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STF EM PÍLULAS (informativos 2018 - 2017 – 2016)

atualizado até o informativo 910

Empresas Públicas - Não se submetem ao regime de precatório as empresas públicas de personalidade jurídica de direito privado
com patrimônio próprio e autonomia administrativa que exerçam atividade econômica sem monopólio e com finalidade de lucro.

Reincidência e Regime Inicial de Cumprimento da Pena - Não se pode conferir o regime aberto para um condenado reincidente,
uma vez que isso poderia se tornar um incentivo à criminalidade. A reincidência delitiva do paciente, que praticou o quinto furto em
pequeno município, eleva a gravidade subjetiva de sua conduta.

Constitucionalidade do Auxílio Voto - Foi instituído, no Tribunal de Justiça de São Paulo, o pagamento de uma verba pela atuação
em 2ª instância de magistrados de 1ª instância porque o juiz era convocado para atuar nos processos do Tribunal e, em razão disso,
recebia uma verba que ficou conhecida como “auxílio-voto”. O CNJ, em procedimento de controle administrativo (PCA), considerou
a verba irregular, por suposta ofensa ao teto constitucional, e determinou a devolução dos valores recebidos pelos juízes. O STF
cassou a decisão do CNJ. Argumentos: 1) A decisão do CNJ violou o devido processo legal administrativo e os princípios do
contraditório e da ampla defesa porque os magistrados não foram notificados para apresentação de defesa escrita, além de não terem
participado da instrução processual e o PCA foi instaurado para tratar sobre assunto completamente diverso. 2) A verba paga aos
magistrados de 1ª instância que atuaram nos processos do Tribunal de Justiça foi regular, considerando que baseada no art. 124 da LC
35/79 (LOMAN), a convocação de juízes para atuar no Tribunal é válida e não viola a CF/88 e o pagamento de um valor como forma
de “recomposição patrimonial dos magistrados, dado o exercício extraordinário de atribuições transitórias desempenhadas
acumuladamente com a jurisdição ordinária” não pode ser equiparado a percepção de má-fé, pois prevista em lei e inerente a serviço
extraordinário, não abrangido pelo subsídio.

Improbidade Administrativa - São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado
na Lei de Improbidade Administrativa.

Educação - São constitucionais a exigência de idade mínima de quatro e seis anos para ingresso, respectivamente, na educação
infantil e no ensino fundamental, bem como a fixação da data limite de 31 de março para que referidas idades estejam completas. O
Poder Judiciário não pode substituir-se às autoridades públicas de educação para fixar ou suprimir requisitos para o ingresso de
crianças no ensino fundamental, quando os atos normativos de regência não revelem ilegalidade, abusividade ou ilegitimidade.

Contribuição Sindical - Sob o ângulo material, o STF afirmou que a Constituição assegura a livre associação profissional ou
sindical, de modo que ninguém é obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato (art. 8º, V, da CF/88). Não há nenhum
comando na Constituição Federal determinando que a contribuição sindical é compulsória, razão pela qual é compatível com a CF a
Reforma Trabalhista que extinguiram a obrigatoriedade da contribuição sindical e condicionaram o seu pagamento à prévia e expressa
autorização dos filiados. No âmbito formal, o STF entendeu que a Lei nº 13.467/2017 não contempla normas gerais de direito
tributário (art. 146, III, “a”, da CF/88), assim não era necessária a edição de lei complementar para tratar sobre matéria relativa a
contribuições. Também não se aplica ao caso a exigência de lei específica prevista no art. 150, § 6º, da CF/88, pois a norma
impugnada não disciplinou nenhum dos benefícios fiscais nele mencionados, quais sejam, subsídio ou isenção, redução de base de
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão.

Provas - Foro por Prerrogativa – O marido de uma Senadora era investigado em 1ª instância e com ela residia em imóvel funcional
cedido pelo Senado. Desse modo, a busca e apreensão foi realizada neste imóvel funcional. O STF entendeu que esta prova foi ilícita
(art. 5º, LVI, da CF/88) e determinou a sua inutilização e o desentranhamento dos autos de todas as provas obtidas por meio da
referida diligência porque a ordem judicial foi ampla e vaga, sem prévia individualização dos bens que seriam de titularidade da
Senadora e daqueles que pertenciam ao seu marido. Desse modo, ao dar essa ordem genérica, acabou por também determinar medida
de investigação contra a própria Senadora, que tinha foro por prerrogativa de função no STF (art. 102, I, “b”, da CF/88).

Honorários Advocatícios e Fazenda Pública - Há controvérsia no STF sobre a legitimidade de execução de honorários
sucumbenciais proporcional à respectiva fração de cada um dos substituídos processuais em "ação coletiva" contra a Fazenda Pública.
A decisão mais recente é de que o fracionamento não frustraria o regime de precatórios (1ª Turma).

STF e âmbito de atuação - O art. 3º, § 7º, da Lei nº 12.618/2012 e o art. 92 da Lei nº 13.328/2016 previram que os servidores
titulares de cargos efetivos da União (inclusive magistrados, membro do MP e do TCU) poderiam aderir, até o dia 29/07/2018, aos
planos de benefícios administrados por entidades fechadas de previdência complementar. Duas associações de magistrados
ingressaram com ação requerendo a prorrogação deste prazo. O STF, contudo, negou o pedido. O deferimento do pleito representaria
indevida manipulação de opção político-normativa do Parlamento. Ao STF, à semelhança do que ocorre com as demais Cortes
Constitucionais, cabe exercer o papel de legislador negativo. É sua a relevante função de extirpar do ordenamento jurídico normas

O presente resumo é baseado nos informa vos resumidos do site Dizer o Direito, com recortes e exclusão de temas não interessantes para concursos estaduais. Venda proibida. Distribuição livre.
Sugestões e edições: nunes.rodigao@gmail.com
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incompatíveis com a Lei Maior, devendo, exatamente por esse motivo, atuar com parcimônia. Não há, sob o ângulo material ou
formal, qualquer traço de incompatibilidade direta com a Constituição Federal.

Colaboração Premiada - O delegado de polícia pode formalizar acordos de colaboração premiada, na fase de inquérito policial,
respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, o qual deverá se manifestar, sem caráter vinculante, previamente à decisão judicial.
Os §§ 2º e 6º do art. 4º da Lei nº 12.850/2013, que preveem essa possibilidade, são constitucionais e não ofendem a titularidade da
ação penal pública conferida ao Ministério Público pela Constituição (art. 129, I).

ADI - A alteração do parâmetro constitucional, quando o processo ainda está em curso, não prejudica o conhecimento da ADI. Isso
para evitar situações em que uma lei que nasceu claramente inconstitucional volte a produzir, em tese, seus efeitos.

JUIZ DE PAZ E REMUNERAÇÃO - Modulação dos efeitos em ADI que julgou inconstitucional lei estadual que destinava custas
da habilitação do casamento para os juízes de paz (até 26/05/2011 a percepção de rendimentos foi legítima).

Servidores Públicos - São inconstitucionais os arts. da Constituição do Estado do Ceará que tratam de remuneração e direitos de
servidores públicos, que, por não encontrarem similares na CF/88, somente poderiam ser veiculados por meio de lei de iniciativa do
Chefe do Poder Executivo. São previsões específicas que não tratam da organização e estruturação do Estado-membro ou de seus
órgãos, mas que versam sobre o regime jurídico de servidores públicos.

GCM - A CF/88 prevê que os servidores que exerçam atividades de risco têm direito à aposentadoria especial, segundo requisitos e
condições previstas em lei complementar (art. 40, § 4º, II, “b”). Diante da ausência de legislação específica, não cabe ao Poder
Judiciário garantir aposentadoria especial (art. 40, § 4º, II, da CF/88) às guardas municipais, até mesmo porque suas atividades
precípuas não são inequivocamente perigosas e não integram o conjunto de órgãos de segurança pública relacionados no art. 144, I a
V, da CF/88.

Servidores Públicos - Não é compatível com a CF/88 a norma de CE que estabelece que o servidor público inativo deverá receber
obrigatoriamente a mais do que percebia na ativa.

PROPAGANDA ELEITORAL - São inconstitucionais dispositivos da Lei das Eleições que vedavam sátira a candidatos. A liberdade
de expressão autoriza que os meios de comunicação optem por determinados posicionamentos e exteriorizem seu juízo de valor, bem
como autoriza programas humorísticos, “charges” e sátiras realizados a partir de trucagem, montagem ou outro recurso de áudio e
vídeo, como costumeiramente se realiza, não havendo nenhuma justificativa constitucional razoável para a interrupção durante o
período eleitoral. Vale ressaltar que, posteriormente, é possível a responsabilização dos meios de comunicação e de seus agentes por
eventuais informações mentirosas, injuriosas, difamantes. O que não se pode é fazer uma censura prévia. São inconstitucionais
quaisquer leis ou atos normativos tendentes a constranger ou inibir a liberdade de expressão a partir de mecanismos de censura prévia.

Servidores Públicos - A Constituição do Estado do Ceará previa que deveria ser assegurado “aos servidores da administração pública
direta, das autarquias e das fundações, isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder
ou entre servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à
natureza ou ao local de trabalho.” O STF decidiu que é inconstitucional a expressão “das autarquias e das fundações”porque a
equiparação remuneratória entre servidores, a teor da redação originária do art. 39, § 1º, da CF/88, restringiu-se aos servidores da
administração direta, não mencionando os entes da administração indireta.

Professores - A Constituição do Estado do Ceará prevê que deverá ser assegurada isonomia salarial para docentes em exercício, com
titulação idêntica, respeitando-se o grau de ensino em que estiverem atuando. O STF decidiu que essa regra é constitucional e que não
ofende o art. 37, XIII, da CF/88 porque não há, no caso, equiparação salarial de carreiras distintas, considerando que se trata
especificamente da carreira de magistério público e de docentes com titulação idêntica.

PGE - A Constituição do Estado do Ceará previa que o Governador deveria encaminhar à ALE projetos de lei dispondo sobre a
organização e o funcionamento da PGE e das procuradorias autárquicas. O STF decidiu que essa regra é inconstitucional porque a
CF/88 determina que a representação judicial e a consultoria jurídica do Estado, incluídas suas autarquias e fundações, deve ser feita
pela PGE, nos termos do art. 132 da CF/88, consagrando-se o “princípio” da unicidade da representação judicial e da consultoria
jurídica dos Estados e do Distrito Federal e, dessa forma, estabelecendo-se competência funcional exclusiva da Procuradoria-Geral do
Estado. A exceção prevista no art. 69 do ADCT da CF deixou evidente que, a partir da Constituição de 1988, não se permite mais a
criação de órgãos jurídicos distintos da Procuradoria-Geral do Estado, admite-se apenas a manutenção daquelas consultorias jurídicas
já existentes quando da promulgação da Carta, inclusive com atenção à diferenciação entre os termos “consultoria jurídica” e
“procuradoria jurídica”, uma vez que esta última pode englobar as atividades de consultoria e representação judicial.
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Delegado de Polícia - A Constituição do Estado do Ceará previa que os Delegados de Polícia de classe inicial deveriam receber
idêntica remuneração a dos Promotores de Justiça de primeira entrância, prosseguindo na equivalência entre as demais classes pelo
escalonamento das entrâncias judiciárias. O STF decidiu que essa regra é inconstitucional por violar o art. 37, XIII, da CF/88, que
proíbe a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias de pessoal do serviço público.

Defensoria Pública - É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que concede aos Defensores Públicos a aplicação do
regime de garantias, vencimentos, vantagens e impedimentos do Ministério Público e da Procuradoria-Geral do Estado. Os estatutos
jurídicos das carreiras do Ministério Público e da Defensoria Pública foram tratados de forma diversa pelo texto constitucional
originário. Ademais, a equivalência remuneratória entre as carreiras encontra óbice no art. 37, XIII, da CF/88, que veda a equiparação
ou vinculação remuneratória.

Ministério Público - É constitucional dispositivo da Constituição Estadual que assegura ao Ministério Público autonomia financeira e
a iniciativa ao Procurador-Geral de Justiça para propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção dos cargos e serviços auxiliares e a
fixação dos vencimentos dos membros e dos servidores de seus órgãos auxiliares. Também é constitucional a previsão de que o
Ministério Público elaborará a sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos pela LDO.

Poder Judiciário - A Constituição do Estado do Ceará previa que os escrivães de entrância especial teriam seus vencimentos fixados
de modo a não exceder a 80% do que fosse atribuído aos juízes da entrância inferior, aplicando-se o mesmo limite percentual para os
escrivães das demais entrâncias. O STF decidiu que essa regra é inconstitucional por violar o art. 37, XIII, da CF/88, que proíbe a
vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias de pessoal do serviço público e também por violar a iniciativa
legislativa do Poder Judiciário (art. 96, II, “b”, da CF/88).

Greve - O Governador da Bahia editou decreto prevendo que, em caso de greve, deverão ser adotas as seguintes providências: a)
convocação dos grevistas a reassumirem seus cargos; b) instauração de processo administrativo disciplinar; c) desconto em folha de
pagamento dos dias de greve; d) contratação temporária de servidores; e) exoneração dos ocupantes de cargo de provimento
temporário e de função gratificada que participarem da greve. O STF decidiu que este Decreto é constitucional. Trata-se de decreto
autônomo que disciplina as consequências — estritamente administrativas — do ato de greve dos servidores públicos e as
providências a serem adotadas no sentido de dar continuidade aos serviços públicos (a contratação temporária, no caso, é limitada ao
período de duração da greve e apenas para garantir a continuidade dos serviços).

Direito Financeiro - São inconstitucionais as normas que estabelecem vinculação de parcelas das receitas tributárias a órgãos, fundos
ou despesas, por desrespeitarem a vedação contida no art. 167, IV, da Constituição Federal. Caso concreto: STF julgou
inconstitucional o art. 226, § 1º da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, que criou o Fundo de Desenvolvimento Econômico e a
ele destinou recursos provenientes do Fundo de Participação dos Estados.

Prescrição declarada inconstitucional - Caso concreto: STF decidiu que determinada contribuição tributária era inconstitucional.
Não houve modulação dos efeitos. Contribuinte ajuizou ação pedindo a repetição do indébito, ou seja, a restituição dos valores pagos.
No momento em que o contribuinte ajuizou a ação, o entendimento do STJ era no sentido de que o prazo prescricional tinha início a
partir da data da declaração de inconstitucionalidade da exação pelo STF no controle concentrado, ou de resolução do Senado Federal,
no controle difuso. Ocorre que, durante o curso da ação, o STJ promoveu revisão abrupta de sua jurisprudência para considerar que,
nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o transcurso do prazo prescricional ocorre a partir do recolhimento indevido. O
STF, contudo, não concordou com a aplicação imediata do novo entendimento do STJ aos processos em curso. Para o Supremo, isso
representa retroação da regra de contagem do prazo prescricional às pretensões já ajuizadas, em afronta ao princípio da segurança
jurídica e aos postulados da lealdade, da boa-fé e da confiança legítima, sobre os quais se assenta o próprio Estado Democrático de
Direito. Toda inflexão jurisprudencial que importe restrição a direitos dos cidadãos deve observar certa regra de transição para
produção de seus efeitos, levando em consideração os comportamentos então tidos como legítimos, porquanto praticados em
conformidade com a orientação prevalecente, em homenagem aos valores e princípios constitucionais.

Interrogatório - A condução coercitiva para interrogatório prevista no CPP (art. 260) é inconstitucional (não foi recepcionada).
Assim, caso seja determinada a condução coercitiva de investigados ou de réus para interrogatório, tal conduta poderá ensejar: • a
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade • a ilicitude das provas obtidas • a responsabilidade civil do
Estado. Modulação dos efeitos: o STF afirmou que o entendimento acima não desconstitui (não invalida) os interrogatórios que foram
realizados até a data do julgamento, ainda que os interrogados tenham sido coercitivamente conduzidos para o referido ato processual.

Bem de Família - Não é penhorável o bem de família do fiador no caso de contratos de locação comercial.

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Controle de Constitucionalidade - A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) é meio processual inadequado para o controle de
decreto regulamentar de lei estadual. Seria possível a propositura de ADI se fosse um decreto autônomo. Mas sendo um decreto que
apenas regulamenta a lei, não é hipótese de cabimento de ADI.

Crimes contra a Dignidade Sexual - A Súmula 608 do STF permanece válida mesmo após o advento da Lei nº 12.015/2009. Assim,
em caso de estupro praticado mediante violência real (que não resulte necessariamente lesão), a ação penal é pública incondicionada
mesmo após a Lei nº 12.015/2009.

Competência Legislativa - Lei estadual que regule a forma de cobrança do ITCMD pela PGE são regras procedimentais que não
violam o CPC (art. 24, CF – competência concorrente dos Estados e União).

Voto Impresso - É inconstitucional a lei que determina que, na votação eletrônica, o registro de cada voto deverá ser impresso e
depositado, de forma automática e sem contato manual do eleitor, em local previamente lacrado (art. 59-A da Lei 9.504/97, incluído
pela Lei 13.165/2015). Essa previsão acaba permitindo a identificação de quem votou e, consequentemente, a diminuição da liberdade
do voto, violando o art. 14 e o § 4º do art. 60 da Constituição Federal. Embora caiba ao legislador fazer a opção pelo voto impresso,
eletrônico ou híbrido, visto que a CF/88 nada dispõe a esse respeito, observadas o modelo híbrido trazido pelo art. 59-A constitui
efetivo retrocesso aos avanços democráticos conquistados pelo Brasil para garantir eleições realmente livres.

Controle de Constitucionalidade - O advogado que assina a petição inicial da ação direta de inconstitucionalidade precisa de
procuração com poderes específicos, que mencione a lei ou ato normativo que será impugnado na ação. Caso esse requisito não seja
cumprido a ADI não será conhecida. Contudo, essa exigência constitui vício sanável passível de regularização antes que seja
reconhecida a carência da ação.

Liberdade de Expressão - Decisão judicial que determina a retirada de matéria de “blog” jornalístico, bem como proíbe novas
publicações, por haver considerado a notícia ofensiva à honra de delegado da polícia federal afronta o que o STF decidiu na ADPF
130/DF, que julgou não recepcionada a Lei de Imprensa. A ADPF 130/DF pode ser utilizada como parâmetro para ajuizamento de
reclamação que verse sobre conflito entre a liberdade de expressão e de informação e a tutela das garantias individuais relativas aos
direitos de personalidade. A determinação de retirada de matéria jornalística afronta a liberdade de expressão e de informação, além de
constituir censura prévia. Essas liberdades ostentam preferência em relação ao direito à intimidade, ainda que a matéria tenha sido
redigida em tom crítico.

Imunidade Tributária - A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal, não abarca o maquinário
utilizado no processo de produção de livros, jornais e periódicos. A imunidade tributária visa à garantia e efetivação da livre
manifestação do pensamento, da cultura e da produção cultural, científica e artística. Assim, é extensível a qualquer material
assimilável a papel utilizado no processo de impressão e à própria tinta especial para jornal, mas não é aplicável aos equipamentos do
parque gráfico, que não são assimiláveis ao papel de impressão, por não guardarem relação direta com a finalidade constitucional.

Remição - Não se admite a remição ficta da pena. Embora o Estado tenha o dever de prover trabalho aos internos que desejem
laborar, reconhecer a remição ficta da pena, nesse caso, faria com que todas as pessoas do sistema prisional obtivessem o benefício,
fato que causaria substancial mudança na política pública do sistema carcerário, além de invadir a esfera do Poder Executivo.

Lavagem de Dinheiro - O mero recebimento de valores em dinheiro não tipifica o delito de lavagem, seja quando recebido pelo
próprio agente público, seja quando recebido por interposta pessoa. Entretanto, Pratica lavagem de dinheiro o sujeito que recebe
propina por meio de depósitos bancários fracionados, em valores que não atingem os limites estabelecidos pelas autoridades
monetárias à comunicação compulsória dessas operações.

Corrupção Passiva - Pratica corrupção passiva o Deputado que concede apoio político à permanência de Diretor da Petrobrás em
troca do recebimento de propina.

DESCAMINHO - O descaminho é crime tributário formal. Logo, para que seja proposta ação penal por descaminho não é necessária
a prévia constituição definitiva do crédito tributário. Não se aplica a Súmula Vinculante 24 do STF. O crime se consuma com a
simples conduta de iludir o Estado quanto ao pagamento dos tributos devidos quando da importação ou exportação de mercadorias,
dispensando-se a existência de procedimento administrativo fiscal prévio.

Crime Eleitoral - Candidato que omite, na prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral, recursos utilizados em sua campanha
eleitoral, pratica o crime do art. 350 do Código Eleitoral. Vale ressaltar que o delito de falsidade ideológica é crime formal. Não exige,
portanto, o recolhimento do material não declarado.
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HOMICÍDIO - Dirigir alcoolizado na contramão permite reconhecimento de dolo eventual segundo o STF.

PODER LEGISLATIVO - A condenação criminal transitada em julgado é suficiente, por si só, para acarretar a perda automática do
mandato eletivo de Deputado Federal ou de Senador? Para 1ª Turma do STF vai depender se o Deputado ou Senador for condenado a
mais de 120 dias em regime fechado, caso em que a perda do cargo será uma consequência lógica da condenação, cabendo à Mesa da
Câmara ou do Senado apenas declarar que houve a perda (sem poder discordar da decisão do STF), nos termos do art. 55, III e § 3º da
CF/88. Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto a condenação criminal não gera a perda
automática do cargo e o Plenário da Câmara ou do Senado irá deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, da CF/88, se o condenado deverá
ou não perder o mandato. Já para a 2ª Turma do STF a perda não é automática em qualquer hipótese. A Casa é que irá deliberar
sempre (e como quiser) sobre a perda do mandato eletivo, conforme prevê o art. 55, VI, § 2º, da CF/88.

Suspensão Condicional do Processo - A suspensão condicional do processo é instituto de política criminal, benéfico ao acusado, que
visa a evitar a sua sujeição a um processo penal. É constitucional a norma do art. 89 da Lei nº 9.099/95, que estabelece os requisitos
para a concessão do benefício da suspensão condicional do processo, entre eles o de não responder o acusado por outros delitos.

Liberdade de Expressão - É inconstitucional o § 1º do art. 4º da Lei nº 9.612/98. Esse dispositivo proíbe, no âmbito da programação
das emissoras de radiodifusão comunitária, a prática de proselitismo, ou seja, a transmissão de conteúdo tendente a converter pessoas
a uma doutrina, sistema, religião, seita ou ideologia. O STF entendeu que essa proibição afronta os arts. 5º, IV, VI e IX, e 220, da
Constituição Federal. A liberdade de pensamento inclui o discurso persuasivo, o uso de argumentos críticos, o consenso e o debate
público informado e pressupõe a livre troca de ideias e não apenas a divulgação de informações.

Competência - Compete à justiça comum (e não à Justiça do Trabalho) o julgamento de conflito de interesses a envolver a incidência
de contribuição previdenciária, considerada a complementação de proventos. O STF afirmou que a discussão em tela tem natureza
tributária, o que atrai a competência da Justiça comum, uma vez que no caso não se discutem verbas de natureza trabalhista, mas a
incidência de contribuição social (espécie de tributo).

Contribuições - Se uma empresa se autoqualificou como prestadora de serviços, a ela deverá ser aplicada a majoração de alíquota
estabelecida para o cálculo da contribuição ao Finsocial.

Prazos Recursais CPP - O prazo para interposição de agravo regimental no STF, em processos criminais, é de 5 dias corridos (não
são dias úteis, como no CPC). O MP em matéria penal não goza da prerrogativa da contagem dos prazos recursais em dobro. Logo, o
prazo para interposição de agravo pelo Estado-acusador em processo criminal é de 5 dias. A Defensoria Pública, mesmo em matéria
penal, tem prazos contados em dobro. Logo, o prazo para a Defensoria Pública interpor agravo regimental é de 10 dias.

Júri - O STF entendeu não ter ocorrido nulidade processual em processo que a defesa abandonou a causa mas chegou a pedir
impronuncia em defesa técnica. Além disso, também não reconheceu nulidade em relação à modificação de tese acusatória em
plenário, haja vista estar nos limites da pronúncia.

DESAPROPRIAÇÃO - Análise da constitucionalidade da MP 2.183-56/2001, que alterou o DL 3.365/41 (regras de desapropriação


aplicáveis aos casos de utilidade pública e interesse social) - O STF analisou a constitucionalidade do art. 15-A do DL 3.365/41 e
chegou às seguintes conclusões: 1) em relação ao “caput” do art. 15-A do DL 3.365/41: 1.a) reconheceu a constitucionalidade do
percentual de juros compensatórios no patamar fixo de 6% ao ano para remuneração do proprietário pela imissão provisória do ente
público na posse de seu bem; 1.b) declarou a inconstitucionalidade do vocábulo “até” (ou seja, deve ser 6%); 1.c) deu interpretação
conforme a Constituição ao “caput” do art. 15-A, de maneira a incidir juros compensatórios sobre a diferença entre 80% do preço
ofertado em juízo pelo ente público e o valor do bem fixado na sentença (porque os 80% já ficam a disposição do expropriado); 2)
declarou a constitucionalidade do § 1º do art. 15-A, que condiciona o pagamento dos juros compensatórios à comprovação da “perda
da renda comprovadamente sofrida pelo proprietário”; 3) declarou a constitucionalidade do § 2º do art. 15-A, afastando o pagamento
de juros compensatórios quando o imóvel possuir graus de utilização da terra e de eficiência iguais a zero; 4) declarou a
constitucionalidade do § 3º do art. 15-A, estendendo as regras e restrições de pagamento dos juros compensatórios à desapropriação
indireta. 5) declarou a inconstitucionalidade do § 4º do art. 15-A (ou seja, o Poder Público poderá ser onerado por juros
compensatórios anterior à aquisição da propriedade ou posse titulada pelo autor da ação); 6) declarou a constitucionalidade da
estipulação de parâmetros mínimo (0,5%) e máximo (5%) para a concessão de honorários advocatícios e a inconstitucionalidade da
expressão “não podendo os honorários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinquenta e um mil reais)” prevista no § 1º do art. 27.

Improbidade Administrativa - Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se sujeitos a duplo regime
sancionatório, de modo que se submetem tanto à responsabilização civil pelos atos de improbidade administrativa quanto à

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responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade. O foro especial por prerrogativa de função previsto na
Constituição Federal em relação às infrações penais comuns não é extensível às ações de improbidade administrativa.

Princípio da Insignificância - (In)aplicabilidade do princípio no caso do crime previsto no art. 34 da Lei 9.605/98 (crime de pesca
proibida). Obs: apesar de a redação utilizada no informativo original ter sido bem incisiva (“O princípio da bagatela não se aplica ao
crime previsto no art. 34, caput c/c parágrafo único, II, da Lei 9.605/98”), existem julgados tanto do STF como do STJ aplicando,
excepcionalmente, o princípio da insignificância para o delito de pesca ilegal (como no caso Bolsonaro, no qual foi surpreendido com
petrechos para pesca em período de defeso). Deve-se ficar atento para a forma como isso será cobrado no enunciado da prova.

PROVA - Indeferimento de todas as testemunhas da defesa sob o argumento de que seriam protelatórias: constrangimento ilegal. O
princípio do livre convencimento motivado (art. 400, § 1º, do CPP) faculta ao juiz o indeferimento das provas consideradas
irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. No entanto, no caso concreto houve o indeferimento de todas as testemunhas de defesa.
Dessa forma, houve ofensa ao devido processo legal, visto que frustrou a possibilidade de o acusado produzir as provas que reputava
necessárias à demonstração de suas alegações.

