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Por ano, o Sol irradia cerca de 10 mil vezes a energia consumida pela população
mundial no mesmo período. Segundo o Atlas Brasileiro de Energia Solar, publicado pelo Ins-
tituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no ano de 2008, o país recebe mais de 2200
horas de insolação, o que equivale a 15 trilhões de MWh, correspondente a 50 mil vezes o
consumo nacional de eletricidade (CEMIG, 2012).
Apesar de o país ser privilegiado com níveis elevados de radiação, a energia solar fo-
tovoltaica ainda é pouco explorada. O alto custo para a implantação ainda é o maior empeci-
lho para o desenvolvimento desta fonte de energia, pois as placas solares apresentam preços
elevados (SALAMONI, 2009).
O efeito fotovoltaico foi observado pela primeira vez no ano de 1839, pelo físico
francês Alexandre Edmond Becquerel, em um eletrodo imerso em selênio, líquido condutor.
O físico observou o aparecimento de uma diferença de potencial (DDP) entre os eletrodos
imersos na solução condutora, quando esta era iluminada pela luz solar (TIRADENTES,
2007).
Mas apenas no ano de 1883 a primeira célula fotovoltaica construída por Charles
Frits, foi confeccionada com selênio (material semicondutor) e uma fina camada de ouro. Po-
rém a eficiência da célula na conversão de energia solar em eletricidade era muito baixa, em
torno de 1% (ABINEE, 2012).
No ano de 1950, o efeito começou a ser estudado mais afundo. Nesse ano foram
iniciadas pesquisas em aplicações praticas para a tecnologia fotovoltaica por cientistas da área
espacial, que buscavam uma maneira eficiente para o fornecimento de energia para os equi-
pamentos dos satélites de comunicação que estavam em órbita. No ano de 1954 o Laboratório
Bell, localizado nos Estados Unidos da América, produziu a primeira célula fotovoltaica de
silício de junção PN. Esta célula possuía uma eficiência significativamente maior que a pro-
duzida em 1883, em torno de 4,5% (BRAGA, 2008).
Na década de 70 houve a crise do petróleo, que fez com que o governo ficasse
preocupado com um possível esgotamento das reservas petrolíferas, devido a isso houve uma
necessidade de procurar novas fontes de energia, o que levou ao estudo mais aprofundado das
células fotovoltaicas. A partir de então as placas solares fotovoltaicas foram sendo cada vez
mais utilizadas (NASCIMENTO, 2004).
Atualmente a tecnologia por trás das placas solares está cada dia mais avançada, e
sua eficiência cada vez maior. As placas solares que apresentam maior eficiência são aquelas
feitas de silício. Em laboratório foi possível fabricar uma placa solar com eficiência de 25%,
sendo que o limite teórico para células de uma única junção é de 30% (CRESESB, 2014).
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2.3.2 O EFEITO FOTOVOLTAICO
A placa solar não é capaz de fazer o armazenamento da energia, sua função é ape-
nas manter um fluxo de elétrons situados em um circuito elétrico enquanto existir incidência
de luz sobre ela. Para que a armazenagem seja feita utilizam-se baterias de chumbo-ácido e
devem ser do tipo descarga profunda ou estacionária (NASCIMENTO, 2004).
A conversão de energia solar em energia elétrica ocorre por meio da incidência de ra-
diação sobre determinados materiais, individualmente os semicondutores (POMILIO, 2013).
A energia solar pode ser convertida em eletricidade de duas maneiras distintas. A primeira
maneira é por meio da concentração de energia solar através de espelhos, aquecendo um flui-
do de trabalho (gás ou líquido sobre alta pressão) para produzir vapor e elevadas temperaturas
(Figura 4), este tipo de produção de energia é chamada de heliotérmica. O vapor gerado é
utilizado para mover turbinas conectadas a geradores elétricos, gerando assim a energia (A-
BINEE, 2012).
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As baterias são utilizadas nos sistemas fotovoltaicos para armazenas a energia exce-
dente produzida pelos painéis solares, para ser utilizada durante a noite ou em dias com baixa
insolação. Quando se utiliza baterias é necessário também, a utilização de controlares de car-
ga, para que as baterias sejam carregadas completamente e evitar que sejam descarregadas
abaixo de um valor seguro, este controlador é instalado entre o painel e as baterias.
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Figura 5 – Diagrama do sistema solar fotovoltaico.
Para calcular a intensidade da radiação solar é preciso que sejam feitas inúmeras ope-
rações matemáticas e, além disso, são necessários modelos de distribuição temporal e espacial
da radiação solar, o que torna o procedimento complexo. Devido a isso, foram desenvolvidos
mecanismos que auxiliam na obtenção de dados de radiação solar. Um desses mecanismos é o
software RADIASOL2, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (U-
FRGS), que fornece um conjunto de dados de radiação, na forma de tabelas ou gráficos, que
podem ser utilizados para cálculos em projetos ou apresentação em relatórios.
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O software RADIASOL2 utiliza internamente modelos matemáticos disponíveis na
literatura, desenvolvidos por outros autores ou por integrantes do Laboratório. No
programa os cálculos são realizados através de rotinas que determinam o efeito da
inclinação da superfície receptora e da anisotropia da radiação solar em suas compo-
nentes direta e difusa. O usuário pode selecionar o modelo de distribuição da radia-
ção e obterá na tela, imediatamente, um conjunto de dados adicionais na forma de
tabelas ou gráficos.
O software possui uma interface fluida e de fácil uso. Em sua página inicial há
duas opções: “Escolher Cidade” e “Sair”, ao clicar em escolher cidade o usuário será direcio-
nado a uma segunda página, como mostra a Figura 6.
Para obter os dados dos gráficos em forma de tabelas o usuário deve clicar no bo-
tão “Entrada Manual de Dados” e então será fornecida uma tabela com todos os valores de
cada um dos gráficos (Figura 10).
Ao clicar em “Gráfico de Barras” abrirá uma nova página que mostrara os valores
das radiações ditas anteriormente, mas desta vez por mês e em forma de gráfico de barras (Fi-
gura 12). Para obter estes dados e os anteriores tabelados, basta clicar em “Tabela de Dados”.
Ao fazer isso será aberta uma nova janela com tabelas referentes aos mesmos da-
dos anteriores de radiação (Figura 13).
Fonte: Do autor