido
sulfúrico e o ácido carbônico, provocando corrosões na cantaria.
7.3.1 Capilaridade
Acontece quando a estrutura absorve água provocando umidade nas paredes
de uma cantaria. Quanto menor são os poros da rocha, maior a capacidade de
sucção de água. Os sais solúveis são absorvidos junto com a água, causando
estresses internos prejudiciais à cantaria.
Fig. 13 Processo de capilaridade.
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7.3.2 Condensação
A condensação é outro processo de absorção de água pela cantaria. A água
presente no ar em seu estado gasoso instalase na superfície da pedra causando o
seu resfriamento. Sendo assim, a cantaria, estando resfriada, possibilita a
liquefação da água, que é absorvida. As impurezas presentes no ar atmosférico
também penetram na superfície da estrutura e, ao reagir com a água, aceleram o
processo de corrosão.
Fig. 14 Processo de condensação e como esta
patologia causa fissuras na cantaria.
7.3.3 Ataque da chuva
A água presente na chuva reage com o dióxido de carbono do ar formando o
ácido carbônico, que é danoso aos calcários e mármores, podendo transformálos e
gradativamente dissolvêlos. E nas rochas mais porosas, como o arenito, sua
capacidade de penetração é mais profunda.
Fig. 15 Danos causados na cantaria devido ao ataque da chuva, provocando
alterações cromáticas na superfície.
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7.3.4 Poluição atmosférica
O ar poluído tem uma alta concentração de dióxido de enxofre, quando este
interage com a água e com o oxigênio presente no ar, forma o ácido sulfúrico, que é
altamente danoso às cantarias. Depósito de poluentes também pode se formar nas
cantarias escurecendoas, ou a depender do seu estado de concentração, formar
uma crosta negra .
“Os monumentos inseridos nos grandes centros urbanos e industriais estão
mais expostos à ação da poluição atmosférica.” (ALMEIDA, 2005, p.51)
Fig.16 Crosta negra formada na cantaria devido a poluição
atmosférica.
7.4 ATAQUE BIOLÓGICO
São ações biológicas que causam danos à cantaria, modificando também sua
composição interna e provocando alterações bioquímicas.
7.4.1 Bactérias e fungos
Esses microrganismos sobrevivem através da energia absorvida de reações
químicas. Fazem parte dessas reações, ácidos corrosivos que são capazes de
danificar a cantaria.
7.4.2 Algas
O ataque das algas é muito comum em ambientes quentes e úmidos. Este
tipo de patologia, normalmente, é superficial, causando danos apenas na superfície
da cantaria.
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7.4.3 Líquenes
Os líquenes são uma associação de algas e fungos. Como se desenvolvem
na superfície das cantarias, seu ataque, geralmente, é externo. Porém existem
alguns tipos de líquenes, capazes de produzir ácidos orgânicos e possuem
facilidade de penetração, podendo causar maiores danos à cantaria.
Fig. 17 Presença de líquenes (camadas esbranquiçadas)
na cantaria.
7.4.4 Plantas
As plantas se desenvolvem ao penetrar na cantaria, suas raízes e o caule
aumentam o tamanho e destroem a estrutura do edifício, causando fissuras e até
perdas. São encontradas plantas de pequeno, médio e grande porte.
Fig. 18 Desenvolvimento de vegetações
na sacada da edificação.
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8 RECONHECIMENTO DAS PATOLOGIAS
As cantarias deterioradas apresentam características comuns, possíveis de
serem identificadas visualmente, o que facilita a prospecção de patologias. Cada
tipo de deterioração tem um motivo específico que traz danos e modificações na
aparência da cantaria (ANEXO 2). Essas evidências permitem ao restaurador um
embasamento sobre a patologia gerada, e, consequentemente, um desenvolvimento
mais rápido do processo de levantamento de dados e de investigações laboratoriais.
As evidências mais comuns de patologias nas cantarias são: Alteração cromática,
alveolização, crosta negra, desagregação, degradação diferenciada, esfoliação,
presença de vegetação, perdas ou lacuna, fissuras, pitting e grafitismo.
Fig. 19 Alteração cromática . Provoca escurecimento ou Fig. 20 Alveolização . Cavidades de dimensões
clareamento da cantaria, podendo mudar sua cor variadas na superfície.
original.
19
.
Fig. 23 Degradação diferenciada. Acontece por uma Fig. 24 Esfoliação . Destacamento espesso de
heterogeneidade do material que modifica sua textura camadas da superfície da cantaria.
original.
Fig. 25 Presença de vegetação. Fig. 26 Perdas ou lacuna. Perda de material.
Impregnação de musgos, lodo ou
plantas.
Fig. 30 Fissura. Abertura de fendas. Fig. 31 Pitting . Aparecimento de pequenos
orifícios.
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REFERÊNCIAS
D’OSSAT, Gugliemo De Angelis. Estudo de Monumentos do Ponto de Vista
Histórico Artístico e Técnico. Faculty of Architecture University of Rome.
ICCROM. Rome, 1982.
ALMEIDA, Frederico Faria Neves. Manual. Conservação de Cantarias. IPHAN,
Salvador, 2005.
TINOCO, Jorge. ARAÚJO, Roberto. Principais danos e patologias. Centro de
Estudos Avançados da Conservação Integrada. Disponível em: < http://www.ct.ceci
br.org/ceci/en/oconventofranciscano/principaisdanosepatologias.html>
TINOCO, Jorge. ARAÚJO, Roberto. Ofício da Cantaria. Centro de Estudos
Avançados da Conservação Integrada. Disponível em: < http://www.cecibr.org/ceci/
restauro/noticias/96oficiocantaria.html >
TINOCO, Jorge. ARAÚJO, Roberto. Ofício do Canteiro ou Cantel. Centro de
Estudos Avançados da Conservação Integrada. Disponível em: < http://www.ct.ceci
br. org/ceci/en/pesquisaceci/estudos/oficiostradicionais/cantaria.html >
BEGONHA, Arlindo. Patologia da Pedra. Casos de Obra. FEUP. Portugal, 2011.
Disponível em: < http://paginas.fe.up.pt/~jmc2011/wpcontent/uploads/2011/03/
Arlindo_Begonha . pdf>
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ANEXOS
1 TIPOS DE ROCHA E SUAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
ROCHA Calcário Pedra Lioz Mármore Pedrasabão Gnaisse Granito Arenito
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2 PATOLOGIAS E SUAS RESPECTIVAS CARACTERÍSTICAS
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