Infidelidade Partidária - O art. 1º da Resolução 22.610/2007, do TSE, previa que a criação de novo partido político era considerada
como justa causa para desfiliação, sem perda do mandato, desde que a nova filiação ocorresse em 30 dias da criação da sigla. O art.
22-A da Lei nº 9.096/95, introduzido pela Lei nº 13.165, de 29 de setembro de 2015 (minirreforma eleitoral de 2015), excluiu a
criação de nova legenda como hipótese de justa causa para a desfiliação, sem perda de mandato, por infidelidade partidária. Nessa
época, três novos partidos haviam acabado de ser registrados no TSE, de modo que estavam correndo seus prazos de 30 dias para que
recebessem parlamentares detentores de mandato eletivo, ao abrigo da justa causa de desfiliação, razão pela qual se entendeu, pela
devolução dos trinta dias a tais partidos, sob pena de violação da segurança jurídica, na modalidade direito adquirido.

Responsabilidade Civil - A pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público possui responsabilidade civil em razão de
dano decorrente de crime de furto praticado em suas dependências, nos termos do art. 37, § 6º, da CF/88 (caso do caminhão furtado na
balança da Rodovia Anhanguera).

Constitucional - CNJ pode avocar PAD que tramita no Tribunal se não há quórum suficiente para se atingir maioria absoluta porque a
Constituição, expressamente, confere a ele competência para, a qualquer tempo, avocar processos de natureza disciplinar em curso
contra membros do Poder Judiciário. Assim, não há óbice para que o CNJ anule o julgamento do Tribunal e inicie outro procedimento.

Controle De Constitucionalidade - É cabível ADI contra Resolução do TSE que tenha, em seu conteúdo material, “norma de
decisão” de caráter abstrato, geral e autônomo, apta a ser apreciada pelo STF em sede de controle abstrato de constitucionalidade.

Foro por Prerrogativa de Função - As normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de
função devem ser interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício do
cargo e em razão dele. Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal, não
se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de parlamentar federal. O marco
para o fim do foro é o término da instrução, de modo que com a publicação do despacho para apresentação de alegações finais a
competência não será mais afetada se o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava.

Propaganda Eleitoral - É constitucional o art. 25, § 2º, da Resolução 23.404/2014 do TSE, que proíbe a realização de propaganda
eleitoral via “telemarketing", em qualquer horário.

Interceptação Telefônica - É constitucional a Resolução 36/2009 do CNMP, que dispõe sobre o pedido e a utilização de
interceptações telefônicas, no âmbito do Ministério Público, nos termos da Lei nº 9.296/96. A norma foi editada no exercício das
atribuições previstas diretamente no art. 130-A, § 2º, I e II, da CF/88 e apenas regulamentou questões administrativas e disciplinares
relacionadas ao procedimento de interceptação telefônica, sem adentrar em matéria de direito penal, processual ou relativa a
nulidades. Não foram criados novos “requisitos formais de validade” das interceptações, consistem em regras ligadas aos deveres
funcionais de sigilo na atuação ministerial.

INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA - É inconstitucional Resolução do CNJ que proíbe o juiz de prorrogar a interceptação
telefônica durante o plantão judiciário ou durante o recesso do fim de ano. A norma do CNJ violou a) a competência dos Estados para
editar suas leis de organização judiciária (art. 125, § 1º, da CF/88); b) a competência legislativa na União para a edição de normas
processuais (art. 22, I); c) a norma constante do art. 5º, XXXV, da CF, no que respeita à inafastabilidade da jurisdição.

O presente resumo é baseado nos informa vos resumidos do site Dizer o Direito, com recortes e exclusão de temas não interessantes para concursos estaduais. Venda proibida. Distribuição livre.
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atualizado até o informativo 910

Continuidade Delitiva - Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que praticados em conjunto. Isso
porque, os referidos crimes, apesar de serem da mesma natureza, são de espécies diversas, já que tutelam bens jurídicos diferentes.

Inquérito Civil - A Resolução 23/2007-CNMP disciplina, no âmbito do Ministério Público, a instauração e tramitação do inquérito
civil. A Resolução 126/2015-CNMP alterou a Resolução 23/2007 e determinou que, se após instaurar o inquérito civil ou o
procedimento preparatório, o membro que o preside concluir ser atribuição de outro Ministério Público, deverá submeter sua decisão
ao referendo do órgão de revisão competente, no prazo de 3 dias. O STF considerou que esta previsão é constitucional por se tratar de
divergência interna entre órgãos do MP , bem como porque o CNMP possui atribuição constitucional para fazer o controle da atuação
administrativa do MP (art. 130-A, da CF/88). O STF entendeu que essa Resolução se insere no campo da estruturação administrativa
da instituição e não viola, portanto, o princípio da independência funcional e da unidade, insculpidos no § 1º do art. 127 da CF/88.
Além disso, o STF entendeu que não compete ao Judiciário envolver-se na gestão do MP, cabendo um juízo de autocontenção.

Poder Judiciário - A Resolução 146/2012 do CNJ dispõe sobre o instituto da redistribuição de cargos efetivos dos quadros de pessoal
dos órgãos do Poder Judiciário da União é constitucional segundo o STF.

PODER LEGISLATIVO - Parlamentar, mesmo sem a aprovação da Mesa Diretora, pode, na condição de cidadão, ter acesso a
informações de interesse pessoal ou coletivo dos órgãos públicos.

Sigilo Bancário - A Resolução do CNMP consiste em ato normativo de caráter geral e abstrato, editado pelo Conselho no exercício de
sua competência constitucional, razão pela qual constitui ato normativo primário, sujeito a controle de constitucionalidade, por ação
direta, no Supremo Tribunal Federal.

ADI - A Resolução do CNMP consiste em ato normativo de caráter geral e abstrato, editado pelo Conselho no exercício de sua
competência constitucional, razão pela qual constitui ato normativo primário, sujeito a controle de constitucionalidade, por ação
direta, no Supremo Tribunal Federal.

Recursos - Cabem embargos infringentes para o Plenário do STF contra decisão condenatória proferida em sede de ação penal de
competência originária das Turmas do STF. O requisito de cabimento desse recurso é a existência de dois votos minoritários
absolutórios em sentido próprio. Voto absolutório em sentido próprio: significa que o Ministro deve ter expressado juízo de
improcedência da pretensão executória.

Denúncia - No momento da denúncia, prevalece o princípio do in dubio pro societate.

Habeas Corpus - A superveniência de sentença condenatória que mantém a prisão preventiva prejudica a análise do habeas corpus
que havia sido impetrado contra o título originário da custódia.

Execução Penal - É inviável a remoção de apenado para outro Estado com fundamento em suposto tratamento privilegiado. Apenas
razões excepcionalíssimas e devidamente fundamentadas poderiam legitimar essa medida.

Recursos – É tempestivo o recurso interposto antes da decisão recorrida ter sido publicada.

Tribunal de Contas - Competência do TCU para fiscalizar a Fundação Banco do Brasil somente quanto aos recursos oriundos do
Banco do Brasil (ou seja, os de caráter público).

HABEAS CORPUS - Relator pode determinar, discricionariamente, que HC seja julgado pelo Plenário do STF (e não pela Turma).

Furto - A existência de sistema de vigilância em estabelecimento comercial não constitui óbice para a tipificação do crime de furto
(Súmula 567-STJ).

Princípio Da Insignificância - Crimes tributários e o limite de 20 mil reais (mantido pelo STF).

Ordem Econômica - É constitucional lei estadual que concede o desconto de 50% no valor dos ingressos em casas de diversões,
praças desportivas e similares aos jovens de até 21 anos de idade.

Exequatur - É possível a concessão de exequatur de carta rogatória, para fins de citação, por meio de decisão monocrática de relator
no STJ, posteriormente confirmada na Corte Especial, em homenagem aos princípios da cooperação e da celeridade processual. O
STJ, com fundamento no art. 216-T de seu Regimento Interno, vem concedendo, por meio de decisões monocráticas, exequatur a

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cartas rogatórias destinadas à citação em território brasileiro das partes interessadas para que tomem conhecimento de ações que
tramitam na Justiça rogante. O STF entendeu que não há qualquer ilegalidade ou inconstitucionalidade nesta prática.

Progressão De Regime - O art. 75 do Código Penal prevê que o tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode
ser superior a 30 anos. Isso significa que, se o réu for condenado a uma pena de 100 anos de reclusão, o limite máximo de
cumprimento da pena será 30 anos. Vale ressaltar, no entanto, que, no cálculo dos benefícios da execução penal, deverá ser
considerada a pena total aplicada. Súmula 715-STF: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento,
determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou
regime mais favorável de execução.

Medida Provisória em matéria de meio ambiente - É possível a edição de medidas provisórias tratando sobre matéria ambiental,
mas sempre veiculando normas favoráveis ao meio ambiente. Normas que importem diminuição da proteção ao meio ambiente
equilibrado só podem ser editadas por meio de lei formal, com amplo debate parlamentar e participação da sociedade civil e dos
órgãos e instituições de proteção ambiental, como forma de assegurar o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado. Dessa forma, é inconstitucional a edição de MP que importe em diminuição da proteção ao meio ambiente equilibrado,
especialmente em se tratando de diminuição ou supressão de unidades de conservação, com consequências potencialmente danosas e
graves ao ecossistema protegido. A medida provisória possui força de lei, mas o art. 225, § 1º, III, da CF/88 exige lei em sentido
estrito. A proteção ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de medida provisória, ainda que não conste
expressamente do elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88.

Execução Provisória Da Pena - O STF, ao julgar habeas corpus impetrado pelo ex-Presidente Lula, decidiu manter o seu
entendimento e reafirmar que é possível a execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau recursal, ainda que
sujeito a recurso especial ou extraordinário. A execução provisória da pena não ofende o princípio constitucional da presunção de
inocência (art. 5º, LVII, da CF/88).

Cláusula de Reserva de Plenário - O art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95 prevê o seguinte: “(...) a concessionária poderá contratar com
terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a implementação
de projetos associados.” Se o órgão fracionário de um Tribunal (ex: uma das Turmas do TRT) julga ilegal a terceirização contratada
por uma concessionária do serviço público, afastando a aplicação do art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95, esta decisão viola a súmula
vinculante 10? • SIM. O art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95 permite a terceirização da atividade-fim das empresas concessionárias do
serviço público. Logo, se um órgão fracionário do TRT afasta a aplicação deste dispositivo, haverá afronta à súmula vinculante 10 por
violação à cláusula da reserva de plenário.

Controle de Constitucionalidade - O Estado-membro não possui legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em sede de
controle concentrado de constitucionalidade, ainda que a ADI tenha sido ajuizada pelo respectivo Governador. A legitimidade para
recorrer, nestes casos, é do próprio Governador (previsto como legitimado pelo art. 103 da CF/88).

Prisão domiciliar humanitária - O art. 318, II, do CPP é chamado de prisão domiciliar humanitária. Em um caso concreto, o STF
entendeu que deveria conceder prisão humanitária ao réu tendo em vista o alto risco de saúde, a grande possibilidade de desenvolver
infecções no cárcere e a impossibilidade de tratamento médico adequado na unidade prisional ou em estabelecimento hospitalar —
tudo demostrado satisfatoriamente no laudo pericial. Considerou-se que a concessão da medida era necessária para preservar a
integridade física e moral do paciente, em respeito à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF).

Emendatio Libelli em 2ª instância - O réu foi condenado a 4 anos de reclusão pela prática do crime previsto no art. 4º, caput, da Lei
nº 7.492/86. O Tribunal, em recurso exclusivo da defesa, reclassificou a conduta para os art. 16 e 22, parágrafo único, da Lei nº
7.492/86, mantendo, contudo, a pena em 4 anos de reclusão. É possível a realização de emendatio libelli em segunda instância no
julgamento de recurso exclusivo da defesa, desde que não gere reformatio in pejus, nos termos do art. 617 do CPP. Como a pena foi
mantida pelo Tribunal, não houve prejuízo ao réu.

Legitimidade para impugnação de delação premiada - Em regra, o delatado não tem legitimidade para impugnar o acordo de
colaboração premiada e, portanto, não poderá impetrar um habeas corpus alegando que esse acordo possui algum vício. Isso porque se
trata de negócio jurídico personalíssimo. Esse entendimento, contudo, não se aplica em caso de homologação sem respeito à
prerrogativa de foro, haja vista que será permitido que ele impugne essa homologação alegando usurpação de competência.

Homologação de delação premiada - Se a delação do colaborador mencionar fatos criminosos que teriam sido praticados por
autoridade (ex: Governador) e que teriam que ser julgados por foro privativo (ex: STJ), este acordo de colaboração deverá,
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obrigatoriamente, ser celebrado pelo Ministério Público respectivo (PGR), com homologação pelo Tribunal competente (STJ). Ou
seja, se o delator ou se o delatado tiverem foro por prerrogativa de função a delação atrai a competência do respectivo Tribunal para a
respectiva homologação e, em consequência, do órgão do Ministério Público que atua perante a Corte.

Competência – A existência de crimes conexos de competência da Justiça Comum, como corrupção passiva e lavagem de capitais,
não afasta a competência da Justiça Eleitoral, por força do art. 35, II, do CE e do art. 78, IV, do CPP.

Competência - Compete à Justiça Comum (e não à Justiça do Trabalho) julgar as ações propostas por ferroviários pensionistas e
aposentados das antigas ferrovias do Estado de São Paulo, que foram absorvidas pela Ferrovia Paulista S/A, sucedida pela extinta
Rede Ferroviária Federal, com vistas à complementação de suas pensões e aposentadorias em face da União. O STF entendeu que esta
é uma causa oriunda de uma relação estatutária. Assim, não há relação de trabalho que justifique a competência da Justiça laboral.

FINANCIAMENTO DE CAMPANHA ELEITORAL - O STF julgou inconstitucional a expressão “sem individualização dos
doadores” (doação oculta ou anônima), constante da parte final do § 12 do art. 28 da Lei nº 9.504/97, acrescentado pela Lei
13.165/2015. Isso porque o dispositivo suprime a transparência do processo eleitoral, frustra o exercício da fiscalização pela Justiça
Eleitoral e impede que o eleitor exerça, com pleno esclarecimento, seu direito de escolha dos representantes políticos. Isso viola os
princípios republicano e democrático (art. 1º, da CF/88), além de representar afronta aos postulados da moralidade e da transparência.

CNJ e Concursos - O CNJ não pode substituir a banca examinadora do concurso na escolha das questões, na correção de provas e
nas atribuições de notas. Assim, ao Conselho é defeso (proibido) substituir o critério valorativo para escolha e correção das questões
pela Banca Examinadora nos concursos públicos. O CNJ pode, no entanto, substituir, anular ou reformar decisões da banca do
concurso que firam os princípios da razoabilidade, da igualdade, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da publicidade.
Isso porque a discricionariedade da banca de concurso não se confunde com arbitrariedade. Se houver desrespeito aos princípios
constitucionais da administração pública, será possível a plena revisão da decisão pelo Conselho.

Desacato continua sendo crime - O crime de desacato é compatível com a Constituição Federal e com o Pacto de São José da Costa
Rica. A figura penal do desacato não tolhe o direito à liberdade de expressão, não retirando da cidadania o direito à livre manifestação,
desde que exercida nos limites de marcos civilizatórios bem definidos, punindo-se os excessos.

FUNDO PARTIDÁRIO - interpretação conforme a Constituição ao art. 9º da Lei nº 13.165/2015, de modo a equiparar o patamar
legal mínimo de candidaturas femininas (hoje o do art. 10, § 3º, da Lei nº 9.504/97, isto é, ao menos 30% de cidadãs), ao mínimo de
recursos do Fundo Partidário a lhes serem destinados, que deve ser interpretado como também de 30% do montante do Fundo alocado
a cada partido, para as eleições majoritárias e proporcionais, e fixar que, havendo percentual mais elevado de candidaturas femininas,
o mínimo de recursos globais do partido destinados a campanhas lhe seja alocado na mesma proporção. Assim, o montante de
recursos para as campanhas de mulheres deve ser proporcionalmente igual ao número de candidatas, sendo no mínimo 30%.

FUNDO PARTIDÁRIO - inconstitucionalidade da expressão “três”, contida no art. 9º da Lei nº 13.165/2015. A previsão de
destinação de recursos mínimos para as campanhas de candidatas não deve ter um prazo determinado considerando que ela dura até
que as desigualdades sejam corrigidas.

FUNDO PARTIDÁRIO - Declarar a inconstitucionalidade, por arrastamento, do § 5º-A e do § 7º do art. 44 da Lei nº 9.096/95, que
tratam dos recursos específicos para a criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política feminina.

MEDIDA PROVISÓRIA – O §11 do art. 62 da CF/88 deve ser interpretado com cautela, não se podendo protrair indefinidamente a
vigência de medidas provisórias rejeitadas ou não apreciadas.

Liberdade de Expressão - O STF tem sido mais flexível na admissão de reclamação em matéria de liberdade de expressão, em razão
da persistente vulneração desse direito na cultura brasileira, inclusive por via judicial. No julgamento da ADPF 130, o STF proibiu
enfaticamente a censura de publicações jornalísticas, bem como tornou excepcional qualquer tipo de intervenção estatal na divulgação
de notícias e de opiniões. A liberdade de expressão desfruta de uma posição preferencial no Estado democrático brasileiro, por ser
uma pré-condição para o exercício esclarecido dos demais direitos e liberdades. A retirada de matéria de circulação configura censura
em qualquer hipótese, o que se admite apenas em situações extremas. Assim, em regra, a colisão da liberdade de expressão com os
direitos da personalidade deve ser resolvida pela retificação, pelo direito de resposta ou pela reparação civil. Assim, se uma decisão
judicial determina que se retire do site de uma revista determinada matéria, há violação da orientação do STF, cabendo reclamação.

Recurso Contra a Expedição De Diploma - Compete ao TSE julgar RCED envolvendo Presidente ou seu Vice.

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Vacância de Cargos Políticos - A Lei nº 13.165/2015 (minirreforma eleitoral de 2015) inseriu os §§ 3º e 4º ao art. 224 do Código
Eleitoral. O § 3º prevê que “a decisão da Justiça Eleitoral que importe o indeferimento do registro, a cassação do diploma ou a perda
do mandato de candidato eleito em pleito majoritário acarreta, após o trânsito em julgado, a realização de novas eleições,
independentemente do número de votos anulados.” O STF declarou a inconstitucionalidade da expressão “após o trânsito em julgado”
e decidiu que basta a exigência de decisão final da Justiça Eleitoral, de forma que, concluído o processo na Justiça Eleitoral (ex:
pendência de Rex), a nova eleição já pode ser realizada mesmo sem trânsito em julgado. O § 4º, por sua vez, determina que: § 4º A
eleição a que se refere o § 3º correrá a expensas da Justiça Eleitoral e será: I - indireta, se a vacância do cargo ocorrer a menos de seis
meses do final do mandato; II - direta, nos demais casos. O STF afirmou que esse § 4º deveria receber uma interpretação conforme a
Constituição, de modo a afastar do seu âmbito de incidência as situações de vacância nos cargos de Presidente e Vice-Presidente da
República, bem como no de Senador da República, porque na CF a eleição indireta se dá nos dois últimos anos do mandato. Vale
ressaltar que a regra do § 4º aplica-se aos cargos de Governador e Prefeito. Aliás, essa regra também é válida e aplicável a casos de
eleição majoritária simples (vacância nos cargos de prefeito em razão de questões eleitorais).

DENÚNCIA - Promotor de Justiça que passa a atuar no processo decorrente de desmembramento oriundo do TJ está livre para alterar
a denúncia anteriormente oferecida pelo PGJ. O promotor natural — aquele com atribuição para atuar na 1ª instância — não se
encontra tecnicamente subordinado e pode apresentar entendimento jurídico diverso, o que afasta qualquer alegação de nulidade
decorrente de alteração do teor da peça acusatória.

Liberdade de Expressão - A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não está protegida
pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão e pode configurar crime de racismo.

Acordo em ADPF - É possível que seja celebrado um acordo no bojo de uma arguição de descumprimento de preceito fundamental ,
mesmo se tratando de um processo de índole objetiva, desde que fique demonstrado que há no feito um conflito intersubjetivo
subjacente (implícito), que comporta solução por meio de autocomposição. Vale ressaltar que, na homologação deste acordo, o STF
não irá chancelar ou legitimar nenhuma das teses jurídicas defendidas pelas partes no processo. O STF irá apenas homologar as
disposições patrimoniais que forem combinadas e que estiverem dentro do âmbito da disponibilidade das partes. A homologação
estará apenas resolvendo um incidente processual, com vistas a conferir maior efetividade à prestação jurisdicional.

Código Florestal - O STF analisou a constitucionalidade do Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) e decidiu: 1) declarar a
inconstitucionalidade das expressões “gestão de resíduos” e “instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais,
nacionais ou internacionais”, contidas no art. 3º, VIII, b, da Lei nº 12.651/2012 – que autorizavam intervenção em APP; 2) dar
interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, VIII e IX, da Lei, de modo a se condicionar a intervenção excepcional em APP, por
interesse social ou utilidade pública, à inexistência de alternativa técnica e/ou locacional à atividade proposta – ou seja mesmo nos
casos expresso a intervenção deve ser última opção; 3) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, XVII e ao art. 4º,
IV, para fixar a interpretação de que os entornos das nascentes e dos olhos d´água intermitentes configuram área de preservação
permanente; 4) declarar a inconstitucionalidade das expressões “demarcadas” e “tituladas”, contidas no art. 3º, parágrafo único –
havia restrição a terras indígenas e propriedades de comunidades tradicionais; 5) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao
art. 48, § 2º, para permitir compensação apenas entre áreas com identidade ecológica – a lei falava em “mesmo bioma”; 6) deve-se dar
interpretação conforme a Constituição ao art. 59, §§ 4º e 5º, de modo a afastar, no decurso da execução dos termos de compromissos
subscritos nos programas de regularização ambiental, o risco de decadência ou prescrição, seja dos ilícitos ambientais praticados antes
de 22.7.2008, seja das sanções deles decorrentes, aplicando-se extensivamente o disposto no § 1º do art. 60 da Lei 12.651/2012,
segundo o qual “a prescrição ficará interrompida durante o período de suspensão da pretensão punitiva”. Todos os demais dispositivos
da Lei foram considerados constitucionais.

HC - É cabível habeas corpus contra decisão judicial transitada em julgado? 1ª) SIM. Foi o que decidiu a 2ª Turma no RHC
146327/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/2/2018 (Info 892). 2ª) NÃO. É a posição majoritária no STF e no STJ. Vale
ressaltar que se houver alguma ilegalidade flagrante, o Tribunal poderá conceder a ordem de ofício.

ACP e Acordos - A associação privada autora de uma ação civil pública pode fazer transação com o réu e pedir a extinção do
processo, nos termos do art. 487, III, “b”, do CPC. O art. 5º, § 6º da Lei nº 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública) prevê que os órgãos
públicos podem fazer acordos nas ações civis públicas em curso, não mencionando as associações privadas. Apesar disso, a ausência
de disposição normativa expressa no que concerne a associações privadas não afasta a viabilidade do acordo. Isso porque a existência
de previsão explícita unicamente quanto aos entes públicos diz respeito ao fato de que somente podem fazer o que a lei determina, ao
passo que aos entes privados é dado fazer tudo que a lei não proíbe.

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Transgênero - Os transgêneros, que assim o desejarem, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da realização de


tratamentos hormonais ou patologizantes, possuem o direito à alteração do prenome e do gênero (sexo) diretamente no registro civil.

LEI DA FICHA LIMPA - É aplicável a alínea “d” do inciso I do art. 1º da LC 64/90 (hipótese de inelegibilidade em razão de
condenação por abuso do poder econômico ou político em ação de investigação judicial eleitoral, transitada em julgado, “ex vi” do
artigo 22, inciso XIV, da Lei Complementar 64/90), com a redação dada pela LC 135/2010, a fatos anteriores a sua publicação.

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA - É constitucional lei estadual que obrigue plano de saúde a justificar recusa de tratamento haja
vista tratar sobre proteção ao consumidor, matéria inserida na competência concorrente (art. 24, V, da CF/88).

HABEAS CORPUS COLETIVO É POSSÍVEL - Apesar de não haver uma previsão expressa no ordenamento jurídico, existem
dois dispositivos legais que, indiretamente, revelam a possibilidade de habeas corpus coletivo. Trata-se do art. 654, § 2º e do art. 580,
ambos do CPP. O art. 654, § 2º estabelece que compete aos juízes e tribunais expedir ordem de habeas corpus de ofício. O art. 580 do
CPP, por sua vez, permite que a ordem concedida em determinado habeas corpus seja estendida para todos que se encontram na
mesma situação. O STF entendeu que se deve aplicar, por analogia, o art. 12 da Lei nº 13.300/2016, que trata sobre os legitimados
para propor mandado de injunção coletivo. Assim, possuem legitimidade para impetrar habeas corpus coletivo: 1) o Ministério
Público; 2) o partido político com representação no Congresso Nacional; 3) a organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano; 4) a Defensoria Pública.

PRISÃO PREVENTIVA - Em regra, deve ser concedida prisão domiciliar para todas as mulheres presas que sejam - gestantes -
puérperas (que deram à luz há pouco tempo) - mães de crianças (isto é, mães de menores até 12 anos incompletos) ou - mães de
pessoas com deficiência. EXCEÇÕES: Não deve ser autorizada a prisão domiciliar se: 1) a mulher tiver praticado crime mediante
violência ou grave ameaça; 2) a mulher tiver praticado crime contra seus descendentes (filhos e/ou netos); 3) em outras situações
excepcionalíssimas, as quais deverão ser devidamente fundamentadas pelos juízes que denegarem o benefício. Obs1: o raciocínio
acima explicado vale também para adolescentes que tenham praticado atos infracionais. Obs2: a regra e as exceções acima explicadas
também valem para a reincidente porque a simples reincidência não faz com que ela perca o direito à prisão domiciliar.

LICITAÇÃO, CRIME DO ART. 89 - Elemento subjetivo: para a configuração da tipicidade subjetiva do crime previsto no art. 89 da
Lei 8.666/93, exige-se o especial fim de agir, consistente na intenção específica de lesar o erário ou obter vantagem indevida. O tipo
penal não criminaliza o mero fato de o administrador público ter descumprido formalidades, sendo necessário que se verifique a
violação de princípios cardeais (fundamentais) da Administração Pública. Também não haverá crime se a decisão do administrador de
deixar de instaurar licitação para a contratação de determinado serviço foi amparada por argumentos previstos em pareceres (técnicos
e jurídicos) que atenderam aos requisitos legais, fornecendo justificativas plausíveis sobre a escolha do executante e do preço cobrado
e não houver indícios de conluio entre o gestor e os pareceristas com o objetivo de fraudar o procedimento de contratação direta.

PROGRESSIVIDADE do ITR - É constitucional a progressividade das alíquotas do ITR previstas na Lei nº 9.393/96 e que leva em
consideração, de maneira conjugada, o grau de utilização (GU) e a área do imóvel. Essa progressividade é compatível com o art. 153,
§ 4º, I, da CF/88, seja na sua redação atual, seja na redação originária, ou seja, antes da EC 42/2003.

INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA - Segundo a jurisprudência do STJ e do STF, não há ilegalidade em iniciar investigações
preliminares com base em "denúncia anônima" a fim de se verificar a plausibilidade das alegações contidas no documento apócrifo. A
Polícia, com base em diligências preliminares para atestar a veracidade dessas “denúncias” e também lastreada em informações
recebidas pelo Ministério da Justiça e pela CGU, requereu ao juízo a decretação da interceptação telefônica do investigado. Ademais,
conforme prevê o artigo 5º, da Lei nº 9.296/96, a interceptação telefônica não pode exceder 15 dias, mas pode ser renovada por igual
período, não havendo restrição legal ao número de vezes para tal renovação, se comprovada a sua necessidade.

TERMO INICIAL da PPE – Para o STJ, pacificamente, o termo inicial da prescrição da pretensão executória se dá com o trânsito
em julgado da sentença para a acusação, conforme artigo 112, I, CP. Para o STF, entretanto, a contagem da PPE só deve iniciar
quando o Estado de fato puder executar a pena (no caso de apelação somente da defesa, por exemplo, não poderia).

FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO - Se, após a interposição de recurso especial contra a condenação criminal, o réu foi
diplomado Deputado Federal, a competência para julgar este recurso passa a ser do STF.

REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR - Os Estados-membros/DF e Municípios podem fixar valor referencial inferior ao do art. 87
do ADCT (RPV), desde que respeitado o princípio da proporcionalidade (lembrar que segundo o ADCT para os estados seria 40 e
para os municípios 30 salários mínimos, mas Rondônia fixou em 10).

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PLANO DE SAÚDE - A Lei 9.656/98 é constitucional, mas não pode ser aplicada para contratos celebrados antes da sua vigência.

COMUNIDADES QUILOMBOLAS – É constitucional o Decreto 4.887/2003, que regulamenta o procedimento para titulação das
terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos.

SUS - É constitucional o art. 32 da Lei nº 9.656/98 que prevê hipótese de ressarcimento ao SUS se um cliente do plano de saúde
utilizar-se dos serviços de tal sistema. O chamado “ressarcimento ao SUS” é uma obrigação legal das operadoras de planos privados
de assistência à saúde de restituir as despesas que o SUS teve ao atender uma pessoa que seja cliente e esteja coberta por esses planos.

ADI - Se a lei impugnada por meio de ADI é alterada antes do julgamento o autor da deverá aditar a petição inicial demonstrando que
a nova redação do dispositivo impugnado apresenta o mesmo vício de inconstitucionalidade que existia na redação original. Se o autor
não fizer isso, o STF não irá conhecer da ADI, julgando prejudicado o pedido em razão da perda superveniente do objeto.

AGÊNCIAS REGULADORAS - É constitucional o art. 7º, III e XV, da Lei nº 9.782/99, que preveem que compete à ANVISA: III -
estabelecer normas, propor, acompanhar e executar as políticas, as diretrizes e as ações de vigilância sanitária; XV - proibir a
fabricação, a importação, o armazenamento, a distribuição e a comercialização de produtos e insumos, em caso de violação da
legislação pertinente ou de risco iminente à saúde; Entendeu-se que tais normas consagram o poder normativo desta agência
reguladora, sendo importante instrumento para a implementação das diretrizes, finalidades, objetivos e princípios expressos na
Constituição e na legislação setorial. Além disso, o STF manteve a validade da Resolução da ANVISA que proíbe a comercialização
no Brasil de cigarros com sabor e aroma sem, contudo, atribuir eficácia erga omnes e efeito vinculante à tal parte da decisão.

PODER EXECUTIVO e IMUNIDADES - A imunidade formal prevista no art. 51, I, e no art. 86, caput, da CF/88 não se estende
para os codenunciados que não se encontrem investidos nos cargos de Presidente da República, Vice-Presidente da República e
Ministro de Estado. A finalidade dessa imunidade é proteger o exercício regular desses cargos, razão pela qual não é extensível a
codenunciados que não se encontrem ocupando tais funções.

RECLAMAÇÃO - Em 2010, no julgamento da ADC 16, o STF decidiu que o art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93 é constitucional. Várias
decisões da Justiça do Trabalho continuaram entendendo de forma diferente do art. 71, § 1º. Contra essas decisões, o Poder Público
ajuizava diretamente reclamações no STF, que era obrigado a recebê-las, considerando que de uma decisão, até mesmo de 1ª
instância. Em 2017, o STF reafirmou o entendimento em sede de RE submetido à sistemática da repercussão geral. Isso significa que
agora o Poder Público, se quiser ajuizar reclamação discutindo o tema, deverá fazê-lo alegando violação ao RE e não mais à ADC 16.
Ou seja, cabe reclamação, mas exige-se o esgotamento das instâncias ordinárias (art. 988, § 5º, II, do CPC/2015).

EMPATE NO JULGAMENTO DE AÇÃO PENAL - Verificado empate no julgamento de ação penal, deve prevalecer a decisão
mais favorável ao réu. Esse mesmo entendimento deve ser aplicado em caso de empate no julgamento dos embargos de declaração
opostos contra o acórdão que julgou a ação penal.

EXTRADIÇÃO - O crime de sequestro, por ser permanente, não prescreve enquanto não for encontrada a pessoa ou o corpo. Assim,
se o Estado requerer a extradição de determinado indivíduo pelo crime de sequestro, se a vítima ou o corpo nunca foi encontrado, não
terá começado a correr o prazo prescricional.

HC - O habeas corpus pode ser empregado para impugnar medidas cautelares de natureza criminal diversas da prisão.

PRECATÓRIOS - Em regra as empresas públicas e sociedades de economia mista não têm direito à prerrogativa de execução via
precatório. Todavia, é aplicável o regime dos precatórios às empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço
público próprio do Estado e de natureza não concorrencial.

TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES - O STF não admite a “teoria da transcendência dos motivos
determinantes”. Segundo a teoria restritiva, adotada pelo STF, somente o dispositivo da decisão produz efeito vinculante. Os motivos
invocados na decisão (fundamentação) não são vinculantes. A reclamação no STF é uma ação na qual se alega que determinada
decisão ou ato: • usurpou competência do STF; ou • desrespeitou decisão proferida pelo STF. Não cabe reclamação sob o argumento
de que a decisão impugnada violou os motivos (fundamentos) expostos no acórdão do STF, ainda que este tenha caráter vinculante.
Isso porque apenas o dispositivo do acórdão é que é vinculante. Assim, diz-se que a jurisprudência do STF é firme quanto ao não
cabimento de reclamação fundada na transcendência dos motivos determinantes do acórdão com efeito vinculante.

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ICMS - É válida lei estadual que dispõe acerca da incidência do ICMS sobre operações de importação editada após a vigência da EC
33/2001 (12/12/2001), mas antes da LC federal 114/2002, visto que é plena a competência legislativa estadual enquanto inexistir lei
federal sobre norma geral, conforme art. 24, § 3º, da CF/88.

HABEAS CORPUS - Não cabe habeas corpus para discutir processo criminal envolvendo o art. 28 da LD (não haveria prisão).

HABEAS CORPUS - Não cabe HC para obter direito à visita íntima.

PRISÃO - O Marco Legal da Primeira Infância (Lei nº 13.257/2016), ao alterar as hipóteses autorizativas da concessão de prisão
domiciliar, permite que o juiz substitua a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for gestante ou mulher com filho até 12
anos de idade incompletos (art. 318, IV e V, do CPP).

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE - Se uma lei ou ato normativo é declarado inconstitucional pelo STF,
incidentalmente, ou seja, em sede de controle difuso, essa decisão, assim como acontece no controle abstrato, também produz eficácia
erga omnes e efeitos vinculantes. O STF passou a acolher a teoria da abstrativização do controle difuso. Assim, se o Plenário do STF
decidir a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, ainda que em controle difuso, essa decisão terá os
mesmos efeitos do controle concentrado, ou seja, eficácia erga omnes e vinculante. Houve mutação constitucional do art. 52, X, da
CF/88. A nova interpretação deve ser a seguinte: quando o STF declara uma lei inconstitucional, mesmo em sede de controle difuso, a
decisão já tem efeito vinculante e erga omnes e o STF apenas comunica ao Senado com o objetivo de que a referida Casa Legislativa
dê publicidade daquilo que foi decidido.

Processo Civil - Não cabem embargos de declaração contra a decisão de presidente do tribunal que não admite recurso extraordinário,
razão pela qual, caso opostos, não irão suspender ou interromper o prazo para a interposição do agravo do art. 1.042 do CPC/2015.

AMIANTO - As leis estaduais que proíbem o uso do amianto são constitucionais. O art. 2º da Lei federal nº 9.055/95, que autorizava
a utilização da crisotila (espécie de amianto), é inconstitucional. Houve a inconstitucionalidade superveniente (sob a óptica material)
da Lei nº 9.055/95, por ofensa ao direito à saúde (art. 6º e 196, CF/88); ao dever estatal de redução dos riscos inerentes ao trabalho por
meio de normas de saúde, higiene e segurança (art. 7º, inciso XXII, CF/88); e à proteção do meio ambiente (art. 225, CF/88). Com
isso, é proibida a utilização de qualquer forma de amianto.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA – O prazo de 1 ano previsto no art. 103-B, § 4º, V da CF/88 incide apenas para revisões
de PADs, não se aplicando para atuação originária do CNJ.

Programa Mais Médicos - programa “Mais Médicos”, instituído pela MP 691/2013, posteriormente convertida na Lei nº
12.871/2013, é constitucional.

CNJ - Não cabe ao Conselho Nacional de Justiça, cujas atribuições são exclusivamente administrativas, o controle de controvérsia
que está submetida à apreciação do Poder Judiciário.

EXTRADIÇÃO - Em caso de reingresso de extraditando foragido, não é necessária nova decisão jurisdicional acerca da entrega. No
entanto, é indispensável que seja emitida uma ordem judicial determinando novamente a entrega.

PROVA TESTEMUNHAL - Segundo a redação atual do art. 212 do CPP, quem primeiro começa fazendo perguntas à testemunha é a
parte que teve a iniciativa de arrolá-la. Em seguida, a outra parte terá direito de perguntar e, por fim, o magistrado.

FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO - Excepcionalmente, o STF mantém no Tribunal a apuração dos fatos envolvendo
pessoas sem foro por prerrogativa de função caso o desmembramento cause prejuízo às investigações. Em regra, o STF entende que
deverá haver o desmembramento dos processos quando houver corréus sem prerrogativa.

CRIMES POLÍTICOS - Para a configuração do crime político exige-se o preenchimento de requisitos objetivo e subjetivo (lesão
real ou potencial a um dos bens jurídicos listados no art. 1º da Lei nº 7.170/83 - requisito objetivo; e motivação política - requisito
subjetivo).

COMPETÊNCIA - Ação proposta contra a Administração Pública por servidor que ingressou como celetista antes da CF/88 e cuja
lei posteriormente transformou o vínculo em estatutário deve ser conhecida na justiça Comum, em razão do vínculo atual do servidor
(entendimento atual). Todavia, cuidado, há tese firmada em repetitivo acerca da competência da Justiça do Trabalho.

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Concessão de Serviço Público - A concessionária não tem direito adquirido à renovação do contrato de concessão de usina
hidrelétrica. A União possui a faculdade de prorrogar ou não o contrato de concessão, tendo em vista o interesse público, não se
podendo invocar direito líquido e certo a tal prorrogação. A Lei nº 12.783/2013, que pode ser aplicada para a renovação de contratos
ocorrida após a sua vigência, subordinou a prorrogação dos contratos de concessão de geração, transmissão e distribuição de energia
elétrica à aceitação expressa de determinadas condições. Se estas são recusadas pela concessionária, a Administração Pública não é
obrigada a renovar a concessão.

MPTC - O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas não possui legitimidade ativa para propor reclamação no STF alegando
descumprimento da decisão do Supremo. A atuação dos membros do MPTC limita-se, unicamente, ao âmbito dos próprios Tribunais
de Contas perante os quais oficiam.

Indulto não atinge pena de multa parcelada - O indulto da pena privativa de liberdade não alcança a pena de multa que tenha sido
objeto de parcelamento sob pena de descumprimento de decisão judicial, violação ao princípio da isonomia e da boa-fé objetiva.

Maria da Penha - Impossibilidade de pena restritiva de direitos em caso de contravenção penal envolvendo violência doméstica
contra a mulher é entendimento majoritário no STF, corroborando súmula 588 do STJ.

MANDADO DE SEGURANÇA - Início do prazo decadencial do MS em caso de ato praticado em processo administrativo do qual o
interessado seja parte só tem início com sua intimação pessoal na forma do § 3º do art. 26 da Lei nº 9.784/99.

Telecomunicações - A Lei nº 12.485/2011 dispõe sobre a “comunicação audiovisual de acesso condicionado”. Foram ajuizadas ações
diretas de inconstitucionalidade impugnando esta lei. O STF decidiu que apenas um dos dispositivos da Lei é inconstitucional: o art.
25. Os demais são válidos. O art. 25 prevê a impossibilidade de oferta de canais que veiculem publicidade comercial direcionada ao
público brasileiro contratada no exterior por agência de publicidade estrangeira.

Extradição com documentação irregular - Mesmo que o Estado requerente não junte cópia dos textos legais dos crimes que teriam
sido praticados pelo indivíduo, ainda assim é possível conceder a extradição caso a defesa não impugne o descumprimento dessa
formalidade e o extraditando manifeste concordância em ser prontamente extraditado.

Telecomunicações - A conduta de transmitir sinal de internet, via rádio, como se fosse um provedor de internet, sem autorização da
ANATEL, configura o crime do art. 183 da Lei nº 9.472/97? STJ: SIM. STF: NÃO. A oferta de serviço de internet é concebida como
serviço de valor adicionado e, portanto, não pode ser considerada como atividade clandestina de telecomunicações.

Tribunais de Contas - A Constituição Federal não proíbe a extinção de Tribunais de Contas dos Municípios.

Denúncia contra o Presidente - Não há possibilidade de o STF conhecer e julgar qualquer questão ou matéria defensiva acerca de
denúncia contra o Presidente antes que a matéria seja examinada pela Câmara dos Deputados. O juízo político de admissibilidade
exercido pela Câmara dos Deputados precede a análise jurídica pelo STF. A discussão sobre a “justa causa”, uma das condições da
ação penal, se dará por ocasião do juízo de admissibilidade após eventual autorização da Câmara dos Deputados.

Concurso Público - Decisão do STF que cassou ato do CNJ que havia anulado o concurso de cartório do TJ/RJ. O CNJ não poderia
ter reavaliado os critérios de correção das provas adotados pela comissão, houve um aditamento no processo administrativo sem que
as candidatas tivessem a oportunidade de se manifestar e não ficou provado ter havido o alegado favorecimento das candidatas.

Crime contra ordem tributária - O art. 12, I, da Lei nº 8.137/90 prevê que a pena do crime de sonegação fiscal deverá ser
aumentada no caso de o delito “ocasionar grave dano à coletividade”. A jurisprudência entende que se configura a referida causa de
aumento quando o agente deixa de recolher aos cofres públicos uma vultosa quantia. Em outras palavras, se o valor sonegado foi alto,
incide a causa de aumento do art. 12, I, e não se pode entender que a hipótese se aplique apenas a valores acima de milhões.

Regularização Fundiária - A Lei nº 11.952/2009 trata da regularização fundiária das ocupações em terras situadas em áreas da
União, no âmbito da Amazônia Legal. O STF deu interpretação conforme ao art. 4º, § 2º da Lei para dizer que é inconstitucional
qualquer interpretação que permita a regularização fundiária das terras ocupadas por quilombolas e outras comunidades tradicionais
da Amazônia Legal em nome de terceiros ou de forma a descaracterizar o modo de apropriação da terra por esses grupos. Os
quilombolas e outras comunidades tradicionais não podem perder suas terras em caso de regularização fundiária. Também deu-se
interpretação conforme ao art. 13 da Lei para afastar quaisquer interpretações que concluam pela desnecessidade de fiscalização dos
imóveis rurais até quatro módulos fiscais. A União deve utilizar-se de todos os meios para assegurar a devida proteção ambiental e a

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concretização dos propósitos da norma, para somente então ser possível a dispensa da vistoria prévia como condição para inclusão da
propriedade no programa de regularização fundiária de imóveis rurais de domínio público na Amazônia Legal.

Imunidade Parlamentar - Judiciário pode impor aos parlamentares as medidas cautelares do art. 319 do CPP, no entanto, a
respectiva Casa legislativa pode rejeitá-las (caso Aécio Neves).

Justiça Militar - Compete à Justiça Militar julgar militar acusado de autorizar a navegação de uma balsa sem a realização de vistorias
necessárias. Essa conduta caracteriza-se como sendo falsidade ideológica (art. 312 do CPM).

Regime Inicial de Pena - Se todas as circunstâncias judiciais são favoráveis, de forma que a pena-base foi fixada no mínimo legal,
então, neste caso, não cabe a imposição de regime inicial mais gravoso.

Defensoria Pública - Inconstitucionalidade de contratação de advogados, sem concurso público, para serem Defensores Públicos .

Recurso Extraordinário - Possibilidade de apreciação do recurso extraordinário com repercussão geral mesmo que, no caso
concreto, tenha havido prejudicialidade do tema discutido (objetivação das demandas individuais).

Promotor de Justiça Natural - Não viola o Princípio do Promotor Natural se o Promotor de Justiça que atua na vara criminal comum
oferece denúncia contra o acusado na vara do Tribunal do Júri e o Promotor que funciona neste juízo especializado segue com a ação
penal, participando dos atos do processo até a pronúncia.

Teoria do Domínio do fato - A teoria do domínio do fato não permite que a mera posição de um agente na escala hierárquica sirva
para demonstrar ou reforçar o dolo da conduta. Também não permite a condenação de um agente com base em conjecturas. Assim,
não é porque houve irregularidade em uma licitação estadual que o Governador tenha que ser condenado criminalmente por isso.

Educação - O ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional, observada a possibilidade de
participação de qualquer religião mediante chamamento público e preferencialmente sem ônus ao poder público.

Sigilo Bancário e MP - É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas de titularidade da Prefeitura,
com o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar em quebra ilegal de sigilo bancário. Essa requisição compreende,
por extensão, o acesso aos registros das operações bancárias sucessivas, ainda que realizadas por particulares, e objetiva garantir o
acesso ao real destino desses recursos públicos.

Exercício Profissional - É constitucional a previsão da lei de que determinadas atividades são privativas de nutricionistas

Prisão - Há excesso de prazo em caso de réu preso há mais de quatro anos sem ter sido sequer realizado seu interrogatório.

Juros de mora e atualização monetária contra a Fazenda - O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº
11.960/2009, na parte em que disciplina os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda Pública, é inconstitucional ao
incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-tributária, aos quais devem ser aplicados os mesmos juros de mora pelos quais a
Fazenda Pública remunera seu crédito tributário, em respeito ao princípio constitucional da isonomia (art. 5º, da CF/88). Quanto às
condenações oriundas de relação jurídica não tributária, a fixação dos juros moratórios segundo o índice de remuneração da caderneta
de poupança é constitucional, permanecendo hígido, nesta extensão, o disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada
pela Lei nº 11.960/2009. O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, na parte em que disciplina a
atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança, revela-
se inconstitucional ao impor restrição desproporcional ao direito de propriedade (art. 5º, XXII, da CF/88), uma vez que não se
qualifica como medida adequada a capturar a variação de preços da economia, sendo inidônea a promover os fins a que se destina.

Inconstitucionalidade da Taxa Municipal de Combate a incêndios e sinistros - A segurança pública, presentes a prevenção e o
combate a incêndios, faz-se, no campo da atividade precípua, pela unidade da Federação, e, porque serviço essencial, tem como a
viabilizá-la a arrecadação de impostos, não cabendo ao Município a criação de taxa para tal fim.

Prisão cautelar e progressão de regime - Se o condenado estava preso preventivamente, a data da prisão preventiva deve ser
considerada como termo inicial para fins de obtenção de progressão de regime e demais benefícios da execução penal, desde que não
ocorra condenação posterior por outro crime apta a configurar falta grave.

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Sigilo da Colaboração Premiada - O sigilo sobre o conteúdo de colaboração premiada deve perdurar, no máximo, até o recebimento
da denúncia (art. 7º, § 3º da Lei nº 12.850/2013). Esse dispositivo não traz uma regra de observância absoluta, mas sim um termo final
máximo. Não havendo necessidade, deve-se garantir a publicidade do acordo.

Repasses a menor do FUNDEF - O valor da complementação da União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) deve ser calculado com base no valor mínimo nacional por aluno extraído da
média nacional. Os Estados prejudicados com o cálculo incorreto do valor mínimo nacional por aluno deverão ser indenizados por
conta do montante pago a menor a título de complementação pela União no período de vigência do FUNDEF (1998 a 2007). Essa
indenização abrange apenas os danos materiais, não sendo devidos danos morais coletivos.

Difamação na edição de mídia - Configura, em tese, difamação a conduta do agente que publica vídeo de um discurso no qual a
frase completa do orador é editada, transmitindo falsa ideia do que ele estava falando. A edição de um vídeo ou áudio tem como
objetivo guiar o espectador e, quando feita com o objetivo de difamar a honra de uma pessoa, configura dolo da prática criminosa. Tal
conduta, ainda que praticada por Deputado Federal, não estará protegida pela imunidade parlamentar.

Terras do Índios - As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da União (art. 20, XI, da CF/88) e, portanto, não podem
ser consideradas como terras devolutas de domínio do Estado-membro.

CNMP e avocamento de PAD - Se o CNMP decidir avocar um PAD que está tramitando na Corregedoria local por suspeita de
parcialidade do Corregedor, poderá aproveitar atos instrutórios praticados regularmente pela Comissão Processante. O princípio do
pas de nullité sans grief é plenamente aplicável no âmbito do Direito Administrativo, inclusive em processos disciplinares.

Competência originária e concorrente do CNJ - A CF conferiu competência originária e concorrente ao CNJ para aplicação de
medidas disciplinares. Assim, a competência é autônoma (e não subsidiária), podendo o CNJ atuar mesmo que não tenha sido dada
oportunidade para que a corregedoria local pudesse investigar o caso. Além disso, a utilização no PAD de dados obtidos em
descoberta fortuita na investigação criminal (interceptação telefônica) é possível como prova emprestada.

Amianto - As leis estaduais que proíbem o uso do amianto são constitucionais. O art. 2º da Lei federal nº 9.055/95, que autorizava a
utilização da crisotila (espécie de amianto), é inconstitucional. Houve a inconstitucionalidade superveniente (sob a óptica material)
por ofensa ao direito à saúde (art. 6º e 196, CF/88); ao dever estatal de redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de
saúde, higiene e segurança (art. 7º, inciso XXII, CF/88); e à proteção do meio ambiente (art. 225, CF/88).

Controle De Constitucionalidade Se a maioria dos Ministros votou pela procedência da ADI, mas não se obteve maioria absoluta
dos votos, a lei não deverá ser declarada inconstitucional.

Extradição - o STF reafirmou a sua súmula 421 e extraditou um cidadão português mesmo ele possuindo dois filhos brasileiros com
uma companheira, também brasileira.

Execução Provisória da Pena Não cabimento de habeas corpus contra decisão do Ministro do STJ que nega a liminar em ação
cautelar, não concedendo efeito suspensivo a recurso especial criminal.

Auditoria TCU e reflexos - Em auditoria realizada pelo TCU para apurar a gestão administrativa do órgão, os terceiros indiretamente
afetados pelas determinações do Tribunal (ex: pensionistas) não possuem direito de serem ouvidos no processo fiscalizatório. Não
existe, no caso, desrespeito ao devido processo legal.

Competência legislativa - Em tese, o Estado-membro detém competência para legislar sobre controle de resíduos de embarcações,
oleodutos e instalações costeiras. Isso porque o objeto dessa lei é a tutela ao meio ambiente, sendo essa matéria de competência
concorrente, nos termos do art. 24, VI e VIII, da CF/88.

Alteração dos limites de Município - Para que sejam alterados os limites territoriais de um Município é necessária a realização de
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, nos termos do art. 18, § 4º da CF/88.

Controle De Constitucionalidade Não se admite ADI contra lei que teria violado tratado internacional não incorporado ao
ordenamento brasileiro na forma do art. 5º, § 3º da CF/88.

ADPF - O Estado do Rio de Janeiro ajuizou ADPF no STF com o objetivo de suspender os efeitos de todas as decisões judiciais do
TJRJ e do TRT da 1ª Região que tenham determinado o arresto, o sequestro, o bloqueio, a penhora ou a liberação de valores de suas

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STF EM PÍLULAS (informativos 2018 - 2017 – 2016)
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contas. O STF afirmou que a ADPF é instrumento processual adequado para esse pedido e deferiu a medida liminar. O conjunto de
decisões questionadas são atos típicos do Poder Público passíveis de impugnação por meio de ADPF.

Habeas Corpus - Não cabe HC para pedir autorização de visita em presídio.

Competência para julgamento - Compete ao TRF julgar os crimes praticados por Procurador da República, salvo em caso de crimes
eleitorais, hipótese na qual a competência é do TRE. Vale ressaltar que o julgamento é feito pelo TRF em cuja área exerce suas
atribuições, ainda que momentâneas, sob pena de ofensa ao princípio do juiz natural.

Competências Legislativas - Inconstitucionalidade de lei estadual que estabeleça exigências nos rótulos dos produtos em
desconformidade com a legislação federal.

Greve no serviço público - A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de servidores
públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações públicas.

Inconstitucionalidade de lei estadual - Lei estadual que impõe a prestação de serviço de segurança em estacionamento a toda pessoa
física ou jurídica que disponibilize local para estacionamento é inconstitucional, quer por violar a competência privativa da União
para legislar sobre direito civil, quer por violar a livre iniciativa ou a competência privativa da União para legislar sobre Direito do
Trabalho (quando exige funcionário próprio e não terceirizado). Igual vício ocorre na exigência de empacotador em supermercado.

Taxa de Fiscalização Municipal - As taxas municipais de fiscalização e funcionamento não podem ter como base de cálculo o
número de empregados ou ramo de atividade exercida pelo contribuinte, mas sim a área de fiscalização, na medida em que traduz o
custo da atividade estatal de fiscalização.

Medidas Provisórias - O trancamento da pauta por conta de MPs não votadas no prazo de 45 dias só alcança projetos de lei que
versem sobre temas passíveis de serem tratados por MP.

Colaboração premiada - o acordo homologado como regular, voluntário e legal gera vinculação condicionada ao cumprimento dos
deveres assumidos pela colaboração, salvo ilegalidade superveniente apta a justificar nulidade ou anulação do negócio jurídico.

Competência Legislativa - O Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da poluição, quando se tratar
de interesse local. Ex: é constitucional lei municipal, regulamentada por decreto, que preveja a aplicação de multas para os
proprietários de veículos automotores que emitem fumaça acima de padrões considerados aceitáveis.

Interceptação Telefônica - A prova obtida a respeito da de crime estranho ao objeto das investigações é LÍCITA, mesmo a
interceptação telefônica tendo sido decretada para investigar outro delito que não tinha relação com o crime achado, mesmo que o
“crime achado” não tenha relação (não seja conexo) com o delito que estava sendo investigado.

Jornada de trabalho - A jornada de trabalho do MÉDICO servidor público é de 4 horas diárias e de 20 horas semanais, nos termos da
Lei nº 12.702/2012. A do ODONTÓLOGO servidor público é de 6 horas diárias e de 30 horas semanais, nos termos do DL 2.140/84.
Essas regras não se aplicam no caso de médicos e odontólogos que ocupem cargo em comissão ou função de confiança.

Contratação temporária - É compatível com a Constituição Federal a previsão legal que exija o transcurso de 24 (vinte e quatro)
meses, contados do término do contrato, antes de nova admissão de professor temporário anteriormente contratado.

Cotas Raciais em concurso - É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação, desde
que respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa.

HC do STJ para STF - Em regra, não cabe habeas corpus para o STF contra decisão monocrática do Ministro do STJ que não
conhece ou denega habeas corpus. É necessário que primeiro o impetrante exaure (esgote), no tribunal a quo (no caso, o STJ), as vias
recursais ainda cabíveis (no caso, o agravo regimental). Essa regra pode ser afastada em casos excepcionais, quando a decisão atacada
se mostrar teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou manifestamente contrária à jurisprudência do STF, situações nas quais o
STF poderia conceder de ofício o habeas corpus.

Prisão preventiva excessiva - Revoga-se a prisão preventiva de réu preso há 7 anos sem julgamento. A prisão meramente processual
do indiciado ou do réu reveste-se de caráter excepcional, mesmo que se trate de crime hediondo ou de delito a este equiparado. O
excesso de prazo, quando exclusivamente imputável ao aparelho judiciário traduz situação anômala que compromete a efetividade do
processo. Além de tornar evidente o desprezo estatal pela liberdade do cidadão, frustra uma prerrogativa básica que assiste a qualquer
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pessoa: o direito à resolução do litígio sem dilações indevidas (art. 5º, LXXVIII, da CF/88). Ademais, a duração prolongada, abusiva e
irrazoável da prisão cautelar ofende, de modo frontal, o postulado da dignidade da pessoa humana, que representa significativo vetor
interpretativo, verdadeiro valor-fonte que conforma e inspira todo o ordenamento constitucional

Competência penal por conexão - Se o crime do art. 241-A do ECA for praticado por meio do computador da residência do agente
localizada em São Paulo, mesmo assim ele poderá ser julgado pelo juízo de Curitiba (PR) se ficar demonstrado que a conduta ocorreu
com investigações que tiveram início em Curitiba, onde um grupo de pedófilos ligados ao agente foi preso e, a partir daí, foram
obtidas todas as provas. A competência do juízo de Curitiba ocorrerá por conexão, não havendo ofensa ao princípio do juiz natural.

Suspensão de processos penais em repetitivos - O § 5º do art. 1.035 do CPC/2015 preconiza: § 5º Reconhecida a repercussão geral,
o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou
coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional. A suspensão não é uma consequência automática e necessária
do reconhecimento da repercussão geral, o Ministro Relator tem discricionariedade para determiná-la ou modulá-la. A possibilidade
de sobrestamento se aplica aos processos de natureza penal e se for determinado haverá, automaticamente, a suspensão da prescrição
da pretensão punitiva com base em uma interpretação conforme a Constituição do art. 116, I, do Código Penal. Em nenhuma hipótese,
o sobrestamento abrangerá inquéritos policiais ou procedimentos investigatórios conduzidos pelo Ministério Público ou ações penais
em que haja réu preso provisoriamente. Em qualquer caso poderá o juízo de piso, no curso da suspensão, proceder, conforme a
necessidade, à produção de provas de natureza urgente.

Ciência da falsidade para crime - Prefeito que assina documentos previdenciários com conteúdo parcialmente falso não deve ser
condenado por falsidade ideológica se não foram produzidas provas de que ele tinha ciência inequívoca do conteúdo inverídico da
declaração. Neste caso, ele deverá ser absolvido, nos termos do art. 386, III, do CPP, por ausência de dolo, o que exclui o crime.

Posse - A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de ato judicial, à qual atribuída eficácia retroativa,
não gera direito às promoções ou progressões funcionais que alcançariam se houvesse ocorrido, a tempo e modo, a nomeação.

Transcêdencia recursal penal - O art. 580 do CPP afirma que, no caso de concurso de agentes, a decisão favorável que um dos réus
conseguir no julgamento do seu recurso poderá ser aproveitada pelos demais acusados, salvo se a decisão tiver se fundamentado em
motivos que sejam de caráter exclusivamente pessoal. Esse dispositivo não pode ser aplicado quando: a) o réu que estiver requerendo
a extensão da decisão não participar da mesma relação jurídico-processual daquele que foi beneficiado. O requerente será, neste caso,
parte ilegítima; b) se invoca extensão da decisão para outros processos que não foram examinados pelo órgão julgador. Isso porque,
neste caso, o que o requerente está pretendendo é obter a transcendência dos motivos determinantes para outro processo, o que não é
admitido pela jurisprudência do STF.

Agentes Políticos - Incide contribuição previdenciária sobre os rendimentos pagos aos exercentes de mandato eletivo, decorrentes da
prestação de serviços à União, aos Estados e ao Distrito Federal ou aos Municípios, após o advento da Lei nº 10.887/2004, desde que
não vinculados a regime próprio de previdência.

Quantidade de drogas e o afastamento do benefício do art. 33, § 4º da LD - O tema é polêmico. Na 1ª Turma do STF há
precedentes afirmando que a grande quantidade de droga pode ser utilizada como circunstância para afastar o benefício. Nesse
sentido: não é crível que o réu, surpreendido com mais de 500 kg de maconha, não esteja integrado, de alguma forma, a organização
criminosa, circunstância que justifica o afastamento da causa de diminuição prevista no art. 33, §4º, da Lei de Drogas Na 2ª Turma do
STF há o entendimento de que a quantidade de drogas encontrada não constitui, isoladamente, fundamento idôneo para negar o
benefício da redução da pena previsto no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006.

Consequências da lavagem - Se a lavagem de dinheiro envolveu valores vultosos, a pena-base poderá ser aumentada
(“consequências do crime”) tendo em vista que o delito violou o bem jurídico tutelado de forma muito mais intensa.

Circunstâncias da lavagem - A pena-base pode ser aumentada, no que tange às “circunstâncias do crime”, se a lavagem de dinheiro
ocorreu num contexto de múltiplas transações financeiras e de múltipla transnacionalidade, envolvendo mais de um país.

Reprovabilidade de Deputado corrupto é maior - Na primeira fase da dosimetria em caso de condenação por lavagem de dinheiro,
o órgão julgador poderá aumentar a pena-base do Deputado Federal que exerce mandato há muitos anos, sob o argumento de que sua
culpabilidade é mais intensa. A transgressão da lei por parte de quem usualmente é depositário da confiança popular para o exercício
do poder enseja juízo de reprovação muito mais intenso do que seria cabível em se tratando de um cidadão comum. A circunstância de
o réu ser homem de longa vida pública, acostumado com regras jurídicas, enseja uma maior reprovabilidade em sua conduta
considerando a sua capacidade acentuada de conhecer e compreender a necessidade de observar as normas.
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Lavagem de Capitais - O delito de lavagem de bens, direitos ou valores (“lavagem de dinheiro”), previsto no art. 1º da Lei nº
9.613/98, quando praticado na modalidade de ocultação, tem natureza de crime permanente. A característica básica dos delitos
permanentes está na circunstância de que a execução desses crimes não se dá em um momento definido e específico, mas em um
alongar temporal. Quem oculta e mantém oculto algo, prolonga a ação até que o fato se torne conhecido. Assim, o prazo prescricional
somente tem início quando as autoridades tomam conhecimento da conduta do agente.

Caso Maluf - Pratica o crime de lavagem de dinheiro o Deputado Federal que encobre (oculta) o dinheiro recebido decorrente de
corrupção passiva, utilizando-se, para tanto, de contas bancárias e fundos de investimentos situados na Ilha de Jersey, abertos em
nome de empresas “offshores”, com o objetivo de encobrir a verdadeira origem, natureza e propriedade dos aportes financeiros.

Causa de aumento em estupro - No caso de crimes contra a liberdade sexual (arts. 213 a 216-A) e crimes sexuais contra vulnerável
(arts. 217-A a 218-B), se o autor do delito for ascendente da vítima, a pena deverá ser aumentada de metade (art. 226, II, do CP). O
bisavô está incluído dentro dessa expressão “ascendente”.

Obrigação de fazer não está sujeita a precatórios - A execução provisória de obrigação de fazer em face da Fazenda Pública não
atrai o regime constitucional dos precatórios. Assim, em caso de “obrigação de fazer”, é possível a execução provisória contra a
Fazenda Pública, não havendo incompatibilidade com a Constituição Federal.

Perda de Bagagem - Em caso de extravio de bagagem ocorrido em transporte internacional envolvendo consumidor, ao invés da
aplicação do CDC aplica-se a indenização tarifada prevista nas Convenções de Varsóvia e de Montreal. Nos termos do art. 178 da
Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de
passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor.

Prescrição Responsabilidade Civil em acidente aéreo - O prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de acidente
aéreo em voo doméstico é de 5 anos, segundo entendimento do STJ, aplicando-se o CDC. Para o caso de acidente aéreo em voo
internacional é de 2 anos, com base no art. 29 da Convenção de Varsóvia.

Imunidade Material - Deputado Estadual que, ao defender a privatização de banco estadual, presta declarações supostamente falsas
sobre o montante das dívidas dessa instituição financeira não comete o delito do art. 3º da Lei nº 7.492/86.

Honorários Recursais - É cabível a fixação de honorários recursais, prevista no art. 85, § 11, do CPC/2015, mesmo quando não
apresentadas contrarrazões ou contraminuta pelo advogado da parte recorrida.

HC contra relator no STF - Não cabe habeas corpus se a impetração for ajuizada em face de decisões monocráticas proferidas por
Ministro do Supremo Tribunal Federal. Caso a parte deseje impugnar decisão monocrática proferida por Ministro do STF, o
instrumento processual cabível é o agravo regimental, no prazo de 5 dias.

Advogados e prisão em sala de estado maior - A prerrogativa conferida ao advogado da prisão em sala de Estado-Maior, pela lei
(art. 7º, V, da Lei nº 8.906/94) continua existindo até o trânsito em julgado? Para o STJ não, a prerrogativa conferida aos advogados
refere-se à prisão cautelar, não se aplicando para o caso de execução provisória da pena (prisão pena). O STF ainda não tem posição
expressa sobre o tema. No entanto, a Corte não admite reclamação contra decisões dos Tribunais que determinam a prisão dos
advogados condenados em 2ª instância em unidades prisionais comuns.

Confisco de bens utilizados no tráfico - É possível o confisco de todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em
decorrência do tráfico de drogas, sem a necessidade de se perquirir (investigar) a habitualidade, reiteração do uso do bem para tal
finalidade, a sua modificação para dificultar a descoberta do local do acondicionamento da droga ou qualquer outro requisito além
daqueles previstos expressamente no art. 243, parágrafo único, da Constituição Federal.

Sucessão de companheiros - No sistema constitucional vigente, é inconstitucional a diferenciação de regimes sucessórios entre
cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime estabelecido no artigo 1.829 do Código Civil.

Extradição e procedimento simplificado - Em regra, o simples fato de o extraditando estar de acordo com o pedido extradicional e
de declarar que deseja retornar ao Estado requerente a fim de se submeter ao processo criminal naquele País não exonera (não exime)
o STF do dever de efetuar o controle da legalidade sobre a postulação formulada pelo Estado requerente. No entanto, é possível que o
tratado que rege a extradição entre o Brasil e o Estado estrangeiro preveja um procedimento simplificado no caso de o extraditando
concordar com o pedido. É o caso, por exemplo, da “Convenção de Extradição entre os Estados Membros da Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa”, que autoriza a entrega imediata do extraditando às autoridades competentes do Estado requerente, sempre que

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o súdito estrangeiro manifestar, de forma livre e de modo voluntário e inequívoco, o seu desejo de ser extraditado. Nesta hipótese, a
tarefa do STF será a de homologar (ou não) a declaração do extraditando.

Ação Coletiva e Associações - A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de rito ordinário, ajuizada por
associação civil na defesa de interesses dos associados, somente alcança os filiados, residentes no âmbito da jurisdição do órgão
julgador, que o fossem em momento anterior ou até a data da propositura da demanda, constantes da relação jurídica juntada à inicial
do processo de conhecimento. O disposto no artigo 5º, inciso XXI, da Carta da República encerra representação específica, não
alcançando previsão genérica do estatuto da associação a revelar a defesa dos interesses dos associados. As balizas subjetivas do título
judicial, formalizado em ação proposta por associação, é definida pela representação no processo de conhecimento, presente a
autorização expressa dos associados e a lista destes juntada à inicial.

Prazo para sustentação oral de amici curiae - Nos processos que tramitam no STF, o amicus curiae pode fazer sustentação oral. Em
regra, o amicus curiae dispõe de 15 minutos para a sustentação oral no STF. Se houver mais de um amicus curiae, o prazo para
sustentação oral no STF é duplicado e dividido entre eles.

Denúncia conta governadores - Não há necessidade de prévia autorização da Assembleia Legislativa para que o STJ receba denúncia
ou queixa e instaure ação penal contra Governador de Estado, por crime comum. Se a Constituição Estadual exigir autorização da
ALE para que o Governador seja processado criminalmente, essa previsão é considerada inconstitucional. Se o STJ receber a
denúncia ou queixa-crime contra o Governador, o afastamento do cargo não se dá de forma automática. A decisão sobre o afastamento
e/ou outras cautelares deverá ser fundamentada (exs: prisão preventiva, proibição de ausentar-se da comarca, fiança, etc.).

Perda do Cargo para Deputados e Senadores condenados - Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em
regime fechado a perda do cargo será consequência lógica da condenação e caberá à Mesa da Câmara ou do Senado apenas declarar
que houve a perda. Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto: a condenação criminal não
gera a perda automática do cargo. O Plenário da Câmara ou do Senado irá deliberar se o condenado deverá ou não perder o mandato.

Direito a Educação - A garantia constitucional da gratuidade de ensino não obsta a cobrança por universidades públicas de
mensalidade em cursos de especialização.

HC não é sucedâneo recursal - Em regra, não cabe habeas corpus para o STF contra decisão monocrática do Ministro do STJ que
não conhece ou denega habeas corpus que havia sido interposto naquele Tribunal. É necessário que primeiro o impetrante exaure
(esgote), no tribunal a quo (no caso, o STJ), as vias recursais ainda cabíveis (no caso, o agravo regimental). Exceção: essa regra pode
ser afastada em casos excepcionais, quando a decisão atacada se mostrar teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou
manifestamente contrária à jurisprudência do STF, situações nas quais o STF poderia conceder de ofício o habeas corpus.

Prisão Preventiva em Delação Premiada - Não se pode decretar a prisão preventiva do acusado pelo simples fato de ele ter
descumprido acordo de colaboração premiada. Não há, sob o ponto de vista jurídico, relação direta entre a prisão preventiva e o
acordo de colaboração premiada. Tampouco há previsão de que, em decorrência do descumprimento do acordo, seja restabelecida
prisão preventiva anteriormente revogada. É necessário verificar a presença dos requisitos da prisão preventiva.

Teto constitucional é para cada vínculo do servidor - Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos,
empregos e funções, a incidência do art. 37, XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos vínculos
formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público.

Competência STF - Não compete originariamente ao STF processar e julgar execução individual de sentenças genéricas de perfil
coletivo, inclusive aquelas proferidas em sede mandamental.

Terrenos da Marinha são da União - A EC 46/2005 não interferiu na propriedade da União, nos moldes do art. 20, VII, da
Constituição Federal, sobre os terrenos de marinha e seus acrescidos situados em ilhas costeiras sede de Municípios.

Responsabilidade Subsidiária da Administração em Contratos Públicos - O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos
empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder Público a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter
solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93. Fica a exceção para os casos em que o ex-empregado
reclamante comprove, com elementos concretos de prova, que houve efetiva falha do Poder Público na fiscalização do contrato.

Lei de Drogas - A grande quantidade de droga, isoladamente, não constitui fundamento idôneo para afastar a causa de diminuição de
pena do art. 33, § 4º da LD.

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Aproveitamento de decisões penais benéficas - O art. 580 do CPP afirma que, no caso de concurso de agentes, a decisão favorável
que um dos réus conseguir no julgamento do seu recurso poderá ser aproveitada pelos demais acusados, salvo se a decisão tiver se
fundamentado em motivos que sejam de caráter exclusivamente pessoal. Esse dispositivo também não pode ser aplicado quando: a) o
réu que estiver requerendo a extensão da decisão não participar da mesma relação jurídico-processual daquele que foi beneficiado. O
requerente será, neste caso, parte ilegítima; b) se invoca extensão da decisão para outros processos que não foram examinados pelo
órgão julgador. Isso porque, neste caso, o que o requerente está pretendendo é obter a transcendência dos motivos determinantes para
outro processo, o que não é admitido pela jurisprudência do STF.

Tempo para sustentação oral de Amicus Curiae no STF - Nos processos que tramitam no STF, o amicus curiae pode fazer
sustentação oral. Em regra, o amicus curiae dispõe de 15 minutos para a sustentação oral no STF. Se houver mais de um amicus
curiae, o prazo para sustentação oral no STF será duplicado e dividido entre eles. Assim, se forem três, por exemplo, em vez de 15, os
amici curiae (plural de amicus curiae) terão 30 minutos, que deverão dividir entre si (dez minutos pra cada).

Lavagem de Dinheiro - Pena pode ser aumentada se a lavagem de dinheiro ocorreu por meio de várias transações financeiras
envolvendo diversos países.

Dosimetria - Se a lavagem de dinheiro envolveu valores vultosos, a pena-base poderá ser aumentada (“consequências do crime”)
tendo em vista que, neste caso, considera-se que o delito violou o bem jurídico tutelado de forma muito mais intensa do que o usual.

Culpabilidade de Parlamentar na dosimetria - Na primeira fase da dosimetria em caso de condenação por lavagem de dinheiro, o
órgão julgador poderá aumentar a pena-base do Deputado Federal que exerce mandato há muitos anos, sob o argumento de que sua
culpabilidade é mais intensa. A transgressão da lei por parte de quem usualmente é depositário da confiança popular para o exercício
do poder enseja juízo de reprovação muito mais intenso do que seria cabível em se tratando de um cidadão comum.

Ocultar bens é crime permanente - O delito de lavagem de bens, direitos ou valores (“lavagem de dinheiro”), previsto no art. 1º da
Lei nº 9.613/98, quando praticado na modalidade de ocultação, tem natureza de crime permanente. A característica básica dos delitos
permanentes está na circunstância de que a execução desses crimes não se dá em um momento definido e específico, mas em um
alongar temporal. Assim, o prazo prescricional somente tem início quando as autoridades tomam conhecimento da conduta do agente.

Caso Maluf - Pratica o crime de lavagem de dinheiro o Deputado Federal que encobre (oculta) o dinheiro recebido decorrente de
corrupção passiva, utilizando-se, para tanto, de contas bancárias e fundos de investimentos situados na Ilha de Jersey, abertos em
nome de empresas “offshores”, com o objetivo de encobrir a verdadeira origem, natureza e propriedade do bem.

Não se pode fazer uma acusação baseada apenas no cargo ocupado pelo réu na empresa - Em denúncia por crime tributário
(escrituração com fraude) contra diretor da Vivo, no Pernambuco, O STF determinou o trancamento da ação penal afirmando que não
se pode invocar a teoria do domínio do fato, pura e simplesmente, sem nenhuma outra prova, citando de forma genérica o diretor
estatutário. Em matéria de crimes societários, a denúncia deve apresentar, suficiente e adequadamente, a conduta atribuível a cada um
dos agentes, de modo a possibilitar a identificação do papel desempenhado pelos denunciados na estrutura jurídico-administrativa.

Indenização em voos internacionais não se aplica conforme CDC - Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as
normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as
Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor. Art. 178. A lei disporá sobre a
ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos
firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade.

Crimes sexuais - Bisavô está no terceiro grau da linha reta e não há nenhuma limitação legal quanto ao número de gerações. Assim,
se o bisavô pratica estupro de vulnerável contra sua bisneta, deverá incidir a causa de aumento de pena prevista no art. 226, II, do CP.

Obrigação de fazer não sujeita a precatórios - A execução provisória de obrigação de fazer em face da Fazenda Pública não atrai o
regime constitucional dos precatórios. Dessa forma, é possível a execução provisória contra a Fazenda Pública, por exemplo, no caso
de obrigação de instituir pensão por morte para dependente de ex-servidor.

Responsabilidade Civil em transporte aéreo - O prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em
voo doméstico é de 5 anos segundo entendimento do STJ, aplicando-se o CDC. No entanto o prazo prescricional da ação de
responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo internacional será de 2 anos, com base no art. 29 da Convenção de Varsóvia.

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Regime Geral de Previdência para políticos não vinculados a regime próprio - Incide contribuição previdenciária sobre os
rendimentos pagos aos exercentes de mandato eletivo, decorrentes da prestação de serviços à União, aos Estados e ao Distrito Federal
ou aos Municípios, após o advento da Lei nº 10.887/2004, desde que não vinculados a regime próprio de previdência.

Imunidade material - Deputado Estadual que, ao defender a privatização de banco estadual, presta declarações supostamente falsas
sobre o montante das dívidas dessa instituição financeira não comete o delito do art. 3º da Lei nº 7.492/86.

Honorários recursais - É cabível a fixação de honorários recursais, prevista no art. 85, § 11, do CPC/2015, mesmo quando não
apresentadas contrarrazões ou contraminuta pelo advogado.

Advogado e sala de estado maior – para a Lei o advogado tem direito a prisão especial até o trânsito em julgaod da decisão
condenatória, para o STJ a prerrogativa é aplicável apenas na prisão cautelar e para o STF, apesar de não haver manifestação formal,
não se tem admitido reclamações que discutem alocação em prisão comum de condenados em 2º grau.

Não se tira HC de decisão monocrática do STF - Não cabe habeas corpus se a impetração for ajuizada em face de decisões
monocráticas proferidas por Ministro do Supremo Tribunal Federal.

Confisco de bens inerentes ao tráfico - É possível o confisco de todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência
do tráfico de drogas, sem a necessidade de se perquirir a habitualidade, reiteração do uso do bem para tal finalidade, a sua
modificação para dificultar a descoberta do local do acondicionamento da droga ou qualquer outro requisito além daqueles previstos
expressamente no art. 243, parágrafo único, da Constituição Federal.

Extradição simplificada - Em regra, o simples fato de o extraditando estar de acordo com o pedido extradicional e de declarar que
deseja retornar ao Estado requerente a fim de se submeter ao processo criminal naquele País não exonera (não exime) o STF do dever
de efetuar o controle da legalidade sobre a postulação formulada pelo Estado requerente. No entanto, é possível que ocorra uma
peculiaridade. É possível que o tratado que rege a extradição entre o Brasil e o Estado estrangeiro preveja um procedimento
simplificado no caso de o extraditando concordar com o pedido. O STF nesses casos somente homologa e a entrega é imediata.

Coisa julgada em ações coletivas de associações - A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de rito
ordinário, ajuizada por associação civil na defesa de interesses dos associados, somente alcança os filiados, residentes no âmbito da
jurisdição do órgão julgador, que o fossem em momento anterior ou até a data da propositura da demanda, constantes da relação
jurídica juntada à inicial do processo de conhecimento.

Crimes comuns e governadores - Não há necessidade de prévia autorização da Assembleia Legislativa para que o STJ receba
denúncia ou queixa e instaure ação penal contra Governador, por crime comum. Previsão nesse sentido em CE é inconstitucional. NO
ato de recebimento o STJ pode analisar a necessidade de afastamento do cargo e/ou aplicação de outras cautelares.

Paridade entre cônjuges e companheiros - Em caso de sucessão causa mortis do companheiro deverão ser aplicadas as mesmas
regras da sucessão causa mortis do cônjuge. É inconstitucional a diferenciação de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros,

STF, condenação de parlamentar e perda do mandato - Se o STF condenar um parlamentar federal a mais de 120 dias em regime
fechado a perda do cargo será uma consequência lógica da condenação. Neste caso, caberá à Mesa da Câmara ou do Senado apenas
declarar que houve a perda (sem poder discordar da decisão do STF), nos termos do art. 55, III e § 3º da CF/88. Se o Deputado ou
Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto: a condenação criminal não gera a perda automática do cargo. O
Plenário da Câmara ou do Senado irá deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, se o condenado deverá ou não perder o mandato.

Policiais são proibidos de fazer greve - O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais
civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. É obrigatória a participação do Poder
Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do CPC, para
vocalização dos interesses da categoria.

STF não executa julgado coletivo - Não compete originariamente ao STF processar e julgar execução individual de sentenças
genéricas de perfil coletivo, inclusive aquelas proferidas em sede mandamental. Tal atribuição cabe aos órgãos judiciários
competentes de primeira instância.

STF e recurso de HC no STJ - Em regra, não cabe habeas corpus para o STF contra decisão monocrática do Ministro do STJ que
não conhece ou denega habeas corpus que havia sido interposto naquele Tribunal. É necessário que primeiro o impetrante exaure

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(esgote) as vias recursais ainda cabíveis (no caso, o agravo regimental). Exceção: essa regra pode ser afastada em casos excepcionais,
quando a decisão atacada se mostrar teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou manifestamente contrária à jurisprudência do STF,
situações nas quais o STF poderia conceder de ofício o habeas corpus.

Descumprimento de colaboração premiada não enseja prisão - Não se pode decretar a prisão preventiva do acusado pelo simples
fato de ele ter descumprido acordo de colaboração premiada. Não há, sob o ponto de vista jurídico, relação direta entre a prisão
preventiva e o acordo de colaboração premiada. Tampouco há previsão de que, em decorrência do descumprimento do acordo, seja
restabelecida prisão preventiva anteriormente revogada. É necessário verificar a presença dos requisitos da prisão preventiva.

Bens da União - A EC 46/2005 não interferiu na propriedade da União, nos moldes do art. 20, VII, da Constituição Federal, sobre os
terrenos de marinha e seus acrescidos situados em ilhas costeiras sede de Municípios. Continuam pertencendo à União os terrenos de
marinha situados em ilha costeira que seja sede de Município.

Teto Constitucional remuneratório é por cargo - Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e
funções, a incidência do art. 37, XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a
observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público.

Responsabilidade da Administração Pública por dívida trabalhista em contratos de licitação - O inadimplemento dos encargos
trabalhistas dos empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade pelo seu
pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93. Lembrar, no entanto, que é
possível sim, excepcionalmente, que a Administração Pública responda pelas dívidas trabalhistas contraídas pela empresa contratada
se o ex-empregado comprovar que houve efetiva falha do Poder Público na fiscalização do contrato.

Imunidade Tributária - Não se pode aplicar a imunidade tributária recíproca se o bem está desvinculado de finalidade estatal. Se o
imóvel da Infraero é ocupado por concessionária de veículos, o IPTU incidirá em razão da natureza das atividades.

Universidade Pública pode cobrar por especialização - A garantia constitucional da gratuidade de ensino não obsta a cobrança por
universidades públicas de mensalidade em cursos de especialização.

Estabelecimento prisional - Não viola a SV 56 a situação do condenado ao regime semiaberto que está cumprindo pena em presídio
do regime fechado, mas em uma ala destinada aos presos do semiaberto. Presos do regime semiaberto podem ficar em outra unidade
prisional que não seja colônia agrícola ou industrial, desde que se trate de estabelecimento adequado às características do semiaberto.

BPC para estrangeiros - estrangeiros residentes no País são beneficiários da assistência social prevista no art. 203, V, da
Constituição Federal, uma vez atendidos os requisitos constitucionais e legais.

Colaboração Premiada - O réu colaborador não terá direito ao perdão judicial, mas apenas à redução da pena, caso a sua colaboração
não tenha tido grande efetividade como meio para obter provas, considerando que as investigações policiais, em momento anterior ao
da celebração do acordo, já haviam revelado os elementos probatórios acerca do esquema criminoso integrado.

Crimes de Licitação - O art. 89 da Lei nº 8.666/1993 exige o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de praticar o ilícito
penal, que não se faz presente quando o acusado atua com fulcro em parecer da Procuradoria Jurídica no sentido da inexigibilidade da
licitação. Dessa forma, Se o sotfware adquirido sem licitação tinha mais especificações do que os das concorrentes e era mais
adequado ao seu objeto, não há o crime de dispensa irregular de licitação.

Juros de mora em precatórios - Incidem os juros da mora no período compreendido entre a data da realização dos cálculos e a da
requisição de pequeno valor (RPV) ou do precatório (esse prazo é posterior ao interregno de constituição do precatório).

COISA JULGADA - CBF não poderia ter editado resolução declarando tanto o Sport como o Flamengo campeões de 1987 -
decisão judicial que conferiu ao Sport o título de campeão brasileiro de 1987 transitou em julgado e não podia ser alterada por
resolução posterior da CBF. A autonomia das entidades desportivas não autoriza a transformação da CBF em órgão revisor de
pronunciamentos jurisdicionais alcançados pela preclusão.

Autarquias Federais de classe não gozam do regime de precatórios - Os pagamentos devidos, em razão de pronunciamento
judicial, pelos Conselhos de Fiscalização (exs: CREA, CRM, COREN, CRO) não se submetem ao regime de precatórios.

Essencialidade de produtos por região é constitucional quanto ao IPI - Era constitucional, sob o ângulo do caráter seletivo, em
função da essencialidade do produto e do tratamento isonômico, o art. 2º da Lei nº 8.393/91, que revelava alíquota máxima de IPI de
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18%, assegurada isenção, quanto aos contribuintes situados na área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste
- SUDENE e da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia - SUDAM, e autorização para redução de até 50% da alíquota,
presentes contribuintes situados nos Estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. Tal dispositivo foi revogado antes do julgamento
pelo STF, mas a decisão diz respeito a casos concretos ocorridos na época em que vigia essa norma.

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA - Empresa privada com finalidade lucrativa e que for arrendatária de imóvel público não goza de
imunidade tributária (lembrar do Porto de Santo, caso da Petrobrás e pagamento de IPTU por cedido da União).

Remição de pena - Segundo o art. 30 da LEP, a jornada diária de trabalho do apenado deve ser de, no mínimo, 6 horas e, no máximo,
8 horas. Apesar disso, se um condenado, por determinação da direção do presídio, trabalha 4 horas diárias (menos do que prevê a Lei),
este período deverá ser computado para fins de remição de pena, sob pena de frustar legítima expectativa e ofensa aos princípios da
segurança jurídica e da proteção da confiança.

Aposentadoria com revisão e efeitos financeiros - Os efeitos financeiros das revisões de aposentadoria concedida com base no art.
6º-A da EC 41/2003, introduzido pela EC 70/2012, somente se produzirão a partir da data de sua promulgação (30/3/2012).

Contribuição Social para empregador rural - É constitucional formal e materialmente a contribuição social do empregador rural
pessoa física, instituída pela Lei nº 10.256/2001, incidente sobre a receita bruta obtida com a comercialização de sua produção.

Contribuição social incide sobre ganhos habituais - A contribuição social a cargo do empregador incide sobre ganhos habituais do
empregado, quer anteriores ou posteriores à Emenda Constitucional 20/1998.

Regime inicial não é agravado para crimes de tráfico - O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 anos e não exceda
a 8 anos, tem o direito de cumprir a pena corporal em regime semiaberto (art. 33, § 2°, b, do CP), caso as circunstâncias judiciais do
art. 59 lhe forem favoráveis. Obs: não importa que a condenação tenha sido por tráfico de drogas. A imposição de regime de
cumprimento de pena mais gravoso deve ser fundamentada, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima (art. 33, §
3°, do CP). A gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para justificar a fixação do regime mais gravoso.

Pluralidade de delitos de licitação - Administrador que contrata empresa para reforma de ginásio sem situação de emergência e que
depois faz aditivo para ampliar o objeto pratica, em tese, os delitos dos arts. 89 e 92.

É possível cumular aposentadoria e pensão de natureza civil e militar - A CF/67 e a CF/88 (antes da EC 20/98) não proibiam que
o militar reformado voltasse ao serviço público e, posteriormente, se aposentasse no cargo civil, acumulando os dois proventos. Essa
acumulação de proventos é possível. O art. 11 da EC 20/98 proibiu, expressamente, a concessão de mais de uma aposentadoria pelo
regime de previdência dos servidores civis. No entanto, este dispositivo não vedou a cumulação de aposentadoria de servidor público
com proventos de militar. Sendo possível a cumulação de proventos, é também permitido que o dependente acumule as duas pensões

Relativização do prazo decadencial do MS -Em outubro/2004, a parte impetrou mandado de segurança no STF, quando já havia se
passado mais de 120 dias da publicação do ato impugnado. Dessa forma, o Ministro Relator deveria ter extinguido o mandado de
segurança sem resolução do mérito pela decadência. Ocorre que o Ministro não se atentou para esse fato e concedeu a liminar
pleiteada. Em março/2017, a 1ª Turma do STF apreciou o mandado de segurança e reconheceu que o MS foi impetrado fora do prazo,
no entanto, como foi concedida liminar e esta perdurou por mais de 12 anos, os Ministros entenderam que deveria ser apreciado o
mérito da ação, em nome da segurança jurídica.

Abono de permanência é benefício pessoal - A ocupação de novo cargo dentro da estrutura do Poder Judiciário, pelo titular do
abono de permanência, não implica a cessação do benefício.

Notícia anônima de per si não autoriza interceptação telefônica - As notícias anônimas ("denúncias anônimas") não autorizam, por
si sós, a propositura de ação penal ou mesmo, na fase de investigação preliminar, o emprego de métodos invasivos de investigação,
como interceptação telefônica ou busca e apreensão. Entretanto, elas podem constituir fonte de informação e de provas que não
podem ser simplesmente descartadas pelos órgãos do Poder Judiciário. A autoridade policial em caso de “denúncia anônima” deve: 1)
realizar investigações preliminares para confirmar a credibilidade da “denúncia”; 2) Sendo confirmado que a “denúncia anônima”
possui aparência mínima de procedência, instaura-se inquérito policial; 3) Instaurado o inquérito, a autoridade policial deverá buscar
outros meios de prova que não a interceptação telefônica (esta é a ultima ratio). Se houver indícios concretos contra os investigados,
mas a interceptação se revelar imprescindível para provar o crime, poderá ser requerida a quebra do sigilo telefônico ao magistrado.

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Sustentação oral em liminar de MS - Não cabe sustentação oral no julgamento que aprecia o pedido de liminar formulado em
mandado de segurança. Obs: caberá sustentação oral no julgamento final do MS.

Rito processual do Impeachment - Caso o Presidente da República seja "acusado" de ter praticado um crime de responsabilidade, a
Câmara dos Deputados é que irá decidir se autoriza ou não a instauração de processo, nos termos do art. 51, I, da CF/88. O art. 187, §
4º do Regimento da Câmara dos Deputados prevê que, na votação que autoriza ou não a instauração de processo, cada Deputado
Federal será chamado nominalmente e deverá responder "sim" ou "não". Ainda segundo este § 4º, a chamada dos Deputados Federais
para votar deverá ocorrer, "alternadamente, do norte para o sul e vice-versa". Segundo decidiu o STF, não existe nenhuma
inconstitucionalidade nesta previsão, não havendo ofensa aos princípios do contraditório, da ampla defesa, da impessoalidade, da
moralidade e da República. Qualquer tipo de votação nominal, independentemente do critério adotado, jamais poderá afastar a
possibilidade de "efeito cascata". O STF afirmou, ainda, que não se pode exigir isenção e imparcialidade dos membros da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal. Na realidade, o “impeachment” é uma questão política que deve de ser resolvida com critérios
políticos. A garantia da imparcialidade está no alto quórum exigido para a votação.

Atividade jurídica para magistratura - A comprovação do triênio de atividade jurídica exigida para o ingresso no cargo de juiz
substituto, nos termos do art. 93, I, da CF, deve ocorrer no momento da inscrição definitiva no concurso público.

Cabível regime aberto e restritiva de direitos em tráfico - Se o réu, não reincidente, for condenado, por tráfico de drogas, a pena de
até 4 anos, e se as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP forem positivas (favoráveis), o juiz deverá fixar o regime aberto e deverá
conceder a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, preenchidos os requisitos do art. 44 do CP. A
gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para justificar a fixação do regime mais gravoso.

Atualização monetária em restituição de tributos - A mora injustificada ou irrazoável do Fisco em restituir o valor devido ao
contribuinte caracteriza a resistência ilegítima autorizadora da incidência da correção monetária.

Contagem de prazo - Nos casos de intimação pessoal realizada por oficial de justiça, a contagem do prazo para a interposição de
recursos ou a eventual certificação de trânsito em julgado começa a partir da juntada aos autos do mandado devidamente cumprido.

Competência para desmembramento de investigação de autoridade com foro por prerrogativa de função - Cabe apenas ao STF
decidir sobre a necessidade de desmembramento de investigações que envolvam autoridades com prerrogativa de foro. De igual
forma, se surgem diálogos envolvendo autoridade com foro no STF, o juiz que havia autorizado a interceptação não poderá levantar o
sigilo do processo e permitir o acesso às conversas porque a decisão quanto a isso é também do STF (Lembrar também que não basta
menção à autoridade com prerrogativa de função, deve existir indícios de prática delitiva).

Não cabe HC para análise de tipo penal - É incabível a utilização do “HC” para se obter a desclassificação de imputação de
homicídio doloso, na modalidade dolo eventual, para homicídio culposo, na hipótese em que apurada a prática de homicídio na
direção de veículo automotor. Os limites estreitos dessa via processual impossibilitam análise apurada do elemento subjetivo do tipo.

A competência da Justiça Federal está no art. 109, CF - O fato de o delito ter sido cometido por brasileiro no exterior, por si só,
não atrai a competência da justiça federal.

Promotor não pode ocupar cargo público fora do MP - Membros do Ministério Público não podem ocupar cargos públicos fora do
âmbito da instituição, salvo cargo de professor e funções de magistério. A Resolução 72/2011 do CNMP, ao permitir que membro do
Parquet exerça cargos fora do MP, é flagrantemente contrária ao art. 128, § 5º, II, "d", da CF/88. Consequentemente, a nomeação de
membro do MP para o cargo de Ministro da Justiça viola o texto constitucional.

Valoração da natureza e quantidade de drogas para fixação de regime inicial - É legítima a fixação de regime inicial semiaberto,
tendo em conta a quantidade e a natureza do entorpecente, na hipótese em que ao condenado por tráfico tenha sido aplicada pena
inferior a 4 anos de reclusão. A valoração negativa desses fatores é suficiente para a fixação de regime inicial mais gravoso.

É possível inquérito policial antes da constituição do crédito tributário - Nos crimes de sonegação tributária, apesar de a
jurisprudência do STF condicionar a persecução penal à existência do lançamento tributário definitivo, o mesmo não ocorre quanto à
investigação preliminar. Em outras palavras, mesmo não tendo havido ainda a constituição definitiva do crédito tributário, já é
possível o início da investigação criminal para apurar o fato.

Indenização à União por custo com formação oficial - Praça que pediu seu desligamento das Forças Armadas pouco antes de se
tornar oficial deverá indenizar as despesas feitas pela União com a sua preparação e formação.

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Inconstitucionalidade de revogação de lei que concede reajuste salarial - A Lei que concede reajuste a servidores, ainda que com
efeito financeiro pro futuro, entra em vigor na data de sua publicação, data em que os beneficiados passaram a ter direito adquirido ao
reajuste. Posterior lei revogadora é inconstitucional por violar o direito adquirido (art. 5º, XXXVI, da CF/88) e o princípio da
irredutibilidade dos vencimentos (art. 37, XV).

Responsabilidade Civil Estatal por morte de detento - Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no
art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o Estado é responsável pela morte de detento (lembrar do contexto fático – a responsabilização
somente se dará quando em situação de omissão acerca de cuidado necessário. Quando a morte se der em condições que se daria em
caso de liberdade não haverá responsabilidade estatal).

Fiscalização do TCU não impõe contraditório aos prejudicados - Em auditoria realizada pelo TCU para apurar a gestão
administrativa do Poder Legislativo, os servidores indiretamente afetados pelas determinações do Tribunal não possuem direito de
serem ouvidos no processo fiscalizatório. Não existe, no caso, desrespeito ao devido processo legal. A atuação do TCU ficaria
inviabilizada se, nas auditorias realizadas, fosse necessário intimar, para integrar o processo administrativo de controle, qualquer um
que pudesse ser alcançado, embora de forma indireta, pela decisão da Corte.

Internação como medida excepcional - O ato de internação do menor é medida excepcional, apenas cabível quando atendidos os
requisitos do art. 122 do ECA: Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando: I — tratar-se de ato infracional
cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa; II — por reiteração no cometimento de outras infrações graves; III — por
descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.

Pureza da droga não é relevante para dosimetria – O grau de pureza da droga é irrelevante para fins de dosimetria da pena. De
acordo com a Lei nº 11.343/2006, preponderam apenas a natureza e a quantidade da droga apreendida para o cálculo.

Em desapropriação pode-se desconsiderar laudo pericial - A preferência do julgador por determinada prova insere-se no livre
convencimento motivado e não cabe compelir o magistrado a colher com primazia determinada prova em detrimento de outras
pretendidas pelas partes se, pela base do conjunto probatório tiver se convencido da verdade dos fatos.

Emenda parlamentar em lei de iniciativa do TC - A iniciativa de projetos de lei que tratem sobre a organização e o funcionamento
dos Tribunais de Contas é reservada privativamente ao próprio Tribunal (arts. 73 e 96, II, “b”, da CF/88). É possível que haja emendas
parlamentares em projetos de lei de iniciativa do Tribunal de Contas, desde que respeitados dois requisitos: a) guardem pertinência
temática com a proposta original (tratem sobre o mesmo assunto); b) não acarretem em aumento de despesas.

É inconstitucional lei estadual que amplia os limites máximos de gastos com pessoal fixados pelos arts. 19 e 20 da Lei de
Responsabilidade (LC 101/2000) - O art. 169 da CF/88 determina que a despesa com pessoal da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. Esta lei complementar de que trata a
Constituição é uma lei complementar nacional que, no caso, é a LC 101/2000. A legislação estadual, ao fixar limites de gastos mais
generosos, viola os parâmetros normativos contidos na LRF, e, com isso, usurpa a competência da União para dispor sobre o tema.

Regularidade de designação de Promotor Eleitoral por Procurador Regional Eleitoral - O art. 79 da LC 75/93, que confere ao
Procurador Regional Eleitoral a incumbência de designar os membros do Ministério Público estadual que atuarão junto à Justiça
Eleitoral, é constitucional, tanto sob o ponto de vista formal como material. O PGR detém a prerrogativa, ao lado daquela atribuída ao
Chefe do Poder Executivo, de iniciar os projetos de lei que versem sobre a organização e as atribuições do Ministério Público
Eleitoral. A designação de membro do Ministério Público local (estadual) como Promotor Eleitoral por Procurador Regional Eleitoral,
que é membro do Ministério Público Federal, não afronta a autonomia administrativa do Ministério Público do Estado.

Não há direito absoluto à produção de prova - Em casos complexos, há que se confiar no prudente arbítrio do juiz da causa, mais
próximo dos fatos, quanto à avaliação da pertinência e relevância das provas requeridas pelas partes. Assim, não há nulidade se o juiz
indefere, de modo fundamentado, a oitiva das vítimas do crime. Em regra, o ofendido deverá ser ouvido na audiência de instrução. No
entanto, a obrigatoriedade de oitiva da vítima deve ser compreendida à luz da razoabilidade e da utilidade prática da colheita da prova.

Possível ADI de Lei Orçamentária - É possível a impugnação, em sede de controle abstrato de constitucionalidade, de leis
orçamentárias (lei orçamentária, lei de diretrizes orçamentárias e lei de abertura de crédito extraordinário).

Prazos para licença adotante - Os prazos da licença-adotante não podem ser inferiores ao prazo da licença-gestante, o mesmo
valendo para as respectivas prorrogações. Em relação à licença não é possível fixar prazos diversos em função da idade da criança.

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Tipificação, crimes contra administração pública - Secretária de Estado que desvia verbas de convênio federal que tinha destinação
específica e as utiliza para pagamento da folha de servidores não pratica o crime de peculato (art. 312 do CP), mas sim o delito de
emprego irregular de verbas ou rendas públicas (art. 315).

Inconstitucionalidade de Lei Estadual sobre revalidação de diplomas - A lei estadual que trata sobre revalidação de títulos obtidos
em instituições de ensino superior dos países membros do MERCOSUL afronta o pacto federativo (art. 60, §4º, I, da CF/88) na
medida em que usurpa a competência da União para dispor sobre diretrizes e bases da educação nacional (art. 22, XXIV).

Impossibilidade de instrução em MS - O mandado de segurança não é a via adequada para aferir critérios utilizados pelo TCU e que
culminaram por condenar solidariamente a empresa impetrante à devolução de valores ao erário, em razão de superfaturamento de
preços constatado em aditamentos contratuais por ela celebrados com a Administração Pública. Isso porque para a análise do pedido
seria necessária a análise pericial e verificação de preços, dados e tabelas, o que é incompatível com o rito do mandado de segurança.

Não é possível férias coletiva no Judiciário - É correta decisão do CNJ que considera indevida a existência de férias coletivas para
servidores de Tribunal de Justiça, mesmo que estas estejam previstas em lei ou ato normativo estadual. Isso porque a EC 45/2004
incluiu o inciso XII ao art. 93 da CF/88 proibindo as férias coletivas de juízes e Tribunais de 2º grau.

Não é possível aplicar o art. 86, § 4º, da CF/88 para o Presidente da Câmara dos Deputados - Considerando que a garantia
prevista neste dispositivo é destinada expressamente ao chefe do Poder Executivo da União (Presidente da República). Desse modo,
por se tratar de um dispositivo de natureza restritiva, não é possível qualquer interpretação que amplie a sua incidência a outras
autoridades, notadamente do Poder Legislativo (O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções).

IC e prova emprestada - É possível compartilhar as provas colhidas em sede de investigação criminal para serem utilizadas, como
prova emprestada, em inquérito civil público e em outras ações decorrentes do fato investigado. Esse empréstimo é permitido mesmo
que as provas tenham sido obtidas por meio do afastamento ("quebra") judicial dos sigilos financeiro, fiscal e telefônico.

Nepotismo - Não haverá nepotismo se a pessoa nomeada possui parente no órgão mas sem influência hierárquica sobre a nomeação

Sigilo Bancário - As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios podem
requisitar diretamente das instituições financeiras informações sobre as movimentações bancárias dos contribuintes. Esta
possibilidade encontra-se prevista no art. 6º da LC 105/2001, que foi considerada constitucional pelo STF. Isso porque esta previsão
não se caracteriza como "quebra" de sigilo bancário, ocorrendo apenas a “transferência de sigilo” dos bancos ao Fisco. Vale ressaltar
que os Estados-Membros e os Municípios somente podem obter as informações previstas no art. 6º da LC 105/2001, uma vez
regulamentada a matéria de forma análoga ao Decreto Federal nº 3.724/2001, observados os seguintes parâmetros: a) pertinência
temática entre a obtenção das informações bancárias e o tributo objeto de cobrança no procedimento administrativo instaurado; b)
prévia notificação do contribuinte quanto à instauração do processo e a todos os demais atos, garantido o mais amplo acesso do
contribuinte aos autos, permitindo-lhe tirar cópias, não apenas de documentos, mas também de decisões; c) sujeição do pedido de
acesso a um superior hierárquico; d) existência de sistemas eletrônicos de segurança que fossem certificados e com o registro de
acesso; e, finalmente, e) estabelecimento de mecanismos efetivos de apuração e correção de desvios.

Não cabe HC contra ato de ministro do STF - NÃO é cabível HC em face de decisão monocrática proferida por Ministro do STF.

Execução provisória da pena após prolação de acórdão - A execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau
de apelação, ainda que sujeito a recurso especial ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional da presunção de
inocência. Em outras palavras, é possível o início da execução da pena condenatória após a prolação de acórdão condenatório em 2º
grau e isso não ofende o princípio constitucional da presunção da inocência.

Nulidade, julgamento por juízes convocados ao Tribunal - Não viola o princípio do juiz natural o julgamento de apelação por
órgão colegiado presidido por desembargador, sendo os demais integrantes juízes convocados.

Nulidades e Defensor Público Natural – Não há nulidade na substituição de DP por defensor dativo em audiência em que aquele não
pode comparecer e requereu, antecipadamente, redesignação. O STF entendeu que não houve violação aos princípios da ampla defesa
e do "Defensor Público natural" considerando que: a) o inciso VI do art. 4º da LC 80/94 não garante exclusividade à Defensoria para
atuar nas causas em que figure pessoa carente; b) o indeferimento do pedido da defesa não causou prejuízo ao réu, já que o defensor
dativo teve entrevista prévia reservada com o acusado e formulou perguntas na audiência, participando ativamente do ato processual;
c) a impossibilidade de a Defensoria atuar na comarca não acarreta direito à redesignação dos atos processuais.
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Ampla defesa e colaboração premiada - Não viola o entendimento da SV 14-STF a decisão do juiz que nega a réu denunciado com
base em um acordo de colaboração premiada o acesso a outros termos de declarações que não digam respeito aos fatos pelos quais ele
está sendo acusado, especialmente se tais declarações ainda estão sendo investigadas, situação na qual existe previsão de sigilo, nos
termos do art. 7º da Lei nº 12.850/2013

IOF incide sobre transmissão de ações em companhias abertas - É constitucional o art. 1º, IV, da Lei nº 8.033/90, uma vez que a
incidência de IOF sobre o negócio jurídico de transmissão de títulos e valores mobiliários, tais como ações de companhias abertas e
respectivas bonificações, encontra respaldo no art. 153, V, da CF, sem ofender os princípios tributários da anterioridade e da
irretroatividade, nem demandar a reserva de lei complementar (Art. 1º São instituídas as seguintes incidências do imposto sobre
operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários: IV - transmissão de ações de companhias abertas e
das consequentes bonificações emitidas).

Amparo Assistencial - Em 1998, na ADI 1.232/DF, o STF havia decidido que o critério previsto no § 3º do art. 20 da Lei nº 8.742/93
era constitucional. Em 2013, ao apreciar novamente o tema no RE 567.985/MT, no RE 580963/PR e no Rcl 4374/PE, processos
individuais julgados em conjunto, o STF mudou de entendimento e afirmou que o referido § 3º é parcialmente inconstitucional.

IPI incide sobre veículo importado por pessoa física - Incide o IPI em importação de veículos automotores por pessoa natural,
ainda que não desempenhe atividade empresarial, e o faça para uso próprio.

Exigência de dolo e dano em crime de licitação (art. 89) - Para que haja a condenação pelo crime do art. 89 da Lei nº 8.666/93,
exige-se a demonstração de que houve prejuízo ao erário e de que o agente tinha a finalidade específica de favorecimento indevido.
Assim, mesmo que a decisão de dispensa ou inexigibilidade da licitação tenha sido incorreta, isso não significa necessariamente que
tenha havido crime, sendo necessário analisar o prejuízo e o dolo do agente (Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses
previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade).

Indivisibilidade da ação penal privada - Não oferecida a queixa-crime contra todos os supostos autores ou partícipes da prática
delituosa, há afronta ao princípio da indivisibilidade da ação penal, a implicar renúncia tácita ao direito de querela, cuja eficácia
extintiva da punibilidade estende-se a todos quantos alegadamente hajam intervindo no cometimento da infração penal.

Precatórios à sociedade de economia mista - As sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de atuação própria do
Estado e de natureza não concorrencial submetem-se ao regime de precatório. O caso concreto no qual o STF decidiu isso envolvia
uma sociedade de economia mista prestadora de serviços de abastecimento de água e saneamento que prestava serviço público
primário e em regime de exclusividade. O STF entendeu que a atuação desta sociedade de economia mista correspondia à própria
atuação do Estado, já que ela não tinha objetivo de lucro e o capital social era majoritariamente estatal. Logo, diante disso, o STF
reconheceu que ela teria direito ao processamento da execução por meio de precatório.

Reclamação pode ensejar superação de entendimento do STF - Em regra, a decisão proferida pelo STF em processos individuais
(ex: recurso extraordinário, reclamação) possui eficácia interpartes. No entanto, no caso do RE 567.985/MT, do RE 580963/PR e do
Rcl 4374/PE é diferente. Isso porque o Plenário da Corte Suprema, no julgamento desses processos não apenas resolveu o conflito
individual deduzido naquela causa, mas realizou, expressamente, a reinterpretação da decisão proferida pelo STF na ADI 1.232/DF.
Em outras palavras, a decisão proferida no processo individual ganhou eficácia erga omnes e efeito vinculante porque reinterpretou e
modificou uma decisão proferida em ADI, que possui tais atributos. Logo, por ter "substituído" um entendimento do STF que tinha
eficácia erga omnes e efeito vinculante, a nova decisão proferida em sede de controle concreto ganhou contornos de controle abstrato.
Dessa forma, se uma decisão proferida por outro órgão jurisdicional violar o que foi decidido pelo STF no RE 567.985/MT, no RE
580963/PR e no Rcl 4374/PE caberá reclamação para o Supremo. Obs: apenas para esclarecer, em 1998, na ADI 1.232/DF, o STF
havia decidido que o § 3º do art. 20 da Lei nº 8.742/93 era constitucional. Em 2013, ao apreciar novamente o tema no RE
567.985/MT, no RE 580963/PR e no Rcl 4374/PE, processos individuais julgados em conjunto, o STF mudou de entendimento e
afirmou que o referido § 3º é parcialmente inconstitucional.

Prescritibilidade de pretensão indenizatória estatal - É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de
ilícito civil. Dito de outro modo, se o Poder Público sofreu um dano ao erário decorrente de um ilícito civil e deseja ser ressarcido, ele
deverá ajuizar a ação no prazo prescricional previsto em lei. Vale ressaltar, entretanto, que essa tese não alcança prejuízos que
decorram de ato de improbidade administrativa que, até o momento, continuam sendo considerados imprescritíveis (art. 37, § 5º).

Independência funcional do MP - A renúncia do Ministério Público Militar ao direito de contrarrazoar — na condição de parte —,
em primeira instância, não impossibilita que a Procuradoria-Geral da Justiça Militar atue em segundo grau de jurisdição.

O presente resumo é baseado nos informa vos resumidos do site Dizer o Direito, com recortes e exclusão de temas não interessantes para concursos estaduais. Venda proibida. Distribuição livre.
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Investigações de autoridade com foro por prerrogativa de função - As investigações envolvendo autoridades com foro privativo
no STF somente podem ser iniciadas após autorização formal do STF. De igual modo, as diligências investigatórias envolvendo
autoridades com foro privativo no STF precisam ser previamente requeridas e autorizadas pelo STF. Diante disso, indaga-se: depois
de o PGR requerer alguma diligência investigatória, antes de o Ministro-Relator decidir, é necessário que a defesa do investigado seja
ouvida e se manifeste sobre o pedido? NÃO. As diligências requeridas pelo Ministério Público Federal e deferidas pelo Ministro
Relator são meramente informativas, não suscetíveis ao princípio do contraditório. Desse modo, não cabe à defesa controlar, “ex
ante”, a investigação, o que acabaria por restringir os poderes instrutórios do Relator. Assim, o Ministro poderá deferir, mesmo sem
ouvir a defesa, as diligências requeridas pelo MP que entender pertinentes e relevantes para o esclarecimento dos fatos.

Tipicidade e competência - Se houver incorreto enquadramento fático-jurídico na capitulação penal, que repercuta na competência
do órgão jurisdicional, admite-se, excepcionalmente, a possibilidade de o magistrado, antes da pronúncia e submissão do réu ao júri
popular, efetuar a desclassificação para outro tipo penal e encaminhar o feito ao órgão competente. No caso, o STF considerou que
não havia homicídio doloso na conduta de um homem que entregou o seu carro a uma mulher embriagada para que esta dirigisse o
veículo, tendo havido acidente por conta do excesso de velocidade e da embriaguez, resultando na morte da mulher (condutora).

Alimentos e devedor desempregado - A CF/88 (art. 5º, LXVII) só admite a prisão por dívida decorrente de pensão alimentícia
quando a não prestação é voluntária e inescusável: "LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;" Com base nessa orientação, a 2ª Turma
concedeu habeas corpus de ofício a determinado devedor que estava preso por não ter pago a pensão alimentícia, mas provou, no caso
concreto, que estava desempregado. Os Ministros entenderam que o inadimplemento não foi voluntário.

Emenda parlamentar em projeto de lei do Executivo - É inconstitucional norma resultante de emenda parlamentar a projeto de lei
de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo, na hipótese em que a emenda apresentada acarrete aumento de despesa (art. 61,
§ 1º, II, “a” e art. 63, I, da CF/88).

Prova emprestada criminal - Não é nula a condenação criminal lastreada em prova produzida no âmbito da Receita Federal do
Brasil por meio da obtenção de informações de instituições financeiras sem prévia autorização judicial de quebra do sigilo bancário.
Isso porque o STF decidiu que são constitucionais os arts. 5º e 6º da LC 105/2001, que permitem o acesso direto da Receita Federal à
movimentação financeira dos contribuintes.

Redução do prazo prescrição penal à pessoa idosa - Para que incida a redução do prazo prescricional prevista no art. 115 do CP, é
necessário que, no momento da sentença, o condenado possua mais de 70 anos. Se ele só completou a idade após a sentença, não terá
direito ao benefício, mesmo que isso tenha ocorrido antes do julgamento de apelação interposta contra a sentença. Existe, no entanto,
uma situação em que o condenado será beneficiado pela redução do art. 115 do CP mesmo tendo completado 70 anos após a sentença:
isso ocorre quando o condenado opõe embargos de declaração contra o acórdão condenatório e esses embargos são conhecidos. Nesse
caso, o prazo prescricional será reduzido pela metade se o réu completar 70 anos até a data do julgamento dos embargos.

Indiciamento de autoridades - Em regra, a autoridade com foro por prerrogativa de função pode ser indiciada. Existem duas
exceções previstas em lei de autoridades que não podem ser indiciadas: a) Magistrados (art. 33, parágrafo único, da LC 35/79); b)
Membros do Ministério Público (art. 18, parágrafo único, da LC 75/73 e art. 40, parágrafo único, da Lei nº 8.625/93).

Nacionalidade - Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o green card decidir adquirir a nacionalidade norte-americana irá
perder a nacionalidade brasileira. Não se pode afirmar que a presente situação se enquadre na exceção prevista na alínea “b” do § 4º
do art. 12 da CF/88 porque não havia necessidade de ter adquirido a nacionalidade norte-americana como condição para permanência
ou para o exercício de direitos civis. Perdendo a nacionalidade ele perde os direitos e garantias inerentes ao brasileiro nato e se
cometer um crime nos EUA e fugir para o Brasil poderá ser extraditado sem que isso configure ofensa ao art. 5º, LI, da CF/88.

Restrições à telefonia e competência da União - A competência para legislar sobre serviços de telecomunicações é privativa da
União art. 21, XI e art. 22, IV, da CF/88. Logo, é inconstitucional lei estadual que determinou às empresas telefônicas que criem
cadastro de assinantes interessados em receber ofertas, que deve ser disponibilizado para as empresas de telemarketing.

Impedimentos na ação penal - O magistrado que atuou como corregedor em processo administrativo instaurado contra o réu não está
impedido de participar como julgador no processo criminal que tramita contra o acusado. A situação não se amolda em nenhuma das
hipóteses do art. 252 do CPP. O STF entende que não é possível criar, por meio de interpretação, novas causas de impedimento que
não estejam descritas expressamente nesse dispositivo.

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Interrogatório por precatória - No processo penal militar não há nulidade na realização de interrogatório do réu por meio de carta
precatória. Uma vez solto, não é ônus do Estado providenciar o seu transporte até a sede do órgão julgador para lá ser interrogado. O
CPPM não prevê expressamente a possibilidade de interrogatório por meio de carta precatória, mas é possível a realização pela
aplicação subsidiária do CPP.

Atenuante da confissão no CP Militar - A atenuante da confissão tratada no art. 72, III, "d", do Código Penal Militar está vinculada
à revelação da autoria criminosa ignorada ou imputada a outrem, diferente da atenuante de pena prevista no CP comum, a qual exige
apenas a espontaneidade. A atenuante do CP não pode ser aplicada para os crimes militares em virtude do critério da especialidade.

Afastamento de Deputado Federal do cargo por decisão judicial - O STF entendeu que a manutenção de Eduardo Cunha na
função de parlamentar e de Presidente da Câmara dos Deputados representaria risco para as investigações penais instauradas contra
ele e, por essa razão, determinou a suspensão do exercício do seu mandato de Deputado Federal e, por consequência, da função de
Presidente da Câmara dos Deputados que era por ele ocupada. A decisão foi baseada na medida cautelar prevista no art. 319, VI, do
CPP. Esse inciso VI do art. 319 do CPP pode ser utilizado como fundamento para se afastar do cargo Deputados Federais e Senadores.
Os §§ 2º e 3º do art. 55 da CF/88 outorgam às Casas Legislativas do Congresso Nacional a competência para decidir a respeito da
perda do mandato político. Isso não significa, no entanto, que o Poder Judiciário não possa suspender o exercício do mandato
parlamentar. A legitimidade do deferimento das medidas cautelares de persecução criminal contra Deputados e Senadores encontra
abrigo no princípio da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, XXXV, da CF/88) e no fato de que as imunidades parlamentares não são
absolutas, podendo ser relativizadas quando o cargo não for exercido segundo os fins constitucionalmente previstos. Vale ressaltar que
os membros do Poder Judiciário e até o chefe do Poder Executivo podem ser suspensos de suas atribuições quando estejam sendo
acusados de crime. Desse modo, não há razão para conferir tratamento diferenciado apenas aos Parlamentares, livrando-os de
qualquer intervenção preventiva no exercício do mandato por ordem judicial.

Constitucionalidade da desconstituição de título executivo eivado de inconstitucional - São constitucionais o parágrafo único do
art. 741 do CPC 1973, bem como os correspondentes dispositivos do CPC 2015 (art. 525, § 1º, III e §§ 12 e 14; e art. 535, § 5º). Tais
dispositivos buscam harmonizar a garantia da coisa julgada com o primado da Constituição e agregam ao sistema processual
brasileiro um mecanismo com eficácia rescisória de certas sentenças inconstitucionais, com hipóteses semelhantes às da ação
rescisória (art. 485, V, do CPC 1973; art. 966, V, do CPC 2015).

Inquérito policial não prejudica ação penal - A suspeição de autoridade policial não é motivo de nulidade do processo, pois o
inquérito é mera peça informativa, de que se serve o Ministério Público para o início da ação penal. Assim, é inviável a anulação do
processo penal por alegada irregularidade no inquérito, pois, segundo jurisprudência firmada no STF, as nulidades processuais estão
relacionadas apenas a defeitos de ordem jurídica pelos quais são afetados os atos praticados ao longo da ação penal condenatória.

Execução contra a Fazenda Pública - A fixação do prazo de 30 dias para a Fazenda apresentar embargos à execução não pode ser
considerado como irrazoável, afinal de contas esse é o mesmo prazo que o particular goza para apresentar embargos em caso de
execuções fiscais contra ele movidas pela Fazenda Pública (art. 16 da Lei nº 6.830/80). O estabelecimento de tratamento processual
especial para a Fazenda Pública, inclusive em relação a prazos diferenciados, quando razoáveis, não constitui propriamente restrição a
direito ou prerrogativa da parte adversa, mas busca atender ao princípio da supremacia do interesse público.

Responsabilidade Civil do Estado - A fixação do prazo prescricional de 5 anos para os pedidos de indenização por danos causados
por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, constante
do art. 1º-C da Lei 9.494/97, é constitucional.

Pensão por morte a companheiro - Não constitui requisito legal para a concessão de pensão por morte à companheira que a união
estável seja declarada judicialmente, mesmo que vigente formalmente o casamento. Assim, é possível o reconhecimento de união
estável de pessoa casada que esteja comprovadamente separada judicialmente ou de fato, para fins de concessão de pensão por morte,
sem necessidade de decisão judicial neste sentido.

Falta de vagas para progressão de regime - A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em
regime prisional mais gravoso. Os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes semiaberto e
aberto, para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos que não se qualifiquem como “colônia
agrícola, industrial” (regime semiaberto) ou “casa de albergado ou estabelecimento adequado” (regime aberto) (art. 33, §1º, alíneas
“b” e “c”, do CP). Havendo déficit de vagas, deverá determinar-se: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de
vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em prisão domiciliar por falta

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de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto; d) Até que
sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão domiciliar ao sentenciado.

Defensoria Pública e Autonomia administrativa - É inconstitucional lei estadual que atribui ao chefe do Poder Executivo estadual
competências administrativas no âmbito da DP. Assim, viola o art. 134, § 2º da CF/88 a lei estadual que preveja que compete ao
Governador: a) a nomeação do Subdefensor Público-Geral, do Corregedor-Geral, dos Defensores Chefes e do Ouvidor da Defensoria
Pública estadual; b) autorizar o afastamento de Defensores Públicos para estudos ou missão; c) propor, por meio de lei de sua
iniciativa, o subsídio dos membros da Defensoria Pública. Obs: tais competências pertencem ao Defensor Público-Geral do Estado.

Dosimetria da pena - A circunstância judicial "conduta social", prevista no art. 59 do Código Penal, representa o comportamento do
agente no meio familiar, no ambiente de trabalho e no relacionamento com outros indivíduos, diferente dos antecedentes criminais.
São circunstâncias distintas, com regramentos próprios. Assim, não se mostra correto o magistrado utilizar as condenações anteriores
transitadas em julgado como "conduta social desfavorável".

Não se aplica o princípio da insignificância aos delitos praticados em situação de violência doméstica - Os delitos praticados
com violência contra a mulher, devido à expressiva ofensividade, periculosidade social, reprovabilidade do comportamento e lesão
jurídica causada, perdem a característica da bagatela e devem submeter-se ao direito penal. O STJ e o STF não admitem a aplicação
dos princípios da insignificância e da bagatela imprópria aos crimes e contravenções praticados com violência ou grave ameaça contra
a mulher, no âmbito das relações domésticas, dada a relevância penal da conduta. Vale ressaltar que o fato de o casal ter se
reconciliado não significa atipicidade material da conduta ou desnecessidade de pena.

Possibilidade de renúncia ao direito em recurso extraordinário - É possível reconhecer, também na instância extraordinária, a
possibilidade da homologação do pedido de renúncia ao direito sobre o qual se funda a ação, quando postulado por procurador
habilitado com poderes específicos, desde que anterior ao julgamento final do recurso extraordinário.

Não cabe HC para se discutir se houve dolo eventual ou culpa consciente - É incabível a utilização do “habeas corpus” com a
finalidade de se obter a desclassificação de imputação de homicídio doloso (art. 121 do CP), na modalidade dolo eventual, para
homicídio culposo, na hipótese em que apurada a prática de homicídio na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB). Os limites
estreitos dessa via processual impossibilitam a análise apurada do elemento subjetivo do tipo penal.

Débitos de entes federativos e restrições perante a União - É possível adotar o princípio da intranscendência subjetiva das sanções
na seara administrativa, evitando-se restrições à administração de prefeito sucessor de mandato faltoso, quando tomadas todas as
providências para ressarcimento do erário.

Negativação de entes federados exige contraditório - É necessária a observância da garantia do devido processo legal, em especial,
do contraditório e da ampla defesa, relativamente à inscrição de entes públicos em cadastros federais de inadimplência. Assim, a
União, antes de incluir Estados-membros ou Municípios nos cadastros federais de inadimplência (exs: CAUC, SIAF) deverá assegurar
o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa.

Constitucionalidade de verba indenizatória a magistrados - O art. 65, § 2º da LOMAN (LC 35/1979), ao vedar a concessão de
adicionais ou vantagens pecuniárias nela não previstas, não proíbe que as leis estaduais prevejam o pagamento de verbas de natureza
indenizatória aos magistrados estaduais. Com base nesse entendimento, o STF considerou válida previsão de lei estadual que concede
aos magistrados o direito de serem ressarcidos pelos cofres públicos em relação às despesas médicas, cirúrgicas e odontológicas que
realizem e que excedam o custeio coberto pelo Instituto de Previdência do Estado.

Crimes eleitorais - Não comete crime de desobediência eleitoral o candidato que, proibido de ingressar em órgãos públicos com o
intuito de realizar atos inerentes à campanha eleitoral, adentra nos prédios da Administração Pública para filmar e fotografar
fiscalizando se o então Prefeito, seu adversário, estava praticando ilícitos eleitorais.

Estatuto do desarmamento - É atípica a conduta daquele que porta, na forma de pingente, munição desacompanhada de arma.

Crimes contra a Administração Pública - Empréstimos consignados de servidores e retidos pelo Município com dinheiro utilizado
para pagamento de despesas da Administração, sem repasse ao banco mutuante, configura os delitos doas artigos 312 (peculato) e
359-C do CP (assunção de obrigação sem contrapartida).

Inconstitucionalidade da lei da fosfoetanolamina sintética - É inconstitucional a Lei nº 13.269/2016, que autorizou o uso da
fosfoetanolamina sintética (“pílula do câncer”) por pacientes diagnosticados com neoplasia maligna mesmo sem que existam estudos

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conclusivos sobre os efeitos colaterais em seres humanos e mesmo sem que haja registro sanitário da substância perante a ANVISA.
Obs: trata-se de decisão cautelar, não tendo o julgamento sido ainda concluído.

Participação da Defensoria na LDO - É inconstitucional que a Lei de Diretrizes Orçamentárias seja elaborada sem contar com a
participação da DP para elaborar as respectivas propostas orçamentárias. Assim, a LDO enviada pelo Governador do Estado à
Assembleia Legislativa deve contar com a participação prévia da DP, aplicando-se o disposto no § 2º do art. 99 da CF/88.

Duodécimo da Defensoria - O Governador do Estado é obrigado a efetuar o repasse, sob a forma de duodécimos e até o dia 20 de
cada mês, da integralidade dos recursos orçamentários destinados, pela lei orçamentária, à Defensoria Pública estadual.

Inconstitucionalidade de redução unilateral pelo Executivo de lei orçamentária de órgãos constitucionalmente autônomos -
Governador do Estado, ao encaminhar para a Assembleia Legislativa o projeto de lei orçamentária, não pode reduzir a proposta
orçamentária elaborada pela Defensoria Pública e que estava de acordo com a LDO. Há, neste caso, violação ao § 2º do art. 134 da
CF/88. Caso o Governador do Estado discorde da proposta elaborada, ele poderá apenas pleitear ao Poder Legislativo a redução
pretendida, na fase de apreciação legislativa. Não pode já encaminhar o projeto com a proposta alterada.

Transporte de granada sem motivação política - O agente que é preso com duas granadas de uso exclusivo do Exército que seriam
utilizadas para roubar um banco não pratica crime do art. 12 da Lei nº 7.170/83. Isso porque não há, no presente caso, a motivação
política, que consiste no "dolo específico" (elemento subjetivo especial do tipo) exigido para a configuração dos crimes de que trata a
Lei de Segurança Nacional. Se o sujeito praticar uma conduta semelhante a esta, em tese, ele deverá responder pelo crime do art. 16
do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003).

Legitimidade de associação de magistrados - As associações que representam fração de categoria profissional não são legitimadas
para instaurar controle concentrado de constitucionalidade de norma que extrapole o universo de seus representados. A ANAMAGES,
associação que representa apenas os juízes estaduais, não pode ajuizar ADPF questionando dispositivo da LOMAN, considerando que
esta lei rege não apenas os juízes estaduais, mas sim os magistrados de todo o Poder Judiciário, seja ele federal ou estadual.

HC não é meio adequado para discutir direito de visita a preso - Não cabe habeas corpus contra decisão que negou direito de
familiar de preso internado em unidade prisional de com ele ter encontro direto, autorizando apenas a visita por meio do parlatório.

Juiz Instrutor - É possível que os Ministros do STJ e STF, em ações penais originárias destes Tribunais, deleguem a realização de
atos de instrução aos chamados juízes instrutores, não havendo nulidade nesta prática. Os juízes instrutores atuam como “longa
manus” do magistrado relator e, nessa condição, procedem sob sua supervisão. Trata-se de delegação limitada a atos de instrução, com
poder decisório restrito ao alcance desses objetivos. A atuação dos juízes instrutores encontra respaldo no art. 3º da Lei 8.038/90.

Foro por prerrogativa de função - Em regra, havendo a aposentadoria do Desembargador, ele deixa de ter foro por prerrogativa de
função no STJ e passa a ser julgado em 1ª instância. Se houver, no entanto, outros réus com foro privativo no STJ, é possível que este
Tribunal reconheça que existe conexão entre os fatos e que será útil ao deslinde da causa que os réus continuem a ser julgados
conjuntamente. Neste caso, não haverá desmembramento e o réu sem foro privativo será julgado também no Tribunal com os demais.
Este procedimento não viola a CF/88, conforme definido na Súmula 704-STF.

Súmula Vinculante 11 não se aplica à autoridade policial - A apresentação do custodiado algemado à imprensa pelas autoridades
policiais não afronta o Enunciado 11 da Súmula Vinculante, a qual se refere apenas a situações em que o emprego abusivo da algema
decorre de decisão judicial, no âmbito de um ato processual. Não abrange hipótese decorrente de ato da autoridade policial.

A contagem da saída temporária é feita em dias e não em horas - A contagem do prazo do benefício de saída temporária de preso é
feita em dias e não em horas. O apenado pedia que o prazo para a saída temporária fosse computado em horas. Segundo alegou, ele só
é liberado do presídio às 12 horas do primeiro dia do benefício, o que lhe é prejudicial, já que assim ele perde algumas horas e, na
prática, usufrui de apenas 6 dias e meio. A 2ª Turma do STF entendeu que, na esfera penal, a contagem do prazo é feita em dias (art.
10 do CP), não sendo possível fazê-la em horas. (Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os
meses e os anos pelo calendário comum).

Poder Judiciário pode obrigar fornecimento de vaga em creche - O Poder Judiciário pode obrigar o Município a fornecer vaga em
creche a criança de até 5 anos de idade. A educação infantil, em creche e pré-escola, representa prerrogativa constitucional
indisponível garantida às crianças até 5 anos de idade, sendo um dever do Estado (art. 208, IV, da CF/88). Os Municípios, que têm o
dever de atuar prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil (art. 211, § 2º, da CF/88), não podem se recusar a
cumprir este mandato constitucional, juridicamente vinculante, que lhes foi conferido pela Constituição Federal.
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Proibido prazo em dobro em processos eletrônicos - É cabível a aplicação analógica do prazo em dobro previsto no art. 229 do
CPC/2015 ao prazo previsto no art. 4º da Lei nº 8.038/90 (“Apresentada a denúncia ou a queixa ao Tribunal, far-se-á a notificação do
acusado para oferecer resposta no prazo de quinze dias”). "Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de
escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
independentemente de requerimento." No entanto, não cabe a aplicação subsidiária do art. 229 quando o processo for digital pois o
mesmo artigo veda tal hipótese em seu § 2º.

Cabimento de honorários em Embargos de Declaração – Com o novo CPC é possível condenar a parte sucumbente em honorários
advocatícios na hipótese de o recurso de embargos de declaração, interposto perante Tribunal, não atender os requisitos previstos no
art. 1.022 e tampouco se enquadrar em situações excepcionais que autorizem a concessão de efeitos infringentes. Obs: a doutrina
entende que, mesmo com o novo CPC, não cabem honorários advocatícios no julgamento de embargos de declaração, seja em 1ª
instância, seja nos Tribunais. Por todos: Fredie Didier Jr e Leonardo Carneiro da Cunha.

Recursos - O art. 932, pu, do CPC não pode ser aplicado para o caso de recurso que não tenha impugnado especificamente os
fundamentos da decisão recorrida, mas tão somente para correção de vício material (ausência de procuração/ assinatura)

Princípio da precaução e campos eletromagnéticos - No atual estágio do conhecimento científico, que indica ser incerta a
existência de efeitos nocivos da exposição ocupacional e da população em geral a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos
gerados por sistemas de energia elétrica, não existem impedimentos, por ora, a que sejam adotados os parâmetros propostos pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), conforme estabelece a Lei nº 11.934/2009 (legitimidade dos limites fixados).

Servidores Temporários - Lei que prevê hipóteses genéricas de contratação temporária é inconstitucional. Lei que autoriza
contratação temporária para projetos educacionais ordinários é inconstitucional.

Ensino privado e acesso a pessoa com deficiência - São constitucionais o art. 28, § 1º e o art. 30 da Lei nº 13.146/2015, que
determinam que as escolas privadas ofereçam atendimento educacional adequado e inclusivo às pessoas com deficiência sem que
possam cobrar valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas para cumprimento dessa
obrigação.

Inexistência de inconstitucionalidade no corte do orçamento do Poder Judiciário durante a tramitação da Lei Orçamentária
Anual - Salvo em situações graves e excepcionais, não cabe ao Poder Judiciário, sob pena de violação ao princípio da separação de
Poderes, interferir na função do Poder Legislativo de definir receitas e despesas da Administração Pública, emendando projetos de leis
orçamentárias, quando atendidas as condições previstas no art. 166, §§ 3º e 4º, da Constituição Federal.

Nulidade e preclusão - A não observância da intimação pessoal da Defensoria Pública deve ser impugnada imediatamente, na
primeira oportunidade processual, sob pena de preclusão.

HC - Habeas corpus não é o instrumento adequado para pleitear trancamento de processo de impeachment. A finalidade constitucional
do habeas corpus é a da proteção do indivíduo contra qualquer ato limitativo ao direito de locomoção e o processo de impeachment
restringe exercício de direitos políticos.

Prazo do Agravo Interno em processo criminal - O agravo interposto contra decisão monocrática do Ministro Relator no STF e
STJ, em recursos ou ações originárias que versem sobre matéria penal ou processual penal NÃO obedece às regras no novo CPC. O
prazo deste agravo é de 5 dias, nos termos do art. 39 da Lei nº 8.038/90 (não se aplicando o art. 1.070 do CPC/2015) e é contado em
dias corridos, conforme prevê o art. 798 do CPP, não se aplicando a regra da contagem em dias úteis do art. 219 do CPC/2015.

Saque indevido de benefício militar é crime militar - O saque indevido por civil de benefício de pensão militar afeta bens e serviços
das instituições militares, estando justificada a competência da Justiça Militar.

Ressarcimento ao erário e prescritibilidade - É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito
civil. O conceito de ilícito civil deve ser buscado pelo método de exclusão: não se consideram ilícitos civis aqueles que decorram de
infrações ao direito público, como os de natureza penal, os decorrentes de atos de improbidade e assim por diante.

CNJ e processo disciplinar - O CNJ pode proceder à revisão disciplinar de juízes e membros de tribunais desde que observado o
requisito temporal: processos disciplinares julgados há menos de um ano. Essa medida pode ser instaurada de ofício ou mediante
provocação de qualquer interessado e admite que o CNJ agrave ou abrande a decisão revista (art. 103-B, § 4º, V, da CF/88).

O presente resumo é baseado nos informa vos resumidos do site Dizer o Direito, com recortes e exclusão de temas não interessantes para concursos estaduais. Venda proibida. Distribuição livre.
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Inconstitucionalidade orgânica - É inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que: determina o destino que o Poder
Executivo deverá dar aos bens de empresa estatal que está sendo extinta; disciplina as consequências jurídicas das relações mantidas
pelo Poder Executivo com particulares; cria conselho de acompanhamento dentro da estrutura do Poder Executivo.

Procedimento - O art. 396-A do CPP não se aplica ao rito do processo penal militar (nuances da resposta à acusação).
Prescrição Virtual - A prescrição em perspectiva não é admitida nos crimes militares, como ocorre também nos crimes comuns.

Novas hipóteses de prisão domiciliar trazidas pelo Marco Legal da Primeira Infância - O Marco Legal da Primeira Infância (Lei
nº 13.257/2016), ao alterar as hipóteses autorizativas da concessão de prisão domiciliar, permite que o juiz substitua a prisão
preventiva pela domiciliar quando o agente for gestante ou mulher com filho até 12 anos de idade incompletos.

Calendário de saídas temporárias (saídas temporárias automatizadas) - É legítima a decisão judicial que estabelece calendário
anual de saídas temporárias para visita à família do preso. Lembrar apenas da súmula do STJ (520): O benefício de saída temporária
no âmbito da execução penal é ato jurisdicional insuscetível de delegação à autoridade administrativa do estabelecimento prisional.

Não existe obrigatoriedade legal absoluta de que as declarações do colaborador premiado sejam registradas em meio
audiovisual - O § 13 do art. 4º da Lei nº 12.850/2013 prevê que "sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será feito
pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior
fidelidade das informações". Desse modo, existe sim uma recomendação da Lei no sentido de que as declarações sejam registradas em
meio audiovisual, mas isso não é uma obrigação legal absoluta a ponto de gerar nulidade pelo simples fato de o registro não ter sido
feito dessa forma.

Tradução de Documento estrangeiro - A tradução para o vernáculo de documentos em idioma estrangeiro juntados aos autos só
deverá ser realizada se tal providência for absolutamente “necessária”. É o que prevê o CPP: "Art. 236. Os documentos em língua
estrangeira, sem prejuízo de sua juntada imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea
nomeada pela autoridade." A decisão sobre a necessidade ou não da tradução dos documentos cabe ao juiz da causa.

Prova - A utilização pelo Ministério Público de documentos enviados por outros países para fins de investigação por meio de
cooperação jurídica internacional é legítima mesmo não havendo ainda legislação específica no Brasil regulamentando o tema.

Não hediondez do delito de tráfico privilegiado - O chamado "tráfico privilegiado", previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº
11.343/2006 (Lei de Drogas), não deve ser considerado crime equiparado a hediondo.

Incitação ao Crime - Deputado que, em entrevista à imprensa, afirma que determinada Deputada "não merece ser estuprada" pratica,
em tese, incitação ao crime. O delito do art. 286 do CP é crime formal, de perigo abstrato, e independe da produção de resultado.
Além disso, não exige o fim especial de agir, mas apenas o "dolo genérico", consistente na consciência de que o comportamento do
agente instigará outros a praticar crimes.

Evasão de divisas por Deputado Federal - Dinheiro mantido no exterior integrando trust revogável cujo instituidor e beneficiário é a
mesma pessoa deverá ser declarado ao Banco Central e revela veementes indícios do ilícito de lavagem de dinheiro, evasão de divisas
e falsidade ideológica para fins eleitorais (mentiu na declaração de bens).

Deputado que afirma que determinada Deputada "não merece ser estuprada" pratica, em tese, injúria (art. 140 do CP) - As
declarações do Deputado atingiram a honra subjetiva da Deputada porque rebaixaram sua dignidade moral, expondo sua imagem à
humilhação pública, além de associar as características da mulher à possibilidade de ser vítima de estupro.

Honorários em recursos e exceção - Não cabe a fixação de honorários recursais (art. 85, § 11, do CPC/2015) em caso de recurso
interposto no curso de processo cujo rito exclua a possibilidade de condenação em honorários.

Ilegitimidade do MP para MS em processo administrativo - O MP não tem legitimidade ativa para impetrar MS questionando
decisão administrativa que reconheceu a prescrição em processo administrativo.

Limites da imunidade parlamentar - A imunidade parlamentar material (art. 53 da CF/88) protege os Deputados Federais e
Senadores, qualquer que seja o âmbito espacial (local) em que exerçam a liberdade de opinião. No entanto, para isso é necessário que
as suas declarações tenham conexão (relação) com o desempenho da função legislativa ou tenham sido proferidas em razão dela com
mínimo de teor político (fatos debatidos pela sociedade; discursos sobre investigações de CPI ou pelos órgãos de persecução penal,
etc.). Palavras e opiniões meramente pessoais, sem relação com o debate democrático de fatos ou ideias não possuem vínculo com o
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exercício das funções de um parlamentar, como no caso em que Deputado Federal disse que a parlamentar não merecia ser estuprada
porque seria muito feia e, por essa razão, não estão amparadas pela imunidade material.

Falta grave e regressão de regime - A regressão de regime pela prática de fato definido como crime doloso, durante a execução da
pena, não depende do trânsito em julgado da condenação.

Inadimplemento injustificado das parcelas da pena de multa autoriza a regressão de regime - Como regra, o inadimplemento
deliberado da pena de multa cumulativamente aplicada ao sentenciado impede a progressão no regime prisional. Exceção: mesmo sem
ter pago, pode ser permitida a progressão de regime se ficar comprovada a absoluta impossibilidade econômica do apenado em quitar
a multa, ainda que parceladamente. Se o juiz parcelar a multa haverá progressão, mas se o pagamento deixar de ser feito há regressão.

Advogado com linha interceptada - O simples fato de o advogado do investigado ter sido interceptado não é causa, por si só, para
gerar a anulação de todo o processo e da condenação que foi imposta ao réu. Se o Tribunal constatar que houve indevida interceptação
do advogado do investigado e que, portanto, foram violadas as prerrogativas da defesa, essa situação poderá gerar três consequências
processuais: 1ª) Cassação ou invalidação do ato judicial que determinou a interceptação; 2ª) Invalidação dos atos processuais
subsequentes ao ato atentatório e com ele relacionados; 3ª) Afastamento do magistrado caso se demonstre que, ao assim agir, atuava
de forma parcial. Contudo, se o próprio juiz, ao perceber que o advogado do investigado foi indevidamente "grampeado", anula as
gravações envolvendo o profissional e, na sentença, não utiliza nenhuma dessas conversas nem qualquer prova derivada delas, não há
motivos para se anular a decisão.

Falsificação de lei por prefeito - Prefeito que, ao sancionar lei aprovada pela Câmara dos Vereadores, inclui artigo que não constava
originalmente no projeto votado pratica o crime de falsificação de documento público (art. 297, § 1º do CP). No momento da
dosimetria, o fato de o réu ser Prefeito não pode ser utilizado como circunstância desfavorável duas vezes, deve ser considerada
apenas uma vez, na terceira fase da pena, como majorante (causa de aumento).

HC como sucedâneo de recurso oriundo de Resp- Não se admite habeas corpus para reexame dos pressupostos de admissibilidade
de recurso interposto no STJ.

Possibilidade de reabertura de inquérito policial arquivado por excludente de ilicitude - O arquivamento de inquérito policial por
excludente de ilicitude, segundo entendimento do STF, pode ser reaberto, quiçá se realizado com base em provas fraudadas, não
consistindo em coisa julgada material. Para o STJ sempre constitui coisa julgada material.

Tráfico de drogas próximo a presídios - Ocorrendo o tráfico de drogas nas imediações de presídio, incidirá a causa de aumento do
art. 40, III, da LD, não importando quem seja o comprador.

Contratações temporárias - São inconstitucionais, por violarem o art. 37, IX, da CF/88, a autorização legislativa genérica para
contratação temporária e a permissão de prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias

TRIBUNAL DE CONTAS Prazo prescricional para aplicação de multa pelo TCU - O prazo prescricional para que o TCU
aplique multas é de 5 anos, aplicando-se a previsão do art. 1º da Lei nº 9.873/99. Caso esteja sendo imputada ao agente público a
conduta omissiva de ter deixado de tomar providências que eram de sua responsabilidade, tem-se que, enquanto ele permaneceu no
cargo, perdurou a omissão. No momento em que o agente deixou o cargo, iniciou-se o fluxo do prazo prescricional.

Precatórios e Empresas Públicas - É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço
público próprio do Estado e de natureza não concorrencial.

Inconstitucionalidade da prisão do depositário - É inconstitucional a Lei nº 8.866/94, que estabelece a possibilidade de prisão do
depositário infiel de débitos tributários. Esta é uma ferramenta desproporcional de aumento de arrecadação, que viola os princípios do
devido processo legal, do contraditório, da ampla defesa e as súmulas 28 e 25.

Queixa-crime e responsabilidade objetiva - O proprietário da rádio não pode ser processado criminalmente por ofensas proferidas
por radialista pelo simples fato de ser o titular da empresa e inimigo político do ofendido. A mera posição hierárquica do querelado
como titular da empresa de comunicação não é suficiente para o recebimento da queixa-crime. Seria necessário que o querelante
tivesse descrito e apontado elementos indiciários que evidenciassem a vontade e consciência do querelado de praticar os crimes
imputados. Não tendo isso sido feito, a queixa-crime deve ser rejeitada por manifesta ausência de justa causa.

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Decisão monocrática em HC - É possível que o Ministro Relator do STJ ou do STF decida monocraticamente o habeas corpus nas
hipóteses autorizadas pelo regimento interno sem importar ofensa à colegialidade. Apesar disso é bom registrar entendimento
minoritário diverso no próprio STF.

Prescrição para cobrança de FGTS - O prazo prescricional para a cobrança judicial dos valores devidos relativos ao FGTS é de 5
anos. Isso porque a verba de FGTS tem natureza trabalhista, devendo ser aplicado o art. 7º, XXIX, da CF/88. Como houve brusca
mudança no entendimento (antes se aplicava prazo de 30 anos), o STF modulou os efeitos em prospecção.

Incidência do PIS e COFINS sobre ICMS - O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não compõe a base de
cálculo para a incidência da contribuição para o PIS e da COFINS. Apesar disso o STJ tem decisão anterior que entende o contrário.

Não é possível a interposição de recurso por e-mail - O art. 1º da Lei nº 9.800/99 prevê que "é permitida às partes a utilização de
sistema de transmissão de dados e imagens tipo fac-símile ou outro similar, para a prática de atos processuais que dependam de
petição escrita." É possível a interposição de recurso por e-mail, aplicando-se as regras da Lei nº 9.800/99? NÃO. A ordem jurídica
não contempla a interposição de recurso via e-mail. O e-mail não configura meio eletrônico equiparado ao fax, para fins da aplicação
do disposto no art. 1º da Lei nº 9.800/99, porquanto não guarda a mesma segurança de transmissão e registro de dados.

Prisão civil não serve para cobrança de débito pretérito - A prisão por dívida de natureza alimentícia está ligada ao
inadimplemento inescusável de prestação, não alcançando situação jurídica a revelar cobrança de saldo devedor.

Contrabando legislativo - Durante a tramitação de uma medida provisória no Congresso Nacional, os parlamentares poderão
apresentar emenda. No entanto, deverão ter relação de pertinência temática com a medida provisória que está sendo apreciada. A
inserção, por meio de emenda parlamentar, de assunto diferente do que é tratado na medida provisória que tramita no Congresso
Nacional é chamada de "contrabando legislativo", sendo uma prática vedada. A primeira vez que o STF declarou inconstitucional o
contrabando legislativo foi no julgamento da ADI 5127/DF, em 15/10/2015 (Info 803). Como antes desse julgamento, a prática do
contrabando legislativo era algo muito comum, o STF decidiu, por razões de segurança jurídica, modular os efeitos da decisão e
afirmou o seguinte: todas as leis que foram aprovadas até 15/10/2015 serão válidas e as posteriores não.

Controle de constitucionalidade difuso (incidental) - É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle
incidental de constitucionalidade.

Competência ambiental para legislar - Municípios podem legislar sobre Direito Ambiental, desde que o façam fundamentadamente.

Amicus Curiae é cabível em reclamação - É cabível a intervenção de amicus curiae em reclamação.

Crimes de prefeitos e especificidades - I – O prefeito detém prerrogativa de foro, constitucionalmente estabelecida. Desse modo, os
procedimentos de natureza criminal contra ele instaurados devem tramitar perante o Tribunal de Justiça (art. 29, X, da CF/88). Isso
significa dizer que as investigações criminais contra o Prefeito devem ser feitas com o controle (supervisão) jurisdicional da
autoridade competente (no caso, o TJ). II – Deve ser rejeitada, por ausência de justa causa, a denúncia que, ao arrepio da legalidade,
baseia-se em supostas declarações, colhidas em âmbito estritamente privado, sem acompanhamento de qualquer autoridade pública
(autoridade policial, membro do Ministério Público) habilitada a conferir-lhes fé pública e mínima confiabilidade. III – A denúncia
contra Prefeito por crime ocorrido em licitação municipal deve indicar, ao menos minimamente, que o acusado tenha tido participação
ou conhecimento dos fatos supostamente ilícitos. O Prefeito não pode ser incluído entre os acusados unicamente em razão da função
pública que ocupa, sob pena de violação à responsabilidade penal subjetiva, na qual não se admite a responsabilidade presumida. IV –
Se o réu é denunciado por crime previsto no art. 1º do DL 201/67 em concurso com outro delito cujo rito segue o CPP e o magistrado
ou Tribunal, antes de receber a denúncia, deverá dar oportunidade para que o denunciado ofereça defesa prévia. Não pode a defesa
prévia ser concedida apenas para a imputação referente ao art. 1º do DL 201/67. A defesa prévia antes do recebimento da denúncia é
prevista no art. 2º, I, do DL 201/67, que é considerado procedimento especial e, portanto, prevalece sobre o comum.

Acesso à informação - Pesquisador tem direito de acesso aos áudios das sessões secretas de julgamento ocorridas no STM durante a
época do regime militar. A recusa do STM está em descompasso com a ordem constitucional vigente, que garante o acesso à
informação como direito fundamental, bem como é contrária a decisão específica firmada pelo STF (acesso total).

Inconstitucionalidade de benefício de ICMS sem convênio interestadual - É inconstitucional lei estadual que concede, sem
autorização de convênio interestadual, vantagens no parcelamento de débitos do ICMS para empresas que aderirem a programa de
geração de empregos. O Estado-membro só pode conceder benefícios de ICMS se isso tiver sido previamente autorizado por meio de

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convênio celebrado com os demais Estados-membros e DF, nos termos do art. 155, § 2º, XII, “g”, da CF/88 e o art. 1º da LC 24/75. A
concessão unilateral de benefícios de ICMS sem previsão em convênio representa um incentivo à guerra fiscal.

Inconstitucionalidade isenção de ICMS em troca de bolsa de estudos - É inconstitucional lei estadual que concede, sem
autorização de convênio interestadual, dedução de ICMS para empresas que patrocinarem bolsas de estudo para professores. O
Estado-membro só pode conceder isenção de ICMS se isso tiver sido combinado com os demais Estados-membros/DF por meio de
um convênio. É o que prevê o art. 155, § 2º, XII, “g”, da CF/88 e o art. 1º da LC 24/75.

Imunidades tributárias e livros eletrônicos (acessórios) - A imunidade constante do art. 150, VI, “d”, da CF, aplica-se ao livro
eletrônico (“e-book”), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo. A imunidade da alínea “d” do inciso VI do art.
150 da CF/88 alcança componentes eletrônicos destinados, exclusivamente, a integrar unidade didática com fascículos.

Pedido aberto em controle de constitucionalidade - O STF, ao julgar as ações de controle abstrato de constitucionalidade, não está
vinculado aos fundamentos jurídicos invocados pelo autor. Assim, pode-se dizer que na ADI, ADC e ADPF, a causa de pedir (causa
petendi) é aberta. Isso significa que todo e qualquer dispositivo da Constituição Federal ou do restante do bloco de constitucionalidade
poderá ser utilizado pelo STF como fundamento jurídico para declarar uma lei ou ato normativo inconstitucional.

Propina como doação eleitoral é crime - Determinado Senador recebia propina na forma de doações eleitorais para patrocinar
interesses de uma construtora na Administração Pública Federal. Em um juízo preliminar, para fins de recebimento da denúncia, o
STF entendeu que a conduta do Senador, em tese, configura a prática dos seguintes crimes de corrupção passiva (art. 317, caput e §
1º, do CP) e lavagem de dinheiro (art. 1º, caput, da Lei nº 9.613/98).

Crime de dispensa de licitação e necessidade de dano ao erário - Sobre a necessidade de o crime do art. 89 da Lei 8.666/93 exigir
resultado danoso para consumação há duas correntes: 1ª corrente – SIM, Posição do STJ e da 2ª Turma do STF. 2ª corrente – NÃO,
Entendimento da 1ª Turma do STF. O objetivo do art. 89 não é punir o administrador público despreparado, inábil, mas sim o
desonesto, que tinha a intenção de causar dano ao erário ou obter vantagem indevida. Por essa razão, é necessário sempre analisar se a
conduta do agente foi apenas um ilícito civil e administrativo ou se chegou a configurar realmente crime. Deverão ser analisados três
critérios para se verificar se o ilícito administrativo configurou também o crime do art. 89: 1º) existência ou não de parecer jurídico
autorizando a dispensa ou a inexigibilidade. A existência de parecer jurídico é um indicativo da ausência de dolo do agente, salvo se
houver circunstâncias que demonstrem o contrário. 2º) a denúncia deverá indicar a existência de especial finalidade do agente de lesar
o erário ou de promover enriquecimento ilícito. 3º) a denúncia deverá descrever o vínculo subjetivo entre os agentes

DPE atuando no STJ mediante escritório próprio - A Defensoria Pública Estadual pode atuar no STJ, no entanto, para isso, é
necessário que possua escritório de representação em Brasília. Se a Defensoria Pública estadual não tiver representação na capital
federal, as intimações das decisões do STJ nos processos de interesse da DPE serão feitas para a DPU. Assim, enquanto os Estados,
mediante lei específica, não organizarem suas Defensorias Públicas para atuarem continuamente nesta Capital Federal, inclusive com
sede própria, o acompanhamento dos processos no STJ constitui prerrogativa da DPU.

Estado membro pode legislar sobre concessão de bolsas de estudo por empresas - É constitucional lei estadual que preveja a
possibilidade de empresas patrocinarem bolsas de estudo para professores em curso superior, tendo como contrapartida a obrigação de
que esses docentes ministrem aula de alfabetização ou aperfeiçoamento para os empregados da empresa patrocinadora. Essa lei
insere-se na competência legislativa do Estado-Membro para dispor sobre educação e ensino, prevista no art. 24, IX, da CF/88.

Imunidade Tributária – Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei complementar.

É constitucional regime tributário opcional para a incidência de ICMS (transportadoras no RS) - O STF entendeu que não é
inconstitucional lei estadual que permita que o contribuinte opte por um regime especial de tributação de ICMS com base de cálculo
reduzida, mediante expressa renúncia ao aproveitamento de créditos relativos ao imposto pago em operações anteriores, ainda que
proporcional. Esta norma não viola o princípio da não cumulatividade. Assim, se a empresa contribuinte optar pelo sistema da base de
cálculo reduzida, não terá direito ao creditamento de ICMS.

Interesse de magistrado e competência do STF - STF não é competente para julgar ação proposta por juiz federal pleiteando
licença-prêmio, haja vista que a CF preconiza competência para que o STF conheça de ação em que todos os membros da
magistratura tenha interesse e não parte dela.

Imunidade Tributária - A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas não
na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante, para a verificação da existência do beneplácito constitucional, a repercussão
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econômica do tributo envolvido. Ou seja, se a entidade imune for contribuinte de direito incide a imunidade subjetiva, se a entidade
imune for contribuinte de fato não incide a imunidade subjetiva.

Denúncia anônima e interceptação telefônica - Segundo a jurisprudência do STJ e do STF, não há ilegalidade em iniciar
investigações preliminares com base em "denúncia anônima" a fim de se verificar a plausibilidade das alegações contidas no
documento apócrifo. Se confirmada a plausibilidade das "denúncias", nada impede a decretação de interceptação telefônica quando
demonstrado não haver outro meio senão a utilização de tal medida, como forma de investigação dos supostos crimes (fraude em
licitações no caso real). Ou seja, a interceptação não teve início apenas em “denúncia “anônima”.

Prazo de interceptação e limite de renovação - A Lei nº 9.296/96 prevê que a interceptação telefônica "não poderá exceder o prazo
de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.". Contudo, embora a
interceptação telefônica não possa exceder 15 dias, pode ser renovada por igual período, não havendo restrição legal ao número de
vezes para tal renovação, se comprovada a sua necessidade.

Latrocínio e pluralidade de mortes – Para o STF e doutrina majoritária, por se tratar de delito que resguarda o patrimônio o
latrocínio será quantificado de acordo com os patrimônios vulnerados. No entanto, para o STJ, havendo mais de uma morte haverá
concurso formal impróprio (pluralidade de crimes ainda que seja único o patrimônio).

Latrocínio e cooperação dolosamente distinta - Aquele que se associa a comparsa para a prática de roubo, sobrevindo a morte da
vítima, responde pelo crime de latrocínio, ainda que não tenha sido o autor do disparo fatal ou que sua participação se revele de menor
importância. Isso porque João assumiu o risco de produzir resultado mais grave, ciente de que atuava em crime de roubo, no qual as
vítimas foram mantidas em cárcere sob a mira de arma de fogo.

Foro por prerrogativa de função - Simples menção a nome de autoridade detentora de prerrogativa de foro, seja em depoimentos
prestados por testemunhas ou investigados, seja em diálogos telefônicos interceptados, assim como a existência de informações, até
então, fluidas e dispersas a seu respeito, são insuficientes para deslocar competência para o Tribunal hierarquicamente superior.

Responsabilidade Civil do Estado e presos - Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus
presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, §
6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da
falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento (superlotação e falta de condições mínimas de saúde e de higiene).

Aposentadoria compulsória e titulares de Cartórios - Não se aplica a aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF
aos titulares de serventias judiciais não estatizadas, desde que não sejam ocupantes de cargo público efetivo e não recebam
remuneração proveniente dos cofres públicos.

Reclamação e HC no STF - Reclamação não é atalho processual destinado a submeter o processo ao STF per saltum. A regra
prevista no art. 654, § 2º, do CPP não dispensa a observância da distribuição constitucional de competências para conhecer HC.

Competência em crimes contra fauna (transacionais e de extinção) - Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime
ambiental de caráter transnacional que envolva animais silvestres, ameaçados de extinção e espécimes exóticas ou protegidas por
compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.

A autonomia das entidades desportivas não é absoluta - O art. 59 do CC é compatível com a autonomia constitucional conferida
aos clubes pelo art. 217, I, da CF/88. Desse modo, para alterações estatutárias, o Código Civil é aplicável às associações desportivas.

Foro por prerrogativa de função - Se o STF entende que não há indícios contra a autoridade com foro privativo e se ainda existem
outros investigados, a Corte deverá remeter os autos ao juízo de 1ª instância para que continue a apuração da eventual
responsabilidade penal dos terceiros ainda que arquive o procedimento em relação à autoridade com prerrogativa de função.

Aposentadoria aproveitamento do tempo trabalhado como aluno-aprendiz - O servidor que trabalhou como "aluno-aprendiz"
pode utilizar este período como tempo de serviço para fins de aposentadoria, sendo necessário que ele apresente certidão do
estabelecimento de ensino frequentado atestando a condição de aluno-aprendiz e o recebimento de retribuição pelos serviços
executados, consubstanciada em auxílios materiais diversos.

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Insignificância e rádio clandestina - Para o STF é possível aplicar o princípio da insignificância para o delito de rádio clandestina
em situação excepcional de operação em baixa frequência e distância de grandes centros (inexistência de lesividade). No entanto, para
o STJ tal princípio não tem aplicabilidade pois o crime é formal e de perigo abstrato – dispensa qualquer prova de perigo ou resultado.

Execução contra fazenda pública e perfectibilidade dos atos - É válida a penhora em bens de pessoa jurídica de direito privado,
realizada anteriormente à sucessão desta pela União, não devendo a execução prosseguir mediante precatório.

Regime jurídico de aposentadoria - O regime jurídico na data de aquisição da aposentadoria (preenchimento dos requisitos para
gozo) é o que determina suas condições, assim Juiz Federal que completou os requisitos para se aposentar quando ainda vigorava
disposição sobre o gozo de proventos de desembargador terá tal direito ainda que tenha optado pela continuidade da função.

Regime de subsídio e pagamento de 13º e férias a Prefeito e Vice-Prefeito - O art. 39, § 4º, da Constituição Federal não é
incompatível com o pagamento de terço de férias e décimo terceiro salário.

ADI Estadual e parâmetro na CF - Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais
utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos estados.

Antecipação de prova - A antecipação da prova testemunhal prevista no art. 366 do CPP pode ser justificada como medida necessária
pela gravidade do crime praticado e possibilidade concreta de perecimento, haja vista que as testemunhas poderiam se esquecer de
detalhes importantes dos fatos em decorrência do decurso do tempo.

FURTO - É legítima a incidência da causa de aumento de pena por crime cometido durante o repouso noturno (art. 155, § 1º) no caso
de furto praticado na forma qualificada (art. 155, § 4º). Não existe nenhuma incompatibilidade entre a majorante prevista no § 1º e as
qualificadoras do § 4º. São circunstâncias diversas, que incidem em momentos diferentes da aplicação da pena.

Competência para ações contra CNJ - De quem é a competência para julgar demandas contra o CNJ e o CNMP: • Ações ordinárias:
Juiz federal (1ª instância) • Ações tipicamente constitucionais (MS, MI, HC e HD): STF.

Aposentadoria compulsória não se aplica a cargos comissionados - Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão
não se submetem à regra da aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo
de provimento efetivo, inexistindo, também, qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão. Ressalvados
impedimentos de ordem infraconstitucional, não há óbice constitucional a que o servidor efetivo, aposentado compulsoriamente,
permaneça no cargo comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre nomeação e exoneração, uma vez
que não se trata de continuidade ou criação de vínculo efetivo com a Administração.

Cultivo de drogas e expropriação sanção - A Expropriação prevista no art. 243 da Constituição Federal pode ser afastada, desde que
o proprietário comprove que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo.

Exercício de controle da validade dos atos administrativos do Poder Judiciário - CNJ pode determinar que Tribunal de Justiça
exonere servidores nomeados sem concurso público para cargos em comissão que não se amoldam às atribuições de direção, chefia e
assessoramento, contrariando o art. 37, V, da CF/88 sem que tal ato configure controle de constitucionalidade.

Inconstitucionalidade de reeleição ilimitada de Desembargador a cargos administrativos - É inconstitucional norma (resolução)


do Tribunal de Justiça que permite a reeleição de desembargadores para cargos de direção após o intervalo de dois mandatos haja vista
se tratar de hipótese legislativa de LC e iniciativa do STF.

Tribunal de contas não pode executar os próprios julgados - É possível a criação de Procuradoria do Tribunal de Contas mas não
que tal órgão seja responsável pela cobrança das multas.

Análise de relevância e urgência em MP - A definição do que seja relevante e urgente para fins de edição de MP consiste, em regra,
em um juízo político (escolha política/discricionária) de competência do Presidente da República, controlado pelo Congresso
Nacional. Desse modo, salvo em caso de notório abuso, o Poder Judiciário não deve se imiscuir na análise dos requisitos da MP.

MP que vira lei e é objeto de Adi não prejudica análise - Se é proposta ADI contra uma medida provisória e, antes de a ação ser
julgada, a MP é convertida em lei com o mesmo texto que foi atacado, esta ADI não perde o objeto e poderá ser conhecida e julgada.
Vale ressaltar, no entanto, que o autor da ADI deverá peticionar informando esta situação ao STF e pedindo o aditamento da ação.

O presente resumo é baseado nos informa vos resumidos do site Dizer o Direito, com recortes e exclusão de temas não interessantes para concursos estaduais. Venda proibida. Distribuição livre.
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Direito de resposta e descabimento de reclamação - Não cabe reclamação para o STF contra sentença que julgou improcedente
pedido de direito de resposta sob o fundamento de que não houve ofensa no caso concreto.

Inépcia caso a denúncia se baseie apenas no fato de que o réu era Diretor - Não há óbice para que a denúncia invoque a teoria do
domínio do fato para dar suporte à imputação penal, sendo necessário, contudo, que, além disso, ela aponte indícios convergentes no
sentido de que o Presidente da empresa não só teve conhecimento do crime de evasão de divisas, como dirigiu finalisticamente a
atuação dos demais acusados.

Juntada extemporânea de prova documental - Não se admite a juntada extemporânea de prova documental em recursos interpostos
no STF. No entanto, em um caso concreto envolvendo uma apreciação de contas do TCE, o STF relativizou esta proibição e admitiu
que o Estado/agravante trouxesse aos autos cópia da intimação do gestor público condenado (o interesse público justificava).

Réu não pode ser presidente da república - Os substitutos eventuais do Presidente da República a que se refere o art. 80 da CF/88,
caso ostentem a posição de réus criminais perante o STF, ficarão impossibilitados de exercer o ofício de Presidente da República. No
entanto, mesmo sendo réus, podem continuar na chefia do Poder por eles titularizados.

Desnecessidade de desentranhar referência à prova ilícita - Se determinada prova é considerada ilícita, ela deverá ser
desentranhada do processo. Por outro lado, as peças do processo que fazem referência a essa prova (exs: denúncia, pronúncia etc.) não
devem ser desentranhadas e substituídas.

Provas e nulidades em apreensões e perícias - Não há nulidade se, em mandado de busca e apreensão, o titular do órgão entrega
para ser periciado pela Polícia o computador utilizado pela chefia e, após esse fato, antes de a perícia ser iniciada, o magistrado
responsável pela investigação autoriza a diligência na máquina, abrangendo a leitura de e-mails do investigado que lá estão
armazenados. A proteção a que se refere o art. 5º, XII, da CF/88, é da 'comunicação de dados' e não dos 'dados em si mesmos', ainda
quando armazenados em computador.

Quantidade de droga não afasta tráfico privilegiado - Apesar da controvérsia, o atual entendimento do STF é que a grande
quantidade de droga, isoladamente, não constitui fundamento idôneo para afastar a diminuição de pena do art. 33, § 4º da LD.

Aborto no primeiro trimestre não é crime - interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria
gestante (art. 124) ou com o seu consentimento (art. 126) não é crime.

Súmula Vinculante nº 05 continua válida - A súmula vinculante deve ter certo grau de estabilidade, somente devendo ser cancelada
ou revista em caso de superveniência de fatos suficientemente relevantes. Assim, a falta de defesa técnica por advogado no processo
administrativo disciplinar não ofende a CF, razão pela qual a SV nº 05 não merece cancelamento.

Proselitismo religioso não siginifica racismo - A simples comparação entre religiões sem especial fim de supressão ou redução da
dignidade, mas apenas com fins de convencimento (conversão à sua ideologia) não enseja o fato típico do art. 20, § 2º da Lei nº
7.716/89 (Lei do racismo).

Razoável duração dos processos - É possível que o STF, reconhecendo que há uma demora muito grande, determine ao STJ que
julgue o recurso pendente.

Legitimidade do TJ para MS - O Tribunal de Justiça, mesmo não possuindo personalidade jurídica própria, detém legitimidade
autônoma para ajuizar mandado de segurança contra ato do Governador do Estado em defesa de sua autonomia institucional.

Interesse de todo o tribunal desloca competência para o STF - Compete ao STF julgar mandado de segurança impetrado pelo
Tribunal de Justiça contra ato do Governador do Estado que atrasa o repasse do duodécimo devido ao Poder Judiciário porque todos
os magistrados do TJ possuem interesse econômico no julgamento do feito, uma vez que o pagamento dos subsídios está
condicionado ao cumprimento do dever constitucional de repasse das dotações.

Repasses do Executivo ao Judiciário - O executivo não pode deixar de repassar o duodécimo ao Judiciário mesmo em caso de crise
financeira. Contudo, há possibilidade de redução do repasse conforme deficit de arrecadação.

Reclamação não substitui recurso - A reclamação constitucional fundada em afronta à SV 10 não pode ser usada como sucedâneo
(substituto) de recurso ou de ação própria que analise a constitucionalidade de normas que foram objeto de interpretação idônea e
legítima pelas autoridades jurídicas

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Não incidência de norma ao fato é diferente de afastar aplicabilidade - Não viola a SV 10, nem a regra do art. 97 da CF/88, a
decisão do órgão fracionário do Tribunal que deixa de aplicar a norma infraconstitucional por entender não haver subsunção aos fatos
ou, ainda, que a incidência normativa seja resolvida mediante a sua mesma interpretação, sem potencial ofensa direta à Constituição.

É possível incentivos fiscais da União com reflexo no fundo de participação dos municípios - É constitucional a concessão regular
de incentivos, benefícios e isenções fiscais relativos ao Imposto de Renda e Imposto sobre Produtos Industrializados por parte da
União em relação ao Fundo de Participação de Municípios e respectivas quotas devidas às Municipalidades.

MS e não ação de cobrança para receber indenização de anistia política - Cabe MS contra ato do Ministro da Defesa que não
efetua o pagamento dos valores atrasados decorrentes da reparação econômica devida a anistiado político (art. 8º do ADCT).

Anistiados políticos e indenização - Descumprido o prazo legal para indenização de anistiado político em vias administrativas e não
havendo indisponibilidade orçamentária, deve a União efetuar os pagamentos em 60 dias. Não se aplica regra de precatórios.

Delegado de Polícia e chefia da policia civil - Chefe da Polícia Civil tem que ser um Delegado de carreira, mas não se pode limitar
aos que integram a última classe. É inconstitucional norma que preveja o contrário.

Limite de reeleição do PGJ - É inconstitucional dispositivo de CE que permita a recondução ao cargo de Procurador-Geral de Justiça
sem limite de mandatos. Essa previsão contraria o art. 128, § 3º da CF/88, que autoriza uma única recondução.

Inconstitucionalidade da dispensabilidade de parecer do TCE - É inconstitucional norma de CE que dispensa o parecer prévio no
julgamento das contas dos Prefeitos caso o TCE não o elabore no prazo de 180 dias

Contas do legislativo estadual - É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja que compete privativamente à
Assembleia Legislativa julgar as contas do Poder Legislativo estadual. Seguindo o modelo federal, as contas do Poder Legislativo
estadual deverão ser julgadas pelo TCE, nos termos do art. 71, II c/c art. 75, da CF/88.

Competência legislativa em título de capitalização - É inconstitucional lei estadual que estabeleça normas sobre a comercialização
de títulos de capitalização, proibindo a venda casada e prevendo regras para a publicidade desses produtos.

Extradição e prescritibilidade - O Brasil não deverá deferir pedido de extradição se o delito praticado pelo extraditando estiver
prescrito segundo as leis brasileiras, considerando que deverá ser respeitado o requisito da dupla punibilidade (art. 77, VI, do Estatuto
do Estrangeiro). O fato de o Estado requerente ter qualificado os delitos do extraditando como de lesa-humanidade não torna tais
crimes imprescritíveis no Brasil.

Possibilidade de protesto de CDA - O protesto das CDAs constitui mecanismo constitucional e legítimo por não restringir de forma
desproporcional quaisquer direitos fundamentais garantidos aos contribuintes e, assim, não constituir sanção política.

Não é possível a desaposentação - No âmbito do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, somente lei pode criar benefícios e
vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão legal do direito à "desaposentação", sendo constitucional a regra do art. 18,
§ 2º, da Lei 8.213/1991.

Prazo para agravo em RE ou RESP criminal - Se o Presidente do tribunal de origem nega seguimento ao RE ou Resp (em matéria
criminal) e a parte deseja interpor agravo contra esta decisão, ela terá o prazo de 15 dias CORRIDOS (não são dias úteis).

Pesca ilegal e ausência de materialidade - Pessoa presa sem peixes, mas com equipamentos, em local onde a pesca é proibida
comete crime? Há julgado de março/2016 que diz sim e um de 10/2016 que diz não.

Motivos para exasperação da pena base - Os elevados custos da atuação estatal para apuração da conduta criminosa e o
enriquecimento ilícito obtido pelo agente não constituem motivação idônea para a valoração negativa do vetor "consequências do
crime" na 1ª fase da dosimetria da pena.

Reclamação em caso de repercussão geral - Só cabe reclamação ao STF por violação de tese fixada em repercussão geral após
terem se esgotado todos os recursos cabíveis nas instâncias antecedentes.

Impossibilidade de reclamação preventiva - O ajuizamento da reclamação pressupõe a existência de um ato que efetivamente já
tenha usurpado a competência do Tribunal, violado a autoridade de alguma de suas decisões que possua efeito vinculante ou incidido
em alguma das outras hipóteses de cabimento deste instituto. Não cabe reclamação preventiva.
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Possibilidade de rediscutir repercussão geral - O reconhecimento da repercussão geral no Plenário Virtual não impede sua
rediscussão no Plenário físico, notadamente quando tal reconhecimento tenha ocorrido por falta de manifestações suficientes.

Constitucionalidade da Lei nº 12.853/2013 - A Lei nº 12.853/2013 modificou a Lei nº 9.610/98 com o objetivo de alterar diversas
regras sobre a gestão coletiva dos direitos autorais e o STF analisou ADI e julgou a lei constitucional.

Greve no serviço público e possibilidade de desconto - A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação
decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre.
É permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada
por conduta ilícita do Poder Público.

Prejudicialidade de revogação de ato normativo objeto de ADI - Nem sempre a revogação de ato normativo objeto de ADI é
prejudicial à análise de constitucionalidade. Se houver fraude processual o STF ainda poderá analisar e declarar os efeitos de sua
decisão. Se a essência do ato normativo é repetida em outro a característica normativa do instituto poderá ser analisada. Se houver
análise da ADI quando já deveria ter sido comunicada a revogação da norma a decisão valerá como se vigente fosse.

Possibilidade de restituição do ICMS em substituição para frente - É devida a restituição da diferença do ICMS pago a mais, no
regime de substituição tributária para a frente, se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida.

Inconstitucionalidade de taxa de conselhos profissionais sem parâmetros de reajuste - É inconstitucional o art. 2º da Lei
11.000/2004 quando delega aos conselhos profissionais a competência para definir as anuidades sem parâmetro legal

Legalidade tributária e taxa de conselhos profissionais - Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita
o ato normativo infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser
atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de correção monetária legalmente previstos

Grande quantidade de droga afasta privilégio - A grande quantidade de droga apreendida pode ensejar o afastamento da causa de
diminuição do tráfico (art. 33, § 4º) pois réu com 500kg de cocaína certamente tem envolvimento com organização criminosa.

Posse ou porte de munição de arma de fogo é crime - A simples posse ou porte de munição de arma de fogo configura crime. A
conduta é de perigo abstrato e não importa a ocorrência de resultado.

Regime inicial compatível com motivos de fixação da pena - Fixada a pena-base no mínimo legal, não é possível a imposição de
regime inicial mais severo do que aquele abstratamente imposto.

Lei municipal que proíbe eventos patrocinados em imóveis institucionais - Não viola a Constituição Federal lei municipal, de
iniciativa parlamentar, que veda a realização, em imóveis do Município, de eventos patrocinados por empresas produtoras,
distribuidoras, importadoras ou representantes de bebidas alcoólicas ou de cigarros, com a utilização da respectiva propaganda.

Cláusula de reserva de plenário – não se aplica a regra da cláusula de reserva de plenário par atos de efeito concretos. Se o
decreto legisla vo nha um des natário específico e referia-se a uma dada situação individual e concreta, exaurindo-se no momento
de sua promulgação, ele não pode ser considerado como ato norma vo, mas sim como ato de efeitos concretos.

ICMS incide sobre serviços de telefônia (tarifa básica) - O ICMS incide sobre a tarifa de assinatura básica mensal cobrada pelas
prestadoras de serviço de telefonia, independentemente da franquia de minutos concedida ou não ao usuário.

Busca e apreensão em veículo é equipara a busca pessoal - A apreensão de documentos no interior de veículo automotor constitui
uma espécie de "busca pessoal" e, portanto, não necessita de autorização judicial quando houver fundada suspeita de que em seu
interior estão escondidos elementos necessários à elucidação dos fatos investigados. Exceção: será necessária autorização judicial
quando o veículo é destinado à habitação do indivíduo quando, então, se inserem no conceito jurídico de domicílio

Regime aberto pra tráfico de drogas - Se o réu, não reincidente, for condenado, por tráfico de drogas, a pena de até 4 anos, e se as
circunstâncias judiciais do art. 59 do CP forem positivas (favoráveis), o juiz deverá fixar o regime aberto e deverá conceder a
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, preenchidos os requisitos do art. 44 do CP. A gravidade em
abstrato do crime não constitui motivação idônea para justificar a fixação do regime mais gravoso.

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Taxa de emissão de ART - Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo infralegal fixar
o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato do próprio
conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de correção monetária legalmente previstos

Execução Provisória da Pena - A execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau de apelação, ainda que
sujeito a recurso especial ou extraordinário, não ofende o princípio constitucional da presunção de inocência (art. 5º, LVII, da CF/88)
e não viola o texto do art. 283 do CPP.

Atividade clandestina de telecomunicação - O réu que disponibiliza provedor de internet sem fio pratica atividade clandestina de
telecomunicação (art. 183 da Lei nº 9.472/97), devendo ser afastada a aplicação do princípio da insignificância mesmo que, no caso
concreto, a potência fosse inferior a 25 watts, o que é considerado baixa potência, nos termos do art. 1º, § 1º, da Lei nº 9.612/98.
Lembrar que há decisão mais recente sobre a aplicabilidade de insignificância para rádios afastadas de centros urbanos.

Constitucionalidade da Lei que prevê contribuições de classe - A Lei que trata sobre as contribuições (anuidades) devidas aos
Conselhos Profissionais é constitucional. apesar de ser fruto de uma MP que originalmente dispunha sobre outro assunto, não pode ser
declarada inconstitucional porque foi editada antes de o STF declarar ilegítima a prática do “contrabando legislativo” (ADI 5127/DF).
Ainda como não trata sobre normas gerais de Direito Tributário não precisava ser lei complementar. Sob o ponto de vista material,
respeitou os princípios da capacidade contributiva, da vedação ao confisco e da legalidade.

Inconstitucionalidade da Vaquejada - É inconstitucional lei estadual que regulamenta a atividade da “vaquejada”. Isso porque
mesmo se tratando de atividade cultural é prática que impõe sofrimento aos animais envolvidos. A obrigação de o Estado garantir a
todos o pleno exercício de direitos culturais, incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da observância
do disposto no inciso VII do § 1º do art. 225 da CF/88, que veda práticas que submetam os animais à crueldade. ATENÇÃO, após essa
decisão houve emenda constitucional para retirar da vaquejada a característica de crueldade.

Vitaliciamento de Membro do MP - O ato de vitaliciamento tem natureza de ato administrativo, e, assim, se sujeita ao controle de
legalidade do CNMP e por este pode ser revisto de ofício.

Inconstitcionalidade de levantamento de depósitos judiciais - É inconstitucional Lei Estadual que possibilite o levantamento de
depósitos judiciais não relacionados ao Estado parte, haja vista a violação da separação de poderes, iniciativa privativa da união para
legislar e a previsão de Lei Federal que limita o levantamento de até 70% dos valores em processos que o ente federado seja parte.

ISS e inconstitucionalidade de hipóteses de redução de cobrança - É inconstitucional lei municipal que veicule exclusão de valores
da base de cálculo do ISSQN fora das hipóteses previstas em lei complementar nacional. Também é incompatível com o texto
constitucional medida fiscal que resulte indiretamente na redução da alíquota mínima estabelecida pelo art. 88 do ADCT, a partir da
redução da carga tributária incidente sobre a prestação de serviço na territorialidade do ente tributante.

ISSQN incide em serviços de assistência à saúde - As operadoras de planos privados de assistência à saúde (seguro-saúde também)
realizam prestação de serviço sujeita ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN, previsto no art. 156, III, da CF/88.

Cabimento de honorários recursais - É cabível a fixação de honorários recursais, prevista no art. 85, § 11, do CPC/2015, mesmo
quando não apresentadas contrarrazões ou contraminuta pelo advogado da parte recorrida.

Inconstitucionalidade de permuta sem concurso em delegações cartorárias - As normas estaduais que admitem a remoção na
atividade notarial e de registro independentemente de prévio concurso público são incompatíveis com o art. 236, § 3º, da Constituição,
razão pela qual não foram por essa recepcionadas. A decisão que anula o ato de investidura em serventia notarial e registral sem
concurso público não viola o direito adquirido nem a segurança jurídica, pois inaplicável o artigo 54 da Lei nº 9.784/99 .

Competência em crime entre militares - Compete à Justiça Militar julgar crime cujo autor e vítima sejam militares, desde que
ambos estejam em serviço e em local sujeito à administração militar.

Pluriparentalidade - A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de
filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios (mormente as responsabilidades e deveres).

Direito ao reconhecimento de filiação biológica - Direito de ter reconhecida a filiação biológica prevalece sobre a presunção legal
de paternidade. Poderá o filho nascido durante a constância do casamento de sua mãe e de seu pai registrais ingressar com ação de
investigação de paternidade contra o suposto pai biológico.

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Inconstitucionalidade de lei estadual que preveja plantão criminal para universidade - É inconstitucional lei estadual que preveja
que o escritório de prática jurídica da Universidade Estadual deverá manter plantão criminal nos finais de semana e feriados para
atender pessoas hipossuficientes que sejam presas em flagrante. A inconstitucionalidade é material (autonomia das universidades
prevista no art. 207 da CF) e formal, haja vista iniciativa usurpada do Governador do Estado.

Inconstitucionalidade de ampliação do artigo 19 do ADCT em CE - É inconstitucional Constituição estadual ou lei estadual que
amplie a abrangência do art. 19 do ADCT e preveja estabilidade para servidores públicos admitidos sem concurso público mesmo
após 05/10/1983 (5 anos antes da CF/88).

MS contra ações negativas do CNJ - o STF não tem competência para processar e julgar ações decorrentes de decisões negativas do
CNMP e do CNJ. Se tais conselhos não decidiram nada, não praticaram nenhum ato e assim não há ato a ser atacado no STF.

Competência Servidor Celetista - Compete à Justiça do Trabalho julgar causa relacionada com depósito do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS) de servidor que ingressou no serviço público antes da Constituição de 1988 sem prestar concurso. Atenção:
há decisão mais recente dizendo que o vínculo atual é estatutário, que a não se trata de verba trabalhista e, por isso, a competência é
da Justiça Comum (estadual ou federal).

Autotutela e inexistência de decadência em caso de má-fé - A percepção de auxílio-moradia por servidor que agiu de má-fé (ex.:
apresentando declaração falsa de mudança de cidade) obsta decadência quinquenal, impondo-se o ressarcimento ao erário.

Julgamento de HC e intimação da Defensoria - A intimação pessoal da Defensoria Pública quanto à data de julgamento de habeas
corpus só é necessária se houver pedido expresso para a realização de sustentação oral.

Bombeiro civil e jornada de trabalho - É constitucional a jornada de trabalho do bombeiro civil (12x36 - Lei nº11.901/2009).

Extradição e marco interruptivo da prescrição - A data do protocolo do pedido de extradição e a data do cumprimento da prisão
preventiva para fins de extradição não são considerados marcos interruptivos da prescrição.

Incompatibilidade de progressão de regime e penitenciaria de segurança máxima - Condenado que cumpre pena em presídio
federal não pode ser beneficiado com progressão de regime enquanto persistirem os motivos que ensejaram a transferência.

Incidente de Insanidade Mental não é obrigatório - O incidente de insanidade mental é prova pericial constituída em favor da
defesa. Logo, não é possível determiná-lo compulsoriamente na hipótese em que a defesa se oponha à sua realização.

Injúria impunível de parlamentar - Não deve ser punido Deputado Federal que profere palavras injuriosas contra adversário
político que também o ofendeu imediatamente antes. Apesar de o fato ser típico, antijurídico e culpável, dado o contexto de retorsão
imediata, não subsiste razão moral para a punição Estatal.

Impossibilidade de aplicação retroativa de regulamento de concurso - Não é possível a aplicação de regulamento (resolução)
posterior a concurso de delegação notarial já em curso, sob o qual os candidatos poderiam se beneficiar de regramento diferenciado
acerca do aproveitamento de títulos de pós-graduação.

Autocontenção do Judiciário - O STF só pode interferir em procedimentos legislativos (ex: processo de cassação) quando necessário
para assegurar o cumprimento da Constituição Federal; para proteger direitos fundamentais; ou para resguardar os pressupostos de
funcionamento da democracia e das instituições republicanas, como no exemplo típico de preservação dos direitos das minorias. Em
se tratando de processos de cunho acentuadamente político, o STF deve se pautar pela deferência (respeito) às decisões do Legislativo
e pela autocontenção (judicial self-restraint), que é o oposto do chamado ativismo judicial.

Licitação e certidões exigíveis - É inconstitucional lei estadual que exija Certidão negativa de Violação aos Direitos do Consumidor
dos interessados em participar de licitações e em celebrar contratos com órgãos e entidades estaduais. Compete privativamente à
União legislar sobre normas gerais de licitação e contratos (art. 22, XXVII, da CF/88).

Modulação do efeito repristinatório - O STF pode declarar Lei inconstitucional e modular os efeitos eventualmente repristinatórios
em relação às leis, também inconstitucionais, que a Lei declarada inconstitucional revogou.

Ações envolvendo OAB e competência - Compete à justiça federal processar e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB), quer mediante o conselho federal, quer seccional, figure na relação processual - haja vista sua natureza de autarquia
federal (com exceção das falências, acidentes do trabalho e ações eleitorais)
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Classificação indicativa de programação - É inconstitucional a expressão “em horário diverso do autorizado” contida no art. 254 do
ECA. O Estado não pode determinar que os programas somente pudessem ser exibidos em determinados horários. Isso seria uma
imposição, o que é vedado pelo texto constitucional por configurar censura. O Poder Público pode apenas recomendar os horários
adequados. A classificação dos programas é indicativa (e não obrigatória).

Incidência de PIS/PASEP em negócios das cooperativas - A receita auferida pelas cooperativas de trabalho decorrentes dos atos
(negócios jurídicos) firmados com terceiros se insere na materialidade da contribuição ao PIS/PASEP.

Hediondez do Estupro e Atentado Violento ao Pudor - Os crimes de estupro e atentado violento ao pudor, mesmo que cometidos
antes da edição da Lei nº 12.015/2009, são considerados hediondos, ainda que praticados na forma simples. Em outras palavras, seja
antes ou depois da Lei nº 12.015/2009, toda e qualquer forma de estupro (ou atentado violento ao pudor) é considerada crime
hediondo, sendo irrelevante que a prática de qualquer deles tenha causado, ou não, lesões corporais de natureza grave ou morte.

Trancamento de ação penal por HC - A ação penal só pode ser trancada por via de Habeas Corpus quando houver atipicidade da
conduta ou ausência de indícios mínimos de autoria (justa causa) ou presença de causa extintiva da punibilidade.

Desmembramento de processos - O prolongamento da prisão cautelar não é único motivo que enseja separação de processos,
tampouco há desequilíbrio na relação processual (ofensa à paridade de armas) quando as testemunhas de acusação são ouvidas mais
de uma vez em observância do desmembramento de feitos.

Debates eleitorais e restrição a candidatos convidados pela emissora - Os candidatos aptos não podem deliberar pela exclusão dos
debates de candidatos cuja participação seja facultativa, quando a emissora tenha optado por convidá-los. Os partidos mediante
quórum de 2/3 podem incluir candidatos ao debate, enquanto as emissoras podem estabelecer livremente a inclusão (o critério deve
ser objetivo primar pela inclusão e não exclusão – imparcialidade e isonomia).

Debates Eleitorais nas emissoras de TV - É constitucional o art. 46 da Lei nº 9.504/97, com redação dada pela Lei nº 13.165/2015,
que prevê que as emissoras de rádio e TV somente são obrigadas a convidar para participar dos debates eleitorais os candidatos dos
partidos que tenham representação na Câmara superior a 09 Deputados Federais. Esta regra não viola os princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade (propaganda eleitoral é garantida a todos partidos pela CF, debates não).

Tempo de Propaganda condutas vedadas - É constitucional o § 2º do art. 47 da Lei nº 9.504/97, com redação dada pela Lei nº
13.165/2015, que prevê que os horários reservados à propaganda de cada eleição serão distribuídos entre os partidos e coligações
proporcionalmente com base no número de representantes na Câmara dos Deputados.

Auxílio Direto Internacional – A oitiva de estrangeiro, preso por ordem do STF em processo de extradição, enquadra-se como
providência a ser cumprida por meio de auxílio direto, competindo a este tribunal (STF) apreciar o pedido de cooperação jurídica
internacional para oitiva de estrangeiro custodiado no Brasil por força de decisão exarada em processo de extradição.

Progressão de regime e contagem do tempo de encarceramento - Apesar do limite temporal do artigo 75. CP, acerca do período
máximo de prisão do condenado (trinta anos), é o total da pena que regula a contagem dos prazos para progressão de regime prisional.

Concussão e natureza do cargo - É legítima a utilização da condição pessoal de policial civil como circunstância judicial
desfavorável para fins de exasperação da pena-base aplicada a acusado pela prática do crime de concussão. O STF entendeu que não
constitui bis in idem porque sob cargos que ensejam posição de autoridade pública deve recair maior reprovabilidade.

Restrição de tatuagem em concurso - Editais não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais
em razão de conteúdo que viole valores constitucionais (em regra restrições a concursos só podem ser previstas em lei).

Fracionamento de cobrança de período em estacionamento por Lei Estadual - É inconstitucional lei estadual que estabelece
regras para a cobrança em estacionamento de veículos (houve controvérsia no STF sobre a competência – Direito Civil e Consumidor
ou inconstitucionalidade formal e material).

Independência da Defensoria - É possível que emenda à Constituição Federal proposta por iniciativa parlamentar trate sobre as
matérias previstas no art. 61, § 1º da CF/88. As regras de reserva de iniciativa fixadas no art. 61, § 1º da CF/88 não são aplicáveis ao
processo de emenda à Constituição Federal, que é disciplinado em seu art. 60. Assim, a EC 74/2013, que conferiu autonomia às
Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal, não viola o art. 61, § 1º, II, alínea "c", da CF/88 nem o princípio da separação
dos poderes, mesmo tendo sido proposta por iniciativa parlamentar.

O presente resumo é baseado nos informa vos resumidos do site Dizer o Direito, com recortes e exclusão de temas não interessantes para concursos estaduais. Venda proibida. Distribuição livre.
Sugestões e edições: nunes.rodigao@gmail.com
STF EM PÍLULAS (informativos 2018 - 2017 – 2016)
atualizado até o informativo 910

PGR dirime conflito entre MPs - Cabe ao Procurador-Geral da República, na condição de órgão nacional do Ministério Público, a
apreciação de conflitos de atribuição entre órgãos do MPF e de MPE (decisão política do STF para liberar sua pauta). Quando as
atribuições forem virtualmente judicializadas (interceptação telefônica, por exemplo) a competência permanece no STF.

Legitimidade de associação de classe para ADPF com pertinência temática - A Associação Nacional dos Procuradores dos
Estados e do Distrito Federal - ANAPE tem legitimidade para arguição de descumprimento de preceito fundamental que questione
dispositivos de lei estadual que estabelece isonomia de vencimentos entre carreiras de Procurador estadual e Delegado de Polícia.

PAD e intimação do interessado - Não é obrigatória a intimação do interessado para apresentar alegações finais após o relatório final
elaborado pela comissão processante de processo administrativo disciplinar, pois não há previsão na Lei nº 8.112/1990.

Provas em PAD e interceptação telefônica - A ausência de transcrição integral de interceptação telefônica não gera nulidade quando
utilizados em PAD. Nem mesmo em ação penal o STJ e STF entendem necessária a transcrição integral das escutas. O interessado
deve ter acesso ao conteúdo integral e juntar trechos que entender pertinentes à sua defesa, pois não possui direito subjetivo ao
deferimento de todas as provas requeridas, mormente quando entendidas impertinentes ou protelatórias pela comissão processante.

Comissão Processante PAD - Respeitados os critérios quanto à suspeição e impedimento, não há impeditivo legal de que a comissão
de inquérito em processo administrativo disciplinar seja formada pelos mesmos membros de comissão anteriormente anulada.

Contas do Prefeito - Para os fins de inelegibilidade, a apreciação das contas de Prefeito, tanto as de governo quanto as de gestão, será
exercida pelas Câmaras Municipais, com auxílio dos Tribunais de Contas competentes, cujo parecer prévio somente deixará de
prevalecer por decisão de dois terços dos vereadores – haja vista natureza opinativa do parecer técnico do Tribunal de Contas.

Amicus Curiae em Processo Penal – Em ações penais originárias que tramitam no STF não se admite Amicus Curiae.

Utilização de servidor público em atividades particulares - Servidor público que utiliza a Administração Pública para pagar o
salário de empregado particular comete peculato desvio. Se servidor público se utiliza da mão-de-obra de outro servidor público
(normalmente seu subordinado) para, em determinados momentos, fazer com que este preste serviço particular a ele, não pratica
conduta típica (pode eventualmente ser improbidade).

Empréstimo de interceptação telefônica de Ação Penal em PAD – É possível a prova emprestada obtida em interceptação
telefônica judicialmente autorizada, oriunda de ação penal, em processo administrativo disciplinar.

Vagas surgidas durante validade de concurso - O mero surgimento de vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo
não gera direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado fora do número de vagas, cabendo a ele demonstrar, de forma
inequívoca, que houve preterição arbitrária e imotivada por parte da administração pública.

É possível conceder extradição para brasileiro naturalizado envolvido em tráfico de droga (art. 5º, LI, da CF/88) - Brasileiro
nato nunca será extraditado, o naturalizado poderá nos casos de prática de crime comum antes da naturalização e tráfico ilícito de
entorpecentes em qualquer tempo (o poder constituinte entendeu que seria crime nocivo – dano social internacional).

Lei estadual e bloqueadores de sinal de celular - Lei estadual que disponha sobre bloqueio de sinal de celular em presídio invade a
competência da União para legislar sobre telecomunicações. Apesar da competência concorrente dos entes federativos para legislar
sobre direito penitenciário, segurança pública e consumo, no aspecto das telecomunicações a competência é privativa da União.

Citação com hora certa e processo penal - É constitucional a citação com hora certa no âmbito do processo penal. Inclusive para
fins de JEC – conforme FONAJE.

Decadência em anistia política concedida pela AGU – O direito da Administração Pública para anular atos que tenha beneficiado
terceiros decai em 5 (cinco), conforme art. 54 da Lei da Lei nº 9.784/99 – excetuados os casos de má-fé do interessado. Nota técnica,
ou parecer da AGU, não tem o condão e interromper tal prazo.

Extensão de gratificação a servidor pelo CNJ - É possível que um ato do CNJ determine a extensão de gratificação a servidor
público quando a lei não exclui a extensão.

O presente resumo é baseado nos informa vos resumidos do site Dizer o Direito, com recortes e exclusão de temas não interessantes para concursos estaduais. Venda proibida. Distribuição livre.
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